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Um inverno com cara de inverno

quarta-feira, 07 de julho de 2021

Não sei se o inverno deste ano vai entrar para a história como uma dos mais rigorosos ou não, mas é fato que na última semana de junho e nos primeiros dias de julho, o frio em Nova Friburgo foi de lascar. Estive em Brasília de 22 a 30 de junho e sofri com o frio à noite, quando os termômetros na capital federal registraram 8 graus. O pior é que eu não estava com roupas adequadas para temperaturas muito baixas e o jeito foi virar cebola, com várias blusas superpostas.

Não sei se o inverno deste ano vai entrar para a história como uma dos mais rigorosos ou não, mas é fato que na última semana de junho e nos primeiros dias de julho, o frio em Nova Friburgo foi de lascar. Estive em Brasília de 22 a 30 de junho e sofri com o frio à noite, quando os termômetros na capital federal registraram 8 graus. O pior é que eu não estava com roupas adequadas para temperaturas muito baixas e o jeito foi virar cebola, com várias blusas superpostas. Para caminhar pela manhã, o que me salvou é que tinha levado um conjunto de treino com calça e casaco, o que amenizou a situação, já que além do frio ainda tinha o vento, que nesta época está sempre presente.

Durante a viagem do aeroporto Santos Dumont para Friburgo, já de noitinha, eu e minha esposa enfrentamos muita neblina na serra e um frio de 9 graus, o que nos obrigou a ligar o ar quente do carro. Chegamos em casa, no Cônego com uma garoa enjoada e com muito frio. Nesta noite o termômetro marcou 10 graus. Mesmo com a conta de luz em bandeira vermelha, um aquecedor não pode ser desprezado. Aliás, nesta época, em lugares frios como Friburgo, a tendência é de se aumentar o consumo de energia, como aliás ocorre naqueles países em que o inverno é mais rigoroso, pois o risco de se contrair doenças típicas desta estação é maior. No final sai mais barato do que se gastaria com médicos e remédios.

Mas, a coisa ficou feia a partir da última quinta-feira, 1º, quando a temperatura variou entre 4 e 5 graus durante a madrugada. E o que é pior, durante o dia, na sombra o uso de agasalhos foi obrigatório, pois a sensação térmica era menor em função do vento. Aí, o uso da lareira e dos aquecedores elétricos, com direito a degustação de um bom vinho, se tornou uma realidade. A Energisa agradece, mas o que fazer, né?

De acordo com uma reportagem de A VOZ DA SERRA, publicada na edição do último fim de semana, há catalogados pela prefeitura, 38 pessoas que dormem na rua, sob marquises, em bancos da praça ou ao relento; e que, felizmente, existem grupos anônimos de cidadãos que ajudam este grupo com a distribuição de agasalhos, alimentos quentes, água, meias de lã e artigos de higiene pessoal. É uma atitude digna de ser mencionada e, o mais importante é que são de pessoas anônimas, ou seja se preocupam com o bem estar de seus semelhantes, mas não buscam os holofotes nem a fama, por tal cuidado.

No entanto, sabemos que nos lugares muito frios, as autoridades constituídas costumam criar abrigos para que essa população de risco possa se proteger durante a noite. Lá, além de alimentação encontram camas com cobertores para se aquecerem; nos países em que o inverno é rigoroso, estes abrigos são dotados, também, de calefação, pois com temperaturas abaixo de zero, haja cobertor.

Creio que a Prefeitura de Nova Friburgo deveria estudar a implantação destes abrigos, nos bairros mais populosos de nossa cidade. Esta população necessitada deve ser protegida sempre, principalmente nestes tempos sombrios de pandemia, pois o risco de contaminação pelo coronavírus é maior.

O inverno não deixa de ser uma estação charmosa, pois o uso de casacos, cachecóis e gorros deixam as pessoas bem vestidas. Isso sem falar que os pratos típicos dessa época, como fondue, raclete e as sopas, acompanhadas de um vinho tinto são uma grande pedida. Aliás, o Polo Gastronômico da cidade organiza a 4ª edição do Festival Gastronômico de Nova Friburgo, que tem a participação de mais de 70 estabelecimentos, entre eles, restaurantes, bares, hotéis, confeitarias e muito mais. Vai se estender por todo o mês de julho e moradores e turistas poderão desfrutar das delícias da terra do Cão Sentado.

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A VOZ DA SERRA tem sempre um clima de esperança para todos nós!

terça-feira, 06 de julho de 2021

Quem diz que o inverno só é bom para ficar em casa, debaixo das cobertas, assistindo filmes, está redondamente enganado. O Caderno Z do último fim de semana nos trouxe um excelente panorama de como “sair do cobertor”. Em Nova Friburgo, o tempo frio é uma oportunidade para aquecer as turbinas, pois, as opções de esporte e lazer são super atraentes. A começar pelas montanhas que oferecem trilhas e mirantes para boas aventuras.

Quem diz que o inverno só é bom para ficar em casa, debaixo das cobertas, assistindo filmes, está redondamente enganado. O Caderno Z do último fim de semana nos trouxe um excelente panorama de como “sair do cobertor”. Em Nova Friburgo, o tempo frio é uma oportunidade para aquecer as turbinas, pois, as opções de esporte e lazer são super atraentes. A começar pelas montanhas que oferecem trilhas e mirantes para boas aventuras. Contudo, é bom sempre seguir as dicas da reportagem: “Se você está a fim de fazer curtas ou longas caminhadas, ou mesmo tentar escaladas, convém se cercar de pessoas com experiência e/ou guias”. Todo cuidado é garantia de sucesso.

Em nossa cidade estão concentradas 17 Reservas Particulares do Patrimônio Natural reconhecidas pelo Inea, o Instituto Estadual do Ambiente. São ‘paraísos naturais’ em propriedades privadas com permissão para atividades de educação ambiental, turismo e pesquisa cientifica. Tal reconhecimento de reserva “é para sempre e acompanha a vida da propriedade”. Em âmbito estadual, o Rio de Janeiro, com seus 92 municípios, oferece um vasto atrativo, tanto para a prática de esportes como para bons passeios. Entre os ecossistemas estão “a floresta tropical úmida, manguezais, campos de altitude e um grande conjunto de formações florestais”. Há riqueza natural em abundância na fauna e flora e uma vida animal de intensa diversidade. O inverno tem ainda a vantagem de oferecer todos esses atrativos com tempo firme, ideal para as andanças a céu aberto.

E falando em céu, Wanderson Nogueira destacou os céus de inverno, numa verdadeira declaração de amor para Nova Friburgo: “E você sempre surpreende a cada anoitecer e você sempre se supera a cada amanhecer. No inverno e nas outras estações, porque, de todos os céus de todas as estações, o seu é o mais bonito...”. Que lindo!

Em “Há 50 Anos”, um final feliz para o funcionamento das padarias às segundas-feiras. A causa era justa, mas o povo sofreria um baque sem um pãozinho fresco para começar a semana. Agora em pleno 2021, quando a pandemia continua nos afetando, na marca de mais de 680 mortes por Covid-19, as padarias estão aí dando conta do pão nosso de cada dia. Em “Sociais”, duas queridas festejam idade nova: Adinéia Cordeiro na última sexta, 2, que está esplendorosa na foto ao lado do marido, o nosso amigo Roosevelt Cordeiro. A outra querida é a Cora Ventura Spinelli, pessoa linda, que festejará a nova idade na próxima sexta, 9. Parabéns, queridas!

O inverno chegou congelando as temperaturas e dói saber que em nossa cidade há 38 pessoas dormindo ao relento, pois, se dentro de casa, em meio aos cobertores, a gente não dá conta da friagem, já pensou ao relento? Quem poderá dar solução para o problema que, inclusive, não é de hoje? Há muitas campanhas em andamento e a solidariedade tem sido intensa. Mesmo assim, a demanda de ajuda é grande. 

Adriana Oliveira entrevistou o novo comandante do 11º BPM (Batalhão Tiradentes), o tenente-coronel Flávio Henrique Pires, que assumiu o cargo em 23 de março. Com 28 anos de experiência em vários batalhões do Estado do Rio de Janeiro e um currículo de atuação apreciável, nosso novo comandante seja bem-vindo e que nós possamos, como é o seu desejo, juntos, “melhorar cada vez mais a segurança de Nova Friburgo. Que assim seja pelo bem da comunidade friburguense.

É emocionante a curta existência terrena de Guido Shaffer, o primeiro candidato a santo do Rio de Janeiro. Sua biografia nos foi apresentada por Christiane Coelho, em especial para A VOZ DA SERRA. Guido, carioca, surfista e médico, passava férias aqui na cidade. Falecido em 2009, aos 34 anos, é de sua mãe o trecho de um depoimento sobre seus momentos aqui: “Nova Friburgo dá essa possibilidade dos exercícios inacabados, o silêncio, a contemplação da natureza. Ele fazia jejum das palavras, se era para falar algo, que fosse apenas de Deus”. Que beleza o jejum de Padre Guido! Será que a gente consegue falar apenas sobre o que é relevante? Vamos tentar?

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Na sexta, Bodas de Ouro

terça-feira, 06 de julho de 2021

Na sexta, Bodas de Ouro

Na próxima sexta-feira, 9, o conhecido e admirado casal da foto, Edemorino Raimundo Oliveira e Ângela Maria Lage Vieira Oliveira estará chegando a uma importante marca de amor e felicidades que muito orgulha seus familiares e uma grande quantidade de amigos, entre os quais com muita honra nos incluímos.

É que Ed e Ângela vão completar 50 anos de feliz e exemplar união matrimonial e por isso, desde já antecipamos aos dois e seus familiares, nossos efusivos e carinhosos cumprimentos.

Detalhe de arrepiar

Na sexta, Bodas de Ouro

Na próxima sexta-feira, 9, o conhecido e admirado casal da foto, Edemorino Raimundo Oliveira e Ângela Maria Lage Vieira Oliveira estará chegando a uma importante marca de amor e felicidades que muito orgulha seus familiares e uma grande quantidade de amigos, entre os quais com muita honra nos incluímos.

É que Ed e Ângela vão completar 50 anos de feliz e exemplar união matrimonial e por isso, desde já antecipamos aos dois e seus familiares, nossos efusivos e carinhosos cumprimentos.

Detalhe de arrepiar

Tanto quanto maravilhosa pelo aspecto informativo, a magnifica reportagem da colega Christiane Coelho na edição de A VOZ DA SERRA do último fim de semana sobre o padre Guido Shaffer, que teve próximas ligações com Nova Friburgo e está a caminho de ser canonizado, nos mostrou facetas admiráveis da fé do ser humano, especialmente quando decorrer por parte de alguém verdadeiramente abençoado e escolhido por Deus.

Tudo muito lindo e tocante, mas a passagem relatada por sua mãe, de que ele teve o livramento de uma forte chuva em Mury, na medida em que caminhava a tempestade ficava atrás de si sem que ele ficasse molhado, foi realmente de arrepiar.

Nova idade, parabéns!

Desde já a coluna antecipa um registro repleto de satisfação e carinho. É que no próximo sábado, 10, o dia será do conhecido e admirado Paulo Roberto de Souza (foto) completar 61 anos de idade

Por isso, ao querido Paulo Roberto, ambientalista e que já possui belos trabalhos desenvolvidos também no segmento de seguros, comunicação e educação, nossos parabéns antecipados com votos de inúmeras felicidades, mais sucessos e tudo de bom.

Live especial hoje

Hoje, 6, às 19h o Colégio Nossa Senhora das Dores vai apresentar em sua página @cnsdfri, no Instagram, a live "Conversando sobre Jogos Olímpicos em tempos de pandemia", com o querido professor friburguense e radialista José Tadeu Costa e participação especial, ao vivo e direto do Japão, do jornalista e correspondente da Rede Globo naquele país, Carlos Gil, que é genro da diretora do N.S. das Dores, Jean Beatriz Wermelinger.

A apresentação e comando desta live, estará a cargo da jornalista Maria Clara Wermelinger. Vale conferir!

Vitor comemorou

Vitor Venturino, conhecido como Vitor Shao Lin (foto), no último sábado, 3, em seu rancho Shao Lin, na zona rural de Nova Friburgo, observando cuidados com relação a pandemia, recebeu diversos amigos que foram lhe felicitaram pela passagem do seu aniversário completado na última quinta-feira, 1º.

Uma vez mais ao grande Vitor, figura realmente admirada por muita gente, nossos renovados cumprimentos com votos de mais felicidades e sucessos.

Dia da moda íntima

Independentemente do calendário nacional, a nível local temos uma data bem relevante para um dos setores primordiais da economia friburguense de alguns para cá.

Amanhã, 7, conforme lembra o admirado jornalista Girlan Guilland, sempre muito bem informado e grande pesquisador, é o Dia Municipal da Moda Íntima de Nova Friburgo, instituído pela lei municipal 3.771, de setembro de 2009.

Futuramente, esta data instituída em Nova Friburgo poderá se ganhar abrangência nacional, em função do projeto de lei 3.9819/2020 que tramita na Câmara dos Deputados em Brasília, com essa proposta.

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A preguiça do escritor

segunda-feira, 05 de julho de 2021

Posso dizer? O escritor tem direito a um dia de preguiça. Sim, senhor! Não é
certo sentir-se culpado por não se sentar à frente de uma folha de papel diariamente e
escrever suas ideias, histórias ou até mesmo devaneios. Mas tem um momento, posso
confessar, que é de todo o seu direito, terminar o dia sem nada escrever. Nenhuma
palavra, sequer rabiscos. É natural que por algumas horas fique cansado de suas frases
e queira perambular que nem as nuvens brancas no céu. Rubem Braga, cronista

Posso dizer? O escritor tem direito a um dia de preguiça. Sim, senhor! Não é
certo sentir-se culpado por não se sentar à frente de uma folha de papel diariamente e
escrever suas ideias, histórias ou até mesmo devaneios. Mas tem um momento, posso
confessar, que é de todo o seu direito, terminar o dia sem nada escrever. Nenhuma
palavra, sequer rabiscos. É natural que por algumas horas fique cansado de suas frases
e queira perambular que nem as nuvens brancas no céu. Rubem Braga, cronista
capixaba, um dos melhores cronistas brasileiros, admirava, entre uma crônica e outra,
o vagabundear das nuvens do céu de Ipanema. Ah, como são deliciosos esses
momentos.

É até possível que esses tempos, em que nos lambuzamos do nada, possam nos
trazer criatividade. Seja na leitura e na escrita, seja em conversas e observações, nós,
que fazemos do uso das palavras nossa atividade de maior importância, estamos
sempre em processo de criação literária e de estudos históricos, filosóficos e artísticos,
dentre tantas outras áreas do conhecimento e da atividade humana. E não é que,
noutro dia, dei para saber de astronomia? Não paramos, nem dormindo, uma vez que
o cérebro trabalha initerruptamente. Este, sim, é o operário modelo! Talvez, por isso,
eu me conceda o direito ao repouso.
Mas, hoje, quero flanar. Ver navios e gaivotas. Meu pensamento está com sono e
minhas ideias estão adormecendo. Não quero acordá-las, nem jogar sobre elas um
balde de água morna. Fria?! Seria uma impostura.
Por isso, vou deixar aqui apenas esta sensação. Que não é de birra, nem de
desmaio. É de relaxamento. Ao invés de escrever, vou dançar ao som do violino ou
escutar o som misturado das vozes dos deuses do Olimpo, que ficam confabulando
sobre lendas e vidas. Tenho certeza de que os deuses também têm seus dias de
preguiça e queiram se relaxar ao sol e aproveitar a sensação de eternidade.
Como o amanhã será vindouro, tão firme e tão forte, vou estar disposta a
continuar a labuta literária. O escritor é como o músico, dançarino ou o trapezista, ele

precisa, além de elaborar textos, de exercitar-se para aperfeiçoar-se, já que é um
imperfeito construtor.

Estou escrevendo esta coluna com a suavidade das borboletas e a rapidez das
lebres, uma vez que não estou me pondo a pesquisar. Aliás, poderia até fazê-lo para
abordar este momento de preguiça com esmero. Se bem que vou confiar nas minhas
sensações, no que estão me dizendo e até mesmo conceituando a vontade de voar
sobre todas as palavras do mundo. E de conquistar, como os rebeldes, o sono da paz.
Até a próxima semana!

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Consciência, comunhão e pastoral em favor da família

domingo, 04 de julho de 2021

Continuamos a nossa apresentação sintética sobre a exortação Amoris Laetitia, do Papa Francisco, sobre a alegria do amor na família, a dignidade e missão desta divina instituição do projeto de Deus. No quinto capítulo (163-198), o pontífice reflete sobre a fecundidade: “o amor conjugal ' não se esgota no interior do próprio casal (...). Os cônjuges, enquanto se doam entre si, doam para além de si mesmos a realidade do filho, reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mãe" (165).

Continuamos a nossa apresentação sintética sobre a exortação Amoris Laetitia, do Papa Francisco, sobre a alegria do amor na família, a dignidade e missão desta divina instituição do projeto de Deus. No quinto capítulo (163-198), o pontífice reflete sobre a fecundidade: “o amor conjugal ' não se esgota no interior do próprio casal (...). Os cônjuges, enquanto se doam entre si, doam para além de si mesmos a realidade do filho, reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mãe" (165). Aprofunda o sentido do amor dos pais e o lugar que os filhos ocupam na família. E constata: "desde o início, numerosas crianças são rejeitadas, abandonadas e subtraídas à sua infância e ao seu futuro. Alguns ousam dizer, como que para se justificar que foi um erro tê-las feito vir ao mundo. Isto é vergonhoso!".

E questiona: " Que aproveitam as solenes declarações dos direitos do homem e dos direitos da criança, se depois punimos as crianças pelos erros dos adultos?"  Ao contrário, o sucessor de Pedro afirma que "os pais ou os membros da família devem fazer todo o possível para aceitá-la (a criança) como dom de Deus e assumir a responsabilidade e carinho" (166). Também frisa a valorização e o amor aos idosos: "como gostaria de uma Igreja que desafia a cultura do descarte, com a alegria transbordante de um novo abraço entre jovens e idosos" (191). Ainda ressalta a relação entre os irmãos: "...uma experiência forte, inestimável, insubstituível" (194). Destaca o valor da vida e da gravidez e agradece às mães: "Queridas mães, obrigado... por aquilo que sois na família e pelo que dais à Igreja e ao mundo". Incentiva a adoção e reafirma a valorização e o sentido cristão do corpo.

No sexto capítulo (199-258), reflete sobre as ações pastorais da Igreja em favor da família, destacando a preparação dos noivos, recordando a riqueza da atuação pastoral remota acentuada pela Familiaris Consortio, de São João Paulo II, a formação das crianças, adolescentes e jovens para o sentido profundo e responsável do matrimônio e da família, a preparação próxima, o cuidado para com a celebração, a assistência e apoio psicológico e espiritual dos casais mais experientes aos mais novos nos primeiros anos de vida matrimonial, com plantões e consultórios de acompanhamento da Pastoral Familiar;  o planejamento familiar, o suporte às crises da vida conjugal também por uma estrutura pastoral organizada, fazendo a mediação dos conflitos e sustentando a perseverança dos casais.

Conclui com as situações que chama de "complexas", como a homoafetividade, os casos de nulidade e a morte. Em todas estas situações deve haver um abraço acolhedor de misericórdia, compreendendo a pessoa humana e iluminando-a para um caminho de santificação, amparo e aperfeiçoamento espiritual a partir da proposta cristã. O que o Papa chama de progressividade pedagógica e pastoral.

No capítulo seguinte, reflete sobre a educação dos filhos, especialmente a moral, afetiva, sexual e religiosa. Relembra que os pais são os primeiros formadores na fé e na vida religiosa, sendo a família a Igreja doméstica e a primeira escola de virtudes humanas e cristãs. Alerta para o uso da internet, a educação para uma visão crítica e ética conforme os valores e os princípios do equilíbrio, na liberdade com a responsabilidade, exercendo também a correção no amor (259-290).

Trata ainda, no capítulo oitavo, sobre as situações chamadas de "irregularidades" no matrimônio (291-312) como o divórcio e o recasamento. Lembra que os casais em tal situação não estão excomungados da Igreja. Ao contrário, devem participar dela (243). Mostra que muitas realidades devem ser analisadas caso a caso, levando em consideração as injustiças, dores e sofrimentos das pessoas que vivenciam estas experiências, não se devendo tratar de forma generalizada todos os casos, evitando-se os julgamentos. Deve haver, sobretudo, a acolhida na misericórdia e o engajamento na vida e espiritualidade eclesial, com retiros, formações e atividades pastorais.

Reafirma ainda as normas da Igreja, sem absolutizá-las e conclui de forma iluminadora: "Compreendo aqueles que preferem uma pastoral mais rígida que não dê lugar a confusão alguma, mas creio sinceramente que Jesus Cristo quer uma Igreja atenta ao bem que o Espírito derrama no meio da fragilidade" (308).

Esta é a marca e a reafirmação profética do pastoreio do Papa Francisco: o encontro, como o impulso acolhedor de Cristo, da missão pastoral com o coração humano onde está e como está, com suas dores e sofrimentos, com suas deficiências e dificuldades, limitações e contradições, erros e pecados... para o resgate amoroso e salvação, no abraço misericordioso do Pai, na iluminação do Espírito Santo.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler e assessor eclesiástico diocesano da Pastoral Familiar. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Estrada Rio-Friburgo precisa de melhoria urgente

sábado, 03 de julho de 2021

Edição de 3 e 4 de julho de 1971
Pesquisa da estigiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim.

Edição de 3 e 4 de julho de 1971
Pesquisa da estigiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim.

  • Manchetes:
  • Deputado Waldir Costa quer melhorias em estradas: O político fez apelo ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, a fim de que rodovias que levam os viajantes a Nova Friburgo sejam melhoradas. Quem viaja do Rio de Janeiro para Nova Friburgo anda em pistas boas até Parada Modelo, onde há o entroncamento seguindo uma estrada para Teresópolis e outra para Friburgo: o trecho entre Parada Modelo e Nova Friburgo tem tantos buracos e canteras, que mais parece um solo lunar. Infelizmente, aqueles que têm carro ficam receosos de transitar nessas estradas, não só pelos danos que podem causar em seus veículos como pelo risco pessoal que correm.
  • MDB: Neste 5 de julho de 1971, em sua sede de Niterói, o Diretório  Regional do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) se reúne para discutir assuntos importantes, inclusive pronunciamentos a respeito da Lei de Organização dos Partidos que tramita no Congresso Nacional. O presidente do emedebismo friburguense, que também integra o mencionado Diretório Regional, leva ao conclave tese de relevância inclusive sobre como poderão os diretórios municipais agir relativamente aos que, cinicamente, descaradamente traem os postulados partidários, cruzando os braços nos momentos mais críticos de uma eleição, seja “Bancando o Pilatos” seja de qualquer modo traindo os correligionários, seja fazendo “jogadas” as mais cretinas, as mais inverossímeis, em ações sub-reptícias com a constante ação. O industrial Álvaro de Almeida está inscrito para falar, desde a primeira hora da convocação, esperando-se que sua tese concorra sobre modo para estabilidade dos partidos.
  • Comunicado: Temos a convicção de que, desta vez, a Autarquia Municipal da Água, a Amae, não mais conseguirá tripudiar sobre os sagrados interesses da população friburguense, majorando a seu bel prazer as já extorsivas tarifas de consumo d’água – O uso do cachimbo faz a boca torta, já diziam nossos avós. – Não é a primeira vez que “ os estrangeiros da água “pintam e bordam a respeito de intempestivos, ilegais e não autorizados aumentos em taxações que somente poderiam consumar - se após aprovação do Legislativo e Executivo de nossa terra.

Pílulas:

  • A nossa campanha em torno do não fechamento das padarias às segundas-feiras, está amplamente vitoriosa. Estabelecimentos de panificação e comercialização do ramo amanheceram abertos na última segunda-feira, servindo normalmente ao povo. Em todo o “affaire” justo e que se elogie os proprietários e empregados de padarias por não terem tituberado em voltar atrás da exdrúxula decisão tão logo chamados à razão.
  • A Rua Alberto Braune, com sua nova e moderna iluminação ficou realmente bonita à noite merecendo parabéns pela iniciativa a administração do prefeito Feliciano Costa.
  • Nota triste da semana – A administração municipal assinou convênio com a Fundação Serviços de Saúde Pública – FSESP – para a elaboração do plano decenal de saneamento básico.

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra aniversários de: Justino Flávio Folly e  Francisco Nunes Pinto (4); Liana Rosado Maia, Mário Sérgio e Mário Lyra de Souza Lemos (5); Aloysio de Moura, José Vieira e Rubem Máximo (6); Néa Schuabb e Danilo José Bizzotto (7); Professora Elizabeth Veroneze, Maríilia Azevedo Alves e Ivo Marretto (8); Julieta Bravo, Plínio e Cora Ventura Spinelli (9); Laerte (11).

Devido a capa da edição de 3 e 4 de julho de 1971, que consta em nosso arquivo, estar parcialmente deteriorada, excepcionalmente não a reproduzimos neste espaço.    

 

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Céus de inverno

sábado, 03 de julho de 2021

Essa é mais uma entra tantas declarações de amor. Já disse que te amei no bom dia, já falei que me fascinei por todas as suas luas, já revelei que me apaixono sempre que cruzo a última curva da serra, já garanti que não te abandonaria por absolutamente nada, pois nada é capaz de abalar o meu amor por você. 

E ainda que coloque tais memórias no tempo passado, sigo te amando no bom dia, me fascinando por seus luares, me apaixonando de novo e de novo a cada vez que passo pela última curva da serra que me transpõe ao paraíso, segue teimoso esse amor inabalável por você. 

Essa é mais uma entra tantas declarações de amor. Já disse que te amei no bom dia, já falei que me fascinei por todas as suas luas, já revelei que me apaixono sempre que cruzo a última curva da serra, já garanti que não te abandonaria por absolutamente nada, pois nada é capaz de abalar o meu amor por você. 

E ainda que coloque tais memórias no tempo passado, sigo te amando no bom dia, me fascinando por seus luares, me apaixonando de novo e de novo a cada vez que passo pela última curva da serra que me transpõe ao paraíso, segue teimoso esse amor inabalável por você. 

O tempo passado, é na verdade, uma tentativa de sublinhar que nosso amor não vem de hoje. Vem antes, bem antes das pedras do Caledônia se formarem e do Bengalas existir. Parece que já disse quase tudo sobre essa relação, mesmo quando afirmei que faltava algo por dizer. E faltava e continuará faltando mesmo depois de mais uma, duas, três, quantas forem necessárias, infinitas declarações de amor. 

Exagerado, né? 

Mas não é exagero o amor que sinto por você e todo amor que me causa os seus céus de inverno. Azuis, rosados, vermelhos. De arco íris e dos múltiplos tons celestes de cores que não sei o nome. Recortando flores de cerejeiras e rosas de diversas famílias. Destacando a silhueta de suas montanhas, as de maior estatura e as de menor estatura também. 

O espanto de seus nevoeiros em meios às folhagens recebendo as mais puras gotas de orvalho. As suas temperaturas baixas que caem ao fim de cada tarde com o sol que se põe na pressa de dar lugar às estrelas e aos planetas acima de nós.    

De todos os céus de inverno, o seu é o mais bonito. E, esse fascínio poético, em parte, é construção de versos que você mesmo escreve com as centelhas de seu cotidiano. Faíscas que se elevam nos passos de sua gente pelas suas ruas e avenidas, nos piqueniques de seus parques, ou no simples descanso dos seus filhos nos bancos de suas praças. 

E você sempre surpreende a cada anoitecer, e você sempre se supera a cada amanhecer. No inverno e nas outras estações. Porque, de todos os céus de todas as estações, o seu é o mais bonito.

Prazeroso é sentir o mundo girar e, de repente - mesmo na grita do tempo - paralisar a velocidade, se desobrigar a correr só para se perder na observação de seu céu sobre nós. Teto iluminado que rejuvenesce as almas atentas às suas belezas. 

Se uma lágrima de emoção inunda os olhos, a liberto. Pois, enquanto escrevo esse texto, o sorriso não me cai dos lábios por duas percepções nítidas: uma é que por mais que eu me declare, você e o mundo jamais vão compreender o tamanho do meu amor por você. A outra é que por você não envelhecer – afinal, seu próprio nome é Nova - eu também não envelheço e sigo entusiasmado como adolescente em sua primeira paixão.     

As duas percepções nítidas, somadas a tantas outras, me levam, no entanto, a uma irrevogável comprovação: de todos os céus, o seu - Nova Friburgo - é o mais bonito. 

 

Foto da galeria
(Foto: Alan Andrade/Arquivo AVS)
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11º em empregos em maio

sexta-feira, 02 de julho de 2021

11º em empregos em maio
Nova Friburgo saiu do Top 10 da geração de empregos mensal do Estado do Rio de Janeiro, conforme averiguado pela coluna, no mês de maio, com base nos dados que acabam de ser divulgados pelo painel do emprego do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), da Secretaria Nacional de Trabalho. O município registrou 1.325 desligamentos e 1.576 admissões, resultando em saldo positivo de 251 empregos, ficando na 11ª posição em comparação aos demais 91 municípios.

11º em empregos em maio
Nova Friburgo saiu do Top 10 da geração de empregos mensal do Estado do Rio de Janeiro, conforme averiguado pela coluna, no mês de maio, com base nos dados que acabam de ser divulgados pelo painel do emprego do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), da Secretaria Nacional de Trabalho. O município registrou 1.325 desligamentos e 1.576 admissões, resultando em saldo positivo de 251 empregos, ficando na 11ª posição em comparação aos demais 91 municípios.

Saldo positivo 12 meses
Nova Friburgo voltou a crescer na geração de empregos em maio, se comparado a abril (119). No entanto, foi o 2º pior resultado mensal do ano. O mês de maio apenas superou abril. O melhor saldo de 2021 foi em março, com 441 admissões. Nos últimos 12 meses, o melhor resultado foi o de outubro, com 683 novos postos de trabalho. O pior foi maio de 2020, ápice da pandemia e do lockdown, com perda de 638 empregos.

Serviços lidera
Em maio, destaque para o setor de serviços que correspondeu a 43% das vagas geradas, seguido pela indústria (36%). Foi a primeira vez no ano que a indústria foi superada por outro setor. Os meses de abril e maio mostram também uma estabilização das contratações na indústria, que demonstravam seguidas altas, puxando o bom desempenho local.

Saldo positivo em 2021
Em maio, 20 municípios do Estado tiveram desemprego, sendo quatro da Região Serrana e Centro-Norte: Cordeiro (- 8), Cachoeiras de Macacu (- 6), Petrópolis (- 5) e Trajano de Moraes (- 1). Em 2021 - destaca-se - Nova Friburgo não registrou saldos negativos, acumulando 1.498 novos postos de trabalho. Posição que o mantém entre os dez melhores do Estado (9º lugar), mas uma posição abaixo ao ranking anterior, como você confere aqui na coluna.

Ranking de maio
1º - Rio de Janeiro – 8.513
2º - Campos – 1.488
3º - São Francisco de Itabapoana – 1.009
4º - Maricá - 899
5º - Duque de Caxias - 679
6º - Macaé - 600
7º - Niterói - 430
8º - São João de Meriti - 320
9º - Volta Redonda - 311
10º - Angra dos Reis - 253

Nova Friburgo e Resende aparecem em 11º com 251 novos postos de trabalho 

Ranking de 2021
1º - Rio de Janeiro – 16.027
2º - Campos – 3.256
3º - Macaé – 2.645
4º - Duque de Caxias – 2.638
5º - Arraial do Cabo – 2.246
6º - Volta Redonda – 1.892
7º - Resende – 1.671
8º - Maricá – 1.629
9º - Nova Friburgo – 1.498
10º - Niterói – 1.326

Educação financeira
Secretarias municipais de Educação já podem aderir ao “Programa Aprender Valor”, que vai levar educação financeira para milhões de alunos e professores das escolas públicas brasileiras. A iniciativa é do Banco Central que, inclusive, já realizou um período de testes e formação de professores.

Questão cultural?
O objetivo é ensinar o aluno com atividades práticas a trabalhar o comportamento e a relação com o dinheiro por meio de conteúdos voltados para planejamento orçamentário, poupança e entendimento básico de produtos financeiros, como o crédito. O programa prevê que a educação financeira aconteça de uma forma natural no aprendizado do jovem por meio de disciplinas já trabalhadas no ensino fundamental.

Adesão local?
As inscrições irão até o final deste mês. Será que Nova Friburgo vai aderir? Esperamos que sim! O debate sobre educação financeira no ensino fundamental não é novo e se debruça, especialmente na fragilidade econômica do país colocada em pilares de uma economia de consumo. Só a educação pode ajudar a reverter o quadro cultural.  

Vacina no braço
Depois que a coluna revelou que há mais de 30 mil doses de vacina recebidas e não aplicadas, uma enxurrada de questionamentos e revelações por parte dos friburguenses. Já há até serviço de transporte para levar pessoas para se vacinarem no Rio. A capital já tem todo seu calendário de vacinação estipulado e frequentemente acelerado.

20 anos de diferença
Na capital, semana que vem já se vacinará pessoas com 37 anos. A diferença para Nova Friburgo, por faixa etária, já se aproxima de 20 anos. Quem não quiser ir ao Rio de Janeiro ou Niterói, cidades vizinhas, como Trajano de Moraes, já vacinam pessoas entre 40 e 44 anos.

Sem calendário
As doses guardadas, apenas dois dias de imunização do público por idade e a falta de um calendário a longo prazo são as principais revoltas. E quem não pode se deslocar para outro município, como faz? Espera! Mas já há um movimento forte nas redes sociais por no mínimo explicações. Além disso, basta dar um Google para verificar que não há vários municípios suspendendo vacinação por ausência de segunda dose, fatos ocorridos entre abril e maio. De lá pra cá, o Governo Federal tem conseguido manter as entregas previstas.          

Palavreando
“Prazeroso é sentir o mundo girar e, de repente - mesmo na grita do tempo - paralisar a velocidade, se desobrigar a correr só para se perder na observação de seu céu sobre nós. Teto iluminado que rejuvenesce as almas atentas às suas belezas”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do o Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.  

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Flores

sexta-feira, 02 de julho de 2021

Na dúvida, ofereça flores. Em uma pétala, pode haver o mundo inteiro. O mundo de alguém. Existindo por aí, interagindo com as pessoas, olhando as multidões, percebendo o cotidiano, não podemos alcançar com nossos olhos o que está por trás dos olhos daquelas pessoas. O mundo delas. Seus problemas, seus sonhos, seus amores, suas dificuldades. É uma imensidão inalcançável.

Na dúvida, ofereça flores. Em uma pétala, pode haver o mundo inteiro. O mundo de alguém. Existindo por aí, interagindo com as pessoas, olhando as multidões, percebendo o cotidiano, não podemos alcançar com nossos olhos o que está por trás dos olhos daquelas pessoas. O mundo delas. Seus problemas, seus sonhos, seus amores, suas dificuldades. É uma imensidão inalcançável.

Mas se tem algo que venho aprendendo, é que de uma maneira geral, as histórias por trás das faces não costumam ser fáceis. Tantas vezes vi belos sorrisos e com alguma conversa e um pouco de sensibilidade percebi o tamanho da dor que as pessoas escondiam por trás daquele generoso e gentil esforço em sorrir. Quantas vezes eu disfarcei momentos difíceis utilizando o subterfúgio mais prático do qual podemos lançar mão quando não desejamos despertar a preocupação do outro – o sorriso?

Felizmente a vida sempre me deu muito mais razões para sorrir do que para chorar. E pela abundância de oportunidades que recebi e recebo diariamente, tento optar por oferecer a melhor versão desse recurso maravilhoso que Deus nos deu no meio do rosto. E assim escolho disfarçar um dia difícil, o cansaço extremo, uma notícia inesperada. Não por não ser transparente, mas por acreditar que o esforço gera luz. Inclusive esse estímulo em tentar sorrir para a vida em qualquer circunstância.

É como um ciclo, o primeiro sorriso atrai o próximo, que puxa o seguinte, que recompensa com a retribuição de alguém, que muda a vibração de tudo e que quando percebemos, já nos tomamos pela energia do sorriso, de quem é grato pela vida e deseja apresentar para o mundo a melhor versão de seu estado de espírito.

E as flores? Então .... convido o leitor para uma experiência nada científica, porém que dá muito certo na prática. Já fiz o teste e é hors concours. É assim: quando alguém estiver triste, enfrentando uma doença, encarando uma fase de luto, passando por muitos problemas, vivenciando preocupações, sentindo-se carente, precisando de afeto e carinho (ou seja, quase todas as pessoas que conhecemos), ofereça uma flor para ela. Pode ser uma única flor. Não precisa ser o jardim inteiro: mas empreguem nela o sentimento do jardim inteiro, do jardim de amor, perdão, compaixão, beleza, união, superação, fraternidade e principalmente, de gratidão. Coloque ali o desejo de que a vida seja tão bela quanto a flor.  A alquimia é perfeita. A flor, obra-prima da arte divina, e o seu sentimento, sua intenção de levar felicidade a alguém.

O resultado dessa magia é uma flor de luz que pode transformar a vida de alguém, a começar pela sua, assim como muitas vezes transforma a minha. Por isso digo e repito, na dúvida, ofereça uma flor com o melhor dos sentimentos. Ela harmoniza lares, aquieta mentes, embeleza vidas, enriquece relações, alegra as pessoas. Tem um poder grandioso. A importância desse gesto pode ter um valor inestimável na vida de alguém, e render belos sorrisos. De dentro para fora. Da alma.

Meu admirado poeta Manoel de Barros certa vez escreveu sobre importâncias, belo texto cujo trecho desejo compartilhar aqui:  “Um fotógrafo-artista me disse outra vez: veja que pingo de sol no couro de um lagarto é para nós mais importante do que o sol inteiro no corpo do mar. Falou mais: que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem com barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. Assim um passarinho que pousa nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que a Cordilheira dos Andes. Que um osso é mais importante para o cachorro do que uma pedra de diamante. E um dente de macaco da era terciária é mais importante para os arqueólogos do que a Torre Eifel. (Veja que só um dente de macaco!) Que uma boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que o Empire State Building.”

Assim, garanto, uma flor de luz pode mudar o mundo de alguém. Nem que seja por alguns instantes....

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Conversa sobre a realidade - Parte 1

sexta-feira, 02 de julho de 2021

Confesso que me faltou um pouco de criatividade ao definir o título da coluna desta semana. Ainda mais tratando-se de um texto comemorativo... podia ter sido melhor, mas até gostei da brincadeira! Afinal, ontem, 1º, o real completou seus 27 anos de idade. São quase três décadas de circulação da nossa moeda e é algo a ser comemorado, pois à época ninguém poderia imaginar tal realidade: os últimos 50 anos da nossa economia foram marcados por seis diferentes moedas em períodos distintos neste intervalo. É uma vitória da nossa história econômica recente, mas quais foram as mudanças observadas?

Confesso que me faltou um pouco de criatividade ao definir o título da coluna desta semana. Ainda mais tratando-se de um texto comemorativo... podia ter sido melhor, mas até gostei da brincadeira! Afinal, ontem, 1º, o real completou seus 27 anos de idade. São quase três décadas de circulação da nossa moeda e é algo a ser comemorado, pois à época ninguém poderia imaginar tal realidade: os últimos 50 anos da nossa economia foram marcados por seis diferentes moedas em períodos distintos neste intervalo. É uma vitória da nossa história econômica recente, mas quais foram as mudanças observadas? Amadurecemos economicamente? O que dizem os números?

Ah – peço licença para a linguagem cotidiana e para uma observação –, 27 anos de circulação do real me faz lembrar outro motivo de comemoração: hoje também faz dois anos que escrevo neste jornal. A convite de Adriana Ventura, diretora de A VOZ DA SERRA, escrevi um artigo sobre os 25 anos do real e em julho de 2019, no Caderno Z, meu texto foi publicado pela primeira vez por aqui. Enfim, sejamos gratos por nossas conquistas; me faz bem estar por aqui com vocês, leitores. Obrigado!

Bom, chegou a hora do nosso estudo? Pois vamos, então, aos nossos parâmetros adotados.

Poder de compra

Em 1994, 1 real era a medida equivalente a 1 dólar; isso promovia bastante estímulo para o consumo de bens e serviços estrangeiros, mas o estudo do poder de compra não para por aqui. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em julho de 1994, o preço da cesta básica no Estado do Rio de Janeiro custava R$ 66,22. Parece algo interessante para quem não entende as interferências da inflação, mas à época o salário mínimo nacional fora definido em R$ 64,79. Já imaginou (ou se lembra como era) ter um salário mínimo que não sustenta uma única cesta básica?

Primeira conclusão? Hoje, como consumidores, temos muito menos espaço no mercado internacional, mas no mercado interno nosso poder de compra é consideravelmente mais relevante: em maio de 2021, a cesta básica calculada pelo mesmo departamento custava R$ 622,76 e o salário mínimo nacional está fixado em R$1.100.

Juros e inflação

Aqui, não posso me dar ao luxo de desperdiçar espaço para explicar o que é e como a taxa básica de juros interfere na economia. Portanto, vamos direto aos números. Em julho de 1994, a taxa Selic anualizada estava em 131,03% a.a., valor que logo passara por grande reajuste e, em agosto do mesmo ano, caiu para 56,46% a.a.. A inflação ainda era bastante selvagem e nossos juros voláteis. O que vemos hoje com taxas de juros fixadas por um período razoável de tempo era inimaginável à época. Hoje, portanto, temos uma Selic fixada em 4,25% a.a. e uma taxa anualizada, em junho de 2021, de 3,76% a.a..

Sem entrar no mérito do debate sobre as políticas monetárias que chegaram a levar a Selic anualizada para o patamar de 1,90% a.a. em setembro de 2020, hoje vivemos numa economia de inflação (apesar dos contragolpes de acontecimentos de extrema relevância que elevaram essa medida) mais sob controle. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é a medida oficial de inflação no Brasil, e durante o primeiro mês da circulação do real no dia a dia da população brasileira o índice foi calculado em 6,84%, fechando os primeiros 12 meses do real em exatos 29%. Hoje, portanto, vimos a inflação do mês de maio chegar a 0,83% e os últimos 12 meses somarem 7,78%.

Continua na próxima semana...

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