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Cheguei primeiro!

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Há um texto na Bíblia que fala de um comportamento que se todos nós e, especialmente, os líderes de nossa nação adotassem, em breve seríamos um país de primeiro mundo com justiça social. O texto está na carta de Paulo aos Filipenses e diz assim: “Não faça nada por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando uns aos outros superiores a si mesmo.” Filipenses 2:3.

Há um texto na Bíblia que fala de um comportamento que se todos nós e, especialmente, os líderes de nossa nação adotassem, em breve seríamos um país de primeiro mundo com justiça social. O texto está na carta de Paulo aos Filipenses e diz assim: “Não faça nada por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando uns aos outros superiores a si mesmo.” Filipenses 2:3.

Uma maioria dos políticos que dirigem nossa nação parece que tomam decisões mais preocupados e interessados em defender o partido do qual são membros e em garantir benefícios pessoais do que atender às necessidades do povo a quem dizem representar. É como aquele ditado que diz: você quer ser feliz ou ter razão? Uma pessoa pode ficar tão fissurada, cega e obsessiva com uma ideologia que ela perde a noção do direito, do justo, do correto, do útil para todos. Por que agem assim? Por que são tomados cegamente por uma ideia egoísta? Não podem ser pessoas felizes.

O texto de Paulo também recomenda considerar os outros superiores a si mesmo. Isto não tem nada que ver com você se deixar ser passado para trás, ter ingenuidade que prejudica sua vida, tolerar abusos que não devem ser tolerados, e nem se sentir inferior aos outros. Tem que ver com compartilhar, com ajudar, ser útil, não se exaltar como se você fosse um deus.

Mas o que isso tem a ver com o título de hoje – Cheguei primeiro! – com estes assuntos? Vou explicar. Esta frase “Cheguei primeiro!” é muito comum em crianças quando estão juntas e correm num parquinho até um alvo, que pode ser o balanço, o escorrega. Por que elas dizem isso? Porque está impregnado em nossa mente, desde o nascimento, uma motivação egocêntrica. A cultura ocidental, e em grande parte oriental, defende a ideia de fama e fortuna como fonte de felicidade. Prega-se a filosofia individualista, a “cultura do eu”, que nos empurra para a competição, ou seja, cheguei primeiro!

Esta cultura do eu quer nos conduzir a ver e lidar com os outros como sendo objetos, como degraus e até como impedimento para nosso sucesso. Um quer derrubar o outro. Isto é um câncer social, assim como na biologia (oncologia) vemos a célula cancerígena querendo destruir a outra. A solução não é também invadir terras e desapropriar o que pessoas trabalhadoras e que dão duro na vida têm conseguido. Se o que você tem conseguido de bens materiais tem vindo de corrupção, a Justiça tem o direito e deveria confisca-los e dar para causas nobres, após provar os atos dolosos.

Paulo levanta a bandeira da justiça comunitária, do compartilhar, ao usar a expressão “uns aos outros”. A palavra em grego para esta expressão é allelous que aparece no Novo Testamento 54 vezes relacionada com interação fraternal. Imagina se todos, políticos, empresários, religiosos, empregados, patrões, magistrados, pobres, ricos, praticássemos isto! Seria um alívio para nossa vida.

Tem muitas citações no texto bíblico neste contexto. Só para citar alguns: “Não nos julguemos mais uns aos outros”, Romanos 14:13; “Não mintais uns aos outros”, Colossenses 3:9; “Não faleis mal uns dos outros”, Tiago 4:11; “Não vos queixeis uns dos outros”, Tiago 5:9; “Ameis uns aos outros”, João 13:24 e veja também 1 João 4:7 e 11 e “Acolhei-vos uns aos outros”, Romanos 15:7; “Sede, antes, servos uns dos outros” Gálatas 5:13; “Cooperem uns com os outros”, 1 Coríntios 12:25; “Levai as cargas uns dos outros”, Gálatas 6:2.

Será tudo isso utopia, impossível de ser praticado? Não mesmo. Mas concordo que é algo individual. Tem que ver com escolha pessoal. Não temos que chegar primeiro. Temos que chegar, mas não passando por cima dos outros, não movidos por corrupção, desejo de se exaltar, acumular bens como se fossemos viver 200 anos ou muitas vidas. Ajudando uns aos outros temos o prazer de chegar junto com nossos semelhantes, uns ajudando no alívio de dores e lutas dos outros. Saúde mental vem da prática disso.

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Prazo

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Disseram-me que prazos são uma "coisa chata". Que melhor seria viver sem tê-los, sem cumpri-los, sem que sequer existissem. De certo, concordei. Liberdade, pensei. Fazer o que quiser, da forma como pretender, no momento que entender adequado. Mas em sequência, retruquei: teríamos maturidade e responsabilidade suficientes para convivermos em uma sociedade moderna dessa maneira? Prazos perturbam ao mesmo passo que nos lembram dos limites, das regras, das tarefas que devemos desempenhar. Compromisso. Prazo tem a ver com isso.

Disseram-me que prazos são uma "coisa chata". Que melhor seria viver sem tê-los, sem cumpri-los, sem que sequer existissem. De certo, concordei. Liberdade, pensei. Fazer o que quiser, da forma como pretender, no momento que entender adequado. Mas em sequência, retruquei: teríamos maturidade e responsabilidade suficientes para convivermos em uma sociedade moderna dessa maneira? Prazos perturbam ao mesmo passo que nos lembram dos limites, das regras, das tarefas que devemos desempenhar. Compromisso. Prazo tem a ver com isso. Conviver com a ideia de que o tempo passa e que não podemos procrastinar. E que se o fizermos, arcaremos com as devidas consequências. Cumprir prazos pode ser por vezes desagradável, mas não desnecessário.

Esse diálogo trouxe a lembrança de uma explicação interessante que certa vez ouvi de um professor em uma aula de geopolítica, correlacionando o desenvolvimento econômico de um país com o seu clima, oportunidade que indagou: em um país tropical como o Brasil, alguém que more em frente à praia tende a preferir passar seus dias de folga estudando filosofia? Lendo Machado de Assis? E a resposta foi: os fortes escolherão os livros. E o contra-argumento imediato de um colega foi: e os felizes optarão por viver – como se dissesse que vivem aqueles que degustam do que a generosa natureza tem a oferecer.

Esse pequeno espectro por si só originaria uma série de discussões filosóficas e existenciais. Por que só os "fortes" gostariam de estudar?  Qual a definição de força? Por que viver significaria ir para à praia? O que é felicidade? E o que isso tem a ver com o clima de onde vivemos? E qual a correlação de tudo isso com os prazos a cumprir, a procrastinação e o tempo que não cessa?

Viver não deixa de ser uma habilidade de conviver com muitos pontos de interrogação sem respostas para todas as perguntas. Ainda assim, vale viver a buscar caminhos para encontrá-las. Mas não tem respostas prontas, certo e errado. Acho que vou parar por aqui. Não porque eu não tenho o gabarito dessas questões. Não porque eu realmente seja o tipo de pessoa que verdadeiramente gosta de prazos, da adrenalina da agenda cheia e da satisfação do dever cumprido. Não por isso. Não porque a ponta do novelo de lã se perdeu no emaranhado dos pensamentos. Não porque o comentário de hoje cedo a respeito dessas questões que envolvem os “prazos para tudo na vida” tenha me feito imaginar um cidadão em frente à praia de Ipanema em um sábado de folga ensolarado lendo Nietzche. Não porque percebo que me transformei em uma máquina de metáforas sobre a vida. E que está confuso.

Na verdade, enquanto divago sobre isso, o fio de lã continua completamente perdido no novelo arrevesado e corre contra mim um relógio que não para e prazos que não esperam.

 

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Glossário de Investimentos IV – FIIs

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Cá estamos de novo. Na última semana da nossa série de textos para o mês de junho e com a certeza de que valeu a pena dedicar os últimos temas ao Glossário de Investimentos. Caso não tenha acompanhado, este é o quarto texto publicado com o intuito de democratizar o acesso aos conteúdos financeiros, elucidar e desmistificar seus papéis numa carteira de investimentos.

Cá estamos de novo. Na última semana da nossa série de textos para o mês de junho e com a certeza de que valeu a pena dedicar os últimos temas ao Glossário de Investimentos. Caso não tenha acompanhado, este é o quarto texto publicado com o intuito de democratizar o acesso aos conteúdos financeiros, elucidar e desmistificar seus papéis numa carteira de investimentos. Já conversamos sobre Exchange Traded Fund (ETF), Brazilian Depositary Receipt (BDR), Certificados de Operações Estruturadas (COE) e por fim – e longe, muito longe, de ser menos importante – chegou a hora de entender, de fato, o que são os Fundos de Investimentos Imobiliários (FII).

Quando falamos em investimentos, os ativos imobiliários estão entre os mais populares no Brasil; o investimento imobiliário, aqui, é cultural. Afinal, quem nunca sonhou em construir/comprar um imóvel com o intuito de alugá-lo e obter uma renda mensal desse investimento? Parece uma estratégia infalível – e realmente pode ser quando o investidor tem uma série de imóveis e empreendimentos do setor –, mas o risco é enorme para quem tem pouco capital.

Seguindo a linha de raciocínio da diversificação (você se lembra que este é um ponto fundamental para o sucesso e segurança da sua estratégia, não é mesmo?), vamos montar um cenário hipotético onde o investidor passou a vida trabalhando para construir seu patrimônio e agora tem um único imóvel como investimento. Seu objetivo? Gerar renda mensal. Dentro deste cenário, imagine que – por força do destino – o último inquilino saiu há dois meses e você ainda está sem ninguém interessado em alugar seu imóvel. Já é um contexto terrível para quem dependia dessa renda, mas quando chegou no quinto mês sem nenhum locatário o proprietário decide alugar mais barato e o retorno sobre o patrimônio já é mínimo. Por fim, agora existe alguém locando este imóvel, mas desta vez o inquilino é desrespeitoso, não paga o aluguel em dia, não cuida do imóvel, traz enormes desconfortos e o final desta história a gente já conhece: muita dor de cabeça e pouco dinheiro.

Percebe onde quero chegar? Hoje, meu intuito é te mostrar as possibilidades de investimentos imobiliários rentáveis e sem toda a burocracia da administração direta. Através do FIIs, você pode se tornar cotista de investimentos em imóveis de primeira linha com locatários de primeira linha. Já pensou em ser dono de um prédio inteiro locado para uma grande indústria farmacêutica? Ou talvez uma rede de galpões logísticos locados para centro de distribuição de grandes marcas, o que acha? Quem sabe, investimentos em uma rede de shoppings ou hotéis?

Os Fundos de Investimentos Imobiliários são negociados em mercado de bolsa, com liquidez de dois dias úteis e distribuem mensalmente (em grande maioria), aos seus cotistas, os devidos proventos referentes aos aluguéis recebidos pelos imóveis alugados e já isentos de imposto de renda. Tudo isso dentro de normas e regulamentações específicas e auditadas pelas instituições responsáveis pelo bom funcionamento dos mercados, como as CVM e Ambima, por exemplo.

Esses são os FIIs, complexos dentro de sua simplicidade. A ideia aqui, é fazer seu patrimônio gerar renda mensal (seja para custear seu estilo de vida, seja para reinvestir seu patrimônio) e ser corrigido pela inflação (além, é claro, de gerar valorização do seu investimento ao longo do tempo; exatamente como um imóvel, afinal, você está investindo em imóveis reais). Sem fazer disso uma recomendação de investimentos, sinto-me extremamente à vontade ao dizer que – pessoalmente – os Fundos de Investimentos Imobiliários são minha classe favorita de investimentos. Portanto, considere-os como parte de sua diversificação.

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Festival de Inverno

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Festival de Inverno
O Festival Sesc de Inverno será retomado este ano com programação híbrida, ou seja, com atividades presenciais e virtuais, por conta da pandemia. O festival que já chegou a ter quase um mês inteiro de eventos na Região Serrana, neste ano terá duração de apenas nove dias e está confirmado para acontecer de 16 a 25 de julho.

Festival de Inverno
O Festival Sesc de Inverno será retomado este ano com programação híbrida, ou seja, com atividades presenciais e virtuais, por conta da pandemia. O festival que já chegou a ter quase um mês inteiro de eventos na Região Serrana, neste ano terá duração de apenas nove dias e está confirmado para acontecer de 16 a 25 de julho.

Atividades presenciais
Lembrando que o tradicional festival, que chega neste ano à sua 19ª edição, não foi realizado em 2020 por conta da pandemia. A agenda de atividades presenciais ocorrerá nas ruas dos municípios de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e Três Rios, além dos hotéis do Sesc na Região Serrana, respeitando todos os protocolos de segurança sanitária, o que será um verdadeiro desafio, por conta das realidades diversas de cada município.

Programação em breve
Espetáculos teatrais, de dança, circenses, literários e musicais, sessões cinematográficas, exposições e intervenções urbanas estão prometidas. Também haverá atividades formativas, como oficinas, cursos, debates, seminários, fóruns, palestras, residências e mentorias artísticas. A programação completa que contará com atrações locais e nacionais, no entanto, ainda não foi divulgada, o que deve ocorrer nos próximos dias.

Liberado
Entre os desafios está exatamente as decisões locais sobre o que pode e não pode funcionar na pandemia. Em Nova Friburgo, por exemplo, as apresentações musicais só foram liberadas a partir dessa semana e depois de muitas reclamações dos produtores culturais.

Se um pode...
Nos bastidores, conta-se que a prefeitura autorizou um casamento num grande clube da cidade. Foi o argumento que os produtores precisavam para evocar a isonomia, o princípio da igualdade. Parece que não houve escolha a não ser liberar as atividades artísticas. Se um evento pode, todos podem, não é mesmo?

Miopia
Ainda no cenário pandêmico, o que já se prevê são desafios em saúde mental para quando tudo isso terminar, para não dizer que já se faz necessário uma política assertiva nessa área. Mas os problemas de saúde não param por aí. Uma pesquisa revelou a grave preocupação com a miopia em crianças.

Planejamento
Depois de um ano de home office e EAD (Ensino à Distância), com olhar fixo nas telas de celular, tablet e computador, a miopia se tornou preocupação crescente. Um estudo publicado neste mês, com base em quase 195 mil exames de visão, relatou que a miopia em crianças de 6 a 13 anos aumentou em até três vezes em 2020 em relação a 2015-2019. No período entre 2015 e 2019, apenas 5,7% das crianças tinham miopia e, em 2020, esse número saltou para 21,5%.

Enfrentamentos
Os autores da pesquisa concluíram o estudo como uma evidência do agravamento dos problemas de visão por causa do isolamento, apesar de não fornecer o tempo de uso de cada criança nos eletrônicos. Além do excesso de telas, durante a pandemia, tivemos menos exposição à luz natural, algo muito importante no desenvolvimento ocular infantil.

Óculos
A Organização Mundial de Saúde já estima que a miopia vai afetar 52% da população mundial até 2050. Estima-se que mercado global de óculos deve crescer. O setor deve crescer a uma taxa anual de 8,5% nos próximos anos.

Salve o Tricolor da Serra
Classificação antecipada para as semifinais do 1º turno do Estadual da segundona. O Friburguense, que por falta de recursos quase desistiu de participar da competição e consequentemente seria rebaixado para a última divisão, conseguiu o que ao olhar do futebol profissional seria improvável. Tornou-se o dono da melhor campanha e o único classificado por antecipação.

Siqueirinha
Com três vitórias seguidas, o time de meninos tem feito bonito e animado até os mais incrédulos torcedores. Prova de que investimento faz diferença, mas nem sempre é determinante. Com a menor folha salarial entre todos os participantes, com um time formado às pressas sob o talento de Siqueirinha, não é sorte, mas credibilidade, olhar cirúrgico, parcerias importantes e motivação múltipla.

Espírito coletivo
A jornada tricolor que lembra muito a última subida do time em 2019, revela também o técnico Cadão muito maduro e seguro à frente da Comissão Técnica. O eterno capitão vem conseguindo mostrar evolução em seu trabalho. Mais do que destaques entre os jogadores, está o espírito coletivo da equipe que quando joga junto, demonstra atitude de vencedor.

Dilema adversário
Na última rodada, com a classificação garantida, o Friburguense verá um adversário diante de um dilema: para depender apenas de si, o Artsul se classifica com um empate. No entanto, o resultado dá o 1º lugar ao Friburguense e a enorme vantagem nas semifinais, em partida única, em casa, com direito de empate para ir à decisão. Ou seja, se empatar passa, mas fica em 2º. Se perder, pode ficar sem a classificação. O Americano joga com o Gonçalense e precisa vencer e torcer pelo Frizão. Eles que lutem e nós pelo 1º lugar.

Semifinais
Nas semifinais, o Friburguense enfrentará Sampaio Corrêa (8 pontos), Audax (7), Maricá (7) ou América (5). O América, que pega o virtual eliminado Macaé, é o único que não depende só de si para se classificar. Isso porque, Maricá e Sampaio Corrêa fazem confronto direto e daí sai um dos classificados. A situação aparentemente mais confortável é do Audax que enfrenta o eliminado Angra dos Reis. Vencendo, estará classificado.      

Palavreando
“Seremos amados. Seremos rejeitados. Seremos elogiados. Seremos criticados. Seremos vistos. Seremos invisíveis. Escolheremos. Nesse fluir de contrapontos poderemos nos curvar ou fazer deles trampolim. Haverá sempre à espreita um elevador ou um abismo”.

 

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Mais um crime ambiental se delineia em Friburgo

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Da mesma maneira que o condomínio Eduardo Guinle, autorizado pela prefeitura, durante o governo de Rogério Cabral, foi um crime, mais um atentado se perpetra contra a já sofrida cidade de Nova Friburgo.

Da mesma maneira que o condomínio Eduardo Guinle, autorizado pela prefeitura, durante o governo de Rogério Cabral, foi um crime, mais um atentado se perpetra contra a já sofrida cidade de Nova Friburgo. De acordo com reportagem de A VOZ DA SERRA, publicada na edição do último dia 20, “a responsável pela licença ambiental que poderá permitir a derrubada de 12.560 metros quadrados de Mata Atlântica para a construção de um condomínio entre os bairros Tingly e Suíço, no centro de Nova Friburgo, a Superintendência Rio Dois Rios do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que a solicitação de autorização para supressão de vegetação nativa do bioma em questão ainda está em análise”.

De acordo ainda com a reportagem, “a prefeitura também já recebeu pedido de licenciamento da obra, que só depende agora da licença ambiental do Inea, entre outras condicionantes técnicas, para ser iniciada”. Creio que não haveria a mínima necessidade de estudos ambientais e de permissões, devendo tal pedido já ter sido cassado no nascedouro. Em princípio, a Mata Atlântica, deveria ser preservada, justamente ela que desde o descobrimento do Brasil vem encolhendo a olhos vistos. Um exemplo vivo da sua destruição é o desaparecimento da fruta Cambucá (Plínia Edulis), cujos únicos exemplares se encontram no parque municipal do Cambucá, em Cantagalo. Aliás, desde 2003 que ela foi transformada em árvore símbolo do município. A título de informação essa fruta é da família da jabuticaba, só que de coloração amarelada.

Mas, a ganância de empreiteiros e governantes não tem limites, principalmente num estado como o nosso, onde o vil metal tem uma importância decisiva. No caso do Cônego, é sabido que a fonte de abastecimento de água do bairro é pequena e, que o crescimento desenfreado de condomínios, vai levar nos próximos cinco anos a uma falta de água importante. Ainda mais ser sabido que uma parte dessa água foi desviada para o Alto de Olaria, durante o segundo governo Paulo Azevedo.

O Eduardo Guinle terá, quando pronto, 50 casas de três a quatro quartos, ou seja, em torno de 200 moradores. A preservação de vegetação nativa, obrigatória e fiscalizada pelo Inea, foi uma piada, porém recebeu o aval daquele importante órgão estadual. O mesmo que concedeu a licença para o crematório de lixo hospitalar, no Córrego Dantas. Foi o Ibama que embargou aquela transgressão, e a ordem veio de Brasília, não da sucursal do estado.

Acontece que com a degradação da cidade do Rio de Janeiro e de Niterói, muitas famílias estão descobrindo as delícias climáticas e gastronômicas de Friburgo, além da sua aparente tranquilidade se comparadas com aquelas duas cidades citadas. Daí a necessidade de se expandir o setor de moradias, sem nenhum estudo sério de impacto do meio ambiente e da dinâmica da mobilidade urbana. Em função do crescimento populacional dos bairros Cascatinha e Cônego, os engarrafamentos na Avenida Conselheiro Julius Arp, em direção ao Paissandu são frequentes e a qualquer hora do dia. O trânsito na Avenida Alberto Braune e nas avenidas que margeiam o Rio Bengalas, está sempre complicado. Imaginem um condomínio de 12.600 metros quadrados, em pleno centro da cidade, e com ruas estreitas para se chegar à Praça Getúlio Vargas. O que será da rede de água e esgoto já tão combalida naquela região, o que provoca constantes alagamentos nas ruas que desembocam nessa mesma praça?

Creio que está na hora de se pensar em sair do já tão populoso centro e adjacências e expandir a cidade para os arredores da estrada Teresópolis-Friburgo, ou criar vias alternativas de escoamento do trânsito. Do jeito que as coisas estão caminhando, a qualidade de vida do friburguense vai piorar cada vez mais.

Salvemos a Mata Atlântica, não a mais um condomínio no centro da cidade para degradar ainda mais aquela região.

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Parabéns, comandante!

terça-feira, 22 de junho de 2021

Parabéns, comandante!

Hoje, 22, o dia no Sanatório Naval de Nova Friburgo contará com algo a mais que não seja somente suas atividades normais e corriqueiras.

Isso, por que o seu comandante e diretor, o médico de fragata, dr. Marcos Florípes (foto) está aniversariando e por isso também, esta coluna embarcada na satisfação de colegas do SNNF, assim como amigos e familiares, apresenta a ele cumprimentos com votos de muitas felicidades, sucessos e grandes realizações.

Com idade nova

Parabéns, comandante!

Hoje, 22, o dia no Sanatório Naval de Nova Friburgo contará com algo a mais que não seja somente suas atividades normais e corriqueiras.

Isso, por que o seu comandante e diretor, o médico de fragata, dr. Marcos Florípes (foto) está aniversariando e por isso também, esta coluna embarcada na satisfação de colegas do SNNF, assim como amigos e familiares, apresenta a ele cumprimentos com votos de muitas felicidades, sucessos e grandes realizações.

Com idade nova

Ontem. 21, quem passou o dia recebendo abraços e manifestações de apreços com cumprimentos por completar 60 anos, foi o conhecido Odeir Louvise da Cruz (foto), carinhosamente chamado pelos amigos de Sapo, que inclusive costuma dar show em clubes e casas noturnas com sua participação no grupo musical Os Kakarecos.

Por esta alegre razão, nossos renovados cumprimentos ao querido Odeir com votos de mais e mais felicidades e sucessos.

Verdade lastimável

Na televisão tem sido veiculada mensagem solidária do Sesi,  da iniciativa “Cidadania contra a Fome” sobre as adversidades enfrentadas por muitas familiares, destacando que só no Estado do Rio 2,6 milhões de pessoas vivem com inacreditável por mês.

Infelizmente esta é mesmo uma realidade e só aqui em Nova Friburgo, segundo a Secretaria de Assistência Social, Direitos Humanos e Políticas Pública para a Juventude, existem 6.968 que possuem renda per capta de R$ 0 a R$ 89, o que as coloca em extrema pobreza.

Bodas de amor com zinco

Como nunca é demais cumprimentar pessoas maravilhosas que fazem a diferença para a vida de familiares e muita gente, com base no exemplo de amor e carinho, enviamos renovados cumprimentos ao estimadíssimo casal Sebastião Donato Thurler e Maria Daudt Thurler (foto).

Isso porque na última quinta-feira, 17, este casal e verdadeiramente admirável chegou a feliz marca de 71 anos de união, portanto, Bodas de Zinco. Parabéns ao casal!

Aniversário completado

No  último sábado, 19, o simpático empresário Carloman Boechat - na foto com seu grande amigo e querido vizinho Martinho da Vila, comemorou com familiares em sua bela propriedade na estrada de acesso a Duas Barras, mais um aniversário natalício.

Nos juntando a sua esposa Marilda, filhos, demais familiares e muitos amigos, enviamos congratulações especiais ao super Carloman pela mudança de idade.

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Comunicar a alegria do amor na família

terça-feira, 22 de junho de 2021

Comemoramos em 2021, o Ano da Exortação Apostólica Amoris Laetitia. Publicada em 2016, esta rica palavra do nosso iluminado Papa Francisco ecoa nos campos da Igreja. Nela, ele trata da alegria do Amor na Família e o seu texto é a conclusão de uma longa jornada de reflexão com os bispos durante dois sínodos: em 2014 e 2015.

Comemoramos em 2021, o Ano da Exortação Apostólica Amoris Laetitia. Publicada em 2016, esta rica palavra do nosso iluminado Papa Francisco ecoa nos campos da Igreja. Nela, ele trata da alegria do Amor na Família e o seu texto é a conclusão de uma longa jornada de reflexão com os bispos durante dois sínodos: em 2014 e 2015.

Com uma introdução e nove capítulos, o papa trata do tema em 325 números, com uma abertura inspirada na Sagrada Escritura, considerando a partir daí a situação atual das famílias, lembrando, a seguir, alguns elementos essenciais da doutrina da Igreja sobre o matrimônio e a família, dedicando depois dois capítulos ao amor. Destaca, em seguida, alguns caminhos pastorais que nos levam à construção familiar sólida e fecunda, conforme o plano de Deus, com um capítulo especial para a educação dos filhos. Faz, então, "um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral perante situações que não correspondem plenamente ao que o Senhor nos propõe". No final, traça breves linhas de espiritualidade familiar, concluindo a exortação com uma oração à Sagrada Família.

Todas as famílias, sem exceção, são oportunidades e não problemas, afirma o papa (nº 7). Falar da família é falar de uma boa notícia (nº 1). Insiste na sua beleza, missão e valor, inclusive a incompleta (n.n. 296-300). Reafirma a ideia central de que a família é o lugar de realização e de amor, mesmo tendo falhas e limitações. Crê que ela é espaço de felicidade sempre e encoraja a todos a apreciar os dons do matrimônio e da família, a uma convivência familiar. Reflete sobre a dignidade do casal (homem e mulher) e da família na Sagrada Escritura, a união conjugal que os leva a "tornar-se uma só carne", quando se tornam "mestres da fé para seus filhos", devendo educá-los, destacando-se nas famílias a virtude da ternura, nestes "tempos de relações frenéticas e superficiais" (n.28). Estas são as temáticas do primeiro capítulo (nn.8-30).

Num segundo capítulo (nn. 31-57), é apresentado o quadro atual da família e seus desafios, as luzes e sombras da instituição familiar. Por um lado, mais liberdade e distribuição das tarefas em casa, com uma comunicação pessoal valorizada. Por outro, os elementos que desagregam e destroem: individualismo, pressa e estresse, desvalorização do matrimônio, a cultura do provisório, a afetividade sem limite, o enfraquecimento da fé e da prática religiosa. Manifesta grande preocupação para com as questões delicadas como o abuso sexual de crianças, as migrações, a miséria e a exclusão, as pessoas com deficiências e os idosos. Ressalta também os desafios como a violência, a desconstrução jurídica da família, a negação da diferença e da reciprocidade natural entre homem e mulher, o desemprego.

Há uma profunda reflexão no terceiro capítulo sobre os ensinamentos de Jesus e da Igreja sobre a família, o valor do matrimônio (nn .61-75). O Papa Francisco fala da presença divina, as "sementes do verbo", nas situações de imperfeição. E "o olhar de Cristo, cuja luz ilumina cada homem" (Jo 1,9; Gaudium et Spes n. 22) que "inspira o cuidado pastoral da Igreja pelos fiéis que simplesmente convivem ou que só contraíram o casamento civil, ou então que são divorciados recasados.

Na perspectiva da pedagogia divina, a Igreja dirige-se com amor a quantos participam da vida dela de modo imperfeito: invoca com eles a graça da conversão, encoraja-os a realizar o bem, a cuidar com amor um do outro e a pôr-se a serviço da comunidade na qual vivem e trabalham..." (n. 78). E relembra aos pastores: "Diante de situações difíceis e de famílias feridas, é necessário recordar sempre um princípio geral: 'Saibam os pastores que, por amor à verdade, estão obrigados a discernir bem as situações' (Familiaris Consortio n. 84). O grau de responsabilidade não é igual em todos os casos e podem existir fatores que limitam a capacidade de decisão. Por isso, enquanto se deve expressar claramente a doutrina, é preciso evitar juízos que não levam em consideração a complexidade das diversas situações, e é necessário prestar atenção ao modo como as pessoas vivem e sofrem por causa da sua condição"(n.79).

Este e outros temas importantes são abordados na exortação do Papa que continuaremos apresentando nos próximos artigos.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler da Diocese e assessor eclesiástico diocesano da Pastoral Familiar. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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AVS é uma viagem no tempo - passado, presente e futuro!

segunda-feira, 21 de junho de 2021

O Caderno Z é sempre um banho de emoções para a nossa alma. Como diz o ditado, para bom entendedor meia palavra bastaria para entendermos a imigração japonesa. Entretanto, um caderno inteiro de narrativas é algo assim extraordinário. Não é sem razão que Nova Friburgo recebeu de braços abertos a chegada dos japoneses. Povo amável e de cultura incomparável, o Japão se faz presente no desenvolvimento de nosso município, em vários setores, além da agricultura. Assim como semearam as cerejeiras, eles plantaram amor em todas as suas habilidades e modos de viver.

O Caderno Z é sempre um banho de emoções para a nossa alma. Como diz o ditado, para bom entendedor meia palavra bastaria para entendermos a imigração japonesa. Entretanto, um caderno inteiro de narrativas é algo assim extraordinário. Não é sem razão que Nova Friburgo recebeu de braços abertos a chegada dos japoneses. Povo amável e de cultura incomparável, o Japão se faz presente no desenvolvimento de nosso município, em vários setores, além da agricultura. Assim como semearam as cerejeiras, eles plantaram amor em todas as suas habilidades e modos de viver.

Basta uma leitura no texto “A história de meu pai (uma pequena parte dela...)” em que Guilherme Kato faz uma bela homenagem ao seu pai, e a emoção nos salta aos olhos. Não fui aluna do professor Hideo Kato, mas ele foi o primeiro ídolo de meu irmão, que teve a chance de tê-lo como “mestre” na Usabra. Eu garanto que essa narrativa mexeu com as emoções de muita gente. Que belo exemplo de força de vontade. De vendedor de caquis, o professor Kato é agora o próprio “vendedor de sonhos”, pois nos inspira motivação e a busca pelo melhor de nosso âmago. Parabéns aos seus filhos por perpetuarem uma história tão empolgante e verdadeira. É como se brotasse no coração da gente um espelho para a contemplação de novos ideais.

Tamanha emoção trouxe a indústria cinematográfica japonesa que eu não me contive nas lembranças do herói National Kid que povoou o mundo sobrenatural da minha infância. Há um quê de cerejeiras no Caderno Z e Wanderson Nogueira nos inspira: “A flor da cerejeira nos dá como lição algo que carregamos, desapercebidamente, dentro de nós mesmos: é preciso  aproveitar cada momento. O tempo escapa velozmente, e se apenas passamos pelas horas como os ponteiros de um relógio, sequer, experimentamos as estações...”. Cada estação tem seus ensinamentos!

Das cerejeiras passamos para as cerejas do bolo histórico de Nova Friburgo. Conforme diz Girlan Guilland, nossa cidade tem datas relevantes que merecem celebrações o ano inteiro. Só na presente edição do jornal, dois destaques importantes. A Associação Comercial Industrial e Agrícola de Nova Friburgo festeja os 90 anos de sua sede, na Avenida Alberto Braune. Para bons ouvintes, as paredes falam sim. Por si só, elas registram a história que passa diante de sua bela e conservada arquitetura e, da mesma forma, abriga a memória da relevante atuação da Acianf na cidade. Parabéns!

Outro marco importante é a celebração dos 100 anos da Sociedade Esportiva Friburguense, o clube de história imponente, fundado em 18 de junho de 1921. Com trajeto glorioso a partir de sua criação como Sociedade Alemã de Escola e Culto, a nossa SEF chega ao centenário trazendo, em seu legado, muito da cultura alemã e do empenho de abnegadas diretorias e sócios de todos os tempos. Gerações e mais gerações desfrutaram de suas atividades, no esporte e lazer, dos tradicionais bailes da Musa dos Jogos Florais, das domingueiras dançantes na década de 70 e muito mais. Reconhecido de utilidade pública em setembro de 79, o clube está firme, forte e atuante. Salve!

Enquanto ficamos no aguardo do desenrolar da notícia da derrubada de  12.560 metros de área de Mata Atlântica para a construção de condomínio entre os bairros Tingly e Suíço, vamos nos alarmando com as variantes do coronavírus. A infectologista Patricia Hottz alertou sobre a importância da vacinação, ressaltando que “não importa a vacina”, pois todas são eficazes para a sonhada “imunização de rebanho”. O perigo e os cuidados continuam e já somamos mais de 650 mortes no município. Que desolação!

E o inverno, oficialmente, chega colocando as manguinhas de fora. Cerejeiras em exuberância, céu azul intenso, chocolate quente, sopas saborosas e massas são algumas delícias da estação. A elegância se sobressai com botas, casacos, luvas, cachecóis e tudo o mais que se tiver direito. Mesmo havendo dias muito frios ainda pela frente, para mim, o pior já passou, pois o inverno é prenúncio de primavera!

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Era uma vez

segunda-feira, 21 de junho de 2021

As oficinas literárias suscitam questões a serem pesquisadas e refletidas.
Nosso grupo se propôs a escrever contos infantis e houve, antes do encontro,
troca de textos para leitura crítica e apresentação de sugestões entre os
participantes. Recebi um que tratava da expressão “era uma vez”. Entrei em
contato com Marisa Maia, escritora e contadora de histórias da região serrana
de Nova Friburgo e recebi um presente: a aula de uma mestra.
“Era uma vez”, expressão tradicional, usada desde o século XIV, é

As oficinas literárias suscitam questões a serem pesquisadas e refletidas.
Nosso grupo se propôs a escrever contos infantis e houve, antes do encontro,
troca de textos para leitura crítica e apresentação de sugestões entre os
participantes. Recebi um que tratava da expressão “era uma vez”. Entrei em
contato com Marisa Maia, escritora e contadora de histórias da região serrana
de Nova Friburgo e recebi um presente: a aula de uma mestra.
“Era uma vez”, expressão tradicional, usada desde o século XIV, é
utilizada em diferentes países atualmente; é universal. Pode ser entendida
como um código estabelecido para o leitor ou o ouvinte entrar no mundo
imaginário das histórias, contadas através de narrativas orais e escritas. É
como se fosse um convite a uma visita a um outro lugar, o do faz de conta,
onde tudo pode acontecer e a fantasia tem o seu reinado. Não está localizado
na realidade concreta dentro da qual as pessoas estão inseridas.
“Era uma vez” é como se fosse um portal que separa o real do imaginário.
É uma permissão para o ouvinte fantasiar, tendo a finalidade de criar a
impressão de que ele será transposto para o mundo imaginário de uma
história.
Contar uma história no decorrer de uma conversa é bem diferente do que
narrá-la em uma situação de contação, quando um acontecimento, situado e
circunscrito em um ambiente ficcional, é relatado através de uma narrativa, em
que o contador poderá se utilizar de elementos lúdicos, teatrais e simbólicos
para melhor encantar o público.
Tal expressão pode ser equiparada a outras, como “naquele tempo” ou
“certa feita”. São importantes para que o contador e o ouvinte mudem de
postura; o ouvinte abra seus canais de absorção, e o contador prepare-se para
ser o intermediário entre a história e o ouvinte, tendo a missão de apresentar,
de modo mais encantador possível, um conto, uma lenda, um causo ou uma
fábula.

O ouvinte e o leitor precisam ter ciência de que o mundo em que eles
vivem é diferente do da história. A criança, principalmente, deve ser capaz de
diferenciar a realidade concreta da imaginária. Entretanto, os personagens das
histórias tendem a se tornar entidades significativas nos seus processos de
construção da identidade individual e de compreensão do mundo. A
desenvoltura na passagem do real ao imaginário faz parte do fazer-se pessoa,
enquanto ser de interações, realizações e convivência.
“Era uma vez” é amplamente usado e pode ser traduzido em idiomas:
Afrikaans: Eendag Lank Gelede
Alemão: Es war einmal
Espanhol: Había uma vez
Francês: Il était uma fois
Inglês: Once upon a time
Japonês: Mukashi mukashi
Norueguês: Det var en gang
Theco: Bylo nebylo

***

Aliás, meu amigo, haverá um lugar no mundo onde não se contam
histórias?
Como seriam as pessoas deste lugar?
Você gostaria de viver lá?

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Transporte Público

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Transporte Público
A crise no transporte público é muito grave e nacional. Portanto, é superficial acreditar em soluções mágicas ou em empresas gigantes para uma salvação, o que beira a ingenuidade, especialmente, no âmbito local. Como não somos uma ilha isolada do resto do mundo, exemplo fresco é a Invepar. O grupo - um dos maiores do país e que acumula dívida de R$ 2,5 bilhões - acaba de ser substituído por um consórcio árabe na operação do metrô da capital fluminense.

Transporte Público
A crise no transporte público é muito grave e nacional. Portanto, é superficial acreditar em soluções mágicas ou em empresas gigantes para uma salvação, o que beira a ingenuidade, especialmente, no âmbito local. Como não somos uma ilha isolada do resto do mundo, exemplo fresco é a Invepar. O grupo - um dos maiores do país e que acumula dívida de R$ 2,5 bilhões - acaba de ser substituído por um consórcio árabe na operação do metrô da capital fluminense.

Números pessimistas
Só para constar: o número de passageiros transportados no metrô teve redução de 53% de 2019 para 2020, reflexo da redução da circulação de pessoas por conta da pandemia. Atualmente, portanto, são 356 mil passageiros dia, quase o dobro do total da população friburguense.

Tempo ao tempo
Na capital não há monopólio de empresa de ônibus. No entanto, o preço da passagem é o mesmo e a concorrência não muda em quase nada a vida do usuário. Em 2018, antes da pandemia, só na cidade do Rio, sete empresas de ônibus encerraram suas atividades. Na pandemia, mais nove fecharam as portas, resultando em 21 mil desempregos. O futuro do transporte público de Nova Friburgo será case de sucesso ou de fracasso? Só o tempo dirá!       

Biometria
Ainda descendo a serra, novidades para quem for fazer ponte aérea no Santos Dumont. Nesta semana, começou a operar em fase de testes, a primeira ponte aérea biométrica do mundo entre os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio. A tecnologia já é utilizada em outros aeroportos, mas será a primeira ponte aérea a usá-la de ponta a ponta.

Mais rapidez
A tecnologia usa reconhecimento facial para identificação do passageiro, dispensando a apresentação do cartão de embarque e de documentos pessoais. O objetivo é tornar mais eficiente, ágil e seguro o processo de embarque nos aeroportos. No check-in, passageiros terão a foto e os dados validados com as bases governamentais. Depois, o reconhecimento facial será usado para acesso do passageiro à sala de embarque. Por último, no portão, os passageiros passarão pelo último ponto de controle biométrico para o embarque na aeronave.

Caminho difícil
O Friburguense não teve muita sorte no sorteio que definiu seus caminhos de volta a uma competição nacional. O Tricolor da Serra só estreia na segunda fase da Copa Rio, competição mata-mata estadual que dá vaga na Copa do Brasil e Série D do Brasileiro. Pelo sorteio, o primeiro adversário do Frizão será o vencedor entre América e 7 de Abril.

Azar no sorteio
Caso se classifique para as quartas de final, o adversário será Americano ou Carapebus, cujo vencedor encara o Boavista na fase anterior. Ainda no caminho tricolor, rumo a uma eventual final estão, Bangu e Resende como favoritos. O sorteio, de fato, não favoreceu em nada o Friburguense que terá os confrontos mais tradicionais ao longo da sua jornada.  

Jogo sem público
Pela primeira vez na zona de classificação (vice-líder), o Friburguense recebe amanhã, 19, o Duque de Caxias, pela penúltima rodada do 1º turno. Isso mesmo, penúltima rodada. Competição curta é assim. Por conta da pandemia, o jogo será sem público. Caso vença, a classificação ficará muito próxima para as semifinais. O adversário, ainda que na penúltima colocação com três pontos, ainda não perdeu. Acumula três empates.

Classificação antecipada
Uma classificação antecipada pode ser garantida já nesta rodada. Para tanto, o Friburguense além de vencer tem que torcer para que o Americano não vença o Artsul, fora de casa e a Cabofriense não vença o Gonçalense, também fora de casa. Na última rodada, o Friburguense recebe o Artsul. Com esses resultados, ambas equipes decidiriam apenas o time que termina em primeiro no grupo.

Vantagem de empate nas semi
Terminar em primeiro no grupo dá vantagem enorme nas semifinais, disputada em jogo único: direito ao mando de campo e vantagem do empate. Essa decisão, no entanto, fica mesmo para a última rodada em confronto direto. Por isso, o melhor cenário para o Frizão é vencer o Duque de Caxias e torcer para que Artsul e Americano empatem. Assim, o Friburguense jogaria por empate na última rodada para garantir o primeiro lugar do grupo. 

Concurso de curtas
Foram prorrogadas, até o próximo dia 30, as inscrições para o “Concurso de Curtas” promovido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Dois Rios. O tema das produções deve ter como principal roteiro “Os recursos hídricos e a sociedade”. Qualquer pessoa física ou jurídica pode se inscrever, gratuitamente.

Prêmios para os três primeiros
A data de divulgação dos vencedores foi adiada para 27 de julho. A premiação será do primeiro ao terceiro lugar: 1º) smartphone; 2º) notebook; 3º) tablet. A documentação e a produção deverão ser enviadas via Correios ou entregue em envelope fechado e identificado na sede do Comitê Rio Dois Rios, na Avenida Julius Arp, 85, no Paissandu.

Palavreando
“Somos sementes nascidas das mesmas raízes. Florescemos pelos mesmos propósitos. Ou entendemos isso ou não compreenderemos a nossa responsabilidade para com o mundo”. Confira o texto completo neste fim de semana no Caderno Z.

 

Foto da galeria
Lançada recentemente, é um sucesso a composição do sertanejo friburguense, João Noronha, “Nocaute Certo”. O clipe, gravado ao vivo no Haras Beija-Flor, em Conquista, está no YouTube, no canal do cantor. A música e outras de João Noronha estão também disponíveis nas plataformas musicais de streeming.
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