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Nascer, morrer, renascer

sábado, 27 de março de 2021

Já nasci e morri para tantas coisas. Renasci para tantas outras. Quando arrogante - se atento - tento morrer para renascer menos vaidoso. Quando angustiado, tento sobreviver o quanto for possível, mas se tiver que morrer para renascer com outras possibilidades não receio.

Nascemos, morremos, renascemos várias vezes numa mesma vida, às vezes em uma mesma semana ou dia. Porque, mesmo que não dispostos, estamos expostos a aprender, evoluir, sair do casulo que costuramos em volta de nós mesmos. 

Já nasci e morri para tantas coisas. Renasci para tantas outras. Quando arrogante - se atento - tento morrer para renascer menos vaidoso. Quando angustiado, tento sobreviver o quanto for possível, mas se tiver que morrer para renascer com outras possibilidades não receio.

Nascemos, morremos, renascemos várias vezes numa mesma vida, às vezes em uma mesma semana ou dia. Porque, mesmo que não dispostos, estamos expostos a aprender, evoluir, sair do casulo que costuramos em volta de nós mesmos. 

Nossas verdades descosturam e o sol lá fora, esse mesmo sol que não nasce para todos, descortina a nossa saga nada simples, mas nem tão complicada que não possamos recomeçar. E, o melhor: nenhum recomeço é do zero. 

Nossa evolução, por mais que queiramos, não retrocede. Reiniciamos com alguma experiência, acúmulo de coleções variadas. Mesmo que não evidentes, nossas cicatrizes nos iluminam caminhos.

Nasci por coragem, morri por medo e vice-versa. E nesse misto, renasci embrulhado, mas outras vezes liberto. Liberdade é algo que não pode matar ou fazer a gente morrer. Liberdade é algo que nasce na gente e deve perdurar para fazer do renascimento algo eterno. Porque liberdade talvez seja o mais próximo que teremos de ser de verdade. 

A tal verdade sem julgamento, sem ficção. Verdade que como filme fotográfico quando revelado escancara a essência da nossa existência. Liberdade não para mostrar para o mundo, mas antes de tudo para si mesmo e ser contente com isso e coerente consigo mesmo.

De braços abertos... Pare. Escute. Espie como criança curiosa e sem maldade o que o vento da novidade traz. Pode ser anunciação ou apenas gemido de quem não sabe falar. Talvez não entendamos a língua dos ventos, tanto quanto não entendamos toda essa jornada de nascer de novo e de novo e de novo para sempre e até o fim. 

Morrer para o que não serve mais e é fardo que não valha carregar. Morrer para toda essa convicção de teimar em ter razão. Morrer para esses furtos que fazemos em nossos próprios corações e só se enganar quando o engano é piada pronta de quem só quer rir diferente do mesmo texto já decorado. 

Renascer sem ganância, ainda que com saudade. Renascer solidário com os pobres de si mesmos, olhando para si próprio ao ponto de admitir que já não se quer e não se pode mais cultivar essa inveja de ser o que nunca se pretendeu ser. Renascer para perceber o do porquê morreu por deliberação própria de tudo aquilo que não mais quer.

Nascer. Morrer. Renascer. Convidativo, ainda que assustador. Mas quantas vezes morremos e renascemos sem mesmo perceber? 

Já não sou aquilo que era e por mais que pareça delicioso voltar no tempo com o que sei agora, não sei se seria prazeroso consertar ou mudar o rumo – voltar. Pelo que passei não passo mais, Heráclito já dizia: “Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio”. 

Não sei se sou rio ou apenas riso com vã filosofia. Se o sujeito não é mais o mesmo e as águas não são as mesmas, navegamos de fato por essas correntezas de verbos existenciais.

Consciente, clamo para morrer sem correntes e renascer com asas libertas na ânsia de ser livre como devo ser e desejo o mesmo para você. Se a alvorada não pode ser detida, tampouco nascer, morrer e renascer.  

 

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Nova Friburgo volta a ter perícia

sexta-feira, 26 de março de 2021

Nova Friburgo volta a ter perícia
Perícias do INSS voltaram a ser marcadas em Nova Friburgo. A situação perdurava praticamente desde o início da pandemia. As perícias médicas estavam sendo agendadas para Cabo Frio, Itaboraí e Itaocara, fazendo com que os segurados, já debilitados por conta de doenças, tivessem que se deslocar muitas vezes em viagens cansativas e que lhe doíam também o bolso.

Nova Friburgo volta a ter perícia
Perícias do INSS voltaram a ser marcadas em Nova Friburgo. A situação perdurava praticamente desde o início da pandemia. As perícias médicas estavam sendo agendadas para Cabo Frio, Itaboraí e Itaocara, fazendo com que os segurados, já debilitados por conta de doenças, tivessem que se deslocar muitas vezes em viagens cansativas e que lhe doíam também o bolso.

Esforço conjunto de advogados
A informação da retomada do serviço é do advogado Bruno Silva que esteve, entre outros que atuam na área, na briga para que o retorno dos agendamentos de perícias na agência friburguense pudesse ocorrer. De fato, um descalabro ou desprestígio do município que é, por exemplo, mais populoso que Itaocara.

Páscoa com grande variação de preços
A uma semana da Páscoa e o que se averigua, através de uma ação do Procon é uma alta variação de preços em itens alusivos à data. Foram comparados os preços de produtos de mais de 40 estabelecimentos em todo o estado e a variação chega a 80%, ou seja, um mesmo produto com quase o dobro do valor. Além de consultas realizadas na internet, Nova Friburgo também esteve entre as regiões pesquisadas in loco.

Pesquisa
Entre os ovos de Páscoa mais procurados, o maior percentual de variação de preços encontrado foi de 67% para o ovo de chocolate da Nestlé, o Alpino, de 185 gramas. Ele custava R$ 49,99 numa loja de rede e R$ 29,99 em outra loja de rede de menor porte. Preços intermediários foram encontrados em lojas que inclusive atuam em Nova Friburgo.

Concorrência
Exclusivamente em Nova Friburgo, a pesquisa apontou a caixa de bombom Nestlé de 251 gramas com grande variação percentual de preços (41%). R$ 11,99 em uma loja de rede e R$ 8,49 em um supermercado também de rede. Preços intermediários foram encontrados em supermercados locais.

Compras online
A caixa de bombons Ferrero Rocher de 150 gramas foi o produto que sofreu a maior variação percentual (55%) no comparativo de preços entre as lojas, custando R$ 23,90 em um estabelecimento e R$ 36,99 em outro. Na pesquisa online a variação de preços foi pontual e o item que mais oscilou foi o ovo da Lacta, Bis Oreo, que custava R$ 59,99 em um site, frente R$ 39,90 no site de outro, ambos de redes famosas, representando assim 50% de diferença na data pesquisada.

Pesquisa completa
O Procon-RJ destaca que a pesquisa é um retrato da ocasião em que ela foi realizada e que não há garantia de que os preços encontrados nas datas do levantamento foram mantidos pelos estabelecimentos. A pesquisa completa pode ser consultada no site do Procon, na aba Páscoa 2021.

Concurso de curtas
O Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Dois Rios lançou a sua primeira edição do “Concurso de Curtas do Rio Dois Rios”. A iniciativa visa apoiar a educação ambiental na região, além de despertar a atenção da sociedade para as questões relacionadas à água. O tema das produções deve ter como principal roteiro “Os recursos hídricos e a sociedade”.

Premiação
Qualquer pessoa física ou jurídica pode se inscrever, gratuitamente até 21 de maio. Os vencedores serão revelados no dia 9 de julho com premiação do 1º ao 3º colocado. Os prêmios são: 1º) Um smartphone; 2º) Um notebook; 3º) um tablet. A documentação e a produção deverão ser enviadas via Correios ou entregue em envelope fechado e identificado na sede do Comitê Rio Dois Rios, na Avenida Julius Arp, 85, Centro.

Palavreando
“Essa casa existe para todos e todos devem usufruir dela como fundamento essencial da existência dela própria. Agora, com a vida por um triz, é imperativa a nossa profunda mudança de relação com a nossa casa - esse lindo lugar chamado Terra - assim como tudo que tem nela, especialmente, com nós mesmos”.

 

Legenda foto

Enquanto cidades como Cabo Frio, Búzios e Petrópolis anunciam fechamento de suas entradas e sérias restrições aos turistas, o Estado cometeu grave equívoco ao publicar uma propaganda do feriadão no Diário Oficial, estimulando o turismo. Segundo o Governo do Estado, a publicação se deu por engano e campanha teria sido idealizada em setembro do ano passado, não sendo mais utilizada. Foi um copia e cola para lá de inoportuno. Cortamos aqui parte do engano para evitar ruídos na informação.

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Como uma onda

sexta-feira, 26 de março de 2021

Mesmo quando a maré está mansa, não significa que mansa para sempre permanecerá. Basta o sopro do tempo, o rebolar das correntezas, a inspiração da deusa do mar e as ondas vêm. É o movimento natural. Não existe maré calma eterna. Existe vai e vem da natureza, reboliço dos ventos, e logo a onda vem. Nós não escolhemos seu tamanho, não dimensionamos seu perigo, nem prevemos sua velocidade.

Mesmo quando a maré está mansa, não significa que mansa para sempre permanecerá. Basta o sopro do tempo, o rebolar das correntezas, a inspiração da deusa do mar e as ondas vêm. É o movimento natural. Não existe maré calma eterna. Existe vai e vem da natureza, reboliço dos ventos, e logo a onda vem. Nós não escolhemos seu tamanho, não dimensionamos seu perigo, nem prevemos sua velocidade. Elas chegam e nossas escolhas passarão por estarmos dentro ou fora do mar, condicionarmos nosso fôlego, aprendermos a nadar, aguçarmos nossa sensibilidade para identificarmos eventual perigo, domarmos o espírito aventureiro, ou controlarmos o medo.

A onda pode ser uma marola ou chegar com a força de um tsunami, sei lá, quem vai saber? Seja o que for, precisamos estar preparados para as mudanças que podem acontecer no minuto seguinte da vida. E que podem ser ótimas, mesmo se fáceis não forem.

Gosto de comparar a vida com a natureza, pois ao observarmos carinhosamente essa engrenagem divina maravilhosa, nos damos conta de que somos parte de tudo isso e não seus senhores soberanos. Encarar desafios pode ser um treinamento grandioso de superação. Há um enorme prazer embutido nesse exercício contínuo superarmos a nós mesmos. Quão sem graça seria a existência se a vida fosse um marasmo contínuo do início ao fim. Bom, tenho que isso sequer seria uma opção já que querendo ou não, o dia a dia é repleto de novos desafios.

Por que não acolher cada um deles como uma nova chance, uma oportunidade premiada, um grande negócio a ser feito ? Transformar o medo pelo novo por motivação para seu encontro pode ser transformador. Ao invés de vislumbrarmos a muralha amedrontadora que pode estar por vir, podemos escolher avistar o belo oceano na condição mais linda que o Universo pode ofertar.

Fácil não é. Mas nossa postura diante de um desafio vai gerar uma energia que pode ser positiva ou negativa, a depender de como estamos acolhendo esse movimento da vida. Abdicações, renúncias, esforço... preparação. Preparar-se para a execução da nova etapa. E durante todo o processo é aconselhável o treinamento do sentimento de gratidão, pois certamente se estamos diante de desafios, é sinal de que estamos vivos e em atividade, o que já merece nosso mais profundo agradecimento.

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Os porquês do aumento na Selic

sexta-feira, 26 de março de 2021

O primeiro texto desta coluna foi publicado em novembro de 2019. Na época, o Copom (Comitê de Política Monetária) – órgão responsável pela manutenção de política monetária do Banco Central do Brasil – cortava 0,5 ponto percentual e a Selic acabara de bater a marca de 5,00% ao ano, batendo mais um recorde de menor taxa de juros até então. Mas as reduções não pararam até que, em agosto de 2020, a taxa alcançava seu maior recorde (ou menor) ao ser estabelecida em 2,0% ao ano.

O primeiro texto desta coluna foi publicado em novembro de 2019. Na época, o Copom (Comitê de Política Monetária) – órgão responsável pela manutenção de política monetária do Banco Central do Brasil – cortava 0,5 ponto percentual e a Selic acabara de bater a marca de 5,00% ao ano, batendo mais um recorde de menor taxa de juros até então. Mas as reduções não pararam até que, em agosto de 2020, a taxa alcançava seu maior recorde (ou menor) ao ser estabelecida em 2,0% ao ano. Foram seis anos desde o último aumento da Selic até que, em março deste 2021, o Comitê decidiu reajustar a taxa básica para 2,75% a.a., nossa taxa atual.

 Mas o que deu errado? Por que tantos cortes para agora voltar a aumentar? E no final das contas, o que é a taxa Selic? Quais são os impactos no meu cotidiano? Essas e algumas outras perguntas serão respondidas aqui. Portanto, atente-se! Pois você vai entender tudo sobre o Sistema Especial de Liquidação e Custódia, a Selic.

Bom, comecemos pelo básico. A taxa Selic é o índice de remuneração pelo financiamento da dívida pública; logo, a taxa básica da economia nacional. Teoricamente, a partir desta é que são reguladas as taxas de crédito dos bancos e financeiras e aqui cabe uma crítica: em janeiro/16 com a Selic no maior patamar desde o início do longo período de cortes (14,25%a.a.) a Taxa média mensal de juros das operações de crédito com recursos livres era de 3,37% a.m.; em janeiro/21, a Selic baixou mais de 80% (2,75%a.a.) e a taxa média mensal de juros das operações de crédito com recursos livres é de 2,10% a.m., o que representa queda de 38%. Percebe o mecanismo de desigualdade quando os bancos não repassam a proporcionalidade da Selic para seus clientes?

Contudo, não é apenas o mercado de crédito que sente os impactos da política monetária. Afinal, é para alcançar as metas de inflação que existe a Selic. Esta é uma poderosa ferramenta no ajuste inflacionário da economia geral e precisa estar condizente com os índices de inflação para fazer sentido. O ano de 2020, por sua vez, findou-se com IPCA (índice oficial de inflação) em 4,52% a.a. e Selic em 2,00% a.a., o que representava juros real negativo em 2,52% a.a. – ponto preocupante quando analisamos o amadurecimento (ainda em processo) da economia brasileira. Estava claro, então, a necessidade da revisão da Selic pelo Copom.

Outro ponto, decorrente dos juros negativos, era fortemente impactado pela política monetária: o câmbio. Com a moeda artificialmente desvalorizada (Selic abaixo do saudável), o Real perdia espaço no cenário global e perdeu muito poder de compra ao longo do ano. É claro, situações extremas (e a pandemia do novo coronavírus é) exigem medidas extremas, mas já passava da hora de uma revisão da nossa política monetária e esse aumento da Selic foi só o começo: até o final de 2021 esta taxa já estará ainda mais alta e – ao que tudo indica – próxima dos 5,00%.

Para o consumidor, os impactos diretos serão sentidos ao longo destes reajustes. Entre eles, o desestímulo ao crédito (taxas de juros vão ficar mais altas) e, teoricamente, como consequência a redução do consumo. Mas por outro lado, o câmbio mais favorável pode reduzir os preços (claro, se a curva de oferta x demanda permanecer estável ou apresentar mudança positiva) de produtos precificados em dólar – inclusive matéria-prima – e o poder de compra do indivíduo volta a ter mais relevância.

Percebem como o Copom tem uma poderosa ferramenta nas mãos e precisa usá-la com muita cautela? Além da cautela, precisa usá-la sem “orgulho”. Esse aumento já era aguardado há muito tempo pelo mercado e não foi executado antes por medo de “dar o braço a torcer”. O Banco Central do Brasil não pode se restringir a isso; precisa mesmo é implementar boas decisões de política monetária a fim de favorecer a população. Para os seus investimentos, pouco muda; mas a renda fixa volta a apresentar algumas novas oportunidades. Portanto, mantenha-se atento.

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A enfermaria de beribéricos da Marinha

quinta-feira, 25 de março de 2021

Última parte

Em 25 de julho de 1889 foi inaugurada em Nova Friburgo uma enfermaria provisória na Rua General Osório para tratamento de oficiais e praças da armada acometidos de beribéri. Tudo indica que duas foram as razões para a escolha de Nova Friburgo. A primeira foi a salubridade do clima das montanhas e a segunda o uso da hidroterapia, notadamente das duchas, do Instituto Sanitário Hidroterápico instalado no centro da cidade.

Última parte

Em 25 de julho de 1889 foi inaugurada em Nova Friburgo uma enfermaria provisória na Rua General Osório para tratamento de oficiais e praças da armada acometidos de beribéri. Tudo indica que duas foram as razões para a escolha de Nova Friburgo. A primeira foi a salubridade do clima das montanhas e a segunda o uso da hidroterapia, notadamente das duchas, do Instituto Sanitário Hidroterápico instalado no centro da cidade.

As sessões de duchas no Instituto eram iniciadas às 6h da manhã e as praças vinham por turmas, levando aproximadamente uma hora e 20 minutos todo o tratamento. Não havia consenso entre os médicos sobre o benefício do uso das duchas para o tratamento do beribéri. Mesmo os que defendiam o seu uso faziam, no entanto, restrições relativas ao momento em que as duchas deveriam ser empregadas. Haviam médicos que afirmavam que a influência benéfica do clima de Nova Friburgo tinha um papel muito mais relevante no restabelecimento ou melhora dos enfermos do que o uso das duchas.

Em um mapa elaborado pelo dr. Galdino Cícero de Magalhães, diretor da enfermaria de Friburgo, há informações sobre as duchas aplicadas em 50 pacientes durante 34 dias, no período de 29 de julho a 31 de agosto. Segundo o médico os paralíticos usavam as duchas quentes e frias, estas últimas denominadas de escocesas. Já os que podiam caminhar eram submetidos apenas às duchas frias. Conforme o diretor, a hidroterapia era um tratamento de primeira ordem para o beribéri oferecendo sólidas garantias de curabilidade. Não havia registro de efeitos colaterais na utilização das duchas.

Em setembro de 1889 um editorial publicado no Diário de Notícias intitulado “O beribéri na Marinha” contém severas críticas às condições sanitárias da enfermaria de Nova Friburgo, em relação a superlotação. Conforme o jornal, as enfermarias nos dois prédios não poderiam comportar mais de 35 doentes, mas a lotação era bem superior. Em uma das inspeções haviam 54 enfermos. “O que este papel apresenta em relevo são os defeitos higiênicos das enfermarias ora existentes ali, em geral acanhadas, com pouca elevação acima do solo, desprovidas de sentinas asseadas, algumas sem água, sob o mais grosseiro sistema de esgotos por meio de calhas descobertas que envenenam a atmosfera e vão enfestar o rio; não se oferecendo sequer nestes estabelecimentos o mínimo da capacidade normal para os doentes aglomerados em número de 47, em um espaço que mal poderia comportar 35.”

O dr. Magalhães se defendeu declarando que os dois prédios comportavam 50 leitos e que a distância entre eles era de mais de um metro. “As sentinas são asseadíssimas, não exalam o menor odor, ambas têm o seu encanamento até o rio e são lavadas algumas vezes por dia.(...) Nesta vila não há encanamentos de materiais fecais, algumas casas usam valas, outras servem-se de urinóis e os despejam no rio.” Continua o diretor. “É certo que tem havido alguma repugnância da parte do público na promiscuidade com as praças, mas não pelo receio do contágio. Grande parte dos doentes do estabelecimento [hidroterápico] compõem-se de beribéricos e seria ridículo que tivessem medo de outros beribéricos.

O dr. Theodoro receia que havendo grande afluência de clientes no fim do ano torna-se difícil duchar as praças da armada e neste sentido tem conversado, mas nunca pensou em fechar o estabelecimento à Marinha, o que é coisa muito diversa de fechar as portas. Já combinamos em alterar a hora, começando no verão as duchas às 5h da madrugada.” Havia sido noticiado que o diretor do Instituto Sanitário dr. Theodoro Gomes decidira pôr termo ao tratamento das praças da armada “pois que a ideia de contágio que se tinha insinuado no espírito do povo e a promiscuidade das praças com os seus doentes que procuravam as duchas produzia a repugnância, obrigando-os a abandonar a casa [Instituto].” Lembrando que acreditava-se que o beribéri era uma doença contagiosa, o que não é, mas apenas uma deficiência vitamínica.

Ainda segundo o jornal o diretor do estabelecimento ameaçou suspender a aplicação das duchas aos doentes da armada. O ministro da Marinha, Barão de Ladário, parece não ter gostado da suposta decisão do diretor do instituto e mandou recado em carta publicada pelo Jornal do Commercio: “Nunca pretendi manter ali definitivamente naqueles prédios a enfermaria em Nova Friburgo ou qualquer outro ponto semelhante. O governo cogita de estabelecer um edifício mais vasto e apropriado a um hospital para beribéricos e convalescentes da armada.(...) Sobre a deliberação tomada pelo diretor do estabelecimento hidroterápico, sentindo a falta de seu valioso concurso, vou tratar de remover a contrariedade tomando providências que o caso exige.”

A Marinha iniciou negociações com a viúva do Dr. Carlos Éboli para a compra do Instituto Hidroterápico. No entanto Rui Barbosa que frequentava assiduamente a cidade serrana protestou contra esta aquisição. Em carta aberta publicada na imprensa argumentou que a Marinha iria instalar um “centro de peste” ameaçando a salubridade de Nova Friburgo. O jurista venceu a batalha retórica e anos depois a Marinha adquiriu o pavilhão de caça da família Clemente Pinto onde se encontra até hoje.  

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    A Marinha adquiriu o pavilhão de caça dos Clemente Pinto.

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    As duchas como parte do tratamento hidroterápico.

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    Instituto Sanitário Hidroterápico de Friburgo.

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Fazer as pazes com nossas limitações

quinta-feira, 25 de março de 2021

Em julho de 2017 a revista “Psychology Today” publicou um artigo escrito pelo doutor em psicologia Leon Seltzer, com o título: “Sim, você não pode! – Por que você deve afirmar suas limitações.” Nos acostumamos, talvez desde que Barack Obama era presidente dos Estados Unidos, a escutar a frase: “Yes, you can!”, “Sim, você pode!”. Mas não podemos? Vamos pensar nisso compartilhando ideias minhas e do dr. Seltzer.

Em julho de 2017 a revista “Psychology Today” publicou um artigo escrito pelo doutor em psicologia Leon Seltzer, com o título: “Sim, você não pode! – Por que você deve afirmar suas limitações.” Nos acostumamos, talvez desde que Barack Obama era presidente dos Estados Unidos, a escutar a frase: “Yes, you can!”, “Sim, você pode!”. Mas não podemos? Vamos pensar nisso compartilhando ideias minhas e do dr. Seltzer.

Muitos livros de autoajuda tratam sobre como se auto-superar, transcender seus limites, vencer barreiras, e se alguém lhe diz que você precisa aceitar suas limitações, ou seja, se diz “você não pode” no sentido de não conseguir, isso pode causar um sentimento de pessimismo, não é mesmo? Mas podemos fazer as pazes com nossas limitações.

Não somos bons em tudo. Nascemos com algumas habilidades e aprendemos outras. Temos alguns talentos e não temos outros. Por mais que você se sinta uma pessoa forte, suas limitações inatas irão influenciar o que você pode e o que não pode fazer na vida.

A mídia exalta jogadores de futebol e os clubes pagam milhões de reais, dólares ou euros para estes que nasceram com habilidade motora nos pés que os fazem hábeis jogadores de futebol, embora muitos sejam maus exemplos de conduta moral. Se você não tem habilidade psicomotora para este esporte, você pode treinar muito, e nunca chegará na performance dos jogadores que nasceram com esta capacidade. É o seu limite natural.

Sim, você deve dar o seu melhor, fazer esforços, se aprimorar com cursos, superar expectativas profissionais e alcançar seus objetivos. O dr. Leon Seltzer afirma que “uma das razões pelas quais esses esforços geralmente valem a pena é que muitas vezes você só consegue reconhecer seus limites imutáveis depois de ter lutado fortemente para superá-los (e às vezes com ajuda externa também).” Damos de cara com nossas limitações após fazer o máximo que foi possível. E agora?

Cuidado para não se estressar, se desapontar repetidamente, conviver com sentimentos de fracasso e adoecer por insistir em algo que está além de suas limitações. Isto não é fracasso, mas limitação natural. Dependendo da situação, pode ser melhor simplesmente dizer a si mesmo: 1 - “Acho que finalmente sei o quanto esse negócio é cruel. Não fui feito para chegar aqui no topo. Não sou agressivo o suficiente, não estou motivado para fazer as conexões que preciso e não tenho vontade ou resistência para isso.”; 2 - ”Preciso enfrentar isso. Ela [ou ele] não está interessado em mim. Fiz tudo o que pude para atraí-lo (a). Não importa o quanto gosto dessa pessoa, tenho que enfrentar o fato de que ele/ela nunca vai retribuir meus sentimentos apaixonados.”; 3 - “Posso amar guitarra, pratiquei muito, e é hora de enfrentar o fato de que nunca serei bom o suficiente para ganhar a vida tocando numa banda. Posso fazer da guitarra uma parte da minha vida recreativa, mas simplesmente não consigo fazer disso minha profissão.”; 4 - “Sei que sou um ‘animal político’ por ficar absorvido no mundo da política. Gostaria de poder influenciar a direção que este país está tomando. Mas nunca vou conseguir bajular as pessoas, beijar bebês durante a campanha ou fazer tudo o que os políticos fazem para ser eleitos. Vou procurar algo pelo menos relacionado à política que me satisfaça.”

Saltzer levanta a pergunta: “Então, isso é sobre desistir de seus sonhos? É sacrificar seus ideais, resignando-se a uma vida de frustração, tédio ou mediocridade?” Ele mesmo responde: “Dificilmente. A vida pode ser cheia de compromissos, mas, para a maioria de nós, também está cheia de escolhas. É raro que apenas uma coisa na vida possa atrair sua atenção ou interesse. Embora seja difícil renunciar a um sonho que você teve talvez desde a infância, é pior apegar-se ferozmente a uma fantasia que a vida já demonstrou que simplesmente excede seu alcance mental, físico ou emocional.”

Nesses casos o que fazer? Primeiro lamente porque sua primeira escolha, seu Plano A, não vai se tornar sua realidade. Mas também não fique obcecado e ruminando sobre essa perda. Lamente por um pouco de tempo e siga em frente. Pergunte a si mesmo o que mais, relacionado à primeira escolha ou não, você gostaria de fazer? E, é claro, essa escolha deve estar dentro do seu nível verificado de competência. Uma parte importante para seu bem estar mental é encontrar um desafio adequado para você, o qual definitivamente está dentro de sua capacidade de realizá-lo. Fazendo as pazes com nossas limitações nós vamos para a frente na vida.

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Nova Rua General Osório

quarta-feira, 24 de março de 2021

As transformações no início da Rua General Osório continuam. Além do centro comercial e residencial que está sendo construído na entrada do icônico prédio que abrigou o Colégio Modelo, uma casa que era residencial, praticamente ao lado, também abrigará um novo empreendimento.

As transformações no início da Rua General Osório continuam. Além do centro comercial e residencial que está sendo construído na entrada do icônico prédio que abrigou o Colégio Modelo, uma casa que era residencial, praticamente ao lado, também abrigará um novo empreendimento.

Memórias preservadas
Como noticiado por A VOZ DA SERRA, o projeto da Engeprimus preserva o casarão do Modelo e ainda devolve ao prédio suas cores originais. O mesmo acontecerá com a residência que tem entrada pela General Osório e fundos na Avenida Santos Dumont (trecho urbano da RJ-116). Desocupada há mais de dez anos, a casa que era residencial passa a ser comercial e abrigará a primeira ginteria e speakeasy de Nova Friburgo.

Ginteria e muito mais
Speakeasy são conceitos dos anos 20 de lei seca nos EUA. Adaptados, são chamados de espécies de bares secretos. Há alguns bares desse conceito em São Paulo e menos na capital fluminense. A ideia do empreendedor, Marcos Marins, é ir muito além de ginteria e bar secreto, um espaço múltiplo de convivência.

Inauguração em breve
O espaço que ganhará o nome de Casa Osório 36, em referência à rua e ao número do espaço, será bistrô, café e até local para eventos e festividades. O café será servido também nos jardins da casa, o que eleva a experiência. A reforma e as adaptações estão em curso, inclusive com tratamento acústico.

Pioneiro
Corajosa a iniciativa de inaugurar um espaço de convivência em tempos de pandemia e restrições sociais. Ao mesmo tempo é bem-vindo o novo espaço para uma cidade que vem perdendo ao longo dos últimos anos atrativos do gênero, ainda que a ideia seja um tanto pioneira para Nova Friburgo e o melhor, central.

Rua de empreendedorismo
Dessa forma, a Rua General Osório, hoje tomada por clínicas médicas, laboratórios e escolas, tende a ficar mais diversa. Se ambas as obras (centro comercial e ginteria) estão a todo vapor, resta saber o que será do terreno comprado pela municipalidade no ano passado e que até o momento não tem destino definido. Que seja um espaço para o turismo e se integre ao que se propõe a Praça do Suspiro.

Inclusão digital
Nesta quarta-feira, 24, alunos do IPRJ da Uerj Friburgo receberão tablets e cartões de conexão com a internet. Os aparelhos são destinados aos alunos que se inscreveram no Programa de Suporte Digital PR4 em 2020. O programa busca incluir digitalmente alunos da Uerj com dificuldades para manter os estudos em tempos de ensino remoto.

Conexão
Ao todo, só para o núcleo de ciência e tecnologia da qual faz parte o campus local, são aproximadamente 200 alunos contemplados. Não há como precisar quantos diretamente para Nova Friburgo. Em tempo: mais alunos devem ser contemplados com SIMCard e tablets. Uma nova etapa de inscrições acaba de ser encerrada e o processo de enquadramento nos critérios de doação por parte da universidade já estão sob análise.

Nova segundona
Ainda sem tabela, mas com previsão de início para o segundo semestre, a nova segunda divisão do Campeonato Carioca tem uma pendência jurídica para definir um de seus participantes, para além do time que cairá da elite. É que o classificado Goytacaz enfrenta um processo na justiça desportiva por supostamente ter escalado um jogador irregular.

Tapetão em cena
Comprovada a irregularidade, o time de Campos perde seis pontos e a vaga na competição, caindo assim para a terceirona. A vaga, nesse caso, será herdada pelo Audax. A nova segunda divisão conta com os times eliminados da seletiva (Friburguense, Cabofriense, Americano, Sampaio Corrêa e América) mais os melhores classificados da segundona do ano passado (Duque de Caxias, Maricá, Gonçalense, Angra dos Reis, Artsul e Goytacaz ou Audax). Somado o rebaixado da elite (hoje seria o Macaé), temos os 12 participantes. Detalhe: apenas um time da capital.      

Palavreando
“Essa casa existe para todos e todos devem usufruir dela como fundamento essencial da existência dela própria. Agora, com a vida por um triz, é imperativa a nossa profunda mudança de relação com a nossa casa - esse lindo lugar chamado Terra - assim como tudo que tem nela, especialmente, com nós mesmos”.

 

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Depois de se aventurar na ficção “The Pandemic” (lançado bem antes da pandemia), o jovem de Nova Friburgo, Pedro Veroneze, já vê seu novo livro igualar sucesso: “Quero dar uma parada em Nova Iorque antes de ir para o inferno”, lançado pela Editora Fross. Com uma linguagem jovem, Pedro se abre em poesia no que se poderia dizer uma conversa informal e sincera com o leitor. À venda em Nova Friburgo, mas também em inúmeras lojas virtuais.
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Ser ou não ser, eis a questão

quarta-feira, 24 de março de 2021

“To be or not to be” já dizia Shakespeare, poeta, dramaturgo e ator inglês. Passados mais de um ano do início da pandemia da Covid-19, exceto a vacinação, o distanciamento social e a higienização, as demais medidas tomadas pelas autoridades, contra a doença, têm se mostrado pouco eficazes. Isolamento social e lockout são medidas extremas cujo resultado, a meu ver, tem deixado muito a desejar.

“To be or not to be” já dizia Shakespeare, poeta, dramaturgo e ator inglês. Passados mais de um ano do início da pandemia da Covid-19, exceto a vacinação, o distanciamento social e a higienização, as demais medidas tomadas pelas autoridades, contra a doença, têm se mostrado pouco eficazes. Isolamento social e lockout são medidas extremas cujo resultado, a meu ver, tem deixado muito a desejar.

É muito fácil para deputados, senadores, governadores, prefeitos e funcionários que não dependem da iniciativa privada, para ganhar o pão nosso de cada dia, ficarem em casa, ou em tele trabalho. Mas aqueles empregados que estão na iniciativa privada ou são autônomos, não podem se dar ao luxo de se isolarem, pois o salário no final do mês depende da sua produção. O patrão fica a mercê da fabricação ou da venda de produtos para arrecadar dinheiro para pagar impostos, salários e o seu próprio sustento. Além do mais, ficar trancados em casa e, pior, em apartamentos é uma carga difícil de suportar. Sem falar nas crianças, adolescentes e estudantes de uma maneira geral, que só têm a perder, pois o ensino presencial é uma necessidade. Um ano perdido representa muito na vida deles, o que falar de dois.

Agora o que chama a atenção é o transporte público seja ele ônibus, metrô ou trem, nas bandeiras que permitem a abertura das empresas e do comércio, em geral. A população, nos coletivos, mais parece sardinha em lata, pois em condições normais, a quantidade de veículos é insuficiente; no caso de limitação do número de trabalhadores não importa aonde, o número de coletivos é diminuído, para reduzir as despesas. Ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Por falar em bandeiras o critério para sua decretação deveria ser mais transparente. Se tomarmos Friburgo como exemplo a cuca funde. Quando a média de internação em UTIs era em torno de 50% e de enfermarias, de 30% a 40%, estávamos em bandeira vermelha. Na semana que passou, chegamos a 70% em UTIs e 60% em enfermarias e desde a última segunda feira, 22, a bandeira vigente passou a ser laranja. A explicação de que muitos dos leitos ocupados são com pacientes de fora, seja dos planos de saúde no caso dos hospitais particulares, seja de municípios vizinhos, no caso do Raul Sertã, não me parece convincente. O que mais salta aos olhos, tanto faz se no Brasil ou em outros países, é que não se aguenta mais confinamento, isolamento não importa como chamamos a proibição de ir e vir.

Sem falar que as festas clandestinas, os pancadões ou bailes funks da periferia promovem uma aglomeração tamanha, com a maioria das pessoas sem máscara, que faz a alegria do vírus. O resultado desse caldo de cultura altamente explosivo é que o sistema de saúde, em todo o Brasil, está ou entrou em colapso. Aliás, não é só aqui, pois em muitos países da Europa o mesmo acontece. Os Estados Unidos estão respirando aliviados, porque na terra do Tio Sam mais de 100 milhões de americanos, um pouco mais de um terço da população, foram vacinados.

O mais grave é que no nosso caso específico, o Governo Federal despejou verbas públicas na maioria dos estados e, em grande parte deles, esse dinheiro não foi empregado no lugar correto, na melhoria dos serviços de saúde ou na manutenção ou construção de hospitais de campanha.  Foram usados para pagar salários atrasados do funcionalismo ou dívidas.

Muitos ainda insistem em andar sem máscaras e a não higienizar as mãos. Esses atos são tão importantes que nos primórdios da cirurgia moderna, quando eles passaram a ser rotina nos ambientes cirúrgicos, as infecções pós-cirúrgicas diminuíram exponencialmente. Às vezes, pequenos detalhes podem fazer a diferença e salvar vidas. É muito fácil quando as pessoas acometidas são os outros; quando começam a ameaçar as vidas de filhos, netos, pais, avós, pessoas queridas, aí a coisa muda. Portanto, mais do que nunca é preciso a conscientização de que o momento em que vivemos é delicado e que precisamos dar nossa contribuição. Quem pode, fique em casa, só saia quando for indispensável. Com as ruas mais vazias, aqueles que necessitam sair para trabalhar estarão menos ameaçados.

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Que seja o outono a estação das esperanças frutificadas!

terça-feira, 23 de março de 2021

  “O outono chegou em sua plenitude”... E o tema do Caderno Z não poderia ser

  “O outono chegou em sua plenitude”... E o tema do Caderno Z não poderia ser

outro para brindar mais um ciclo da natureza. Eu começo pelas mãos de Ana Borges que nos convida a descobrir “nosso lado sombra para então descobrir o que mudar”. Seu texto é a mais pura filosofia, com lições de vida em metáforas que brotam de sua sensibilidade. Ana ressalta que o outono é o tempo ideal para o renascimento, pois, assim como as folhas caem, “nossa vida precisa de tempos de esvaziamentos e de recomeços...”. O tempo é o senhor de todas as estações, de todas as mudanças, e cada um de nós é de um jeito, tem suas preferências e se molda no passar da existência.

Wanderson Nogueira, em  “Palavreando”, se define: “Considero-me um ser noturno, ainda que concorde que as manhãs são lindas e o amanhecer talvez seja a parte mais bonita do dia”. Cada ciclo tem o seu encanto, mas, no outono, além de tantas frutas, é vez dos caquis, super vitaminados. Na verdade, com tantas frutas, o outono é um verdadeiro festival de cores e sabores. Contudo, a previsão é a de que tenhamos um outono mais úmido e uma primavera seca no Brasil, com quedas de temperaturas constantes e ocorrência de nevoeiros e geadas. Preparemos os agasalhos, minha gente!...

 Quando a viagem literária chega no terceiro parágrafo é hora de nos despedir do Caderno Z, mas, não sem antes agradecer o convite que me foi feito para participar da edição de boas-vindas ao outono. É muito carinho comigo, meus queridos de A VOZ DA SERRA! Estou embevecida, lisonjeada com a publicação de meu texto, em página dupla, com fotos do meu Jardim da Lis, de onde destaco: “As alamandas douram o jardim com suas amarelices e eu amo amarelo! Elas brotam nos recônditos mais esquecidos do jardim...”. Sejamos assim, espalhando as energias outonais, florescendo, imitando as alamandas, onde estiverem fincados os nossos pés!

 Na primeira etapa do Campeonato Carioca de Enduro, Nova Friburgo marcou presença bonita no pódio com dois representantes da nossa cidade. Na área musical, ganhamos mais uma banda, o grupo Fire In The Park. Desde 2016, a banda vem trabalhando e tem como lema “desperte a sua revolução interior”. O grupo possui repertório próprio e vai colocar “fogo no parquinho” quando a pandemia passar. E falando nela, voltamos para a bandeira laranja. Sem muitos comentários, porque a verdade dói: 320 óbitos e o número de casos confirmados de Covid 19 passando da marca de 11 mil. Que triste cenário sem perspectiva de solução. Mesmo assim, com toda essa desolação, as pesquisas mostram que “os brasileiros são os que mais engordaram na pandemia”.

Mas, como não é para todo mundo que o mundo dentro de casa é confortável, há muita gente passando necessidade e privações, principalmente, aquelas pessoas que já viviam em condições de risco social, à margem da sociedade.

Em “Há 50 Anos”, estava autorizado por decreto presidencial, o funcionamento da nossa Faculdade de Odontologia, contrariando “as forças políticas contrárias”. Em “Sociais”, um aniversariante querido, André Gomes, um dos encarregados da varrição da Avenida Alberto Braune. Vai uma trova, André: “Deixa a rua tão limpinha, de modo extraordinário que, se a rua fosse minha, eu dobrava o seu salário!”. Parabéns!

 O outono também nos trouxe a boa notícia da reforma e restauração dos afrescos do Chalet do Barão, no Country Clube. Construída em 1860, a obra foi executada com “o que havia de mais sofisticado em termos de material de construção, mobiliários e peças para decoração”. O presidente do clube, Celso de Oliveira Santos, explicou que a equipe de restauro concluiu uma das etapas mais significativas com a restauração do afresco central do forro, uma reprodução da obra “A Aurora” de Guido Reni. A notícia é de real importância pela preservação do patrimônio e pela capacidade profissional do grupo de restauro, para nos devolver a beleza de uma preciosidade da nossa história. Parabéns a todos os idealizadores da obra, pois, Nova Friburgo merece o belo presente!

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Com idade nova

terça-feira, 23 de março de 2021

Com idade nova

Ontem, 22, a Letielle Jander Schuenck, completou 26 anos, o que é motivo de muitas alegrias também para seus pais Aiudi e Carlos Eduardo Jander Schuenck, o Carlinhos botafoguense e irmãos Klayfer e Bernardo, que aparecem aí na foto junto a aniversariante.

Por conta dessa ocasião especial cumprimentamos a querida Letielle com votos de felicitações também a sua família.

Vivas ao Lucho

Com idade nova

Ontem, 22, a Letielle Jander Schuenck, completou 26 anos, o que é motivo de muitas alegrias também para seus pais Aiudi e Carlos Eduardo Jander Schuenck, o Carlinhos botafoguense e irmãos Klayfer e Bernardo, que aparecem aí na foto junto a aniversariante.

Por conta dessa ocasião especial cumprimentamos a querida Letielle com votos de felicitações também a sua família.

Vivas ao Lucho

Na próxima quinta-feira, 25, quem terá um dia cheio de cumprimentos e manifestações por completar mais um ano de vida, é o admirado empresário friburguense Osvaldo Antônio Lucho Júnior.

Desde já, esta coluna antecipa os votos de felicidades e saúde para o aniversariante.

Bodas de Jaspe

Nesta terça-feira, 23, o conhecido e querido casal Nilsinho e Suely chega à marca de 47 anos de feliz e exemplar união matrimonial, o que enche também de felicidades seus familiares e inúmeros amigos.

Para Nilsinho (maestro da banda Euterpe Friburguense) e Suely, que conforme mostra o registro fotográfico estiveram recentemente na Basílica de Nossa Senhora Aparecida para agradecer as graças e benefícios recebidos ao longo de sua trajetória conjugal, nossos cumprimentos desejos de contínuas felicidades.

Ano Novo Rosacruz

No último sábado, 20, além da chegada do outono, teve início também o Ano Novo Rosacruz, que chega a soma de 3.334.

Para quem ainda não tem conhecimento, a Antiga e Mística Ordem Rosacruz (Amorc) é uma organização mundial de caráter místico-filosófico que tem por missão despertar o potencial interior do ser humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento, em espírito de fraternidade, respeitando a liberdade individual.

Aniversariou em Campos

Na próxima sexta-feira, 26, o boa praça friburguense e médico dos mais conceituados, dr. Renato Henrique Gomes da Silva, viajou em pensamentos, carinhos e saudades, até Campos dos Goytacazes.

É que sua querida filha Rhena Schuler Silva Zacarias Paes (foto), formada em psicologia pela Uferj, especialista em Terapia de Família, mestre em Ciências Sociais pela Uenf e que atua profissionalmente no Ifis em Campos, aniversariou, para satisfação também do marido e médico dr. Fabrício Zacarias e suas queridas filhas Luísa e Júlia. Parabéns!

Sara com o seu 11°

Com atrasado, mas com grande carinho, a coluna registra o aniversário de 11 anos que a linda gatinha Sara Costa Milani - na foto ao lado da mãe Cristiane, completou na última sexta-feira, 19.

Além dos parabéns para a Sara, cumprimentamos sua mãe Cristiane, o pai Fabrício, os avós maternos Linete e Luiz Carlos, os avós paternos Lili e Edmo, a bisavó Áurea e os tios corujas Viviane e Luiz Carlos. Felicidades, Sarinha.

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    Sara com o seu 11°

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