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Doces relíquias da vida

terça-feira, 13 de abril de 2021

Hoje vou escrever sobre as avós e sobre a importância que elas possuem na vida dos netos, principalmente dos que se tornam artistas e, mais especialmente ainda, dos que se tornam escritores. Esta ideia me foi tocada por uma amiga, poeta e escritora, Catherine Beltrão. Depois de viajar pela vida, trabalhar como engenheira, ter os cabelos embranquecidos, resolveu criar canteiros diferentes em seu destino, como forma de enfeitar-se com outras flores, como também eternizar a vida e a obra de sua avó, a artista plástica francesa Edith Blin (1891-1983).

Hoje vou escrever sobre as avós e sobre a importância que elas possuem na vida dos netos, principalmente dos que se tornam artistas e, mais especialmente ainda, dos que se tornam escritores. Esta ideia me foi tocada por uma amiga, poeta e escritora, Catherine Beltrão. Depois de viajar pela vida, trabalhar como engenheira, ter os cabelos embranquecidos, resolveu criar canteiros diferentes em seu destino, como forma de enfeitar-se com outras flores, como também eternizar a vida e a obra de sua avó, a artista plástica francesa Edith Blin (1891-1983). Catherine, sem timidez, se transpôs dos números para as letras e vestiu-se de furta-cor.

A relação com as avós preenche os espaços vazios da criança, decorrente de uma relação de afeto que oferece referenciais à construção da identidade de uma pessoa. Quando esta mulher, com a experiência de anos vividos, desliza seu olhar a um neto, deixa seus melhores sentimentos colorirem os momentos em que interagem.

Eu tive avós que tanto me preencheram e tanto me trouxeram segurança e felicidade. Como a avó de Catherine, foram mulheres à frente de seu tempo. Eram profissionais e independentes, tinham suas determinações de vida bem definidas e tiveram um amor imenso por mim. Como Catherine se orgulha de sua Edith! Tanto quanto eu, minha amiga foi privilegiada por ter ganho do destino uma pessoa com riqueza de ideias e de criatividade. Agora, ela, Catherine, também avó, criou o Instituto Edith Blin, que vai acolher artistas de diferentes áreas, como as da literatura, oferecendo opções variadas de atividades a serem desenvolvidas, como contação de histórias, oficinas para leitura e escrita, debate sobre obra de autores. Acredito que Catherine sinta a vida através das cores que sua avó deixou nas telas em que fez da neta sua principal modelo.

Minha avó, Carmem Temporal, era professora de canto e tradutora de livros de bolso. Passei parte da minha infância escutando o seu dedilhar numa máquina de escrever de ferro. Aquele barulho me enterneceu, ficou no meu inconsciente e, hoje, escrevo dedilhando as teclas do computador com prazer, revivendo o passado. Meu pensamento é romântico.

As histórias entre netos e avós sempre serão ternas e saudosas. Admiro Catherine por esse empenho artístico e literário, carregado de nobreza e gratidão. Por querer perpetuar os esforços de sua avó que clamou por liberdade, igualdade e fraternidade. Que engrandeceu o ser mulher.

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Quando acaba a esperança?

sábado, 10 de abril de 2021

A esperança só é perdida quando se morre. Para todo o mais, sempre sobrará a esperança. Mesmo nos tempos mais cruéis, a esperança, menor ou maior, estará ali, debruçada à nossa frente, entre nossos dedos, dentro do peito para nos fazer seguir. E é exatamente nos tempos mais difíceis que a esperança parece nos escapar ou não existir. Mas existe e persiste nesse aqui e agora. 

A esperança só é perdida quando se morre. Para todo o mais, sempre sobrará a esperança. Mesmo nos tempos mais cruéis, a esperança, menor ou maior, estará ali, debruçada à nossa frente, entre nossos dedos, dentro do peito para nos fazer seguir. E é exatamente nos tempos mais difíceis que a esperança parece nos escapar ou não existir. Mas existe e persiste nesse aqui e agora. 

Quanto mais reclusa ou invisível é que está mais forte. Porque não é fácil ser forte diante da adversidade próxima de ser vitoriosa. Mas a esperança não padece e opera justamente na invisibilidade, manifestando-se na simplicidade de um sorriso ou na criatividade da intimidade. É a tal voz que sopra no nosso ouvido: “não desista, siga firme”. 

Ao olhar para os lados, nada vemos, mas sabemos o que escutamos em nosso íntimo. É a tal força que nos arranca da inércia de quem cansou e nos faz aguentar um pouco mais. No entanto, que se sublinhe: a esperança não é masoquista, tanto quanto não é vaidosa. É repleta de fé, mas não se jubila, nem alimenta ao crente ou ungido de si mesmo. Esse alimento é outro e não pode ser confundido com esperança. Esperança é sublime, é iluminada, tanto quanto misteriosa no seu agir.          

Se a utopia é o que nos faz caminhar – como bem disse Galeano – é a esperança que nos faz levantar e ir. A esperança, portanto, é o que nos tira da cama todos os dias para trabalhar e é a mesma esperança que nos faz estudar, cumprir tarefas, se empenhar e cuidar de nós mesmos. 

Afinal, que garantia há de que estaremos vivos amanhã? 

Se não há garantia alguma, caminhamos pela utopia de perdurar, mas na esperança de concluir. Assim, por mais que tenhamos dificuldade em achá-la perdida no meio de todo o caos, entre tantos ais, de um modo ou de outro, sentimos que a esperança está ali, ansiosa, em um cantinho qualquer do nosso ser. Pois somos seres de esperança e nos movemos por quem somos. Se assim não for, não há razão para existir. 

A esperança só morre, quando a gente morre, seja como indivíduo ou mesmo como sociedade, de tal forma que transformações não significam morte, mas evolução. E a esperança está nesse processo evolutivo, mesmo que passe despercebida.

Nesses tempos de pouca ou quase nenhuma empatia, por vezes é passível acreditar que a esperança foi aniquilada e que nós,, como coletividade, fomos derrotados. Pode até ser que enquanto conjunto social tenhamos fracassado. Mas a esperança – reforço – jamais acaba. É em um pingo de ética aqui, em um bocado de virtudes ali que a esperança resiste e nos faz resistir e até sonhar.

Enquanto houver vida, haverá esperança. E, não é tolice se apegar à essa vontade de viver - não para apenas sobreviver - mas viver em plenitude e abundância em um mundo sustentável e mais igual, em um mundo melhor da gente com a gente mesmo.      

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Definitivamente marcado o vestibular da Faculdade de Odontologia

sábado, 10 de abril de 2021

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 10 e 11 de abril de 1971

 

Manchetes: 

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 10 e 11 de abril de 1971

 

Manchetes: 

  • Vestibular da Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo - Foram definitivamente marcadas para os dias 24 e 25 de abril de 1971 as provas do tão esperado vestibular. Foi dado o primeiro passo para “Friburgo, Cidade Universitária”. 
  • Mais um 7 de abril - Aniversário de 26 anos de A VOZ DA SERRA - O dia 7 de abril é sempre de alegrias neste jornal, pela certeza do dever cumprido. O fato de vencermos mais uma etapa de vida, muito significa para nós e, sem qualquer convencimento aduzimos: também para o jornalismo fluminense e pátrio. A comunidade friburguense é a grande razão da nossa existência. Não seria agora que iríamos desfilar realizações, campanhas etc., para convencer alguém que merecemos algo de especial ou que queremos elogios pelo que fizemos. Temos convicção própria. Não pretendemos mudar uma linha sequer na trilha que seguimos. Não temos porque voltar um milímetro que seja. Se situações semelhantes às que enfrentamos surgissem, as nossas atitudes e as nossas palavras — mesmos as ásperas ou contundentes — seriam renovadas no mesmo diapasão. O jornalista é o que é e o seu jornal deve expressar aquilo que é seu, ainda que o que seja seu não agrade e para o resto do mundo não esteja certo. O que o jornalista e o jornal que ele representa não devem ser nunca, é acomodado, interesseiro, desonesto e além de outras coisas, covarde. Isso, Daí, o nosso grande orgulho.” 
  • No caminho das grandes conquistas - O presidente do MDB de Friburgo, o industrial Álvaro de Almeida está preparando um esquema da mais alta envergadura partidária, pois muito mais perto do que parece distancia-se a campanha eleitoral em direção ao pleito de 1972. Figuras de larga experiência política e desinteresse pessoal, do emedebismo, estudam uma forma de dinamizar vários órgãos auxiliares que serão criados oficialmente na Convenção Municipal de Agosto, como por exemplo, os diretórios distritais, nas quais núcleos populacionais de importância eleitoral ficam marginalizados, quando poderiam em agrupamentos inteligentes formarem forças no sentido de reivindicações junto às autoridades administrativas. 
  • Ciclo de Estudos sobre desenvolvimento e segurança nacional - A prefeitura e a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra organiza em Friburgo um ciclo de estudos sobre desenvolvimento e segurança nacional. 

Pílulas:

  • O nosso companheiro, jornalista Nelson Kemp, tomou posse nas funções de assessor de imprensa e diretor do Departamento de Divulgação da Prefeitura de Friburgo. Sem entrar no mérito da luta em que duas alas da Arena tanto se empenhavam para que seu candidato vencesse, damos parabéns ao chefe do Executivo Municipal, já que Kemp é homem de imprensa autêntico e em condições de bem desempenhar o complexo encargo que lhe está atribuído. 
  • O ex-deputado Álvaro de Almeida que com honra, altivez e dignidade preside o MDB friburguense, foi alvo de carinhosas manifestações da parte de vários líderes partidários que não só confiam na sua ação na dirigência do partido, como ainda o prestigiam de forma toda especial, dada a conduta irrepreensível e impessoal com que cuida dos problemas da agremiação, não confundido, em absoluto, problemas de pessoas ou grupos, com os do real interesse da coletividade emedebista.  
  • Cargos eletivos nunca foram e não são empregos. Daí por que o eleitorado não apoia, indefinidamente, os constantes, os habituais pretendentes às posições de mando por via de eleição. A coisa fica assim, parecendo oligarquia. Herança por via de votos. 

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: César Guinle, Reny Dessanti e Maria Angela Abicalil (11); Afrânio Veiga do Valle, Jayme Segal, Yolanda Meceni de Souza e Manoel Carneiro de Menezes (12); Laura Milheiros de Freitas e Luiza Maria Motta (13); Rogério Coêlho Netto, Irma Marreto e Laercio Rangel Ventura (14); Luzia Bazzetti de Oliveira (15); Dylma Ventura, Roberto Abicalil, Waldyr Ramalhete de Lemos e Hilda Thurler de Lima (16); Elvira Azevedo Gandur e José Brasil Emerick (17); Eliana Maria Luterback Pereira, Márcio Cláudio Luterback Pereira e Rosane Vieitas (18). 

 

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Salários do Estado

sexta-feira, 09 de abril de 2021

Salários do Estado
Sob o pretexto da grave crise financeira que enfrentou entre 2016 e 2017, o Governo do Estado do Rio decidiu mudar o calendário de pagamentos dos servidores públicos ativos e inativos. Se antes, era no último dia útil do mês, após sucessivos atrasos oficializou o pagamento sempre no 10º dia útil. A crise diminuiu, ainda que o Estado tenha prorrogado sua estadia no Regime de Recuperação Fiscal e sob o mesmo pretexto mantém os pagamentos no 10º dia útil.

Salários do Estado
Sob o pretexto da grave crise financeira que enfrentou entre 2016 e 2017, o Governo do Estado do Rio decidiu mudar o calendário de pagamentos dos servidores públicos ativos e inativos. Se antes, era no último dia útil do mês, após sucessivos atrasos oficializou o pagamento sempre no 10º dia útil. A crise diminuiu, ainda que o Estado tenha prorrogado sua estadia no Regime de Recuperação Fiscal e sob o mesmo pretexto mantém os pagamentos no 10º dia útil.

Pagamento depois dos boletos
Isso quer dizer, que os servidores do Estado sempre recebem depois do dia 10, data em que tradicionalmente vencem a maioria dos boletos. Na melhor das hipóteses, os funcionários recebem no dia 12, pois nesse intervalo haverá no mínimo um sábado e um domingo. Com a pausa da semana passada que antecipou feriados por conta da pandemia, neste mês de abril, o salário, oficialmente só seria pago no dia 16.

Feriadões atrapalham
No entanto, para não alastrar ainda mais o calendário, o Estado definiu por pagar os salários de março no próximo dia 14, dois dias antes do previsto. Os vencimentos serão quitados ao longo do dia, mesmo após o fim do expediente bancário. O Rio conta com 465.100 servidores ativos, inativos e pensionistas. O valor líquido da folha de março é de R$ 1,82 bilhão.

Terapia gratuita
O Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) do curso de psicologia da Estácio de Nova Friburgo está com plantões de atendimento psicológico. Por conta da pandemia, em formato virtual. Lembrando que a maioria dos psicólogos estão atendendo também em ambiente virtual, por conta do agravamento da pandemia.

Serviço universitário
Os acolhimentos são conduzidos por estagiários dos últimos períodos do curso de Psicologia. Cada pessoa pode comparecer a um número variável de sessões, até quatro sem agendamento. Se for necessário seguir numa terapia, serão encaminhados internamente no serviço da universidade. Os encontros são gratuitos através do aplicativo Google Meets. Os interessados podem entrar no link entre 8h e 21h, sempre com uma hora de duração, de segunda à sexta.

Nova segundona
Foi definido em arbitral realizado na tarde desta quinta, 8, a tabela e formato de disputa da nova segundona do Rio, próximo desafio do Friburguense na temporada, após cair na seletiva para a fase principal da elite do futebol carioca. Até o fechamento dessa coluna, ainda não tínhamos a tabela. A fórmula pré-definida, é a mesma da Primeira Divisão: grupo único, todos contra todos e os quatro primeiros avançando à semifinal. Apenas o campeão sobe, depois de muitos anos, sem a necessidade de seletiva.

Duas vagas indefinidas
Participam da competição Cabofriense, Sampaio Corrêa, América, Americano e Friburguense, que participaram da Seletiva em 2021, juntamente com Duque de Caxias, Maricá, Gonçalense, Angra dos Reis e Artsul. Dois integrantes ficaram em aberto. Goytacaz ou Audax, por conta de disputa judicial e o rebaixado da elite que hoje e tende a ser o Macaé.

Interior x capital
Será, portanto, uma festa do interior já que a competição, caso o Bangu não caia, terá apenas um representante da capital, o América. Quanto ao tapetão, ainda não há data para o julgamento que pode levar o time de Campos à perda de seis pontos e consequente vaga na nova segunda divisão. O clube é acusado da escalação irregular de Pepeu, hoje emprestado ao Americano, cujo contrato teria se encerrado dois dias antes do jogo em que ele foi titular diante do Serra Macaense, partida essa, realizada em Nova Friburgo.

Tapetão
Último classificado à Série A2, em caso de condenação, o Goytacaz perde a vaga para o Audax, que terminou a competição como nono colocado, apenas um ponto do alvianil campista. A tabela terá de deixar essa possibilidade em aberto. A competição deve ter início na primeira semana de junho.

Futuro incerto
Com graves dificuldades financeiras, o Friburguense se planeja para colocar o time em campo sem saber bem que time poderá montar e quando poderá iniciar a pré-temporada. Com uma segundona cada vez mais difícil, com adversários com mais dinheiro, a criatividade será fator preponderante para driblar a falta de apoio.     

Palavreando
“Há um turbilhão de pensamentos soltos no céu de minha cabeça. Perfilam palavras em frases sem artigos. Mas a desconexão delas não impede que eu entenda que espera e procura perdem sentido quando afirmo a vida para firmar pacto de felicidade comigo mesmo”.

Foto da galeria
O Colégio Anchieta chega aos 135 anos de fundação no próximo dia 12. Para celebrar tão significativa data, mesmo em tempos de pandemia, será celebrada um missa online, às 19h. Não será permitida a presença de ninguém, além dos envolvidos na transmissão do evento pelo canal do colégio no YouTube. Parabéns ao Colégio Anchieta e a todos que fazem parte dessa trajetória, afinal, todo friburguense tem uma história ligada a instituição que é muito mais do que um cartão-postal de Nova Friburgo.
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Melhor possível

sexta-feira, 09 de abril de 2021

Lya Luft escreveu: “E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que se conseguir fazer.” Sim. Que o melhor seja feito dentro das possibilidades existentes. E que novos horizontes ampliem as possibilidades para que mais bem feito ainda possa ser feito adiante.

Lya Luft escreveu: “E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que se conseguir fazer.” Sim. Que o melhor seja feito dentro das possibilidades existentes. E que novos horizontes ampliem as possibilidades para que mais bem feito ainda possa ser feito adiante.

Os perfeccionistas de plantão sabem que não dar conta de fazer o que se quer, da forma como se deseja, dói. E as vezes não é pouco. Uma sensação de impotência pode brotar de forma mais simples do que um pé de feijão que nasce do caroço deixado no copo com algodão úmido. (Aliás, aqui vale uma digressão...saudosos tempos em que fazíamos experiências como essa e víamos o milagre acontecer sob nossos olhos.)

São muitos os relatos de pessoas que se sentem constantemente exaustas e sobrecarregadas e muitas vezes a razão disso reside justamente no acúmulo de tarefas que pretendem desempenhar de forma impecável. É seguro afirmar que pessoas com esse perfil podem aliar a satisfação pelo desempenho escorreito de suas funções na vida com uma bagagem pesada de cansaço.

E o bonito dessa história é perceber que ainda assim, continuam se esforçando para honrar os compromissos assumidos da melhor maneira com que podem fazer. Dando o melhor de si, não param de descobrir caminhos de expansão interna. Vem o prazer da satisfação, do mérito plantado pelo esforço. O movimento é de dentro para fora e não o contrário. Quanta gratidão das pessoas é colhida pela doação do melhor que se pode oferecer e fazer pelo outro? A felicidade que dessa experiência advém é algo que não tem como valorar.

Mas o ponto curioso, a meu ver, é que ser “certinho”, além de rótulo esquisito, virou tratamento pejorativo, quando não adjetivo empregado com intuito de desmerecer alguém. Chegar na hora do compromisso passou a ser estranho. Cumprir prazos. Dedicar-se para alcançar os objetivos estabelecidos. Olhar para o outro. Ajudar as pessoas, então! Virou coisa de gente chata e fora do padrão.

Em um momento de tanta fluidez, tempo corrido, agendas lotadas, demanda social, interação, inchaço nas relações, ser pessoa cumpridora das regras que ainda assim se esforçam para priorizar o comprometimento, não deveria ser elogio?

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Renda básica universal. Já ouviu falar?

sexta-feira, 09 de abril de 2021

Já parou para pensar na potencial promoção da qualidade de vida em uma família que todos têm direito ao recebimento da Renda Básica Universal. Imagine se todo cidadão, apenas por sê-lo e de maneira incondicional, tivesse direito a uma renda mínima para garantir o seu direito à subsistência e – principalmente – dignidade humana. Parece utópico e distante, mas estamos falando de transferência de renda e isto já é realizado no Brasil. Contudo, o momento de crise nos permitiu ensaiar movimentos complexos e capazes de se tornarem, com muito estudo aplicado, realidade intermitente.

Já parou para pensar na potencial promoção da qualidade de vida em uma família que todos têm direito ao recebimento da Renda Básica Universal. Imagine se todo cidadão, apenas por sê-lo e de maneira incondicional, tivesse direito a uma renda mínima para garantir o seu direito à subsistência e – principalmente – dignidade humana. Parece utópico e distante, mas estamos falando de transferência de renda e isto já é realizado no Brasil. Contudo, o momento de crise nos permitiu ensaiar movimentos complexos e capazes de se tornarem, com muito estudo aplicado, realidade intermitente.

Antes de darmos continuidade ao ensaio de um Brasil onde todo cidadão (incondicionalmente) tenha acesso ao recebimento recorrente desta renda básica, vamos refletir sobre os programas já existentes de transferência de renda. Você conhece o BPC? Talvez não por nome, mas o Benefício de Prestação Continuada abrange cerca de 4,6 milhões de pessoas e garante a todo cidadão com deficiência ou maior de 65 – ambos com receita menor de ¼ do salário mínimo – o direito ao recebimento de um salário mínimo mensal. Ademais, ainda há o Bolsa Família cujas condicionantes são mais específicas e permite o recebimento mensal de R$41 a R$205 e contempla cerca de 13,9 milhões de famílias brasileiras.

Até aqui, portanto, ainda não entrei no mérito representativo em relação ao poder de compra oferecido por estes programas; prefiro deixar esta discussão para a conclusão do texto e não interromper (não mais) o andamento do pensamento. Afinal, ainda há muito assunto a ser ponderado.

Quando falamos em programas de transferência de renda, é fundamental entendermos como é feito o mapeamento da população em caráter de vulnerabilidade antes de partirmos para a execução de fato; ponto que demonstrou bastante fragilidade durante a distribuição do auxílio emergencial (também um programa de transferência de renda) durante a pandemia quando se mostrou ineficaz ao calcular o número de pessoas beneficiadas e os números saltaram de 21 para 31% da população ao longo de muita bagunça. Cá entre nós, este mapeamento era para estar na ponta da língua! Hoje em dia, as grandes empresas de tecnologia são capazes de mapear a população brasileira muito melhor que qualquer CadÚnico ou Dataprev (repare na reinvenção do capital quando falamos sobre acesso a dados, entraremos nesta questão mais a frente). Este, por fim, é o primeiro grande passo antes de iniciarmos um projeto piloto de renda básica (por enquanto não universal): definir exatamente os participantes e valores do projeto.

Mas meu “espaço” aqui é curto e chegou a hora de desenharmos a universalização do acesso à renda básica: nasceu, tem direito imediato e incondicional. Esta é uma proposta bastante antiga e seus primeiros experimentos (ainda que por acaso) foram realizados no final século 18 na Inglaterra quando, em meio às guerras napoleônicas, os preços dos grãos dispararam diante de embargos comerciais, a inflação dos alimentos disparava e pessoas morriam de fome. Foi quando ficou declarada para aquela específica região, a renda básica como garantia de vida e dignidade humana. O projeto durou mais de 30 anos e foi cessado por opositores políticos.

Pronto, chegamos num ponto inevitável para falar de transferência de renda: a política. E assim entramos, também, no mérito do valor da renda em questão. Afinal, não é apenas injetar liquidez (grosseiramente, um quase sinônimo para dinheiro). Portanto, como vamos transferir a renda? De onde sai e para onde vai o dinheiro? O que isso influencia na forma como o capital está se reinventando?

Para responder a estas perguntas continuarei este tema na próxima semana. Ainda temos muito o que conversar sobre o futuro das relações humanas diante de modelos econômicos.

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As cores de Nova Friburgo

quinta-feira, 08 de abril de 2021

Na coluna de hoje faço um pequeno resumo sobre as características dos povos formadores de Nova Friburgo. Antes mesmo que os suíços se instalassem na colônia de Nova Friburgo havia na região fazendeiros originários de Minas Gerais e colonos portugueses dos Açores e da Ilha da Madeira. Merece destaque Antônio José Mendes, nascido em 1822, natural dos Açores, que se estabeleceu nas Terras Frias atual distrito do Campo do Coelho.

Na coluna de hoje faço um pequeno resumo sobre as características dos povos formadores de Nova Friburgo. Antes mesmo que os suíços se instalassem na colônia de Nova Friburgo havia na região fazendeiros originários de Minas Gerais e colonos portugueses dos Açores e da Ilha da Madeira. Merece destaque Antônio José Mendes, nascido em 1822, natural dos Açores, que se estabeleceu nas Terras Frias atual distrito do Campo do Coelho.

A família Mendes foi proprietária da histórica Fazenda Rio Grande. Além de lavradores organizaram um espaço para comercialização das roças dos pequenos e médios agricultores no Campo do Coelho, conhecido como Barracão dos Mendes. O Ceasa é fruto deste mercado abastecendo o Rio de Janeiro com produtos de Nova Friburgo, Teresópolis e Sumidouro. São inúmeras as famílias descendentes de colonos suíços em Nova Friburgo. Tornaram-se pequenos produtores rurais e hoje estão concentrados em Lumiar, São Pedro da Serra e Amparo, todos distritos agrícolas.

Os Mozer mantêm a tradição da elaboração da broa de milho com legumes crus que foi considerado como patrimônio histórico material pela Câmara de Vereadores. Com relação a comunidade alemã geralmente se confunde a história dos que vieram em 1824 para Nova Friburgo como colonos com os empresários imigrantes que instalaram indústrias a partir de 1911 no município. Os alemães além da atividade econômica deixaram uma importante contribuição, a prática do montanhismo. Criado em 1935, o Centro Excursionista Friburguense promovia excursões, longas caminhadas e escaladas. O centro existe até hoje e foi considerado pelo governo do estado como patrimônio cultural imaterial.

O médico napolitano Carlos Eboli, além de ter influenciado na vinda do Colégio Anchieta para Nova Friburgo estabeleceu em 1872 o Instituto Sanitário Hidroterápico cujo complexo nos dias de hoje é o Colégio N.S. das Dores. Imigrou também para Nova Friburgo no final do século 19 a família italiana Martignoni. Elviro Martignoni pintou afrescos e quadros nas residências dos barões de Nova Friburgo. No Palácio Nova Friburgo, hoje Museu da República, executou afrescos na sala de banquete.

Já os Spinelli se destacaram na construção civil na edificação do palacete do Barão de Duas Barras. Trouxeram para Friburgo na década de 1950 o primeiro avião monomotor para transporte de passageiros. O campo de pouso situava-se ao lado onde hoje se localiza o Batalhão da Polícia Militar. Investiram igualmente na pecuária e produziam o vinho granjinelli.  Foi em Duas Pedras que inúmeros imigrantes italianos escolheram para residir ou instalar os seus negócios.

Os espanhóis exerceram atividades de oleiros, ceramistas e hoteleiros. A edificação do Anchieta deve muito ao imigrante espanhol Francisco Vidal Gomes, natural de Pontevedra, na Espanha. As escadas em peroba, de puro encaixe, não tendo levado um só prego feitas no colégio são um exemplo de sua genialidade. Executou a obra gratuitamente e na sala do reitor existe uma pintura de Francisco Vidal em sua memória.

Como os libaneses ao imigrarem para o Brasil viviam sob o domínio turco-otomano a população os chamava de turcos. Por herança atávica se dedicaram ao comércio abrindo armarinhos, alguns trabalhando antes como mascates. Quase metade do comércio da Rua Alberto Braune era de libaneses. Os japoneses deram imensa contribuição à lavoura nos distritos agrícolas de Nova Friburgo. Outrora a lavoura de legumes era rasteira ficando vulneráveis às pragas. Os japoneses ensinaram os agricultores a usarem estacas verticalizando a planta e ganharam em produtividade. Igualmente instruíram na preparação de estufas revolucionando o modo de plantio.

Toda esta imigração de europeus e asiáticos acabou atraindo um pequeno grupo de húngaros e austríacos para Nova Friburgo que se dedicaram a hotelaria e fazem questão de trazer sempre a memória de seus antepassados. O município tem igualmente matriz africana. Imigrantes forçados chegaram a Nova Friburgo como escravizados. O município foi criado para abrigar uma colônia de trabalhadores livres, uma experiência pioneira no Brasil.

No entanto, Friburgo tinha em duas de suas freguesias São José do Ribeirão e N.S. da Conceição do Paquequer significativo plantel de escravizados. Nos dias de hoje só não possui uma população maior de afrodescendentes porque as regiões com maior concentração de escravos foram desanexadas do município. Cerca de 3,8 milhões de imigrantes europeus entraram no Brasil entre os anos de 1887 e 1930. Os italianos formavam o grupo mais numeroso, vindo a seguir os portugueses e depois os espanhóis.

Nova Friburgo tem tradicionalmente um perfil hospitaleiro em razão de ter sido escolhido por veranistas e pelos que buscavam a cura de doenças. Com os imigrantes percebemos que foi igualmente acolhedora. Todos os anos na celebração do aniversário da cidade os descendentes destes imigrantes trazem a memória e as cores de Nova Friburgo.  

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    As cores de Nova Friburgo. Acervo AVS

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    Friburgo, uma cidade acolhedora.

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    Homenagem da Câmara às colônias. Acervo AVS

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Por que algumas pessoas se automutilam?

quinta-feira, 08 de abril de 2021

Parece epidemia, jovens se automutilando. Automutilação é agredir a si mesmo, sem necessariamente desejar o suicídio. A ideia do automutilador é que ao se ferir obtém alívio da dor emocional a qual ainda não sabe resolver maduramente. É uma troca entre a dor emocional e a dor física. Por que alguém decide machucar seu próprio corpo?

Parece epidemia, jovens se automutilando. Automutilação é agredir a si mesmo, sem necessariamente desejar o suicídio. A ideia do automutilador é que ao se ferir obtém alívio da dor emocional a qual ainda não sabe resolver maduramente. É uma troca entre a dor emocional e a dor física. Por que alguém decide machucar seu próprio corpo?

A dor mental básica no ser humano é a angústia que produz sintomas físicos como aperto no peito, dificuldade para respirar, pressão na nuca, frio na barriga, perda ou aumento do apetite, sensação de dificuldade de engolir, e outros sintomas. Manifestações físicas da angústia ocorrem por ser uma forma de aliviar a mente.

Lidar conscientemente com dores emocionais é um desafio. A dor dói e não queremos pensar nela. Mas a dor da angústia é um sinal, um alarme dizendo que há algo errado que precisa conserto, não necessariamente através de medicação. É como a luz vermelha do painel do carro que ao acender indica um defeito. A angústia não é inimiga. Ela serve como sinal de que existe algo na sua vida que precisa ajuste, mudança, reparo.

Ao se machucar intencionalmente, a dor provocada pela automutilação diminui o sofrimento da angústia porque a pessoa passa a se concentrar na dor da ferida física. Em torno de 20% dos jovens adolescentes se mutilam, sendo 88% do sexo feminino, e mais comum entre os 14 e 16 anos de idade. Em 60% dos casos há um diagnóstico de transtorno do humor e 90% escolhem se cortar ou se arranhar. Muitos fazem isto em locais no corpo que dá para disfarçar com o uso de calça comprida, camisa ou blusa com manga longa, mesmo que esteja no verão.

Alguns automutiladores possuem uma alteração de caráter chamada Transtorno de Personalidade Borderline. Mas nem todos que se automutilam são borderlines. A palavra “borderline” significa “fronteira”, “limite”. Pessoas com características borderline apresentam um comportamento fronteiriço ou no limite entre a normalidade e a loucura. Muitos jovens praticam a automutilação ao estar vivendo sob forte pressão psicológica, possuem sentimentos de auto-depreciação e têm dificuldade de expressar verbalmente o que sentem. Em cima disso, eles têm uma imaturidade do ego, uma fragilidade psicológica que facilita esta atitude doentia.

Geralmente se ferem dando socos em si mesmos, se cortando com gilete, faca, vidro, ou outro objeto cortante, dão chicotadas em si, mordem uma parte do corpo, batem a cabeça na parede, usam agulhas para furar a pele, entre outras formas de se mutilar. A forma mais comum de automutilação é fazer cortes nas pernas, coxas, barriga, braços e pulsos. Dentre os motivos que levam pessoas a se automutilarem estão: punir a si mesmas; diminuir a ansiedade, frustração, raiva, tristeza; tentativa de mostrar o quanto aguentam uma dor física; falta de autocontrole emocional; fugir da sensação dolorida de vazio; querer se vingar de alguém e gerar culpa no outro; e também para evitar o suicídio.

Apesar de que a principal função da autoagressão é provocar dor física para aliviar a dor emocional, atendi uma jovem moça que me disse que se automutilava porque se sentia um nada. Ela havia sido desprezada pelo pai que se separou da mãe e não a procurava como filha, e a mãe havia ido para longe, deixando-a com uma avó grosseira com ela. Ela se sentiu desprezada. Se sentiu não ser uma pessoa. E ao se cortar e sentir a dor, era como se dissesse para si mesma: “Eu sou alguém! Eu sou esta pessoa que sente esta dor!”

A automutilação pode causar complicações como infecções, cicatrizes, lesões permanentes e morte. O tratamento envolve psicoterapia para a pessoa poder desabafar, ser acolhida, entender os traumas que viveu e o que tem feito com eles, aprender a lidar com suas emoções dolorosas de forma consciente e auto-protetora. Em alguns casos pode ser preciso tomar alguma medicação temporária prescrita pelo médico psiquiatra para reduzir a ansiedade excessiva, a alteração do humor ou outro sintoma complicado.

Até que a pessoa aprenda a administrar saudavelmente suas emoções e pensamentos distorcidos, o profissional ensina a diminuir o modo de se machucar. Exemplo, ao invés de se cortar com gilete, a pessoa pode segurar uma pedra de gelo por alguns minutos.

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Aquelas velhas tardes

quarta-feira, 07 de abril de 2021

“Wanderson, o jornalismo impresso é diferente de tudo. No rádio ou na TV as palavras se perdem. Mesmo na internet, se corrige, se altera, se edita. Mas no jornal impresso, o que está escrito fica lá, para sempre. A pessoa lê, relê e comprova: “o autor quis dizer mesmo aquilo que está escrito”. Por isso, é preciso muito cuidado com o que se escreve. É um exercício difícil e de grande responsabilidade. Maior do que em qualquer outro veículo de comunicação”.

“Wanderson, o jornalismo impresso é diferente de tudo. No rádio ou na TV as palavras se perdem. Mesmo na internet, se corrige, se altera, se edita. Mas no jornal impresso, o que está escrito fica lá, para sempre. A pessoa lê, relê e comprova: “o autor quis dizer mesmo aquilo que está escrito”. Por isso, é preciso muito cuidado com o que se escreve. É um exercício difícil e de grande responsabilidade. Maior do que em qualquer outro veículo de comunicação”. Disse-me Laercio com sua voz inconfundível, própria das imitáveis, em um de seus muitos conselhos daquelas tardes de muito aprendizado.

Parêntesis: já reparou que só se imitam vozes de pessoas muito especiais ou destacadas? A inconfundível fala de Laercio é dessas vozes que, respeitosamente, se imitam, tanto quanto os bons tendem a tentar imitar o seu exemplo.

Diante de sua mesa - arrumada para ele e bagunçada para quem quer que chegasse à sua sala - era certeza de aprendizado. Ficava tardes inteiras lá, ouvindo suas histórias de biógrafo que sabia ler as pessoas, os contextos, os segredos do cotidiano friburguense que ele, sabiamente, escolhia não publicar ou ao máximo deixava no enigma das entrelinhas. Um piadista de seriedade profunda e caráter ímpar. Porque Laercio tinha essa sagacidade sábia tão difícil de encontrar no chamado New Journalism (jornalismo literário) e mais ainda no jornalismo tal qual se vê aos montes por aí. Qualidades tão próprias de quem tem a sensibilidade de desprezar o afã ansioso da notícia para tomar decisões quase sempre certeiras.

Laercio segue atual e necessário que chego a me perguntar: por que oitenta e três anos parecem tão pouco para os grandes? Noventa, cem, duzentos também seriam poucos anos para Laercio.

Saudades imensas daquelas velhas tardes de conversas que me moldaram o caráter, a ética, o amor ao cotidiano, o respeito à história, às instituições, ao jornalismo e a Nova Friburgo. Saudades gigantes desse gigante da memória de Nova Friburgo - e não é ousadia dizer - do jornalismo fluminense.    

Assim, apesar de não ser o fundador, Laercio era e é A VOZ DA SERRA. Nós, apenas nos emprestamos para fazer essa voz da serra manter sua sonoridade e importância, pois do outro lado tem muita gente que desperta para ouvir o que essa voz - através da escrita - diz. E, ousamos em ser um pouco parte desse biógrafo que é e sempre será Laercio Ventura.

Peço e só peço, que aquelas velhas tardes para mim sigam me inspirando e me orientando. Que aquelas velhas manhãs, tardes ou noites sigam orientando e inspirando os meus colegas e todos aqueles que conviveram com Laercio, seja na sua sala de mesa bagunçada (arrumada para ele), no prelo ao fechamento de cada edição, no café da Galeria São José ou mesmo nos encontros dos clubes, associações, nos resquícios do Esperança ou em qualquer lugar que ele tenha deixado a sua marca: sem exageros, em cada canto e rua dessa cidade. Para que assim, mesmo nos tempos mais difíceis e incertos, essa voz siga sendo A VOZ DA SERRA.

 

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Nova plataforma de transporte

quarta-feira, 07 de abril de 2021

Nova plataforma de transporte
Nova Friburgo ganha novo aplicativo de transporte privado. Trata-se do Garupa, uma tecnologia que é 100% brasileira. Com a crise do transporte público, as plataformas desse tipo tem sido cada vez mais usadas. Em Nova Friburgo, muitos motoristas usam aplicativos do tipo como sua renda principal, mais até do que renda extra. Por aqui, é quase impossível encontrar carros pelo Uber. A maioria usa o 99, devido a taxas menores.

Nova plataforma de transporte
Nova Friburgo ganha novo aplicativo de transporte privado. Trata-se do Garupa, uma tecnologia que é 100% brasileira. Com a crise do transporte público, as plataformas desse tipo tem sido cada vez mais usadas. Em Nova Friburgo, muitos motoristas usam aplicativos do tipo como sua renda principal, mais até do que renda extra. Por aqui, é quase impossível encontrar carros pelo Uber. A maioria usa o 99, devido a taxas menores.

Garupa
Nessa concorrência, o desenvolvedor nacional firmou parcerias locais e prometem taxas menores para os motoristas, uma gama maior de serviços como contratos específicos com empresas, entrega de objetos e alimentos e até serviços específicos para gatos e cães. Além disso, um escritório local para relacionamento e equação de possíveis problemas e demandas.

Uma das primeiras do país
Nova Friburgo, inclusive, é uma das primeiras cidades do interior do Brasil a contar com o serviço que já está sendo iniciado, por aqui. Com as taxas menores e atendimento local, os empreendedores acreditam que logo estará na frente dos concorrentes estrangeiros como o serviço mais usado pelos friburguenses.

Crise local, mas nacional também
A crise no transporte público não é uma exclusividade de Nova Friburgo. Enxergar dessa forma é visão limitada. É uma crise nacional que se viu ainda mais agravada pela pandemia. Negá-la é como negar a importância da vacinação. Sem entrar nos adendos locais, a alta nos custos dos combustíveis, a queda no número de passageiros e a concorrência de transportes alternativos tem levado a uma série de discussões para inovar os serviços e até avançar nas questões de subsídio governamental.

Saídas para a crise existem
Fato é que medidas precisam ser urgentemente tomadas. Entre as quais, a mudança da matriz energética usada e o uso de tecnologia para um serviço mais eficaz e na própria relação com o usuário. Uma das mais modernas é o on demand, ônibus sob demanda. Todas reduzem custos. Atual ainda é a máxima do fim dos anos 90, sugerida pelo modelo argentino de que transporte público é bom, quando o rico prefere deixar o carro em casa e usar o transporte coletivo.          

Varejo em 2020
Já que estamos falando em dificuldades impostas pela pandemia e reinvenção através de inovação e tecnologia, um dado interessante para essa semana de muitas polêmicas envolvendo o abre e fecha do comércio. O varejo em 2020 firmou-se no e-commerce com 13 milhões de novos clientes no Brasil. Foram fechadas 75 mil lojas, muitas por aqui, infelizmente.

Reinvenção
Os valores do e-commerce mostram que o dinheiro não sumiu, mudou de mão, em novas formas. Software e tecnologia, recursos para marketing e experiência em logística fez muita diferença. Aqui, algumas boas experiências acumuladas pelo setor têxtil e pelas indústrias maiores. O varejo vai precisar, talvez, de uma ferramenta coletiva local para entrar nesse modelo.

Clubhouse
Tecnologia e inovação com imitação adaptada. A Microsoft, por meio de uma de suas empresas, o LinkdIn, anunciou que está desenvolvendo uma ferramenta que permitirá que usuários possam conversar em salas de áudio. A espécie de Clubhouse dentro do LinkedIn terá caráter mais profissional, com foco em geração de negócios e oportunidades, com menos entretenimento.

Stalkear agora é crime
A prática de “stalking” agora pode ser considerada crime, seja no mundo real ou no meio digital. O termo “stalkear” vem do verbo em inglês “to stalk”, que significa “perseguir”. E é exatamente a esses casos que a lei se refere. De acordo com o texto que entrou em vigor nessa semana, o ato consiste em seguir alguém reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando a integridade física ou psicológica da vítima ou invadindo sua liberdade ou privacidade.

Lei
Antes, esse comportamento era classificado como contravenção penal, com reclusão de 15 dias a dois meses, ou multa. Agora, a condenação pode ser de seis meses a três anos. Com o desenvolvimento da tecnologia, a forma como nos relacionamos mudou e a necessidade da legislação se adequar à atualidade é constante.

Palavreando
“Um jornal pode ser perecível como o tempo, virar embrulho de peixe, mas a partir do momento que se registra um fato, ele vira história e perpetua-se. As histórias de Nova Friburgo se perpetuam nas páginas já amareladas da 1ª edição de A VOZ DA SERRA e continuam a se encontrar nas páginas coloridas de hoje”.

Foto da galeria
O aniversário de A VOZ DA SERRA nos faz lembrar do tempo em que os exemplares de jornais eram deixados nas portas de nossos assinantes, por funcionários que, inicialmente iam a pé, depois a cavalo, até chegar à bicicleta, no século passado. Prática essa que se estendeu por longos anos aqui no jornal, numa crescente atividade que foi passando de um para outro funcionário. Assim foi até pouco anos atrás, quando restou como relíquia a última bike a cumprir sua missão de subir e descer ruas, atravessar avenidas, percorrendo bairros, os mais distintos entre si, por toda Nova Friburgo. A profissão de jornaleiro é mais antiga do que imaginamos. Encontramos registros dessa atividade desde meados do século 19. Especula-se que a profissão de jornaleiro já conte, aproximadamente, com 150 anos de existência em nosso país. No principio, a função de distribuir os jornais cabia aos negros escravizados, que os vendiam pelas ruas enquanto gritavam as principais manchetes do dia para atrair a atenção dos transeuntes. O prim
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