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As mães não morrem nunca

sábado, 01 de maio de 2021
Foto de capa
(Foto: Pixabay)

Essas efemérides que machucam nossa existência. São nas datas de motivos para a família se reunir que mais grita a tal saudade que nunca cessa. Fica lá, todos os dias do ano, em um sossego arisco nas paredes do coração e nos músculos da alma. 

Mas é nessas ocasiões de Natal, Páscoa, aniversários, Dia dos Pais ou das Mães que a visita parece mesmo inevitável. Olha-se para o lado e o vizinho está em festa, os amigos estão em confraternização. Mas ao olhar para o lado também se percebe que você e seus irmãos não são os únicos a ter essa ausência física.  

Essas efemérides que machucam nossa existência. São nas datas de motivos para a família se reunir que mais grita a tal saudade que nunca cessa. Fica lá, todos os dias do ano, em um sossego arisco nas paredes do coração e nos músculos da alma. 

Mas é nessas ocasiões de Natal, Páscoa, aniversários, Dia dos Pais ou das Mães que a visita parece mesmo inevitável. Olha-se para o lado e o vizinho está em festa, os amigos estão em confraternização. Mas ao olhar para o lado também se percebe que você e seus irmãos não são os únicos a ter essa ausência física.  

Já faz algum tempo que eu ficava triste no Dia das Mães. Engulo o choro com saliva quente e ordeno, como se pudesse determinar, para que essa dor, que é serena também, fique aquietada. Mas essa carência segue a me visitar nessas outras datas especiais e em muitos outros momentos do cotidiano. Aliás, é no cotidiano que fica mais evidente essa falta que faz. 

As mães não deveriam morrer nunca. Elas tinham que ser tão permanentes como o amor que deixam. É percebendo esse amor tão presente, mesmo com o passar dos anos, que digo a você que ainda tem ao lado sua mamãe ou a você que, assim como eu, não tem mais esse privilégio, que as mães... As mães não morrem nunca. 

São todas santidades como Maria. São divinas para além do poder da criação. Porque os que as torna mães não é o ato de gerar o feto e parir. O que as torna mães é esse laço que extrapola ventre e cordão umbilical e a faz amar de tal forma que não há nada mais egoísta que um filho querer partir antes de sua mãe. 

Porque a natureza ensina que nem mesmo santa, uma mãe pode suportar o tamanho da dor de perder seu filho. Compreendendo isso, ainda que essa compreensão não nos faça menos egoístas, sigo a vida olhando para o céu como se minha mãe fosse estrela nos pensamentos que me guiam. Mães são guias. Mães são múltiplas metáforas para o amor.           

O tempo na sua fúria incontida nos envelhece, nos faz ser pais, nos faz adultos e esse amor pela mãezinha querida se renova mesmo sem novidades. É um amor que até se reinventa, mas não muda. Ficam os cheiros do perfume na pele ou do café ou do feijão cujos sabores jamais poderão ser experimentados de novo. Fica o tom de voz, mesmo quando mais brava, seguido da nostalgia de sorrisos de quem não sabe brigar. Mães não brigam, aconselham. 

Ficam as preocupações de quem só queria o bem e essas preocupações ecoam mesmo muitos anos depois, daquelas mais corriqueiras, as de cuidar do futuro. Ficam as ligações pelo telefone mesmo nas horas mais inoportunas, para assunto algum que, na verdade, eram apenas uma das muitas formas de dizer eu te amo.

Saudade que se atropela sem causar acidentes. É choro que não se segura e, sabiamente, toma a inundar o peito para fazer se sentir parte de algo mais importante que o mundo. 

Mães nos fazem importantes, protagonistas. E mesmo quando não estão mais a nos dirigir, ainda sim nos salvam, até de nós mesmos. Sentimento maior, próprio do que é divino ou mais. Mães nos perpetuam e as eternizamos. Pois as mães não morrem nunca.  

 

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Aprovada quota de representação para o presidente da Câmara

sábado, 01 de maio de 2021

Edição de 1 e 2 de maio de 1971            

Manchetes

Edição de 1 e 2 de maio de 1971            

Manchetes

  • Aprovada pelo Legislativo quota mensal de representação para o presidente da casa - A comentada decisão da Câmara Municipal está fadada a grande movimentação, já que considerada ilegal, verdadeiramente afrontosa às leis vigentes. Primeiro haverá reclamação, depois ação popular, caso não seja vetada ou anulada a resolução.
  • Dona Marly de Almeida - Aniversaria no dia 3 de maio a senhora Marly de Almeida, esposa do industrial, Álvaro de Almeida. Figura conhecida e admirada em vários setores, notadamente naqueles em que a pobreza se concentra, Dona Marly se dedica, de modo especial ao amparo dos menos favorecidos. Cumprimentamos a aniversariante levando-lhes os votos de alegria perene.
  • Santa Casa de Misericórdia - O Conselho Administrativo da Santa Casa, depois de apreciar as considerações do diretor do Hospital Santo Antônio sobre publicações consideradas injuriosas, resolveu por unanimidade, nomear os membros do Conselho Consultivo para sob a presidência do primeiro constituírem uma comissão de sindicância para apurar os fatos apontados. 
  • Dr. Hélio Gama - Autêntica afirmação de capacidade e inteligência, o professor Hélio, que na gestão passada exerceu a mesma função, foi convidado e aceitou chefiar o cerimonial do Palácio Nilo Peçanha, servindo assim ao governador Padilha. O professor Hélio, jovem culto e com curso ''Rio Branco'' que como se sabe é altamente especializado, tem um notável espírito de organização.
  • O correio local suprime entregas aos domingos - A decisão altamente prejudicial, notadamente no que se refere a jornais carece de ser imediatamente reformulada, já que serviços públicos não devem sofrer interrupções. Verdadeiro paradoxo: massacre tarifário com piora do serviço.
  • Dia do Trabalho - Pouca coisa está programada em Friburgo, para festejar o dia 1º de maio, consagrado ao trabalho e consequentemente aos que trabalham. Não estamos em vésperas de eleições, e, assim sendo, não deve ser necessário cortejar a massa operária.
  • Muito bem - À executiva da F.E.C, com seu chefe professor Wilson Braz Teixeira, no comando bem como os diretores da Faculdade de Odontologia estão de parabéns pela boa ordem no vestibular. Com cada um dos dirigentes atuando no setor certo e disposto a cooperar para o êxito do concurso, os problemas surgidos foram fácil e adequadamente solucionados. Vale destaque para o reitor da Faculdade de Odontologia, que foi sem qualquer forma de dúvida o grande arquiteto do sucesso geral alcançado. 
  • Paupérrima a programação da festa máxima dos friburguenses - Segundo tivemos a oportunidade de apurar, o programa organizado para os festejos de 16 de maio - aniversário de Nova Friburgo, está simplesmente paupérrimo, contrariando o que vinhamos prognosticando.
  • Empresa de ônibus 1001 faz milagres para cumprir horário -  A 1001, concessionária da linha Friburgo-Niterói, vem fazendo verdadeiro milagre para cumprir horários e assim bem servir seus usuários. É que a estrada de rodagem, no trecho da serra, está cheia de buracos, lama, com lugares escorregadios e perigosos, dado o estado lastimável que o doutor ex-prefeito de Friburgo deixou a via. Aliás, todas as estradas que o moço mexeu, ficou em petição de miséria... Há que ressaltar, que a mencionada empresa recentemente colocou na linha Friburgo - Niterói, seis moderníssimos ônibus, da última linha lançada pela mais conceituada fabricante de veículos de transportes coletivos.

Pílulas:

  • Apromixa-se o dia comemorativo de mais um aniversário da município - 16 de maio - que este ano coincide em domingo, portanto, mais que propício ao desenvolvimento de programação especial. - Não se diga que há pouca verba e que, portanto, pouco se pode fazer. A festa máxima friburguense deve constar no primeiro plano no calendário turístico local, em todos os ''calendários'' que haja ou venha a haver, devendo ter precedência sobre muita coisa que comumente é arranjada no sentido de gastos...
  • A Autarquia Municipal de Água e Esgoto ''encheu'' a cidade de burracos e de ''vassamentos''. Dias, semanas, e até meses decorrem sem que a buraqueira e as poças d'água desapareçeram. Enquanto isso, altas verbas são gastas pelo referido órgão, em comunicados e explicações, que são destinadas, especialmente a fornecer matéria paga a felizardos previamente escolhidos,  fato que dá pra pensar...
  • Enquanto tudo isso acontece nesta muileal cidade de Nova Friburgo, os ônibus inter-estaduais  - de e para Niterói e Guanabara - continuam a ter suas partidas e chegadas pela Rua Ernesto Brasílio...

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra aniversários de: Conceição Cortes Teixeira, Laura Maria Cariello e Oscar Schultz (1º); jornalista Abel Rodrigues e professor Jõao Batista de Moraes (2); Ned Torres, Rafael  Pecci, Regina Maria Fátima, Juvenal Evêncio Folly e Janete Maria (3); Dona Maria Natividade (4); Professor Melsena (5); Dona Alice Cúrio e professora Maria Nilce Ventura Coutinho (6); Dona Maria da Glória Ventura e coronel Heber Alves da Costa (7).
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Melhor do Brasil

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Melhor do Brasil

Melhor do Brasil
A unidade de Nova Friburgo da Universidade Estácio de Sá foi eleita a melhor entre todas as 93 espalhadas pelo país. O prêmio de Excelência em Gestão avalia os pilares acadêmico, de relacionamento com o aluno, atração de alunos, financeiro/administrativo e de gestão de pessoas e recursos humanos. Vale ressaltar as coordenações desses pilares que deram à unidade friburguense o prêmio de Excelência em Gestão. São eles: Aline Parise, Beatriz Quinas, Marcus Campagnucci, Rômulo Amêndola e Victor Nogueira. Parabéns a eles e todos os demais profissionais envolvidos.

Cidades sustentáveis
Por falar em universidade, a Uerj está com inscrições abertas para o programa Agenda 2030: Cidades e Comunidades Sustentáveis. O evento que será totalmente em ambiente virtual pretende ampliar a construção de pontes visando um mosaico de ações interdisciplinares de ensino, pesquisa, extensão, cultura e ativismo em prol de metas constantes da Agenda 2030.

Agenda da ONU
De 18 a 27 de maio, diversas mesas debaterão temas sensíveis às cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis com recorte do antes, durante e depois da pandemia. Experiências internacionais também serão abordadas como exemplos. Lembrando que a Agenda 2030 é uma proposta da ONU com diversas metas voltadas para o combate às desigualdades, a erradicação da fome e da miséria em um mundo sustentável.

Airbnb
Um tema cada vez mais recorrente ganhou importante capítulo nessa semana: o Airbnb é permitido em condomínios residenciais? Prática cada vez mais comum em Nova Friburgo e para friburguenses que viajam especialmente para regiões praianas, alugar pela plataforma colaborativa em condomínio residencial é prática que pode vir a ser proibida.

Decisão judicial
O Superior Tribunal de Justiça encerrou um processo que tramitava exatamente sobre a proibição ou em termos mais concretos sobre o condomínio ter autonomia para definir as regras do local e, portanto, proibir as locações. O principal foco da ação em questão foi a alta rotatividade de estranhos, que ganhavam inclusive cópia da chave do portão de entrada, nas dependências do edifício.

Jurisprudência
A decisão abre margem para outros condomínios e apesar de tratar de um caso específico, ela poderá servir de base para situações posteriores semelhantes, incluindo a chamada jurisprudência. Mas também pode servir para que os condomínios passem a colocar essa norma em suas convenções, com o indicativo de que a norma passou a ter respaldo jurídico.

Vazamento de dados
O Brasil é o 4º país do mundo que mais tem exposto seus órgãos públicos ao vazamento de senhas e deixado os sistemas que contêm informações de milhões de brasileiros descobertos facilitando o ataque de criminosos que operam na internet. Ranking organizado pela Syhunt, empresa de cibersegurança, aponta prefeituras como um dos sistemas mais fáceis de serem vazados, incluindo informações sensíveis dos cidadãos.  

Prefeituras são alvos fáceis
No ranking nacional, a Prefeitura de Macaé, por exemplo, já aparece como o 5º órgão público do Brasil com mais vazamentos de senhas e informações. O ranking que só leva em conta o recorte dos órgãos públicos é liderado pela Caixa Econômica Federal. No Top 10 estão ainda o Banco Central, Câmara dos Deputados e a Previdência Social.

Mudanças de mercado
Muito comentado pelo mercado financeiro foi a compra da Hering pelo Grupo Soma, dono das marcas Farm, Animale e Maria Filó. Compra pouco comentada, mas que mexe também com diversas lojas do país, inclusive com Nova Friburgo, foi a compra pelas Lojas Americanas do Grupo Uni.co, dono das marcas Puket, Imaginarium, MinD e Lovebrands.

Expansão corporativa no cotidiano
Com a aquisição, o objetivo das Lojas Americanas é aumentar a presença em segmentos de maior frequência de compras, como moda, acessórios, presentes e design. Nova Friburgo que já teve loja da Imaginarium, por exemplo, pode ver o retorno da marca e a chegada das demais através das quatro ou de uma das lojas da Americanas instaladas no município.

Palavreando
“Escolhemos errado pela inexperiência, escolhemos impensadamente pelas paixões, escolhemos certo pelo exemplo alheio, deixamos de escolher por malditos medos e crenças de que não é possível ou que não é a hora certa. Deixar de escolher também é uma escolha!”.

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Mais arte

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Belas imagens de flores. Belas flores de verdade. Palavras escritas e faladas. Melodias, tons, sons. Músicas, esculturas, literaturas, filmes. Tantas formas de expressão da arte. Como são preciosas. Seu poder, pode nos salvar do ócio, do excesso, da ignorância, da tristeza. A arte é um eficaz componente de evolução e bem-estar. Arte alivia, edifica, enobrece, embeleza, salva. Arte eleva. Arte cura. Arte constrói pontes para o conhecimento nos mais diversos níveis. Incentivar a prática e a contemplação das mais variáveis formas de expressões artísticas é o objetivo da coluna essa semana.

Belas imagens de flores. Belas flores de verdade. Palavras escritas e faladas. Melodias, tons, sons. Músicas, esculturas, literaturas, filmes. Tantas formas de expressão da arte. Como são preciosas. Seu poder, pode nos salvar do ócio, do excesso, da ignorância, da tristeza. A arte é um eficaz componente de evolução e bem-estar. Arte alivia, edifica, enobrece, embeleza, salva. Arte eleva. Arte cura. Arte constrói pontes para o conhecimento nos mais diversos níveis. Incentivar a prática e a contemplação das mais variáveis formas de expressões artísticas é o objetivo da coluna essa semana. E sempre.

Seja por meio da literatura, música, exposições, museus, cinema, fotografias, pintura, teatro, dança, seja até mesmo – e principalmente, por meio do contato com a natureza (obra de arte do Criador manifestada em sua perfeição), a arte é capaz de transpor barreiras e construir pontes para o conhecimento nos mais diversos níveis, além de expressar sentimentos e emoções.

O contato com a arte e o fomento da cultura na esfera individual e também na coletiva, inquestionavelmente são transformadores e surtem efeitos positivos de dimensões incalculáveis. Por isso, sempre é hora de projetarmos uma realidade impregnada de tudo isso.

Sugerimos aos leitores que simpatizam com esse ideal, que elaborem listas elencando livros a serem lidos, exposições que pretendem visitar, canções a serem apreciadas, filmes a serem assistidos, peças de teatro que desejam prestigiar e invistam tempo na contemplação e interação com a natureza.

Há uma série de razões pelas quais fazer listas pode ser a chave do sucesso de muitos projetos, inclusive o objetivo de investir tempo e vida no enobrecimento do corpo, da mente e da alma por meio das expressões artísticas.

Vivemos em uma cidade que de maneira geral nos oferece condições e oportunidades para desfrutarmos de tudo isso, seja por meio de sua natureza exuberante, seja pelo clima e cenário convidativos à leitura de um bom livro. Mesmo em meio à dor. Podemos olhar pela janela e desfrutar do entardecer, apreciar o verde. O cheio de uma flor. Quase todo mundo pode.

Machado de Assis escreveu: “De todas as coisas humanas, a única que tem o fim em si mesma é a arte”. Ferreira Gullar expressou que “A arte existe porque a vida não basta”. Reflitamos sobre. Respiremos mais arte. Que tal incluirmos em cada capítulo desse nosso caderno em branco da vida uma lista de atividades que envolvam contato com a arte e com a natureza?

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Renda fixa e inflação

sexta-feira, 30 de abril de 2021

A ideia para a semana era outra, meu planejamento contava com um texto sobre as novas medidas relacionadas ao teto de gastos e a Lei Orçamentária. A intenção era te mostrar como algumas medidas econômicas podem influenciar suas finanças pessoais e a relação com seus investimentos. Contudo, decidi deixar o tema para a próxima semana. Hoje, vamos falar um pouco sobre renda fixa e inflação. A propósito, há tempos não abordo a renda fixa por aqui e esta foi uma boa oportunidade.

A ideia para a semana era outra, meu planejamento contava com um texto sobre as novas medidas relacionadas ao teto de gastos e a Lei Orçamentária. A intenção era te mostrar como algumas medidas econômicas podem influenciar suas finanças pessoais e a relação com seus investimentos. Contudo, decidi deixar o tema para a próxima semana. Hoje, vamos falar um pouco sobre renda fixa e inflação. A propósito, há tempos não abordo a renda fixa por aqui e esta foi uma boa oportunidade.

Estamos vivendo num contexto cujo juros estão abaixo do índice de inflação e esta é uma grande preocupação para quem já possui mais conhecimento financeiro e percebe a corrosão do patrimônio mal alocado. Hoje, a previsão do Banco Central para o IPCA de 2021 está em 5,01% e as expectativas do mercado podem superar este valor. Enquanto isso – vale sempre observar – a caderneta de poupança está com rentabilidade anual de 1,92% e essa diferença é a desvalorização do seu dinheiro.

Mas como superar o IPCA? Existem algumas possibilidades e as mais seguras estão na renda fixa com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – que assegura o capital do investidor em até R$ 1 milhão por CPF. Portanto, é hora de “dar nome aos bois” e vou listar algumas das possibilidades: CDB, LCI, LCA, LC e LH.

Definidos os títulos, é hora de analisar a liquidez dos investimentos; o prazo de vencimento. Como o risco de crédito é anulado pelo FGC, podemos considerar a liquidez como o único risco dos investimentos em renda fixa e este é um ponto a ser analisado com cautela, pois o capital alocado só pode ser resgatado com a devida rentabilidade após a data de vencimento do título. Isso pode custar caro para investidores despreparados sem planejamento, mas é uma ótima opção para quem sabe o que está fazendo.

Para consultar os prazos de liquidez, basta olhar o prazo (antes de arregalar os olhos para qualquer oferta de rentabilidade) nos dados informativos do respectivo título e estudá-lo para ver se encaixa nos seus objetivos e planejamento financeiros.

Por fim – e muito longe de ser menos importante –, é hora de garimpar boas rentabilidades. A classe em questão pode ofertar três tipos de rentabilidade: pré-fixado, pós-fixado e híbridos. Vou detalhá-lo

  • Pré-fixados: a remuneração é definida no momento da contratação através de uma taxa anual nominal (por exemplo: 8,55% a.a.).
  • Pós-fixados: a remuneração é definida no momento da contratação através de uma taxa indexada (por exemplo: 148% do CDI)
  • Híbridos: a remuneração é definida no momento da contratação através de uma taxa indexada mais uma taxa anual nominal (por exemplo: IPCA + 4,20% a.a.).

Agora é hora de adequar o planejamento às circunstâncias. Estamos vivendo momentos de alta de juros e inflação, portanto, os títulos pós-fixados e – principalmente – híbridos atrelados ao IPCA podem receber maiores pesos na sua carteira de investimento. O que não anula o papel importantíssimo da alocação em títulos pré-fixados, você só precisa balancear os investimentos na medida certa.

Vê como pode ser simples? Basta manter seus estudos em dia e me acompanhar toda sexta-feira nesta coluna para aprender a lidar melhor com seus investimentos. Espero estar ajudando.

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Medo e fuga da febre amarela

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Na virada do ano de 1849 para 1850, o Rio de Janeiro foi assolado por uma devastadora epidemia de febre amarela. As estimativas indicam que 15 mil cariocas morreram desta doença. Com variável intensidade, a febre amarela provocaria mortes no Brasil praticamente a cada verão pelos 60 anos seguintes. Os médicos recomendavam no verão, durante a canícula, as cidades serranas como lugares mais seguros. A família imperial, assessores e políticos elegeram Petrópolis como refúgio. Nova Friburgo era igualmente o destino dos cariocas que fugiam do flagelo da epidemia.

Na virada do ano de 1849 para 1850, o Rio de Janeiro foi assolado por uma devastadora epidemia de febre amarela. As estimativas indicam que 15 mil cariocas morreram desta doença. Com variável intensidade, a febre amarela provocaria mortes no Brasil praticamente a cada verão pelos 60 anos seguintes. Os médicos recomendavam no verão, durante a canícula, as cidades serranas como lugares mais seguros. A família imperial, assessores e políticos elegeram Petrópolis como refúgio. Nova Friburgo era igualmente o destino dos cariocas que fugiam do flagelo da epidemia.

Não se sabia a origem desta doença. Os cientistas se dividiam entre duas teorias. Um grupo acreditava que se tratava de uma doença contagiosa e transmitida diretamente de uma pessoa infectada para uma saudável. Por outro lado, haviam os defensores da teoria dos miasmas, ou seja, o que fazia as pessoas adoecerem eram a insalubridade e o ar “venenoso” por causa dos vapores emanados pelos pântanos, águas estagnadas, lixo e emanação de objetos pútridos.

Nesta coluna, vou tratar particularmente de uma epidemia que ocorreu bem próxima a Nova Friburgo e que realmente assustou a população. Foi a ocorrida no município de Cantagalo e que eclodiu em abril no ano de 1891. O mais patético foi que todos os vereadores da Intendência Municipal, como era denominada a Câmara Municipal na República, abandonaram o município. De acordo com o Jornal do Commercio, de 7 de abril de 1891, o povo abandonado pela Intendência reuniu-se e nomeou uma comissão de socorros públicos para acudir aos enfermos, enterrar os mortos, cuidar da desinfecção e de outros meios higiênicos.

O delegado era a única autoridade existente no município e auxiliava a comissão. Apenas três médicos acudiam a população e cuidavam da subscrição arrecadando dinheiro para auxiliar os indigentes. Abriu-se, então, um lazareto para os epidêmicos. A desolação era extrema. A população socorria-se mutuamente. O jornal A República, de Campos, publicou em 9 de abril de 1891 que a população aterrada abandonava o lugar. Possivelmente se referia às famílias abastadas que deixaram o município.

A Gazeta de Notícias de 28 de abril do mesmo ano confirma que os habitantes se retiravam para diversos pontos do Estado, abandonando as suas casas e haveres. Todos os estabelecimentos públicos, muitas casas de negócio, açougues e padarias fecharam as portas. Para socorrer os enfermos pobres foi criada uma comissão distribuindo carne, galinhas, ovos e medicamentos. O Conde de Nova Friburgo doou um conto de réis e a família Monnerat 800 réis. Os cadáveres sem as habituais exéquias eram transportados em carroças e sepultados em valas comuns por voluntários, policiais e detentos. Naquela época havia os negacionistas.

O governador do Estado do Rio declarou que à exceção do Rio de Janeiro, a febre amarela não se manifestava em nenhum município do estado. Segundo ele, tratava-se de casos de febre remitente biliosa ou perniciosa e a população aterrada a considerava como febre amarela. A origem deste flagelo em Cantagalo pode ser a conexão frequente pela linha férrea entre este município e Niterói no transporte do café.

Conforme notícia do jornal Democracia, de 8 de abril de 1891, a cidade de Niterói vivia em estado habitual de imundície de suas praias e ruas, o serviço de remoção de materiais fecais era precário e carecia de execução nos mais rudimentares preceitos de higiene pública. Com a epidemia tão próxima, construiu-se em Nova Friburgo um lazareto e sua conclusão ocorreu em 1893. Mas o município nunca teve um surto de febre amarela. O lazareto teria utilidade quando ocorrer a epidemia da gripe espanhola.

O jornal O Friburguense, na coluna “Alerta ainda!”, de 19 de abril de 1891, cobrava das autoridades que fosse criado um cordão sanitário impedindo que a população cantagalense imigrasse para Nova Friburgo como vinham fazendo. Se por um lado o jornal fazia a vigilância sobre os cantagalenses paradoxalmente nos editoriais recebia de forma calorosa os cariocas que igualmente fugiam da febre amarela no Rio Janeiro. A explicação está nos benefícios que estes últimos proporcionavam à rede hoteleira, no aluguel de residências, serviços e principalmente no comércio.

Cumpre destacar que permaneciam  seis meses em Friburgo entre novembro e maio, enquanto não cessasse a canícula, o intenso calor no Rio de Janeiro. Quem primeiro aventou a hipótese da febre amarela ser transmitia por um mosquito foram os médicos cubanos, cuja tese foi confirmada anos depois. A febre amarela foi extinta no Rio de Janeiro por Oswaldo Cruz e Carneiro de Mendonça em 1903. Seis anos depois o Rio de Janeiro ficou livre das epidemias intermitentes de febre amarela. A descoberta da vacina, em 1937, colocou esta doença sob controle.

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    Os vereadores abandonaram Cantagalo

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    Cariocas em Friburgo fugindo da febre amarela

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    O flagelo da epidemia

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Faça algo hoje para aliviar a dor de alguém

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Nesta existência não dá para não ter dor. Geralmente o bem estar vem depois da dor e não sem ela. Parece que para todos nós, seres humanos, o prazer vem depois da dor, depois do sofrimento. Mas a dor volta. O que sentimos de bom passa. Mas o que sentimos de ruim, também passa. Mas volta.

Nesta existência não dá para não ter dor. Geralmente o bem estar vem depois da dor e não sem ela. Parece que para todos nós, seres humanos, o prazer vem depois da dor, depois do sofrimento. Mas a dor volta. O que sentimos de bom passa. Mas o que sentimos de ruim, também passa. Mas volta.

Já atendi gente famosa, artistas de TV, músicos, compositores. Eles aparentam para o público só ter felicidade, fama, sucesso, dinheiro, mas a verdade, por detrás dos bastidores, é que eles têm dores difíceis, boa parte com casamentos destruídos, divorciados, um filho para cada canto, alguns são dependentes de drogas. Dor.

Philip Yancey em seu livro “Onde está Deus quando chegar a dor”, na página 52, escreveu: “Se eu gastar a vida procurando a felicidade em drogas, conforto e luxo, terei enganado a mim mesmo. ... A felicidade virá a mim inesperadamente, como subproduto, como surpresa adicional, depois de eu ter investido a vida em alguma coisa de valor. E, provavelmente, esse investimento terá incluído a dor. Sem ela, é difícil imaginar o prazer.”

Investir sua vida em algo de valor. Mas é incrível como que uma boa parte da humanidade mergulhou no materialismo na ilusão de buscar a felicidade com mais uma casa, mais uma filial da empresa, mais um milhão na conta bancária. E para conseguir o crescimento econômico, se apela para tudo, propinas, sociedades secretas, manipulação da notícia, conflito de interesses entre empresários e políticos. Como me disse o esposo de uma cliente que eu atendia se referindo ao mundo corrupto na área dele, ele que era um empresário bem sucedido na área imobiliária de uma grande cidade do Estado de São Paulo: “É tudo uma nojeira!”

Também conheci um ambientalista que me disse que recebia ameaças de morte porque defendia o meio ambiente de regiões onde os megaempresários do ramo de construções queriam destruir para levantar seus empreendimentos imobiliários.

Quanto sofrimento o povo experimenta e que poderia ser eliminado pela liderança política, se fossem pessoas realmente comprometidas com o alívio da dor humana! Yancey comenta: “O sofrimento é uma mensagem geral de advertência a toda a humanidade de que algo está errado com o planeta e de que precisamos de uma intervenção externa radical.” (p.76). A saída não está dentro, está fora da humanidade.

Nem sempre o mal é punido nessa vida, e por isso os corruptos seguem em suas vidas devassas impunes. Só para citar um exemplo: um líder político corrupto se torna membro de uma comissão de ética! Isso é o mesmo que colocar o lobo para tomar conta do galinheiro. Quem pode mudar isso?

A dor continua. A pandemia pode arrefecer, mas virão novos problemas sociais de sofrimento piores. Não se pode acabar com o sofrimento na impunidade, na exaltação de pessoas de caráter no mínimo duvidoso, e a mídia não cansa de fazer isso. Certa vez li que uma boa maneira de você exaltar a si mesmo é exaltar outra pessoa ou instituição que, no fundo, talvez não mereça elogios. A mídia vive exaltando pessoas famosas dúbias, que têm uma vida privada cheia de complicações ligadas a comportamento disfuncional e, pior, violando a lei, dos homens e de Deus. Mas o povo aplaude. Parece que esquece a corrupção de um líder. Depois o reelegem. Como entender isso? Tantos anos de ditadura e agora com tantos anos de democracia com eleições, ainda não aprendemos? Onde está o problema que causa tanta dor na população?

O problema está no caráter das pessoas. Nossa maior luta é contra nós mesmos, conta nosso eu egoísta, orgulhoso, desonesto, que sempre quer levar vantagens para benefícios pessoais. O problema está no coração, e Jesus disse que é dele que procedem tudo o que contamina a vida, as relações sociais, gerando dor e sofrimento.

Você pode fazer sua parte fugindo da corrupção em sua vida pessoal e praticando algo, dia a dia, que produzirá alívio da dor de alguém, não só de sua família, mas de qualquer ser humano. Dê de si mesmo para ajudar outro indivíduo. Isto produzirá bem estar na pessoa que recebe sua ajuda, e em você mesmo. Você pode fazer algo, simples que seja, hoje mesmo para diminuir a dor de alguém. Faça isso, mesmo com alguma dificuldade, e verá que o alívio de seu próprio sofrimento virá em seguida.

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Sete mil famílias com fome

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Sete mil famílias com fome
Mais de sete mil famílias friburguenses estão vivendo com menos de R$ 100 por mês. Mais de 18 mil famílias vivem com aproximadamente R$ 500. Os dados obtidos por um grupo de empresários locais causam preocupação pela constatação simples: milhares de friburguenses estão passando fome.

Sete mil famílias com fome
Mais de sete mil famílias friburguenses estão vivendo com menos de R$ 100 por mês. Mais de 18 mil famílias vivem com aproximadamente R$ 500. Os dados obtidos por um grupo de empresários locais causam preocupação pela constatação simples: milhares de friburguenses estão passando fome.

Inflação maior para mais pobres
Mesmo com o novo auxílio emergencial, a fome bate à porta e deve atingir ainda mais famílias. Na semana passada houve demissões em massa em diversas empresas locais. Os problemas causados pela pandemia se somam à inflação que é sentida pelos mais pobres como constatado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Mais que o dobro
Em 2020, a taxa de inflação dos mais pobres apontou alta de 6,22%, ante avanço de 2,74% na taxa dos mais ricos. Com cinco mil cestas básicas prometidas pela prefeitura e que não chegam na pressa de quem tem fome, há preocupação com as outras duas mil.

Campanha de arrecadação
Vale lembrar que até agora, Nova Friburgo não recebeu uma cesta básica do Governo Federal. Apesar de várias campanhas de solidariedade, a velocidade da fome e da dificuldade de todos tem exigido mais do que empatia e criatividade. Uma grande campanha deve ser criada nos próximos dias para coordenar essa ajuda.

Caixa Solidária
Mais uma campanha de arrecadação de alimentos começou nesta semana. É a “Caixa Mais Solidária” permite que as agências da Caixa atuem como pontos de coleta de alimentos não perecíveis para posterior distribuição. Vale ressaltar que os alimentos arrecadados não serão distribuídos nas agências do banco, que atuarão apenas como pontos de coleta.

Agasalho
Se não bastasse, o frio também está se intensificando e campanhas tradicionais de doação de agasalhos devem surgir. Quem pode ajudar já deve ir separando aquela blusa ou cobertor que está esquecido no armário. A previsão do tempo já indica para toda essa semana temperaturas mais baixas e chuva.          

Latas recicladas
O Brasil fechou 2020 como o 3º país em reciclagem de latas de alumínio. De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), o país obteve um índice de reciclagem de 97,4%. Acredita-se que Nova Friburgo deve ter acompanhado esse índice.

Aumento mesmo com pandemia
De 402,2 mil toneladas de latas vendidas, foram recicladas 391,5 mil, ou, aproximadamente 31 bilhões de unidades. Em 2019, o número de latas vendidas e recicladas foi menor. Na ocasião, foram 375,7 mil toneladas vendidas e 366,8 mil toneladas recicladas. A avaliação é de que a estrutura de reciclagem de latas no Brasil é sólida.

Meio ambiente agradece
O desempenho do setor em 2020 foi satisfatório, mesmo em um cenário de pandemia, com a interrupção de atividades de coleta seletiva em diversos municípios e a suspensão do trabalho de cooperativas e catadores. O fortalecimento da cadeia de reciclagem gera benefícios econômicos e ambientais.

Coleta seletiva
Em tempos: Nova Friburgo que já alcançou bons índices de coleta seletiva, praticamente abandonou essa política desde 2016. De cobertura quase total até 2015 para próximo de zero do ano seguinte em diante. Pelo menos é o que mostram os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento no capítulo para resíduos sólidos. Aliás, as informações referentes a 2020 terão sua coleta de dados finalizado no dia 31 de maio.

Reinfecção de Covid-19
Estudo recente feito com 25 mil profissionais de saúde trouxe resultados animadores em relação à reinfecção. O estudo concluiu que os que pegaram a doença pela primeira vez tiveram uma incidência de 57,3 contaminados em 100 mil pessoas, contra 7,6 dos que já tinham testado positivo, também sobre um total de 100 mil. Em média, foram pouco mais de 200 dias entre o primeiro e segundo contágio.

Otimismo, mas...
Outro ponto importante foi a proporção de casos assintomáticos em cada grupo. Enquanto nos que tiveram pela primeira vez 80,3% apresentaram sintomas, nos participantes que tiveram reinfecção, esse número caiu para 50,3%. A idade média dos participantes era em torno de 46 anos e a pesquisa avaliou o período de junho a janeiro.

Palavreando
“Descubro vivendo e sabendo que toda biografia é feita de altos e baixos, ainda que alguns tenham talento em não exteriorizar aquilo que sentem. Nem todo sorriso é um sorriso. Há sempre um furacão dentro de cada um, assim como um vento leve que acalma as tempestades”.

 

Foto da galeria
Quem aí já usou um desse? Em tempos de grandes discussões sobre o futuro do transporte público, o vale-transporte em papel foi extinto, sendo substituído pelos cartões. Esse aí, preservado, é do perfil do Instagram Nova Friburgo Antiga. De 1997, quando a passagem custava R$ 0,70. Naquela época, para se ter uma ideia, o salário-mínimo era R$ 120. A título de mera curiosidade, uma passagem custava, portanto, 0,58% do salário-mínimo. Atualmente, a relação preço da passagem (R$ 4,20) para o salário-mínimo (R$1.100) é de 0,38%.
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O voto impresso é uma necessidade, num país de más intenções

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Ganha força o projeto de, já nas próximas eleições, termos o voto impresso no momento da confirmação, na urna eletrônica. É preciso entender que a impressão de um papel não irá para a mão do eleitor, mas após aparecer na tela os candidatos escolhidos por ele, surgirá, também, o que será impresso. Após essa confirmação, esse impresso será depositado numa urna acoplada à eletrônica. Assim, caso um candidato levante qualquer suspeita quanto à contagem dos votos, eles poderão ser recontados, o que não acontece atualmente, pois se o chip da urna for adulterado, não será descoberto.

Ganha força o projeto de, já nas próximas eleições, termos o voto impresso no momento da confirmação, na urna eletrônica. É preciso entender que a impressão de um papel não irá para a mão do eleitor, mas após aparecer na tela os candidatos escolhidos por ele, surgirá, também, o que será impresso. Após essa confirmação, esse impresso será depositado numa urna acoplada à eletrônica. Assim, caso um candidato levante qualquer suspeita quanto à contagem dos votos, eles poderão ser recontados, o que não acontece atualmente, pois se o chip da urna for adulterado, não será descoberto. O que vale é a totalização.

Esse assunto começou a ser ventilado desde que as urnas eletrônicas fizeram sua aparição entre nós, pois se hackers são capazes de se infiltrarem até no Pentágono, nos Estados Unidos, porque as urnas brasileiras estariam a salvo? Sem falar que os presidentes do STE (Supremo Tribunal Eleitoral) são oriundos do STF (Supremo Tribunal Federal) e, o atual não tem a confiança que deveria ter, da população brasileira. Para refrescar a memória de muitos, quando Dias Toffoli presidiu o STE, na eleição durante o seu mandato, mandou fechar as portas do local de apuração das urnas e o mesmo só foi reaberto para comunicar o resultado final das eleições. Aonde estava a transparência necessária para um acontecimento de tamanha envergadura?

Creio que a impressão dos votos é imprescindível nas próximas eleições, pois Jair Bolsonaro é candidato à reeleição e a oposição e a esquerda usarão de todos os meios, mesmo os ilícitos para tentar barrar um novo mandato do atual presidente. Haja vista, as manobras da segunda turma e do plenário daquela que já foi a mais alta corte do país, tornando Luís Inácio da Silva inocente e em condições de disputar as próximas eleições presidenciais. Com várias canetadas conseguiram denegrir e acabar com a maior operação de combate à corrupção, que foi a operação Lava-Jato. O mal, na política sempre triunfa, haja vista que o mesmo ocorreu com a operação Mãos Limpas, na Itália.

Seja na república velha seja na que se seguiu, manipulação ou tentativa de manipulação de votos sempre houve na política brasileira. Em 1982, nas primeiras eleições diretas aos governos dos estados, desde a intervenção militar de 1964, tivemos o famoso caso Proconsult em que Leonel de Moura Brizola quase perdeu as eleições por causa de um esquema fraudulento concebido por aquela empresa. O esquema da fraude deveria funcionar na etapa de totalização final dos votos, quando, em função de um cognominado ‘diferencial delta’, os programas instalados nos computadores da empresa Proconsult, contratada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio para o serviço, subtrairiam uma determinada porcentagem de votos dados a Brizola transformando-os em votos nulos, ou promoveriam a transferência de sufrágios em branco para a conta do então candidato governista, Moreira Franco.

A falsificação na contagem foi descoberta graças ao trabalho da imprensa, sobretudo a partir do esquema de apuração paralela ao do TRE-RJ montado pela Rádio Jornal do Brasil – cuja cobertura daquelas eleições concorreu e levou larga vantagem sobre o aparato armado pelo conglomerado de mídia hegemônico no estado, as Organizações Globo. A Rádio JB pôde revelar em primeira mão a fraude que se armava, dada as discrepâncias entre os números que anunciava e os constantes nos boletins oficiais do TRE. A apuração foi interrompida e o esquema, descoberto, então desmontado às pressas.

O resultado final mostrou o que as ruas já haviam indicado durante a campanha: Leonel Brizola foi eleito com 1.709.180 votos (ou 34,2% dos votos válidos), Moreira Franco ficou com 1.530.706 (30,6%), Miro Teixeira com 1.073.446 (21,5%), Sandra Cavalcanti obteve 536.383 (10,7%) e Lysâneas Maciel contou 152.614 votos (3,1%). Como se pode notar, a diferença de Brizola para Moreira Franco foi de 3,6% dos votos, um percentual facilmente manipulável, se o esquema não tivesse sido descoberto.

Portanto, nas próximas eleições todo cuidado será precioso para que não paire nenhuma dúvida sobre a veracidade do resultado final, daí a necessidade do voto impresso. Essa seria uma maneira eficaz de dirimir dúvidas caso elas venham a existir. Como diz o ditado popular espanhol “Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay” (eu não creio em bruxas, mas que existem, existem).

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A VOZ DA SERRA é o guia das nossas reflexões!

terça-feira, 27 de abril de 2021

Festejar o Dia da Terra, celebrado em 22 de abril, é abrir espaço para reflexões. O Caderno Z nos auxiliou a descobrir os meios para melhor ajudarmos na preservação do planeta azul. A data, criada em 1970, nos Estados Unidos, tem reunido milhões de pessoas no mundo inteiro. São mentes que se dedicam a idealizar as estratégias  em prol do aprimoramento humano, na relação com o meio ambiente.

Festejar o Dia da Terra, celebrado em 22 de abril, é abrir espaço para reflexões. O Caderno Z nos auxiliou a descobrir os meios para melhor ajudarmos na preservação do planeta azul. A data, criada em 1970, nos Estados Unidos, tem reunido milhões de pessoas no mundo inteiro. São mentes que se dedicam a idealizar as estratégias  em prol do aprimoramento humano, na relação com o meio ambiente. Somos um todo – ambiente e humanidade e o tema para este ano é “Restaure Nossa Terra”, com ênfase nos impactos e reparos dos danos causados pelo mau procedimento humano e consequentes danos ao planeta. 

Em Nova Friburgo, a produção agrícola familiar tem se destacado e reforça o setor, contribuindo para as práticas conservacionistas do solo. Produtores de morango e de couve-flor são familiares que aprenderam a lidar com o solo, no manejo de sua produção e preservação da cultura. Adelson Raposo, produtor de couve-flor, destacou: “A gente toma os devidos cuidados, cuida do solo, cuida da terra, pois é dali que sai o nosso alimento...”. Fernanda Schenck, da Amorango, explica: “Nós tivemos que nos reinventar de várias formas” para transpor a fase ruim. Há exemplos de projetos, como a maior horta comunitária da América Latina, em Manguinhos, na Zona Norte do Rio.

Em São Paulo, destaca-se o AgroFavela de hortas comunitárias, projeto lindo que inclui até horta vertical. Na Feirinha do Cônego, aos sábados, os friburguenses podem desfrutar de um agradável passeio para aquisição de bons produtos “com garantia de cultivo natural”.

Em “Carta ao Planeta Terra”, Wanderson Nogueira desabafou: “(...) Peço desculpas. Por não cuidar de você como deveria. Por marginalizar a vida de todos os seres que aqui vivem, especialmente meus irmãos. Peço perdão pelas atitudes deles também. Temos a mesma morada e as mesmas responsabilidades para com você e com a gente mesmo. Temos sido autores da desigualdade. Criamos a tal sustentabilidade, mas ainda estamos longe de efetivá-la. Gostaria de poder te proteger de nós mesmos...”.

O Caderno Z deixou o seu recado em nome do Dia da Terra e, como na canção de Beto Guedes, “a lição sabemos de cor, só nos resta aprender...”. Cuidar tem sido o verbo mais utilizado nos tempos atuais. Em todos os sentidos, o verbo entra conjugando ações que vão desde o nosso emocional às mais variadas demandas. O Pavilhão das Artes, no Cônego, entra em obras para uma reforma estrutural. A linda foto de Henrique Pinheiro mostra a grandeza do imóvel inserido em local de vista privilegiada. Boas falas!

Jhennifer Alves, nossa nadadora friburguense, ficou fora dos 100 metros peito por um segundo, não atingindo o índice olímpico, durante uma prova realizada na última semana, no Rio de Janeiro. Super competente, Jhennifer tem vários títulos e prêmio de melhor atleta universitária feminina em 2019. Em breve, ela realiza o sonho de Tóquio! A vida é uma luta diária e, pior, quando nadamos em águas rasas e turvas, como é o caso das pessoas que vencem a “batalha” da Covid-19, mas ficam, por muito tempo, lutando com as sequelas da doença, como nos mostrou a matéria de Christiane Coelho. Que situação!

Janaína  Botelho conta sobre a Chácara do Seu Martins e eu fico viajando dentro do seu texto, imaginando como devia ser aquela Vila Amélia com laticínios, verduras, legumes, frutas frescas e tantas outras iguarias. Eu, que vivi minha infância na década de 60, naqueles arredores, jamais poderia supor uma vila assim. Que bom saber da história!

“É fácil amar as pessoas fáceis” – com essa máxima, o doutor Cesar Vasconcellos nos colocou frente a frente com as nossas peculiaridades. Cabe-nos, a partir de boa reflexão, responder: “Será possível amar inimigos?” Ou pelo menos, “amar as pessoas difíceis? “ – A resposta é individual, intransferível, pois cada um sabe de sua capacidade de amar. Com Paula Farsoun, outras reflexões em “Não está fácil para ninguém”. Minha amiga, eu também penso exatamente como você e “desconfio das pessoas que estão perfeitamente bem diante deste cenário que estamos vivendo...”. E Paula pergunta: “Que tipo de gente temos sido agora?”. Boa pergunta e excelente resposta para todos nós!

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