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Salve as brenhas do Morro Queimado!

terça-feira, 18 de maio de 2021

Eis que a nossa “Princesa dos Órgãos, gentil, completou 203 anos no último domingo, 16, e ainda tão jovem e cheia de responsabilidades. O Caderno Z é um colar de pérolas adornado pelas joias da natureza. Regina Lo Bianco ilustra a capa, “nesta plaga onde o amor e a poesia, são como as flores nativas também”. É evidente que sentimos falta de um 16 de maio na Avenida Alberto Braune em meio aos festejos: desfiles, bandas, bandeiras, escolas, agremiações, colônias e muita alegria naquelas manhãs azuladas de um ventinho soprando nas orelhas.

Eis que a nossa “Princesa dos Órgãos, gentil, completou 203 anos no último domingo, 16, e ainda tão jovem e cheia de responsabilidades. O Caderno Z é um colar de pérolas adornado pelas joias da natureza. Regina Lo Bianco ilustra a capa, “nesta plaga onde o amor e a poesia, são como as flores nativas também”. É evidente que sentimos falta de um 16 de maio na Avenida Alberto Braune em meio aos festejos: desfiles, bandas, bandeiras, escolas, agremiações, colônias e muita alegria naquelas manhãs azuladas de um ventinho soprando nas orelhas. Basta “um olhar sobre a cidade”, como no texto de Daniela Mendes, que entendemos as mudanças decorrentes dos tempos e seus desígnios.

Em “Flagrantes das ruas de Nova Friburgo”, as fotos irradiam um pouco do cotidiano friburguense e as máscaras são o elemento comum em todas as fotografias, até nas estátuas. A pandemia mudou a cara de todos nós, mas a natureza mostra suas faces. O céu azul, as montanhas, riachos e roupa no varal emolduram o “doce anelo de nossa esperança....”

A história de uma cidade se consolida no prêmio das mentes iluminadas, e Carlos Jayme Jaccoud pertence a essa plêiade de ilustres historiadores. A reprodução de sua narrativa sobre a gripe espanhola em 1918, documentada pela Fundação D. João VI é um precioso documento. No registro: “com a rapidez com que a gripe chegou ela se foi”. Houve missa “pelo término da terrível epidemia”. Que chegue, então, o nosso tempo de ação de graças pelo fim da Covid-19. Saindo do Z, vamos com Wanderson Nogueira, em “confissões de um sonhador: “Com união da nossa história com o presente, o futuro e todos aqueles que reconhecem a necessidade de ousar...”.

Na edição comemorativa dos 203 anos de nossa cidade, muitas felicitações de renomadas empresas friburguenses falam por todos nós. São votos de força e de esperança, tudo o que precisamos para vencer o momento tenebroso da pandemia do coronavírus. Ao contrário do atual cenário, em 16 de maio de 1971, a coluna “Há 50 anos” nos mostrou como era comemorado, com pompa e circunstância, o 153º aniversário do município.

Movidos por sentimentos de pesar, fechamos a semana com 566 mortos, um índice muito alto, que nos assusta. O cotidiano tem que prosseguir com suas demandas e coisa alguma nos garante uma segurança 100% eficaz. Protocolos são experimentações e até mesmo a ciência ainda busca soluções mais definidas. Na reportagem de Christiane Coelho, o historiador Edson Lisboa relata episódios de enfrentamentos em outras epidemias e um dado curioso sobre “um remédio caseiro” para a gripe espanhola em 1918: “cachaça com limão e mel”, o que fez surgir a famosa “caipirinha”.

Com a bandeira vermelha, indicadora de risco alto, as aulas presencias voltam gradativamente em algumas escolas municipais. E, por enquanto, não se programa a vacinação dos professores e demais profissionais da educação. Vamos batendo nessa tecla até que haja prioridade para os guerreiros do setor educacional. E por falar em guerreiros, um viva para os assistentes sociais que celebram sua data festiva em 15 de maio. Na reportagem de Christiane Coelho, a assistente Ana Olivia Verly ressalta: “Não atendemos somente a classe mais vulnerável no que é pertinente à renda, qualquer pessoa pode estar vivenciando uma situação de vulnerabilidade”.

A VOZ DA SERRA nos trouxe uma edição lindíssima, com todas as páginas ilustradas por fotos trabalhadas pela nossa chefe da diagramação, Deise Silva. Que primor apaixonante! Eu adorei. Que beleza também encontrar o artista plástico Mário Moreira, meu professor por tabela, que nos apresentou “Praça Getúlio Vargas ontem e hoje...”, possibilitando “uma visão das mudanças dos espaços urbanos ao longo da história”. Lindo demais! E com Girlan Guilland, vamos “por um olhar de futuro”, pois, “nossos problemas não podem suplantar a poderosa força de sermos criativos, de nos superarmos e tentarmos sempre avançar”. Como na charge de Silvério: Força, Coragem e Esperança! “Salve as brenhas do Morro Queimado...”.  Parabéns, Nova Friburgo!

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Amanhã, maior idade!

terça-feira, 18 de maio de 2021

Amanhã, maior idade!

Esta quarta-feira, 19, será um dia muito especial e marcante para o querido casal Michele e Jorginho Sorrentino.

É que a linda e charmosa filha do casal, Maria Fernanda Ferreira Sorrentino (foto), estará, também para satisfação dos demais familiares, completando 18 anos. Parabéns para a jovem, assim como para os pais com votos de continuas felicidades, sucessos e tudo de bom.

Roqueano, ano 68

Amanhã, maior idade!

Esta quarta-feira, 19, será um dia muito especial e marcante para o querido casal Michele e Jorginho Sorrentino.

É que a linda e charmosa filha do casal, Maria Fernanda Ferreira Sorrentino (foto), estará, também para satisfação dos demais familiares, completando 18 anos. Parabéns para a jovem, assim como para os pais com votos de continuas felicidades, sucessos e tudo de bom.

Roqueano, ano 68

Mesmo com suas atividades respeitando os protocolos de segurança em razão da pandemia que ainda enfrentamos, o Roqueano Social Clube, um dos representativos patrimônios de Olaria, o mais populoso bairro de Nova Friburgo, chegou a uma bela marca.

No último dia 13, o Roqueano completou seu 68° ano de fundação e por isso, na pessoa do atuante presidente, Carlos Alberto Muzzi, enviamos os parabéns a diretoria e toda família RSC.

Idade nova à vista

Na próxima segunda-feira, o simpático e competente profissional da segurança patrimonial, Queops Santiago de Oliveira (foto) estará completando 42 anos, dividindo esta satisfação com seus parentes e amigos.

Por esta alegre razão antecipamos ao querido Queops nossos cumprimentos e felicidades desde já.

Dia do Botafogo

No último domingo, 16, as comemorações não foram só por conta do 203° aniversário de existência de nossa querida e amada Nova Friburgo.

Conforme o leitor e amigo, empolgado botafoguense de sempre, Maurício Patuelli, o 16 de maio marcou também o Dia do Botafogo. Esta data, conforme também salienta Maurício, foi instituída em razão de ser a do nascimento do mais extraordinário atleta botafoguense e um dos maiores craques da história do futebol brasileiro da Ilha do Governador, no Rio, Nilton Santos, que se não tivesse falecido por Alzheimer em 27 de novembro de 2013, teria completado neste domingo 96 anos de idade.

Vivas para Márcia

Pelo aniversário natalício que completará na próxima sexta-feira, 21, desde já os parabéns desta coluna para a querida Márcia Carestiato Sancho, empresária e diretora regional da Firjan, a Federação das Indústrias do Estado do Rio, em Nova Friburgo. Felicidades, sucessos e tudo de bom, Márcia!

Parabéns, Hideraldo!

Como nunca é demais cumprimentar pessoas queridas e verdadeiramente admiráveis, nossas congratulações ao Hideraldo Santarém, morador de Olaria, que na última sexta-feira, 14, completou mais um aniversário. Felicidades!

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Parabéns Nova Friburgo!

terça-feira, 18 de maio de 2021

Celebramos no último domingo, 16, os 203 anos da fundação de Nova Friburgo, única cidade brasileira criada por um decreto real do então rei de Portugal, Dom João VI. A estimada cidade da serra fluminense traz em sua história inúmeras marcas de inovação e superação. Sua colonização foi planejada a fim de estreitar os laços do rei de Portugal com os povos germânicos na luta contra o Império Francês. Seu nome foi dado pelos suíços em homenagem à Fribourg, de onde partiu a maioria das 265 famílias suíças que aqui se instalaram.

Celebramos no último domingo, 16, os 203 anos da fundação de Nova Friburgo, única cidade brasileira criada por um decreto real do então rei de Portugal, Dom João VI. A estimada cidade da serra fluminense traz em sua história inúmeras marcas de inovação e superação. Sua colonização foi planejada a fim de estreitar os laços do rei de Portugal com os povos germânicos na luta contra o Império Francês. Seu nome foi dado pelos suíços em homenagem à Fribourg, de onde partiu a maioria das 265 famílias suíças que aqui se instalaram. Ainda sobre sua gênese, podemos afirmar que foi o primeiro município no Brasil colonizado por alemães.

Desde então, Nova Friburgo passou a ser um local onde pessoas dos mais diferentes lugares do mundo encontraram morada. O clima típico da cidade é um convite a conhecer e se apaixonar. À luz da história esta celebração se enche de significados importantes para as pessoas que aqui construíram suas vidas e suas famílias. Na construção do futuro é essencial olhar o passado e recordar tanto os acontecimentos felizes quanto os tristes.

Devemos celebrar não somente as vitórias, mas, principalmente, a superação de um povo que luta e confia. No exercício da fé recordar que Deus sempre se faz presente com seu amor e sua misericórdia.

Mais uma vez estamos vivenciando um momento crítico da história, não só de nosso município, mas do mundo inteiro. Poderíamos, assim, acreditar que não teríamos nenhum motivo para celebrar. Afinal, nos últimos meses, perdemos mais de 500 irmãos nossos para a Covid-19. Contudo, limitar a alegria de toda uma vida somente ao momento presente é enganar-se. A vida não se encerra no agora, ela é uma construção, uma sucessão de instantes que tecem a história pessoal e comunitária. O anseio pela alegria inscrito no coração humano, neste mundo “é contrastado com os lamentos e gritos que provêm de tantas situações dolorosas: miséria, fome, doenças, guerras, violências” (Bento XVI, Páscoa 2011).

O valor e a fortaleza dos primeiros habitantes destas terras estão marcados na identidade do povo friburguense. Estes homens e mulheres, na busca de realizar o sonho de um lar para seus filhos, enfrentaram todo o tipo de dificuldades desde o desterro de suas terras natais, nas longas viagens de navios e no desbravamento deste chão para se estabelecerem.

Neste sentido, celebrar é mais que exaltar os momentos felizes da vida, é recordar também as dores e as vitórias, na certeza de que Deus, Senhor e Mestre da História (cf. Catecismo §269; 304; 450), sempre manifesta sabiamente todos os seus prodígios, mesmo que oculto à percepção humana. A razão para celebrar, mesmo em situações conflitantes, advém da certeza de que “a história presente não permanece fechada em si mesma, mas está aberta para o reino de Deus” (Sollicitudo rei socialis, 47).

A história de Nova Friburgo, é formada por fatos marcantes que se contabilizam entre momentos difíceis e felizes, mas o que é digno de comemoração é, sem dúvida alguma, o povo que aqui reside e sua capacidade de superação.

Muito há que se fazer. O sonho de um lugar melhor para nossos filhos ainda não foi totalmente concretizado. A história é dinâmica e depende de cada um de nós, no exercício de nossas funções escrevê-la do melhor modo possível.

Parabéns à cidade de Nova Friburgo! Parabéns a todos os friburguenses que construíram e continuam a construir a história desta terra, a nossa história!

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Beijo de cetim

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Hoje darei um tom psicanalítico a esta coluna por causa de um amigo de oficina literária, Pablito, que teve o carinho de me enviar um vídeo sobre o texto “O Poeta e o Fantasiar”, escrito por Freud, em 1908.

Hoje darei um tom psicanalítico a esta coluna por causa de um amigo de oficina literária, Pablito, que teve o carinho de me enviar um vídeo sobre o texto “O Poeta e o Fantasiar”, escrito por Freud, em 1908.

O mestre da Psicanálise revela que o homem, por ser beneficiado pelas capacidades criativa e inventiva, sente-se encantado com o fantasiar, como forma de externar ou materializar seus desejos. A criação poética é, portanto, resultado desse potencial, e é possível relacioná-lo à brincadeira infantil, sempre construída por fantasias. Todos nós, humanos, somos poetas por essência, porém os que se tornam poetas de fato são aqueles que não perdem na vida adulta o hábito de elaborar realidades psíquicas tais quais faziam quando crianças, quando lidavam com os momentos lúdicos com veracidade, atribuindo importância relevante ao que faziam. Da mesma forma que o escritor quando cria narrativas literárias, seja em prosa ou poesia. Inclusive, um dos princípios básicos da ficção é a verossimilhança, ou seja, os universos ficcionais imaginados pelo autor precisam ser semelhantes à vida para dar ao leitor a impressão de concretude. 

Só se torna poeta aquele que não renuncia ao “faz de conta” infantil, que, na vida adulta, é substituído pelo fantasiar, através do sonhar diurno e noturno. Ah, no poema “Cancioneiro”, Fernando Pessoa tão bem reflete sobre o fazer poético, dando completa razão a Freud.

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só as que eles não têm.

Mas assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Freud considera que tanto a brincadeira, como o poetar são atos psíquicos íntimos, atividades pessoais únicas. O fazer literário é uma forma do adulto não deixar que seus desejos fiquem ou continuem reprimidos, materializando-os através de palavras trabalhadas e cuidadas, que externam seus anseios, suas insatisfações. Poderia, neste mundo, não existir a arte? Uma atividade humana que acolhe a falta, a ausência, o medo. O enlevo.

Somos seres incompletos e desejantes, sempre em busca de prazer. O fazer poético se faz necessário para que não adoeçamos ou enlouqueçamos com os tantos desejos que guardamos, muitas vezes, desde os mais tenros momentos de vida. É um fazer que os atualiza sempre, tornando-os presentes em cada poesia e guardando-os para o futuro nos livros e arquivos. Eternizando-os.

Ao lidar com seus desejos, o escritor acaba nos presenteando com palavras, ideias, histórias. Sua dor sempre se transforma em beijos, que podem ter a maciez do cetim e a fúria dos mares. Até o gosto salgado de lágrimas infinitas.

 

 

 

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Nova Friburgo celebra 153 anos neste 16 de maio de 1971

sábado, 15 de maio de 2021

Edição de 15 e 16 de maio de 1971
Pesquisa da estagiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim 

Manchetes:

Edição de 15 e 16 de maio de 1971
Pesquisa da estagiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim 

Manchetes:

  • Nova Friburgo celebra o aniversário da cidade: 153 anos separaram a visão de D. João VI da realidade de hoje. O agreste Morro Queimado, trabalhado pelas levas sucessivas de suiços, alemães, portugueses, italianos, africanos, libaneses, israelistas, espanhois e seus descendentes, transformou-se na pujante Nova Friburgo, esplêndida realidade industrial, turística, comercial, agricola. Ao ensejo de mais um aniversário, cultuamos a memória dos que a criaram, reverenciamos a dos que ajudaram-na a crescer e saudamos a todos os que, com seu amor e trabalho, projetam-na cada vez mais no cenário nacional.
  • Trecho de conferência do saudoso dr.Julio Vieira Zamith, em 16 de maio de 1956: Naquela data, quando o prefeito e presidente dos festejos de maio, o industrial Álvaro de Almeida, o ilustre e saudoso mestre produziu notável conferência: ‘’Não foi, porém, o centenário do município que comemoramos em 1918, mas sim a fundação da colônia que deu origem a Nova Friburgo.’’
  • Polícia Militar coopera nos festejos do aniversário de Friburgo: A Polícia Militar do nosso Estado, comandada pelo coronel Roberto de Castro Barcellos, que é filho do saudoso general Cristovão Barcellos, vem emprestando o máximo à programação comemorativa da festa dos friburguenses. Assim é que, no desfile cívico deste ano a PM estará presente com banda de música, Pelotão de Infantaria, batedores e um pelotão de cavalarianos. Uma delegação numerosa de oficiais participarão das várias exibições da querida e briosa corporação militar, entre os quais: coronel Lauro Gomes, Estelita, coronel Raymundo Antonio Muniz, tenente-coronel Laurílio José da Silva, tenente-coronel Anivaldo Paiva e o 1º tenente Francisco Jorge Dagfal. Também participarão, os oficiais da 1ª Cia, aqui sediada: capitão Newton Imbroinisi, capitão Athayde de Souza Lannes e 2° tenente Ivan Rodrigues de Mello.
  • Coronel Roberto de Castro Barcellos: O fluminense ilustre militar que atualmente comanda a Polícia Militar do Estado do Rio, coronel Roberto de Castro Barcellos, é uma figura das mais expressivas do Exército Brasileiro, possuindo um ''curriculum vitae'' enobrecedor. Possui, os cursos da Escola Militar de Rezende, Técnico de Moto-mecanização, Aperfeiçoamento de Oficiais, Comando e Estado Maior, Liderança e Relações Humanas, Atualização de Comando e Estado Maior, Programa PERT e Guerra nas Selvas (Zona do Canal do Panamá). Já exerceu importantes funções, como comandante da Cia, Especial de Manutenção, Escola de Manutenção, ajudante de ordens do general Theópilo de Arruda, instrutor da Academia de Agulhas Negras e oficial de gabinete do Ministro do Exército. Foi aspirante em 1948, com notas honrosas. Em nome da parcela do povo que representamos, saudamos o coronel Roberto de Castro Barcellos, que é uma legítima glória do nosso Estado.

Pílulas:

  • 16 de Maio - Data comemorativa do aniversário de Nova Friburgo, berço de abnegados soldados de inolvidáveis batalhas em favor da comunidade fluminense! - Terra dadivosa, cantada em verso e prosa por grande poetas fasto orgulho a uma coletividade iniciada por bravos colonizadores suiços! -
  • O prefeito de Friburgo, Feliciano Costa, ofereceu um coquetel na prefeitura, durante o qual foram lidos e comentados por si e por seus chefes de serviços, o andamento da máquina pública do município, nos três primeiros meses de governo. 
  • Por falar em eleições para prefeito municipal, a moçada gozadora de posições políticas sem prestígio eleitoral, e, somente engajada nos empregos por obra e graça da confiança de alguém ou de grupos, a moçada repetimos, já atentou ao fato de que a sopa vai acabar?

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra aniversários de: Ary Lessa Ventura (15); Walmir Matuglia (16); Murilo Cúrio e Elias Abicalil(17); Dona Didi (18); professor Moacyr Sreder Bastos (19); Athayde da Costa Freitas, contador Roberto Ricardo Coutinho e o escritor J.G. de Araújo Jorge (20); Dona Lucíola Pereira da Costa e sr. Francisco Alves da Rocha (21).

 

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Confissões de um sonhador

sábado, 15 de maio de 2021
Foto de capa
(Foto: Regina Lo Bianco)

Nada, absolutamente nada é capaz de diminuir o amor e o orgulho que tenho de Nova Friburgo. É amor ingênuo, quase infantil. É encantamento permanente. Ser friburguense é a melhor e maior de todas as minhas vaidades. Talvez, de fato, a única boa vaidade que alguém pode ter. 

Assim, ser friburguense é a única vaidade da qual não me desfaço, mesmo que os guardiões da moral digam que é pecado. Se pecado for, então serei pecador convicto que afirma, reafirma e insiste em cometer, deliberada e conscientemente, seu pecado. Pecadores assim têm direito a pedir licença. 

Nada, absolutamente nada é capaz de diminuir o amor e o orgulho que tenho de Nova Friburgo. É amor ingênuo, quase infantil. É encantamento permanente. Ser friburguense é a melhor e maior de todas as minhas vaidades. Talvez, de fato, a única boa vaidade que alguém pode ter. 

Assim, ser friburguense é a única vaidade da qual não me desfaço, mesmo que os guardiões da moral digam que é pecado. Se pecado for, então serei pecador convicto que afirma, reafirma e insiste em cometer, deliberada e conscientemente, seu pecado. Pecadores assim têm direito a pedir licença. 

Então, peço licença para fazer uma confissão. Confissão, para além do que faria no divã, ao meu psicanalista. Confissão para mim mesmo. Para desgarrar isso que sinto no peito e publicizar sem medo de ser taxado humano demais ou omisso de menos. Confissão de quem perdeu, mas não perde a essência do que sonha. 

Quem fala aqui não é o jornalista. O jornalista também, pois não escondo minha profissão. Tenho orgulho de exercê-la. Mas a confissão é de quem ainda não teve o sonho eleito como cidadão. Confesso que doeu. Não foi perder a eleição em si para prefeito da minha cidade que me doeu. Doeu foi ver o sonho dilacerado. Doeu ver derreter tudo que se vivenciou e se preparou para chegar a esse momento. Nunca me apeguei apenas às boas intenções.

Desde cedo, aprendi que não basta ter boas intenções. É preciso preparo, vivência e sensibilidade. Doeu muito estar certo de que a crise imposta pela pandemia e pelo acúmulo dos anos de retrocessos deveria ser enfrentada pelo projeto de cidade que pensamos. Sou mesmo acelerado. E o que mais seguimos necessitando é de aceleração. Com objetivos claros. Planejamento.

Com união da nossa história com o presente, o futuro e todos aqueles que reconhecem a necessidade de ousar. Sem eleger inimigos para esconder incoerências ou incompetência. Por isso, doeu ver essa defesa de união derrotada pelo silêncio de templos que espalharam fake news e destilaram preconceitos. Doeu ver evaporar o chão do menino que, antes mesmo de saber ler e escreer, queria ser prefeito da sua cidade. 

Mas Deus, na sua poderosa forma de nos fazer entender, confessa a mim: “seu sonho nunca foi ser prefeito. Seu sonho sempre foi ser o melhor prefeito da história da sua cidade”. Confesso que de fato meu sonho nunca foi ser prefeito, mas ser o melhor de todos os tempos. Confesso que perdi, mas não me perdi de mim mesmo e nem perdi o que Deus me relembra.

Perder, portanto, me deu muito também. É preciso se preparar ainda mais. Sentir, experimentar, estudar, vivenciar. É preciso separar o joio do trigo. Sonhei e ainda sonho com uma cidade criativa que modernize sua gestão e inove. Vislumbrei e ainda vislumbro uma cidade sustentável que não só transforme lixo e esgoto em energia, mas que não polua, que seja mais ecológica, inclusive mentalmente. 

Desejei e ainda desejo uma cidade acelerada que comece a acontecer de imediato, no agora, e, resolva problemas cotidianos com a pressa que as pessoas merecem. Projetei e ainda projeto uma cidade inclusiva, uma cidade educadora que devolva todo o seu potencial aos seus donos – cada um de nós. Parafraseando Darcy [Ribeiro, antropólogo], confesso que odiaria estar ao lado dos que me venceram.

Sou sonhador. Por convicção. Bebo doses de realidade para ficar um pouco mais ébrio dessas verdades nuas e cruas. Sou um fracasso na velha e na tal nova cartilha política, porque não sei mentir e tenho minhas convicções e sonhos em constante processo evolutivo. 

Não forjo política de técnica, nem técnica de política. Não as desassocio, pela natural impossibilidade de separá-las do humano. Não sei usar as pessoas e nem me permito me aproveitar das suas fés. 

Vencido pelos mentirosos de discursos aguerridos e práticas no mínimo dispersas, concordo com as milícias digitais que me atacam: sou um perdedor, mas um perdedor orgulhoso e torno a dizer que jamais me vangloriaria em estar ao lado deles. 

Que sejam eles os vencedores, se esse é o jogo. Digam que é dor de cotovelo perante a ausência de argumentos menos sórdidos. Pois, não sou de crença, sou de ciência. De ciência e fé. 

Uma e outra, ciência e fé, reforçam que minha vaidade maior é ser friburguense moldado por esses típicos e raros amores que moram na categoria dos inabaláveis. 

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16 de maio

sexta-feira, 14 de maio de 2021

16 de maio
O aniversário de Nova Friburgo, no próximo domingo, 16, e a própria idade do município (203 anos) é motivo de polêmica do ponto de vista histórico. Há quem defenda, veementemente, um erro a celebração nessa data.  Em 16 de maio de 1818, D. João VI aprovou o contrato comercial com Sebastian Nicolas Gachet, a fim de estabelecer uma colônia de suíços na Fazenda de Morro Queimado, no distrito de Cantagalo. Mas foi em 3 de janeiro de 1820 que D. João VI baixou o alvará criando a Vila de Nova Friburgo, desmembrando-a, portanto, de Cantagalo.

16 de maio
O aniversário de Nova Friburgo, no próximo domingo, 16, e a própria idade do município (203 anos) é motivo de polêmica do ponto de vista histórico. Há quem defenda, veementemente, um erro a celebração nessa data.  Em 16 de maio de 1818, D. João VI aprovou o contrato comercial com Sebastian Nicolas Gachet, a fim de estabelecer uma colônia de suíços na Fazenda de Morro Queimado, no distrito de Cantagalo. Mas foi em 3 de janeiro de 1820 que D. João VI baixou o alvará criando a Vila de Nova Friburgo, desmembrando-a, portanto, de Cantagalo.

Polêmicas passadas
Essa discussão foi amplamente feita, quando o município planejava seus 150 anos. Segundo estudo da historiadora Janaína Botelho, o debate foi amplo entre Câmara de Vereadores, prefeitura, Academia de Letras etc. Apesar de tudo indicar o dia 3 de janeiro, com parecer até de um instituto de História, preferiu-se o 16 de maio.  

Ano também é controverso
Mas a data de nascimento de Nova Friburgo é ainda mais complexa. Se em 16 de maio de 1818 foi feita a autorização da colônia suíça, e se em 3 de janeiro de 1820 apareceu pela primeira vez o termo Nova Friburgo e sua condição de vila, há quem defenda que na verdade, Nova Friburgo surgiu mesmo em 17 de abril de 1820, quando ocorreu o encontro dos primeiros habitantes da vila para celebrar a sua fundação.

Três datas possíveis
Assim, temos 3 de janeiro, 16 de maio e 17 de abril como possibilidades de dias de aniversário de Nova Friburgo. Mais do que isso: o ano de nascimento: 1818 ou 1820. Sendo assim, 203 ou 201 anos? Para os que não gostam de envelhecer, certamente a escolha recai para os 201. E aí, qual dia de aniversário você quer para chamar de seu? Como criança ansiosa por presentes, que escolhamos as três datas.

Feliz aniversário
Assim como uma pessoa, o aniversário de uma cidade é também um convite a profundas reflexões: O que vivemos? Do que temos saudade? O que desejamos? Pode parecer estranho, mas muitas das vezes não saímos do lugar pela total ausência de resposta a essas aparentes simples perguntas.

Reflexões
Nova Friburgo completa aniversário. Quem é Nova Friburgo? Somos todos nós. Por isso, essa resposta deve ser respondida por cada um de nós. A soma de respostas não é simples. Somos diferentes, pensamos diferentes. Em tempos de extremos então, isso é ainda mais complexo.

Perdas
Fato é que praticamente todo friburguense concordará é que a cidade vem andando para trás. Perdendo protagonismo de maneira sistêmica. Perdendo identidade. Negando a modernidade e se afastando cada vez mais do pioneirismo que a tanto destacou no século passado. Se não fosse a coragem de alguns entusiastas em diversos setores, a situação seria ainda pior.

Raio-X
O que mais dói é ver uma cidade com tantos potenciais, não os reconhecer e tampouco os colocar a favor de sua gente. É inadmissível, em pleno 2021, ainda termos aterro sanitário, por exemplo, quando cidades mundo a fora estão transformando lixo em energia. Tantas ferramentas tecnológicas e o cidadão não poder ter os serviços públicos na palma da mão. Ser umas das piores em arrecadação de ICMS ecológico. Ser desigual na cobrança de IPTU, tendo um dos piores índices do Brasil. Ter umas das piores médias salariais do Estado. E isso, só para dar alguns exemplos.

Com crise se cresce
É possível sonhar. Mas sonhos pedem clareza, estratégia, objetivo e ação. Gestão e planejamento. Vontade. Dirão que tempos de crise dificultam mudanças. Pelo contrário. Muito pelo contrário. Crises permitem enxergar de maneira mais apurada e transformam decisões em urgências. Facilitam o convencimento de que mudanças na ordem das coisas são necessárias e devem ser imediatas. Invocam alterações no padrão estabelecido. A crise acelera o que todos sabem que tem que ser feito, encoraja, por uma questão de sobrevivência.

Desejos
Desejo que Nova Friburgo possa recuperar sua autoestima, valorizar a sua história e se inspirar na sua caminhada. Desejo que valorizemos mais nossas instituições e personalidades. Desejo uma cidade mais igual, mais humana e acolhedora. Desejo uma cidade ambientalmente focada. Desejo que apostemos na educação como ferramenta fundamental de transformação. Desejo uma cidade onde as pessoas tenham facilidade para se locomover. Desejo uma cidade que as pessoas não morram por omissão e mais do que isso, uma cidade que pare de focar na doença e passe a trabalhar para que as pessoas não adoeçam. Desejo que Nova Friburgo possa ser de fato a cidade que pode ser: nova por nome e gloriosa por definição. Aos friburguenses, sonhos e ação!     

Palavreando
“Uma plenitude inexplicável me invade quando atinjo a altura do km 67 da RJ-116. A última curva daquela serra é também a última para chegar ao paraíso. O que vem depois daquela curva é céu. Lá é cena perfeita dos pintores, inspiração dos poetas e fonte de melodia dos cancioneiros. Neste instante, se adentra portal para novo espaço. Único, extraordinário e intenso: Nova Friburgo”.

Foto da galeria
Uma das mais belas fotos do Cão Sentado, símbolo de Nova Friburgo. Do fotógrafo Thiago Fernandes. O registro fez sucesso nessa semana no Instagram e não é para menos. Uma obra de arte com olhar poético.
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“O relógio só anda pra frente”

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Muitos de nós têm dificuldades em assimilar a efemeridade da vida, a velocidade com que o tempo passa. Quando muito jovens, achávamos que seríamos, inclusive, eternos. A juventude tem esse frescor, nos ilude ao imaginarmos uma vida muito longa pela frente e sequer vislumbramos que o fim pode chegar. Vai chegar, aliás, um dia. Parece coisa que acontece com os outros, tão distante que não pode nos alcançar.

Muitos de nós têm dificuldades em assimilar a efemeridade da vida, a velocidade com que o tempo passa. Quando muito jovens, achávamos que seríamos, inclusive, eternos. A juventude tem esse frescor, nos ilude ao imaginarmos uma vida muito longa pela frente e sequer vislumbramos que o fim pode chegar. Vai chegar, aliás, um dia. Parece coisa que acontece com os outros, tão distante que não pode nos alcançar.

Mas a vida é isso aí. Vida. Ela sendo ela. Cheia de riscos. Poderosa, intensa, surpreendente. E ela tem essa força para mudar tudo da noite para o dia, relativizar convicções, romper com devaneios, desnudar a realidade, impor desafios, apresentar obstáculos algumas vezes intransponíveis. E aí é que começa a complicar. Há surpresas na vida que são implacáveis, arrebatadoras, nos tira o chão, nos coloca no cantinho do castigo olhando para as paredes de forma severa, sem hora para acabar. Não vai adiantar reclamar com os pais, os diretores não vão poder fazer nada.

E o tempo que parece voar, realmente passa rápido demais. Creio que um dia todos chegaremos a essa conclusão. E não dá para parar o relógio, colocar pilha fraca, sumir com o marcador. Ele não vai parar de passar e esse minuto em que penso essas palavras, também jamais voltará. Já dizia meu saudoso avô João: “O relógio só anda para a frente.” E é isso mesmo. Temos que aproveitar.

Chega uma hora, em que precisamos entender que existir significa também tomar as rédeas dessa existência, assumir de alguma maneira as responsabilidades, consentir, abraçar as possibilidades, desfrutar dos segundos, valorizar todos os instantes. Precisamos também estar cientes de que acatar a postura ativa diante da vida, significa também não esperar a “papinha na boca”, a mão na testa, alguém como escudo e as respostas prontas para tudo. É aprender sobre amor próprio. A entender-se no mundo, reconhecer seu valor e polir seus defeitos.

Independente de convicções religiosas, das aspirações que temos sobre o lado de lá, na crença que podemos nutrir sobre a vida depois do “fim”, fato é que essa roupagem assumida por essa vida é única e preciosa e não deve ser desperdiçada. Creio realmente que não estamos aqui a passeio. Temos missões urgentes a cumprir. Precisamos ser úteis ao bem da humanidade. Carecemos de sabedoria para escolhermos as pessoas com quem desejamos caminhar. Um dia, de uma maneira ou de outra, receberemos todos a conta da vida. Que tenhamos feito boas escolhas.

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Diversificação: investindo com segurança

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Manter uma relação saudável com seus investimentos é fundamental para viver essa experiência de maneira segura e positiva. Portanto, é preciso estudar. Você não precisa ser especialista, afinal, você pode deixar isso para seu consultor ou assessor de investimentos; mas entender o que será feito com o seu dinheiro é fundamental para se sentir mais à vontade.

Manter uma relação saudável com seus investimentos é fundamental para viver essa experiência de maneira segura e positiva. Portanto, é preciso estudar. Você não precisa ser especialista, afinal, você pode deixar isso para seu consultor ou assessor de investimentos; mas entender o que será feito com o seu dinheiro é fundamental para se sentir mais à vontade.

Falar em investimentos, contudo, faz com que a amplitude tome proporções quase ilimitadas e hoje vou adentrar de forma mais específica em ativos de renda variável; como ações, moedas e commodities, por exemplo. Para isso, vale ressaltar a necessidade de uma carteira de investimentos diversificada e de acordo com o seu perfil.

Existem duas formas de investir em renda variável: a primeira é optar por bons fundos de investimentos em ações (FIC e/ou FIA), recorrendo a gestoras com bom histórico operacional e com taxas justas de acordo com o serviço oferecido; a segunda opção de investimento em ações é através do Home Broker de sua corretora e aqui começamos a elaborar nosso planejamento (lembre-se sempre de que existem profissionais certificados para atuar na sua assessoria de investimentos e você pode estar sempre em contato com seu assessor para elaborar e seguir este planejamento).

Voltando à lei máxima dos investidores (a diversificação), precisamos falar sobre a Correlação de Ativos, uma relação estatística para metrificar (variando de -1 a 1) a relação entre ativos. Já ouviu falar?

Esta correlação pode se dar de 4 maneiras distintas:

• Correlação perfeitamente positiva (índice igual a 1)

• Correlação negativa

• Correlação positiva

• Correlação perfeitamente negativa (índice igual a -1)

As correlações perfeitas são situações ideais e – como tudo que é ideal – impossíveis de acontecer. Contudo vamos estudar as positivas e negativas para entendermos qual é a mais indicada para o seu portfólio de ações.

Basicamente, as Correlações Positivas se dão quando dois ativos (por haver relação estrita de mercado) fazem movimentos semelhantes entre valorizações e desvalorizações: como exercício, busque comparar os gráficos do barril de petróleo Brent e as ações de Petrobrás e verá a influência da cotação do barril de petróleo sobre uma empresa petrolífera. Por outro lado, há a Correlação Negativa quando dois ativos se movimentam de maneira graficamente opostas: também, como exercício, compare os gráficos de Dólar e Ibovespa e irá reparar um movimento espelhado entre os ativos; e faz sentido, afinal, quando o Ibovespa está em crescimento há uma tendência de valorização do Real perante o Dólar.

Seguido a ideia de correlação negativa – e evidenciando as possibilidades dentro dos mercados de bolsa –, é importante destacar as estratégias de seguro de carteira. Imagine uma nova crise e bolsas despencando mundo afora e sua carteira de investimentos protegida. É o que acontece quando estabelecemos uma forte correlação negativa dentro de uma estratégia de proteção do capital, mas este já é um assunto extenso e precisa de um texto só para ele.

Por ora, ao planejar sua carteira de investimentos é importante saber o papel de cada ativo e como este vai influenciar sua estratégia. Investimentos via Bolsa de Valores são complexos (apesar de bastante intuitivos) e a falta de planejamento esconde grandes riscos. Portanto, vale ressaltar: boas estratégias podem se mostrar a melhor decisão para seus investimentos.

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Dos barões do café aos reis do gado

quinta-feira, 13 de maio de 2021

A partir o terceiro quartel do século 19, os produtores rurais da Região Serrana fluminense foram substituindo progressivamente o café pelo gado em seus tratos de terra. Igualmente começaram a se preocupar com a seleção das raças, na escolha de matrizes, na formação de pastagens com gramíneas nutritivas, com o registro de linhagens objetivando o aprimoramento genético e com a vacinação periódica. As raças existentes no Brasil como a caracu, a mocha, a curraleira e a crioula eram basicamente as mesmas que os portugueses haviam trazido para o Brasil-Colônia.

A partir o terceiro quartel do século 19, os produtores rurais da Região Serrana fluminense foram substituindo progressivamente o café pelo gado em seus tratos de terra. Igualmente começaram a se preocupar com a seleção das raças, na escolha de matrizes, na formação de pastagens com gramíneas nutritivas, com o registro de linhagens objetivando o aprimoramento genético e com a vacinação periódica. As raças existentes no Brasil como a caracu, a mocha, a curraleira e a crioula eram basicamente as mesmas que os portugueses haviam trazido para o Brasil-Colônia.

Foi somente com a introdução do Zebu, raça bovina originária da Índia nas variedades Guzerá e Nelore, que o rebanho nacional se transformou ganhando qualidade. O Zebu era um gado extremamente fecundo e precoce em seu desenvolvimento, de grande rusticidade, prosperava em qualquer pastagem, resistia facilmente as epizootias e era quase refratário a tuberculose, o que não acontecia com o gado europeu. Produzia um leite muito gordo. Enquanto se empregavam 22 litros de leite de vacas europeias na fabricação de um quilo de manteiga, bastavam para idêntica produção 17 litros de vacas zebuínas.

Em 1870, Elias Antônio de Moraes, o segundo Barão das Duas Barras tomou a iniciativa de importar reprodutores zebus. Os primeiros lotes foram exemplares da raça Guzerá criados na Fazenda Ribeirão Dourado, em Macuco, que logo se expandiu para outras propriedades da região. O mesmo ocorreu com Manoel Ubelhard Lemgruber em 1878, que comprou raças Ongole, da Índia. Foi na Fazenda Santo Antônio de Sapucaia, no Carmo, que ele desenvolveu a criação iniciando uma prole que tornou-se conhecida como Nelore Lemgruber.

Júlio César Lutterbach, na Fazenda da Glória, e Sebastião Monnerat Luterbach, na Fazenda Santana, seguiram o exemplo de Manoel Lemgruber, se dedicando a criação do Zebu. O Nelore se difundiu muito no Triângulo Mineiro, Goiás e Mato Grosso. Já o Guzerá teve a preferência dos cantagalenses e a baronesa de São Clemente desenvolveu na Fazenda Areias uma raça quase pura. No entanto, quem mais se destacou na criação do Guzerá foi João de Abreu Junior.

Na Fazenda Itaoca, em Boa Sorte, Cantagalo, João de Abreu Junior possuía um numeroso plantel deste gado e ganhava o primeiro lugar nas competições agropecuárias que participava. Seu touro de nome Pavilhão com 1.050 quilos, recorde que levou mais de 50 anos para ser batido, tinha um retrato no cinema de Cantagalo, orgulho da pecuária local. O gado de João de Abreu projetou novamente o município por todo o país como fizera o café durante o Império.

Planejando as efemérides do centenário da Independência, os pecuaristas decidiram realizar, em Cordeiro, então terceiro distrito de Cantagalo, uma exposição de gado e produtos derivados para que servisse de preparação para a exposição no Rio de Janeiro, comemorativa da independência. Foi destinada uma área de 55.700 metros quadrados para o evento composta por seis pavilhões em forma de chalé para abrigar os animais a serem expostos, um coreto para a banda de música, pista para o desfile dos animais, entre outras benfeitorias.

No dia 4 de maio de 1921, pelo menos 61 expositores de vários municípios fluminenses participaram da primeira Exposição Agropecuária e Industrial de Cordeiro com 508 animais de diferentes espécies, dos quais 401 de grande porte com 370 bovinos e 33 equinos. Na relação dos bovinos não figurava ainda a raça Gir que ocuparia lugar de relevo no gado da região no futuro. Predominava na exposição as raças indianas Guzerá e Nelore em sua maioria pertencentes aos pecuaristas João de Abreu Junior e aos coronéis Júlio César e Sebastião Luterbach.

Este evento foi prestigiado pelo então presidente da República, Epitácio da Silva Pessoa, e pelo presidente do Estado, Raul Veiga. A segunda edição da exposição ocorreu em 1924, cujo resultado foi a criação de um posto de monta, um grande benefício na época. Vinte e um anos depois, em 1943, foi realizada nova exposição contando com a presença do então presidente Getúlio Vargas e do interventor do Estado, Ernâni do Amaral Peixoto. Na realidade, a mídia considerou este evento como a segunda exposição. Participaram os municípios de Cantagalo, Itaocara, Nova Friburgo, Carmo, Sumidouro, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena, Trajano de Morais, Bom Jardim e Duas Barras.

Quem tomou parte desta exposição foram as famílias Spinelli e Raul Sertã. O plantel da Granja Spinelli era formado pelo gado Guernsey. Já o friburguense José Pires Barroso ganhou o primeiro lugar em apicultura e vários outros friburguenses foram premiados tanto nesta modalidade como na de sericicultura. Porém, com a emancipação do distrito de Cordeiro, em 1943, que ganhou o predicado de município, a exposição ficou sob a sua administração, o que não deve ter agradado em nada os cantagalenses.

Nas últimas décadas, no entanto, a Exposição Agropecuária e Industrial de Cordeiro se tornou muito mais um evento com bailes e atrações musicais do que um espaço de negócios para os pecuaristas.

  • Foto da galeria

    Os Spinelli expuseram o gado Guernsey

  • Foto da galeria

    A primeira exposição de Cordeiro

  • Foto da galeria

    Getúlio Vargas na exposição de Cordeiro

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