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Um com todos

terça-feira, 23 de março de 2021

Estamos enfrentando uma das maiores crises da contemporaneidade. Não digo isto em referência apenas à pandemia da Covid-19 e à crise econômica que ela desencadeou. Esta afirmação tende a ser mais abrangente. Todos os dias nos deparamos com situações que revelam o quanto há de maldade em nós e no meio em que estamos inseridos. É muito comum ouvirmos justificativas sobre a atual situação culpabilizando o sistema, a cultura, o governo, a população. A responsabilidade torna-se uma verdadeira “batata-quente”.

Estamos enfrentando uma das maiores crises da contemporaneidade. Não digo isto em referência apenas à pandemia da Covid-19 e à crise econômica que ela desencadeou. Esta afirmação tende a ser mais abrangente. Todos os dias nos deparamos com situações que revelam o quanto há de maldade em nós e no meio em que estamos inseridos. É muito comum ouvirmos justificativas sobre a atual situação culpabilizando o sistema, a cultura, o governo, a população. A responsabilidade torna-se uma verdadeira “batata-quente”.

O ato de transferir a culpa é bastante antigo. No livro do Gênesis, ao ser questionado pelo motivo de ter comido o fruto proibido, Adão transfere a culpa para a mulher, Eva por sua vez para a serpente (cf. Gn 3, 11-13). Contudo, esta dinâmica não muda nada, ao contrário somente tende a agravar ainda mais as divisões e os conflitos.

Não se pode esquecer, em momento algum, de que todo ato humano exercido em sua individualidade tem uma dimensão de abertura para Deus e para o próximo. Disto, concluímos que o pecado tem como consequência a ruptura com Deus e com os irmãos.

Cada indivíduo, no exercício de suas funções, tem a responsabilidade de zelar pelo bem, pela paz e pela vida. Também faz parte de sua missão cuidar para que as estruturas sociais não percam a dimensão da verdade, bondade e comunhão. O papa emérito Bento XVI ao analisar os desvios e o esvaziamento de sentido vividos pela sociedade hodierna, aponta o humanismo integral como única solução. “Só um humanismo aberto ao absoluto pode guiar-nos na promoção e realização de formas de vida social e civil – no âmbito das estruturas, das instituições, da cultura, do ethos – preservando-nos do risco de cairmos prisioneiros das modas do momento” (Caritas in veritate, 78).

O enfrentamento da crise social deve começar pelo questionamento de cada indivíduo sobre sua forma de ação na vivência comunitária. É absurdo o modo como alguns indivíduos, no afã de defender suas ideologias, torcem para que falhem ações que tendem ajudar a outrem. Como também são absurdas as manifestações de alegria quando algo dá errado.

Assim, o Papa Francisco além reforçar a prática do humanismo integral, aponta o diálogo construtivo como ferramenta fundamental para enfrentar os conflitos e divisões. “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade”.

Mais uma vez, cabe a reflexão proposta pela quinta edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica, a qual nos convida, pela prática do diálogo fraterno, a construir pontes ao invés de muros de separação. É hora de todos nós assumirmos nosso lugar no enfrentamento da crise atual, exercendo com responsabilidade, diálogo e justiça a missão de ser um com todos.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Louvável seja o livro!

segunda-feira, 22 de março de 2021

“Quem não lê, aos 70 anos terá vivido só uma vida: a sua. Os que leem terão vivido cinco mil anos. Ler é uma imortalidade de trás para a frente”.

“Quem não lê, aos 70 anos terá vivido só uma vida: a sua. Os que leem terão vivido cinco mil anos. Ler é uma imortalidade de trás para a frente”.

Esta semana uma amiga, Carmem, com quem estou constantemente em contato, me enviou este pensamento, que é do célebre escritor Umberto Eco. Então, refleti a respeito dos benefícios que a leitura traz a uma pessoa. Cada um tem seus gostos e preferências, e a busca pela leitura deve ser orientada pelo prazer de ler, pela satisfação de perceber a vida em outras perspectivas e ampliar as possibilidades de compreensão da existência humana e da natureza. Os livros embalam nossos pensamentos e sonhos, ocupando de modo saudável o tempo que temos para relaxar, atraindo nossa atenção quando estamos aguardando a vez, ou até mesmo quando estamos num transporte. Estou cansada de ver leitores mergulhados na leitura em ônibus, metrôs e aviões. Sou um deles, para confessar um dos meus hábitos.

Quem lê amplia o poder de reflexão e argumentação. Torna-se mais capaz de interagir com as situações, vislumbrar outras oportunidades e planejar a vida com sabedoria. Certa vez, assisti uma palestra na biblioteca do SESC-NOVA FRIBURGO, em que a palestrante expunha o valor da leitura para jovens alunos. Percebi que eles gostavam de ler, o encantamento que sentiam com os personagens e como apreciavam os momentos em que se deixam levar pelo enredo das histórias. Entretanto, eles se queixavam de que não tinham livros disponíveis. Ou seja, os leitores de qualquer idade sofrem com a falta de oportunidades de leitura!

Mas há os que as possuem e não leem, uma vez que, provavelmente, gastam, cada vez mais, o tempo com os aplicativos virtuais de relacionamento. É certo que vivemos num mundo interativo, a internet é um veículo potente de comunicação e não podemos nos abstrair do universo virtual; temos de sobreviver no mundo civilizado! Mas é preciso ter amadurecimento para reconhecer os limites de uso e ser ciente de que nos livros encontramos fontes de ideias, prazer e de cultura. Quem lê tem o mundo nas mãos porque é alimentado por histórias e fatos, tem riqueza interior porque é abastecido por valores, tem vocabulário porque vivencia a língua em sua amplitude de emprego. Além do mais, cada leitura nos oferece algo de extraordinário que nos toca e nos faz ser diferente. Ah, as biografias!, como nos permitem conhecer a vida de pessoas corajosas, talentosas e sensíveis às questões relevantes, que modificaram a história.

Ler é poder adentrar diferentes universos culturais de tempos e espaços distintos. É viajar no tempo. E, por mais incrível que pareça, meu caríssimo amigo, os textos antigos têm atualidade. A premissa, o que não está na Bíblia, está em Shakespeare, é verdadeira, uma vez que os mitos, as lendas e as histórias de povos estão descritas em textos, em cada palavra, em cada frase, mostrando as relações de causa e efeito, os motivos das vitórias e derrotas, dos ideais, dos erros e acertos.  Inclusive, as múltiplas faces do caráter.

Ora pois, o livro não é uma caixa de surpresas e de magias?

 

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Autorizado o funcionamento da Faculdade de Odontologia

sábado, 20 de março de 2021

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 20 e 21 de março de 1971

Manchetes:

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 20 e 21 de março de 1971


Manchetes:

  • Autorizado por decreto presidencial, o funcionamento da Faculdade de Odontologia - Em seu último despacho com o ministro da Educação, o presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, aprovou a criação do curso superior de Odontologia em nosso município. Com esse ato, foram derrotadas as forças políticas que se antepunham a um dos grandes sonhos da nossa mocidade.
  • Roberto Sá Fortes, o homem que vai “limpar” o DER - O engenheiro Roberto Sá Fortes é um jovem técnico do qual tudo pode esperar a administração estadual, que o escolheu para o cargo de diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A função precípua do novo diretor do DER é sacudir a poeira e jogar muito “Detefon” nas engrenagens do importante órgão que foi desgovernado em todo o quadriênio pelo doutor engenheiro ex-prefeito de Friburgo. 
  • Manoel Carneiro de Menezes: reversão ao serviço público - O governador fluminense, Geremias de Mattos Fontes, fez reverter ao serviço, a pedido do interessado, o fiscal de rendas, Manoel Carneiro de Menezes, conhecido e querido homem público que toda Friburgo admira e quer bem. A decisão do governador Geremias Fontes vinha sendo pleiteada pelo servidor em causa, que assim, ficou atendido em sua reivindicação funcional e portanto colocado na posição desejada. O tenente Manoel Carneiro de Menezes, que com sua alta capacidade ocupou a função de chefe do Departamento de Turismo e Certames da municipalidade, estava exercendo a vereança, tendo sido um dos mais votados vereadores no município.  
  • General Rubens Rosado, uma legenda de dignidade - O novo secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro é o general Rubens Rosado, uma autêntica legenda de dignidade, patriotismo e amor ao trabalho. Engenheiro dos mais brilhantes, já exerceu altos cargos na administração fluminense e no Governo Federal, tendo sido por duas vezes, diretor geral dos Correios e Telégrafos e o homem escolhido para os estudos e implantação do mencionado órgão como autarquia. Amigo de nossa terra, o general Rubens Rosado aqui passa temporadas de descanso e veraneio, sendo querido e respeitado por todos.  
  • Nelson Kemp no serviço de divulgação da Prefeitura - Ao que estamos informados, o nosso colega de imprensa, jornalista Nelson Kemp foi convidado e aceitou chefiar a seção do Serviço de Divulgação da Prefeitura de Friburgo. Kemp, é um amigo e experimentado homem de jornal, acostumado às lides da imprensa, destacando-se antes de mais nada, pela autenticidade, pelos conhecimentos, pela tarimba na edição dos semanários do interior.
  • Comandante Imbroinisi - Foi muito felicitado, aliás merecidamente, o nosso conterrâneo, capitão Newton Abicalil Imbroinisi, comandante da Companhia da Polícia Militar aqui sediada, pela sobriedade e segurança com que realizou o policiamento e garantia pessoal dos participantes do Primeiro Encontro Nacional de Secretários de Interior e Justiça e Presidentes dos Conselhos Penitenciários dos Estados, realizado em nossa cidade.

 

Pílulas:

  • E a água jorrou nas torneiras. Aquilo que desde o mês passado deveria ter acontecido precisou “forceps” para ocorrer. O "esvaziamento da obra do século” - definição muito nossa e que ninguém arrebatará - foi coisa de bobalhões, figurinhas escondidas na lama de pantanal da politiquice. 
  • O prefeito de Friburgo, Feliciano Costa, mandou ao Legislativo mensagem de criação da Secretaria de Saúde e Promoção Humana. Não sabemos bem se o título é mesmo este que estamos dando. É evidente a falta de entrosamento do poder público municipal com a imprensa. 
  • O Departamento de Turismo Municipal está atuante, como convém a um organismo que trata da matéria em cidade de veraneio e clima ameno. A participação no Festival de Cinema em Teresópolis, com a nossa embaixada levando flores para distribuir com os participantes, especialmente com os artistas e diretores de cinema, rádio, televisão e jornalismo, é atuação inteligente e “a la Menezes”, o que quer dizer: certa, apropriada, realmente produtiva.    
  • Conforme prevíamos, o prefeito Feliciano Costa aceitou de pronto o plano estadual de instalação em nossa cidade, de um moderno Corpo de Bombeiros. A participação do município, será a construção do prédio para alojamento dos 60 homens e da garagem para os carros do equipamento. O Executivo “deu no vinte”, conforme esperávamos.  

 

Sociais:

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Juvenal Goulart (20); Maria Lessa Ventura, Flora Sertã da Silveira e João Batista Bussinger (21); Aracy Cúrio, Arlindo Angelino Pólo, José Dutra da Costa e Gisele Passenato (23); Richard Ihns (24); Elvirinha Gandur e Neuza Ruiz (25); Lázaro Matheus Garcia (26); Wilson Campos e Yeda Pinheiro (27). 

 

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Pequena reflexão sobre o sono… ou o que nos tira o sonho

sábado, 20 de março de 2021

Quando estou com sono, apenas vou dormir. Quando perco o sonho, eu me levanto. Minha ansiedade é maior do que a tentação da preguiça. Considero-me um ser noturno, ainda que concorde que as manhãs são lindas e o amanhecer talvez seja mesmo a parte mais bonita do dia. 

Quando estou com sono, apenas vou dormir. Quando perco o sonho, eu me levanto. Minha ansiedade é maior do que a tentação da preguiça. Considero-me um ser noturno, ainda que concorde que as manhãs são lindas e o amanhecer talvez seja mesmo a parte mais bonita do dia. 

Sei que parece conversa para boi dormir, mas refletir sobre perder o sono ou se render ao sono ou se vestir de sonho, diz muito sobre nós mesmos. Podemos ter sono por razões naturais, podemos perder o sono por circunstâncias diversas que vão além, muito além da biologia, podemos trocar de sonhos e pesadelos porque colecionamos traumas, aprendemos e quiçá evoluímos.  

O sono perdido de ontem pode não ter nada a ver com o de amanhã. De modo que aquilo que nos faz bocejar agora, um dia pode ter nos colocado desperto. Da mesma forma que o que nos despertava por prazer pode agora nos tirar o sono e o sonho que raramente vem do sono. Parece confuso. E é! A vida é confusa. 

O tempo faz confusão para além, muito além das bagunças que planta na mente. Falo das bagunças pelas células que morrem e nos levam fatalmente à perda de memória e até à insanidade, mas também daquelas que o conhecimento instiga ao ponto de entendermos a célebre filosofia de que quanto mais se conhece, menos se sabe. 

A admissão do não saber é a mais verdadeira das liberdades. Tão bom envelhecer quando se aprende a abdicar de dar opinião sobre tudo. Podia ser mais fácil, menos instigante. Porém, o prazer da paz é o mais legítimo facilitador do bem querer a si mesmo. Fazer guerra com quem quer morrer... Não serei eu o assassino! E não tem nada de individualista nisso. Muito pelo contrário. E adiciono o muito precisamente para dar ainda maior ênfase ao pelo contrário mesmo. É um sonho coletivo…

Em tempos líquidos como esses, segurar os dedos antes de sair digitando fezes pelas redes é de tal encanto, menor apenas que sequer se permitir ao trabalho de pensar em dar opinião ou ter opinião. Ah, o velho Raul! Não era mesmo desse mundo o nosso carimbador maluco. Mais Raul, menos extremismo ideológico idiotizado. Ainda que seja essa uma opinião, só dar opinião quando de fato se mereça investir tempo, paz e amor próprio. Quando for por um sonho.  

Eu posso agradecer por acordar todo dia, mas é muito difícil quando sequer fui dormir. Já fiquei desperto com o programa Silvio Santos. Atualmente, me dá sono. Mas é melhor do que essas pílulas. Os médicos deveriam receitar Silvio Santos ao invés dessas pílulas de benzodiazepina. 

Aliás, pesquisas recém publicadas e avalizadas pela Organização Mundial de Saúde atestam: “o uso indiscriminado de remédios para sono e ansiedade causa risco de morte maior do que o uso de drogas como cocaína e heroína”. Não use nem um nem outro tanto quanto for possível. 

Veja Big Brother Brasil, leia Martha Medeiros, faça dieta de leitura para descobrir verdades para além daquelas que tem te nutrido e não se esqueça: morrer é o destino de todos nós até para quem não acredita em destino. Mas também se lembre: viver - há certa dose de pretensão nisso - a gente escolhe. O que nos tira o sono, o que nos dá sono, o sonho…

Bom é ter ou buscar certo controle sobre um e outro e ambos.

 

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Inovação

sexta-feira, 19 de março de 2021

Inovação
R$ 40 milhões. Esse é o montante que será disponibilizado pela AgeRio (Agência de Fomento do Estado) e a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio) para financiamento de projetos de até R$ 3 milhões de micro, pequenas e médias empresas com foco na inovação.

Bolsas de pesquisa
Outra medida para colocar o Estado no campo da tecnologia está a previsão do lançamento de dois editais para o programa Doutor Empreendedor. Serão 50 bolsas de pós-doutorado objetivando a criação de empresas por cientistas e pesquisadores.

Inovação
R$ 40 milhões. Esse é o montante que será disponibilizado pela AgeRio (Agência de Fomento do Estado) e a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio) para financiamento de projetos de até R$ 3 milhões de micro, pequenas e médias empresas com foco na inovação.

Bolsas de pesquisa
Outra medida para colocar o Estado no campo da tecnologia está a previsão do lançamento de dois editais para o programa Doutor Empreendedor. Serão 50 bolsas de pós-doutorado objetivando a criação de empresas por cientistas e pesquisadores.

Em breve
Ambos os anúncios foram feitos no Seminário Rio Metápolis, que acontece na capital fluminense, nesta semana. A previsão é de que o edital acadêmico e o financiamento de projetos estejam disponíveis ainda neste semestre.

Lei do Bem
Aos empreendedores da inovação, assim como empresas já instaladas em busca de inovação e sustentabilidade, vale conferir a Lei do Bem. A legislação federal, pouco usada no Rio de Janeiro, é um conjunto de incentivos fiscais que permite a modernização de parques e a pesquisa para melhor produtividade e sustentabilidade.  

Empresas juniores
Por falar em inovação, a integração das três empresas juniores sediadas em Nova Friburgo está em curso. O objetivo é buscar o desenvolvimento de projetos complementares e fortalecer o empreendedorismo universitário na cidade. São elas: Eficiência Júnior/Cefet; Geração Júnior/Estácio e Serra Jr Engenharia/Uerj.

União universitária
Os alunos das três empresas ligadas às respectivas unidades de ensino se reuniram virtualmente nesta semana para estreitar esses laços e dar start aos objetivos. Isoladamente, as três já tem produzido inovações promissoras. Imagine atuando de modo ainda mais cooperado. Já dizia a velha máxima: as tecnologias e o desenvolvimento crescem em torno da pesquisa e do ensino.

Sustentabilidade
Diante do cenário de pandemia, a 5ª edição do Festival da Sustentabilidade será totalmente online. Através da lei Aldir Blanc, o evento gratuito vai de hoje, 19, a domingo, 21. A transmissão será feita da sede do Instituto Pindorama e serão disponibilizadas diversas oficinas e palestras.

Aprendizado
Destaque para as oficinas de culinária saudável, presente em todos os dias do festival sempre às 10h. Compostagem, cuidados com plantas e produtos de limpeza naturais são outros aprendizados que serão compartilhados na plataforma online. Nó Cego, Camarada Matagal e Zigbrothers compõem a programação musical. 

Feijoada Beneficente
O Rotary Club de Nova Friburgo, mesmo com as restrições da pandemia, está arrecadando fundos, através de uma feijoada beneficente, em prol da Escola Municipal Cecília Meireles. Para respeitar as medidas de distanciamento, os tickets de R$ 20 estão sendo vendidos por rotarianos e pela internet e a entrega se dará através do sistema de drive-thru, neste domingo, 21, na Casa Madre Roseli.

Pedagogia Waldorf
A renda será integralmente revertida para obra do prédio do segundo segmento, onde será instalada uma sala para o 9º ano do ensino fundamental. A Escola Cecília Meireles é uma iniciativa associativa educacional, social e cultural, sem fins lucrativos, composta por mães, pais e membros da comunidade escolar com a finalidade de apoiar e assegurar a prática da pedagogia Waldorf dentro da referida unidade.

Mostra de cinema online
Com friburguenses envolvidos no projeto, está no ar até domingo, 21, a 1ª Mostra Som Quadro a Quadro. Online e gratuita reúne mais de 30 filmes de animação e através da escolha dos espectadores, os melhores receberão prêmios de R$1 mil por categoria.

Oficinas de som
O objetivo do projeto é promover um olhar crítico sobre a importância do som na narrativa dos curtas-metragens, além de despertar o interesse e inspirar espectadores, realizadores e estudantes para finalização de som em filmes de animação, promovendo também trocas de conhecimentos com oficinas e bate-papo.

Votação popular
Os filmes disputam em três categorias: Melhor Filme, Júri Popular, Melhor Filme Infantil Júri Popular e Melhor Som (pela equipe técnica da mostra). A votação e os filmes podem ser acessados no site www.mostrasomquadroaquadro.com.br . O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc.

Palavreando

“Vale o sonho, vale o que fica na alma. Vale o que foi na expectativa do que vem! Vale o que foi como alicerce do que vem e virá! Vale se perder só para experimentar o prazer de achar”.

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Encontro virtual dos universitários Pedro Kemel (Eficiência Júnior), Brenda Thomaz e Vinícius Fracassio (Serra Jr Engenharia) e Thais Knust (Geração Júnior). Articulação para o empreendedorismo universitário das empresas juniores da cidade.
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Ostentação de verdade

sexta-feira, 19 de março de 2021

Simplicidade hoje em dia é ostentação. Ausência de complicação. Desnecessidade de dificultar as coisas. Capacidade em atribuir valor àquilo que muitas vezes não tem preço. Apreciar um pôr do sol, por exemplo. Respirar o ar puro do campo. Conversar com pessoas que têm estórias para contar. Contemplar uma árvore, comer um bom arroz com feijão, receber um abraço de uma pessoa querida, desinteressada, que só deseja a partilha do afeto, fazer uma caminhada, dormir em paz, com a consciência tranquila e deleitar o bom sono dos justos.

Simplicidade hoje em dia é ostentação. Ausência de complicação. Desnecessidade de dificultar as coisas. Capacidade em atribuir valor àquilo que muitas vezes não tem preço. Apreciar um pôr do sol, por exemplo. Respirar o ar puro do campo. Conversar com pessoas que têm estórias para contar. Contemplar uma árvore, comer um bom arroz com feijão, receber um abraço de uma pessoa querida, desinteressada, que só deseja a partilha do afeto, fazer uma caminhada, dormir em paz, com a consciência tranquila e deleitar o bom sono dos justos.

Viver de forma simples é absolutamente compatível com uma vida próspera e bem sucedida. É a minha opinião. Aliás, há quem só se sinta no ápice de suas conquistas quando encontra tempo em suas agendas para se aproximar do que há de mais simples e sofisticado que pode haver: a natureza. Natureza das coisas e natureza das pessoas. Essência dos seres.

Talvez estejamos complicando demais. A realidade já anda difícil por si só. Por mais que busquemos a paz interior e um estilo de vida compatível com as mais valiosas virtudes, somos partes de um todo que está desintegrado, problemático, adoentado. Não há como negar. Somos linhas que compõe esse emaranhado complexo, razão pela qual a busca pelo eixo da simplicidade nos reconecta de alguma maneira com aquilo que traz a verdadeira felicidade.

Muitos confundem uma vida simples com uma vida desprovida de condições básicas de existência, o que não é uma verdade absoluta. E é justamente esse ponto que me encanta. Batalhar, crescer, viver em harmonia com o ambiente, prosperar honestamente e ainda assim não precisar complicar tudo para sentir o preenchimento de coisas que não são úteis, não são necessárias, não trazem conforto e nem felicidade. E ainda assim sentir extrema felicidade em poder acompanhar um caminho de formigas no chão. Em ter tempo para preparar bolinhos de chuva no entardecer. Em ouvir cigarras cantando. Em ler um livro.

Sinto um imenso prazer quando troco sorriso sincero com alguém, quando percebo que as pessoas com quem interajo saem melhores do ambiente quando nos encontramos. Maior satisfação sinto ainda quando é a minha tristeza que se esvai pela presença do outro. Mas nada supera a alegria de ver quem amamos sorrindo de verdade. Quando eu observo de verdade, no meu ciclo de convívio, percebo nitidamente que os momentos mais felizes são puramente simples, que as pessoas que ostentam um sorriso real no rosto têm uma maneira de encarar a vida de forma descomplicada. Normalmente, gente que dá valor à essência da vida. Acho deveras maravilhoso.

Definitivamente, para mim, com tantos excessos, materialismo e egoísmo, viver de forma genuinamente simples é um baita luxo.

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Planejamento de sucessão patrimonial

sexta-feira, 19 de março de 2021

A morte pode ainda parecer um tabu, mas todos vamos encontrá-la. Por mais que seja estranho começar assim um texto sobre finanças, precisamos conversar mais sobre o assunto. Afinal, a sucessão patrimonial também faz parte do seu planejamento financeiro.

A propósito, você sabe ao que se refere este termo? Antes de mais nada, sucessão patrimonial é a estratégia cuja transferência de bens e direitos aos herdeiros são feitas dentro de um planejamento a fim de otimizar os processos. Possibilitando maior agilidade, segurança e, até mesmo, reduzir os custos sobre a transferência.

A morte pode ainda parecer um tabu, mas todos vamos encontrá-la. Por mais que seja estranho começar assim um texto sobre finanças, precisamos conversar mais sobre o assunto. Afinal, a sucessão patrimonial também faz parte do seu planejamento financeiro.

A propósito, você sabe ao que se refere este termo? Antes de mais nada, sucessão patrimonial é a estratégia cuja transferência de bens e direitos aos herdeiros são feitas dentro de um planejamento a fim de otimizar os processos. Possibilitando maior agilidade, segurança e, até mesmo, reduzir os custos sobre a transferência.

A ideia deste texto – além do teor educacional – é possibilitar maior tranquilidade aos entes envolvidos no referido contexto. Afinal, se despedir de pessoas queridas por nós já é muito difícil; perder meses e reservas de dinheiro para resolver problemas judiciais pode prejudicar ainda mais o processo de luto dos familiares. Portanto, hoje vou elucidar algumas estratégias capazes de tornar o processo mais simples e seguro.

• Doação em Vida - Estratégia para antecipação de herança, a doação em vida contempla – basicamente – duas diferentes possibilidades. A primeira (a doação de fato) permite a transferência de bens para o herdeiro dentro de algumas limitações: o doador precisará manter recursos em seu nome para garantir sua subsistência e deve respeitar a parte da herança que cabe aos herdeiros necessários. A segunda alternativa, por sua vez, é chamada de doação com reserva de uso fruto: permite a doação em vida para os herdeiros, mas somente será exercida após a morte do doador.

• Fundos Imobiliários - Para famílias acumuladoras de imóveis, uma solução para a transferência de recursos pode ser a criação de um fundo imobiliário. Este não precisa, necessariamente, ter negociação aberta em bolsa de valores e as cotas são divididas entre os herdeiros a fim de que cada indivíduo tenha sua parcela proporcional a receita gerada pelos imóveis; seja através da venda ou locação destes. Outra forma de o herdeiro angariar recursos é através da venda de suas cotas.

• Seguros de Vida - Os seguros de vida resgatáveis não promovem alta rentabilidade sobre o capital, mas apresentam algumas características imprescindíveis para o planejamento de sucessão. Por serem impenhoráveis, não ficam reféns de bloqueios judiciais; por serem isentos de tributação, não tem custos de IR (Imposto de Renda) e ITCMD (Imposto sobre Transferência Causa Mortis e Doação)

• Previdência Privada - Aqui, a busca por produtos de qualidade deve ser minuciosa; tem muita coisa horrível por aí. Mas você consegue achar bons produtos e que lhe oferecerão algumas boas vantagens: isenção de ITCMD e dispensa de inventários.

• Testamento - Este está entre as formas mais conhecidas de sucessão patrimonial, mas é a estratégia mais custosa. O testamento pode parecer simples pela praticidade em concretizar suas vontades de distribuição de bens, mas entra em processo de inventário, incide ITCMD, honorários advocatícios e custos de cartório.

Por fim, vale ressaltar que a melhor estratégia de sucessão patrimonial é a que faz sentido para você. Contudo, vale a dica, dedique parte do seu patrimônio em alocações isentas de tributação e que dispensem inventários. Esta parcela dos seus bens será responsável por garantir – de imediato – a tranquilidade financeira da sua família no momento de quitar documentações ou, até mesmo, possíveis dividas que venham a surgir.

 

 

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A enfermaria de beribéricos da Marinha

quinta-feira, 18 de março de 2021

Primeira parte

 

No final do século 19, a Marinha do Brasil instalou em Nova Friburgo enfermarias para o tratamento de praças da Armada acometidos de beribéri. O índice de mortalidade dos marujos instalados na ilha do Bom Jesus preocupou o Barão do Ladário, ministro da Marinha à época. Foram alugadas provisoriamente por esta instituição militar duas pequenas chácaras com casas de vivenda na Rua General Osório.

Primeira parte

 

No final do século 19, a Marinha do Brasil instalou em Nova Friburgo enfermarias para o tratamento de praças da Armada acometidos de beribéri. O índice de mortalidade dos marujos instalados na ilha do Bom Jesus preocupou o Barão do Ladário, ministro da Marinha à época. Foram alugadas provisoriamente por esta instituição militar duas pequenas chácaras com casas de vivenda na Rua General Osório.

O prédio da primeira chácara era elevado do solo mais de um metro, com sete janelas de frente e sete laterais. Possuía três enfermarias “acanhadas” iluminadas a querosene. A primeira com nove leitos, a segunda com sete leitos e a terceira enfermaria destinada aos menores com 12 leitos. Havia ainda um quarto para o médico, sala de jantar, despensa, uma saleta e uma cozinha. Fora do prédio, uma banheira e uma latrina para os militares oficiais e outras duas latrinas para os “inferiores”.

Um grande pátio era destinado ao recreio dos doentes e a trabalhos ginásticos tendo em ambos os lados um jardim. Próximo ao edifício havia dois depósitos, sendo um para a lenha. A segunda chácara era situada na mesma rua e a poucos metros da primeira. O prédio pouco elevado do solo possuía quatro janelas de frente e sete laterais. Havia seis saletas que formavam pequenas enfermarias, a primeira com cinco leitos, a segunda com dois, a terceira com três leitos, a quarta com quatro, a quinta com três e a sexta com nove leitos.

Uma saleta servia de quarto para o médico e havia ainda uma sala onde ficava a farmácia. Neste edifício havia um refeitório para os enfermos e os serventes, quartos para os enfermeiros, alojamento para oito serventes, uma cozinha com despensa e duas latrinas. Os dois prédios se comunicavam por um caminho interno que unia as duas chácaras. Em uma das inspeções foi elogiado o asseio das enfermarias bem como as roupas dos enfermos.

No entanto foram criticadas condições anti-higiênicas a exemplo da inconveniência de calhas a descoberto por onde passavam os dejetos fecais até o seu transporte ao rio Bengalas. A pressão da água era tamanha que as fezes saíam fora das calhas formando focos de infecção. Outro problema apontado foi a aglomeração dos enfermos com leitos muito próximos um do outro. Com janelas venezianas para entrada do ar, ocorria a aeração constante dos prédios ficando elas abertas o maior tempo possível. Isto parece ter minimizado o problema da aglomeração.

Mas por que a Marinha escolheu Nova Friburgo para o tratamento dos praças da armada acometidos de beribéri? Dois foram os motivos que corroboraram, a salubridade do clima das montanhas bem como o uso da hidroterapia, e notadamente das duchas recomendadas para o tratamento desta doença, no instituto que havia em Friburgo. O Instituto Sanitário Hidroterápico ou Casa de Duchas foi construído em 1870 pelos médicos Carlos Éboli e o dr. Fortunato.

Com o falecimento de Éboli, em 1885, o instituto passou a ser dirigido pelo médico Theodoro Gomes. Anexo ao instituto havia o Hotel Central, hoje o Colégio N.S. das Dores que hospedava os pacientes do instituto oriundos de outros municípios. Veja  um relatório de uma das inspeções realizada na enfermaria de Nova Friburgo e que curiosamente foi publicado no jornal, algo impensável nos dias de hoje por se tratar de assunto interno da Marinha: “Ao sr. ministro da Marinha dirigiu em data de 30 do corrente o diretor de hospital de Marinha, o sr. dr. Beato de Carvalho e Souza o seguinte ofício: Ilmo e Exmo senhor. Tenho a honra de comunicar a V.Exa. que, em cumprimento à ordem verbal que me foi dada por V. Exa. para visitar a enfermaria dos doentes de beribéri estabelecida em Nova Friburgo, para lá parti no dia 25 do mês passado. A inspeção que ali procedi, com todo o cuidado, me produziu a melhor impressão, porquanto encontrei a enfermaria em muito asseio e limpeza, e os enfermos com boa aparência de saúde e bem estar, o que tudo dizia que em suas consciências havia a confiança e esperança de breves restabelecimentos. Cumpre não ocultar que alguns, ou por outra, aqueles que foram paralíticos e com atrofias musculares ainda se acham muito enfraquecidos, e que só agora e depois de trinta e tantas duchas é que deixaram as muletas e principiam a caminhar sós e apenas firmados em suas bengalas. O tratamento geralmente adotado tem sido uma alimentação farta e apropriada ao estado de cada um, vinhos reconstituintes, do Porto, tônicos, passeios ao ar livre, exercícios ginásticos e sobretudo duchas simples e escocesas, o que tudo tem produzido ótimos resultados. O número de doentes em tratamento naquela enfermaria sobe a 64, dos quais vinte e tantos em condições de terem alta. Os outros, uns em plena convalescença e outros ainda necessitam de longo tratamento por se acharem muito fracos e agora em começo de regeneração. Nenhum óbito. (...) A remoção dos doentes de beribéri para aquela localidade [Friburgo] a ter a sua consciência tranquila e aplaudir a resolução de V. Exa. em fazer efetiva aquela mudança como um paradeiro aos óbitos repetidos que se davam nas praças da armada, quando em tratamento da ilha do Bom Jesus. Por este ofício se pode apreciar as vantagens da acertada deliberação do sr. Barão do Ladário criando a enfermaria em Nova Friburgo e providenciando para que nada faltasse às praças da armada afetadas de beribéri e ali recolhidas.” Jornal do Commercio, 7 de setembro de 1889. Continua na próxima semana.

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Dor física e dor emocional: qual a pior?

quinta-feira, 18 de março de 2021

Algumas pessoas perguntam isso, qual é o pior tipo de dor: física ou emocional? Vários autores cientistas defendem a ideia de que a dor emocional ou mental é a pior. Mas nem sempre. Creio que vai depender de que tipo de dor emocional é, a intensidade que ela atinge a pessoa, quais recursos psicológicos a pessoa sabe usar, entre outros fatores.

Algumas pessoas perguntam isso, qual é o pior tipo de dor: física ou emocional? Vários autores cientistas defendem a ideia de que a dor emocional ou mental é a pior. Mas nem sempre. Creio que vai depender de que tipo de dor emocional é, a intensidade que ela atinge a pessoa, quais recursos psicológicos a pessoa sabe usar, entre outros fatores.

O doutor em psicologia, Guy Winch, publicou um artigo no site Psychology Today em 20 de julho de 2014 no qual ele dá cinco maneiras pelas quais a dor emocional é pior do que a dor física (www.psychologytoday.com/us). Vamos dar uma olhada nisso e colocarei algumas ideias minhas também.

Ele comenta que temos a tendência de monitorar nosso corpo e nossa saúde física mais do que nossa saúde emocional. As pessoas com condições financeiras ou com bom plano de saúde geralmente fazem check-ups ou avaliações clínicas ou físicas a cada ano. Mas o que você acha da ideia de fazer um 'check-up psicológico'? Não parece uma ideia estranha para nós?

Sabemos que se uma pequena lesão física, como um corte, tornar-se mais dolorosa com o tempo, é sinal de infecção mais séria. Mas se não conseguirmos promoção no trabalho isto pode ser emocionalmente doloroso após várias semanas, e talvez não teremos consciência de que começamos a ficar deprimidos por causa desta perda no trabalho.

Ainda Guy afirma que “temos a tendência de reagir à dor física de maneira muito mais proativa do que à dor emocional. No entanto, exceto por lesões ou doenças catastróficas, a dor emocional frequentemente afeta nossa vida muito mais do que a dor física.” E são citadas cinco razões pelas quais a dor emocional é pior do que a dor física:

1. Memórias desencadeiam dor emocional, mas não dor física: relembrar a ocasião em que você quebrou a perna não a fará doer, mas relembrar a ocasião em que você se sentiu rejeitado por quem se sentia apaixonado ou apaixonada no colégio poderá causar dor emocional importante. 

2. Usamos a dor física como distração da dor emocional, não vice-versa. Alguns adolescentes e adultos se automutilam, ou seja, ferem a si mesmos, por exemplo, cortando a pele com uma lâmina, porque a dor física que isso produz os distrai de sua dor emocional, oferecendo-lhes alívio. Mas o mesmo não funciona ao contrário, ou seja, querer usar uma dor emocional para aliviar ou resolver uma dor física.

3. Em geral a dor física atrai mais empatia dos outros do que a dor emocional. Quando vemos um estranho sendo atropelado por um carro, estremecemos, ofegamos ou até gritamos e corremos para ver se ele está bem. Mas quando vemos um empregado numa loja recebendo uma bronca agressiva do seu chefe, coisa que produz dor emocional naquele funcionário, é improvável que façamos qualquer uma dessas coisas. 

4. A dor emocional produz ecos de maneiras que a dor física não faz isso. Se você recebeu uma ligação sobre a morte de seu pai ao estar num almoço romântico com seu marido ou com sua esposa no dia de aniversário de casamento, provavelmente levará alguns anos antes que você possa voltar a desfrutar uma comemoração como esta sem ficar bem triste. Mas se você quebrou o pé jogando futebol com amigos, provavelmente estará de volta ao campo assim que estiver totalmente curado da fratura. 

5. Uma dor emocional, mas não física, pode prejudicar nossa noção de valor pessoal, nossa saúde mental a longo prazo. A dor física deve ser extrema para prejudicar nossa saúde mental, claro, a menos que as circunstâncias também sejam emocionalmente bem traumáticas. Ser reprovado em um exame no vestibular ou Enem pode criar ansiedade e medo do fracasso, ou uma única perda dolorosa pode levar a anos de fugir de relacionamentos causando a consequente solidão.

Embora apliquemos uma pomada antibacteriana em um corte ou arranhão na pele imediatamente, fazemos pouco para proteger nosso respeito pessoal ao nos depreciar. Valorize sua dor emocional não no sentido de fazer propaganda dela por aí nas redes sociais e em diálogos com os outros, mas no sentido de entender o que está machucando sua vida emocional e o que pode e deve fazer para melhorar sua saúde mental.

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Sambas friburguenses

quarta-feira, 17 de março de 2021

Sambas friburguenses
Mesmo com a pandemia e o mundo do samba em compasso de espera, há boas expectativas quanto aos talentos friburguenses no maior carnaval do mundo. Pelo menos dois friburguenses têm chances de emplacar sambas de suas autorias no grupo especial carioca.

Sambas friburguenses
Mesmo com a pandemia e o mundo do samba em compasso de espera, há boas expectativas quanto aos talentos friburguenses no maior carnaval do mundo. Pelo menos dois friburguenses têm chances de emplacar sambas de suas autorias no grupo especial carioca.

Composições na Sapucaí
Na Mangueira, cuja disputa da escolha de samba está mais avançada, os friburguenses Guto Guimarães e Marlon Caetano levaram sua obra às semifinais da competição, após passar por uma das três eliminatórias, promovidas de forma virtual. A verde e rosa traz o enredo “Angenor, José e Laurindo”. De autoria do carnavalesco Leandro Vieira, faz tripla homenagem e exaltação à Cartola o poeta; Jamelão, sua voz mais famosa; e Delegado, o bailarino que foi mestre-sala.    

Samba elogiado na Mangueira
A dupla aposta na poesia para emplacar seu samba, bem ao estilo Mangueira. No refrão principal, sua obra canta: “Das mãos de Cartola nasceu a canção/ Uma voz deu a vida, cantou Jamelão/ Bailou Delegado, honrando a bandeira/ É festa no morro! É samba! É Mangueira!”. Guto Guimarães faz parte da diretoria da Vilage, já Marlon emplacou sambas no Alunão, Saudade e Imperatriz de Olaria.

Friburguense favorito na Imperatriz
Também da Vilage, o campeoníssimo Jeferson Lima tem seu samba apontado como o grande favorito na disputa da Imperatriz Leopoldinense. A escola que voltaria ao grupo especial em 2021 (por conta de não ter carnaval nesse ano), viu esse triunfal retorno adiado para 2022. O enredo será "Meninos eu vivi... Onde canta o sabiá, onde cantam Dalva e Lamartine", que vai homenagear o carnavalesco Arlindo Rodrigues.

Retorno ao Especial
A missão caberá a carnavalesca Rosa Magalhães que está de volta à escola onde conquistou cinco dos seus sete campeonatos. No refrão principal, Jefinho escreve: “Quem vai querer, quem vai querer?/ Só dá lalá até o amanhecer/ Onde canta o sabiá, canta Dalva de Oliveira/ Meninos, eu vivi, feliz, a vida inteira”.

Ligação verde e branco
Jefinho já ganhou samba na Imperatriz. Em 2004, foi dele a autoria do empolgante “Hoje eu quero ver/ Caldeirão ferver nessa magia/ O Brasil deu a cor/ Pra tingir de amor nossa folia”. Nas análises da disputa da verde e branco, o samba do friburguense é apontado como “o que tem pegada e cara de Imperatriz”. Sucesso na disputa, que por conta da pandemia, não tem datas definidas ainda para ocorrer.

Da Vilage para o Rio
Lembrando que Jeferson Lima é o compositor dos sambas da Vilage. A escola foi a única a já ter lançado não só o enredo como o samba para a próxima folia friburguense. A maior campeã do carnaval local vai cantar o som do sertão. As demais três escolas da cidade ainda aguardam o fim da pandemia para definir seus desfiles, ainda que internamente já tenham ideias e planejamento em curso.

Martinho da Vila
Voltando ao carnaval carioca, que tem um friburguense como estandarte de ouro - Evandro Malandro - intérprete oficial da Grande Rio, os desfiles de 2022 prometem a consagração de outro filho da região. O bibarrense mais famoso, Martinho da Vila, é o enredo da sua escola, Vila Isabel. Há muito tempo esperado, o tema da azul e branco tem o título, “Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho!”. Aos 82 anos de idade, 65 dedicados à Vila, Martinho certamente vai mexer com a Sapucaí mais uma vez. Dessa, no entanto, não com um samba seu, mas que fala dele.

Identidade digital
Não há data, ainda que nunca estivemos tão perto, para ter a identidade digital. Ela será gerada por aplicativo gratuito a ser ofertado pelo Governo Federal. A ferramenta terá o formato wallet, ou seja, poderá congregar outros documentos, como o Cadastro Pessoa Física (CPF), Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e título eleitoral. No estado do RJ, a CNH digital já é disponível a todos os motoristas.

Friburguenses aptos
A identificação utilizará dados biométricos, que são únicos em cada indivíduo. Os dados são os mesmos coletados pela Justiça Eleitoral quando o cidadão se cadastra como eleitor. Quase toda população friburguense já possui cadastro biométrico. No país, metade dos brasileiros também tem a biometria cadastrada. A expectativa, após acordo assinado nesta semana é de que a identidade digital esteja disponível ainda neste ano.    

Palavreando
“Peço, só peço o direito de ser eu. Respeitar seu direito de ser você. Abandonei o julgamento e me faço vigilante para não ser algoz do perdão. Não tenho e ninguém tem o poder de perdoar”.

Foto da galeria
As forças policiais de Nova Friburgo estão de luto. Faleceu no último fim de semana José Carlos Pinheiro Spitz que trabalhava há 35 anos na Polícia Civil. Mais uma vítima da Covid-19. A perda, reforça um movimento das forças de segurança sobre a prioridade de vacina para a população carcerária e profissionais que lidam com presos e custodiados. Zé, como era carinhosamente chamado pelos colegas de trabalho, por exemplo, entre outras funções, fazia o transporte de detentos. Mais do que isso, o movimento entende que as forças de segurança não podem parar e lidam com todo tipo de situação que coloca os seus profissionais em risco constante com a Covid. Filho e pai de policiais, José Carlos era considerado um apaixonado pela carreira. Nossos sentimentos aos amigos e familiares.
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