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A VOZ DA SERRA é dono de uma credibilidade inabalável

terça-feira, 05 de novembro de 2024

       O Caderno Z, muitas vezes, reflete nos meus ouvidos inquietos os versos de alguma canção. Desta vez, diante de um tema que é tão abrangente, pareço ouvir Lulu Santos cantando: “E a gente vai à luta,/ e conhece a dor, / consideramos justa / toda forma de amor...”. Também posso ouvi-lo cantar: “Nada do que foi será / do jeito que já foi um dia...” e isso porque o nosso tema fala sobre os vários modelos das configurações familiares.

       O Caderno Z, muitas vezes, reflete nos meus ouvidos inquietos os versos de alguma canção. Desta vez, diante de um tema que é tão abrangente, pareço ouvir Lulu Santos cantando: “E a gente vai à luta,/ e conhece a dor, / consideramos justa / toda forma de amor...”. Também posso ouvi-lo cantar: “Nada do que foi será / do jeito que já foi um dia...” e isso porque o nosso tema fala sobre os vários modelos das configurações familiares. Eu diria que as tradições abrem espaço para os conceitos de pluralidade, pois já está sacramentado que “cada família é única, sem precisar seguir padrões”.

       Sendo o amor o elemento primordial para unir pessoas, o que pode haver de mais bonito? Só mesmo uma relação saudável, harmoniosa, focada na naturalidade dos relacionamentos. “Dois pais, duas mães, mãe solo” - numa formação familiar o que conta é a responsabilidade para assumir as condições escolhidas, como tudo na vida exige de nós esse comportamento.  A professora da Unicamp/SP, Joice Vieira, explica que é “mais fácil dar possibilidades para refletirem sobre as pessoas que convivem em seu dia a dia do que definirem seu ciclo familiar pela ausência de alguma figura”. O mais importante é gerar referências “sejam pais biológicos, adotivos, avós ou outras pessoas...”.

       Na “construção de um futuro sólido”, um novo tempo deverá surgir, em especial, para as mães solo que precisam se multiplicar em mil tarefas e buscam “novos modelos de suporte, tanto no âmbito público quanto privado”, como “flexibilidade de horários, subsídios para creches e programas de desenvolvimento e reinserção, entre outras demandas para viabilizar uma vida profissional plena”.

       Num futuro ainda sonhado, há de chegar o tempo em que não haverá mais necessidade de se explicar as razões de como as famílias se formaram. A discriminação e o “estigma social” se perderão no túnel de um tempo, quando o amor será o senhor de todas as prioridades e escolhas humanas.

       Se de um lado, o futuro é promissor, a modernidade tem trazido em sua bagagem avanços que nem sempre são totalmente adequados. É o caso das substâncias utilizadas em cosméticos que podem adiantar a puberdade das meninas. A reportagem da estagiária Lais Lima alerta sobre o fator de risco de doenças, pois “quanto mais cedo uma menina entra na puberdade, mais chances de desenvolver doenças na fase adulta”.

       Outra preocupação é o implante de chips da beleza, o que já levou a Anvisa a suspender a venda, comercialização e propaganda do produto. Liz Tamone, no Especial para A VOZ DA SERRA, trouxe considerações do endocrinologista, doutor Márcio Fernando Lamblet, que alerta: “É preciso ter uma ciência robusta que assegure doses, efeitos colaterais, vantagens e desvantagens de qualquer medicação” e acrescenta: “o maior problema é que se perdeu o controle sobre a quantidade de implantes e os tipos de hormônios usados”. A decisão da Anvisa busca ainda por “intervenções comprovadas”.

       O esporte em Nova Friburgo sempre esteve em alta e, para nosso orgulho, vamos sediar as finais do Campeonato Brasileiro de Seleções de Basquete. Começando na segunda-feira, 4, até o próximo domingo, 11, as partidas acontecerão nos ginásios do Nova Friburgo Country Clube, no Sesc e no Colégio Nossa Senhora das Dores. Outro motivo de orgulho é a vitória de Campito que conquistou o Campeonato Estadual Individual de Pastilha 2024. A taça é nossa, como bem frisou Vinicius Gastin.

       Que tal uma feijoada vegana, uma moqueca de banana-da-terra ou uma coxinha de jaca? O mês onze começou com o Dia Mundial do Vegano – 1º de novembro. Já tivemos o Dia de Finados, quando a saudade fala ainda mais alto em nossos corações. A charge de Silvério chora o “finado” Centro de Arte. No dia 15, a Proclamação da República, e o Dia da Consciência Negra, na quarta-feira, 20. São datas relevantes na história do Brasil. Bom saber que o comércio está autorizado a funcionar nos feriados, pois comércio é vida, é comunicação, é gente circulando e movimentando a cidade. E nosso comércio é lindo e é turismo também. Feliz novembro para Nova Friburgo!

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Sinodalidade: conversão para mais missionários

terça-feira, 05 de novembro de 2024

Parte 2

A conversão das relações

Parte 2

A conversão das relações

“A necessidade de uma Igreja mais capaz de nutrir as relações: com o Senhor, entre homens e mulheres, nas famílias, nas comunidades, entre todos os cristãos, entre grupos sociais, entre religiões, com a criação” é a constatação que abre a segunda parte do Documento (49-77). E “não faltou também quem compartilhou o sofrimento de se sentir excluído ou julgado” (50). “Para ser uma Igreja sinodal, é necessária, portanto, uma verdadeira conversão relacional. Devemos aprender novamente com o Evangelho que o cuidado com as relações e os vínculos não é uma estratégia ou instrumento para uma maior eficácia organizacional, mas é o modo como Deus Pai se revelou em Jesus e no Espírito” (50).

As “recorrentes expressões de dor e sofrimento por parte de mulheres de todas as regiões e continentes, sejam leigas ou consagradas, durante o processo sinodal, revelam o quanto frequentemente falhamos em fazer isso” (52). Em particular, “o chamado à renovação das relações no Senhor Jesus ressoa na pluralidade de contextos” ligados “ao pluralismo das culturas”, com, às vezes, “sinais de lógicas relacionais distorcidas e até mesmo opostas às do Evangelho” (53). O ponto é direto: “Nessa dinâmica encontram-se as raízes dos males que afligem nosso mundo” (54), mas “o fechamento mais radical e dramático é aquele em relação à própria vida humana, que leva ao descarte de crianças, ainda no ventre materno, e dos idosos” (54).

 

Ministérios para a missão

“Carismas, vocação e ministérios para a missão” (57-67) estão no centro do Documento, que visa à participação mais ampla de leigas e leigos. O ministério ordenado é “a serviço da harmonia” (68) e, em especial, “o ministério do bispo” é “unir em unidade os dons do Espírito” (69-71). Entre diversas questões, foi constatado que “a relação constitutiva do Bispo com a Igreja não parece hoje suficientemente clara no caso dos bispos titulares, como os representantes pontifícios e aqueles que servem na Cúria Romana”. Junto com o bispo estão “presbíteros e diáconos” (72-73), para uma “colaboração entre os ministros ordenados na Igreja sinodal” (74). É significativa, ainda, a experiência da “espiritualidade sinodal” (43-48), com a certeza de que “se faltar a profundidade espiritual pessoal e comunitária, a sinodalidade se reduz a um expediente organizacional” (44). Por isso, destaca-se, “praticado com humildade, o estilo sinodal pode tornar a Igreja uma voz profética no mundo de hoje” (47).

 

A conversão dos processos

Na terceira parte do Documento (79-108), é imediatamente destacado que “na oração e no diálogo fraterno, reconhecemos que o discernimento eclesial, o cuidado dos processos decisórios e o compromisso de prestar contas de nossas ações e de avaliar os resultados das decisões tomadas são práticas com as quais respondemos à Palavra que nos indica os caminhos da missão” (79). Em particular, “essas três práticas estão intimamente interligadas. Os processos decisórios necessitam do discernimento eclesial, que requer escuta em um clima de confiança, que a transparência e a prestação de contas sustentam.

A confiança deve ser mútua: aqueles que tomam as decisões precisam poder confiar e ouvir o Povo de Deus, que, por sua vez, necessita poder confiar em quem exerce a autoridade” (80). “O discernimento eclesial para a missão” (81-86), na verdade, “não é uma técnica organizativa, mas uma prática espiritual a ser vivida na fé” e “nunca é a afirmação de um ponto de vista pessoal ou de grupo, nem se resolve na simples soma de opiniões individuais” (82). “A articulação dos processos decisórios” (87-94), “transparência, prestação de contas, avaliação” (95-102), “sinodalidade e organismos de participação” (103-108) são pontos centrais das propostas contidas no Documento, surgidas da experiência do Sínodo.  

 

A conversão dos laços

“Em um tempo em que muda a experiência dos lugares onde a Igreja está enraizada e peregrina, é necessário cultivar de novas formas a troca de dons e a interligação dos laços que nos unem, sustentados pelo ministério dos bispos em comunhão entre si e com o Bispo de Roma”: esta é a essência da quarta parte do Documento (109-139). A expressão “enraizados e peregrinos” (110-119) recorda que “a Igreja não pode ser compreendida sem o enraizamento em um território concreto, em um espaço e em um tempo onde se forma uma experiência compartilhada de encontro com Deus que salva” (110).

Também com uma atenção aos fenômenos da “mobilidade humana” (112) e da “cultura digital” (113). Nessa perspectiva, “caminhar juntos nos diferentes lugares como discípulos de Jesus na diversidade dos carismas e dos ministérios, assim como na troca de dons entre as Igrejas, é um sinal eficaz da presença do amor e da misericórdia de Deus em Cristo” (120). “O horizonte da comunhão na troca de dons é o critério inspirador das relações entre as Igrejas” (124). Daqui surgem os “laços pela unidade: Conferências episcopais e Assembleias eclesiais” (124-129). Particularmente significativa é a reflexão sinodal sobre “o serviço do bispo de Roma” (130-139). Justamente no estilo da colaboração e da escuta, “antes de publicar documentos normativos importantes, os Dicastérios são exortados a iniciar uma consulta das Conferências episcopais e dos organismos correspondentes das Igrejas Orientais Católicas” (135).  

 

Formar um povo de discípulos missionários

“Para que o santo Povo de Deus possa testemunhar a todos a alegria do Evangelho, crescendo na prática da sinodalidade, necessita de uma formação adequada: antes de tudo, à liberdade de filhos e filhas de Deus na sequela de Jesus Cristo, contemplado na oração e reconhecido nos pobres”, afirma o Documento em sua quinta parte (140-151). “Uma das solicitações que emergiram com maior força e de todos os lados ao longo do processo sinodal é que a formação seja integral, contínua e compartilhada” (143).

Também nesse campo retorna a urgência da “troca de dons entre vocações diferentes (comunhão), sob a perspectiva de um serviço a ser prestado (missão) e em um estilo de envolvimento e de educação à corresponsabilidade diferenciada (participação)” (147). E “um outro âmbito de grande relevância é a promoção em todos os ambientes eclesiais de uma cultura de proteção (safeguarding), para tornar as comunidades lugares cada vez mais seguros para os menores e as pessoas vulneráveis” (150). Finalmente, “também os temas da doutrina social da Igreja, do compromisso pela paz e justiça, do cuidado da casa comum e do diálogo intercultural e inter-religioso devem ter maior difusão no Povo de Deus” (151).  

 

Entrega a Maria

“Vivendo o processo sinodal – é a conclusão do Documento (154) – tomamos nova consciência de que a salvação a ser recebida e anunciada passa pelas relações. Vive-se e testemunha-se juntas. A história nos aparece tragicamente marcada pela guerra, pela rivalidade pelo poder, por mil injustiças e opressões. Contudo, sabemos que o Espírito colocou no coração de cada ser humano um desejo profundo e silencioso de relações autênticas e de laços verdadeiros. A própria criação fala de unidade e de compartilhamento, de variedade e interligação entre diferentes formas de vida.” O texto se conclui com a oração à Virgem Maria pela entrega “dos resultados deste Sínodo: ‘Ensina-nos a ser um Povo de discípulos missionários que caminham juntos: uma Igreja sinodal’” (155).

Fonte: Vatican News

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Depende só de si

terça-feira, 05 de novembro de 2024

Frizão empata fora de casa, e terá dois jogos decisivos pela Série B1

       O ponto somando fora de casa, neste final de semana, não foi suficiente para manter o Friburguense entre os quatro primeiros colocados da Série B1 do Campeonato Carioca. Contudo, o desenrolar da rodada manteve o Tricolor da Serra dependente apenas das próprias forças para conquistar uma vaga nas semifinais da competição.

Frizão empata fora de casa, e terá dois jogos decisivos pela Série B1

       O ponto somando fora de casa, neste final de semana, não foi suficiente para manter o Friburguense entre os quatro primeiros colocados da Série B1 do Campeonato Carioca. Contudo, o desenrolar da rodada manteve o Tricolor da Serra dependente apenas das próprias forças para conquistar uma vaga nas semifinais da competição.

       As partidas contra o São Gonçalo, nesta quarta-feira, às 15h, no Eduardo Guinle, e contra o Nova Cidade, no próximo sábado, 09, serão cruciais para manter vivo o sonho do acesso à segunda divisão do futebol carioca.

       Lutando contra as várias lesões desde o início da competição, o time comandado por Gerson Andreotti fez boa apresentação diante do Belford Roxo, no último sábado, 02, no Estádio Nélio Gomes. Os 40 minutos iniciais foram de amplo domínio, mas um erro individual resultou no gol do time da casa. Até o apito do intervalo, o Frizão passou por momentos de desencaixe, mas conseguiu segurar o marcador.

       Na etapa final, em especial nos últimos 15 minutos, a equipe de Nova Friburgo criou chances em profusão. Foram diversas oportunidades para marcar o segundo gol, algumas cara a cara com o goleiro Bruno, mas faltou um pouco mais de capricho - as condições do campo, a bem da verdade, também estavam longe do ideal. O Tricolor terminou a partida com 24 finalizações, sendo sete ao gol, contra 16 do Belford Roxo (quatro foram no alvo).

       Com esse resultado, o Friburguense soma agora oito pontos na competição, ocupando a quinta posição na tabela. O Belford Roxo, por sua vez, está na sétima colocação. Na prática, o Frizão vai encarar ainda dois rivais que estão à sua frente na tabela: São Gonçalo e Nova Cidade, ambos com nove (um a mais em relação à equipe friburguense). Ou seja, duas vitórias selam a vaga na semifinal da B1.

 

Outros jogos

       Em rodada de muitos gols - a maior até agora, com a bola balançando as redes 12 vezes, Paduano, São Gonçalo e Nova Cidade venceram. O Trovão Azul pulou para a liderança isolada da Taça Corcovado, com 13 pontos, ao superar o Pérolas Negras, no Estádio do Trabalhador, em Resende. Já o "Mais Querido" goleou o São Cristóvão, por 4 a 0, em Xerém, no Los Lários, e entrou para o G4, com 9 pontos. Outro que entrou na zona de classificação para as semifinais da competição, também com 9 pontos, foi o Quero-Quero de Nilópolis, que bateu o Serrano, por 3 a 2, em partida eletrizante, disputada em Moça Bonita. 

 

Tabela do Frizão

Friburguense 0x1 Pérolas Negras, Eduardo Guinle

Paduano 0x1 Friburguense, Antônio de Medeiros

Friburguense 0x0 Serrano, Eduardo Guinle

São Cristóvão 1x0 Friburguense, Ronaldo Nazário

Friburguense 2x0 Artsul, Eduardo Guinle

Belford Roxo 1x1 Friburguense, Nélio Gomes

06/nov, qua, 15h: Friburguense x São Gonçalo, Eduardo Guinle

09/nov, sáb, 15h: Nova Cidade x Friburguense, Joaquim Flores

 

Classificação da Taça Corcovado

1º - Paduano, 13 pts

2º - Artsul, 10 pts

3º - São Gonçalo, 9 pts

4º - Nova Cidade, 9 pts

5º - Friburguense, 7 pts

6º - Pérolas Negras, 7 pts

7º - Belford Roxo, 6 pts

8º - Serrano, 5 pts

9º - São Cristóvão, 4 pts

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    Frizão fez bom jogo no Nélio Gomes, mas conseguiu somar apenas um ponto (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Resultado fora de casa mantém o Friburguense com boas chances de chegar às semifinais (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Comemoração do gol tricolor: equipe segue dependendo apenas de si para avançar (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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A reconstrução da vida a partir da traição

terça-feira, 05 de novembro de 2024

Estou lendo “Todas as suas perfeições”, de Colleen Hoover, que aborda um delicado e tocante assunto: a reconstrução da vida depois de uma pessoa ser traída pelo companheiro. Certa vez, conheci um casal, pessoas com quem gostávamos de estar, um exemplo de vida a dois. Jorge e Adélia, cujos nomes são fictícios, expressavam felicidade em seus semblantes. Conversando com uma amiga em comum, soube que antes de se conhecerem e ficarem juntos, descobriram que ambos eram traídos (a mulher de Jorge era amante do marido Adélia).

Estou lendo “Todas as suas perfeições”, de Colleen Hoover, que aborda um delicado e tocante assunto: a reconstrução da vida depois de uma pessoa ser traída pelo companheiro. Certa vez, conheci um casal, pessoas com quem gostávamos de estar, um exemplo de vida a dois. Jorge e Adélia, cujos nomes são fictícios, expressavam felicidade em seus semblantes. Conversando com uma amiga em comum, soube que antes de se conhecerem e ficarem juntos, descobriram que ambos eram traídos (a mulher de Jorge era amante do marido Adélia). Quando souberam eles se solidarizaram e compartilharam a dor, fazendo nascer profundo afeto e, a partir desse sentimento, reconstruíram a vida. Casaram-se e tiveram dois filhos.

O belíssimo filme “Destinos Cruzados”, obra do romancista americano Warren Adler, adaptado para o cinema e dirigido por Sydney Pollack, com Harisson Ford e Kristin Scott Thomas, aborda a traição de um homem e de uma mulher e do romance que nasce entre os respectivos cônjuges traídos, que experimentaram juntos a dor e a raiva decorrentes.

Trair é uma decisão pessoal. Quem trai engana e quebra um compromisso. Os motivos são particulares, e não me cabe julgar. Mas o que me traz ao tema é a pessoa que sofre a traição, aquela que padece com a quebra de fidelidade e lealdade do parceiro.  Os impactos na vida de uma pessoa traída podem variar desde um estado de tensão emocional a crises de raiva, da ansiedade ao transtorno do estresse pós-traumático, das dores emocionais à depressão. As reações podem ser diversas e em intensidade diferentes, muitas vezes violentas. Quem vive uma traição pode sofrer um dos piores sentimentos que alguém pode ter.

A traição transforma a vida; os dias não mais serão como antes, mesmo para aqueles que buscam na indiferença o melhor conforto. As dores podem se enraizar na vida a ponto de atrapalhar ou impedir a construção de projetos pessoais ou de novos relacionamentos. O recomeço da caminhada necessita desapegos e determinação para deixar no passado um colar de mágoas.

Enfim, a literatura pode salvar, ao menos amenizar, quando aborda temas delicados como esse. É bom presenciar, através da leitura, as experiências sofridas pelos personagens, bem como as maneiras como convivem com as reviravoltas do destino.

Ah, meu amigo leitor, a vida nos desafia todos os dias de diferentes maneiras e não nos poupa sofrimentos. Mas a gente está neste planeta para aprender a superá-los, não é verdade?

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Grandes esperanças na Prefeitura de Friburgo

sábado, 02 de novembro de 2024

Edição de 2 e 3 de novembro de 1974

Manchetes 

Edição de 2 e 3 de novembro de 1974

Manchetes 

Grandes Esperanças - O prefeito Amâncio Azevedo reuniu os funcionários da prefeitura na última semana. O motivo da reunião foi a punição de um servidor que, em seu carro, trazia uma discreta propaganda de um candidato, que não era do MDB, portanto era da Arena, um partido que não é da simpatia do nosso prefeito. Por razões óbvias. Diga-se, de passagem, que o servidor foi punido por intermédio de Roberto Pinto (secretário geral da prefeitura) e que, ao que tudo indica, tentou agradar ou interpretar a vontade e o pensamento do prefeito Amâncio Azevedo.

Samba sorteia ordem para o Carnaval 1975 - Foi sorteada na Prefeitura Municipal de Nova Friburgo a ordem de entrada das escolas de samba, no desfile da Avenida Alberto Braune para o próximo ano. Ao sorteio compareceram representantes de todas as agremiações carnavalescas da cidade. A ordem oficial é a seguinte: 

1: Império de Olaria 

2: Unidos da Saudade 

3: Unidos do Terreirão 

4: Alunos do Samba 

5: Vilage no Samba 

6: Acadêmicos das Braunes

Alencar ganha elogios - O vereador Alencar Barroso, atual presidente da Câmara Municipal, candidato pelo MDB e deputado federal, recebeu uma carta do também candidato Roberto Saturnino Braga, que agradeceu a recepção que teve quando de sua visita a nossa cidade. 

Outubro teve balanço - Eis os números computados por este jornal referente aos registos no trânsito, hospital e polícia no mês de outubro:

  • Agressões: 33
  • Internados por agressão: 12
  • Atropelados: 24
  • Internaçõs por atropelamentos: 15
  • Colisões: 28
  • Vítimas: 32
  • Vítimas Internadas: 6
  • Suicídios: 3
  • Roubos de carros: 2
  • Afogamentos: 4
  • Assassinatos: 2

Paróquia tem celebração - Coordenada pelo Bispo D. Clemente Isnard, vai começar no dia 8 de dezembro, na Paróquia de São João Batista, a celebração comunitária do ano santo. A celebração visa unir todos os católicos no reencontro com a sua igreja ao mesmo tempo em que são feitas orações pela paz Mundial.

Funcionários homenageiam Padilha - O governador do Estado do Rio de Janeiro, Raymundo Padilha, foi homenageado em Petrópolis, pela classe dos agentes fiscais e fiscais de renda do Estado do Rio. Em seu discurso de agradecimento, Padilha afirmou que cumpriu o dever, e que termina o seu governo, revivendo a intimidade de sua consciência de homem público e de cristão e que ela não a acusa de ter faltado aos deveres de justiça.

Uma vítima por dia em Friburgo - O trânsito em Nova Friburgo está fazendo uma vítima por dia. As últimas vítimas registradas na cidade são: Maria Goretti Chiapin Barbosa, 11 anos, filha de Sebastião Barbosa e Clair Chiapin, residente em Olaria. Ela foi atendida com escoriações no Posto de Urgência.

 

Sociais 

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Angela Maria (4); Bernardo Nunes Pinto (5); Manoel Henriques Villarinho, Lucy Lamy de Souza, Sysley de Souza, Joaquim Mário de Azevedo e Rita Silva Nicolau (6); Jair Castro Nunes e Demerval Moreira (7); Cláudio Moreira da Costa, Sebastião da Silva Mattos, Jofre Martins da Costa e Lília Beatriz Moraes (8); José Mauro (9); Katarina Brehem, Maria Kátia Vianna, Gildásio Stork Coutinho, Fátima Sardou, Hélio José Pereira e Lécio Polo (10).

  • Estagiária sob supervisão de Henrique Amorim 

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A taça é nossa

sábado, 02 de novembro de 2024

Campito, da AFFM Friburguense, conquista o Campeonato Estadual individual de Pastilha 2024

Uma temporada recheada de conquistas, marcando de forma especial o ano em que a AFFM Friburguense comemora os seus 40 anos de fundação. O Campeonato Estadual Individual de Pastilha 2024, organizado pela Fefumerj, chegou ao fim, e o Tricolor da Serra conquistou a competição pela oitava vez na história, e pelo segundo ano consecutivo, através do atleta Campito. O Frizão passa a ser o maior campeão isolado no individual da regra, na categoria adulto.

Campito, da AFFM Friburguense, conquista o Campeonato Estadual individual de Pastilha 2024

Uma temporada recheada de conquistas, marcando de forma especial o ano em que a AFFM Friburguense comemora os seus 40 anos de fundação. O Campeonato Estadual Individual de Pastilha 2024, organizado pela Fefumerj, chegou ao fim, e o Tricolor da Serra conquistou a competição pela oitava vez na história, e pelo segundo ano consecutivo, através do atleta Campito. O Frizão passa a ser o maior campeão isolado no individual da regra, na categoria adulto.

Esse foi o primeiro título do botonista em competições oficiais da Federação. Rodrigo Campos, mais conhecido no meio botonista como "Campito", assim como o campeão de 2023, Anísio, e os campeões de anos anteriores (Pedro, Pabinho, Christofer, Marquinhos e Pirica), é mais um atleta formado na tradicional escola friburguense de Pastilha.

Depois de quatro etapas, todas vencidas por diferentes atletas (Cleciano, do Vasco; Vinícius, do Friburguense; Quartarone, do Fluminense e Marquinhos, do Vasco), Campito se valeu da regularidade para se sagrar campeão. A quarta e última etapa foi disputada no último sábado, dia 26, na sede do futebol de mesa do Botafogo de Futebol e Regatas. Trinta atletas representaram 11 clubes: Friburguense, Vasco, Fluminense, Humaitá, Olaria, Flamengo, A.A. Light, Grajaú, Botafogo, São Cristóvão e o estreante América, com o atleta Hiêgo. Os competidores foram divididos em quatro grupos de oito, classificando os quatro primeiros para a disputa da Série Ouro e os restantes disputando a Série Prata.

Nas semifinais da Ouro, Marquinhos (Vasco) venceu Cleciano (Vasco) por 4 a 2 e Quartarone (Fluminense) venceu Abel (Vasco) por 6 a 3. Na final, Marquinhos venceu Quartarone por 7 a 2, conquistando o título da etapa de forma invicta - por muito pouco não levou o Campeonato Estadual. Na disputa de terceiro lugar, Abel venceu Cleciano por 3 a 2. Na final de Prata, Marcus (Botafogo) venceu Salac (Fluminense) por 8 a 2.

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    Campito (2º da esq. para a dir.) entra para a história com título estadual (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Com a conquista, AFFM Friburguense se isola como o maior campeão da modalidade (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Cordeiro, Cantagalo e Macuco são os campeões da 20ª edição do Calcário das Escolinhas de Futebol. As finais de todas as categorias da competição, organizada pela Liga Desportiva de Macuco, com chancela da Ferj, foram realizadas, no sábado, 26, no Estádio Dr. Mário Freire Martins, em Macuco. Na decisão da categoria Sub-11, num clássico tradicional da região, Cordeiro goleou Cantagalo, de virada, por 5 a 1, sagrando-se campeão. Na final da categoria Sub-13, novo clássico, mas desta vez o Cantagalo bateu Cordeiro por 1 a 0, faturando a edição 2024. Agora, em novembro, no dia 23, a Liga de Macuco realizará a edição deste ano do Calcário de Escolinhas da categoria Sub-09, no Estádio do Altense Clube, em São Sebastião do Alto. Após as partidas, o presidente da Liga de Macuco e também coordenador da Ferj, na região, Diogo Latini, fez a entrega das premiações com participação dos representantes das equipes presentes no Estádio. (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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No papel

sexta-feira, 01 de novembro de 2024

Lei que institui a prática esportiva eletrônica em Nova Friburgo é aprovada

A Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, em primeira discussão, o projeto de lei, de autoria do vereador Claudio Leandro, que institui a prática esportiva eletrônica em Nova Friburgo. Essas modalidades são as atividades que, fazendo uso de artefatos eletrônicos, caracterizam-se pela competição entre dois ou mais participantes, e individualmente, em um ambiente virtual, no qual são empregadas habilidades e estratégias para alcançar objetivos e obter êxito nos jogos digitais.

Lei que institui a prática esportiva eletrônica em Nova Friburgo é aprovada

A Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, em primeira discussão, o projeto de lei, de autoria do vereador Claudio Leandro, que institui a prática esportiva eletrônica em Nova Friburgo. Essas modalidades são as atividades que, fazendo uso de artefatos eletrônicos, caracterizam-se pela competição entre dois ou mais participantes, e individualmente, em um ambiente virtual, no qual são empregadas habilidades e estratégias para alcançar objetivos e obter êxito nos jogos digitais.

Os jogos eletrônicos compreendem todas as formas de entretenimento e competição realizadas por meio de dispositivos, tais como computadores, consoles de videogame, smartphones, tablets e outros. O esporte eletrônico, dentro do contexto desta lei, refere-se às práticas competitivas e organizadas de jogos eletrônicos, que englobam diversas modalidades e gêneros, como os jogos de estratégia em tempo real (RTS), os jogos de tiro em primeira pessoa (FPS), os jogos de luta, os jogos de esportes virtuais, os jogos de simulação e outros.

No sistema de acesso e descenso misto de competição, os jogadores participam de torneios e campeonatos, buscando ascender a categorias superiores por meio de bom desempenho e resultados positivos, ao mesmo tempo em que correm o risco de serem rebaixados caso não atinjam os critérios estabelecidos.

Considera-se também como atividade esportiva eletrônica o suporte técnico, a produção de conteúdo relacionado aos jogos digitais, o streaming de partidas e eventos, as análises de desempenho, a gestão de equipes e outras atividades correlatas que contribuam para o desenvolvimento e o fortalecimento do esporte eletrônico em Nova Friburgo.

O município acompanhará os avanços tecnológicos e novas modalidades de jogos eletrônicos, a fim de garantir a atualização contínua desta lei, buscando sempre a promoção e o desenvolvimento saudável do esporte eletrônico em consonância com os valores éticos e sociais.

O atleta esportivo de jogos eletrônicos é aquele que se dedica de forma profissional ou amadora à prática competitiva de jogos eletrônicos, participando de torneios, competições, ligas e outras modalidades organizadas, demonstrando habilidades técnicas, estratégicas e táticas no ambiente virtual. Os eventos e competições de jogos eletrônicos poderão abranger diferentes modalidades, gêneros e categorias de jogos, contemplando tanto o público amador quanto o profissional.

A organização e divulgação dos eventos e competições poderão ser realizadas por entidades esportivas, instituições de ensino, associações, empresas e demais interessados, mediante autorizações e licenças necessárias junto aos órgãos competentes do município.

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    Projeto de lei foi aprovado pela Câmara, em segunda discussão, e aguarda sanção do prefeito (Foto: Divulgação Vinícius Gastin))

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    Jogos eletrônicos compreendem formas de entretenimento e competição por meio de dispositivos (Foto: Divulgação)

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Sete anos com a palavra

sexta-feira, 01 de novembro de 2024

Hoje, esta coluna tem um quê especial e peço licença para me dirigir a toda a equipe do Jornal A Voz da Serra e a todos os leitores que me acompanham por aqui. Sou pura gratidão por toda atenção dispendida, todas as sextas-feiras, todas as semanas, há sete anos. Esta semana celebro mais um marco significativo, pois completamos sete anos da coluna "Com a Palavra". Ao longo desse tempo, tivemos a oportunidade de explorar uma diversidade de temas que compõem a rica tapeçaria da nossa sociedade.

Hoje, esta coluna tem um quê especial e peço licença para me dirigir a toda a equipe do Jornal A Voz da Serra e a todos os leitores que me acompanham por aqui. Sou pura gratidão por toda atenção dispendida, todas as sextas-feiras, todas as semanas, há sete anos. Esta semana celebro mais um marco significativo, pois completamos sete anos da coluna "Com a Palavra". Ao longo desse tempo, tivemos a oportunidade de explorar uma diversidade de temas que compõem a rica tapeçaria da nossa sociedade.

Sempre tive intuito de proporcionar um ambiente leve que importasse em verdade e alívio para as pessoas. Que trouxesse leveza, conexão, empatia. Cada texto trazido à coluna é um convite à reflexão e eu sigo reafirmando o papel da imprensa como agente de transformação social.

Sete anos atrás, quando esta coluna foi lançada, o mundo era um lugar diferente. As redes sociais estavam em plena ascensão, e a necessidade de um espaço dedicado à reflexão sincera sobre temas do cotidiano se tornava, para mim, cada vez mais evidente. Em meio a tantas informações, o propósito era claro: oferecer um local onde as pessoas pudessem se conectar com seu lado mais humano.

Cada artigo, cada opinião, cada história trazida para esta coluna fez parte de uma conversa maior. Agradeço a todos que contribuíram de alguma forma, a toda equipe do Jornal que faz a engrenagem girar todos os dias com maestria e a todos os leitores que dedicam um pouquinho do seu tempo para se conectarem com essas palavras que escrevo com todo carinho e humildade. Vocês foram essenciais para moldar a voz da coluna e motivar a continuidade do que expresso por aqui.

Acredito que as palavras têm poder. Elas podem inspirar, provocar e, muitas vezes, transformar. Confio que o diálogo é vital. É na troca de ideias que encontramos caminhos, compreendemos diferentes perspectivas e, quem sabe, chegamos a soluções para os desafios que enfrentamos.

Olhando para o futuro, tenho a certeza de que a jornada continua. Convido cada um de vocês a se juntar a nós, trazendo suas perspectivas e histórias, pois a coluna é, acima de tudo, um reflexo da nossa sociedade. Que esse intuito se protraia no tempo e siga somando. E multiplicando.

Obrigada por fazerem parte da história de "Com a Palavra". Que possamos continuar a escrever juntos, um artigo de cada vez.

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Bares e restaurantes: regra do horário tem que ser legal para todos

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Nova Friburgo termina este mês com uma ampla discussão sobre as regras de horário de funcionamento de bares e restaurantes em todo o município. Na semana passada, a prefeitura adotou uma medida que visa estabelecer limites no horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, bem como de música ao vivo.

Nova Friburgo termina este mês com uma ampla discussão sobre as regras de horário de funcionamento de bares e restaurantes em todo o município. Na semana passada, a prefeitura adotou uma medida que visa estabelecer limites no horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, bem como de música ao vivo.

Enquanto região turística e centro de moda íntima de todo o Estado do Rio de Janeiro, Nova Friburgo possui um papel vital tanto para a economia regional quanto nacional, especialmente para reconhecidíssima gastronomia local, sendo certo que vários festivais gastronômicos aqui são realizados.

Há diversas décadas, Nova Friburgo tem apresentado uma evolução marcante no setor, com abertura e consolidação de novas casas, atração de chefs renomados e construção de uma sólida cena gastronômica que passou a ser uma das mais respeitadas e considerada por muitos, uma joia dentro do estado.

Ao mesmo tempo que vemos este positivo avanço e o crescimento da importância do setor, um dos maiores empregadores dos friburguenses, outros aspectos legais colocam em pauta discussões sobre as medidas tomadas pela prefeitura que regram o funcionamento destes comércios.

Conforme o decreto 3.147, do último dia 24, bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos similares poderão funcionar até a 0h de segunda a sexta-feira e até a 1h da madrugada nos fins de semana e feriados. A norma autoriza o uso de música até as 23h de segunda a sexta-feira e até as 0h aos sábados.

 

A prefeitura escreve certo, mas por linhas tortas

Na ponta final desse grande problema estão os moradores vizinhos, que reclamam da bagunça, música alta e sujeira nas ruas. Reclamações justas, já que também envolvem o legítimo direito do sossego e descanso. Colocar balizas delimitantes, inegavelmente é necessário para que se possa viver uma vida em sociedade. No entanto, colocar uma luz sobre o assunto e buscar clareza em regras que possam harmonizar estas questões é de extrema importância.

Pelas novas regras, mesmo estabelecimentos sem exploração de música ou equipamentos sonoros amplificadores, e com razoável ou completo isolamento acústico — como é o caso dos restaurantes refinados de nossa cidade — deverão se adequar aos horários de funcionamento estipulados, o que pode destoar das expectativas dos próprios turistas.

Desta forma, tanto um restaurante que serve truta, vinho e música ambiente, quanto um bar com uma roda de samba ou até mesmo uma casa com shows com centenas de pessoas assistindo um show, são colocados no mesmo âmbito de aprovação e fiscalização, sendo erroneamente tratados da mesma forma.

 

Fora da lista de perturbação do sossego

Apesar da legislação rigorosa para os estabelecimentos, a prefeitura evita cumprir sua responsabilidade de regular o som custeado com as verbas públicas destinadas às secretarias de Turismo e Cultura. No entanto, isso é contraditório, já que o objetivo da legislação seria assegurar o sossego e o descanso da população.

É importante destacar que as atividades religiosas, como cultos e celebrações em templos, incluindo o uso de som amplificado ou exploração de música por meio de autofalantes, também foram excluídas da lista de regulamentação de funcionamento estabelecida pelo decreto municipal.

 

Datas especiais

A legislação é omissa com datas especiais. Temos o segundo maior carnaval do Estado do Rio de Janeiro, ficando atrás apenas da capital, que realiza o maior carnaval do mundo. Durante anos, trios elétricos potentes percorrem toda a Avenida Alberto Braune, costumeiramente encerrando suas atividades musicais após o horário estabelecido pela atual legislação.

Ante a ausência de legislação específica sobre a temática há margem para discussões. Durante o carnaval, quando a própria prefeitura promove e financia festas com trios elétricos e milhares de foliões até além do horário, os estabelecimentos comerciais também terão que fechar suas portas para consumidores e turistas? É algo a se discutir.

 

O setor que mais sofrerá impactos  

Uma outra forma clara de começar a resolver o problema é entender que o setor de bares e restaurantes funciona em um horário diferente do de outros segmentos, não se restringindo ao horário comercial. Afinal, os clientes desses estabelecimentos são os que trabalham no horário comercial.

Para os empresários que precisam gerar renda e empregos, para os músicos, com a volta de uma renda fruto de seu trabalho, para os fiscais trabalharem com maior segurança e, especialmente, para os vizinhos poderem ter seu direito ao sossego preservado, diretrizes equilibradas devem ser seguidas pelo Poder Executivo.

Com as novas medidas adotadas, as regras municipais destoaram um pouco da realidade de como funciona o comércio noturno, abrindo margem para possíveis problemas para os estabelecimentos, para os moradores vizinhos e para a comunidade artística local, especialmente músicos que dependem da noite para manter a sobrevivência.

Um dos efeitos colaterais deverá ocorrer, em especial, com a cena musical, que poderá fazer com que os bares e restaurantes, na busca por trabalhar de forma correta e com medo de retaliações, optem por não abrir mais espaço para os artistas da cidade e oferecer música em seus estabelecimentos.

Entendo que limitar o funcionamento de bares e restaurantes é relevante. No entanto, as brechas da legislação não correspondem à evolução de Nova Friburgo uma cidade turística e universitária, que recebe diariamente turistas de negócios, estudantes e visitantes, trazendo renda, geração de empregos e vida pulsante para a cidade.

Uma legislação deve ajudar na desburocratização, delimitar as alçadas e responsabilidades de atuação e proporcionar o que a legislação deveria fazer: facilitar a vida do empreendedor, gerar emprego, harmonizando a atividade econômica com o convívio social da população. Especialmente em uma cidade onde se fala tanto de turismo.

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Forçar a barra

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Li um pensamento que diz: “Quanto mais eu forço as coisas, mais dura fica minha vida.” Forçar é diferente de esforçar. Forçar é querer controlar, enquanto que esforçar é se empenhar em fazer uma tarefa.

Alguns de nós somos tendentes a querer controlar as coisas e até as pessoas. Isso aumenta a tensão, a preocupação e o estresse interno (pessoal) e externo, no relacionamento com os outros.

Li um pensamento que diz: “Quanto mais eu forço as coisas, mais dura fica minha vida.” Forçar é diferente de esforçar. Forçar é querer controlar, enquanto que esforçar é se empenhar em fazer uma tarefa.

Alguns de nós somos tendentes a querer controlar as coisas e até as pessoas. Isso aumenta a tensão, a preocupação e o estresse interno (pessoal) e externo, no relacionamento com os outros.

Procurar entender de onde vem sua tendência para controlar, é um bom primeiro passo para a recuperação que alivia o peso na vida. Talvez você cresceu se sentindo inseguro por dificuldades em se sentir amado, aceito e valorizado. E essa insegurança pode estar empurrando você para querer controlar tudo na ideia de que o controle resolve a insegurança e o que faltou emocionalmente. Não resolve. A insegurança emocional pode ser resolvida com aceitação das suas limitações, perdas, sem revolta. Tem que ver com perdoar pessoas que não conseguiram lhe dar a nutrição afetiva que produziria segurança. E tem que ver com valorizar sua pessoa pelo que você consegue ser e fazer, mesmo lutando com a sensação de insegurança.

Esta carência (real ou imaginária) pode estar há anos causando em sua pessoa uma sensação de abandono, de falta de identidade. Mas é possível romper esse padrão de comportamento para que a vida se torne leve, sem você ter que forçar as coisas para que se tornem como você quer. Importante entender que não temos poder de controlar outra pessoa. Nesse caso cabe pensar que ela vai ser o que ela consegue ser e não o que você queria que ela fosse.

Procure pensar e detectar que coisas em sua vida você está tentando forçar a barra, especialmente no sentido de atitudes de manipulação de pessoas e também de forçar a si mesmo sem se permitir relaxar e descansar. Decida interromper este comportamento seu. Abra mão de querer controlar. Evite ficar obsessivo quanto ao comportamento de outra pessoa e se volte para viver sua vida, um dia de cada vez.

Vai ficar mais leve sua existência. As pessoas com quem você convive se sentirão mais à vontade com sua presença. Isso pode facilitar o afeto delas chegar até você e, até certo ponto, melhorar algumas de suas carências. E você pode conseguir gostar mais de si de forma não egocêntrica.

Você não precisa controlar ninguém hoje. Controlar é uma ilusão e acabar com a ilusão é um grande passo para encarar a realidade e aprender a viver com ela de modo melhor. Não somos deuses. Não podemos tudo. Não conseguimos tudo dos outros, mesmo dos que nos amam de verdade.

Comece agora mesmo a desmontar seu jeito de ser controlador ou forçador de barra em qualquer sentido que isso existe em sua vida. Sente no banco do carona. Olhe para as montanhas. Faça seu melhor, se esforce para praticar hábitos saudáveis, e para de forçar a barra. É aliviante.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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