Blogs

Por detalhes

sexta-feira, 06 de dezembro de 2024

Empates em casa e muitas lesões atrapalharam o Frizão na Série B1

        Pelo elenco montado e pelas condições que se apresentaram na rodada final da fase de classificação, ficou a sensação de que o Friburguense poderia ter ido mais longe no Campeonato Carioca da Série B1. Até mesmo conquistado o tão sonhado acesso à 2ª divisão do futebol do Rio de Janeiro. Fazendo uma análise da caminhada da equipe na competição, a conclusão é que faltaram detalhes para alcançar o sucesso.

Empates em casa e muitas lesões atrapalharam o Frizão na Série B1

        Pelo elenco montado e pelas condições que se apresentaram na rodada final da fase de classificação, ficou a sensação de que o Friburguense poderia ter ido mais longe no Campeonato Carioca da Série B1. Até mesmo conquistado o tão sonhado acesso à 2ª divisão do futebol do Rio de Janeiro. Fazendo uma análise da caminhada da equipe na competição, a conclusão é que faltaram detalhes para alcançar o sucesso.

        Ao contrário de 2023, quando os bastidores estavam mais agitados, este ano todo o processo foi bem conduzido pela direção de futebol do clube. A começar pela série de obras de melhoria no estádio Eduardo Guinle e em outros espaços, tornando a infraestrutura mais adequada para elenco, comissão técnica e torcedores. A manutenção do técnico Gerson Andreotti e de boa base do ano passado também indicava a possibilidade de evolução, somando à contratação de reforços. Nomes como os do goleiro Matheus Eduardo e do centro-avante Caíque agregaram em termos técnicos.

        Em campo, uma estreia aquém do esperado em termos de resultado, apesar do equilíbrio observado contra o Pérolas Negras. Após a vitória fora de casa contra o Paduano, mesmo com todas as adversidades daquela partida, o jogo contra o Serrano, em casa, se apresentava como oportunidade ideal para embalar de vez. Porém, o primeiro dos dois empates em casa frustrou os planos.

        Na rodada seguinte, a derrota para o São Cristóvão colocou o percurso em xeque, e a vitória em casa, contra o Artsul, era fundamental. A recuperação, diante de um dos clubes que subiram para a A2, veio com o triunfo por 2 a 0. Mesmo com os empates com o Belford Roxo, fora de casa, e com o São Gonçalo, no Eduardo Guinle, o Friburguense chegou à rodada final dependendo apenas de si. O 1 a 1 com o Nova Cidade, somado à vitória do Pérolas Negras, pôs fim ao sonho tricolor.

        Em meio aos números, que apontam para duas vitórias, quatro empates e duas derrotas, as muitas lesões sofridas pelos jogadores do Friburguense também foram desafios. Andreotti dificilmente conseguiu repetir as escalações, e num campeonato de tiro curto, nem sempre as recuperações aconteceram em tempo adequado.

O Frizão encerrou a sua participação na Série B1 estadual na quinta colocação, com dez pontos conquistados. Sem novas partidas programadas, o time profissional só voltará a campo em 2025, provavelmente no segundo semestre, quando terá novamente a terceira divisão do futebol carioca como principal competição a ser disputada.

 

A campanha do Frizão

  • Friburguense 0 x 1 Pérolas Negras, Eduardo Guinle
  • Paduano 0 x 1 Friburguense, Antônio de Medeiros
  • Friburguense 0 x 0 Serrano, Eduardo Guinle
  • São Cristóvão 1 x 0 Friburguense, Ronaldo Nazário
  • Friburguense 2 x 0 Artsul, Eduardo Guinle
  • Belford Roxo 1 x 1 Friburguense, Nélio Gomes
  • Friburguense 0 x 0 São Gonçalo, Eduardo Guinle
  • Nova Cidade 1 x 1 Friburguense, Joaquim Flores

 

Números do Friburguense

  • Jogos: 8
  • Vitórias: 2
  • Empates: 4
  • Derrotas: 2
  • Gols marcados: 5
  • Gols sofridos: 4
  • Aproveitamento: 41,7%
  • Foto da galeria

    Sofrendo com lesões e empates, Frizão não consegue alcançar o objetivo do acesso (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

  • Foto da galeria

    Sem competições oficiais nos próximos meses, Friburguense só volta a jogar no segundo semestre de 2025 (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O mês doze

sexta-feira, 06 de dezembro de 2024

Chegamos em dezembro. Vivemos e sobrevivemos a mais um ano e o que mais tenho ouvido nos últimos dias se refere à sensação de velocidade com que o tempo está passando... uns desejando que o ano difícil termine logo, outros lamentando que está correndo demais. É como se o inconsciente coletivo na realidade estivesse consciente de que precisamos de um pouco mais de calma e que a vida não para mesmo não, como diz a música.

Chegamos em dezembro. Vivemos e sobrevivemos a mais um ano e o que mais tenho ouvido nos últimos dias se refere à sensação de velocidade com que o tempo está passando... uns desejando que o ano difícil termine logo, outros lamentando que está correndo demais. É como se o inconsciente coletivo na realidade estivesse consciente de que precisamos de um pouco mais de calma e que a vida não para mesmo não, como diz a música.

Juntamente com o último mês do ano, se aproxima não só o desfecho de mais um ciclo com a perspectiva da chegada do novo, como também aflora o espírito de fraternidade. É tempo de celebrar, de confraternizar, reunir amigos e familiares, repensar o ano que está se encerrando e projetar os desejos do ciclo vindouro.

Época boa para refletir sobre o que pode ser melhorado, sobre os planos frustrados, sobre a forma de realizar sonhos. Tempo em que a emoção aflora. Tanta gente feliz pelos reencontros. Tanta gente grata pelo saldo positivo do ano. Tanta gente sentindo saudade. Tanta gente sentindo solidão. Tanta gente sentindo falta de alguma coisa, sentindo pesar por algo que poderia ter sido e não foi...

Enfocando esse ângulo, aproveitar os eventos de final de ano para renovar os sentimentos de fraternidade universal pode ser considerado um dos grandes trunfos desse mês. Compartilhar abraços, risadas, copos, lembranças, piadas. Compartilhar dores, amores, propósitos de vida. Compartilhar fé. Compartilhar a vida e acima de tudo, amor.

Se o tempo parece galopar e se as relações humanas são tão valiosas, aproveitar o final de ano para fomentar a interação com quem compartilhamos a rotina, o ambiente, a família, a vida, pode ser uma oportunidade enriquecedora que tantas vezes não priorizamos durante o ano inteiro, e que aliás, muitas vezes acumulamos propositadamente para gastar de uma vez só, agora.

É tempo de refletir sobre o que a vida tem de mais humano para oferecer, que são justamente as relações entre os homens, de criatura para criatura. Tempo de perdão, harmonia, companheirismo, cooperação, paciência, superação, cuidado, afeto, união, altruísmo, cortesia, bondade, amor.

Acredito que a vibração com que encerramos um ciclo pode ser determinante para a estreia do ciclo vindouro, que se renova com a passagem do ano. Estamos justamente nesse período, com a oportunidade de fazer a transição com gratidão, apesar dos pesares, escolhendo os sentimentos, pensamentos e ações que desejamos priorizar, para nós e para toda a Humanidade.

Que as luzes de Natal que já começam a enfeitar e brilhar nos lares e nas ruas, nos convidem a iluminar a nós mesmos e ao próximo, com o que de mais bonito possamos oferecer. É tempo de luz. Não por ser dezembro...mas o espírito natalino tem a magia de nos aproximar do que verdadeiramente importa como essência. Desejamos a todos um feliz e próspero dezembro, lembrando que a difusão do amor e do espírito fraterno são atemporais.

Fecho a coluna de hoje com um trecho escrito por Ana Jácomo, cujas palavras dizem o bastante: "Não é preciso agendar, entrar em fila, contar com a sorte, acordar cedo para pegar senha: a possibilidade de recomeço está disponível o tempo todo, na maior parte dos casos. Não tem mistério, ela vem embrulhada com o papel bonito de cada instante novo, essa página em branco que olha pra gente sem ter a mínima ideia do que escolheremos escrever nas suas linhas. O que é preciso mesmo é coragem para abrir o presente".

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Abra seu coração para amadurecer

quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

Defesas psicológicas nos protegem de dores emocionais como o medo, insegurança, angústia, tristeza, vergonha entre outras. Porém, usá-las de forma rígida nos leva ao fechamento como pessoa, e nos impede de dar e receber coisas boas nos relacionamentos humanos.

Defesas psicológicas nos protegem de dores emocionais como o medo, insegurança, angústia, tristeza, vergonha entre outras. Porém, usá-las de forma rígida nos leva ao fechamento como pessoa, e nos impede de dar e receber coisas boas nos relacionamentos humanos.

Pessoas muito defensivas emocionalmente, se protegem demais da dor, da tomada de consciência de pensamentos e sentimentos difíceis de encarar, assim se afastam da verdade sobre si mesmas. Permanecer na defesa é não admitir seus problemas de comportamento. É negar suas limitações, medos, tristezas, angústias, defeitos de caráter.

Vivendo em negação a pessoa dá desculpas para seus erros, e tem dificuldade em admitir que erra. A defesa psicológica, portanto, é uma atitude mental que usamos para lidar com uma verdade que não queremos ver ou não estamos prontos para ver neste momento da vida. Até certo ponto ela é necessária, como, por exemplo, quando uma pessoa querida morre e você tem excesso de sono, qual é a defesa que sua mente escolheu para fazê-lo dormir muito e não pensar na dor. O normal, então, é mais adiante você começar a pensar na dor pela morte da pessoa amada, enfrentar este desconforto emocional, e superá-lo. Daí o sono exagerado desaparece por você não precisar mais desta defesa, por ter se fortalecido para lidar com o que a defesa encobria.

É desafiador conviver com alguém que vive muito na defesa emocional. O casamento, por exemplo, é um tipo de relação humana em que as defesas não mais necessárias de cada cônjuge, precisam ir caindo para a verdade surgir e ocorrer o crescimento afetivo. Se um esposo ou uma esposa muito defensiva, sempre se fecha quando o marido quer falar de assuntos profundos da vida deles, não admite ter problemas no seu jeito de ser, e pensa que por ter muita “emoção”, isto é o suficiente para a felicidade marital, ela está enganada quanto ao que produz harmonia conjugal.

Algumas destas esposas querem ser amadas, elogiadas, e que o marido tenha muito romance com elas, mas não querem sair da defesa, não querem abaixar o orgulho e admitir que elas também tem defeitos de caráter e problemas no seu jeito de funcionar como pessoa. A emoção não é o amor.

Se você é bem defensivo, ou seja, quando é preciso admitir para si mesmo e para outros os seus problemas, para que surjam justiça, sinceridade, humildade, esperança de crescimento no relacionamento, você se fecha, não olha para seus defeitos reais que podem estar sendo sinalizados por outra pessoa (mesmo sem tom de crítica, e feito com carinho e respeito), e, pelo contrário, dá uma de vítima, talvez dizendo: “Ah! Você só olha meus defeitos!”, ou “Procure alguém ideal e me deixe!”, esta defesa bloqueia sua percepção dos seus problemas que interferem no relacionamento. Você foge da verdade.

Fugir da verdade pode ser feito por motivo corrupto consciente, para obter vantagens econômicas, poder sobre os outros, ficar na zona de conforto. Mas nas relações humanas, especialmente no casamento, é algo inconsciente. A pessoa pode não reconhecer seu defeito de caráter o qual escapole entre os dedos e só outros notam.

Quando um cônjuge sinaliza a existência de um problema comportamental no companheiro(a) que não enxergava isto até então, pode haver dois tipos de resposta: 1)“É verdade! Não havia percebido isto em mim! Obrigado por me mostrar! É difícil olhar para isto, mas não quero viver me enganando e prejudicando o relacionamento com as pessoas.”, ou 2)“Você só vive me criticando! Não quero falar sobre isto! Você exagera!”.

No primeiro caso se trata de uma pessoa não defensiva, ou que está deixando de ser defensiva, que quer amadurecer e entendeu que para isto precisa admitir que tem problemas também, o que não diminui seu valor como pessoa. No segundo caso, se trata de alguém bem defensivo, que foge da verdade, embora possa ser cheia de emoções, romance, ilusões. O que cura a pessoa e os relacionamentos é a verdade e o amor (não baseado em só em sentimentos). Saímos da mentira, da defesa neurótica, ao estarmos prontos e querendo a verdade sobre nós mesmos. E isso é decisão pessoal.

_______ 

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Celebrar

quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

Solenidade marca a celebração pelos 109 anos do Esperança F.C.

Uma história eternizada nos campos, no coração e na memória de todos aqueles que viveram os tempos áureos do futebol amador de Nova Friburgo. E que, a cada ano, é revivida em forma de homenagens, lembranças e encontros entre quem ajudou a construir essa trajetória. Este 5 de dezembro marca o aniversário de 109 anos de fundação do antigo Esperança Futebol Clube, e para comemorar, uma série de eventos será promovida na sede do Nova Friburgo Futebol Clube, no Centro, a partir das 9h.

Solenidade marca a celebração pelos 109 anos do Esperança F.C.

Uma história eternizada nos campos, no coração e na memória de todos aqueles que viveram os tempos áureos do futebol amador de Nova Friburgo. E que, a cada ano, é revivida em forma de homenagens, lembranças e encontros entre quem ajudou a construir essa trajetória. Este 5 de dezembro marca o aniversário de 109 anos de fundação do antigo Esperança Futebol Clube, e para comemorar, uma série de eventos será promovida na sede do Nova Friburgo Futebol Clube, no Centro, a partir das 9h.

Para festejar a data, está programada a entrega de certificados a alguns representantes daqueles que foram escolhidos como homenageados este ano. O ponto alto será a apresentação de documentário, recordando momentos, glórias e personalidades do desporto municipal.

 

A história

A história do futebol amador de Nova Friburgo começou no início do século 20, quando estudantes de várias partes do país migraram para a cidade e trouxeram a bola de futebol. Os moradores do bairro Vilage passaram a frequentar o Colégio Anchieta e as partidas amistosas de futebol eram disputadas no campo da escola. A brincadeira tomou proporções maiores.

As famílias Sertã, Spinelli e Van Erven estreitaram as relações e passaram a organizar os jogos. No dia 26 de abril de 1914, uma reunião no Hotel Salusse fundou oficialmente o Friburgo Futebol Clube. O esquadrão vermelho e branco tornou-se o time a ser batido, e em 1915, o Friburgo goleou o União pelo placar de 11 a 0. Os dirigentes, insatisfeitos, responderam à derrota com a criação do Esperança Futebol Clube.

Junto ao time esperancista nasceu uma grande rivalidade que, mais tarde, curiosamente, desencadearia a fusão. Os operários criaram o seu próprio clube de futebol, o União Foot-Ball Club, em fins de 1914. O clube mudaria de nome por causa de um fato inusitado. Em novembro de 1915, em um jogo amistoso contra o Friburgo F.C., o árbitro Peri Bartojo teria beneficiado o adversário. Ao término da confusão, proferiu uma ofensa ao União, cuja camisa era preta e branca.

O preconceito contra o negro era latente na sociedade da época e refletia no futebol, tido como esporte da elite. Por conta da confusão, em 5 de dezembro de 1915, criou-se o Esperança Foot-Ball Club, com as cores verde e branco. O símbolo do clube, o Dragão Verde, foi escolhido por Sebastião Oliveira na edição de 26 de maio de 1955, no Programa Ondas Verdejantes na Rádio Sociedade de Friburgo AM.

A explicação para as cores deve-se ao referencial verde da palavra esperança. A primeira diretoria foi constituída pela assembleia de fundação, tendo como presidente Manoel Gonçalves Neto, o Zinho, e Dídimo Manoel de Oliveira, como vice-presidente. Os primeiros anos de vida do Esperança F.C. foram difíceis, uma vez que o clube não contava com a simpatia nem a aprovação da burguesia, reunida pelo Friburgo.

Laercio Rangel Ventura, saudoso diretor de A VOZ DA SERRA, possui um capítulo especial nesta história. Seu pai, Américo Ventura Filho, foi fundador do Esperança Futebol Clube e Laercio herdou essa paixão.

No Verdejante da Vila Mariana foi companheiro de atletas como Paulo Banana, mas a trajetória como jogador foi interrompida devido a uma lesão no joelho. Após concluir os estudos, Laercio retornou definitivamente para Nova Friburgo, onde passou a fazer parte da diretoria presidida por Juvenal Marques. Em 1967, assumiu a presidência do alviverde do Estádio Oscar Machado. As obras o levaram a ser reconhecido como um dos maiores presidentes do futebol municipal de todos os tempos.

  • Foto da galeria

    Placa comemorativa, placa, no mesmo pedestal da homenagem ao Friburgo F.C, na sede do Centro, celebra o centenário: nove anos depois, mais comemorações (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

  • Foto da galeria

    O saudoso Laercio Ventura presidiu o alviverde a partir de 1967 (Arquivo AVS)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Responsáveis pelo trânsito precisam agir para ontem

quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

O caos registrado nas ruas de Nova Friburgo no dia da Black Friday escancara a falta de planejamento urbano

Na última sexta-feira, 29 de novembro, em plena Black Friday, uma das datas mais aguardadas pelo comércio, a Prefeitura de Nova Friburgo decidiu interditar a Avenida Alberto Braune, coração do centro comercial da cidade, bem no meio da tarde para concluir a decoração de Natal daquela via. O resultado? Um esvaziamento quase imediato da principal avenida de compras, um trânsito caótico e a insatisfação generalizada de moradores, comerciantes e turistas. 

O caos registrado nas ruas de Nova Friburgo no dia da Black Friday escancara a falta de planejamento urbano

Na última sexta-feira, 29 de novembro, em plena Black Friday, uma das datas mais aguardadas pelo comércio, a Prefeitura de Nova Friburgo decidiu interditar a Avenida Alberto Braune, coração do centro comercial da cidade, bem no meio da tarde para concluir a decoração de Natal daquela via. O resultado? Um esvaziamento quase imediato da principal avenida de compras, um trânsito caótico e a insatisfação generalizada de moradores, comerciantes e turistas. 

A decisão, que pareceu surgir sem qualquer consideração prática, trouxe consequências severas. Consumidores, muitos carregando itens pesados ou volumosos, ficaram sem acesso a seus carros, transportes por aplicativo e veículos de frete. O engarrafamento se espalhou rapidamente, travando a Rua Monte Líbano, principal rota alternativa, e prejudicando até veículos de emergência como ambulâncias e viaturas policiais com sirenes ligadas, que pararam. 

Enquanto a chuva castigava a cidade, a Avenida Alberto Braune permanecia paralisada. E o que se viu? Guardas municipais em postura contemplativa, conversando próximos às viaturas estacionadas. Nenhuma ação foi tomada para minimizar o caos. 

Essa inação não é um caso isolado. A Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana tem falhado em seu papel há tempos, sendo mais lembrada pela aplicação de multas do que pela própria resolução dos problemas cotidianos de trânsito.

 

Falta de transparência com moradores e comerciantes

Outro ponto crítico é a ausência de comunicação da Prefeitura de Nova Friburgo com os moradores e comerciantes da Avenida Alberto Braune. Apesar dos horários dos desfiles natalinos serem amplamente divulgados pela imprensa, o problema está nas interdições inesperadas, realizadas sem qualquer aviso prévio. 

Moradores e comerciantes, reféns dessa desorganização, enfrentam estresse constante ao planejarem sua rotina. Não sabem se conseguirão sair na hora de seus compromissos ou se conseguirão chegar em casa após um longo dia de trabalho. Vias cruciais para o trânsito da cidade não têm hora para fechar e muito menos para abrir. 

O mínimo que se espera de uma administração pública é comunicação eficiente: seja por grupos de WhatsApp, redes sociais ou até mesmo avisos em papel entregues à população e comerciantes. Mas, até agora, nada disso foi feito. 

Além disso, é preciso destacar o impacto econômico dessa desorganização. Pequenos comerciantes, que investem tempo e dinheiro para atrair clientes em datas movimentadas, acabam sofrendo prejuízos. Em vez de facilitar o acesso às lojas, as decisões mal planejadas afastam o público e prejudicam as vendas. Para muitos negócios, especialmente os de pequeno porte, cada cliente perdido faz diferença.

 

Festividades e o trânsito: beleza sem planejamento 

Não se trata de questionar a importância das festividades. A decoração natalina está linda, e a cidade, preparada para receber turistas: é um convite ao crescimento econômico. Mas a falta de planejamento de trânsito não pode ser ignorada. 

O ano passado já havia sido marcado pelas interdições na Avenida Alberto Braune que geraram transtornos para turistas e moradores. A presença de agentes de trânsito e guardas municipais auxiliando o fluxo de veículos foi uma cena rara, quase inexistente. 

Essa negligência com o planejamento urbano não prejudica apenas o tráfego local: ela reflete uma falta de visão estratégica sobre como fazer Nova Friburgo crescer de forma organizada. Festividades podem ser um grande ativo econômico, mas precisam ser acompanhadas de infraestrutura e ações práticas para que a cidade funcione plenamente. 

 

Precisa mudar

O problema é claro: falta planejamento integrado e diálogo com a população. Festividades e trânsito podem coexistir, desde que haja organização. Interdições não planejadas e a ausência de ação por parte dos setores responsáveis pelo trânsito apenas aumentam o desgaste entre moradores, comerciantes, turistas e o poder público. 

Não podem os moradores contemplarem os desfiles, admirados pela beleza, enquanto a Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana contempla o trânsito, inerte. 

Essa pasta precisa agir — e agir para ontem. Comunicação clara, medidas preventivas e uma presença ativa no gerenciamento do trânsito são fundamentais para evitar que situações como essa continuem prejudicando a cidade. 

Os moradores esperam mais do poder público. Não é só uma questão de resolver o problema de um dia ou de um evento, mas de mostrar que existe compromisso com a mobilidade urbana e com o bem-estar de quem vive aqui. É preciso enxergar além da decoração natalina e das festividades: o verdadeiro espírito de cuidado com a cidade deve estar na eficiência de sua gestão. 

Afinal, um trânsito eficiente não é um luxo, é uma necessidade básica da cidade. Nem os turistas e nem os moradores esperam que, em meio a tanta beleza, exista um caos sem qualquer gerência.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Botafogo é campeão da América

quarta-feira, 04 de dezembro de 2024

“Botafogo, Botafogo, campeão desde 1910

Foste herói em cada jogo, Botafogo

Por isso que tu és

E hás de ser nosso imenso prazer

Tradições aos milhões tens também

Tu és o Glorioso não podes perder, perder para ninguém

Noutros esportes tua fibra está presente

Honrando as cores do Brasil de nossa gente

“Botafogo, Botafogo, campeão desde 1910

Foste herói em cada jogo, Botafogo

Por isso que tu és

E hás de ser nosso imenso prazer

Tradições aos milhões tens também

Tu és o Glorioso não podes perder, perder para ninguém

Noutros esportes tua fibra está presente

Honrando as cores do Brasil de nossa gente

Na estrada dos louros, um facho de luz

Tua estrela solitária te conduz.”

 

Com o hino do Glorioso homenageio jogadores, comissão técnica e a imensa torcida do Botafogo pela conquista com C maiúsculo, da Taça Libertadores da América, no último sábado, 30 de novembro, no estádio Monumental, em Buenos Aires. Um jogo que ganhou características dramáticas, pois aos 29 segundos do primeiro tempo, o volante Gregore do alvinegro do Rio de Janeiro foi expulso, após entrada violenta no jogador Fausto Vera, do Atlético Mineiro.

Vamos e venhamos só um time muito motivado, consciente da sua força e com espírito de campeão consegue superar esse acidente de percurso e voltar para o jogo, sabendo que ainda teria pela frente mais de 89 minutos, com um jogador a menos. Aqui ficou evidente a inteligência e sagacidade do técnico Artur Jorge, que demonstrando pulso e conhecimento de seus jogadores, fez um pequeno ajuste no time, sem substituir ninguém e se manteve na disputa pelo título.

Com um a mais, como era de se esperar o Atlético partiu para cima, abandonando sua estratégia inicial de que era jogar no contra-ataque. Viu-se como protagonista, pois ao Fogão não restava outra alternativa senão aquela de cercar o adversário e explorar a velocidade de seus atacantes. Foi o que aconteceu aos 35 minutos de jogo, quando Luís Henrique, pelo lado esquerdo do campo, pegou um rebote e, de primeira, marcou o primeiro gol do Botafogo. Cinco minutos depois, esse mesmo Luís Henrique sofreu um pênalti e Alex Telles marcou o segundo do Fogão.

Claro que o jogo não estava decidido, ainda mais que com menos um em campo, o desgaste é muito maior. Não demorou muito, aos 3 minutos de reiniciado o jogo, Vargas diminui para o Atlético escrevendo 2 a 1 no placar. Passou a ser um jogo de defesa contra-ataque, em que o tempo de posse de bola do Atlético em relação ao Botafogo foi de 78% a 22%. Mesmo assim, o alvinegro do Rio de Janeiro se manteve na partida, com jogadas esporádicas perigosas em direção ao gol atleticano, até que no último minuto da prorrogação, numa jogada que lembrou as de Ronaldo Fenômeno, Júnior Santos marcou o terceiro gol, sacramentando um título justo e merecido. É a primeira vez, que na história da Libertadores, um time que joga o chamado pré-torneio  consegue levantar a taça de campeão.

Um destaque importante foi a presença das duas torcidas, que deram um espetáculo de civilidade, confraternização e educação pouco visto antes, durante e após um jogo de futebol. Nada de brigas, confusões, somente as gozações irreverentes que o futebol pode proporcionar. Parabéns à torcida do Botafogo que colocou 50 mil pessoas no estádio, num esforço hercúleo, com o dólar pela hora da morte, para prestigiar o time de coração e poder gritar ao final “é campeão, é campeão”. A presença na capital da Argentina não saiu por menos de R$ 7 mil por pessoa.

Quando o jogo acabou, esperando as festividades de entrega das medalhas e da taça de campeão, deu para notar que quase metade da capacidade do estádio foi ocupada pelos torcedores do Botafogo e olha que o Monumental comporta 85 mil lugares, sendo o maior estádio da América do Sul.

O Botafogo está de parabéns ao conquistar seu primeiro título internacional de peso, já que o da Conmebol de 1993, atual copa Sul Americana, é um torneio menos marcante. Hoje o torcedor botafoguense tem certeza de que torce para um grande time, com jogadores de primeira linha comandado por um técnico inteligente e audacioso. Talvez, um mais cauteloso optaria em jogar pelo empate e levar a disputa para os pênaltis.

No último fim de semana foi possível ver três gerações juntas: um pai que dependendo da idade conheceu os grandes times do Botafogo no passado; um filho que no máximo comemorou títulos pouco expressivos do campeonato do Rio de Janeiro e um neto que já festeja um título internacional. Isso é sensacional.

Resta agora o Brasileirão 2024, em que bastam quatro pontos, se o Palmeiras não perder mais nenhum, para que o Botafogo feche o ano com dois títulos importantes. Como diz o final de nosso hino: “Tua estrela solitária te conduz”.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Novas chances

quarta-feira, 04 de dezembro de 2024

Ministro do Esporte anuncia programas e ampliação do investimento no Paradesporto

Em evento realizado no auditório do Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca anunciou o início das atividades de dois programas esportivos voltados para a inclusão de pessoas com deficiência, o Semear Paradesporto e o Maré Inclusiva.

“São programas pioneiros que visam dar um horizonte àqueles que por muito tempo se encontravam à margem da sociedade, à margem das políticas de incentivo, políticas de fomento que existiam”, explicou o ministro.

Ministro do Esporte anuncia programas e ampliação do investimento no Paradesporto

Em evento realizado no auditório do Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca anunciou o início das atividades de dois programas esportivos voltados para a inclusão de pessoas com deficiência, o Semear Paradesporto e o Maré Inclusiva.

“São programas pioneiros que visam dar um horizonte àqueles que por muito tempo se encontravam à margem da sociedade, à margem das políticas de incentivo, políticas de fomento que existiam”, explicou o ministro.

Fufuca relembrou os feitos do Brasil paralímpico nos Jogos de Paris. “O Brasil hoje é a quinta potência do mundo, não foi a quarta por uma questão de detalhe. Ficamos uma medalha atrás do quarto colocado. Mas se formos considerar a quantidade de atletas que chegaram às semifinais e finais, o Brasil seria a quarta potência do mundo”.

O ministro também elogiou o trabalho do Comitê Paralímpico Brasileiro, que hoje é presidido por Mizael Conrado. Segundo ele, caso o CPB mantenha a linha de planejamento e ação, não será surpresa se o Brasil em alguns anos avançar para o topo do ranking mundial do Paradesporto, superando inclusive China e Estados Unidos que hoje lideram esse quadro.

Para contribuir com essa evolução o ministro reforçou o apoio estrutural que o Ministério do Esporte já realiza. Quando assumiu a pasta, relata ele, o orçamento destinado ao Paradesporto era de R$ 1 milhão. Graças ao esforço coletivo da equipe técnica e à gestão do ministro junto ao governo central, esse valor foi aumentado em 20 vezes durante o ano de 2024. E a perspectiva, segundo o ministro, é de que aumente ainda mais, podendo chegar a R$ 40 milhões em 2025.

André Fufuca falou também sobre uma mudança significativa no Programa Segundo Tempo que deve ser retomado a partir do mês que vem. Agora o programa vai ter foco específico nas pessoas com deficiência. “É a primeira vez, na história do Ministério do Esporte, que o Programa Segundo Tempo vai atender também o Paradesporto. Serão dez núcleos implementados já na primeira etapa” detalhou.

Durante o evento, o ministro também anunciou um acordo firmado com o Ministério da Saúde, que visa dar todo o auxílio possível na saúde dos atletas do paradesporto. “Nós estamos com esse projeto bem avançado e vamos com ele garantir acompanhamento aos atletas do paradesporto que precisam de assistência específica e que não conseguem, por causa dos altos custos nas clínicas particulares, sejam atendidos nas unidades básicas de saúde em todo o país”.

O secretário nacional de Paradesporto, Fábio Araújo, abriu sua fala lembrando o filósofo Sêneca, que dizia não existir vento favorável pra quem não sabe aonde quer chegar. Segundo o secretário, no caso das ações da SNPar, está muito claro qual é o rumo a seguir. “Nossas ações visam espalhar pelo território brasileiro a oportunidade para que as pessoas com deficiência possam praticar esporte” afirmou o secretário.

Para Fábio Araújo, o que o Ministério do Esporte está fazendo ao apresentar esses novos programas, é fazer com que a Lei Geral do Esporte, a Lei Brasileira de Inclusão e a Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência sejam aplicadas na prática em todo o Brasil.

Participaram do evento o secretário-executivo do ministério do Esporte, Diego Galdino, a diretora de Projetos Paradesportivos de Educação e Inclusão Social, Nayara Flacão, representantes do Instituto Benjamin Constant, entre outras autoridades.

 

Homenagem aos 109 anos do antigo Esperança F.C.

O Nova Friburgo Futebol Clube celebra nesta quinta-feira, 5, em sua sede social na Rua Prefeito José Eugênio Muller, no Centro, os 109 anos de fundação do saudoso Esperança F.C., com uma cerimônia de homenagem aos ex-esperancistas, às 9h, com um café da manhã especial. Na ocasião, serão entregues certificados àqueles que fizeram a história do antigo Esperança e apresentado um documentário sobre a trajetória do clube verde e branco que marcou época no futebol friburguense. 

  • Foto da galeria

    Orçamento destinado ao Paradesporto foi aumentado em 20 vezes durante o ano de 2024 (Foto: Mariana Raphael/MEsp)

  • Foto da galeria

    (Divulgação)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A vitória de um Botafogo Monumental!

terça-feira, 03 de dezembro de 2024

        Pobre da Libertadores, que nunca teve o Botafogo até então. Pobre do futebol se não existisse essa Estrela Solitária. Talvez o Brasil não fosse o país do futebol. Talvez o futebol fosse apenas mais um detalhe de nosso país, e não a maior das metáforas da vida. A maior das paixões de milhões. Das coisas menos importantes, a mais fundamental para quatro milhões de escolhidos. Aquela que mexe.

        Pobre da Libertadores, que nunca teve o Botafogo até então. Pobre do futebol se não existisse essa Estrela Solitária. Talvez o Brasil não fosse o país do futebol. Talvez o futebol fosse apenas mais um detalhe de nosso país, e não a maior das metáforas da vida. A maior das paixões de milhões. Das coisas menos importantes, a mais fundamental para quatro milhões de escolhidos. Aquela que mexe.

        Aquela que desloca mais de 45 mil botafoguenses, das mais variadas partes do mundo, até Buenos Aires. Com a fé de quem, há três anos, não teria motivo nenhum para acreditar. O que fez o Botafogo sobreviver até os investimentos de John Textor? A resposta estava nas arquibancadas do Monumental de Nuñez. Explicar o que é ser Glorioso para o botafoguense é desnecessário. Para todos os outros, completamente impossível. Coisa de Alma(da).

        Foi uma invasão de sentimento. Tensos pela responsabilidade do favoritismo. Pressionados por representarem diversas gerações de alvinegros que não tiveram a oportunidade de viver esse momento. Único para o neto que ouvia do avô sobre o Botafogo de Garrincha e Nilton Santos, e até então não havia vivido esses encantos.

        Em todos os cantos, o preto e o branco na histórica casa do River. Mas o alvinegro de General - Nuñez - Severiano tomou conta de forma Monumental, inédita e épica. Como jamais visto. Como seriam aqueles 112 minutos de futebol. Que não existiram nos primeiros 40 segundos, quando o ótimo Gregore se candidatou a vilão.

        Com um a menos em campo, mas com milhares a mais fora dele. Organizado e inteligente, o Botafogo reviveu a magia da camisa 7. De um menino que joga - muito - futebol. Alegre e debochado. Um verdadeiro mané, como fora Mané outrora. O número místico não pesa para Luiz Henrique. Muito menos a 13, que para Alex Telles, é responsabilidade. De pegar a bola, cobrar o pênalti e fazer o inimaginável: colocar 2 a 0 de frente na etapa inicial. 

        Seria normal segurar a vantagem construída por uns 20 minutos no segundo tempo. Mas não seria Botafogo. A gloriosa história sempre foi dramática, e neste capítulo, há o parágrafo para o gol de Vargas. Ainda havia tempo pela frente até o apito final, talvez comparado ao que se demora para ler uma Bíblia. E agora?

        Agora passava todos os filmes na cabeça do botafoguense, porém nunca sem duvidar do final feliz. Os olhares se dividiam entre campo e relógio, entre a bola e o céu, entre os gritos e as orações. Elas foram determinantes para as duas chances perdidas por Vargas. Para as defesas de John. Para fazer do contestado Vitinho, um monstro, e de Artur Jorge um hábil ao escolher o escolhido para ser um dos heróis da conquista.

        Ele, Júnior Santos, que iniciou a caminhada na Libertadores, foi a campo para colocar ponto final em umas das mais insanas histórias do futebol mundial. Que começou na Pré Libertadores, passou por uma fase de grupos instável, pela guerra do Allianz, a batalha do Morumbi e o espetáculo no Nilton Santos.

        Até a final, foram 30 dias que pareceram 130 anos. O exato tempo de vida de um dos clubes mais importantes do mundo. Que a Libertadores ainda não tinha, mas agora tem. De forma como nunca vista. Épica, insana, arrebatadora. Para misturar lágrimas e sorrisos, abraços e gritos que pareciam libertar um povo inteiro de todas as correntes de um passado recente sombrio. E assim foi.

        O futebol paga sua dívida a um de seus maiores expoentes. Premia o amor, a fidelidade e a devoção daqueles que foram escolhidos para carregar a Estrela Solitária no peito. O verdadeiro Botafogo de Futebol e Regatas renasce. Conquista a América. Liberta a sua gente, que não apenas torce, mas vive o seu existir.

        Uma data para sempre. Para quem sempre acreditou e nunca desistiu. Para quem resistiu e está liberto. No livro aberto da vida, o Glorioso é drama, superstição e suspense. Literatura e poema. Único como o dia 30 de novembro de 2024, eterno como o Botafogo de Futebol e Regatas. 

Foto da galeria
Nosso colunista de esporte Vinícius Gastin (Foto: Arquivo Pessoal)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A sabedoria e a beleza das letras de músicas brasileiras

terça-feira, 03 de dezembro de 2024

Tenho um grupo de amigas desde os primeiros anos de colégio com o qual compartilho, até hoje, uma bela amizade. Semana passada, delas recebi uma mensagem em que algumas letras de músicas eram recitadas e poderiam ser aplicadas a momentos especiais, como a exaltação da amizade, do amor e da saudade. Concluí que as letras continham, além da beleza, a sabedoria simples que pode nos sustentar, esclarecer, estimular. Não é à toa que as pessoas cantarolam músicas, inclusive quando realizam tarefas rotineiras.

Tenho um grupo de amigas desde os primeiros anos de colégio com o qual compartilho, até hoje, uma bela amizade. Semana passada, delas recebi uma mensagem em que algumas letras de músicas eram recitadas e poderiam ser aplicadas a momentos especiais, como a exaltação da amizade, do amor e da saudade. Concluí que as letras continham, além da beleza, a sabedoria simples que pode nos sustentar, esclarecer, estimular. Não é à toa que as pessoas cantarolam músicas, inclusive quando realizam tarefas rotineiras. Ao mesmo tempo em que melodias preenchem o quotidiano, dando graça, ocupando os vazios e distraindo, suas letras fazem pensar.

O brasileiro é um povo miscigenado, romântico e expressa na música sua diversidade posto que seus sentimentos, esperanças e tristezas não cabem no limite de suas emoções e explodem através da arte. Os autores escrevem as letras com poesia para revelar o encantamento que sentem pelas diversas formas de amor, pelo modo corajoso com que a vida é enfrentada, além de exprimir o gargalhar, as lágrimas correndo pelas faces e os sonhos que buscam melhores oportunidades para a aventura diária.

Vou trazer alguns versos que gostaria de colar nas paredes da minha casa, nos postes da cidade, nas curvas das estradas para evidenciar valores que todos nós deveríamos preservar.

 

Pra você guardei o amor

Que aprendi vendo os meus pais

O amor que tive e recebi

E hoje posso dar livre e feliz

Nando Reis, “Pra você guardei o amor”

 

E o que me importa é não estar vencido

Minha vida, meus mortos, meu sangue latino, meus caminhos tortos

 João Ricardo e Paulinho Mendonça, “Sangue Latino”

 

Devia ter amado mais

Ter chorado mais

Ter visto o sol nascer

Devia ter arriscado mais

E até errado mais

Ter feito o que queria fazer

Queria ter aceitado

As pessoas como elas são

Cada um sabe a alegria

E a dor que traz no coração

Sérgio Britto, “Epitáfio”     

 

A paz invadiu meu coração

De repente me encheu de paz

Como se o vento de um tufão

Arrancasse meus pés do chão

Gilberto Gil, “A paz”

 

Deixa a vida me levar (vida, leva eu)

Sou feliz e agradeço por tudo o que Deus me deu

Serginho Meriti, “Deixa a vida me levar”

 

Coração de estudante

Há de se cuidar da vida

Há de se cuidar do mundo

Wagner Tiso e Milton Nascimento, “Coração de estudante”

 

Se preenchesse páginas e páginas com versos de músicas, declamaria a vida por inteiro e descortinaria os desafios do viver. A música é a amiga que nos conforta, fala com naturalidade e torna as situações mais fáceis.

Se todos fossem iguais a você

Que maravilha viver

 Jobim e Vinicius de Moraes, “Se todos fossem iguais a você”. 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA não é filosofia, mas expõe, debate e expande o entendimento dos fatos

terça-feira, 03 de dezembro de 2024

        E o último mês do ano chegou! Sempre é a mesma sensação de que o tempo está passando cada vez mais rápido. A verdade é que não é a pressa do tempo, pois os dias ainda têm 24 horas e neste ano bissexto tivemos até um dia a mais. Lembro-me de que na minha adolescência na década de 70, nós tínhamos uma bronca de segunda-feira, porque a semana demorava a passar. Mas, agora, minha gente, estamos tão ocupados, tão acelerados, que o calendário é um sopro do Universo e nos falta tempo para muitas coisas.

        E o último mês do ano chegou! Sempre é a mesma sensação de que o tempo está passando cada vez mais rápido. A verdade é que não é a pressa do tempo, pois os dias ainda têm 24 horas e neste ano bissexto tivemos até um dia a mais. Lembro-me de que na minha adolescência na década de 70, nós tínhamos uma bronca de segunda-feira, porque a semana demorava a passar. Mas, agora, minha gente, estamos tão ocupados, tão acelerados, que o calendário é um sopro do Universo e nos falta tempo para muitas coisas.

        Dezembro é natalino, amigo secreto, final de ano letivo, prenúncio de férias, Réveillon e muito mais. E seu início traz o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em seu primeiro dia. Com este tema, o Caderno Z destaca que a data visa orientar, alertar e desacelerar o aumento da doença pelo mundo afora. O Brasil alcançou um “marco importante no combate ao HIV” no controle e prevenção, mas, comparado a outros países, há um longo caminho a percorrer.

        A campanha digital “HIV/Aids – Lembrar para jamais esquecer” tem como objetivo acentuar informações sobre a transmissão do vírus e o desenvolvimento da doença, incluindo a sua relação com “a desigualdade social e o estigma. O foco é a população entre 13 e 29 anos de idade. A Pastoral da Aids em Nova Friburgo, ligada à Igreja Católica, tem desenvolvido um trabalho, objetivando uma abrangência, aderindo à campanha “”Sigamos o caminho dos direitos”.  

        O alerta também chama para a pauta do “Z” um tema bastante preocupante: a gravidez na adolescência, o que muitas vezes, passa a ser “um fardo” na vida da precoce mãe. Além dos riscos de uma gestação desordenada, socialmente é um corte na vida da jovem que se vê com a responsabilidade de uma pessoa adulta, sendo ainda tão criança. Além dos riscos com a saúde, sua vida escolar fica comprometida, assim como a dificuldade em se situar na área profissionalizante. Nesse mister, a educação sexual é uma valiosa ferramenta tanto no ambiente escolar quanto no lar. A naturalidade para tratar o assunto vai desde o respeito ao acolhimento, sem julgamentos ou repreensões.

        A natureza humana é uma junção de aspectos para os quais é sempre bom contarmos com apoio e a assistência de profissionais gabaritados e o Caderno Z tem esse cuidado com os leitores. Aliás, A VOZ DA SERRA tem o sentimento paterno de quem cuida e mostra os caminhos para os melhores resultados em nossas buscas e afazeres.       O Cão Sentado, munido de patuás, na charge de Silvério, nos ajuda nesse sentido, alertando para as fortes chuvas. Neste sentido, a Defesa Civil de Nova Friburgo lançou a 4ª edição do Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil (Plancon) de Nova Friburgo. O documento é um verdadeiro guia com “estratégias e ações de prevenção e enfrentamento a possíveis desastres naturais”. O plano é bem abrangente e requer o nosso envolvimento.

        Liz Tamane, em “Especial para A VOZ DA SERRA”, abrilhantou as nossas expectativas de uma possível indicação de Fernanda Torres no Oscar de 2025, na categoria de melhor atriz, por sua atuação no filme “Ainda Estou Aqui”. Líder de bilheteria no Brasil, o drama está emocionando o público, trazendo à tona as truculências do regime militar e a luta da personagem Eunice Paiva para sobreviver às dores da trama e seguir com os filhos. A edição do Oscar está marcada para 09 de março e nós “estamos aqui”, desde já, alimentando a merecida premiação de Fernanda Torres.

        Em “Esportes”, Vinicius Gastin descreveu a saga dos cinco, ele junto, rumando, às 03h da madrugada, para percorrerem, de carro, os mil quilômetros em solo brasileiro, até Camboriú/SC. Daí em diante, passando pelo Uruguai até adentrarem em terras argentinas. E essa façanha toda não poderia ter outro motivo a não ser a final da Taça Libertadores da América 2024. E foram cheios de sonhos, de esperanças e trouxeram de volta a vitória do “Fogão”! Afinal, é o Botafogo, o glorioso, campeão desde 1910.  A Estrela Solitária iluminou as estradas e a viagem foi a consagração da coragem e da determinação. Vamos aguardar o diário de bordo que tem muito mais a contar. Parabéns! 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.