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quinta-feira, 27 de março de 2025

Brasileiro de Enduro de 2025 tem primeira prova realizada no Paraná

       A equipe Honda Racing se destacou na abertura da temporada 2025 do Brasileiro de Enduro. Juntos, os quatro pilotos do time somaram cinco vitórias na prova do último fim de semana (dias 22 e 23), em Siqueira Campos (PR), dominando as suas categorias (E1, E2, E3 e EF) e também a Elite, a classificação combinada das principais classes da competição, com Bruno Crivilin.

Brasileiro de Enduro de 2025 tem primeira prova realizada no Paraná

       A equipe Honda Racing se destacou na abertura da temporada 2025 do Brasileiro de Enduro. Juntos, os quatro pilotos do time somaram cinco vitórias na prova do último fim de semana (dias 22 e 23), em Siqueira Campos (PR), dominando as suas categorias (E1, E2, E3 e EF) e também a Elite, a classificação combinada das principais classes da competição, com Bruno Crivilin.

        O piloto capixaba, em sua estreia na E2, travou disputa acirrada com o chileno Benjamin Herrera — considerado uma das grandes revelações internacionais do esporte. "Foi uma prova de especiais bem montadas e diferentes. No primeiro dia o piso estava seco e com poeira, mas neste domingo foi o oposto, com frio, chuva e lama. Estou muito feliz com o resultado, a equipe trabalhou muito bem", avaliou Crivilin, dono de 12 títulos nacionais de Enduro.

        Vinícius Calafati fez o caminho inverso ao de Crivilin, trocando a E2 pela E1, e não precisou de muito tempo para se readaptar, como mostram os primeiros lugares nos dois dias e a condição de líder do campeonato. "Foram dois dias difíceis, andei um pouco travado no primeiro deles. No segundo, apesar de uma queda, que comprometeu um pouco o desempenho, confirmei a vitória na categoria. Vamos trabalhar para a próxima", destacou o paulista.

Na E3, Luciano Rocha já mostrou seu cartão de visitas. Com a CRF 450RX, o jovem mineiro também venceu nos dois dias para ser o melhor da prova na categoria e o terceiro na Elite.

"Foi uma estreia incrível. Gostei muito de todo o suporte da equipe, estou bastante satisfeito com o resultado. Agora vou focar nas próximas", resumiu.

        Já Bárbara Neves encarou uma missão dupla na cidade paranaense. A goiana venceu na EF (Feminina) e ainda somou um quinto lugar na Intermediária, competindo com os homens.

        "Foi um desafio maior com a EF e a Intermediária, agora com a 250RX, uma moto muito boa. Fiquei muito satisfeita com a preparação que fizemos nela. A prova estava mais rápida no primeiro dia; no segundo a chuva complicou para todo mundo, mas consegui repetir o resultado na Intermediária e garanti a vitória na classe feminina."

Em Itutinga (MG), a segunda prova do Brasileiro 2025 será realizada nos dias 26 e 27 de abril. A equipe Honda Racing de Enduro tem o patrocínio de Pro Honda, Honda Seguros, Axalta, DID, NGK, Ogio, ASW e Borilli Racing.

 

Campeonato Brasileiro de Enduro 2025

1ª prova - Resultados (três primeiros)

Elite (Geral)

1º - Bruno Crivilin #1

2º - Benjamin Herrera (CHI) #800

3º - Luciano Rocha #94 450RX

E1

1º - Vinicius Calafati #32

2º - Fernando Juruna #14

3º - Loandro Anton #133

E2

1º - Bruno Crivilin #1

2º - Benjamin Herrera (CHI) #800

3º - Patrik Capila #33

E3

1º - Luciano Rocha #94

2º - Renato Paz #101

3º - Washington Assis Silva #225

EF

1ª - Bárbara Neves #116

2ª - Jéssica Alana Valêncio #127

Intermediária

1º - Ricardo José de Oliveira #107

2º - Willian Palandi #108

3º - Geovan Romagnoli #569

Calendário – Brasileiro de Enduro 2025

2ª prova - 26 e 27 de abril – Itutinga (MG)

3ª prova - 7 e 8 de maio - Biguaçu (SC)

4ª prova - 5 e 6 de julho - Aracruz (ES)

5ª prova - 9 e 10 de agosto - Castro Alves (BA)

6ª prova - 12 e 13 de setembro - Coqueiro Baixo (RS)

7ª prova - 25 e 26 de outubro – Patrocínio (MG)

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    Abertura do nacional de Enduro apresentou uma pista desafiadora para os pilotos (Fotos: Ney Evangelista)

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    Segunda prova do Brasileiro 2025 está programada para os dias 26 e 27 de abril (Fotos: Ney Evangelista)

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Existe mulher violenta?

quinta-feira, 27 de março de 2025

Cerca de 48% das mulheres agredidas dizem que a violência ocorreu em sua residência (Pnad IBGE, 2009). Três em cada cinco mulheres jovens sofreram violência em relacionamentos (Instituto Avon, parceria com Data Popular - nov/2014).

Cerca de 48% das mulheres agredidas dizem que a violência ocorreu em sua residência (Pnad IBGE, 2009). Três em cada cinco mulheres jovens sofreram violência em relacionamentos (Instituto Avon, parceria com Data Popular - nov/2014). 77% das mulheres que vivem sob violência, sofrem agressões a cada semana ou dia, em mais de 80% dos casos, cometidas por homens ex-companheiros, cônjuges, namorados ou amantes das vítimas. (Balanço do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher.) www.compromissoeatitude.org.br/dados-e-estatisticas-sobre-violencia-contra-as-mulheres/(22Junho2016). Existe mulher violenta? Violência feminina é ideia irreal machista?

No estudo “A violência das mulheres: supressões e narrativas” Coline Cardi e Geneviève Pruvost, vol.VIII, 2011, par.13, citam que o primeiro trabalho científico que ousou combinar o estudo da violência contra as mulheres e violência produzida por elas foi feito por A. Farge e C. Dauphin. Citam a antropóloga Marie-Élisabeth Handman que disse: “… é necessário dizer que as mulheres não são menos violentas que os homens; simplesmente as causas da violência delas e as formas que elas assumem são usualmente diferentes daquelas dos homens e que o exercício de sua [das mulheres] violência cai dentro das margens deixadas para elas pelos homens (Handman, 2003, 73).”

Coline e Geneviève, dizem: “… quando pensarmos sobre violência feminina, devemos não somente estar interessados em exclusivas participações das mulheres em formas listadas de violência, mas também focar em mais formas sutis, mais microscópicas formas de violência (Handman, 1955) - … a violência pode pegar outros caminhos.” (par.21)

Liliane Daligand, psiquiatra professora de Medicina Legal na França, publicou o livro “La violence feminine”, Editora Albin Michel, 2016, e respondendo ao jornalista do Le Figaro sobre se é verdade que mulheres violentas foram vítimas de violência na infância, disse: “A grande maioria dessas mulheres foi vítima de violência e de rejeição. Elas experimentaram um caminho que é muito parecido com o das suas vítimas.” http://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/223091/Mulheres-violentas-Elas-estão-em-busca-de-poder-fálico.htm , visitado em 22Junho2016.

No trabalho “Mulheres e Práticas Violentas: Silêncio e Desvelamentos”, apresentado no Seminário Internacional Fazendo Gênero, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013, Claudia Priori, professora da Universidade Estadual do Paraná, cita Elizabeth Badinter que escreveu: “[...] do lado feminista, o assunto é tabu. Permanece impensável e impensado tudo aquilo que diminui o alcance do conceito de dominação masculina e da imagem das mulheres vítimas. Quando se fala disso, é sempre da mesma maneira: primeiro, a violência feminina é insignificante; segundo, é sempre uma resposta à violência masculina; por último, essa violência é legítima. (“Rumo Equivocado. O feminismo e alguns destinos.” Civiliz. Brasileira, 2005.)

Claudia afirma: “A ideologia dominante nos discursos e representações é a de uma feminilidade passiva e amistosa em oposição a uma masculinidade ativa e violenta. Um dualismo que coloca a mulher sempre como vítima e o homem sempre como o agressor, o algoz. A violência parece ser inerente à masculinidade, ao desejo de dominação masculina. Entretanto, não podemos negar a violência feminina, ela sempre existiu, existe e se manifesta de várias formas tanto na esfera privada quanto na pública.” http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1384359615_ARQUIVO_ClaudiaPriori.pdf

A jornalista russa Cathy Young, no artigo “A Surpreendente Verdade Sobre Mulheres e Violência” (Time, 25 junho 2014), relatou casos como o da goleira da seleção norte-americana de futebol, Hope Solo, 32 anos, que numa explosão emocional agrediu a irmã e o sobrinho de 17 anos, e também citou o caso do jovem, David Vazquez, 25 anos, morto pela namorada que não aceitou o fim do namoro. Ao matar o rapaz, esfaqueando-o no peito, ela gritava: “Se não posso ter você, ninguém pode!”. Cathy termina o artigo na revista Time assim: “Se queremos que nossa cultura reconheça a capacidade das mulheres para liderança e competição, é hipocrisia negar e minimizar a capacidade das mulheres para a agressão e mesmo maldade. ... É tempo de ver as mulheres como completamente humanas – o que inclui o lado sombrio da humanidade.” http://time.com/2921491/hope-solo-women-violence/

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Cesar Vasconcellos de Souza

doutorcesar.com

youtube.com/claramentent

Tik-Tok @claramentent

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Oportunidade

quarta-feira, 26 de março de 2025

Inscrições para os Jogos Escolares do Rio de Janeiro são abertas

Inscrições para os Jogos Escolares do Rio de Janeiro são abertas

Estão abertas as inscrições para os Jogos Escolares do Rio de Janeiro (Jerj), dando início a mais uma edição da maior competição esportiva estudantil do estado. Organizado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Esporte e Lazer, e em parceria com a Federação de Esportes Estudantis do Rio de Janeiro, o evento busca aumentar a participação dos estudantes de todas as instituições de ensino, públicas e privadas, em atividades esportivas, além de promover uma ampla mobilização da comunidade estudantil em torno do esporte.

No ano passado, a competição, que é gratuita e aberta a estudantes de 11 a 17 anos da rede básica de ensino, contou com 5.177 participantes das cinco regiões do estado. A expectativa para 2025 é dobrar este número, tamanho o sucesso do evento de 2024. Os interessados devem acessar o site www.jerj.com.br para efetuar a inscrição.

“Precisamos, desde o período escolar, descobrir as vocações e potencialidades de cada aluno. O esporte abre portas, ensina valores e é uma ferramenta de transformação social. Nesse sentido, o Jerj reforça o nosso compromisso com o desenvolvimento dos jovens fluminenses. Nossa meta é alcançar ainda mais escolas esse ano, para que mais alunos participem dessa grande celebração esportiva”, destaca o governador Cláudio Castro.

As novidades deste ano são o seminário itinerante, que vai percorrer cinco regiões do estado durante o período de inscrições para incentivar mais escolas a participar, e a cerimônia de abertura, prevista para o início do mês de maio.

“O Jerj é, sem dúvida, o maior legado que podemos deixar para o desporto escolar. A edição do ano passado mobilizou as escolas de forma significativa. Quem participou deseja repetir a experiência, enquanto os que ficaram de fora estão ansiosos para não perder essa oportunidade. Mais do que uma simples competição, os jogos representam uma verdadeira prova de superação e uma excelente oportunidade de interação entre jovens de diferentes lugares e realidades”, pontua o secretário de Esporte e Lazer, Rafael Picciani.

O evento contempla 20 modalidades esportivas. Além de troféus e medalhas, os vencedores ganham a oportunidade de representar o Rio de Janeiro no Jebs, organizado pela Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), e dos Jogos da Juventude, organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).  O projeto não tem custo para as escolas e os alunos recebem um kit participante cedido pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, que também presta apoio logístico.

“O esporte corrobora a melhoria da qualidade da educação. É fundamental que a educação e o esporte andem juntos, pois esta união ajuda na melhoria de resultados também na aprendizagem. O Jerj vem mais uma vez para transformar a vida dos nossos alunos. Fui medalhista nos Jogos Escolares da minha época, e sei o que significou na minha vida em termos de disciplina e foco. Assim vamos construindo uma juventude melhor para o Rio de Janeiro”, ressaltou a secretária estadual de Educação, Roberta Barreto.

As inscrições terminam no dia 11 de abril. Os locais e as datas de competição estarão disponibilizados no Boletim Oficial do Jerj, acessível no site da competição, mas a previsão é que comecem em maio. Os Jogos Escolares do Rio de Janeiro serão realizados em duas etapas, sendo a primeira regional, com competições nas regiões Metropolitana I, Metropolitana II, Serrana/Lagos, Norte/Noroeste e Sul Fluminense.

Os primeiros colocados nas etapas regionais (pré-classificatórias) serão selecionados para a segunda etapa, a estadual. É de lá que sairão os estudantes que vão representar o estado (pelo TimeRJ) nas competições nacionais. A grande final do Jerj será disputada na capital fluminense. O investimento é proveniente da Lei Pelé, do Governo Federal, e garante a realização do Jerj em 2024 e 2025 (R$11,9 milhões no total; R$5,9 milhões/ano), mas pode ser renovado por mais dois anos.

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    Expectativa para este ano é dobrar os 5.177 participantes das cinco regiões do estado (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Primeiros colocados nas etapas regionais serão selecionados para a segunda etapa, a estadual (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Datas da competição ainda serão definidas, mas a previsão é por início em maio (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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Em 31 de março a “redentora” completa 61 anos

quarta-feira, 26 de março de 2025

A redentora já nasceu mal, pois comemorada em 31 de março foi um subterfúgio criado pelos militares, afinal o 1º de abril é o dia universal da mentira. Na realidade o maluco beleza, General Mourão Filho, partiu de Juiz de Fora-MG na noite do último dia de março de 1964, contrariando ordens, e só chegou ao Rio de Janeiro no primeiro dia de abril, do mesmo ano. É bom que se diga, antes que suscite divagações, que a redentora foi um termo pejorativo criado por Stanislau Ponte Preta, o genial jornalista e escritor Sérgio Porto na época da revolução de 1964.

A redentora já nasceu mal, pois comemorada em 31 de março foi um subterfúgio criado pelos militares, afinal o 1º de abril é o dia universal da mentira. Na realidade o maluco beleza, General Mourão Filho, partiu de Juiz de Fora-MG na noite do último dia de março de 1964, contrariando ordens, e só chegou ao Rio de Janeiro no primeiro dia de abril, do mesmo ano. É bom que se diga, antes que suscite divagações, que a redentora foi um termo pejorativo criado por Stanislau Ponte Preta, o genial jornalista e escritor Sérgio Porto na época da revolução de 1964.

O início dos anos 60 foi um período conturbado, em plena guerra fria, e com Cuba e seu ditador sanguinário tentando carregar a América do Sul para os braços da mãe Rússia, expoente maior do comunismo internacional. Treinando jovens inexperientes ou experientes até demais, pois não acredito que Dilma, Dirceu, Genuíno, Lamarca e outros fossem inexperientes, formou uma legião de “revolucionários” que tocaram fogo nos países do cone sul e subverteram a ordem vigente, numa tentativa de demolir o estado de direito e implantar o regime comunista nessa região. Aliás, com o término da ditadura brasileira, eles voltaram mais fortes e um deles, Dilma, chegou a ser presidente do Brasil. Pode? Num país chamado Brasil, tudo pode.

De quebra inventaram um médico ensandecido, de nome Guevara, argentino de nascimento, cujo prazer de matar era contrário a tudo o que aprendera nos bancos da faculdade de Medicina. Na falta de ídolos tornou-se, mais pela propaganda, ícone de uma juventude que buscava se afirmar, tendo como espelho o movimento estudantil desencadeado, na França, naquela época.

Fala-se muito, hoje, da ditadura imposta pelo regime militar e das muitas arbitrariedades, torturas e assassinatos cometidos pelas forças de repressão. No entanto, é preciso que haja um forte poder de discernimento o que, na realidade, falta a ambos os lados. Tudo foi feito em nome do povo, mas ele não foi consultado se queria viver sob um regime comunista, como também não o foi se queria viver sob uma ditadura do porte daquelas criadas por Hitler e Stalin, no tocante ao desrespeito aos direitos humanos.

Na realidade, a índole do brasileiro é incompatível com ambos os regimes citados. Somos mais chegados ao anarquismo, filosofia que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório e de Estado; aliás, Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem. De um modo geral, os anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias baseadas na livre associação. Para quem viveu naquela época, como eu, estudante que era de nível secundário, não há dúvidas que aqueles tempos eram muito melhores que os de hoje. O regime impunha respeito e ordem, artigo em falta nos dias de hoje. Me lembro que saía à noite com um amigo para encontrar nossos amigos da zona sul (morávamos na Ilha do Governador) no famoso bar Veloso, em Ipanema. Voltávamos à meia noite e éramos obrigados a esperar o ônibus no Castelo, sentados no meio fio, até uma e meia da manhã. Experimentem fazer isso hoje, no Rio de Janeiro.

Os grupos terroristas tipo ARN, Var Palmares, etc. cometeram, também, muitos assassinatos, feriram muitos inocentes em atos terroristas, em suma provocaram uma reação das forças de segurança, pois elas existiam e existem para assegurar o estado de direito, flagrantemente desrespeitado naqueles tempos. Tivéssemos não um frouxo, mas um presidente de verdade, talvez muita coisa não tivesse acontecido. Aliás, lugar de presidente não é em comemoração do 40º aniversário da Associação de Sargentos e Subtenentes da Polícia Militar, fazendo discurso, como aconteceu na noite de 30 de março, antevéspera do golpe que derrubou Jango Goulart, da presidência da nação.

Os centros de torturas e assassinatos criados a partir de 1968, com o ato institucional nº 5, foram de uma burrice sem precedentes, fazendo tombar um manto negro sobre o país e manchando para sempre as forças armadas brasileiras. Prisões para presos políticos sempre existiram, mas deveriam seguir uma ética e uma moral que faltaram em 1964. Aliás, não se entende a posição do Itamaraty de hoje, acobertando regimes como os da Venezuela, do Equador, da Bolívia, de algumas ditaduras africanas que repetem as masmorras de 1968, onde muitos dos atuais dirigentes do Brasil sentiram o peso da repressão.

Se os militares tivessem cassado os corruptos da época, e eram muitos, e devolvido o poder aos civis em 1969, como era a ideia inicial dos gestores de 1964, talvez a história fosse outra. Da mesma maneira que os militares se recusam a assumir seus erros, os revolucionários da época também se recusam a fazê-lo. Portanto o que nos falta é um mea culpa coletivo que ponha um fim a esse período negro da história do Brasil. O problema é que o brasileiro tem memória curta. Se forem estudar esse período, sem paixões, verão que Rubens Paiva, tão incensado com o filme “Ainda estou aqui”, não era nenhum santo. Eleito deputado federal pelo MDB, na realidade era do Partido Comunista Brasileiro, então proscrito. 

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Ao rés do chão

quarta-feira, 26 de março de 2025

A Inteligência Artificial será o Deus desses novos tempos

A Inteligência Artificial será o Deus desses novos tempos

Talvez vocês não saibam, mas muitas pessoas acreditam que, sobrevoando este pequeno grão de areia em que vivemos, existe uma versão melhorada de seres humanos. Gente como nós, porém muito mais evoluída em todos os sentidos: espiritual, moral, científico e assim por diante. Embora geograficamente afastados, são nossos parentes próximos, pois descendem como nós de Adão e Eva.  Com o passar dos milênios, no entanto, foram se aperfeiçoando, enquanto nós, que ficamos aqui, ao rés do chão, nos esquecemos que somos seres de luz, e vivemos como sombras daquilo que poderíamos ser.

É o que me conta, com entusiasmo, meu amigo eubiota. Explico: eubiota é o adepto da eubiose, doutrina que (simplificando demais) propõe que levemos uma vida em harmonia com as leis do universo e assim nos tornemos pessoas mais conscientes, mais iluminadas e, portanto, mais felizes. Segundo ele tem me explicado, é nas profundezas do planeta que vivem as comunidades dessa versão melhorada de nós mesmos. Esses seres do interior (no sentido exato da palavra) sobem de vez em quando para verificar como andam as coisas por aqui e, por certo decepcionados, voltam para a profundidade onde moram. Limitam-se, segundo meu informante, a trocar figurinhas com o governo americano, que os recebe secretamente e com eles mantém relações diplomáticas. O que, aliás, explica os discos-voadores.

Provoco-o, dizendo que eles devem ter um sistema de refrigeração de primeiríssima qualidade, porque o calor lá embaixo deve bater nos mil graus. No inverno. Ele reage a isso com tolerância. Afinal, minha incredulidade apenas prova que eu sou mais um ignorante, em meio aos bilhões que desconhecem os ensinamentos eubióticos. Ele me garante que, ao contrário, no coração do planeta também existem praias, florestas, cores e luz.

Ele pode ter razão sobre minha ignorância, mas me consolo pensando que a maioria vive na mesma escuridão que eu. Contudo, não desconheço que, como disse um tal Hamlet, há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia. Ou, como ouvi de um cidadão que censurava seu colega de trabalho: “Tu sabe tudo, mas tem coisa que tu não sabe”.

Não, não sou totalmente incrédulo. Com relação ao mundo material, gosto das coisas que possam ser vistas e tocadas. Quanto ao mais, sou apenas um pouco precavido. Li há alguns dias o livro “Sapiens – uma breve história da humanidade”, em que o historiador israelense Yuval Harahi explica como viemos dando cabeçadas através de milhões de anos, para resultar no que somos e no que construímos, no que deixamos de ser e no que destruímos. Mais do que isso, Harahi olha para a frente e faz previsões espantosas. Uma delas: A inteligência artificial tem evoluído tanto e demonstrado tamanho potencial para continuar evoluindo por conta própria que não é loucura acreditar num futuro em que ela terá criado uma nova espécie de gente (ou seja, lá o que for), que substituirá o atual ser humano. Em outras palavras, a IA criará sua própria “humanidade”, e a que até agora habitou o mundo deixará de existir. A Inteligência Artificial será o Deus desses novos tempos.

Parece conversa de doido, mas o que pensariam os nossos antepassados, digamos, dois mil anos atrás, se alguém lhes dissesse que no futuro: a) máquinas voariam pelo espaço; b) as pessoas poderiam se ver e falar, mesmo estando a milhares de quilômetros umas das outras; c) uma voz nos ensinaria o caminho a seguir quando estivéssemos dentro de um carro; d) tal carro seria capaz de mover-se e guiar-se por si mesmo;  e) um coração velho ou doente poderia ser trocado por outro em melhores condições; f) um foguete levaria terrestres à lua; g) o homem criaria uma forma de inteligência que se tornaria mais inteligente do que o próprio homem; h) um filme brasileiro ganharia o Oscar e i) o mais espantoso de tudo: o Botafogo seria campeão nacional e continental num mesmo ano? 

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Construção sustentável: caminho para um futuro mais verde e eficiente

terça-feira, 25 de março de 2025

Opa! Tudo verde? Bora para mais uma Prosa Sustentável!

O tema da vez é sobre construção sustentável, uma abordagem inovadora que busca minimizar o impacto ambiental da construção civil, promovendo o uso consciente dos recursos naturais e a melhoria das condições de vida. Ela envolve práticas e soluções que consideram não apenas o processo de construção, mas também a durabilidade, eficiência energética e os impactos socioambientais envolvidos.

Diferenças entre construção tradicional e sustentável

Opa! Tudo verde? Bora para mais uma Prosa Sustentável!

O tema da vez é sobre construção sustentável, uma abordagem inovadora que busca minimizar o impacto ambiental da construção civil, promovendo o uso consciente dos recursos naturais e a melhoria das condições de vida. Ela envolve práticas e soluções que consideram não apenas o processo de construção, mas também a durabilidade, eficiência energética e os impactos socioambientais envolvidos.

Diferenças entre construção tradicional e sustentável

A construção tradicional, predominante no Brasil, geralmente segue métodos que resultam em elevados consumos de recursos, como madeira, cimento e água. Além disso, muitas dessas práticas geram grande quantidade de resíduos e poluem o ambiente durante a obra. Por outro lado, a construção sustentável prioriza a utilização de materiais renováveis ou reciclados, o reaproveitamento de resíduos e a eficiência energética. As principais diferenças incluem o uso de tecnologias como painéis solares, sistemas de captação de água da chuva, e o emprego de materiais como tijolos ecológicos e concreto reciclado. Outra característica é o design passivo, que visa aproveitar ao máximo os recursos naturais, como a luz solar e a ventilação natural, para reduzir a dependência de energia elétrica.

A construção sustentável tem atraído diferentes perfis de pessoas. Primeiramente, aqueles que buscam reduzir sua pegada ambiental e contribuir com a preservação do planeta. Empresários e gestores de empresas, por exemplo, estão cada vez mais aderindo a esses métodos. Famílias também têm se interessado por esses modelos, especialmente aquelas que se preocupam com a saúde e o bem-estar de seus entes queridos, já que as construções sustentáveis promovem ambientes mais saudáveis, com menos poluentes e melhor qualidade do ar.

A construção sustentável no Brasil

No Brasil, a construção sustentável ganhou força a partir da década de 1990, com o advento de normas e certificações, como o selo Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), que passou a ser utilizado para reconhecer edifícios que atendem aos mais altos padrões de sustentabilidade. A partir de então, várias construtoras começaram a adotar práticas mais responsáveis e a utilizar materiais que atendem aos critérios de baixo impacto ambiental.

Hoje, grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba possuem diversos exemplos de construções sustentáveis, tanto em empreendimentos comerciais quanto residenciais.

Benefícios ambientais e sociais

Os benefícios ambientais da construção sustentável são claros. Ao adotar práticas como a reutilização de materiais, o uso de fontes renováveis de energia, e a diminuição do consumo de recursos naturais, ela contribui diretamente para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Além disso, a escolha por materiais ecológicos ajuda na preservação dos ecossistemas e no combate à poluição. Do ponto de vista social, a construção sustentável também traz ganhos importantes. Ela cria ambientes mais saudáveis para os moradores, com sistemas de ventilação natural, redução do risco de doenças respiratórias, e um uso mais racional de energia e água.

Desafios

Apesar de seus benefícios, a construção sustentável enfrenta uma série de desafios. O principal é o custo inicial, que pode ser mais elevado em comparação com construções tradicionais. Isso se deve ao fato de que muitas tecnologias e materiais sustentáveis ainda são mais caros, além da necessidade de mão de obra especializada.

Outro obstáculo é a falta de conhecimento generalizado sobre as práticas sustentáveis, tanto entre profissionais da construção civil quanto entre consumidores. Isso implica em uma resistência ao novo, o que pode retardar a adoção dessas práticas.

O país líder em construção sustentável

A Alemanha é reconhecida como líder mundial em construção sustentável, graças a políticas públicas progressistas e uma forte regulamentação ambiental. O país implementou um modelo de construção que une inovação tecnológica, eficiência energética e compromisso com o meio ambiente. A Alemanha, além de ser pioneira em construções com alto desempenho energético, tem investido fortemente em cidades inteligentes, com uso de tecnologias que integraram sustentabilidade no dia a dia das pessoas.

Conclusão

A construção sustentável é um modelo que traz benefícios significativos tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade. Embora ainda enfrente desafios, especialmente no Brasil, sua adoção está em crescimento, e o futuro parece promissor. Com mais conscientização, inovação e investimentos, esse modelo de construção pode, tornar-se a norma, contribuindo para um futuro mais verde, eficiente e socialmente justo.

Tudo verde sempre!

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Campeão da vida

terça-feira, 25 de março de 2025

Christofer, do Friburguense, fatura Etapa do Estadual de Futmesa na máster (48+)

Um campeão nas mesas e na vida. Há cerca de cinco anos, um grave acidente de carro quase interrompeu sua passagem por este plano, de forma precoce, mas com ajuda e orações de familiares e amigos, Christofer conseguiu se recuperar. Após retomar, aos poucos, a rotina normal, reencontrou também o futebol de mesa, uma das suas paixões.

Christofer, do Friburguense, fatura Etapa do Estadual de Futmesa na máster (48+)

Um campeão nas mesas e na vida. Há cerca de cinco anos, um grave acidente de carro quase interrompeu sua passagem por este plano, de forma precoce, mas com ajuda e orações de familiares e amigos, Christofer conseguiu se recuperar. Após retomar, aos poucos, a rotina normal, reencontrou também o futebol de mesa, uma das suas paixões.

Em sua estreia na categoria máster (48+), no último dia 15 de março, no Partage Shopping, em São Gonçalo, o botonista do Friburguense faturou a 1ª Etapa do Campeonato Estadual Individual de Futebol de Mesa — Regra 12 Toques, promovido pela Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro (Fefumerj). A competição reuniu atletas de grandes clubes do Rio de Janeiro, como América, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Friburguense, Petropolitano e Vasco da Gama.

O evento contou com 21 atletas divididos em três grupos de sete. Os oito melhores avançaram para a Segunda Fase e foram divididos em dois grupos de quatro atletas. Os dois melhores de cada um avançaram para as semifinais. O atleta do Tricolor da Serra, que já foi campeão estadual da categoria adulto em 2016, venceu outro estreante da categoria máster, Evandro Gomes (Vasco) por 3 a 2 na final. Moacir (América) terminou na terceira colocação, enquanto Sérgio Castro (Flamengo) foi o quarto lugar.

Já na 2ª Divisão, as três primeiras posições foram ocupadas por rubro-negros. Vinicius Mendes foi o campeão, Armando, o segundo, e Anderson, o terceiro. Antônio Fernandes (Friburguense) completou o pódio na 4ª posição.

A etapa inaugural teve o nome de Copa Miguel Ângelo Coutinho Lemos, uma homenagem ao botonista e professor de História, da Faetec, Miguel Ângelo Coutinho de Lemos, que foi assassinado em 2015. Ele se destacou no futebol de mesa, jogando as regras 3 Toques e 12 Toques por clubes como o Clube dos 500, Ginástico Português e Flamengo.

O Estadual de Futebol de Mesa terá sete etapas ao longo do ano. A competição se encerra com a Taça Cidade Maravilhosa, nos dias 8 e 9 de novembro, em sistema de pontos corridos, com 12 atletas em cada série. O campeão de 2025 será aquele que somar o maior número de pontos ao longo do ano, com direito ao descarte dos dois piores resultados.

Galeria de Campeões Categoria Máster (48+)

José Ramos – 2002 (América) e 2004/2005/2007/2009/2011/2012 (Vasco da Gama), atualmente no América

Rodolfo Castello Branco – 2006 (América) e 2015/2016/2017 (Vasco da Gama), atualmente no Fluminense

Armando Amendolla – 2013 (Fluminense), 2014 (América) e 2019 (Flamengo)

Marcelo Lages (Vasco da Gama) - 2008/2010

Reynaldo Antunes (Fluminense) – 2003

Bad – 2018 (Vasco da Gama)

José Carlos Bayeux – 2022 (Botafogo), atualmente desfiliado

Moacir Henze – 2023 (América)

Marco Antônio – 2024 (Fluminense), atualmente no Vasco da Gama

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    Título vai além do esporte para Christofer, exemplo de perseverança também na vida (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Etapa marcou a estreia do atleta de Nova Friburgo na categoria, já de forma vitoriosa (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Antônio Fernandes representou o Friburguense no pódio da 2ª Divisão (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Os desafios do começar

terça-feira, 25 de março de 2025

Certa vez, conheci uma médica budista, Dra. Nazareth Solino, que já não está mais entre nós, infelizmente, que me disse: o maior desafio a enfrentar no dia é acordar de manhã, levantar-se, colocar-se a disposição para fazer o dia acontecer e dar os primeiros passos. É uma atitude que possui graus diferentes de dificuldades e, por maior que seja, é o melhor que temos a fazer para começar mais uma jornada.

Certa vez, conheci uma médica budista, Dra. Nazareth Solino, que já não está mais entre nós, infelizmente, que me disse: o maior desafio a enfrentar no dia é acordar de manhã, levantar-se, colocar-se a disposição para fazer o dia acontecer e dar os primeiros passos. É uma atitude que possui graus diferentes de dificuldades e, por maior que seja, é o melhor que temos a fazer para começar mais uma jornada.

E a gente, começa e recomeça, faz e refaz. Não tem jeito, a vida é assim e não somos mágicos. Possuímos ferramentas para realizar o que pretendemos e o que é necessário. Enfim, começar é o ato mais intrínseco ao viver; se assim não fosse, seriamos oriundos do mundo da fantasia. Vivemos na realidade concreta, onde o sentir, pensar e agir definem as nossas decisões e como as realizamos.

 Escrever não é diferente de tudo o que fazemos. A primeira palavra faz as ideias do escritor girarem como num redemoinho, chegando ao ponto de torná-lo tonto. É o processo criativo que exige sensibilidade. Mas será diferente daqueles repetitivos? A beleza dos dias está nesse ponto de bifurcação entre o comum e o extraordinário, que vai além do habitual. Por onde começar um texto? Se por um artigo ou conjunção, se por uma vírgula ou exclamação, se por um adjetivo ou substantivo.

Alguém me disse que o importante é começar por alguma coisa. É o mesmo que ter uma pia cheia de pratos, panelas e talheres. Vale a pena pegar o que estiver na frente e começar a lavar.

Será fácil o começar? Depende da disposição, da superação dos medos, da coragem para enfrentar as dificuldades. Começamos a vida com um choro forte!

Amigo leitor, começar assusta! Sempre depois da primeira iniciativa nos deparamos com o desconhecido, mesmo naquelas situações que fazem parte da rotina. No início da semana passada estava esperando minha filha no carro, peguei um pedaço de papel, uma caneta e me perguntei: o que vou escrever? Olhei para os lados, para o retrovisor e o verbo começar chegou devagar, como quem não quer nada, quase em tom de segredo e foi cochichando uma porção de ideias e fui escrevendo sem saber dos parágrafos seguintes. A vantagem do escrever é que podemos corrigir. Porém há situações que não podem ser reparadas ou revistas, que precisam ser pensadas de modo cuidadoso e planejado, muito menos sequer começar. Além disso, o acaso existe e pode se fazer presente depois de cada começo. Enfim, por sorte temos ao nosso favor a inteligência, que podemos usá-la para decidir a melhor forma de começar e realizar. Mas será que usamos a inteligência como poderíamos? Pensar, às vezes, pode dar uma preguiça danada. A criança e o adolescente sabem muito bem disso! E, vejam, temos vívidos a criança e o adolescente que fomos em cada um de nós!

O fazer literário tem responsabilidades, principalmente para quem escreve para crianças e jovens. Sim. Um texto somente começa a partir de uma ideia, a semente que vai germinar palavras, frases e parágrafos. Ao começar, o escritor deve estar ciente que vai tocar o leitor. Aliás, em tudo o que fazemos na vida, tocamos de alguma forma o outro. Apenas um olhar tem o poder de influenciar; é incisivo.

Começar é um ato de gratidão para conosco posto sermos seres de sequência, ou seja, nosso destino é construído através das relações de causas e consequências; cada começo dá prosseguimento às realizações dos anteriores. Começar a escrever um texto dá sentido ao ímpeto criativo do escritor que justifica sua existência como tal. Para mim, através do escrever exorcizo minhas emoções. Acho que escrevi este texto por superar o medo semanal de não saber como vou fazê-lo, de significar a minha pessoa no mundo, de me divertir com as palavras, da satisfação de ter a oportunidade de oferecer minhas ideias a alguém. E, se adentrar no meu inconsciente, vou aumentar a lista até o final da página.

Começamos porque somos seres de sentidos. E, por assim ser, findamos o que fazemos. Ih, o acabar está me cutucando e vai preencher outra coluna, que vai iniciar por um outro começar. Quem sabe eu vá esperar minha filha em outro lugar e... 

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A VOZ DA SERRA é a Voz amiga de todos os dias

terça-feira, 25 de março de 2025

         Quando se fala em “coração partido’, pensa-se logo em amor desfeito, o que não deixa de ser aquela ‘dor que desatina” como bem descreveu Camões em seu poema. Entretanto, “síndrome do coração partido”, é o tema que o Caderno Z nos oferece para que possamos entender melhor o que ocorre com o sistema do músculo cardíaco, sujeito a ser afetado pelas crises de estresse. É uma “disfunção súbita, mas transitória do ventrículo esquerdo” diante de um acontecimento impactante como a perda de um ente querido, perda de emprego e de situações semelhantes.

         Quando se fala em “coração partido’, pensa-se logo em amor desfeito, o que não deixa de ser aquela ‘dor que desatina” como bem descreveu Camões em seu poema. Entretanto, “síndrome do coração partido”, é o tema que o Caderno Z nos oferece para que possamos entender melhor o que ocorre com o sistema do músculo cardíaco, sujeito a ser afetado pelas crises de estresse. É uma “disfunção súbita, mas transitória do ventrículo esquerdo” diante de um acontecimento impactante como a perda de um ente querido, perda de emprego e de situações semelhantes. “As mulheres entre 35 e 65 anos são as mais vulneráveis a essa síndrome caracterizada como de origem psicológica”.

         “É bom ficar entediado?” – Temos incapacidade de lidar com os momentos de apatia e desinteresse. Queremos, a todo custo, uma ocupação, algo que nos forneça nem que seja um entretenimento. As redes sociais estão no topo para ocupar os espaços vazios. Porém, mal sabemos que esses vazios são benéficos porque trazem boas energias e até inspiração para algum projeto engavetado. Jean Piaget disse acertadamente que “a inteligência é o que você faz quando não sabe o que fazer”. Dar tempo para “o fazer nada” é dar uma chance ao cérebro até para pensar em alguma coisa produtiva, coisa que não acontece quando estamos focados em afazeres mil. Certa vez eu disse: hoje vou ficar à toa. Vou me esparramar no sofá da sala de leitura e deixar a preguiça me levar. Em pouco tempo, eu olhei para o sofá e percebi o quanto o seu tecido estava feio. De pronto, na maior animação, resolvi pegar uma cortina antiga e reformei o sofá! Ficou lindo!

         A felicidade que surge quando fazemos algo de bom que resulta de um momento de ócio, é indescritível. Aliás, felicidade é algo muito pessoal. A não ser na Finlândia que é classificada em 1º lugar, pelo Ranking da Felicidade da ONU, como o país mais feliz do mundo. Lá, sim, pelos conhecimentos passados por Liz Tamane, do PIB aos demais quesitos, o país mantém a liderança pela oitava vez. O Brasil ficou em 36º lugar.

         A charge de Silvério realça e alerta sobre o Dia Mundial da Água, 22 de março. Criado pela ONU em 1993, a data é um chamativo para os cuidados e preservação desse líquido precioso, indispensável ao nosso planeta. Entre os direitos da água e de seu uso, destaco: “A utilização da água implica respeito à lei”. “Sabendo usar não vai faltar”.

         Em “Sociais”, felicidade é a cara do nosso cantor e compositor, Valcir Ferreira, que fez bonito na quinta-feira, 20, no programa do Ratinho, no SBT. No quadro “Vem quem quer”, Valcir cantou e sambou na apresentação da sua marchinha em homenagem ao inesquecível  Silvio Santos. “Ah, ra, ra, quem quer dinheiro aí, Ah, ra, ra, o aviãzinho vai subir”. A pedido de Ratinho, Valcir ensinou o auditório a cantar. Foi um sucesso.

         Outro sucesso na coluna Sociais, é o querido Braulio Rezende, aniversariante da próxima quinta-feira, 27. Empresário dos mais qualificados em nossa cidade, aplaudido e bem-vindo com sua presença marcante, experiente e de bem com a vida. Seja na CDL, no Sincomércio ou, simplesmente, em suas aparições na vida social friburguense, Braulio é sinônimo de amizade, de carisma, de receptividade ao bem comunitário. Parabéns!

         Há muito o quê celebrar com os 83 anos do Colégio Estadual Padre Madureira, situado em Debossan, no distrito de Mury. Aos professores, funcionários, alunos, famílias e toda a comunidade local, os votos de muita prosperidade no trabalho educacional. Que a emoção do dia 24 de março seja uma constante no calendário escolar.

         Maravilhosa a ideia da criação do Dia Municipal de Astronomia para homenagear o inesquecível professor e cientista Reinaldo Ivanicska Júnior. Se ainda estiver em debate a data, sugiro o dia do nascimento desse astrônomo que tanto fez pelos conhecimentos do céu de Nova Friburgo. Sua estrela brilha intensamente entre nós.

E contando os dias, vamos, cada vez mais, nos aproximando do 07 de abril. Agora faltam apenas 13 dias para os 80 anos de A VOZ DA SERRA. Viva essa VOZ credenciada que fala por nós! A Voz do povo, a Voz amiga de todos os dias...

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Quaresma: tempo de conversão ecológica

terça-feira, 25 de março de 2025

O pecado do homem de virar as costas para Deus, criou desordem não só na consciência, na integridade pessoal, não só na convivência social e relacionamento com o próximo, gerando desigualdades e injustiças, mas também causou um desequilíbrio na sua própria relação com a natureza.

O pecado do homem de virar as costas para Deus, criou desordem não só na consciência, na integridade pessoal, não só na convivência social e relacionamento com o próximo, gerando desigualdades e injustiças, mas também causou um desequilíbrio na sua própria relação com a natureza.

O ser humano, saindo da harmonia do Criador, perdeu também o senso de respeito e integração com a casa natural. As agressões cresceram à vegetação, às águas, aos animais, ao ar, à camada de ozônio, aos ecossistemas. Do egoísmo cego surge um galopante desmatamento, uma inconsciente degradação do solo, queimadas, poluição volumosa, contaminando e comprometendo os recursos hídricos, envenenando o ar, com a maior incidência de raios solares e o aquecimento global. Avança a caça irracional, a pesca predatória, causando a extinção das espécies e a desorganização, o desequilíbrio ecológico.

Ao mesmo tempo, crescem as guerras e a exploração do homem pelo homem, gerando mortes, genocídios, aumentando a pobreza e a miséria. É o pecado de quem olha só para o seu interesse e para o seu imediato lucro ou vantagem, com a extração das riquezas naturais, não se importando com os danos ao meio ambiente e consequentemente aos seres humanos.

Todos estes vários cenários estão indicados com profundidade e riqueza na Encíclica Social do Papa Francisco , a Laudato Si, que completa dez anos e na Exortação Laudate Deum, alertando para a crise climática e a urgência de uma conversão ecológica, como também em diversas campanhas da fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), especialmente a deste ano, com o tema "Fraternidade e Ecologia Integral”, recordando e conscientizando que é preciso preservar o que é de todos, a casa comum, a água, a terra, os biomas, especialmente a Amazônia e, no centro da Ecologia, o ser humano, totalmente integrado a ela, os indígenas, as populações ribeirinhas, os quilombolas, os pobres e miseráveis, os privados dos bens naturais, sedentos e famintos, os excluídos do sistema capitalista materialista, que devem ser resgatados e promovidos em sua dignidade de imagem e semelhança de Deus, filhos do Criador, irmãos do Redentor, templos do Espírito Santo.

É necessário criar uma generalizada consciência de responsabilidade ecológica, como um ato de conversão, de volta à sintonia com o Plano da criação, no respeito à ordem natural. Preservar a imensa riqueza da biodiversidade. Combater as agressões diversas. Promover a educação ambiental, como valorização e defesa da vida e da saúde de toda a comunidade social. Saber cuidar como o nosso irmão São Francisco da irmã Natureza, tendo todos os homens como irmãos, como sagrado sinal da bondade e graça do Deus-Amor. Celebramos também os 800 anos da composição do belíssimo "Cântico das Criaturas" (1225), entoado com a poesia e o extraordinário testemunho de caridade deste grande santo: "Louvado sejas, meu Senhor".

É importante protegermos a Amazônia grande reserva de vida da humanidade. Mas, também, devemos identificar as "nossas amazônias" bem perto de nós, na nossa cidade e região, os rios, as bacias, as matas, os impactos ambientais de empreendimentos industriais, comerciais, habitacionais, muitas vezes desastrosos, as campanhas que devemos fazer para manter a casa comum com todo equilíbrio para a vida e saúde de todos, numa visão mais ampla social, política e cultural.

Peçamos perdão ao Senhor pelas vezes em que nos omitimos na defesa da vida e da ordem natural, causando assim um grande mal a tantos irmãos, permitindo que a morte prevalecesse. Pelas vezes em que mesmo praticamos destruição ao meio ambiente, desperdiçando os recursos, colaborando com projetos irresponsáveis no sentido ecológico. Pelas vezes em que nos esquecemos do ser humano, não valorizando e protegendo a sua dignidade e vida desde a concepção até a morte natural, não lutando por seus direitos e integridade, ficando indiferentes às suas dores e necessidades.

Queiramos a conversão total, não só um ponto ou outro. Busquemos a libertação integral, a salvação do homem todo, até porque não se pode separar uma postura da outra. É na mudança da mentalidade e atitude fundante da estrutura pessoal que iremos reformar e transformar o social, num espírito de comunhão e integração com toda a natureza criada. No respeito ao Plano do Criador e seguindo o modelo do Salvador, no sopro do Espírito.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler da Diocese de Nova Friburgo

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