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Sem comparação

sexta-feira, 08 de abril de 2022

A grama do vizinho é realmente mais verde que a nossa? Por que tanta gente acha que os sonhos realizados pelo outro são mais fáceis de serem alcançados? Que na casa dos outros não tem bagunça, que o casal lindo que vemos pelas fotos das redes sociais não tem contas a pagar? De onde o ser humano tira a ideia de que o melhor está lá e não aqui ?

A grama do vizinho é realmente mais verde que a nossa? Por que tanta gente acha que os sonhos realizados pelo outro são mais fáceis de serem alcançados? Que na casa dos outros não tem bagunça, que o casal lindo que vemos pelas fotos das redes sociais não tem contas a pagar? De onde o ser humano tira a ideia de que o melhor está lá e não aqui ?

Acho que falta gratidão no mundo. Percebo uma zona cinzenta em que um contingente incontável de seres habita. O dia de hoje está aquém do que deveria estar, e ao mesmo tempo, quando a coisa piora, se percebe que aquele dia estava na verdade muito bom.

Uma comparação constante e massiva com o colega do lado. Uma observação para o que acontece do lado de fora, que cega as pessoas, para o lado de dentro de seus lares e seus corações. Dá medo. Eu não quero sentir isso e desejo fortemente que não sintam isso em relação a mim.

Muita gente já não se contenta mais em ter saúde e paz. Faltam as fotos maravilhosas de viagens, o príncipe encantado, o melhor emprego, a casa mais frondosa. A vitrine das redes sociais, a meu ver, tem sido um portal para essa ilusão de que a vida do outro é mais feliz que a nossa. Prosperar é lindo. Amar e ser amado é uma dádiva. A realização profissional é uma alegria. Viajar é uma maravilha. O esquisito é o grau de comparação muitas vezes doentio que míngua algumas pessoas. 

Falta gratidão. Só pode ser. A partir do momento em que uma pessoa agradece por tudo o que é, pelo que faz e pelo que possui, a coisa muda de figura. Na verdade, a grama do outro passa a não ter tanta importância. Quando somos gratos pelas oportunidades que temos, pela vida que nos é dada, pela proteção diária, pelas pessoas que nos cercam, conseguimos olhar para o outro com admiração e alegria por suas conquistas. Não com inveja. Não com cobiça.

Se é para olharmos para o outro lado do muro, que seja então para observarmos o tanto de esforço aquele "vizinho" emprega em prol de suas conquistas. E então, nos esforçarmos também. Empenho precede o resultado. Grandes conquistas decorrem de emprego, de energia, preparação, renúncias, investimento de tempo etc etc etc. Salvo se a grama do vizinho for sintética, ela requer plantio e cuidados. E ainda que seja sintética, requer possibilidade de compra, que demanda trabalho, dinheiro, prioridade e por aí vai. Não é de graça. Não é à toa. Não somos um amontoado de seres aleatórios em que coisas boas acontecem arbitrariamente para os outros e as ruins, para mim. 

Somos resultado do que fazemos para mudar, para melhorar, para aprimorar. São mesmo dias de luta e dias de glórias. É a vida. Se o vizinho tem um relacionamento saudável e feliz, o que ele fez por merecer? Felicidade no amor não é para qualquer um. Tem que merecer, deve se dedicar, jogar energia boa para o universo, respeitar as pessoas, ser sincero, acolher o lado bom das pessoas. Não dá para ser um caçador de defeitos, andar com uma lupa para o negativo e encontrar pessoas maravilhosas com quem conviver. Somos todos imperfeitos. Todos. A grama alheia também pode ser. Não se pode julgar pela aparência.

Em tempos de terreno ermo, barreado, cheio de lama, a gente desanima. Mas aí é que temos que buscar aquela força que todos temos e poucos sabemos. A força de dentro. A mola da possibilidade de superação e realização.

Falar é fácil, exercer essa ideia é mais difícil. Eu sei. Mas não subestimo nossa capacidade de decidir e perseguir o objetivo. O que eu quero? Ser grata em qualquer circunstância. Amar meu próprio jardim, mesmo quando as ervas daninhas insistirem em castigá-lo. E desejar que o jardim do outro, tão garboso, quanto eu quero que seja o meu.

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A importância do jornal na sociedade

quinta-feira, 07 de abril de 2022

O jornal possui um papel fundamental e inegável na disseminação da comunicação do planeta, apesar de ainda ser imprecisa a origem exata do jornalismo, a sua história é mais antiga do que podemos imaginar.

O lendário imperador romano, Julio César, necessitava divulgar todas as conquistas militares de Roma e informar o povo sobre a expansão do império e assim, criou o Acta Diurna, em 59 A.C, o primeiro jornal do mundo.

O jornal possui um papel fundamental e inegável na disseminação da comunicação do planeta, apesar de ainda ser imprecisa a origem exata do jornalismo, a sua história é mais antiga do que podemos imaginar.

O lendário imperador romano, Julio César, necessitava divulgar todas as conquistas militares de Roma e informar o povo sobre a expansão do império e assim, criou o Acta Diurna, em 59 A.C, o primeiro jornal do mundo.

Como não existiam tecnologias de impressão e sequer papel em quantidade suficiente, o Acta Diurna era publicado em grandes placas de madeira, algo parecido com um outdoor, que eram colocados em lugares públicos para que pudessem ser lidos por todos. Contudo, a elaboração dessas placas era muito demorada e necessitava de uma grande logística para o seu transporte, assim as notícias eram sempre atrasadas, de semanas ou meses atrás.

Somente na Idade Média, o jornalismo teve o seu maior salto tecnológico: a prensa de papel de Gutemberg – algo parecido com uma impressora nada moderna -, que possibilitou que o trabalho que antes era feito manualmente, fosse feito por máquinas, tornando as publicações muito mais rápidas. A revolução foi tão grande, à época, e alguns historiadores afirmam que a invenção da prensa tirou o mundo de vez da Idade Média, como despertar definitivo da ciência e do jornalismo, essencial para o desenvolvimento da sociedade.

Mais tarde, outra revolução, a invenção do telégrafo, em 1844, transformou a imprensa escrita, pois permitiu que as informações fossem passadas rapidamente, possibilitando relatos mais novos e relevantes. A partir daí, os jornais emergiram no mundo inteiro, trazendo notícias mais rapidamente e muito mais transparência à toda sociedade acerca dos quatro cantos do país, e agora, do mundo.

A construção da sociedade, como a queremos hoje e como a pretendemos amanhã, tem repouso nos pilares da informação, esta, por sua vez, se estruturou em colunas igualmente resistentes, que desde há muito tempo, promovem pequenas e grandes revoluções: o jornal.

Caminhos tortuosos

Os periódicos mudaram completamente os rumos da humanidade, contudo, nem sempre, viveram momentos fáceis na história. Mas, há quem diga, que “mar calmo não faz marinheiro experiente”.

Somente por volta de 1808, os primeiro jornais vieram chegar no Brasil, juntamente com a família real. Durante a época do império, admitiam-se somente os periódicos que estavam sob as asas do rei, fazendo com que alguns veículos de comunicação tivessem que vender as notícias sobre escândalos na monarquia, escondidos.

Em tempos não muito distantes dos atuais, durante os períodos autoritários do regime militar no Brasil, não existiam campos férteis para liberdade de imprensa no país. Época em que inúmeros jornais foram submetidos ao cerceamento, ao ponto de existirem censores – fiscais militares – dentro das redações dos jornais para decidir sobre o que poderia ser publicado ou não.

Desde o começo da imprensa, os obstáculos enfrentados para o livre exercício da atividade revelam episódios de profunda intimidação contando com assassinato de jornalistas, perseguição a publicações e o fechamento de instituições. O jornal é um símbolo de mudança social, que se mantém há anos, mesmo sendo um risco para quem não apoia a democracia.

E não somente a censura foi uma grande barreira para o jornal. A invenção do rádio e da televisão parecia por fim ao que era a soberania dos periódicos impressos, contudo o tempo fez com que os jornais se modernizassem e até hoje se mantém sólidos e firmes no dever de instruir à sociedade.

Aniversário de A VOZ DA SERRA

O papel do jornal na sociedade é importantíssimo e seu nome deve ser sinônimo de luta e resistência. E, nós, friburguenses, devemos, nos orgulhar em ter um exemplo de jornalismo sério e comprometido que, hoje, 7, completa 77 anos de história. A VOZ DA SERRA tem uma contribuição gigantesca para a construção da sociedade friburguense, cobrindo as mais felizes - e mais tristes - notícias da nossa cidade. Toda vez que abro o AVS, penso em quanta história já não passou nessa instituição que presenciou 23 presidentes no poder do país, duas copas do mundo no Brasil, o fim de uma guerra mundial e a instalação de um regime ditatorial.

E que apesar de tudo, mesmo com os avanços tecnológicos, se mantém firme, e consolidado como um dos mais antigos veículos de comunicação impresso do Estado do Rio de Janeiro.  AVS é além de história, um orgulho para população friburguense.

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Segunda sem lei

quarta-feira, 06 de abril de 2022

Segunda sem lei
Ela está de volta. Após dois anos, a mais famosa segunda-feira da região retornou. A Segunda sem Lei do Bar do Vovô, em Lumiar, teve seu retorno na última segunda-feira, 4. Com dois anos sem promover o evento devido à pandemia, o espaço ficou pequeno para tanta saudade que foi devidamente afastada ao som de sambas clássicos, forró pé de serra e MPB.

Segunda sem lei
Ela está de volta. Após dois anos, a mais famosa segunda-feira da região retornou. A Segunda sem Lei do Bar do Vovô, em Lumiar, teve seu retorno na última segunda-feira, 4. Com dois anos sem promover o evento devido à pandemia, o espaço ficou pequeno para tanta saudade que foi devidamente afastada ao som de sambas clássicos, forró pé de serra e MPB.

Mais de uma década
Conduziram o retorno, os de sempre das clássicas segundas sem lei de outrora: Jorginho, Ivan Sartorio, Wlad e Sua Gente, Thadeu Camargo e muitos convidados. Dercy Klein, o Vovô, respeitou a pandemia e estava resistente quanto ao retorno, para voltar só de forma responsável. Com os números de casos da doença quase zerados e a maioria da população vacinada, ele liberou o retorno somente nesta semana. A Segunda sem Lei é uma tradição de mais de dez anos e atrai não só turistas, como friburguenses de todas as partes.

Bar do Vovô
O Bar do Vovô é um patrimônio cultural de Lumiar e de Nova Friburgo e já foi consagrado, inclusive, com o Diploma Estadual de Cultura, Heloneida Studart. Nesse retorno, a novidade é o couvert artístico solidário. Mas se engana quem acha que o dinheiro arrecadado vai para os músicos. Esse fica por conta do bar. O valor será revertido para instituições de caridade. Diversão com responsabilidade.    

História de Lumiar
A Segunda sem Lei, começou de forma despretensiosa. Músicos tiveram vontade de cantar e tocar violão na varanda do bar. Quando se repetiu e se repetiu de novo e mais uma vez, de repente virou evento. Sempre com casa cheia para apreciar música, cerveja bem gelada, petiscos, gente de paz e feliz de todas as idades e de todos os lugares.

Novos tempos
Com o avanço do mundo digital, é natural que em algum momento, os crimes cibernéticos superariam os físicos. Estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP) registraram, pela primeira vez em duas décadas, mais casos de estelionato que de roubos nos dois meses que iniciam o ano. Foram 18.655 golpes aplicados em solo fluminense em janeiro e fevereiro, superando os 16.169 assaltos computados no mesmo período, incluídos aí quaisquer tipos de roubo, desde o celular levado nas ruas até a carga tomada por criminosos.

Crimes de estelionato
O total de estelionatos no primeiro bimestre de 2022 atingiu o patamar mais alto da série histórica, iniciada em 2003. O número de estelionatos equivale, em média, a uma ocorrência a cada quatro minutos. Em 2018, por exemplo, a comparação entre os dois crimes revelava um cenário completamente diferente. Na ocasião, os dois primeiros meses do ano registraram 40.612 assaltos, número oito vezes maior que os 4.952 estelionatos.

Superando roubos físicos
Os roubos desaceleram gradualmente e os golpes não pararam de subir, em ritmo veloz, quase quadruplicando. Na comparação com 2021 - que já havia registrado números altos: 8.090 em janeiro e fevereiro - o aumento foi de 130,6%. As vítimas quase sempre são pegas pela internet. Os crimes desse tipo mais comuns são: golpe do boleto falso; via SMS; perfil falso; investimento; marketing multinível; golpe do emprego; golpe do suporte técnico e golpe via WhatsApp.

Causa animal
Diante das escassas políticas públicas para os animais e uma demanda cada vez mais crescente, nasceu o grupo Animal Comunitário, idealizado pelo ativista da causa, Gecimar de Souza. O que se percebe é que diante da inércia municipal, muitas pessoas colaboram com a causa, mas estão exaustas, com falta de recursos e diante de uma inflação galopante, acumulando até dívidas. 

Animal Comunitário
Tendo em vista esse cenário, o grupo lançou uma campanha para arrecadação de recursos para serem na totalidade divididos com as diversas pessoas que atuam no acolhimento e salvamento dos pets. Uma corrida de 25 quilômetros será realizada no aniversário da cidade, 16 de maio, saindo do Paissandu até o município vizinho de Bom Jardim.

Bilhetes de colaboração
Todo esforço é incremento a uma rifa, com milhares de números, com cada bilhete custando R$ 10. As pessoas não precisam correr no dia. O sorteio ocorrerá em 18 de maio e distribuirá prêmios doados por empresas apoiadoras. A pretensão é arrecadar R$ 30 mil. Para saber como ajudar, os melhores canais são as redes sociais: Animal Comunitário.  

Corrente de solidariedade
Um friburguense que foi trabalhar no Estados Unidos sofreu um grave acidente de trabalho e amigos estão pedindo ajuda através de uma vaquinha virtual para ajudar nos custos do tratamento. Rodrigo Canella Borges estudou a vida inteira em Nova Friburgo, se formando em engenharia mecânica pela Uerj/IPRJ. Ele está internado em um hospital em Indiana, após sofrer queimaduras enquanto soldava uma peça. Ele sofreu queimaduras de graus 2 e 3 em 27% do corpo.

Ajuda de todas as partes
Nos Estados Unidos não há sistema público de saúde como no Brasil. O tratamento está estimado em R$ 240 mil, já convertendo do dólar para a o real. Rodrigo chegou a ficar em coma induzido, corre risco de perder a visão, mas sua recuperação e vontade de viver têm surpreendido a equipe médica. Ele é casado e sua esposa está grávida de nove meses. Ele é o único provedor da família, o que levou os amigos ainda mais a buscar ajuda.

Qualquer ajuda
Ele já fez uma cirurgia e outras estão programadas. O caso é grave. Até o fechamento desta edição, a vaquinha virtual já havia arrecadado mais de R$ 25 mil. O problema é que o real vale quase cinco vezes menos que o dólar. Foi feita uma vaquinha também nos EUA. Mas brasileiros tem dificuldades de doar por lá. Por isso, foi criada a arrecadação por aqui, pelo site Vakinha, id: 2776388 em favor de Rodrigo Canella. Quem preferir também pode colaborar pelo Pix do pai de Rodrigo: 95701729753 – Marcos Inácio Borges.      

Palavreando
“A vida não tem graça só. A vida pede que nos unamos a quem nos traz certo brilho ao olhar. Para que os dias sejam mais agradáveis. Para que as dificuldades sejam mais leves. Para que o caminho seja mais iluminado. Caminhar de mãos dadas é um prazer imenso que nos faz lâmpadas ambulantes. Feixes de luz transitando no escuro. Estrelas nos jardins, nas ruas, nas horas dos dias”.

 

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Uma boa dose

quarta-feira, 06 de abril de 2022

Sem afobação e sem vacilação, trate de fazer sua encomenda

Sem afobação e sem vacilação, trate de fazer sua encomenda

Eu sei que você toma um golinho de vez em quando e não sou eu que vou criticá-lo por isso. Beber não é problema, o problema é ficar bêbado, o que sempre tem graves consequências, às vezes graves demais. Mas são coisas bem diferentes e é de muita sabedoria e de elogiável prudência não confundir uma com a outra. Então, se você toma seu traguinho e não perturba ninguém, acho que está no seu direito. Não chego ao exagero sem pé nem cabeça daquele samba antigo que dizia “Eu bebo sim, tô vivendo, tem gente que não bebe, tá morrendo”. Quem vive bebendo não só está se matando aos poucos como, pior ainda, frequentemente destrói a vida de outras pessoas.

Mas, como estou sabendo por fonte fidedigna que você já bebia com moderação muito antes de as propagandas serem obrigadas a dar esse conselho (que os fabricantes sinceramente desejam que ninguém siga), e como sei que você está nadando não em bebida, mas em dinheiro, vou dar uma notícia que com certeza vai lhe interessar. Uma destilaria escocesa acaba de lançar um uísque ao moderado preço de R$ 635.000,00 a garrafa. O produto tem 81 anos e talvez seja mais velho do que você. Ou seja, quando você acordou para a vida, ele já estava dormindo num barril de carvalho, do qual só saiu agora, para ser finalmente vendido nos mais elegantes botequins do mundo. Tão elegantes que não se chamam botequim, embora o sejam, apenas com toalhas mais limpas e garçons com luvas.

Não é necessário que você saia correndo para adquirir três ou quatro das 288 garrafas que foram produzidas. Elas ficarão em exposição até que o dono resolva colocá-las à venda. Por outro lado, também não é bom demorar muito para tomar a iniciativa, porque você não é o único ricaço do mundo que gosta de um bom uísque. Ainda mais como esse, que mistura os sabores de chocolate, canela, trufa, caramelo, gengibre e abacaxi, além do uísque propriamente dito.

Sem afobação e sem vacilação, trate de fazer sua encomenda ou acabará perdendo essa oportunidade, como já perdeu outra da maior importância: a de saborear o segundo colocado na lista dos “mais velhos”, que durante 80 anos esperou pacientemente no barril, até ser vendido pela bagatela de R$ 1.000.000,00 a garrafa. Não, eu não errei na quantidade de zeros.

De minha parte, continuarei me conformando com uma cerveja de vez em quando e um vinho sempre que possível. Mas, se você realmente comprar o uísque de um milhão ou mesmo o de 635 mil e me chamar para um brinde, aceitarei o convite pelo prazer de sua companhia e para não parecer orgulhoso. Prometo não fazer como a raposa da fábula que, após tentar sem sucesso alcançar o cacho de uvas, sentencia: “Estão azedas”.

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A federação está contente, um dos seus escolhidos é o campeão

quarta-feira, 06 de abril de 2022

Com o título ganho no último sábado, 2, o Fluminense tirou o sonho do Flamengo de se tornar tetra campeão do Estado do Rio de Janeiro. Com os títulos de 1932, 1933, 1934 e 1935 esta primazia pertence ao Botafogo, o que vai continuar assim, por muito tempo mais. Nos dias de hoje é muito difícil um clube se manter no topo, por quatro anos seguidos, em campeonatos tão competitivos como os de hoje. O Fluminense tem também um tetracampeonato, em 1906, 1907, 1908 e 1909, mas da época do amadorismo, no Estado.

Com o título ganho no último sábado, 2, o Fluminense tirou o sonho do Flamengo de se tornar tetra campeão do Estado do Rio de Janeiro. Com os títulos de 1932, 1933, 1934 e 1935 esta primazia pertence ao Botafogo, o que vai continuar assim, por muito tempo mais. Nos dias de hoje é muito difícil um clube se manter no topo, por quatro anos seguidos, em campeonatos tão competitivos como os de hoje. O Fluminense tem também um tetracampeonato, em 1906, 1907, 1908 e 1909, mas da época do amadorismo, no Estado.

Que o Fluminense tem méritos, ninguém duvida, mas as cartas já estavam marcadas desde o início do certame, para que Flamengo e Fluminense fossem os finalistas. Afinal das contas, o futebol de hoje em dia é feito de números e sendo a final um Fla X Flu, a percentagem que entraria nos cofres da federação estaria garantida. Mesmo que o campeonato seja deficitário, os dois jogos das finais compensariam os prejuízos ao longo da competição, se é que os cartolas da entidade máxima do futebol do Rio de Janeiro tenham prejuízo. É a mesma situação de quando uma firma entra em falência, pois quem vai falir é a firma, jamais o dono ou donos.

É claro que o tricolor mereceu esse título, pois dos 32 pontos disputados na Taça Guanabara, o tricolor das Laranjeiras conquistou 28, dois a mais que seu rival Flamengo, com 26. No turno final, dos 12 pontos em disputa, ganhou nove ficando à frente do vice por três pontos. Por falar em vice, o rubro negro da Gávea está se especializando em chegar em segundo lugar. De dezembro do ano passado até o último fim de semana, foram cinco vices campeonatos, a saber em 2021 vice da Libertadores e do Brasileirão, em 2022 vice da Super Copa, da Taça Guanabara e do Carioca. Na atualidade, tem mais vices do que seu rival Vasco da Gama.

O que entristece e torna o campeonato do Rio de Janeiro ridículo e sem credibilidade é que muitos jogos são “arranjados” nos bastidores, fazendo com que o público se afaste da maioria deles, todos deficitários. Só os clássicos, em função da rivalidade presente, escapam do vermelho. Os jogos entre os times pequenos, verdadeiros participantes e, nada mais, são acompanhados por menos de 200 “testemunhas”. São times montados para disputar o campeonato do estado e garantir os votos para que os dirigentes da federação se perpetuem no poder. Num tempo já distante os clubes grandes, que detêm o maior número de campeonatos, o Flamengo levantou a taça por 37 vezes, o Fluminense por 32, Vasco da Gama foi campeão em 24 ocasiões e o Botafogo em 21 tinham um percentual no total de votos na entidade máxima, do futebol do Rio.

Como eram eles que mandavam, espertamente, um dirigente o famoso Caixa D´água (Eduardo Viana), em 2006 mudou as regras e a atual, regida pela Lei Pelé, determina que a diferença entre os pesos dos votos dentro das federações não tenha uma proporção maior que seis para um. Na Ferj, por exemplo, a divisão é a seguinte: seis votos para times de série A, quatro para times de série B, dois para times de série C e um para os demais times amadores e ligas. Ou seja, o poder dos grandes foi diluído e até times amadores e ligas, muitas vezes fantasmas, influem na eleição do dirigente máximo da entidade. E haja promessas por debaixo dos panos.

Em São Paulo, onde impera um profissionalismo mais arejado, o nível do campeonato paulista é muito maior, os times do interior são melhor estruturados e mais fortes e cumprem de maneira mais atuante o papel de formar jogadores para os times da capital e o Santos, da cidade de Santos. Para se ter um exemplo, o Guarani de Campinas já foi campeão do Brasileiro e o Bragantino, de Bragança Paulista, atual Red Bull primeiro time a se tornar SAF (Sociedade Anônima Futebol), no Brasil foi vice-campeão da Copa Sul Americana, do ano passado.

Como já disse, nada tira os méritos do Fluminense, campeão do Estado do Rio de Janeiro, versão 2022; não é um plantel milionário como o do Flamengo, mas muito bem treinado pelo experiente Abel Braga, curiosamente o técnico campeão do último título estadual do pó de arroz, em 2012, quando, também, levantou a taça do Brasileiro.

Parabéns ao Fluminense e que ao longo dos próximos 12 meses, lute para uma melhoria acentuada do combalido futebol do Estado do Rio de Janeiro.

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AVS é um encontro marcado com as nossas expectativas!

terça-feira, 05 de abril de 2022

Ante a minha geração “baby boomer”, que só ouvira falar em máquinas de computação para uso militar, a Geração Z deu um salto invejável. Minha geração apenas tinha a máquina de escrever, que exigia a frequência, por seis meses, no curso de datilografia para se conquistar um diploma. O Caderno Z, que está na última geração de avanços, nos trouxe Thiago Lima para falar do assunto. Com 8 anos de idade, Thiago ganhou seu primeiro celular, tijolão ainda. Com 9 anos, teve seu primeiro computador e, no auge de seus 25 anos, integra o quadro profissional de A VOZ DA SERRA.

Ante a minha geração “baby boomer”, que só ouvira falar em máquinas de computação para uso militar, a Geração Z deu um salto invejável. Minha geração apenas tinha a máquina de escrever, que exigia a frequência, por seis meses, no curso de datilografia para se conquistar um diploma. O Caderno Z, que está na última geração de avanços, nos trouxe Thiago Lima para falar do assunto. Com 8 anos de idade, Thiago ganhou seu primeiro celular, tijolão ainda. Com 9 anos, teve seu primeiro computador e, no auge de seus 25 anos, integra o quadro profissional de A VOZ DA SERRA. O jovem, que começou como estagiário, passou a fazer parte da equipe do jornal e é, como bem diz Ana Borges, um "colega solícito, generoso e um profissional respeitado". Com todos os seus saberes tecnológicos, contudo, ressalta: "devemos nos policiar com esse mundão virtual. Eu já me peguei mandando mensagens para uma pessoa que estava na mesma mesa que eu, várias vezes... Esse cuidado é que devemos ter!"

Os psicólogos alertam para esses perigos que “perturbam o amadurecimento, o sono, a socialização, o convívio familiar, e podem influenciar na prática de naturalização do cyberbullying”. Porém, ao contrário dos dizeres da escritora Jean Twenge, da Universidade de San Diego, que classifica as crianças de hoje como desligadas de afetividades familiares, eu creio nessa relação atual entre pais e filhos.

Pela liberdade de expressão, mesmo que monossilábica, a juventude de hoje fala, sim, e em muitas linguagens com os pais. Até porque os pais estão na mesma amarração tecnológica, passando, até aos bebês, o costume de deslizar os dedos sobre a tela de seus celulares. Antes de corrigir os filhos, os pais teriam que dar o exemplo. Parece que não tem volta!

Em “Palavreando”, Wanderson Nogueira faz comparações entre os videogames e a vida. Mas a vida, “não tem botões de controle”, e diz: “não se tem a possibilidade de vê-la em uma tela para perceber todos os perigos, os belos gráficos... na vida não há personagens, nem vida extra. É com você mesmo. Só uma vida!” Que joia!

Em “Esportes”, Vinicius Gastin nos apresenta uma página repleta de atividades esportivas já programadas para este ano. Aliás, a edição do jornal é toda uma celebração de boas novas. Empregos em janeiro com trabalhadores registrados, atingindo o patamar “pré-pandemia”. O Detran retomando serviços que foram suspensos durante a pandemia. São Pedro da Serra completando 35 anos e o fato me traz saudades dos festejos de trovas que tantas vezes fizeram parte das comemorações. Parabéns!

Quando se tem a quarta dose de vacinas para idosos e a segunda para as crianças, a vacinação nos dá confiança para realizar eventos, inclusive, o Carnaval em maio. Para nossa animação, o Rei Momo, na charge de Silvério, está contando os dias!

A UFF em Nova Friburgo inaugura uma clínica de fonoaudiologia para atender, por mês, 480 pessoas com down, gratuitamente. Que beleza! E a grande novidade é a aprovação pelo SUS, do primeiro remédio para tratamento da Covid-19. O jornal nos trouxe tantas notícias relacionadas aos cuidados com a saúde que sugiro guardar a edição em lugar de fácil acesso para consultas, pois a saúde está em primeiro lugar.

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 abril, foi destaque na reportagem de Christiane Coelho, a quem felicito pela abrangência que o tema requer. Dos depoimentos de pais que lidam com o Transtorno do Espectro do Autismo às explicações da doutora Gislaine Cristina Abe, toda a matéria nos leva a discernir e a ampliar nosso campo de visão sobre o TEA. Maxsuele, mãe de Ísis, declarou: “E a Ísis nos ensinou que ninguém é perfeito...”. Isabela Stutz, mãe de Enzo, desabafa: “Que a gente consiga apagar da sociedade todo o descrédito, o capacitismo.”. Sheila, mãe de Max: “O importante é sorrir como ele faz o tempo todo e ser feliz...”. Com o tema “Lugar de autista é em todo lugar”, que cada lugar seja um lugar feliz para todos!

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Ela é dez mesmo!

terça-feira, 05 de abril de 2022

Ela é dez mesmo!

Hoje, 5 de abril, está sendo um dia muito especial para felicidade da admirada funcionária pública municipal de Nova Friburgo, Mariana de Oliveira. Sua linda e amada filha Isabella de Oliveira Fraga (foto), filha de Alessandro Fraga e irmã da Susanna, está completando dez anos de idade.

Para a amada Isabella, uma menina meiga, amiga, encantadora e apaixonante, nossos parabéns com votos de felicidades e tudo de bom.

 

CNSM sessentão!

Ela é dez mesmo!

Hoje, 5 de abril, está sendo um dia muito especial para felicidade da admirada funcionária pública municipal de Nova Friburgo, Mariana de Oliveira. Sua linda e amada filha Isabella de Oliveira Fraga (foto), filha de Alessandro Fraga e irmã da Susanna, está completando dez anos de idade.

Para a amada Isabella, uma menina meiga, amiga, encantadora e apaixonante, nossos parabéns com votos de felicidades e tudo de bom.

 

CNSM sessentão!

Parabéns ao importante e tradicional Colégio Nossa Senhora das Mercês, que na tarde/noite do último sábado, com missa em ação de graças no Ginásio Poliesportivo Padre Zegrí, celebrou seu 60° ano de importante existência para a educação em Nova Friburgo.

Bodas de Granito

Com pequeno atraso, mas com a grandiosa satisfação de sempre, cumprimentos ao encantador casal Suely e Nilsinho (foto) que semana retrasada, 23 de março, chegou à marca dos 48 felizes anos de união conjugal, para felicidade de familiares e muitos amigos.

Ao casal, dos mais conhecidos e queridos de nossa sociedade, parabéns e contínuas felicidades.

 

Rotary Suspiro jornalismo

Grato à querida presidente do Rotary Clube NF Suspiro, Soraya Campos Babo, pelo convite para a assembleia festiva de amanhã, 6, que terá como pauta, homenagens a serem feitas pelo Dia do Jornalista & Jornalismo, celebrado na quinta, 7 de abril, importante data também em que o nosso querido jornal A Voz da Serra completa 77 anos de fundação.

São Jorge em Riograndina

 Sempre atento e dedicado, incansavelmente, às atividades religiosas da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, onde está à frente, bem como ao seu pastoreio e à comunidade do distrito de Riograndina, o querido padre Roberto José Pinto está divulgando a grande Festa em Louvor ao Glorioso Mártir São Jorge, no sábado, dia 24 próximo.

Na programação, constam: às 15h30, Carreata pelas ruas de Riograndina; 17h, Concentração na Praça de Riograndina e carreata em direção à Comunidade de São Jorge, na localidade de Janela das Andorinhas; 18h, Santa Missa, em seguida procissão e depois, funcionamento da cantina.

Por fim, o Padre Roberto conclama as pessoas generosas, que na igreja ou mesmo durante a carreta, façam suas doações de materiais de limpeza doméstica e higiene pessoal em celebração também a São Jorge, para ajudar as famílias carentes da comunidade.

 

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O inferno é o outro

terça-feira, 05 de abril de 2022

A assertiva que dá nome a este artigo é dita por uma das personagens da peça de teatro Huis clos (Entre quatro paredes, na tradução brasileira), do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre, escrita em 1945. A trama narra a história de duas mulheres e um homem que se encontram no inferno, condenados a permanecer para sempre juntos, “entre quatro paredes”.

A assertiva que dá nome a este artigo é dita por uma das personagens da peça de teatro Huis clos (Entre quatro paredes, na tradução brasileira), do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre, escrita em 1945. A trama narra a história de duas mulheres e um homem que se encontram no inferno, condenados a permanecer para sempre juntos, “entre quatro paredes”.

A inspiração veio da disputa entre três amigos seus que queriam uma peça na qual nenhum personagem tivesse mais destaque que os demais. Assim, Sartre pôs todos em cena presos no inferno onde cada personagem era carrasco dos demais. Neste sentido, a expressão “o inferno é o outro” pondera que o outro, na verdade, é fundamental para o conhecimento de si mesmo.

O ser humano necessita relacionar-se com o outro para construir a sua identidade, conhecer seus próprios demônios. A sociedade individualista faz com que os indivíduos se voltem somente para si, isolando-se em ilhas cada vez menores, fechados à experiência social. Desta forma, acaba-se por interpretar negativamente a fala de Sartre.

O Papa Francisco, analisando as consequências da pandemia da Covid-19, denuncia que a sociedade individualista tende a tornar natural o olhar superficial sobre os que estão ao nosso redor.

No entanto, o coronavírus não é a única doença a ser combatida, mas a pandemia trouxe à luz patologias sociais mais vastas. Uma delas é a visão distorcida da pessoa, um olhar que ignora a sua dignidade e a sua índole relacional. Por vezes consideramos os outros como objetos, objetos para serem usados e descartados. Na realidade, este tipo de olhar cega e fomenta uma cultura do descarte individualista e agressiva, que transforma o ser humano num bem de consumo” (Audiência Geral, 12 ago. 2020).

Olhar para o outro é um obrigar-se a sair de si, da zona de conforto e proteção que criamos em torno de nós. Ao voltarmos a atenção à miséria alheia, tomamos consciência de nossa responsabilidade.

É preciso, portanto, pedirmos ao Senhor que nos conceda um olhar atento aos irmãos e irmãs, especialmente aos que sofrem. “Como discípulos de Jesus, não queremos ser indiferentes ou individualistas. São estas as duas atitudes negativas contra a harmonia. Indiferente: olho para o outro lado. Individualista: considerar apenas o próprio interesse. A harmonia criada por Deus pede que olhemos para os outros, para as necessidades dos demais, para os problemas do próximo, estar em comunhão. Queremos reconhecer em cada pessoa a dignidade humana, qualquer que seja a sua raça, língua ou condição. A harmonia faz reconhecer a dignidade humana, aquela harmonia criada por Deus, com o homem no centro” (idem).

Assim, a provocação de Sartre ganha destaque em nossa reflexão por nos mostrar o quanto é incômodo sair de si e caminhar ao encontro do outro. Contudo, todos os dias precisamos vencer os nossos demônios para construir o Reino de Deus já aqui e agora.

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Com amor, aos meus professores

segunda-feira, 04 de abril de 2022

Na semana passada, no Clube de Leitura Vivência, mais uma discussão
acalorada tomou conta de quase todo o encontro. Durante a leitura do conto
contido no livro “Sem Fantasia”, de Elisa Pereira, Venas Abiertas, 2020, uma
personagem que era professora foi denominada de “tia” pela protagonista. Eu
me senti tocada pela referência, até porque, durante a minha formação no
curso de Pedagogia, esta discussão se espalhava pelos corredores e salas de
aula da Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro.

Na semana passada, no Clube de Leitura Vivência, mais uma discussão
acalorada tomou conta de quase todo o encontro. Durante a leitura do conto
contido no livro “Sem Fantasia”, de Elisa Pereira, Venas Abiertas, 2020, uma
personagem que era professora foi denominada de “tia” pela protagonista. Eu
me senti tocada pela referência, até porque, durante a minha formação no
curso de Pedagogia, esta discussão se espalhava pelos corredores e salas de
aula da Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro.
Eu, particularmente, nunca concordei com esse modo de se referir ao
professor. O professor é um profissional que exerce a função de educar,
entendida como a atividade que reúne diferentes práticas pedagógicas
direcionadas ao pleno desenvolvimento do indivíduo em suas capacidades e
competências, à promoção do saber através de conhecimentos gerais e
específicos, ao aprofundamento de valores éticos relevantes à formação do
cidadão. O exercício da profissão tem nobreza e importância na construção de
contextos comunitários, regionais e nacionais. Não se faz uma nação sem
professores, indivíduos capacitados para ensinar por serem dotados de
saberes, competências e talentos em diferentes áreas das ciências e das artes.
Segundo Paulo Freire, educador referência para práticas de ensino e
aprendizagem, em seu livro “Professora sim, tia não: cartas a quem ousa
ensinar”, Estante Virtual, 2005, o educador é um formador de sujeitos, cujas
ações estão fundamentadas no respeito ao próximo e na construção de uma
sociedade igualitária. Todo o professor tem “responsabilidade ética, política e
profissional”. Para tal tem o “dever de se preparar, de se capacitar, de se
formar antes mesmo de iniciar sua atividade docente.”
A formação do professor é um dos cursos mais teóricos das Ciências
Humanas, realizada através de um currículo denso que reúne vários
conhecimentos oriundos das ciências humanas, biológicas e matemáticas, que
permite ao professor transitar com desenvoltura pelos saberes que estudam o
indivíduo e sua evolução, enquanto como pessoa interagente e sujeitado a um
contexto social, econômico, político e cultural.

Eu poderia seguir com diversas argumentações teóricas. Mas uma
pergunta pode resumir as indagações que a questão suscita: professor é tio?
O hábito de chamar o professor de “tio” surgiu na década de 60 como um
modo afetivo de acolher a criança na escola. De superar a postura rígida do
mestre. Mas, segundo o professor Maurício Apolinário, em seu artigo
“Professora “tia”: um ato falho da escola”, o vínculo entre o professor e o aluno
está na tarefa de ensinar, no processo ensino-aprendizagem. Qual a tarefa do
aviador? Do engenheiro? Do agricultor?
O professor é docente; tio é parente, pessoa que estabelece relações de
parentesco e de afeto com a criança. Os professores devem criar vínculos
afetivos com seus alunos e jamais poderão deixar de ocupar o status de
mestre. O nome determina quem a pessoa é. Segundo Apolinário, ao ser
chamado de tio, o professor corre o risco de perder ante os alunos sua
identidade docente, sua referência de ser professor e seu valor como mestre.
Quantas vezes escutei na rua alguém me chamar de modo pejorativo: “E,
aí, tia?” Tia se tornou qualquer um, desvalorizou e desrespeitou a pessoa do
tio.
Tive professores maravilhosos que me mostraram o mundo. Aprendi a
escrever com a Menga Lüdke, mestra exigente, que me corrigia nos erros mais
simples, e assim, pela sua postura de mestre, aprimorei minha escrita e entendi
que deveria me preparar, estudar, estar ao lado de escritores experientes que
me avaliassem e apontassem meus erros e acertos. Com ela aprendi a ter
humildade de perceber que o que escrevia poderia ser melhor. Hoje escrevo há
mais de vinte anos e ainda sou aprendiz, valorizo as críticas que recebo. Que
sou inacabada. Ao ser aluna da Menga conheci uma pessoa sensível,
esforçada e desejante de ser mais. A sua postura rígida só me enriqueceu. Em
nenhum momento eu me senti agredida por ela, mesmo quando, no primeiro
semestre do Mestrado, ela avaliou o trabalho do meu grupo como muito ruim e
nos ofereceu uma segunda chance. Todavia ela não só criticou, nos
acompanhou e conquistamos o conceito A.
Agradeço aos meus professores com todo meu reconhecimento e
respeito.

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Perigo no Cônego

sábado, 02 de abril de 2022
Foto de capa

“Motoristas e pedestres que costumam passar pela Rua Manoel José da Cunha, no bairro Cônego, correm risco de acidentes com uma cratera que surgiu no meio da pista, em frente ao número 510 e bem próximo a curvas sinuosas. Alguns motoristas desavisados, e mais afoitos, se surprendem com o buraco e são obrigados a frear bruscamente e a invadir a contramão, aumentando a possibilidade de colisões. Moradores já alertaram a prefeitura sobre a necessidade de um reparo urgente no local, mas até agora não foram atendidos.

“Motoristas e pedestres que costumam passar pela Rua Manoel José da Cunha, no bairro Cônego, correm risco de acidentes com uma cratera que surgiu no meio da pista, em frente ao número 510 e bem próximo a curvas sinuosas. Alguns motoristas desavisados, e mais afoitos, se surprendem com o buraco e são obrigados a frear bruscamente e a invadir a contramão, aumentando a possibilidade de colisões. Moradores já alertaram a prefeitura sobre a necessidade de um reparo urgente no local, mas até agora não foram atendidos. Um galho de árvore e faixas zebradas foram colocados no buraco para alertar os motoristas. A noite, o perigo aumenta. Alô prefeitura”

Moradores da Rua Manoel José da Cunha 

 

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