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A culpa é da rainha

quarta-feira, 02 de fevereiro de 2022

A coisa mais feia que você pode fazer em almoço da alta nobreza é pensar em comer

A coisa mais feia que você pode fazer em almoço da alta nobreza é pensar em comer

Você me desculpe, eu juro que ia te convidar. Há meses eu vinha planejando oferecer um almoço de Natal a todos os meus leitores. A mesa lá de casa tem seis lugares, dava bem pra todo mundo. E é claro que você estava na lista, aliás, era dos primeiros nomes. Até comecei a pesquisar os serviços de nossa cidade, mas temendo que alguém me achasse somítico, sondei um buffet de Brasília, o mesmo que serve ao Itamaraty, onde o brasileiro, mão aberta que nem ele só, oferece aos visitantes estrangeiros canapé de caviar, vinho francês e uísque escocês. E disso muito devemos nos orgulhar, porque embora não possamos desfrutar de tais delícias, os nossos governantes podem, em nome do povo, oferecê-las fartamente a quem nos visita, dando assim prova da generosidade da nossa gente e da riqueza da nossa Pátria.

Enfim, meu propósito era oferecer o melhor para vocês. Mas vejam só como todos os acontecimentos cósmicos estão interligados! Bem se diz que quando uma folha de árvore cai na Índia todo o clima da Amazônia se altera. Também se costuma dizer que quando os Estados Unidos se resfriam o Brasil dispara a espirrar. Pior é agora, com a China. Se a China cair de cama num dia, no dia seguinte o Brasil será internado no CTI econômico. Digo isso para deixar bem claro que se a ideia do nosso almoço não foi adiante a culpa não é minha, e sim da rainha da Inglaterra.  Pois foi uma decisão de Sua Majestade que me fez desistir de concretizar meu sincero desejo de reunir em volta da mesa (seis lugares) a legião de leitores que tenho e da qual tanto me orgulho.

Acontece que também a rainha tinha programado um almoço de Natal, que até podia ser mais fino do que o nosso, mas não ia ter caipirinha, cerveja, feijoada e laranja baía de sobremesa. Enfim, o almoço da realeza não me causava inveja, e creio que meus convidados poderiam sair trocando pernas, tomando bênção a sapo e chamando urubu de meu louro, mas com fome é que não sairiam.  E pelo que ouço falar, a coisa mais feia que você pode fazer em almoço da alta nobreza é pensar em comer. Aliás, nem pensar! O certo, o elegante, é se contentar com a rodelinha verde que está no meio do prato, contemplá-la demoradamente e depois, de olhos fechados (possivelmente imaginando uma farta macarronada), mastigá-la lentamente, como se estivesse saboreando um manjar dos céus, ou pelo menos uma churrascada aqui da terra mesmo.

Mas Elisabeth II, vejam bem, resolveu suspender o almoço que daria no Natal à sua parentada. Aliás, ela já havia feito o mesmo em 2020, em ambos os casos alegando a necessidade de evitar aglomeração. Eu, no entanto, estou convencido que o problema da Coroa Inglesa (estou me referindo à monarquia e não à pessoa da veneranda senhora) é de dinheiro. Embora possuindo a razoável quantia de quinhentos milhões de dólares em bens próprios (ou seja, dela, como pessoa física) e sem contar a riqueza que a persegue aonde quer que ela vá, a mais longeva dos ocupantes do trono britânico também há de estar passando por apertos financeiros. Isso porque com a pandemia caiu muito o número de visitantes na Inglaterra. Sendo a rainha, como de fato é, a principal atração turística de todo o Reino Unido, há de ter sentido o baque.

Então, se Sua Majestade cancelou o jantar, eu achei que não ficava bem, seria quase uma afronta ao Império Britânico se eu batesse pé e mantivesse a comemoração que havia planejado. Sei que mundo afora muita gente comeu e bebeu, celebrou tanto que nem deu tempo de o aniversariante do dia comparecer à festa. Eu, no entanto, me senti na obrigação de ser solidário à Rainha. Quanto ao almoço do Natal de 2022, não prometo nada. Vamos esperar para ver o que vovó Beth decide.

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Presidente da República não comparece a depoimento na Polícia Federal

quarta-feira, 02 de fevereiro de 2022

Na última sexta feira, 28 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro foi intimado por Alexandre de Moraes, um dos 11 componentes do STF, a comparecer na sede da Polícia Federal, em Brasília, para depor sobre o vazamento dos resultados de um inquérito do ataque hacker contra computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); esse inquérito estava sob sigilo de justiça. Os documentos foram divulgados pelo presidente, em agosto de 2021, pelas redes sociais.

Na última sexta feira, 28 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro foi intimado por Alexandre de Moraes, um dos 11 componentes do STF, a comparecer na sede da Polícia Federal, em Brasília, para depor sobre o vazamento dos resultados de um inquérito do ataque hacker contra computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); esse inquérito estava sob sigilo de justiça. Os documentos foram divulgados pelo presidente, em agosto de 2021, pelas redes sociais. Ele não compareceu a tal intimação, mas foi respaldado por um recurso de anulação da oitiva, interposto pela AGU (Advocacia Geral da União).

O que parece é que Alexandre de Moraes está querendo aparecer, além de caracterizar abuso de autoridade, na tentativa de desmoralizar o chefe da nação, expondo-o ao constrangimento de ser fotografado ao entrar na sede da PF. Bastaria a permissão para que tal inquisição fosse feita por escrito, para que todo esse imbróglio fosse cessado. Mas aí, a vontade de denegrir Bolsonaro não teria o mesmo impacto. Aliás, a Constituição Brasileira de 1988 diz no seu artigo 5° e no inciso 63: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

Reza no código penal brasileiro em seu artigo 186: Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela lei 10.792, de 1º/12/2003)

Vejamos agora as opiniões de alguns advogados sobre o assunto: O professor de Direto da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Georges Abboud explicou, na sexta-feira, 28, em entrevista à CNN, que o presidente Jair Bolsonaro (PL), não cometeu crime ao se recusar a prestar depoimento à PF. O plenário do Supremo em 2018 considerou o interrogatório um direito da defesa, no caso, um direito do acusado ou do investigado. Se ele se recusa a prestar um depoimento, tecnicamente, o STF não pode usar do poder coercitivo do estado para que ele vá lá'”, explica Abboud. “Nesse cenário, se a pessoa se recusa a exercer um direito, tecnicamente ela não comete um crime”.

No Poder 360, Eduardo Ubaldo Barbosa, especialista em Direito Constitucional, diz que o não comparecimento não representa descumprimento de decisão judicial, já que o presidente pode recorrer contra a ordem de Moraes. “Há a informação de que ele recorrerá. Ainda que o agravo ao Pleno do STF não tenha efeito suspensivo, Bolsonaro está atacando a decisão pelas vias recursais. É do jogo. Judicialmente, sim, ele pode faltar, ainda que politicamente seja péssimo”. Ainda no Poder 360 a criminalista Mariana Madeira disse: “Eu entendo que o presidente, por figurar como investigado no inquérito em questão, não é obrigado a depor ou comparecer ao ato. Acredito que o não comparecimento hoje resultará nessa interpretação”.

A constitucionalista Vera Chemim concordou. Ela explica, no entanto, que há consequências “excepcionalíssimas” que podem levar à condução coercitiva do presidente.  Para ela, a previsão não deve ser aplicada ao caso de Bolsonaro.

Na realidade, essa pinimba entre Moraes e Bolsonaro remonta ao início do mandato presidencial, quando a indicação de Alexandre Ramagen para diretor da PF foi vetada por Alexandre, que mais uma vez desconheceu à Constituição Federal que reza ser tal indicação uma prerrogativa do presidente da República. Tivesse Bolsonaro mantido a nomeação, teria dado um basta na empáfia de Alexandre de Moraes.

Isso é tão verdadeiro que o ex-presidente da República, Michel Temer, afirmou em entrevista ao Jornal da Record, em 29/04/2020, que o presidente Jair Bolsonaro tem garantido pela Constituição, o direito de nomear o diretor da Polícia Federal, ou qualquer cargo público federal.

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A VOZ DA SERRA é uma sucessão de saudades!...

terça-feira, 01 de fevereiro de 2022

O Caderno Z novamente me levou para a infância, quando meus pais tinham o cuidado de nos oferecer, além dos livros, brinquedos que mexiam com a nossa imaginação e criatividade. O que a gente mais gostava era o poliopticon, que dava para montar binóculos, lunetas e até microscópio. Sem perder as datas mais inusitadas, o “Z” nos convidou a festejar o Dia Internacional do Lego, 28 de janeiro, brinquedo criado em 1934, que significa “brincar bem”. E brincam bem crianças e adultos, pois é fabuloso juntar as peças para ver o que vai dar.

O Caderno Z novamente me levou para a infância, quando meus pais tinham o cuidado de nos oferecer, além dos livros, brinquedos que mexiam com a nossa imaginação e criatividade. O que a gente mais gostava era o poliopticon, que dava para montar binóculos, lunetas e até microscópio. Sem perder as datas mais inusitadas, o “Z” nos convidou a festejar o Dia Internacional do Lego, 28 de janeiro, brinquedo criado em 1934, que significa “brincar bem”. E brincam bem crianças e adultos, pois é fabuloso juntar as peças para ver o que vai dar. Outra festividade está concentrada em 30 de janeiro – Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos, por ter sido publicada, em 1869, “As Aventuras de Nhô-Quim”, a primeira história em quadrinhos brasileira.

E a magia das datas continua com 31 de janeiro, Dia Mundial dos Mágicos. São três datas que combinam muito bem, já que “brincar é colocar a imaginação em ação”. Entender que a brincadeira pode ser coisa séria é fundamental para o desenvolvimento da criança. Para o biólogo e pensador, Jean Piaget, “o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para gastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral...”. Muitas vezes, o mais difícil é fazer com que o adulto tenha “jogo de cintura” e entenda a importância do “lúdico na infância, da ação à diversão”. A criança, naturalmente, tem o dom de se ocupar em seu mundo lúdico e respeitar, incentivando esse dom, é parte do processo educacional.

O que não pode acontecer é dar um “tilt” na educação infantil e querer padronizar o comportamento da criança aos padrões ditados como regras perpetuadas e engessadas. A propósito, Wanderson Nogueira nos trouxe à tona o termo “tilt”, uma gíria surgida lá pela década de 80, utilizada para “exemplificar” algo que parasse de funcionar. Qualquer coisa poderia dar um tilt, até mesmo uma pessoa. Por isso mesmo, Nogueira alertou: “Estamos precisando de preventivos: diversão, tanto quanto precisamos respeitar os nosso tilts e os tilts dos demais”. Que belo texto, meu amigo. Parabéns!

Como a minha memória não deu um tilt, não posso deixar de festejar, pois foi em 29 de janeiro de 2014, que A VOZ DA SERRA me deu a honra de me inserir no rol de seus colunistas, com a primeira edição desta coluna “Surpresas de Viagem”. São oito anos de roteiros imperdíveis, em deliciosas viagens de fim de semana, onde percorro o mundo sem sair de casa. A gratidão que eu tenho é algo incomensurável!

E, entre tantas surpresas na edição do último fim de semana, eis que na coluna “Sociais”, encontrei a querida Tininha Iunes, festejando aniversário em 30 de janeiro, fechando, com chave de ouro, o último domingo do primeiro mês do ano novo. Conheci Tininha na década de 70, uma pessoa cativante e de um carisma sem igual, doce e gentil com todos. Parabéns, querida!

Impressionante também a biografia do senhor Richard Ihns, celebrando em janeiro seus 70 anos de dedicação ao Rotary Clube de Nova Friburgo, sendo, portanto, o seu mais antigo associado, além dos muitos cargos e diretorias. Aos 94 anos de idade, sua vida é um exemplo de lutas, estudos e conquistas. Confesso que perdi o fôlego ao ler, em voz alta, a sua biografia.

“Grito de Carnaval: escolas de samba desfilam na Olaria do Cônego”. Ninguém faça confusão, porque a manchete está na coluna “Há 50 anos”, o destaque do jornal no último fim de semana de janeiro de 1972. Só podia mesmo ser coisa do passado, porque no presente ano de 2022, há incógnitas por todos os lados. O Carnaval adiado para maio. O retorno às aulas, meio indefinido, apesar de grande incentivo para o modo presencial. O Cão Sentado, na charge de Silvério, sonha diante das circunstâncias e indecisões. Que osso duro de roer!   

Para arrematar esta viagem de tantas datas e festejos, de conhecimentos surpreendentes, mais uma celebração – 30 de janeiro – Dia da Saudade. Um dia para recordar, quando temos saudade todos os dias. A sorte, o que nos conforta, é que a gente só tem saudade do que foi bom para nós. Saudade das pessoas queridas e dos momentos felizes. Bem se vê que a felicidade tem preço e rende muita saudade!...

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Aniversário comemorado

terça-feira, 01 de fevereiro de 2022

Aniversário comemorado

O jovem e simpático, Luiz Carlos da Costa Júnior (foto), passou o último fim de semana recebendo cumprimentos pela passagem de seu aniversário, celebrado no sábado, 29 de janeiro.

Por esta razão, este colunista se une aos pais do aniversariante Luiz Carlos e Linete, as irmãs Viviane e Cristiane, a sobrinha Sara, demais familiares e muitos amigos, para parabenizar o Júnior com votos de muitas felicidades.

Indo vapt vupt

Aniversário comemorado

O jovem e simpático, Luiz Carlos da Costa Júnior (foto), passou o último fim de semana recebendo cumprimentos pela passagem de seu aniversário, celebrado no sábado, 29 de janeiro.

Por esta razão, este colunista se une aos pais do aniversariante Luiz Carlos e Linete, as irmãs Viviane e Cristiane, a sobrinha Sara, demais familiares e muitos amigos, para parabenizar o Júnior com votos de muitas felicidades.

Indo vapt vupt

Como parece que foi ontem que estávamos celebrando o Natal e a virada do ano, chegamos hoje ao primeiro dia de fevereiro, deixando para trás já o primeiro mês de 2022.

Betina debutou

Mesmo atrasado, vale parabenizar à querida jovem Betina Batista (foto) que completou 15 anos no último dia 19 de janeiro, para alegria toda especial dos pais Bruno e Flávia Dias Batista. A Betina, é neta da dra. Deise e do admirado dr. Batista, juiz que mercou época também em nossa cidade e é figura das mais queridas também no Nova Friburgo Country Clube.

Missa dos Sacoleiros

Como nossa cidade conta também com considerável quantidade de profissionais que atuam viajando por conta de vendas para confecções, na atividade popularmente chamada de sacoleiros, vale um convite para todos.

No próximo domingo, 6, às 9h, será celebrada missa em Ação de Graças pelos Sacoleiros na Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Riograndina.

Após a celebração haverá bênçãos das chaves e veículos utilizados por aquela classe profissional em suas atividades de trabalhos. Quem puder também levar suas doações de produtos de limpezas domésticas e pessoais, estará contribuindo para ajudar as familias necessitadas daquela comunidade.

Vinte em vinte e dois

É com carinho que, apesar do pequeno atraso registramos o 20° aniversário que o jovem Thiago de Carvalho (foto) comemorou  no último dia 21 de janeiro.

A coluna possui um carinho todo especial com o Thiago que desde o seu 1º ano de vida têm as comemorações dos seus aniversários registradas aqui. Nos orgulhamos ao constatar sua evolução, da criança de antes à transformação em um homem de bem, dedicado e trabalhador.

Ao Thiago, mais uma vez os nossos parabéns com votos sinceros de contínuas felicidades, sucesso e grandes realizações na vida.

Nova pizza Brasil

Mesmo sem desejar entrar na seara política, quer seja a favor ou contra quaisquer correntes ou eventuais candidatos, algo vem  dando o que pensar.

Trata-se da tal CPI da Covid, de tantas propalações midiáticas e falações de figuras políticas de Brasília, como ficou ou ficará? 

Apesar dos alguns desdobramentos judiciais lentos, será que sinalizará o surgimento de novo sabor de pizza em nosso país?

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Saber acolher Deus

terça-feira, 01 de fevereiro de 2022

No último domingo, 30 de janeiro, o Papa Francisco discursou sobre a primeira pregação de Jesus na sua cidade, Nazaré. Em vez de receber aprovação, Jesus encontrou incompreensão e até hostilidade (cf. Lc 4, 21-30). Os seus concidadãos, mais do que uma palavra de verdade, queriam milagres, sinais prodigiosos. O Senhor não os realiza e eles rejeitam-no, pois dizem que já o conheciam desde criança, que é o filho de José (cf. v. 22) e outras coisas mais. Então, Jesus pronunciou uma frase que se tornou proverbial: “Nenhum profeta é bem aceito na sua pátria” (v. 24).

No último domingo, 30 de janeiro, o Papa Francisco discursou sobre a primeira pregação de Jesus na sua cidade, Nazaré. Em vez de receber aprovação, Jesus encontrou incompreensão e até hostilidade (cf. Lc 4, 21-30). Os seus concidadãos, mais do que uma palavra de verdade, queriam milagres, sinais prodigiosos. O Senhor não os realiza e eles rejeitam-no, pois dizem que já o conheciam desde criança, que é o filho de José (cf. v. 22) e outras coisas mais. Então, Jesus pronunciou uma frase que se tornou proverbial: “Nenhum profeta é bem aceito na sua pátria” (v. 24).

Jesus conhecia o seu povo, conhecia o coração do seu povo, conhecia o risco que estava a correr e previa a rejeição. Então podemos perguntar-nos: se é assim, se previa o fracasso, por que foi à sua cidade? Por que fazer o bem a pessoas que não estão dispostas a aceitá-lo? A resposta é simples: diante dos nossos fechamentos, Ele não retrocede: não põe limites ao seu amor. Perante os nossos fechamentos, ele vai em frente. Vemos um reflexo disto nos pais que estão conscientes da ingratidão dos filhos, mas não deixam de os amar e de lhes fazer o bem. Deus é assim, mas a um nível muito mais elevado. E hoje também nos convida a acreditar no bem, a nunca deixar de procurar fazer o bem.

Mas no que aconteceu em Nazaré encontramos outro aspecto. A hostilidade para com Jesus por parte dos “seus” provoca-nos: eles não foram acolhedores, e nós? Diante deste questionamento, o Papa ressalta que Jesus apresentou dois modelos de acolhimento: uma viúva de Sarepta, na Sidônia, e Naamã, o sírio. Duas figuras, que apesar de pagãs, acolheram os profetas: a primeira acolheu Elias, o segundo Eliseu. E concluiu: o modo de acolher Deus é estar sempre disponível, acolhê-lo e ser humilde. A fé passa por isto: disponibilidade e humildade. A viúva e Naamã não rejeitaram os caminhos de Deus e dos seus profetas; foram dóceis, não rígidos e nem fechados.

Jesus também segue o caminho dos profetas: apresenta-se como não o esperaríamos. Aqueles que procuram milagres não o encontrarão, aqueles que procuram novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas; aqueles que procuram uma fé feita de poder e de sinais exteriores não o encontrarão. Não, eles não o encontrarão. Apenas aqueles que aceitam os seus caminhos e desafios, sem queixas, sem suspeitas, sem críticas e nem caras feias, o encontrarão. Jesus, por outras palavras, pede-nos que O acolhamos na realidade cotidiana que vivemos; na Igreja de hoje, como ela é; naqueles que estão próximos todos os dias; na vida concreta dos necessitados, nos problemas das nossas famílias, nos pais, nos filhos, nos avós, ali acolhemos Deus.

E nós, somos acolhedores ou parecidos com os seus concidadãos, que pensavam saber tudo sobre ele? “Estudei teologia, fiz o curso de catequese... Sei tudo sobre Jesus!”. Sim, como um estulto! Não sejas estúpido, não conheces Jesus. Talvez, após tantos anos de fé, pensamos que conhecemos bem o Senhor, muitas vezes com as nossas ideias e julgamentos. O risco é acostumar-nos, acostumar-nos a Jesus. E como nos habituamos? Fechando-nos, fechando-nos à sua novidade, ao momento em que ele bate à porta e nos diz algo novo, ele quer entrar em nós. Devemos sair deste permanecer fixados nas nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de se surpreender, de se maravilhar. O Senhor surpreende-nos sempre, esta é a beleza do encontro com Jesus. (Angelus, 30 jan. 2022 - Fonte: www.vatican.va)

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Ilusão e utopia

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Quinta-feira última, 27\01\2022, recebemos uma pérola no Clube Clássicos da Literatura, a Professora Glaucia Pereira Brito, que nos ofereceu uma palestra sobre Maria Firmina dos Reis (1822-1917), maranhense, primeira romancista brasileira,  esquecida durante décadas, cuja obra possui valor literário, histórico, cultural e social relevante.

Quinta-feira última, 27\01\2022, recebemos uma pérola no Clube Clássicos da Literatura, a Professora Glaucia Pereira Brito, que nos ofereceu uma palestra sobre Maria Firmina dos Reis (1822-1917), maranhense, primeira romancista brasileira,  esquecida durante décadas, cuja obra possui valor literário, histórico, cultural e social relevante.

Diante de uma apresentação impecável, suave e rica em detalhes a respeito da vida e da obra da escritora negra, viajamos na trajetória de uma inteligente mulher do século XIX, com uma escrita límpida, poética e reveladora da realidade brasileira da época, quando os negros, escravizados, eram prisioneiros das mais cruéis condições de sobrevivência. O Brasil está superando suas limitações para reconhecer e enaltecer a importância das contribuições que os negros trouxeram ao nosso país através do seu trabalho, suor e dor. É triste a discriminação que existe no Brasil, tradição cultural que ainda permeia a vida sobre seu solo.

Durante a exposição, falou-se rapidamente sobre a diferença nos modos com que autores constroem suas obras. Logo me reportei às primeiras aulas que assisti na universidade, quando estudei a obra do filósofo e pedagogo suíço, Pierre Furter, especialmente “Educação e Reflexão”, que tanto enriqueceu minha formação.

Depois da palestra, senti necessidade de pesquisar as diferenças entre ilusão e utopia, até porque fazem parte das nossas atividades mentais e emergem do contexto em que vivemos. As diferenças entre ambas são sutis e faz-se necessária a observação aguda dos modos de imaginar para distinguir uma da outra.

Tanto a utopia quanto a ilusão são processos criativos, porém a utopia possui a intenção de transformar a realidade concreta ao vislumbrar contextos perfeitos. Já a ilusão caminha em direção à fantasia e as representações mentais são configuradas de acordo com a realidade psíquica do sujeito. 

 As utopias tendem à permanência e são construídas como um projeto ou aspiração, enquanto a ilusão é transitória e fundamenta-se no pensamento mágico. A utopia é compromissada; a ilusão é livre. Ambas são inexistentes em sua concreticidade real e criadas através de narrativas, porém. 

A abordagem destes conceitos me aponta para estudos mais detalhados e amplos; por enquanto minhas reflexões são superficiais. Entretanto, eu me arrisco apontar para as obras de Márcia Medeiros, que nos oferece modos de ver e sentir a vida. Para o “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry, uma obra que desvela a beleza da humanidade. Para as histórias do “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, de Monteiro Lobato, um retrato de época do Brasil. 

Enfim, as pessoas deste planeta azulado, a safira do sistema solar, precisam da literatura através das múltiplas ilusões e utopias, criadas pelos sonhadores que desejam uma vida melhor.

 

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Escolas de samba desfilam na Olaria do Cônego

sábado, 29 de janeiro de 2022

Edição de 29 e 30 de janeiro de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

Edição de 29 e 30 de janeiro de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

  • Carnaval 1972: Neste dia 29, na “Olaria do Cônego” desfile de todas as escolas de samba e blocos, no primeiro grito real de carnaval. 
  • Uma luta que não é para um grupo e sim para Friburgo - Embora tenham recusado participar do novo diretório municipal do MDB, numeroso grupo resolveu reunir-se semanalmente, partindo para ações definidas e decisivas em torno da política municipal. Com autenticidade partidária, o grupo tomou a providência de dar a conhecer aos líderes emedebistas estaduais, inclusive ao almirante Amaral Peixoto os motivos da atitude que tomaram e a disposição que estão de, até afastarem-se do partido, a espera de que novos ventos soprem impulsionando benéficas situações que demonstrem disposição arregimentação de uma autêntica cúpula postergada por interesses de mando e de predomínio para conquistas de cargos e posições. O afastamento - que não significará, desligamento, pois uma luta sem tréguas, será travada contra os que tentarem impedir que o grupo caminhe em busca dos seus ideais.
  • Assim se desenvolve o desprestígio de um poder - Bastou que o Legislativo local fosse convocado extraordinariamente para que, em sua primeira reunião, mais de 25 proposições de títulos de cidadania friburguense fossem apresentadas, numa verdadeira enxurrada depreciativa para um poder que está carecendo de prestígio crescente. Não é possível que uma maioria de sensatos representantes do povo, seja enleada por minoria mais atuante no campo da caça ao voto, ainda que dita caçada importe em ridículo para a comunidade. Há que ser colocado um paradeiro nesta orgia de concessões de um título de relevância, como deve ser o de cidadão friburguense…  
  • Baptista de Moraes assume a diretoria da 9ª R.A., da Secretaria de Finanças - Nosso conterrâneo João Baptista Penna de Moraes, foi por ato dos mais acertados do governador Raimundo Padilha, nomeado para exercer as relevantes funções de diretor da 9ª R.A. da Secretaria de Finanças do Estado do Rio de Janeiro, setor que  abrange Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Casemiro de Abreu, Macaé, Trajano de Moraes, Conceição de Macabu etc. Acatado e respeitado por seus superiores e colegas, Baptista de Moraes tem um passado que lhe garante o exercício da delegação com segurança e firmeza. 

Pílulas:

  • Um dos maiores fatores de êxito em qualquer agremiação é representado pela sinceridade de propósitos das respectivas dirigências, notadamente pelo cuidado, por parte das mesmas dirigências em somar e nunca em dividir forças, principalmente quando a divisão tem por principal objetivo a tentativa de causar cizânia em agrupamentos para predomínio de grupos ou grupelhos. Quando acontece o erro acima citado, o resultado é fatal. Não há remédio para o mal. Não há terapêutica que salve. Não há médico que obtenha sucesso sobre a moléstia. 
  • Anotem para a conferência dentro de dez meses: o futuro prefeito friburguense não vai ser assim qualquer um que pelo simples fato de desejar o cargo venha indicado por um conluio de interesses pessoais, com cartas marcadas, e, acenos a cargos - de deputado estadual e federal - secretário do prefeito, chefe disso e daquilo - distribuídos como se tudo fosse uma “casa da sogra”. A nossa comunidade vai ter, temos certeza, um chefe de executivo gabaritado, que não esteja circunscrito a compromissos com recursos do erário. A época das “barganhas” eleitorais já era. Quem tiver dúvida, tenha somente um pouquinho de paciência…     

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Elza Lúcia Meyer (29); Maria de Lourdes Cordeiro e Lívia Segal (30); Jair Folly, João Nicolau, Luiz Pinel Netto e Chamberlain Noé (31); Leonor Laginestra, Almir Ventura, Roberto Rangel Ventura, Hélio de Freitas Madureira, Renato Albino, Celina Spinelli e Rosane da Glória (1º de fevereiro); Celcyo Folly, Miguel Mastrângelo e Palmyra Buchardt (2); Jader Lugon, José Ventura e Nair Figueiredo Bizzotto (4). 

 

Foto da galeria
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Tilt

sábado, 29 de janeiro de 2022

“A gente tem muita paciência para erros da tecnologia, mas não temos a mesma paciência com o outro, com as pessoas”. À frase, que o sociólogo Dominique Wolton disse à minha turma de pós-graduação em Gestão Pública, acrescento que também não somos pacientes nem com a gente mesmo. 

Esse pensamento ecoou ainda mais interessante por conta de uma experiência que tive recentemente e pela qual todo mundo passa. Meu smartphone, do nada, simplesmente parou de funcionar. A tela preta, cheia de cores esquisitas pulando — tilt. 

“A gente tem muita paciência para erros da tecnologia, mas não temos a mesma paciência com o outro, com as pessoas”. À frase, que o sociólogo Dominique Wolton disse à minha turma de pós-graduação em Gestão Pública, acrescento que também não somos pacientes nem com a gente mesmo. 

Esse pensamento ecoou ainda mais interessante por conta de uma experiência que tive recentemente e pela qual todo mundo passa. Meu smartphone, do nada, simplesmente parou de funcionar. A tela preta, cheia de cores esquisitas pulando — tilt. 

Tilt é um termo que ouço desde criança quando o cartucho do videogame não funcionava. Geralmente, não sei por que motivos, assoprávamos a fita, o tilt passava e lá íamos para a diversão. Tilt, nesse caso, é uma gíria para exemplificar algo que parou de funcionar. Também é usada para pessoas: ficou maluca.  

Telefone sem contatos, sem aplicativos do banco, de conversa, de jogos, de editor de fotos e de vídeos. O celular tem mais coisa que a carteira de couro que carrego no bolso. Sem poder falar com ninguém. Ficar sem o aparelho é quase como ficar sem um dos membros.

Uma pesquisa na internet me deu os caminhos: baixar um programa para atualizar o dispositivo. O aviso assustador: “Caso não seja possível atualizar, será necessário restaurar, o que significa que perderá todos os dados não salvos na nuvem”. 

Horas e horas — erro. Mais algumas horas e novo erro que sacramentava: restaurar. Sem alternativas, efetuei o procedimento que deu o erro 4103. Será que vai de 1 a 4103? Haja erro! Nova busca e a pior notícia: assistência técnica. Para a virtual, código de verificação no telefone. Oras, como fazer a verificação se o dito cujo está com defeito? 

Horas fora do mundo. Parentes e amigos preocupados com o sumiço. Estar fora da tecnologia te torna invisível. Por isso, a paciência irritante com a tecnologia é mais forte. Dia seguinte, salvo pela assistência. Na verdade, salvo pela experiência de um dos técnicos.

O primeiro não conseguiu resolver, o segundo matou a charada por caso semelhante em que quebrou a cabeça para conseguir salvar aparelho igual. Curto-circuito interno, por uma peça miúda. Peça desconectada, restauração efetuada, uso parcial permitido até que a peça fosse trocada. 

A saga é cotidiana em todos os cantos e se percebe pela quantidade enorme de lojas que consertam todo tipo de eletrônicos. Do mesmo modo, vemos a quantidade crescente de espaços que “curam” pessoas: farmácias, igrejas, consultórios de especialidades variadas, com destaques para psicologia e psiquiatria. Estamos dando tilt. 

Será que temos a mesma paciência com o tilt das pessoas como temos com nossos caros eletrônicos? 

Estamos precisando de preventivos: diversão. Tanto quanto precisamos respeitar os nossos tilts e os tilts dos demais. Talvez necessitemos mais da mesma paciência que temos com as tecnologias para com as pessoas. Porque se as tecnologias, inegavelmente, facilitam nossas vidas e por isso somos dependentes. 

As pessoas, inegavelmente, nos dão brilho aos dias e por isso somos livremente dependentes delas. Mas as tecnologias podem até faltar, chegamos até aqui sem muitas delas. Mas sem as pessoas não chegaríamos e seguimos sem chegar a lugar algum. 

Cuidar mais uns dos outros. Dar aquela assoprada carinhosa de vida como fazíamos no cartucho do videogame. Dar afagos, olhar sereno, abraçar as imperfeições que dão gosto ao cotidiano. 

Fazer do dia a dia – diversão e compartilhar dessa diversão. Afinal, festa vazia não é festa. Vazio é pior do que tilt.    

 

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Friburguense no Festival de Paris

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Friburguense no Festival de Paris
O ator friburguense Bernardo Dugin foi anunciado como um dos seis indicados ao Paris Shorts Films Awards, um dos mais importantes festivais internacionais de cinema independente do mundo. Ele concorre na categoria de melhor ator por sua atuação em “Baile de Máscaras”. Com filmes do mundo inteiro, o público de Paris se deliciará com as diversas produções, entre os dias 12 e 18 de março, quando ao final serão conhecidos os vencedores entre os indicados em 20 categorias.

     

Friburguense no Festival de Paris
O ator friburguense Bernardo Dugin foi anunciado como um dos seis indicados ao Paris Shorts Films Awards, um dos mais importantes festivais internacionais de cinema independente do mundo. Ele concorre na categoria de melhor ator por sua atuação em “Baile de Máscaras”. Com filmes do mundo inteiro, o público de Paris se deliciará com as diversas produções, entre os dias 12 e 18 de março, quando ao final serão conhecidos os vencedores entre os indicados em 20 categorias.

     

Mais um
Bernardo Dugin já conquistou o prêmio de melhor ator, pelo mesmo trabalho, no Festival Internacional de Cinema Cinemaz. No curta “Baile de Máscaras”, o ator friburguense dá vida a Miguel, um jovem que tem o sonho de passar um carnaval na cidade maravilhosa. Quando consegue realizar o sonho, não há carnaval no Rio por conta da pandemia. “Baile de Máscaras” vem agradando a crítica e arrebatado diversos prêmios. No Festival de Paris, concorre também na categoria de melhor curta, entre outras.

Outros trabalhos
Atualmente, Bernardo Dugin pode ser visto na Netflix, onde integra o elenco do filme “M8- Quando a morte socorre a vida”. O filme chegou a concorrer para ser o brasileiro indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, mas acabou preterido por “Deserto Particular” que, no entanto, não passou de fase e está fora da premiação. “M-8” acompanha a vida de Maurício (Juan Paiva) que acaba de ingressar na renomada Universidade Federal de Medicina. Na sua primeira aula de anatomia ele conhece M8, o cadáver que servirá de estudo para ele e os amigos.

Filme e novela
Durante o semestre, o mistério da identidade do corpo só poderá ser solucionado depois que ele enfrentar suas próprias angústias. Bernardo interpreta Thiago, o namorado de um dos estudantes de medicina. Recentemente, Bernardo fez parte do elenco da novela bíblica da Record, Gênesis, onde na fase seis, deu vida a Nanum. Infelizmente, “Baile de Máscaras”, ainda não está disponível para o público em geral.    

Friburguense nas finais
Tem friburguense entre os escolhidos para um reality show de música gospel, considerado como o primeiro do gênero no país. Trata-se do DOM, transmitido 100% online pelo canal oficial da EAD UniCesumar. Entre mais de três mil inscritos, Abraão Alencar (27) passou na seleção de apresentações diante dos jurados e com votos pela internet. Ele será um dos 32 participantes das etapas principais.

O reality
As etapas entre os escolhidos serão em três episódios nos dias 13, 16 e 20 de fevereiro e a final no dia 23. O vencedor terá um contrato de cinco anos com a maior gravadora do Brasil; destaque editorial Deezer no lançamento; produção de áudio de três músicas assinadas por Johny Essi; produção audiovisual de uma música; contrato de gestão de carreira artística e uma bolsa de estudos 100% de curso de design musical.

Rumo à Sampa
A etapa presencial de eliminatórias acontecerá em São Paulo e Abraão Alencar se apresentará, ao vivo, para os jurados artísticos e técnicos. Ao todo o Estado do Rio conquistou sete vagas entre os 32 finalistas. Na sua apresentação, Abraão se destacou com um medley das músicas de Thalles Roberto: Meu Mundo, História Escrita Pelo Dedo de Deus e Deus me Ama.

Dados do emprego
A divulgação dos dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro de 2021 e consequentemente do acumulado do ano só deverá ocorrer no próximo dia 31. A divulgação estava prevista para ontem, 27, mas a Secretaria Nacional de Trabalho anunciou que por problemas de agenda adiaria a apresentação dos dados. A divulgação acontece sempre um mês depois, ou seja, os dados de janeiro, por exemplo, só serão conhecidos no final de fevereiro.

Expectativas
Até novembro, Nova Friburgo acumulava um saldo positivo de 2.855 postos de trabalho formais, superando e muito o ano anterior em que o saldo foi de 620 empregos a menos. Certamente, o município fechará 2021 com um saldo positivo. O mesmo otimismo, no entanto, já não é previsto para o início de 2022, quando se aguarda um saldo negativo depois de 12 ou 13 (depende dos números fechados de dezembro) meses seguidos de saldos positivos e de altas.    

Serviços domésticos
Pouco se falou e é até difícil constatar, por conta da grande informalidade, mas uma pesquisa dá conta de que o emprego doméstico no Brasil caiu 13,26% nos últimos dois anos de pandemia. No Estado do Rio de Janeiro a estimativa é ainda mais alarmante, atingindo 41,2%. O motivo é óbvio: o isolamento social levou as próprias pessoas a fazerem os serviços domésticos, dispensando esses profissionais.

Novas realidades
Nova Friburgo deve ter tido resultados semelhantes aos do Estado do Rio, ainda que a pesquisa não faça o recorte local. Imagina-se a tendência. E, apesar da diminuição das restrições, no final do ano passado, a recuperação do setor foi baixa. Nesse caso, a inflação e o consequente aperto financeiro das famílias pode ser a melhor explicação. A mesma pesquisa revela também que houve redução salarial de 16%.

Palavreando
“As tecnologias, inegavelmente, facilitam nossas vidas e por isso somos dependentes. As pessoas, inegavelmente, nos dão brilho aos dias e por isso somos livremente dependentes delas. Mas as tecnologias podem até faltar, chegamos até aqui sem muitas delas. Mas sem as pessoas não chegaríamos e seguimos sem chegar a lugar algum”. Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

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Sem barulho

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Nem todo mundo quer o barulho a todo instante. Nem toda hora é hora para expressar uma opinião. Aliás, não necessariamente temos opinião formada sobre todas as coisas o tempo todo. Tem gente que gosta de ficar quietinho. Que precisa maturar suas ideias. Que prefere retrair para depois avançar. Há silêncios necessários. Pausas estratégicas. Pensamentos que precedem as falas. Um passinho de cada vez.

Nem todo mundo quer o barulho a todo instante. Nem toda hora é hora para expressar uma opinião. Aliás, não necessariamente temos opinião formada sobre todas as coisas o tempo todo. Tem gente que gosta de ficar quietinho. Que precisa maturar suas ideias. Que prefere retrair para depois avançar. Há silêncios necessários. Pausas estratégicas. Pensamentos que precedem as falas. Um passinho de cada vez.

A coisa está tão confusa que não raras vezes o julgamento social recai justamente sobre quem opta por não estabelecer o conflito, aliás, mais um conflito dentre os tantos existentes. Há que se entender que tem gente que opta pela paz e que de uma maneira mais singela expõe para o mundo a que veio. De passagem, claro, mas não indiferente.

Conceitos preestabelecidos. Comportamentos repetitivos. Ecos inconscientes levando a lugar nenhum. Outras tantas manifestações alcançando os fins pretendidos. E além. De um lado, pensamentos e sentimentos sem voz. De outro, o grito. E a coexistência entre eles faz da sociedade um ambiente plúrimo, consistente e complexo. E que bom que seja assim. Liberdades liberadas. Expressões expressadas. Silêncios, silenciados.

Tem gente que acha que tem monstro esperando o apagar da luz. Tem gente que quer ser o monstro, ou o amigo do monstro. Tem ainda aqueles que não acreditam em monstros. E outros que acendem a luz. Todos existindo e coexistindo, enriquecendo a diversidade, construindo pontes, tecendo diálogos, abrindo mentes, restaurando coisas, salvando gente, defendendo ideologias, batalhando por si, por todos. Qual valor tem essa liberdade? Incalculável.

E se pudesse sucumbir ao silêncio, talvez fosse para dizer sobre ética e liberdade, para levantar essas bandeiras e gritar que a censura não passará, a mitigação das liberdades individuais não passará, que estado de exceção não passará. Que evoluir democraticamente é muito para não continuar.

Que o silêncio pode fazer todo sentido para um e ou outro nesse momento e enquanto ele for, apenas, opcional.

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