Blogs

Falhas na transmissão da TV Tupy em Friburgo irrita a população

sábado, 28 de novembro de 2020

Edição de 28 e 29 de novembro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes

Edição de 28 e 29 de novembro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes

  • TV Tupy - Depois de um período de “bonança” no que respeita ao seu regular funcionamento, a repetidora local da TV Tupy em Friburgo vem interrompendo com frequência sua programação, dando sequência a um irritante desaparecimento de imagem e som. Uma irregularidade que ultimamente já estava quase esquecida dos telespectadores. Será que a cabulosa “novela” vai continuar ?
  • Amaral Peixoto eleito senador pelo Rio de Janeiro - O grande condutor do política nacional e fluminense, almirante Ernani do Amaral Peixoto, foi eleito senador pelo nosso Estado no último dia 15. Ele obteve estrondosa vitória, numa luta desigual e que somente um largo e duradouro prestígio poderia ultrapassar.
  • O Sanatório Naval e a cidade de Nova Friburgo - Desde o último quartel do século passado a Marinha de Guerra cogitava da instalação de um Sanatório Naval em Friburgo, estando de posse de vasto cabedal de conhecimentos sobre o extraordinário clima da nossa privilegiada região, a pureza do seu ar, a temperatura amena e a superioridade de sua água. A cura e a recuperação dos bravos marujos, notadamente os atacados de “Beribéri”-  moléstia que alguns, sem razão, consideravam de natureza funcional— marcou a inclinação do funcionamento do nosocômio. E, aconteceu, para glória de Friburgo, cidade que assim posta a serviço da marujada da invicta Armada Brasileira, assinalava na sua história, com letras de ouro, a simpatia e o amor que sempre teve pela altaneira e briosa Força da nossa Pátria, simbolizada em Marcílio Dias.
  • “Friburgo Automóveis” - Será inaugurada as novas, modernas e funcionais instalações à Rua Luiz Spinelli. A conceituada firma que opera no ramo de automóveis e é agente da Volkswagen do Brasil, presenteia a nossa cidade com um estabelecimento de alta classe.
  • Muito bem - Cumprimentamos a Justiça Eleitoral, na pessoa do ilustre, sereno e competente magistrado dr. Rivaldo Pereira Santos, pelo excelente trabalho executado no pleito do último dia 15. A figura austera desse impoluto juiz foi, sem qualquer sombra de dúvida, a grande razão da absoluta regularidade de ação observada, sem que um simples reclamação fosse formulada pelos partidos, pelos delegados e fiscais ou mesmo por qualquer candidato.  

Pílulas:

  • Somente o dr. Waldir Costa está eleito deputado estadual. Tanto o dr. Paulo Azevedo, como o dr. Messias de Moraes Teixeira, chegaram perto, mas os totais das votações não deverão dar para garantir os respectivos mandatos. Claro que o presente informe pode não representar a realidade, já que ainda falta a computação de dados esparsos.
  • O prefeito eleito de Friburgo, dr. Feliciano Costa, deixou transparecer que nomeará para as importantes funções o seu filho Lanon Zanoni Costa, que é fiscal de rendas estaduais e economista diplomado. A mesma fonte deu-nos a nova de que o futuro secretário da Fazenda Municipal será o ex-vereador José Telles de Mattos, técnico em contabilidade. Para chefiar o Serviço de Assistência Social, dois são os prováveis: dr. Hebson Deslandes ou Jofre da Costa.
  • Oito vereadores foram eleitos na legenda do MDB, um a menos que a bancada da Arena. O Legislativo que tomará posse, em 31 de janeiro de 1971, é composto de uma excelente mescla de homens que muito poderão realizar pelo nosso município. 

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Débora Ventura Coutinho, Mário Haiut e Luiz Guilherme Azevedo (29); Vera Lutterbach Pereira, João Batista de Moraes e Johann Evangelista Mayer (30); José de Almeida Rios, José Maria Coutinho e Johanes Weidauer (1º de dezembro); Jacqueline de Freitas, Vanor Tassara Moreira, Geny Bravo, Manoel Nunes Pinto e João Nicolau (2); Benício Valadares e Humberto Pena de Moraes (3 de dezembro); Hilda Salim Milled e Humberto Villa (4); José Luiz da Silva, Denise Cariello e Nisia Araújo Peixoto (5).

 

Foto da galeria
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Inadmissível

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Para pensar:
"Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador.”
Confúcio

Para refletir:
“A covardia é a mãe da crueldade.”
Michel de Montaigne

Inadmissível

A coluna falou ontem, 26, a respeito das dietas enterais, próprias para pacientes intubados, que desde o último sábado, 21, se esgotaram nos estoques do Hospital Raul Sertã.

Para pensar:
"Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador.”
Confúcio

Para refletir:
“A covardia é a mãe da crueldade.”
Michel de Montaigne

Inadmissível

A coluna falou ontem, 26, a respeito das dietas enterais, próprias para pacientes intubados, que desde o último sábado, 21, se esgotaram nos estoques do Hospital Raul Sertã.

Também lembramos que, ao longo dos últimos meses, em duas oportunidades o estoque chegou a níveis críticos e a coluna atuou nos bastidores para informar a Secretaria Municipal de Saúde sobre o problema a fim de que pacientes em situação muito fragilizada não ficassem desguarnecidos.

Aos que gostam de dizer que a coluna só faz criticar, fica aí registrado um bom exemplo do tipo de atuação colaborativa que sempre tentamos estabelecer.

Sério demais

Pois bem, a coluna consultou dois nutricionistas a respeito da gravidade desta situação, e recebeu respostas para lá de alarmantes.

Usando termos bem mais pesados do que estes, os profissionais disseram que sim, a falta de dietas enterais pode sim agravar os quadros clínicos de quem já está lutando pela vida.

E isso, meus amigos, é sério demais.

Pode haver atenuantes, mas não há justificativas.

É o tipo de coisa que simplesmente não pode acontecer.

Início difícil

A situação envolvendo as dietas enterais - e a promessa é de que os estoques serão abastecidos hoje - serve também como indicativo do tipo de situação que a próxima gestão municipal irá encontrar.

Os procedimentos licitatórios para fornecimento de alimentação hospitalar, por exemplo, não devem ser concluídos a tempo de serem aproveitados pelo próximo governo em seus primeiros dias.

E aí o que acontece? Contrato emergencial, é lógico.

Leviandade

Para quem acompanha nossa política com a devida proximidade está muito fácil antever o quadro que se desenha, e é importante que a população esteja a par dos fatos, porque as campanhas de desinformação serão intensas e constantes.

O leitor certamente verá, por exemplo, muitas postagens atacando o próximo governo por contratos emergenciais em seus primeiros dias, ironizando o fato do vereador Johnny Maycon ter se posicionado tantas vezes contra eles, e eliminando das narrativas todo o contexto deixado pela atual gestão que, em alguns casos, não deixa outra alternativa imediata.

Pais e filhos

É evidente que se contratos emergenciais se tornarem uma prática ou continuarem a acontecer após o prazo necessário para regularização dos processos, então algo estará errado.

Não seria razoável, no entanto, responsabilizar este ou qualquer outro governo pelo cenário que encontra ao assumir um novo mandato.

Exceto, é claro, em casos de reeleição.

Destrancou

Conforme a coluna havia previsto, a pauta da Câmara Municipal foi destrancada para a sessão ordinária desta quinta-feira, 26, na medida em que o projeto do Executivo que solicitava autorização legislativa para abertura de crédito suplementar superior a R$ 2,7 milhões para aquisição de cestas básicas utilizando recursos do combate à Covid-19 foi apreciado, primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça, e depois pelo plenário.

Resumo

A VOZ DA SERRA publica na página 3 desta edição reportagem sobre o contexto desta apreciação, mas a coluna pode resumir dizendo que, por mais desconfortável que estivesse com a forma como se deu todo o episódio, os vereadores jamais votariam contra a distribuição de cestas básicas, tanto mais num contexto em que parcela tão grande de nossa população efetivamente depende de suporte momentâneo para a manutenção de condições mínimas de sobrevivência digna.

Grilos

As vozes, todavia, que começaram a espalhar em redes sociais e grupos de WhatsApp que a distribuição de cestas básicas estava interrompida por responsabilidade da Câmara Municipal foram, mais uma vez, tendenciosas e reducionistas, posto que o contexto é mesmo delicado e demandava debates.

As últimas eleições, no entanto, deixaram bem claro que vozes levianas são acolhidas por um número cada vez menor de pessoas.

Que bom.

Alívio

Em meio a todas as tensões que permeiam os corredores da Câmara Municipal atualmente, a sessão desta quinta-feira, 26, teve um momento de bem-vindo alívio graças ao talento da jovem cantora Tatila Krau, que nessa oportunidade recebeu seu (justíssimo) título de cidadã friburguense, por intermédio do vereador Zezinho do Caminhão.

Após a deliberação de todas as matérias, e antes que o tiroteio recomeçasse nos discursos finais, durante alguns minutos todos tiveram a chance de relaxar ao som de uma das mais belas vozes do Brasil cantando o clássico “Tente outra vez”, de Raul Seixas e Paulo Coelho.

A chamada Casa do Povo faria bem se tivesse mais momentos como esse.

Vale ver

Aliás, a interpretação de Tatila está disponível em meio a gravação da 74ª sessão ordinária, e se alguém se animar a ver, vale a pena continuar mais um pouco e ouvir também os discursos finais, em especial dos vereadores Marcinho e Zezinho do Caminhão, para uma compreensão um pouco mais ampla a respeito do que está acontecendo, e do que vem pela frente.

Nosso futuro

Diversas notícias publicadas nas páginas deste jornal sugerem uma escalada na violência, se não em números absolutos (informações que coluna não detém) ao menos em brutalidade e exposição.

Em meio a todas as dificuldades que aguardam o próximo governo, investir em urbanismo e promoção de condições mínimas de desenvolvimento das próximas gerações surge como uma frente que não pode ser negligenciada.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Sobre ser grata

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Propuseram-me a criação de um “diário da gratidão”, com a sugestão de que todos os dias elencasse razões para agradecer. Nem precisava. Por aqui, gratidão é praticamente um estilo de vida, uma forma de pensar, um jeito de existir. Quando o sentimento não brota espontaneamente, nos exercitamos para nos reconectarmos com ela. Gratidão é coisa séria, sentimento que deve ser nutrido e cuidado, que transmuta nosso olhar, ressignifica tudo na vida, acolhe dores. É o pontinho de luz na escuridão. A flor no deserto.

Propuseram-me a criação de um “diário da gratidão”, com a sugestão de que todos os dias elencasse razões para agradecer. Nem precisava. Por aqui, gratidão é praticamente um estilo de vida, uma forma de pensar, um jeito de existir. Quando o sentimento não brota espontaneamente, nos exercitamos para nos reconectarmos com ela. Gratidão é coisa séria, sentimento que deve ser nutrido e cuidado, que transmuta nosso olhar, ressignifica tudo na vida, acolhe dores. É o pontinho de luz na escuridão. A flor no deserto.

Por escolher ser grata todos os dias, esforço-me para perceber que despertar já é objeto de agradecimento. Estou viva, estou aqui para mais um dia, para novos desafios, para o trabalho duro, para sonhar e realizar, espalhar amor por aí. Se tenho um lar, alimentos, família, amigos, ar fluindo nos pulmões, sou uma afortunada, não é mesmo? Já pensou sobre isso? Pensar pensar mesmo, refletir sobre como “reclamamos com a barriga cheia”, como diria o jargão popular.

Em meio ao caos e a tantas adversidades, sobreviver com dignidade é um privilégio. E digo isso sem medo de errar e a realidade da pandemia tem nos mostrado exatamente como o enfrentamento de tantas dores, medos e angústias podem refletir justamente os privilégios básicos de muitos de nós, como a capacidade de respirar livremente.

Proporia a todos essa reflexão, esse olhar. É bom viver deixando rastros de gratidão por aí. Essas palavras que hoje escrevo são impregnadas deste sentimento. A oportunidade de estar aqui conversando com os leitores todas as sextas-feiras é por si só algo que celebro e agradeço. O desafio é justamente escolher ser grata quando o contexto atrai a lamúria, as reclamações. Perceba o quanto as pessoas ao seu redor reclamam. Às vezes o dia inteiro, por coisas grandiosas e muitas outras banais. Perceba como tudo muda para pior quando nos conectamos com esse olhar negativo sobre os acontecimentos – eu sei, muitas vezes inevitável.

A fórmula é simples: fomentar o sentimento de gratidão e transformar o estado de espírito ao invés de preconizar o estado de reclamações que tanto minam qualquer sensação de bem estar. Acho que o caminho é esse e como (quase) tudo na vida, demanda escolhas. Escolho agradecer. Mais uma vez, obrigada, por tudo.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

ETFs – a estratégia para entrar na Bolsa de Valores

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

No mercado financeiro, as opções de investimentos parecem ser infinitas e a falta de conhecimento pode afastar muita gente com vontade de tomar boas escolhas para o seu dinheiro. De fato, são muitas opções e a falta de planejamento pode lhe proporcionar uma experiência negativa com o mercado. Contudo, é para facilitar o planejamento do investidor individual que existem os produtos de gestão passiva: você investe recursos financeiros e alguém se responsabiliza pela gestão dos ativos presentes na composição da carteira.

No mercado financeiro, as opções de investimentos parecem ser infinitas e a falta de conhecimento pode afastar muita gente com vontade de tomar boas escolhas para o seu dinheiro. De fato, são muitas opções e a falta de planejamento pode lhe proporcionar uma experiência negativa com o mercado. Contudo, é para facilitar o planejamento do investidor individual que existem os produtos de gestão passiva: você investe recursos financeiros e alguém se responsabiliza pela gestão dos ativos presentes na composição da carteira. É o que acontece nos fundos de investimentos, mas você pode encontrar estes produtos diretamente na Bolsa de Valores e usá-los como porta de entrada para a renda variável. Estou falando, especificamente dos Exchange Traded Fund (ETF) e vou especificar os detalhes deste ativo.

No Brasil, temos apenas uma Bolsa de Valores (B3), mas ao redor do mundo existem diversas outras e cada uma delas tem seus índices de referência baseados em critérios específicos. Basicamente, esses critérios englobam determinadas ações de companhias que se enquadram nas características predefinidas e assim está pronta uma carteira de investimentos: diversificada entre si e com empresas enquadradas no que você acredita. Para exemplificar ainda mais, essas características podem ter a ver com governança, sustentabilidade, tamanho do patrimônio das empresas, distribuição de dividendos ou, até mesmo, empresas estrangeiras.

Aqui, listo alguns ETFs (com seus respectivos códigos de negociação) e caracterizá-los para você entender ainda mais sobre o assunto e ganhar autonomia para seus novos estudos a partir daqui. Lembrando, é claro, que nenhum destes se enquadra como recomendação; aqui, meu único objetivo é mostrá-los para você, leitor, sem me preocupar em passá-los por um crivo de análise aprofundada e qualidade dos ativos.

· BOVA11 - Busca refletir a performance, do Índice Bovespa (composto por cerca de 70 das maiores empresas do Brasil);

· ECOO11 - Busca refletir a performance do Índice Carbono Eficiente (composto por empresas com maior responsabilidade ambiental);

· GOVE11 - Busca refletir a performance do Índice Governança Corporativa Trade (composto por empresas com padrões de governança corporativa diferenciados);

· SMAL11 - Busca refletir a performance do Índice Small Cap (composto por empresas com menor capitalização na B3);

· IVVB11 - Busca refletir a performance do Índice S&P500 (composto pelas 500 maiores companhias de capital aberto dos Estados Unidos).

Investir nestes produtos é simples e, por isso, chega a ser considerado como a porta de entrada para novos investidores na Bolsa de Valores, mas lembre-se sempre de analisar se os investimentos são condizentes com as características buscadas por você e tem a ver com o seu perfil de investidor. Serão sempre estes pequenos detalhes o grande divisor entre boas e más experiências no mercado financeiro; portanto, atente-se a elas para fazer boas escolhas.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Alerta máximo

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Para pensar:
"Preze cada momento e cada pessoa em sua vida, pois nunca se sabe quando será a última vez que você verá alguém.”
Autor desconhecido

Para refletir:
“Não existe melhor cura que a prevenção.”
Sandro Kretus

Alerta máximo

Para pensar:
"Preze cada momento e cada pessoa em sua vida, pois nunca se sabe quando será a última vez que você verá alguém.”
Autor desconhecido

Para refletir:
“Não existe melhor cura que a prevenção.”
Sandro Kretus

Alerta máximo

Já fazia tempo que a coluna não falava sobre a pandemia de Covid-19, não por ela ter abrandado, mas para não saturar ainda mais o assunto e acabar aprofundando o chamado “efeito blasé”, a insensibilidade da população a tudo que tenha relação com o tema.

O contexto atual, contudo, impõe que sejam divididas algumas informações importantes com a população, a fim de que redobrem os cuidados e evitem, de todas as maneiras possíveis, contrair a doença, sobretudo neste momento específico.

Pico

O mês de novembro não precisou nem chegar ao fim para bater todos os recordes relacionados a número de contágios e atendimentos em nossa cidade.

Em especial nos últimos dias, certamente como reflexo das campanhas eleitorais e das próprias eleições realizadas num momento em que grande parte da população havia perdido o medo da doença, o contingente de doentes explodiu.

No Hospital Raul Sertã, por exemplo, o número de internados, que geralmente flutuou entre cinco e nove na semana passada, chegou a 21 nesta terça-feira, dia 24.

Saturação

Nos hospitais particulares o cenário não é diferente.

Na Unimed o número de atendimento diários para Covid mais do que dobrou, e na cidade inteira a disponibilidade de leitos corre o risco de saturar.

Para piorar, o estoque de dietas enterais do Hospital Raul Sertã zerou no último sábado, 21, concretizando um quadro que não chegou a ocorrer em semanas anteriores em parte porque essa coluna alertou a Secretaria de Saúde em duas ocasiões distintas sobre a iminência do problema.

Uma situação dramática, que precisa de solução definitiva, e que representa mais um motivo e tanto para ninguém querer ficar doente neste momento. 

Momento delicado

Para o comércio, a explosão no número de casos não poderia ocorrer em momento pior.

Justo na semana da Black Friday, quando tantos empresários esperam amenizar os prejuízos acumulados ao longo do ano.

E, claro, é também um momento de risco sanitário, uma vez que as promoções habituais devem atrair grande número de pessoas a lojas e supermercados.

Situação muito delicada e perigosa que, mais uma vez, enfatiza a pertinência do investimento em e-commerce e serviços de entrega como caminho para preservar interesses econômicos sem sacrificar as demandas da saúde pública.

Por falar nisso...

E já que tocamos no assunto, a coluna levantou junto à empresa especializada Wx3 um breve comparativo de meses recentes com o mesmo período de 2019.

Em agosto, o volume de vendas foi aproximadamente o dobro do mesmo período no ano passado.

Em setembro e outubro o aumento foi próximo a 90%, e em novembro, antes que pudessem ser observados os efeitos do recente aumento no número de casos de Covid-19, o aumento era pouco superior a 20%.

É de se esperar que essa margem cresça nos próximos dias.

Na política

O meio político também tem sido afetado pela Covid.

O deputado federal Glauber Braga divulgou que está com sintomas da doença, e na Câmara Municipal a informação, na manhã desta quarta-feira, 25, era de que havia ao menos três pessoas infectadas.

Aliás

E já que falamos no Legislativo, a coluna não chegou a registrar, mas a pauta da Câmara Municipal foi trancada na semana passada em razão do término do prazo para apreciação do projeto de lei 856/2020, de autoria do Executivo Municipal, para abertura de crédito especial em valor pouco superior a R$ 2,7 milhões para a compra de 27 mil cestas básicas.

O vereador Marcinho Alves protocolou denúncia a esse respeito junto ao Ministério Público, na qual lista diversas situações que entendeu serem suspeitas, entre as quais a entrega ter começado a ocorrer antes do empenho dos recursos.

A coluna entende, todavia, que a pauta deve ser destrancada em breve, possivelmente já na sessão de hoje, 26.

Festival de corais

O amigo e mestre Eloir Perdigão informa que neste ano de 2020 não será possível a realização do Festival de Corais de Olaria, que ele próprio organiza todos os anos nas igrejas Nossa Senhora das Graças e São Roque.

A pandemia do novo coronavírus infelizmente impossibilitou os ensaios dos grupos.

“Este ano seria a 11ª edição do evento. Fica para o próximo ano, se Deus quiser.”

E ele há de querer.

A propósito...

E já que mencionamos Olaria, foi confirmada a informação de que a tradicional Universidade Católica de Petrópolis (UCP) vai ocupar as instalações do antigo Colégio Nossa Senhora das Graças como detalha reportagem na página 10 desta edição.

Inicialmente serão oferecidos cinco cursos de graduação na modalidade de ensino à distância (EAD): Pedagogia, Administração, História, Teologia e Filosofia (os mais recentes da instituição), mas essa lista deve aumentar nos próximos anos, a depender da procura.

Gigante

O tópico foge completamente à nossa jurisdição, mas a coluna não poderia deixar de lamentar a morte prematura de Diego Armando Maradona, gênio dos gramados que foi personagem central para o resgate da autoestima argentina após o trauma das Malvinas.

Por tudo o que significou e simbolizou, por todas as controvérsias que protagonizou, Maradona era umas das personalidades mais conhecidas no mundo todo, e agora é mais uma estrela a se apagar nesse doloroso ano de 2020.

O personagem e sua história, no entanto, são eternos.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Bom Jardim reinaugura o Museu Fazenda

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A Secretaria Municipal de Turismo de Bom Jardim reinaugura no próximo dia 7 de dezembro o Museu Fazenda Luís Corrêa da Rocha Sobrinho. Inicialmente gostaria de destacar a relação histórica de Nova Friburgo com o município de Bom Jardim. Foi para a região onde hoje é Bom Jardim que colonos suíços e alemães se deslocaram em busca de terras quentes para o cultivo de café abandonando o distrito colonial do Morro Queimado. Já no final do século 19 o município de Nova Friburgo perdeu a importante freguesia cafeeira de São José do Ribeirão para Bom Jardim.

A Secretaria Municipal de Turismo de Bom Jardim reinaugura no próximo dia 7 de dezembro o Museu Fazenda Luís Corrêa da Rocha Sobrinho. Inicialmente gostaria de destacar a relação histórica de Nova Friburgo com o município de Bom Jardim. Foi para a região onde hoje é Bom Jardim que colonos suíços e alemães se deslocaram em busca de terras quentes para o cultivo de café abandonando o distrito colonial do Morro Queimado. Já no final do século 19 o município de Nova Friburgo perdeu a importante freguesia cafeeira de São José do Ribeirão para Bom Jardim. O mesmo ocorreu com o distrito de Amparo e Galiano das Neves Junior, o coronel Chonchon, possivelmente não ficou nada satisfeito com a anexação de sua propriedade, a Fazenda Cachoeira, ao município de Bom Jardim. Amparo foi reintegrado a Nova Friburgo em 1911 e explicaremos mais adiante quem conseguiu esta façanha.

De acordo com o pesquisador Clélio Erthal no livro “Bom Jardim”, Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho era neto do patriarca Mathias Corrêa da Rocha proprietário das fazendas Soledade e Santa Bárbara, umas das primeiras sesmarias nos sertões do Vale do Macacu. Ainda segundo Erthal, Rocha Sobrinho foi um dos mais notáveis e dinâmicos fazendeiros adquirindo o miolo da velha fazenda Bom Jardim cuja sede pertencera ao padre Vicente Ferreira Soares, igualmente um dos primeiros afazendados naqueles sertões.

Para melhor situar o leitor os sertões do Vale do Macacu adquiriu em 1814 o predicado de município de Cantagalo. Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho casou-se com a descendente de suíços Eugênia Cantídia Boechat com quem teve os filhos Péricles, Olga, Edith e Odete. Além de ser um importante produtor de café no Vale do Paraíba fluminense Rocha Sobrinho era um líder político local. Empreendedor trouxe a eletricidade para o município e montou uma moderna usina de beneficiamento de café ao lado de sua residência que hoje sedia o Galpão Cultural.

No ano de 1896, Rocha Sobrinho adquiriu a Companhia Engenho Central Rio Negro no município de Itaocara que passou a denominar de Engenho Central Laranjeiras. Era uma unidade de produção de açúcar que pertencia aos condes de Nova Friburgo e de São Clemente, ao segundo barão das Duas Barras, a Galdino Antônio do Valle pai do político Galdino do Vale Filho, entre outros sócios. Como os municípios eram anteriormente administrados pela Câmara Municipal, o coronel Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho elegeu em julho de 1922 o seu filho Péricles Corrêa da Rocha como o primeiro prefeito de Bom Jardim.

O médico e político Galdino do Valle Filho possuía estreitos laços e aliança política com os Corrêa da Rocha e esta amizade se estendeu às gerações seguintes. O articulista Nelson Kemp em artigo publicado em A VOZ DA SERRA na edição de 20 de agosto de 1961 informou que o deputado estadual Galdino do Valle Filho foi quem apresentou o projeto de lei solicitando a transferência do distrito de Amparo de Bom Jardim para Nova Friburgo. Teriam os Corrêa da Rocha facilitado essa reintegração? Possivelmente sim em razão da aliança política e de laços pessoais de Galdino com esta família.

Apoiadores do governo de Washington Luiz, Galdino e Péricles tiveram os seus direitos políticos cassados na Revolução de 1930. O primeiro se exilou em Portugal e o segundo em Laranjais, distrito de Itaocara, e passou a administrar o Engenho Central Laranjeiras. Centralizando a compra de cana-de-açúcar entre os lavradores do noroeste fluminense o engenho teve o seu maquinário modernizado e diversificado os seus produtos. Além de açúcar passou a produzir éter e álcool farmacêutico.

O Engenho Central Laranjeiras na gestão Péricles Corrêa da Rocha chegou a ter 1.500 trabalhadores. Com o desenvolvimento de Laranjais imigraram para este atual distrito de Cantagalo famílias libanesas a exemplo dos Elias, Sarruf, Nacif e Nagib. Péricles Corrêa da Rocha administrou o engenho durante mais de 20 anos no período de 1930 a 1956, colocando-o entre os maiores do país. Ao retornar para Bom Jardim instalou a fábrica de caramelos Busi aproveitando o açúcar que fabricava. Como não teve filhos o seu sobrinho Álvaro Luiz Corrêa Graça o sucede na administração do Engenho Central Laranjeiras, que encerrou suas atividades em 1972.

Muitos dos operários do engenho foram trabalhar nas fábricas de Nova Friburgo e principalmente na fábrica de ferragens Haga. Esta metalúrgica cooptou para a seção de fundição muitos ex-funcionários do engenho habituados a trabalhar com altos fornos na produção de açúcar. Me parece que na Era Vargas os Corrêa da Rocha foram eclipsados pela ascensão econômica e política dos Erthal e dos Monnerat que constituíram alianças matrimoniais para consolidar sua hegemonia política em Bom Jardim. Este município é o único da região serrana que manteve o cultivo de café e quiçá é o maior produtor desta commoditie no estado fluminense exportando tanto para o mercado interno como externo. Toda esta produção pertence a uma única família, os Erthal, descendentes de colonos alemães que chegaram a Nova Friburgo em 1824. Os imigrantes italianos Carrielo se estabeleceram em Bom Jardim onde habita a maior parte da família.

De acordo com o secretário municipal de Turismo de Bom Jardim, Jackson Vogas de Aguiar, a reinauguração do museu pretende dar novo significado ao espaço de memória e igualmente servir como atrativo turístico movimentando a economia local. Foram produzidos novos ambientes de exposição do ciclo do café, contemplando a história política local. A Secretaria de Turismo além da reformulação do museu vai entregar a comunidade e pesquisadores um acervo histórico online com o inventário da cultura e religiosidade do município.

No Museu Fazenda Luís Corrêa da Rocha Sobrinho se encontra uma parte da história de Nova Friburgo e por isso vale a pena a visita dos friburguenses e das escolas com agendamento pelo telefone (22) 2566 2236.

  • Foto da galeria

    Fachada do Museu Fazenda Luiz Corrêa da Rocha Sobrino

  • Foto da galeria

    Interior do Museu Fazenda com acervo do ciclo do café

  • Foto da galeria

    Momento de descontração dos Corrrêa da Rocha

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Pandemia maluca

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Um rapaz buzinou no portão de casa. Era um conhecido jovem que estava trazendo algumas compras de supermercado para mim. Como sou do grupo de risco para esta pandemia maluca e cheia de conflitos de interesses por parte de empresários, governo, laboratórios farmacêuticos, eu havia solicitado que trouxesse algo para mim. Isto foi no início da pandemia em março e abril deste ano.O rapaz deixou as sacolas no portão. Agradeci e disse que faria a transferência para a conta dele do valor das compras e acrescentaria um pouco mais como agradecimento.

Um rapaz buzinou no portão de casa. Era um conhecido jovem que estava trazendo algumas compras de supermercado para mim. Como sou do grupo de risco para esta pandemia maluca e cheia de conflitos de interesses por parte de empresários, governo, laboratórios farmacêuticos, eu havia solicitado que trouxesse algo para mim. Isto foi no início da pandemia em março e abril deste ano.O rapaz deixou as sacolas no portão. Agradeci e disse que faria a transferência para a conta dele do valor das compras e acrescentaria um pouco mais como agradecimento. Com um sorriso simpático ele se despediu, entrou no carro e partiu.

Aí começou e continuou a ansiedade. Meus pensamentos estavam à mil. Pensava comigo mesmo: Preciso pensar que estas sacolas de supermercado podem estar contaminadas. Eu havia separado um local específico para colocar qualquer compra que chegasse para ali fazer o processo de higienização. Que coisa chata! Que realidade desagradável!

Meus pensamentos continuaram acelerados pensando em mil coisas. Tirei as coisas das sacolas, e fui higienizando produto por produto. Coloquei frutas e verduras numa vasilha com água misturada com água sanitária. Precisava abrir a torneira da pia da cozinha, mas pensava: Não posso me esquecer que toquei naquelas compras, e assim preciso higienizar minhas mãos para não correr o risco de contaminar a torneira. Não podia me esquecer também da maçaneta da porta da cozinha. De dentro e de fora da porta!

A loucura continuou. Agora preciso limpar o balcão onde havia colocado as compras. Depois, pensei, preciso limpar minhas mãos novamente, afinal tinha tocado no balcão. Não! Não precisava, porque havia lavado as mãos com sabão. Sim, precisava, porque havia tocado nas sacolas para jogá-las no lixo. Então, vou lavar novamente as mãos.

Agora preciso deixar as frutas, verduras e legumes de molho um tempo suficiente para matar o danado do vírus que poderia estar ali. Onde está este cara? Na sola do sapato? Na sacola do mercado? Na embalagem do biscoito? Na casca da maçã? No troco que o caixa da padaria me deu? Na maçaneta do meu carro? No volante? Que maluquice!

Minha ansiedade e medo diminuíram após uns três meses de início da pandemia. Comecei a sair, ainda vigilante, ou seja, sem relaxar, para comprar algo, com máscara, mantendo distância das pessoas, coisa nem sempre possível num supermercado. Usando álcool em gel na entrada da loja, na saída, ao sentar no banco do meu carro. Seria bom se o álcool em gel limpasse uma mente ansiosa e a corrupção de líderes da nação, não é?

Certo dia, também lá pelo terceiro ou quarto mês da pandemia, meus netinhos vieram me visitar com a mãe, minha filha, e meu genro. Eu morria de saudades deles. Senti uma ambivalência. Que bom que eles vieram, e que preocupante eles terem vindo! Meu netinho mais novo, de 3 anos de idade, em certo momento correu para mim, para me abraçar, e eu corri dele com medo da contaminação, minha e dele. Ele chorou, foi para o colo da mãe que o acolheu e meu coração ficou partido. Vírus maldito que parte nosso coração e não só infecta nossos pulmões!

A ansiedade diminuiu mais, o medo de contaminação reduziu muito. Troquei uma ideias com colegas médicos. E recomecei a abraçar meus netinhos, todos com máscara ainda, mas, ufa!, um alívio, para mim e para eles. Afinal, estamos todos num mesmo barco. Somos frágeis. Não temos vida em nós mesmos de modo que possamos, como disse Jesus: “Tenho poder para dar a minha vida, e poder para tornar a tomá-la.” (João 10:18).

Ricos, pobres, pretos, brancos, religiosos, não-religiosos, todos estamos na mesma situação de fragilidade quanto à este vírus e tantas outras coisas. Vírus este que invadiu o planeta porque pessoas se contaminaram ao comerem animais proibidos por Deus como alimento, como descrito em Levíticos capítulo 11 na Bíblia, não sendo coisa só para judeus do Antigo Testamento. As leis de saúde descritas ali quanto à alimentação são para sempre. O exclusivo para os judeus eram as leis cerimoniais. Não o Decálogo (Êxodo 20), não as Leis da Saúde (Levítico 11).

Não se iludam. A pandemia do vírus corona pode passar, mas virão outras situações dolorosas para a humanidade. Isto não é pessimismo, é realismo. Um mundo onde a corrupção, a mentira (fake news), a fraude, o materialismo domina, não é democrático, não é justo, não evolui para o bem e não durará para sempre. O mal sempre destrói o mal. Mas hoje você pode escolher o bem e praticá-lo. Isto pode fazer diferença para um grupo de pessoas, mesmo que pequeno, sob sua influência. Pode diminuir sua ansiedade, culpa, medo de ser descoberto. E você poderá abraçar as pessoas com paz no coração. E com máscara. Ainda.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Trocando as bolas

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Para pensar:

"Quando somos incapazes de encontrar tranquilidade em nós mesmos, é inútil procurar noutros lugares.”

François de La Rochefoucauld

Para refletir:

“Uma das formas mais sinceras de respeito é verdadeiramente escutar o que uma pessoa tem a dizer.”

Autor desconhecido

Trocando as bolas

Para pensar:

"Quando somos incapazes de encontrar tranquilidade em nós mesmos, é inútil procurar noutros lugares.”

François de La Rochefoucauld

Para refletir:

“Uma das formas mais sinceras de respeito é verdadeiramente escutar o que uma pessoa tem a dizer.”

Autor desconhecido

Trocando as bolas

Quem tem mais de 40 anos provavelmente irá se lembrar de uma clássica comédia dos anos 80, que no Brasil ganhou o nome de “Trocando as bolas”, e que durante anos integrou aquele famoso rol de filmes habituais da Sessão da Tarde.

Essencialmente, a trama brinca com a eterna discussão a respeito do quanto o ambiente e as condições ofertadas afetam (alguns diriam que determinam) o comportamento e a postura de cada um, na medida em que dois milionários excêntricos fazem uma aposta a respeito dos comportamentos que seriam observados caso um cidadão em situação de rua e um executivo de sucesso tivessem suas vidas trocadas do dia para a noite.

Novos papéis

Na política friburguense, ao longo dos próximos anos, veremos algo mais ou menos nessa linha.

Políticos que até aqui sempre foram fiscalizadores, sempre cobraram, serão agora fiscalizados e cobrados.

E outros, que sempre navegaram nas águas tranquilas do assistencialismo, que sempre fizeram dos próprios gabinetes verdadeiros balcões de favores e negócios, que sempre adotaram o discurso populista de que “criticar é mais fácil do que fazer”, agora tentarão ser convincentes enquanto encenam um papel que jamais quiseram interpretar.

Reducionismo

O meio político costuma utilizar muito a metáfora segundo a qual a bancada de oposição seria a pedra e a bancada de governo seria a vidraça.

O colunista, contudo, não se sente confortável com essa ilustração, pois ela dá a entender que a oposição sempre irá criticar, que isso “faz parte do jogo político”, como se tudo não passasse de um teatro às avessas, onde são os atores que riem da plateia.

Não, não é bem assim.

Realidade local

A questão é que, entre erros e acertos, ao menos em mandatos recentes, Nova Friburgo esteve muito mais bem servida de quadros políticos na oposição do que na situação.

Um reflexo, é claro, de gestões municipais abaixo da crítica, que dependeram fortemente de costuras e loteamentos de poder para que pudessem contar com apoio no plenário, e, por isso mesmo, se cercaram de vereadores afeitos a esse tipo de visão menor a respeito do que significa exercer um mandato.

E as urnas têm deixado bem claro que a população compreendeu isso.

Ameaçados

Ocorre, caros amigos, que caráter não é o tipo de virtude que se pode comprar em farmácias.

Quem não chegou ao plenário em razão da confiança popular, mas dos favores e empregos que conseguiu, só pode mesmo ver a política como “um jogo”.

E, nesse jogo, uma gestão que esteja fechada a práticas de apropriação da coisa pública só pode ser tratada como uma ameaça por quem pendurou mais de 50 pessoas no cabide municipal ao longo dos últimos anos.

Desse tipo de gente, não dá para esperar uma oposição legítima ou qualificada.

Jogando contra

De fato, várias declarações já têm sido dadas nesse sentido, longe dos microfones.

Já teve gente dizendo que irá elaborar indicações legislativas “defendendo” medidas de apelo populista que todos sabem que não cabem no orçamento, já teve gente dizendo que vai bombardear o governo com requerimentos de informação na esperança de que algum deles não seja respondido no prazo e isso possa suscitar complicações de natureza jurídica ao próximo governo.

Vacina

Numa visão mais ampla, tudo parte de um plano que pretende reduzir a popularidade e a confiança popular para, caso a chance apareça, apresentar um pedido de impeachment do governo que nem ao menos começou.

Acreditem, essa palavra já andou sendo usada.

A coluna avisa antes, para que os leitores já tenham os necessários anticorpos quando o espetáculo começar.

Faz sentido?

Afinal, cabe questionar: faz algum sentido que um vereador espere se tornar oposição para apresentar indicações legislativas, quando no passado recente teve portas abertas para lutar por tais ideias com muito mais efetividade?

Faz sentido que alguém que indicou uma centena de nomeados, fazendo, na prática, que todos nós pagássemos mensalmente (e muito caro) pelo seu capital eleitoral, venha agora falar em economicidade?

Faz algum sentido que um vereador que esteve anos no epicentro do governo comece o próximo mandato cheio de dúvidas sobre o contexto administrativo inicial?

Esperança seletiva

A comédia à qual nos referimos no início da coluna também ilustra bem essa situação.

Antes da narrativa abraçar uma segunda reviravolta, o ambicioso executivo efetivamente chega ao fundo do poço moral quando sua desgraça parece não ter limites.

Por outro lado, o morador de rua alçado a negociador na Bolsa de Valores se revela talentoso e à altura dos desafios quando a vida lhe oferece uma chance.

Voltando ao nosso contexto, se não dá para esperar uma oposição qualificada por parte de quem jamais se importou de fato com o interesse coletivo, ao menos dá para ter alguma esperança de que bons fiscalizadores se esforcem por entregar o tipo de gestão que sempre cobraram de governantes que lhes antecederam.

Tomara que sim.

Desanimador

Em meio a tudo isso seguem borbulhantes as costuras voltadas à eleição do próximo presidente da Câmara de Vereadores, num cenário francamente desanimador.

Cargos, cargos, e mais cargos. Aparentemente, tem gente que não consegue ver nada além disso.

E o que dizer de políticos que já não gozam da confiança popular e que terão grande dificuldade para que consigam voltar ao plenário municipal, atuando como caciques, como se controlassem vereadores recém-eleitos?

A população definitivamente precisa dar mais atenção a quem elege no Legislativo...

Vigilância (1)

De sua parte, a coluna entendeu perfeitamente o recado das urnas, e dará total visibilidade a qualquer manobra que tenha por finalidade impedir a mudança na forma de governar que foi exigida pela população.

Estaremos aqui para cobrar coerência dos novos governantes, e criticar no que for necessário.

Nessa tarefa, fiscalizadores éticos e verdadeiros, terão aqui um eco para suas demandas.

Vigilância (2)

Mas, da mesma forma, seguiremos vigilantes para que o novo governo erre ou acerte pelas próprias pernas, e não em função de armadilhas e sabotagens promovidas por quem depende do sofrimento alheio para se perpetuar na política.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A atual pandemia pode modificar o humor das pessoas

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Confesso que dez meses de pandemia começam a me deixar ansioso, desestimulado e preocupado. Afinal, acostumado a sair, viajar, conversar com os amigos, reuniões científicas com meu grupo da endocrinologia, tudo isso desapareceu com a chegada desse maldito vírus, gestado nos laboratórios suspeitos da China. Para piorar tudo, temos de lidar com as fake news, nos obrigando a filtrar tudo o que lemos ou assistimos na mídia, para evitar acreditar ou difundir notícias sem lastro técnico.

Confesso que dez meses de pandemia começam a me deixar ansioso, desestimulado e preocupado. Afinal, acostumado a sair, viajar, conversar com os amigos, reuniões científicas com meu grupo da endocrinologia, tudo isso desapareceu com a chegada desse maldito vírus, gestado nos laboratórios suspeitos da China. Para piorar tudo, temos de lidar com as fake news, nos obrigando a filtrar tudo o que lemos ou assistimos na mídia, para evitar acreditar ou difundir notícias sem lastro técnico.

Ontem mesmo, recebi uma dessas comunicações, em que uma geneticista da Universidade de São Paulo chamava a atenção para o perigo das vacinas que usam modificações do DNA (código genético) do vírus, modificando sua estrutura e propiciando ao organismo humano a fabricar anticorpos para proteção contra uma possível infecção. Esse relato dizia que havia o risco do aparecimento de doenças autoimunes nos vacinados, assim como a possibilidade de surgirem tumores malignos (câncer), por alterações no código genético das células humanas.

Além do próprio desmentido da Universidade de São Paulo sobre a matéria, a própria Lupa, uma agência de fact-checking brasileira emitiu o seguinte comunicado: “Vacinas sobre plataformas de DNA ou RNA não alteram o código genético de células humanas. Na verdade, essa técnica consiste em inserir uma parte dos genes de um determinado patógeno em plasmídeos, molécula de ácido nucléico presente em bactérias. Esses plasmídeos, então, são injetados no corpo humano e entram nas células, onde passam a reproduzir partes do agente causador da doença. Isso produz uma resposta imunológica do organismo. Ou seja: o código genético que é modificado é o de uma molécula de uma bactéria, não o de um ser humano”.

Na realidade, essa técnica de produção de vacinas é recente e não se tem notícia de nenhuma que tenha sido aprovada ainda, para uso em humanos. As vacinas atuais usam o próprio vírus ou bactéria em versão atenuada ou inativada, mas que são capazes de ativar o sistema imunológico humano. Com isso enfatiza-se a responsabilidade da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ao analisar os dados da terceira fase de testes, em andamento no Brasil, seja a Coronavac, seja a de Oxford. É importante, também, enfatizar que o tempo de testagem desses medicamentos é muito curto, pois a maioria das vacinas existentes, no mundo, levaram quatro ou mais anos até terem seu uso disseminado sem restrições. Mas, o mundo tem pressa em voltar à normalidade.

Ao que parece, a vacina, na realidade será a única forma válida de proteção da humanidade contra o coronavírus, pois da mesma maneira que o HIV, não existe um tratamento específico que consiga eliminá-lo. Quando muito se atenua os sintomas ou interrompe-se o seu ciclo, mas ele está lá, pronto a causar estragos, quando da suspensão da medicação. Daí a pressa para que se descubra uma imunização eficaz e capaz de aliviar a pressão sobre a população mundial. Mas, a pressa, na maioria das vezes, é inimiga da perfeição.

A grande realidade é que ninguém aguenta mais ficar em casa, restrito a saídas ocasionais e mesmo assim para compras necessárias ou resolver problemas inadiáveis. O fim da vida em sociedade, do convívio com os amigos, de viagens ou passeios para tornar a rotina menos penível. É claro que se as pessoas fossem mais comedidas, o isolamento social poderia ser mais suave, mas basta passar todas as noites pela Rua Monte Líbano, aqui em Friburgo, para vermos como esse comedimento é jogado às traças. Ainda mais num povo como o nosso, em que o calor humano faz parte do dia a dia do brasileiro.

E, é esse mesmo isolamento, com restrições às coisas que me são importantes, que começam a afetar meu psiquismo e começam a me deixar nesse estado de ansiedade.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Sem limites

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Para pensar:
"Não se preocupe quando não for reconhecido, mas se esforce para ser digno de reconhecimento.”
Abraham Lincoln

Para refletir:
“Temos de ir à procura das pessoas, porque elas podem ter fome de pão ou de amizade.”
Madre Teresa de Calcutá

Sem limites

A gente cobre política diariamente, mas nunca deixa de se surpreender com as coisas que vê.

Para pensar:
"Não se preocupe quando não for reconhecido, mas se esforce para ser digno de reconhecimento.”
Abraham Lincoln

Para refletir:
“Temos de ir à procura das pessoas, porque elas podem ter fome de pão ou de amizade.”
Madre Teresa de Calcutá

Sem limites

A gente cobre política diariamente, mas nunca deixa de se surpreender com as coisas que vê.

Em nossa edição passada falamos sobre a corrida eleitoral pelo comando do Legislativo, e sobre o empenho de alguns para fazer da Câmara Municipal um instrumento de chantagem e sabotagem ao prefeito eleito.

Mas a continuidade da apuração revela que os planos são mais amplos do que haviam parecido no primeiro momento.

Legislativo inchado

Passou despercebido, por exemplo, que o presidente da Câmara também pode, por suas próprias atribuições, responder pela nomeação de grande quantidade de servidores em seu ambiente administrativo, e naturalmente isso já está sendo utilizado como moeda de troca por quem pretende angariar votos entre os vereadores, muitos dos quais devendo empregos a quem trabalhou por suas respectivas eleições.

É nisso que dá eleger vereador em troca de favores pessoais, mas quem se submete a isso não se importa, não é mesmo?

Consciência

Aliás, se quisermos ser justos, não dá para culpar apenas o eleitor que ainda vê nas eleições uma oportunidade de faturar uns trocados, sem se dar conta de que se vender votos fosse bom negócio, político algum ia querer comprar.

Também já passou da hora de bons candidatos começarem a escolher as nominatas que irão integrar com um pouco mais de compromisso com a sociedade.

Afinal, fazer parte de uma nominata de cartas marcadas para a eleição de chantagistas serve apenas para direcionar votos confiados de maneira consciente a um terceiro que não é digno de recebê-los.

Do que nos livramos

E o que dizer sobre o candidato a prefeito que vem tomando parte nas reuniões de composição da próxima mesa diretora falando em nome dos vereadores eleitos pela coligação que o apoiou, como se tivesse total controle sobre eles?

Um comportamento de apropriação de poder muito mais coerente com os vídeos que foram divulgados durante a campanha e sempre tratados como “fora de contexto”, do que com a campanha em si.

Serve bem para ilustrar o tipo de risco que a cidade correu nessa última eleição.

E, claro, é no mínimo desrespeitoso para com a imagem de quem acabou de ser eleito.

Primeiro teste

O fato é que esta corrida eleitoral se apresenta como primeiro teste ao que se pode esperar da nova geração de vereadores.

Está nas mãos deles decidir se estão dispostos a comprometer a própria isenção e a governabilidade em razão de benefícios próprios, ou se vão renovar de fato o plenário e dar o devido respeito à confiança popular que os elegeu como representantes.

Se vão se submeter aos interesses de caciques, ou vão agir pelas próprias cabeças.

Que escolham com sabedoria, pois têm poder de decisão e uma longa carreira pela frente.

Parece justo?

Um amigo chama a atenção da coluna para uma situação para lá de bizarra.

O resultado final de nossas eleições indica que temos suplente para o plenário que não recebeu nenhum voto(!), nem mesmo o próprio, ao passo que temos candidato que recebeu mais de 930 votos e nem suplente é.

A intenção do legislador pode ter sido boa ao estabelecer a eleição proporcional, mas, em meio a tantos partidos sem qualquer fumaça ideológica, parece que os interesses de caciques estão se impondo demais à vontade popular nas eleições proporcionais, não concordam?

Reconhecimento

E já que falamos sobre justiça, parece necessário dedicar algumas palavras ao vereador Professor Pierre, que, ao longo do mandato que está se encerrando foi, sem sombra de dúvida, um dos mais atuantes vereadores do Brasil.

Este colunista é testemunha do quanto ele sacrificou sua vida particular ao longo dos últimos anos, incapaz de flexibilizar um comprometimento com a cidade e os interesses coletivos que lhe roubou muitas horas de sono e de convívio familiar.

Mesmo durante o período eleitoral, boa parte de seu tempo foi investido na conclusão de uma peça fiscalizatória de enorme escopo, que ainda há de ter profundas repercussões sobre a administração pública friburguense.

Produção

Ao longo dos últimos quatro anos seu gabinete produziu mais de três mil páginas entre relatorias de natureza legislativa e fiscalizatória, que incluem o novo Regimento Interno, a nova Lei Orgânica Municipal, e as diversas operações legislativas que reuniram denúncias muito bem fundamentadas sobre a gestão municipal.

O tipo de material que, caso contasse com a mesma atenção dedicada pelo Judiciário às esferas estadual e federal, já teria rendido consequências de alcance difícil de estimar.

Referência

De fato, este seu último mandato se consolida como referência do tipo de relevância que cada vereador pode alcançar, se estiver realmente disposto a trabalhar, sem cair nas armadilhas da popularidade fácil ou do tráfico de influências.

Que possa servir de exemplo ao sangue novo que chega para oxigenar o plenário a partir de 2021.

Revelador

Publicar este tipo de reconhecimento a personagem tão odiado no submundo de nossa política sempre rende ataques apaixonados e desqualificados em redes sociais.

Mas isso não é ruim não.

Ao contrário, é revelador.

Porque basta ver o tipo de gente que rosna a cada elogio feito a políticos sérios, para compreender o naipe das pessoas que tantas vezes viram seus planos frustrados através de sua atuação.

Apoio

Ao longo da semana passada a coluna recebeu centenas de mensagens de apoio.

Certamente mais de 300 e todas foram lidas com atenção.

Só nos resta agradecer a todos os que escreveram, todos os que frequentam este espaço, todos os que não negociam votos e, em meio a tanto veneno despejado em redes sociais, tanta mentira, tanta polarização e simplificações, ainda tentam ser razoáveis, justos e serenos.

Fundamental

Esse apoio é fundamental, como é fundamental que essas vozes sejam ouvidas, pois é muito fácil estabelecer o silêncio quando alguém fala sozinho.

E é muito fácil entender que tem gente querendo calar este espaço e este jornal.

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.