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Ao próximo prefeito

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Para pensar:

"As questões políticas são muito sérias para serem deixadas para os políticos.”

Hannah Arendt

Para refletir:

“A coragem significa um forte desejo de viver, sob a forma de disposição para morrer.”

G. K. Chesterton

Ao próximo prefeito

Para pensar:

"As questões políticas são muito sérias para serem deixadas para os políticos.”

Hannah Arendt

Para refletir:

“A coragem significa um forte desejo de viver, sob a forma de disposição para morrer.”

G. K. Chesterton

Ao próximo prefeito

Há quatro anos atrás esta coluna publicou uma carta aberta ao prefeito que dias depois seria eleito, ainda sem saber quem ele seria, manifestando o desejo de estabelecer uma parceria construtiva, moralizada, colocando a enorme rede de informantes à disposição do poder público com o intuito de agilizar a solução de problemas.

Nada que envolvesse dinheiro ou qualquer contrapartida asquerosa, nem tampouco que comprometesse a isenção da linha editorial.

Apenas o desejo de ajudar a cidade a melhorar.

Disposição

Infelizmente, o estender da mão foi absolutamente unilateral.

A frustração do trabalho nestes últimos quatro anos, no entanto, é tema a ser abordado no futuro.

Por ora, a coluna deseja apenas reafirmar ao próximo prefeito ou à próxima prefeita que a disposição aqui sempre foi e sempre será a de ajudar.

Se houver a possibilidade de que um problema venha a ser resolvido sem que a notícia precise ser publicada, não vemos problema nisso.

O que importa é que a cidade melhore, não somos sensacionalistas.

Fazer por merecer

Independentemente de quem quer que venha a ser eleito, este espaço respeitará, como sempre fez, a vontade popular.

Evidentemente não faremos vista grossa caso algo de nocivo à coletividade seja identificado, mas torcemos para que a próxima gestão nos dê a oportunidade de elogiar mais do que criticar.

Que faça por merecer nossa confiança e nosso respeito.

Que coloque o interesse coletivo em primeiro lugar.

Porque quem quiser trabalhar com seriedade terá sempre o apoio deste espaço.

A vez da Haga

Em meio a tanta podridão, tanto mau-caráter se revelando, período eleitoral também tem umas coisas muito legais.

Ontem, 12, falamos aqui sobre a simulação de votação realizada junto aos funcionários da Stam.

Hoje, faremos o mesmo em relação ao pessoal da Haga.

E é muito legal isso, ver essas tradições se consolidando, o pessoal interessado, o engajamento, a busca por referências.

Bacana.

Jogo aberto

Novamente a coluna não pode dar o resultado, mas pode tecer comentários.

De novo, o número somado de brancos, nulos e abstenções supera por grande margem o do candidato mais votado, não deixando dúvidas a respeito da margem ainda existente para mudanças de última hora, bem como sobre a importância de que a sociedade se una para não tolerar qualquer forma de boca de urna.

Não é aceitável que algumas horas de jogo sujo e derramamento de dinheiro obtido de maneira obscura resultem em quatro anos de carência de representação.

Alinhado

Feita esta introdução, vale registrar que a prévia entre os funcionários da Haga esteve muito alinhada à pesquisa encomendada por A VOZ DA SERRA, ao contrário do que houve na Stam.

Vale observar, ainda, que o universo amostral foi menor.

Ao todo, foram contabilizados 190 votos.

Todavia, o pessoal da Haga se orgulha de ter acertado o vencedor nas últimas quatro eleições, o que deve dizer algo a respeito da representatividade de seus quadros.

Sem máscaras

Outro aspecto positivo trazido por este período eleitoral é justamente a oportunidade rara de vermos tantas máscaras caindo.

As eleições vão passar, mas quem puder printar postagens e guardar vídeos certamente fará um bem a si mesmo, quando, no futuro, algumas destas pessoas vierem reivindicar alguma credibilidade.

Este colunista, infelizmente, viu algumas estrelas se apagarem recentemente.

E sabe que não está sozinho nessa percepção.

É hoje!

A friburguense Ilona Szabó é personagem de destaque hoje no Paris Peace Forum, onde, a partir das 11h (horário de Brasília) apresenta o projeto do Instituto Igarapé sobre crimes ambientais na Amazônia.

Interessados em participar podem se inscrever no endereço https://registration.parispeaceforum.org.

Por falar nela...

Na noite de ontem, 12, Ilona também participou de um bate-papo virtual promovido pela Editora Companhia das Letras como parte da divulgação de seu mais novo livro, “A Defesa do Espaço Cívico”, já disponível no mercado.

Collor e Azevedo

A coluna pediu mais informações, e novamente foi atendida.

Ivan Prado Fernandes, do Observatório Social, ajuda a contextualizar de forma mais profunda o encontro entre Fernando Collor de Mello e o ex-prefeito de Nova Friburgo Paulo Azevedo.

Aspas

“A coluna publicou uma foto de dezembro de 1989 em que o presidente eleito Fernando Collor visita o prefeito Paulo Azevedo. Na ocasião eu era o presidente do PRN, partido do Collor, e fui quem o convidou e o levou a visitar o Paulinho.

O Collor tinha muito carinho e gratidão à nossa cidade porque foi aqui que ele foi lançado como candidato à presidente da República. Tenho muitas outras fotos do Collor em nossa cidade. Inclusive um almoço de adesão à sua candidatura que realizamos no Country Clube.”

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Viver é político

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Viver, por si só, é um ato político, de alguma maneira. A forma como se vive expressa, em alguma medida, o lugar que se decide ocupar no mundo. Não me refiro à política e nem aos políticos. Faço alusão às nossas escolhas reais enquanto cidadãos todos os dias. Estamos atravessando um período que consubstancia grande marco da democracia que tem um de seus vértices no processo eleitoral, quando os cidadãos escolhem por meio do voto secreto parte de seus representantes conforme as diretrizes constitucionais.

Viver, por si só, é um ato político, de alguma maneira. A forma como se vive expressa, em alguma medida, o lugar que se decide ocupar no mundo. Não me refiro à política e nem aos políticos. Faço alusão às nossas escolhas reais enquanto cidadãos todos os dias. Estamos atravessando um período que consubstancia grande marco da democracia que tem um de seus vértices no processo eleitoral, quando os cidadãos escolhem por meio do voto secreto parte de seus representantes conforme as diretrizes constitucionais. No próximo domingo, 15,  escolheremos muitos de nossos governantes, chefes do Poder Executivo e componentes do Poder Legislativo em âmbito municipal. De fato, as eleições são um acontecimento extremamente importante para uma sociedade fincada nos preceitos democráticos.

Contudo, não só as eleições municipais decodificam os atos políticos que praticamos nesses tempos. E em todos os outros. De alguma forma, tudo é político. A forma como se vive, repita-se, a rigor, manifesta em profundidade escolhas que dizem bastante sobre nós e nossa sociedade como um todo. Somos protagonistas da estrutura social e nossas ações e omissões podem representar, também, muito do que evoluímos – ou involuímos – enquanto coletividade. A forma como tratamos as pessoas em geral, como nos preocupamos com o meio ambiente, a limpeza do bairro, o respeito às estruturas educacionais, às leis, aos outros, os exemplos aos filhos, a postura no trabalho, dizem muito sobre nós.

A dicotomia entre direita e esquerda como embate ideológico pode configurar uma bipolaridade que às vezes me parece rasa, sobretudo quando olhamos pelo viés do dia a dia, das pequenas coisas, dos impactos reais das vidas das pessoas. Penso que diante das múltiplas formas de existir, dentro do campo do livre arbítrio de cada um, os atos políticos cotidianos podem retratar efeitos reais, volúveis ou duradouros, sentidos pela coletividade. Até mesmo a escala de prioridades das pessoas podem refletir no meio social.

Aquilo que escolhemos fazer no dia a dia pode fazer alguma diferença social, para melhor ou pior, já que tudo começa por um pequeno protótipo. Um pequeno problema que se torna uma grande causa, uma pequena solução que também pode se tornar uma grande causa. Uma boa ideia pode espelhar resultados geniais, da mesma forma que uma má ideia pode gerar prejuízos severos.

Estamos há meses enfrentando um contexto pandêmico sem precedentes. É, de fato, um laboratório de vida que nos impõe uma vulnerabilidade tamanha frente a problemas gigantes. Como estamos passando por esta fase? O que estamos aprendendo, contribuindo? Já parou para pensar como suas ações podem ajudar a salvar vidas, por exemplo? Tem feito bom uso das máscaras por mais desconfortáveis que sejam? Tem respeitado os idosos? Os profissionais da saúde? Tem contribuído com informações baseadas em fontes fidedignas? Tem procurado ajudar os que mais estão precisando? Tem feito o que pode pelos trabalhadores? E pelas empresas que te remuneram? Pelo comerciante local? Pelos mais vulneráveis?  O que tem feito de bom, de útil? Sua honestidade segue ilibada, seu caráter preservado, consegue sentir compaixão e agir dentro de sua esfera de possibilidades? Veja se não é uma escola e tanto de vida. Nossas condutas nesse momento não estão previstas em cartilhas anteriormente estudadas. Vivemos o hoje e queremos todos a sobrevivência digna. E que tudo passe. Como nos ajudamos, creia, também diz muito sobre os seres políticos que somos. Fica a reflexão.

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O 13º não é salário extra

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

O ano foi atípico e há quem já tenha recebido o 13º salário adiantado ainda nos primeiros meses de 2020, mas no próximo dia 30 termina o prazo para o pagamento da primeira parcela do 13º salário e é hora de se planejar. Afinal, é importante ter em mente que o 13º salário não é e nunca foi um salário extra; é direito do trabalhador. Portando, deve, sim, fazer parte do seu planejamento orçamentário anual.

O ano foi atípico e há quem já tenha recebido o 13º salário adiantado ainda nos primeiros meses de 2020, mas no próximo dia 30 termina o prazo para o pagamento da primeira parcela do 13º salário e é hora de se planejar. Afinal, é importante ter em mente que o 13º salário não é e nunca foi um salário extra; é direito do trabalhador. Portando, deve, sim, fazer parte do seu planejamento orçamentário anual.

Inicialmente conhecido como gratificação de Natal, o 13º foi implementado no Brasil em 1962 com o intuito de recalcular o salário anual do trabalhador assalariado. A lógica é simples: considerando quatro semanas por mês, a conta não bate quando sabe-se que, ao longo de um ano, temos 52 semanas. Por isso são 13 pagamentos de salário ao longo do ano. Prática comum em outros países ao redor do mundo, como Itália, Portugal, Argentina, Uruguai e, entre outros, Espanha – que chega a ter, inclusive, o 14º salário. É a maneira correta para o cálculo anual de salário? Não sei, mas está no caminho do desenvolvimento social.

Portanto, já que não é um salário extra – é direito –, devemos sempre considerá-lo como parte do orçamento e ter planejado o que fazer com o dinheiro. Façamos o seguinte: planejaremos, agora, um pouco das suas finanças para o ano de 2021 começar bem estruturado financeiramente.Então, o que fazer com o 13º salário?

Eliminar e evitar contrair dívidas é o primeiro grande passo para alcançar o equilíbrio financeiro. Por isso, de antemão, o primeiro destino do dinheiro deve ser para arcar com as dívidas ativas, seja quitando ou apenas amortizando-as.

Ponto importante a ser esclarecido, dificilmente algum produto de investimento trará rentabilidade maior que as taxas de juros (consulte o CET – Custo Efetivo Total da operação) no mercado de crédito, portanto, faça suas contas: descubra qual é a sua dívida mais cara e comece por esta a quitação de suas dívidas.

Agora, caso você não possua dívidas ou já conseguiu quitá-las e sobrou algum dinheiro, a segunda alocação planejada dos recursos do 13º vai para os seus gastos futuros. O final de ano sempre vem com alguns custos sazonais, como o Natal e viagens por exemplo; então, já que não tem mais dívidas, aproveite. Mas lembre-se, assim como o final do ano, o início do ano também tem seus custos: material escolar, matrículas, IPTU e IPVA são exemplos de gastos que podem comprometer suas finanças pessoais.

Por fim, com suas finanças planejadas e bem estruturadas, o 13º salário encontra uma situação de equilíbrio, cujo planejamento o incluiu no orçamento anual para estabelecer um padrão de vida condizente com as receitas e só lhe resta a liberdade de decidir o que fazer com seu próprio dinheiro. Agora suas finanças abrem espaço para poupar e investir: uma ótima escolha para o futuro.

Gaste melhor, poupe sempre e invista com qualidade.

Faça, do seu dinheiro, uma ferramenta de liberdade. Pense nisso!

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Segue o jogo

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Para pensar:
"O primeiro passo para conhecer-se é desconfiar de si mesmo.”
Júlio e Augusto Hare

Para refletir:
“Não há contradição entre disciplina e iniciativa. Elas complementam-se.”
Textos judaicos

Segue o jogo

O colunista gostaria de começar os trabalhos de hoje, 12, pedindo desculpas pelo desabafo de ontem, 11, mas realmente a dose de decepção para com pessoas até pouco tempo atrás admiradas foi muito grande.

Para pensar:
"O primeiro passo para conhecer-se é desconfiar de si mesmo.”
Júlio e Augusto Hare

Para refletir:
“Não há contradição entre disciplina e iniciativa. Elas complementam-se.”
Textos judaicos

Segue o jogo

O colunista gostaria de começar os trabalhos de hoje, 12, pedindo desculpas pelo desabafo de ontem, 11, mas realmente a dose de decepção para com pessoas até pouco tempo atrás admiradas foi muito grande.

A má-fé de tanta gente, especialmente evidente em período eleitoral, só não desanima mais porque felizmente os leitores estão aí para nos lembrar que ainda existe gente disposta a encarar a realidade como ela é, imperfeita, multifacetada, contraditória, e por vezes frustrante.

Termômetro?

Aproveitando a vastidão de sua equipe, a Stam promoveu uma simulação de votação para prefeito entre seus quadros.

Ao todo foram contabilizados 856 votos, o que representa um contingente bastante considerável, ainda que não necessariamente representativo da realidade municipal como um todo.

A coluna naturalmente não pode divulgar o resultado, mas pode dizer que ele está de acordo com as previsões para esse nicho específico do eleitorado, e diverge significativamente da única pesquisa oficial divulgada até o momento em que estas linhas eram escritas.

De olho

Ainda assim, a leitura mais objetiva segue a mesma, quando se observa que o número de votos brancos ou nulos supera, por larga margem, o do candidato mais votado.

A disputa certamente será decidida em seus instantes finais, e esse é mais um motivo para que as autoridades e a sociedade fiquem de olho muito atento para eventuais esquemas de boca de urna.

Ao eleitor, caso seja confrontado com algo do gênero, cabe perguntar: quem financia tais operações?

Como irá governar quem quer vencer a qualquer preço?

Básico

Algumas pessoas andaram dizendo, por leviandade ou incapacidade de compreensão, que a pesquisa publicada por A VOZ DA SERRA havia sido impugnada.

Ora, qualquer um com boa-fé que tivesse buscado se informar teria visto que a que foi impugnada foi outra, sem qualquer relação com o jornal e elaborada em contexto muito, muito diverso.

Sintoma

Uma das atribuições de quem pretende informar ou governar é ter o conhecimento básico a respeito daquilo que está falando.

Quem age desta forma não pode ser nem bom comunicador, nem bom gestor.

Ao contrário, o jornal teve a cautela de adiar a publicação impressa por 24 horas, a fim de que o pedido de impugnação da pesquisa pudesse ser apreciado.

Postura

Como dito ontem, 11, este nunca foi o problema.

Quem agora difama e tenta desacreditar este veículo estaria compartilhando a pesquisa com impulsionamento se o resultado indicado tivesse sido diferente.

Ora, todo mundo é livre para buscar instituições confiáveis e encomendar a realização de uma pesquisa.

Isso não é postura que se espere de quem pretende encarar o desafio de gerir uma cidade em tempos tão turbulentos.

Fila andando

A Prefeitura de Cabo Frio farejou a grande possibilidade de obtenção de investimentos externos ao alcance de cidades fluminenses na atualidade, que a coluna vem abordando há muito tempo, por vezes sendo ironizada por isso.

Nesta segunda-feira, 9, o secretário municipal de Governo de Cabo Frio, Matheus Mônica, foi recebido pelo secretário estadual de Governo, André Lazaroni, e na mesma visita protocolou ofício junto ao Governo do Estado e à Federação de Automobilismo do Rio de Janeiro disponibilizando áreas para a construção do Autódromo Internacional do Estado do Rio de Janeiro.

Contexto favorável

É evidente, para quem acompanha o esporte, que a Fórmula 1 tem ambições de retornar ao Rio de Janeiro, manifestamente compartilhadas pelo Governo Federal.

A construção da pista em Deodoro, na Zona Oeste da capital, no entanto, vem encontrando (justa) resistência uma vez que o projeto prevê danos irreparáveis à Floresta do Camboatá.

Iniciativa

Diante de tudo isso, Cabo Frio fez o que a coluna diversas vezes sugeriu que Nova Friburgo deveria ter feito.

Apresentou as áreas disponíveis e inclusive levou um projeto prévio para o autódromo. Pesa a favor da cidade litorânea a existência de um aeroporto com capacidade para receber qualquer tipo de carga.

A intenção é fazer de Cabo Frio um centro de desenvolvimento do desporto automobilístico no Brasil.

Tomara que consigam.

Por falar nisso...

E já que mencionamos o esporte a motor, Guilherme Spinelli, de profundas raízes friburguenses e provavelmente o piloto mais consistente do off-road nacional, teve mais uma grande atuação no Rali dos Sertões neste ano, que infelizmente acabou sendo abreviada por uma falha mecânica.

Andando sempre entre os primeiros, Guiga, como é mais conhecido, agora se prepara para competir mais uma vez no maior desafio do mundo em sua especialidade, o Rali Dakar.

Boa sorte, campeão!

Créditos

A coluna pediu os nomes, e foi atendida.

Além do geógrafo Pedro de Paulo, também participaram do resgate da geladeira descartada às margens do Córrego dos Inhames, na Chácara do Paraíso, a engenheira ambiental e sanitária Renata Teixeira; o estudante Carlos Fernando, e os recicladores Eduardo Pimentel e Brasil.

A todos, mais uma vez, fica o agradecimento deste colunista pelo voluntariado em relação a questões que deveriam ser mais abraçadas pela sociedade como um todo.

Registro

Por questões técnicas a coluna não conseguiu publicar ontem, 11, esta fotografia resgatada pelo amigo Girlan Guilland, que mostra o encontro entre o ex-prefeito Paulo Azevedo e o então candidato a presidente da República Fernando Collor de Mello, nos idos de 1989.

Neste dia 11 Paulo Azevedo, que foi uma das vítimas da tragédia climática de janeiro de 2011, teria completado 82 anos.

A coluna não tem o crédito da imagem, embora Girlan acredite que seja de Ezídio Barroso ou do Ricardo Emerich. Se alguém tiver a informação, agradecemos desde já.

Foto da galeria
Registro (Foto: Girlan Guilland)
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Quem foi o melhor prefeito de Nova Friburgo?

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Com a proximidade da eleição do novo prefeito de Nova Friburgo, cabe neste momento uma reflexão sobre quem teria sido o melhor gestor público na história política do município. Como a Câmara Municipal exercia no passado a função executiva, a primeira eleição para prefeito em Nova Friburgo ocorreu somente em 1916, sendo eleito Everard Barreto de Andrade. Muitos prefeitos eleitos e interventores passaram pela administração do município e,  na minha opinião, quem mais se destacou como modelo de gestão pública foi César Guinle (1911-1989).

Com a proximidade da eleição do novo prefeito de Nova Friburgo, cabe neste momento uma reflexão sobre quem teria sido o melhor gestor público na história política do município. Como a Câmara Municipal exercia no passado a função executiva, a primeira eleição para prefeito em Nova Friburgo ocorreu somente em 1916, sendo eleito Everard Barreto de Andrade. Muitos prefeitos eleitos e interventores passaram pela administração do município e,  na minha opinião, quem mais se destacou como modelo de gestão pública foi César Guinle (1911-1989).

César era engenheiro e tinha domicílio na chácara do chalet, no Parque São Clemente, que hoje pertence ao Nova Friburgo Country Clube. O seu pai, Eduardo Guinle, adquirira esta propriedade dos descendentes do notório Barão de Nova Friburgo para veranear com a família. A chácara do chalet era uma propriedade produtiva e vendia produtos de granja como flores, frutos, mudas, legumes, animais, ovos, peixes, adubos, madeiras e plantas diversas. A empresa de César Guinle, denominada Parque São Clemente, fabricava material de construção como telhas, tijolos, lajotas, manilhas etc.

Em dado momento, os Guinle foram uma das famílias mais ricas do Brasil. Eduardo Guinle construiu o belíssimo palacete no Rio de Janeiro que é hoje a residência oficial do governador do estado. Porém, César Guinle era de uma geração em que a fortuna da família já não era tão expressiva. César Guinle foi praticamente conduzido por um grupo de políticos locais para disputar o pleito municipal, tendo sido eleito prefeito com a votação de mais da metade da população. Em sua gestão no executivo (1947-1951) promoveu grandes avanços em Nova Friburgo na infraestrutura, nos serviços e na educação.

Guinle seria o novo na velha política friburguense representada por Galiano das Neves Junior, Galdino do Vale Filho e Dante Laginestra. Guinle teve foco em ações estruturantes e a sua primeira empreitada foi a questão energética. A energia elétrica era monopólio da família Arp, que direcionava boa parte da capacidade produtiva das usinas Hans e do Catete para as indústrias têxteis, não podendo em razão disto prover muitos bairros e distritos. Apenas com a finalização da usina de Macabu poderia suprir todo o município com energia elétrica. Guinle não quis esperar e pressionou a empresa Arp a aproveitar a queda d’água do Pinel para fornecer mais energia ao município.

Segundo ele, “os Arp foram alertados para o fato de o povo se revoltar e depredar as instalações da usina e mais, quebrar as fábricas que pertencem ao próprio grupo da companhia. A prefeitura dificilmente teria condições de impedir esse quebra-quebra.” Nos parece que Guinle se referia ao movimento popular que ficou conhecido como “quebra lampiões”, em que a população friburguense protestou contra a Câmara Municipal por criar obstáculos na concessão a Julius Arp de explorar a energia elétrica. A usina do Pinel ficou pronta juntamente com a de Macabu e a energia elétrica foi estendida a diversas localidades do município.

Outra medida estruturante de César Guinle foi a pavimentação de diversas vias  com a construção de estradas. Como empresário,  tinha ciência de que a comunicação era indispensável aos negócios. A companhia telefônica pertencia à família Sertã, sendo Raul Sertã o maior acionista. Porém, por não realizar investimentos, o serviço da empresa telefônica era extremamente precário e limitado.

Guinle, então, contratou o recém-imigrado Johannes Weidauer, aposentado da Siemens alemã e morador de Mury, para assessorá-lo na parte técnica e expandir este serviço. Houve resistência, pois Weidauer era alemão e a população friburguense vivia uma fase de animosidade em relação aos germanos em razão da Segunda Guerra Mundial. O momento era de tensão, tendo sido a Fábrica de Filó de Carl Ernst Otto Siems invadida por populares, o nome de Julius Arp retirado da Praça Payssandu e muitos outros incidentes. Mas César Guinle venceu essas resistências, já que Weidauer era indispensável como assessor técnico para a melhoria da telefonia.

Nova Friburgo, com o sistema de comunicação aprimorado, pôde desenvolver relações comerciais com outros municípios, estados e mesmo países. O prédio onde estava instalada a Uerj é um dos mais importantes patrimônios históricos de Nova Friburgo e atualmente se encontra deteriorado e sem destino. Inúmeros prefeitos e vereadores não conseguiram até hoje dar uma solução para aquele gigante adormecido que abrigou um dos mais importantes estabelecimentos de ensino do país. César Guinle também passou pela mesma situação.

Construído por particulares para ser um cassino, o Cassino Cascata, com a proibição do jogo de azar, este prédio em estilo normando se transformou em um elefante branco. Guinle, juntamente com auxiliares e educadores, a exemplo de Jamil El-Jaick, criou a Empresa Educacional Fluminense e negocia com a Fundação Getúlio Vargas para que entrassem com aporte de capital para a aquisição do Cassino Cascata e estabelecessem um colégio.

Guinle conseguiu até mesmo sensibilizar a população friburguense que, através de subscrição, contribuiu com recursos financeiros para a compra do prédio. Obtendo êxito na negociação, o Colégio Nova Friburgo seguiu os padrões do britânico Summerhill, colocando o município na vanguarda da educação. Como deputado estadual, Guinle tentou colocar Nova Friburgo como capital do estado fluminense no momento em que havia um movimento de interiorização do governo estadual. Mas não obteve votos suficientes. Como nos dias de hoje, o orçamento da prefeitura no passado era igualmente minguado, mas César Guinle, através de articulação com os empresários e o governo federal, conseguiu realizar os seus projetos e desenvolver o município.

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Aspectos emocionais da infertilidade

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

A infertilidade é causada por uma variedade de fatores. Dentre eles e do ponto de vista de alterações biológicas, estão a síndrome do ovário policístico, endometriose e homens com baixa quantidade de esperma. Porém, cientistas têm verificado a importância do fator emocional na dificuldade para engravidar.

A infertilidade é causada por uma variedade de fatores. Dentre eles e do ponto de vista de alterações biológicas, estão a síndrome do ovário policístico, endometriose e homens com baixa quantidade de esperma. Porém, cientistas têm verificado a importância do fator emocional na dificuldade para engravidar.

Não é raro que um casal que tenta ter filhos por vários anos, ao decidir adotar uma criança, depois da adoção ocorre a gravidez. Isto possivelmente pode ser explicado pela diminuição do estresse após adotar uma criança, sendo que esta redução do estresse produz reações neuroendocrinológicas no casal. E temos que compreender que decidir ter um filho é algo sério, por envolver muita coisa na vida do pai e da mãe. Por isso é importante que o casal esteja em harmonia quanto a querer mesmo um filho. Se o marido ou a esposa não estão ainda decididos a ter uma criança, é melhor esperar o momento apropriado que é quando ambos queiram.

Muitas vezes a pressão para engravidar vem da pessoa que quer o filho. Neste caso, a mulher que quer engravidar pode se tornar muito estressada e tensa sobre isto, e este nervoso prejudica a concepção. Muita ansiedade prejudica a fisiologia. Quanto menos estressada a mulher ficar, quanto melhor conseguir crer que seu organismo funcionará bem, quanto mais confiar na natureza e no Deus da natureza, mais provável é que engravide, desde que sejam afastados diagnósticos clínicos que impedem a concepção.

Estudos verificaram que as mulheres inférteis tendem a ter uma personalidade mais dependente, são mais ansiosas do que as férteis e apresentam conflitos quanto à sua feminilidade e medo associado com a reprodução. Nos homens se têm verificado que existe uma relação entre estresse emocional e oligospermia ou presença de pouco esperma. A impotência produz estresse no homem o que contribui para a infertilidade também. Estudos sugerem que cerca de 10% da infertilidade pode ser parcial ou completamente explicadas devido à impotência, que é uma disfunção sexual masculina.

Já que a infertilidade é experimentada pelo casal com grande tensão emocional, a psicoterapia é indicada como parte do tratamento, a qual pode resultar na correção do que emocionalmente contribuía para a infertilidade ou pode ser usado para ajudar o casal e aceitar a perda e a impossibilidade de engravidar pela presença de doença física.

As mulheres em geral aceitam melhor o problema de infertilidade, enquanto que os homens tendem a ver isto como uma vergonha para sua masculinidade. Mas na verdade pode ocorrer com ambos uma série de sentimentos, além da ansiedade e medo, podendo ser culpa, frustração, inveja, vergonha, desesperança ou raiva.

Dois médicos ginecologistas e obstetras pesquisadores, Machelle Seibel e Melvin Taymor, do setor de Endocrinologia Reprodutiva do Hospital Beth Israel e da Faculdade de Medicina de Harvard, publicaram um trabalho científico com o título “Aspectos emocionais da infertilidade”, no qual comentam que de 40% a 50% dos casos de infertilidade podem ser relacionados com fatores emocionais. Alguns casais possuem traços de personalidade que favorecem a inabilidade para conceber. Por exemplo, casais inférteis têm uma postura mais ambivalente quanto a crianças, ou seja, têm uma mistura de emoções, quer e não quer, deseja e não deseja, gosta mas não gosta, sim e não.

A situação de um casal pode ficar tão tensa quanto à infertilidade, que ambos passam a ter muito estresse na hora das relações sexuais, porque na cabeça deles ao invés de existir um relax para “fazer amor”, surge uma tensão para ter que “fazer um bebê.” E esta tensão pode prejudicar a fisiologia da concepção. Por exemplo, o excesso de produção dos hormônios catecolaminas prejudica a atividade do óvulo fecundado na trompa. O estresse pode afetar os nervos do útero, das trompas e dos ovários prejudicando a ovulação, o transporte do ovo e a implantação dele no útero.

Uma equipe de cientistas liderados por SSC Yen (1978) descreveu que muitas pessoas com problemas numa região do cérebro chamada hipotálamo tiveram falta de ovulação crônica, e este problema surgiu após problemas psicossexuais e traumas ambientais ocorridos antes ou em torno da puberdade, ou início da adolescência.

Se você luta com problemas de infertilidade ou conhece alguém assim, cuja causa não parece ser física, está indicado a procurar aconselhamento profissional para corrigir possíveis problemas com relacionamento conjugal, dificuldades sexuais, ansiedade excessiva, estresse exagerado, estados depressivos.

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Campo minado

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Para pensar:

"Pessoas que repetidamente atacam sua confiança e autoestima estão perfeitamente cientes de seu potencial, mesmo que você não esteja.”

Autor desconhecido

Para refletir:

“O homem que se vende recebe sempre mais do que vale.”

Barão de Itararé

Para não esquecer:

“Amigo é uma palavra muito forte. São poucos os que a merecem.”

Leandro Floriano Batista

Campo minado

Semana eleitoral é sempre um terreno minado.

Para pensar:

"Pessoas que repetidamente atacam sua confiança e autoestima estão perfeitamente cientes de seu potencial, mesmo que você não esteja.”

Autor desconhecido

Para refletir:

“O homem que se vende recebe sempre mais do que vale.”

Barão de Itararé

Para não esquecer:

“Amigo é uma palavra muito forte. São poucos os que a merecem.”

Leandro Floriano Batista

Campo minado

Semana eleitoral é sempre um terreno minado.

Momento no qual grupos políticos adeptos do vale tudo (e sempre vale enfatizar que a forma como se tenta vencer uma eleição diz tudo sobre a forma que se pretende governar) geralmente jogam suas últimas e mais sórdidas cartadas.

Momento em que várias mentiras são atiradas ao eleitor, na esperança de que não sejam desmentidas até que o voto já tenha sido depositado.

Porque a natureza do mentiroso é exatamente essa: a seus olhos o que importa são os fins, não os meios.

Cautela

Eleições passadas nos dão fartos motivos para que adotemos filtros extras para qualquer informação suspeita recebida neste momento.

Inclusive porque existem procedimentos que se espera de qualquer pessoa honesta e comprometida com interesses coletivos quando confrontada com situações passíveis de serem denunciadas.

E, certamente, estes procedimentos não incluem guardar as informações para que sejam divulgadas na reta final de uma corrida eleitoral.

Triste

De fato, compreender esses dias só é possível quando se tem em mente que às vésperas de uma eleição, mais do que já ocorre habitualmente, mentiras são muito mais premiadas e recompensadas do que verdades.

Não falta dinheiro para financiar quem está disposto a se vender, quem se presta a assumir qualquer papel e a jogar contra o interesse coletivo em troca de uma complementação na renda ou da promessa ou manutenção do emprego.

E é triste, e profundamente desanimador, ver tantos colegas se prestando a isso.

Sem vergonha

A coluna se sente muito à vontade para falar francamente sobre todo este teatro que temos visto em redes sociais porque já fomos confrontados com as mesmas propostas, as mesmas tentativas de interferência editorial.

E não nos vendemos.

As mesmas vozes que hoje insinuam, com rara leviandade, que as críticas publicadas neste espaço seriam motivadas por questões de natureza financeira eram as mesmas que, tempos atrás, tentavam intimidar, ameaçar, comprar.

Falta vergonha na cara.

Zumbido

Porque, no fundo, é disso que se trata.

Em tempos de “bolhas digitais”, de algoritmos filtrando percepções de mundo, de grupos de WhatsApp promovendo e se aproveitando de histórias fantasiosas e parciais, quem ainda quer - ou suporta - ser confrontado com fatos ou narrativas que não sejam de seu agrado?

Quem segue em busca da verdade, quando há tanta gente oferecendo algo mais bonito ou agradável?

Patético

Nos últimos dias este jornal tem sido alvo de ataques essencialmente covardes, inconsistentes, baseados em alegações oportunistas, por parte de quem não consegue disfarçar interesses pessoais atrelados a versões convenientes da realidade.

Tentativas de desacreditar, de ironizar, partindo de quem não perde tempo em compartilhar alguma matéria publicada por aqui, quando estas lhes são convenientes.

De gente que adora cantar nossa irrelevância, mas não consegue nem ao menos fingir que não lê ou não se importa.

Patéticos.

Inspiração

Aos muitos leitores que dão sustentação e sentido a este espaço, amigos que tantas mensagens enviaram celebrando o retorno da coluna, nossa gratidão e nosso respeito.

Enquanto vocês estiverem por aqui, seguiremos juntos.

Acertando, errando, mas sempre buscando a verdade.

Sobre a pesquisa

Algumas palavras sobre a pesquisa de opinião encomendada por A VOZ DA SERRA ao Instituto Paraná.

Ao publicar as informações, seguindo todos os trâmites estabelecidos pela Justiça Eleitoral, o jornal foi bastante enfático ao destacar que vários candidatos se encontram em situação de empate técnico, e que os mais de 40% de indecisos são garantia de que a eleição será decidida nos momentos derradeiros e que o resultado das urnas ainda deve trazer alterações significativas em relação ao que pesquisas venham a mostrar.

Quem fala?

Mas é claro que, daqui a quatro anos, ninguém fará este tipo de consideração quando quiser colocar em dúvida a validade de novas pesquisas, da mesma forma como várias postagens atuais atribuíram a este jornal pesquisa publicada em outro veículo há quatro anos.

O importante é vencer, não é mesmo?

Ora, alguém tem alguma dúvida de que quem questiona a credibilidade da pesquisa estaria compartilhando a mesma caso o resultado fosse de seu agrado? E que quem a exalta estaria questionando sua credibilidade se não gostasse do que ela aponta?

Menos, gente. Menos…

Somos muitos

Amigos, tenham em mente o seguinte: quem vive de se vender não quer políticos ilibados no poder, gente que não possa ser chantageada ou não precise “comprar popularidade”.

Da mesma forma, quem se habituou a dizer para si mesmo que “qualquer um na minha posição teria feito o mesmo” se sente bastante desconfortável quando na presença de quem faz diferente, não se vende, enfrenta o sistema e é perseguido e difamado por isso.

Tudo que vem de tais fontes tem sentido oposto. Ser atacado, nesse contexto, é ter a certeza de estar no rumo certo.

E, felizmente, ainda tem muita, muita gente ciente disso.

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Questão de fé

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Se duvidar, cura também dor de cotovelo, corações partidos e versos de pé quebrado

Tem horas em que a gente, por mais boa vontade que tenha, se cansa dessa tal de espécie humana. Não raramente concluímos que, tirando nós mesmos, nossos parentes e alguns poucos amigos, a humanidade não passa de um punhado de pessoas imprestáveis, pra não dizer francamente desprezíveis. Verdade que a espécie humana está pouco se lixando para a nossa opinião, mas isso não nos impede da falar mal dela (como se dela não fizéssemos parte).

Se duvidar, cura também dor de cotovelo, corações partidos e versos de pé quebrado

Tem horas em que a gente, por mais boa vontade que tenha, se cansa dessa tal de espécie humana. Não raramente concluímos que, tirando nós mesmos, nossos parentes e alguns poucos amigos, a humanidade não passa de um punhado de pessoas imprestáveis, pra não dizer francamente desprezíveis. Verdade que a espécie humana está pouco se lixando para a nossa opinião, mas isso não nos impede da falar mal dela (como se dela não fizéssemos parte).

Apesar disso, de vez em quando constatamos que ainda há neste mundo muitos corações generosos. Gente que nunca ouviu falar em nós e nem desconfia de nossa existência e que, no entanto, vive pensando em nós e por nossa causa morre de preocupação. Por exemplo: há poucos dias recebi uma mensagem de uma dessas almas caridosas (para as quais desde já as portas dos céus se encontram abertas) me oferecendo uma pulseira que cura todas as dores musculares. Ou, pelo menos, todas aquelas que me afligem e muitas outras das quais eu mesmo nem desconfiava que sofria.

São tais as maravilhas da dita pulseira que até pensei em voltar aos meus tempos de atleta, atividade que abandonei há tantos anos, para o bem do meu joelho e do futebol nacional. Pois fui daqueles jogadores que chutam a bola na direção que o nariz aponta, sendo que, no meu caso, frequentemente essa direção era a do gol da minha própria equipe. Em virtude do que, dei muita volta olímpica nos gramados, correndo tanto quanto possível à frente de nossos goalkeepers. Também isso contribuiu para que eu abandonasse a bola em favor das letras, atividade esta em que acabei me revelando tão genial quanto nos campos de futebol.

Contudo, houvesse nos meus tempos de lateral esquerdo a milagrosa pulseira de que ora vos falo, bem outra poderia ter sido a minha história. Porque essa grande contribuição da ciência brasileira aos atletas de todas as modalidades e nacionalidades significa o fim dos sofrimentos físicos que a prática esportiva costuma acarretar. E não só a prática esportiva, mas também as mais comezinhas das ações humanas, tais como subir escada ou correr da polícia. E se o prezado leitor também padece de algum desconforto na região situada entre o dedão do pé e a raiz do cabelo, deve logo se informar sobre o assunto, pois o uso desse maravilhoso invento da ciência brasileira elimina desde torcicolo a unha encravada. Se duvidar, cura também dor de cotovelo, corações partidos e versos de pé quebrado.

Não sejamos tão crédulos quanto aquele soldado americano que, ao voltar ao seu país depois de anos de ausência, encontrou em casa um recém-nascido. Tendo a esposa lhe garantido que engravidara pensando nele enquanto assistia a filmes pornográficos, o bravo guerreiro tanto acreditou que até transmitiu ao bebê o seu próprio nome, acrescido de Júnior. Mas também não sejamos desconfiados demais. A pulseira mágica pode não curar coisa nenhuma, não tendo outra vantagem além de botar dinheiro no bolso do espertalhão que a está vendendo. Mas quantos males e quantas dores não deixaram de existir em doentes que só tomaram placebo ou ouviram do médico de confiança: “Isso não é nada, rapaz!”

O que me lembra da velha história do sujeito que recebeu de um amigo chegado da Terra Santa uma lasca da madeira da Cruz de Cristo, lasca que, por sinal, o dito amigo tinha arrancado naquele mesmo dia de uma árvore do quintal de sua casa. Pois o doente ficou rapidamente curado de várias moléstias, algumas das quais já vinham pesando em suas costas há longos anos. Esse é o episódio que explica e justifica o antigo ditado segundo o qual “mais cura a fé do que o pau da cruz”.

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O Detran continua prestando um desserviço à população e sua privatização é urgente

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Mais uma semana se passou e o Detran-RJ continua prestando um desserviço à população, sem fornecer os serviços básicos para o qual ele existe, tais como transferência de propriedade de veículos, primeiro emplacamento de automotivos zero quilometro, expedição de carteiras de motorista vencidas etc. Talvez o grande problema é que a escolha de seu presidente seja indicação da Assembleia Legislativa do estado, um poder pútrido e que contamina todos os órgãos que ficam sobre a sua jurisdição. Aliás, é por isso que ela, a assembleia, não abre mão dessa prerrogativa.

Mais uma semana se passou e o Detran-RJ continua prestando um desserviço à população, sem fornecer os serviços básicos para o qual ele existe, tais como transferência de propriedade de veículos, primeiro emplacamento de automotivos zero quilometro, expedição de carteiras de motorista vencidas etc. Talvez o grande problema é que a escolha de seu presidente seja indicação da Assembleia Legislativa do estado, um poder pútrido e que contamina todos os órgãos que ficam sobre a sua jurisdição. Aliás, é por isso que ela, a assembleia, não abre mão dessa prerrogativa.

Acho que está mais do que na hora da população do estado fazer um abaixo assinado pedindo a privatização do Detran e de todos os órgãos que dependem de indicação política. Creio que não adianta muito tentar cooptar o Ministério Público estadual, pois seus componentes têm outros assuntos mais sérios a tratar, do que zelar pelo bom desempenho da administração do estado, diga-se de passagem uma obrigação desse MP.

É muito difícil sobreviver num estado onde os direitos da população são jogados no lixo. Esses sujeitos que foram eleitos ou assumiram suas cadeiras à custa da compra de votos, muito comum no regime democrático, esquecem-se dos seus deveres mais básicos que é o de prover qualidade de vida adequada à população. Na maioria das vezes, o que esses senhores fazem é dar prejuízo ao contribuinte que paga impostos para sustentar esse bando de parasitas.

Se o contribuinte tem o adesivo denominado onda livre ou similar, ao vender ou adquirir um carro seja usado ou zero, tem que retirar o adesivo existente em seu para-brisa e colocar um novo, adquirido junto ao fornecedor. Acontece que se o veículo não está emplacado, esse serviço fica inoperante e, se já se é usuário daqueles que cobram uma taxa de manutenção, paga-se duas vezes pela mesma operação, pois passa a ser obrigatório parar nas cabines e pagar o pedágio.

Motorista desse maldito Estado do Rio de Janeiro, mal feito por mal feito, locupletemo-nos todos. Assim, se você vai adquirir um carro zero, contate um despachante em qualquer estado que já esteja funcionando, aqueles em que as “negociações” com o fabricante de placas não está dependendo do famoso pró labore. Com isso, ele vai lhe fornecer um endereço na cidade em questão, aquele que vai constar na nota fiscal do veículo e, enviando tudo pelo correio, você recebe a placa, o DPVAT e o DUT, em uma semana. Os estados mais próximos daqui de Nova Friburgo são o de Minas Gerais e do Espírito Santo. Não posso mais recorrer a esse estratagema, pois já dei entrada na documentação, no Detran-RJ e agora fica impossível desistir, pois o pagamento já foi efetuado. Eu mesmo já fiz isso uma vez e foi tranquilo. Rodei com uma placa do Espírito Santo até o dia que o outro caça níquel do Detran, que era a vistoria obrigatória, fosse extinto.

O transtorno que essa avacalhação nos proporciona é que estamos sujeitos a sermos parados nas várias patrulhas rodoviárias ou blitz que são montadas nas estradas. Mesmo que tenhamos a nota fiscal da compra do veículo, o policial que estiver de plantão pode criar caso, pois na realidade, é uma irregularidade, uma vez que o documento oficial de propriedade do veículo está faltando, assim como a placa de identificação do carro, caminhão ou seja lá o que for. Haja constrangimento. A mesma coisa acontece com quem está com a carteira de motorista vencida.

O Detran, aliás, o seu presidente, esquece que o seu salário é pago pelo contribuinte e, que não é nenhum favor prestar um bom serviço à população, é uma obrigação. Fosse esse maldito órgão uma instituição privada, tenho certeza de que seus serviços seriam de muito melhor qualidade. É urgente uma intervenção federal no Rio de Janeiro e uma privatização urgente dos serviços básicos, excetuando a saúde, a educação e a segurança pública, esses deveres constitucionais do estado. Mas o que esperar de um estado que tem cinco - eu disse cinco - governadores às voltas com a Justiça, além de um presidente da Assembleia Legislativa também sob investigação?

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Voltamos!

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Para pensar:

"Se alguém coloca as paixões à frente dos princípios, mesmo que vença, perderá.”

Sr. Miyagi

Para refletir:

“O poder não corrompe as pessoas. Os estúpidos, contudo, quando alcançam uma posição de poder, corrompem o poder.”

George Bernard Shaw

Voltamos!

Para alegria de uns e tristeza de outros a coluna está de volta, e cheia de assuntos para colocar em dia.

Para pensar:

"Se alguém coloca as paixões à frente dos princípios, mesmo que vença, perderá.”

Sr. Miyagi

Para refletir:

“O poder não corrompe as pessoas. Os estúpidos, contudo, quando alcançam uma posição de poder, corrompem o poder.”

George Bernard Shaw

Voltamos!

Para alegria de uns e tristeza de outros a coluna está de volta, e cheia de assuntos para colocar em dia.

Durante pouco mais de um mês estivemos diretamente envolvidos com a coordenação da sabatina com os 16 candidatos a prefeito, num esforço que consumiu duas páginas diárias de nossas edições e gerou o maior, mais rico e mais acessível registro dos planos de governo à escolha do eleitor ao fim da última semana.

Esperamos que este material seja bem aproveitado pela população, e possa contribuir para que os próximos quatro anos sejam de avanço para nosso município.

Entrelinhas

Evidentemente, todo brasileiro adulto já deve, ou ao menos já deveria, ter a consciência de que a avaliação de discursos eleitorais não deve se dar unicamente em função da qualidade daquilo que se promete, mas também levando em consideração o quão factíveis são tais promessas.

Não apenas diante das possibilidades administrativas disponíveis, mas também considerando o caráter e o histórico dos personagens que integram cada grupo.

Mais do que interpretação de texto, é sobre análise do discurso que estamos falando aqui.

Longe da realidade

Vivemos um momento - e este é um cenário nacional - no qual o eleitorado se tornou em grande parte previsível e suscetível a gatilhos, a atalhos, a teatralizações e populismos.

Em vez de observar se, de fato, a realidade vem melhorando ou não a partir da atuação de quem é eleito, muita gente tem se agarrado à “segurança” de que os mandatários declarem crenças religiosas e valores afins, ou votado com o objetivo de assegurar mais quatro anos de liberdade para ironizar em redes sociais os grupos rivais derrotados, como se estivéssemos falando de uma partida de futebol.

Não é preciso refletir muito para perceber a quem serve este tipo de cenário...

Dilema

É óbvio, por dedução, que os locais onde o eleitor mais busca segurança são, também aqueles mais valorizados e cobiçados por quem quer o voto fácil.

Políticos pilantras navegam pelo espectro ideológico (e religioso) ao sabor das marés, dizem o que o povo quer ouvir (sem importar se acreditam verdadeiramente no que estão dizendo) e jamais assumem prejuízos eleitorais em razão de qualquer ideologia.

E o resultado disso é que o eleitor médio se vê diante de um dilema: os discursos que mais o agradam estão infestados de mentirosos; os discursos mais confiáveis não o agradam.

Teoria e prática

Em teoria, eleições municipais deveriam ser as mais fáceis para se votar, dada a proximidade em relação aos candidatos e as possibilidades de acesso às suas respectivas reputações.

Ocorre, no entanto, que tal proximidade muitas vezes é enganosa.

Quem abraça nas ruas, trata com intimidade e por vezes chama pelo nome, muitas vezes se comporta como crápula na proteção e no isolamento dos gabinetes.

Além disso, não são poucas as pessoas que conhecemos que se prestam ao papel de idolatrar político, emprestando alguma credibilidade a quem, na maioria das vezes, está pagando (com nosso dinheiro) para ser elogiado.

Fala mansa

Naturalmente, para quem cobre política dia após dia é fácil identificar mentiras e riscos.

A gente lê determinada candidatura dizendo que formará uma equipe técnica, e sabe que, nos grupos fechados de WhatsApp, dizem aos candidatos a vereador que suas contas em redes sociais estão sendo “monitoradas”, e que apenas quem estiver suficientemente engajado na campanha fará parte do próximo governo.

Eis o tal “critério técnico”, eis a apropriação da coisa pública.

Mas, mesmo para quem não tem tais referências, ainda é fácil reconhecer um discurso populista, estereotipado e carregado de atalhos.

Basta olhar com a devida atenção.

Momento perigoso

Fato é que o momento é muito, muito perigoso para Nova Friburgo.

Certamente o mais perigoso em nossa história política nas últimas décadas.

A coluna não pode (nem deseja) influenciar o desenrolar da corrida eleitoral, e sabe bem até onde pode e precisa ir.

Não podemos, por exemplo, dar nomes aos bois, mas podemos e precisamos dividir com os leitores que a experiência na cobertura política nos revela ao menos quatro grupos guiados por motivações nada republicanas concorrendo à Prefeitura de Nova Friburgo.

Atenção e serenidade

E o pior é que o jogo entre estes personagens é tão sujo e pesado - não na parte visível da campanha, mas nos porões da prática política - que muitas vezes mesmo uma denúncia feita com o devido respaldo acaba passando do ponto e dando margem a vitimizações e teatralização, rendendo a falsa impressão de que o perigo não existe.

Que ninguém se iluda: o momento demanda maturidade de todos os que colocam o interesse coletivo em primeiro lugar.

Ainda mais nesta semana, na qual certamente muitos golpes serão desferidos abaixo da linha da cintura.

Como identificar

Voltaremos ao assunto nos próximos dias, mas por ora fica uma dica: pessoas que defendem de forma apaixonada determinada candidatura, ou atacam apenas grupos específicos fazendo vista grossa para o que ocorre em outros terreiros, são frutos facilmente reconhecíveis da política viciada, da promessa de cargos, da compra de elogios ou do financiamento de difamadores.

Nesses casos, tanto quem paga quanto quem se vende ficam expostos, e cabe à população dizer se ainda tolera esta casta de párias, ou se já cansou da brincadeira.

Semana quente

Dando mais um indício de que a semana irá ferver - e olha que temos uma sexta-feira 13 pela frente - a segunda-feira, 9, começou com uma operação de busca e apreensão na casa do dr. Luis Fernando, candidato a prefeito pelo Pros, motivada por denúncia anônima de que grande volume de dinheiro estaria sendo guardado para a compra de votos.

Nada que pudesse dar sustentação à denúncia foi encontrado durante a operação, mas a presença de um drone gravando a ação levantou suspeitas seríssimas de que a denúncia teria origem eleitoral, que inclusive já parecia estar bem identificada quando do fechamento desta edição.

De olho

A coluna naturalmente irá aguardar pelos fatos antes de se pronunciar, pois algumas informações de grande importância ainda precisam ser esclarecidas.

Mas aproveita o gancho para chamar atenção da sociedade e das autoridades quanto aos indícios de que podemos ter muita boca de urna no próximo domingo.

Tem “esperto” por aí que inclusive gravou áudio falando justamente sobre isso.

Bom exemplo (1)

Ao longo do tempo em que esteve de recesso, a coluna acumulou algumas histórias bem bacanas para dividir com os leitores.

Uma delas foi protagonizada pelo incansável geógrafo Pedro de Paulo, que no dia 19 de outubro se deparou com uma geladeira absurdamente descartada às margens do Córrego dos Inhames, na Chácara do Paraíso, e não sossegou enquanto não fez algo a respeito.

Bom exemplo (2)

Com o apoio de outros voluntários (a coluna agradece desde já se alguém puder ajudar fornecendo o nome de todos os envolvidos). Pedro retornou ao local no dia 31 do mesmo mês, e, atuando conjuntamente o grupo, retirou a geladeira.

“Também recolhemos outras sucatas e um pouco de plástico. Todo o material reciclável foi encaminhado para reciclagem. Felizmente conseguimos tirar a geladeira do córrego antes que alguma enxurrada a levasse”, comemorou.

Escolher bem

A coluna registra o episódio não apenas a fim de chamar atenção para o absurdo deste tipo de descarte, mas também para dividir com os leitores um bom exemplo do tipo de compromisso público e ambiental que tanta falta nos faz no meio político.

É de gente assim, pró-ativa, abnegada, consciente e comprometida com os interesses coletivos que precisamos na titularidade dos mandatos.

Em tempo: ninguém envolvido neste episódio é candidato.

Ainda assim, ninguém pode dizer que faltam opções para escolher.

Foto da galeria
Bom exemplo (1)
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