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O imbróglio da vacina chinesa

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O que as pessoas que não suportam o presidente brasileiro ainda não entenderam é que ele não é nenhum inconsequente. Quando Bolsonaro fala, o que a princípio pode parecer não ter nexo, mais tarde será comprovado ter algum fundo de verdade. Isso ficou evidente com a questão da quarentena horizontal, ou seja, de toda a população confinada, pois ela até hoje não é unanimidade e muitos cientistas defendem a quarentena vertical, aquela restrita a idosos, crianças e pessoas de risco. O mesmo se aplica à indicação de Kássio Nunes para a vaga de Celso de Melo, no STF.

O que as pessoas que não suportam o presidente brasileiro ainda não entenderam é que ele não é nenhum inconsequente. Quando Bolsonaro fala, o que a princípio pode parecer não ter nexo, mais tarde será comprovado ter algum fundo de verdade. Isso ficou evidente com a questão da quarentena horizontal, ou seja, de toda a população confinada, pois ela até hoje não é unanimidade e muitos cientistas defendem a quarentena vertical, aquela restrita a idosos, crianças e pessoas de risco. O mesmo se aplica à indicação de Kássio Nunes para a vaga de Celso de Melo, no STF. Se fosse um nome não alinhado com o senado, provavelmente seria barrado e o presidente seria ridicularizado pela derrota no senado. Mais um menos um, no quadro atual do STF, não vai fazer muita diferença.

Essa introdução vem a propósito do imbróglio sobre a vacina chinesa. Que o governador engomadinho de São Paulo é candidato à presidência da República nas próximas eleições, ninguém duvida. Daí, que os seus passos são muito mais eleitoreiros do que técnicos ou embasados pelo bom senso. O anúncio da colocação de um poderoso imunizante contra a Covid-19, produzida em seu estado, é um senhor cabo eleitoral.

A vacina chinesa Coronavac, uma dentre as quatro produzidas na China, ainda está na terceira fase de testes, portanto sem o aval da Anvisa, para uso em massa na população brasileira. Por isso é prematuro qualquer posicionamento a respeito. No entanto, existem dúvidas quanto a sua segurança, pois em setembro uma pesquisa com voluntários, na China, mostrou que 5,36% das pessoas que participaram do estudo teste, tiveram efeitos adversos. O próprio Instituto Butantã informou que cerca de 35% dos voluntários sofreu algum tipo de efeito adverso. Como na China, a maior parte se deveu a dores no local da aplicação e a dores de cabeça. Mas, segundo Dimas Covas, presidente do Instituto, há relatos de mialgias, fadiga e calafrios, se bem que abaixo de 5% dos testados.

No caso da vacina da poliomielite, segundo a OMS, a proporção de paralisia em função da vacina é da ordem de um caso para 3,2 milhões de doses. Esse número se reduz de um para 250, no caso de infectados pela doença, os não vacinados. Ou seja, uma margem de segurança bem segura.

De qualquer maneira a vacina depende ainda da avaliação dos testes, o que leva tempo, para ser declarada apta para o uso em humanos e liberada para consumo. Agora, uma doença que apareceu no final de 2019, ainda não totalmente decifrada no que diz respeito à sintomatologia e manifestações, em fase de estudos quanto a um tratamento eficaz e, o porquê de determinadas pessoas expostas ao vírus não contraí-la e outras sim, ainda engatinha na sua total compreensão. Daí querer que uma vacina surja em pouco mais de seis meses de estudos, é querer demais. Acho que ainda temos muito tempo pela frente antes que ela seja anunciada como eficaz e segura para a população mundial.

Ninguém me tira da cabeça que a atual pandemia foi cuidadosamente tramada dentro do “Kremelin” chinês, com o intuito de desestabilizar a economia mundial, principalmente, a do ocidente. E conseguiram. Curiosamente, com o caos mundial instalado, a China já tinha milhares de EPIs e de respiradores para serem vendidos numa proporção nunca antes vista e, pasmem, já tinha estudos, pelo menos quatro, visando à fabricação de uma vacina específica para a nova doença. Estranho, não?

É estranho, também que o The New York Times e o Le Monde não falem nada sobre as vacinas produzidas na China. Mais estranha ainda é essa matéria publicada na folhadapolitica.com: “Para atender a demanda do mercado chinês, a Shenzen Kangtai vai assegurar uma capacidade de produção anual até o final de 2020 de pelo menos 100 milhões de doses do imunizante experimental AZD1222, que a AstraZeneca desenvolveu com pesquisadores da Universidade de Oxford, da Inglaterra. Como parte do contrato, a companhia asiática precisa ter capacidade de produzir, no mínimo, 200 milhões de doses até o fim de 2021”. 

Muita água ainda vai rolar até que se dê início a uma vacinação em massa da população mundial, até que a Anvisa, no Brasil, e seus similares no mundo inteiro, assinem a liberação dessa ou dessas vacinas que possam resultar na erradicação dessa praga do primeiro quarto do século 21. Mas, eu, particularmente, me recuso a tomar uma vacina produzida nas terras de Confúncio. Entre a do Instituto Oswaldo Cruz e a do Butantã, fico com a primeira. Nos dias de hoje qualquer produto “made in Chine” é um risco muito grande.

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O dom esquecido

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Centralizara-se geral atenção em torno de curiosa palestra referente aos dons com que o céu aquinhoa as almas, na Terra, quando o Senhor comentou, paciente:

— Existiu um homem banhado pela graça do merecimento, que recebeu do alto a permissão de abeirar-se do anjo dispensador dos dons divinos que florescem no mundo.

Ante o ministro celeste, o mortal venturoso pediu a bênção da mocidade.

Centralizara-se geral atenção em torno de curiosa palestra referente aos dons com que o céu aquinhoa as almas, na Terra, quando o Senhor comentou, paciente:

— Existiu um homem banhado pela graça do merecimento, que recebeu do alto a permissão de abeirar-se do anjo dispensador dos dons divinos que florescem no mundo.

Ante o ministro celeste, o mortal venturoso pediu a bênção da mocidade.

Recebeu a concessão, mas, e breve, reconheceu que a juventude poderia ser força e beleza, mas também era inexperiência e fragilidade espiritual, e, já desinteressado, voltou ao doador sublime e solicitou-lhe a riqueza.

Conseguiu a abastança e gozou-a, longo tempo; todavia, reparou que a retenção de grandes patrimônios provoca a inveja maligna de muitos. Cansando-se na defesa laboriosa dos próprios bens, procurou o anjo e rogou-lhe a liberdade.

Viu-se realmente livre. No entanto, foi defrontado por cruéis demônios invisíveis, que lhe perturbaram a caminhada, enchendo-lhe a cabeça de inquietude e tentações.

Extenuado, em face do permanente conflito interior em que vivia, retornou ao celeste dispensador e suplicou o poder.

Entrou na posse da nova dádiva e revestiu-se de grande autoridade. Entendeu, porém, mais cedo que esperava, que o mando gera ódio e revolta nos corações preguiçosos e incompreensíveis e, atormentado pelos estiletes ocultos da indisciplina e da discórdia, dirigiu-se ao benfeitor e implorou-lhe a inteligência.

Todavia, na condição de cientista e homem de letras, perdeu o resto de paz que desfrutava. Compreendeu, depressa, que não lhe era possível semear a realidade, de acordo com os seus desejos. Para não ser vítima da reação destruidora dos próprios beneficiados, era compelido a colocar um grão de verdade entre mil flores de fantasia passageira e, longe de acomodar-se à situação, tornou à presença do anjo e pediu-lhe o matrimônio feliz.

Satisfeito em seu novo desígnio, reconfortou-se em milagroso ninho doméstico, estabelecendo graciosa família, mas, um dia, apareceu a morte e roubou-lhe a companheira.

Angustiado pela viuvez, procurou o ministro do eterno e afirmando que se equivocara, mais uma vez, suplicou-lhe a graça da saúde.

Recebeu a concessão. Entretanto, logo que se escoaram alguns anos, surgiu a velhice e desfigurou-lhe o corpo, desgastando-o e enrugando-o sem compaixão.

Atormentado e incapaz agora de ausentar-se de casa, o anjo amigo veio ao encontro dele e, abraçando-o, paternal, indagou que novo dom pretendia do alto.

O infeliz declarou-se em falência.

Que mais poderia pleitear?

Foi então que o glorioso mensageiro lhe explicou que ele, o candidato à felicidade, se esquecera do maior de todos os dons que pode sustentar um homem no mundo, o dom da coragem que produz entusiasmo e bom ânimo para o serviço indispensável de cada dia...

Jesus interrompeu-se por alguns minutos; depois, sorrindo ante a pequena assembléia, rematou:

— Formosa é a mocidade, agradável é a fortuna, admirável é a liberdade, brilhante é o poder, respeitável é a inteligência, santo é o casamento venturoso, bendita é a saúde da carne, mas se o homem não possui Coragem para sobrepor-se aos bens e males da vida humana, a fim de aprender a consolidar-se no caminho para Deus, de pouca utilidade são os dons temporários na experiência transitória.

E tomando ao colo um dos meninos presentes, indicou-lhe o firmamento estrelado, como a dizer que somente no alto a felicidade perene das criaturas encontraria a verdadeira pátria.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 63 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

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Do vinho aos efeitos da pandemia, A VOZ DA SERRA sempre traz reflexões!

terça-feira, 27 de outubro de 2020

O Caderno Z do último fim de semana destacou o Dia do Enólogo, celebrado em 22 de outubro. Para quem não sabe, esse é o profissional que atua nos processos de elaboração do vinho até a venda da bebida. Numa “explicação literal”, é quem tem “profundos conhecimentos em vinhos”. Pode parecer coisa da modernidade, mas a primeira escola voltada aos estudos da viticultura e da enologia surgiu na Itália em 1876.

O Caderno Z do último fim de semana destacou o Dia do Enólogo, celebrado em 22 de outubro. Para quem não sabe, esse é o profissional que atua nos processos de elaboração do vinho até a venda da bebida. Numa “explicação literal”, é quem tem “profundos conhecimentos em vinhos”. Pode parecer coisa da modernidade, mas a primeira escola voltada aos estudos da viticultura e da enologia surgiu na Itália em 1876. No Brasil, a profissão foi regulamentada em 2007 e dentre os pioneiros está o professor Splendor, participante do desenvolvimento da produção de vinhos na Serra Gaúcha, dando até hoje uma “nova visão sobre a produção das uvas Isabel, no sul do país”. Há muitos nomes a destacar como Adriano Miolo, Gregório Salton, Monica Rossetti e André Larentis, todos reconhecidos e premiados.

Aparece também, na cultura do vinho, o sommelier que é o profissional que trabalha em restaurantes, bares e lojas especializadas e elabora “a carta de vinhos”. O “enochato” é a pessoa que possui conhecimentos profundos sobre vinhos e tem uma postura de reverência para a bebida, sabendo interpretar sua forma técnica, às vezes de compreensão complicada para muitos. Diferenciar amantes do vinho de seus profissionais não parece ser tarefa muito fácil, pois havendo oportunidade, aquele que ama a bebida acaba se tornando entendido no assunto. A relação com o vinho é aquele enlace perfeito: na alegria e na tristeza, na dor e na felicidade, sempre vai bem uma taça de vinho. E para brindar a querida Beth do Licínio, aniversariante do dia 25, nada mais oportuno do que uma boa taça de vinho. “Tim, Tim”, querida amiga de todos nós!

Com as dificuldades da crise da pandemia, é preciso estar atento aos apelos de falsas mensagens oferecendo facilidades para a obtenção de uma grana extra. A exemplo, viralizou no WhatsApp um abono de R$ 800 para o Natal. Que ninguém caia nessa armadilha, porque a oferta é falsa e pode até travar computadores e celulares. O “efeito corona” afeta todo mundo e o setor industrial acredita que a situação só poderá melhorar em 2021. Já é um sinal de luz para clarear e estimular as nossas perspectivas.

Em “Há 50 anos”, a inauguração do viaduto foi marcada para a semana das eleições, o que rendeu péssima crítica: “O poder do dinheiro não mudará a face do problema – Uma enorme papagaiada...”. O fato não agradou, até porque fora programada uma grande festa e no dizer da matéria: “inaugurar obras públicas, não é transformar solenidades em comício político”. Na mesma edição, era sugerido o nome de Américo Ventura Filho, então, diretor de A VOZ DA SERRA, para o cargo de vice-prefeito, “porque não sabendo prometer, sabe, entretanto, realizar”. Bons tempos, que beleza!

O Carnaval 2021 ainda está sob uma nuvem de interrogações: “Vai ter desfile?”. Mesmo com duas escolas já anunciando que não vão se apresentar, a Liga Independente das Escolas de Samba e Blocos de Enredo de Nova Friburgo pretende esperar o resultado das eleições para, só depois de acertos com os eleitos, tomar um posicionamento.

A ambientalista Letícia Lima aponta em suas análises que “as mulheres são as mais infectadas pelo coronavírus e explica que essa vulnerabilidade se dá em virtude de várias formas de opressão sobrepostas”. Letícia observa ainda que a mão de obra feminina é a grande propulsora da indústria de moda intima e que os ambientes de trabalho onde estão instaladas costumam ser “precários” em termos de ventilação, principalmente. Então, se as condições são “precárias”, carecem de vigilância rigorosa pelas autoridades. A entrevista da ambientalista merece mais atenção, por certo!

Enquanto  isso, os salões de beleza voltaram a abrir as portas porque a bandeira verde liberou esses e outros estabelecimentos. Afinal, quem vai querer chegar ao fim do ano sem uma produção? Festas, réveillon, clubes, piscinas, tudo voltando ao normal, “com protocolo a tiracolo”! Em breve, eleições e ninguém tenha medo de sair de casa, viu! Logo após a votação vem a Black Friday. Depois, as compras de Natal, a roupa nova do ano novo, as nozes, o tender. Ninguém mais no prejuízo, a não ser as vítimas e seus familiares.

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Vivas ao Lucas

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Na tarde do último sábado, 24, as alegrias rolaram a valer com as comemorações reservadas em família com o tema Minecraft, do 7° aniversário do galãzinho Lucas de Almeida Salgueiro Ferreira. Aí na foto ele aparece com a irmã Manuella.

Por conta do seu aniversário, desejamos os parabéns ao Lucas, com congratulações extensivas também aos seus pais, Pâmela de Almeida Miranda e Marcos Salgueiro Ferreira e demais familiares.

Mais um ano de vida

Na tarde do último sábado, 24, as alegrias rolaram a valer com as comemorações reservadas em família com o tema Minecraft, do 7° aniversário do galãzinho Lucas de Almeida Salgueiro Ferreira. Aí na foto ele aparece com a irmã Manuella.

Por conta do seu aniversário, desejamos os parabéns ao Lucas, com congratulações extensivas também aos seus pais, Pâmela de Almeida Miranda e Marcos Salgueiro Ferreira e demais familiares.

Mais um ano de vida

Enviamos renovados abraços de congratulações ao industrial Carlos Eduardo Godoy Veiga, diretor da metalúrgica União Mundial que nesta segunda-feira, 26, completou mais um aniversário para satisfação também toda especial de familiares e grande legião de amigos.

Aniversário em Portugal

Na última quinta-feira, 22, quem recebeu muitos cumprimentos e felicitações por completar 61 anos foi o querido amigo, o médico, escritor, botafoguense e mangueirense dr. André Luiz Castilho Freire que marcou época em nossa cidade e há anos, encontra-se radicado na cidade de Lamego em Portugal.

Ao aniversariante, estimado amigo deste colunista e sobretudo de Nova Friburgo também, que na foto é visto junto do filho, meu xará Luiz Antonio, e a esposa Tereza, nossos renovados parabéns com votos de mais e mais felicidades.

Está chegando a hora!

Estamos em contagem regressiva com menos de 20 dias faltando para as eleições que definirão os novos vereadores e prefeito daqui e de todas as cidades pelo Brasil afora.

Tempo também para decepções de muitos, alegrias dos eleitos e sofrimentos para muitos que vão descobrir que pior do que não é ser eleito, é não ser reeleito.

Nilsinho com 70 anos

Amanhã, 28, o dia será do querido José Nilson da Silva, o Nilsinho, completar 70 anos.

Para o grande Nilsinho, na foto em companhia esposa Suely e com alguns de seus filhos, Daniella, Vinícius e Juliana, nossos parabéns com votos de muita saúde, paz, alegrias e todas as felicidades que ele bem merece.

Força para o Carlos Augusto

O querido amigo Carlos Augusto Samico Freire, figura bastante conhecida e admirada por muita gente em Nova Friburgo, inclusive da época em que atuou como servidor do INSS, está vivendo dias de difíceis e de muita dor, pois, faleceu na madrugada do último domingo, 25, sua querida esposa e grande companheira de vida, Ângela da Penha Samico Freire. Tamanha perda ocorreu justamente na semana que o Carlos Augusto completa 81 anos, na próxima sexta-feira, 30.

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Mensagem dos bispos do Estado do Rio de Janeiro para estas eleições

terça-feira, 27 de outubro de 2020

A proximidade das eleições municipais 2020 e o cenário atual de pandemia no Brasil são um convite para que os fiéis católicos e todas as pessoas de boa vontade façam uma reflexão madura sobre o exercício consciente da sua responsabilidade cristã e cidadã na construção do bem comum.

Como pastores do povo que nos foi confiado por Jesus Cristo, nós, os arcebispos e bispos católicos do Estado do Rio de Janeiro, Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desejamos oferecer alguns elementos para esta reflexão.

A proximidade das eleições municipais 2020 e o cenário atual de pandemia no Brasil são um convite para que os fiéis católicos e todas as pessoas de boa vontade façam uma reflexão madura sobre o exercício consciente da sua responsabilidade cristã e cidadã na construção do bem comum.

Como pastores do povo que nos foi confiado por Jesus Cristo, nós, os arcebispos e bispos católicos do Estado do Rio de Janeiro, Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desejamos oferecer alguns elementos para esta reflexão.

Inspira-nos a imagem bíblica do bom samaritano (Lc 10) que, superando a indiferença diante da dor alheia e estendendo a mão para ajudar, faz da caridade a força que devolve a esperança. A Doutrina Social da Igreja ensina que “a política é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 205).

Um olhar samaritano ao atual momento histórico, faz-nos perceber a sua gravidade e não pode nos deixar indiferentes. A pandemia do coronavirus acelerou processos de crises morais, socioeconômicas, políticas e culturais já existentes. Por outro lado, despertou também a consciência solidária de que estamos todos juntos, “no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar” (Papa Francisco, 27 de março de 2020). A solidariedade faz surgir esperança onde a insegurança das respostas oferece medo.

Este contexto exige atitudes políticas novas, capazes de repensar o serviço à cidade com modalidades mais eficientes, priorizando políticas públicas que defendam a vida na sua totalidade (família, saúde, educação, moradia, segurança, ambiente, etc.). A capacidade de estabelecer diálogo, a superação das polarizações, a união das diversas forças e o combate à corrupção fazem parte de atitudes políticas urgentes e que candidatos e eleitores devem considerar.

A Igreja Católica não faz política partidária, não tem candidatos, mas considera como parte de sua missão orientar as consciências à luz da coerência com os valores que tornam uma sociedade mais humana. Como cristãos e cidadãos temos o compromisso e a responsabilidade de cooperar para o bem de toda a sociedade. O voto consciente é um instrumento importante para mudanças políticas e sociais significativas.

Procure informar-se, através de fontes seguras, sobre o candidato em que você pretende votar e se suas propostas correspondem à realidade. Considere o seu compromisso com os reais interesses da cidade, especialmente para com os mais pobres e vulneráveis. Não vote em quem troca votos por favores, nem em candidatos condenados pela Justiça por atos de improbidade administrativa. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste caso, o instrumento iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha suja.

Lembremo-nos de que as eleições municipais têm relevância particular, pois vivemos na cidade e nela são aplicadas as políticas públicas que têm mais impacto no contexto do bem comum. A escolha dos prefeitos e vereadores pode ser determinante para processos de superação de desigualdade social e melhor qualidade de vida para todos.

Não se esqueça de que o compromisso com a vida social se exerce de forma privilegiada na hora de votar. Valorize o seu voto! Para um melhor exercício da cidadania na sociedade democrática é conveniente que nossa atuação se prolongue após as eleições, no acompanhamento dos eleitos, através dos instrumentos que já existem para isso, e que é preciso conhecê-los. O intuito é não só o de fiscalizar, mas também de colaborar positivamente no desenvolvimento das necessárias políticas públicas que garantam os direitos do cidadão.

A política democrática não é luta pela defesa de interesses particulares nem ideológicos, mas serviço e promoção do bem comum, incentivo do desenvolvimento pessoal e solidário das pessoas e dos povos, promoção da justiça e defesa da liberdade.

O conhecimento e aprofundamento da Doutrina Social da Igreja neste tempo poderá fomentar a participação mais consciente e eficaz dos leigos na vida pública.

Que Deus abençoe e ilumine a todos, eleitores e candidatos, nas eleições municipais deste ano, para o bem do povo!

Dom José Francisco Rezende Dias - arcebispo metropolitano de Niterói e presidente do Regional Leste 1 – CNBB; Dom Gilson Andrade da Silva, bispo de Nova Iguaçu e vice-presidente do Regional Leste 1 – CNBB e Dom Tarcisio Nascentes dos Santos , bispo de Duque de Caxias e secretário do Regional Leste 1 – CNBB. Esta coluna é publicada às terças-feiras. 

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Que falta o abraço e o beijo estão nos fazendo!

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Estou escrevendo esta coluna na quarta-feira, 21 de outubro, motivada pelo
cronista friburguense Zuenir Ventura. Geralmente, escrevo-a nos finais de semana,
pois criei o hábito de pensar no tema que vou abordar e do modo como vou fazê-lo
durante os dias de branco. Como a literatura nos toca de diferentes formas, um bom
cronista sabe como fazê-lo com veemência.
Hoje, ao ler sua coluna no jornal O Globo, intitulada Carência de Afeto, senti sua
dor por não abraçar seus netos e tantas outras pessoas guardadas em seu afeto. Sua

Estou escrevendo esta coluna na quarta-feira, 21 de outubro, motivada pelo
cronista friburguense Zuenir Ventura. Geralmente, escrevo-a nos finais de semana,
pois criei o hábito de pensar no tema que vou abordar e do modo como vou fazê-lo
durante os dias de branco. Como a literatura nos toca de diferentes formas, um bom
cronista sabe como fazê-lo com veemência.
Hoje, ao ler sua coluna no jornal O Globo, intitulada Carência de Afeto, senti sua
dor por não abraçar seus netos e tantas outras pessoas guardadas em seu afeto. Sua
crônica me remeteu a de Martha Medeiros, Dentro de um Abraço, publicada em maio
de 2012, nesse mesmo jornal, quando afirmou que o melhor lugar do mundo para se
morar é dentro de um abraço.
O afeto é o sol que aquece e ilumina a vida. Tem que ser sentido e vivenciado.
Entretanto, neste momento pandêmico, estamos privados de externá-lo através do
beijo e do abraço, as mais genuínas expressões da afetividade. Hoje, estão sendo
substituídos pelos acenos, toque de cotovelos e de punhos. Não se pode mais abrir os
braços e acolher quem gostamos no peito para trocar energias afetivas. Ah, não se
abraça amigos faz tempo! Sorte que o brasileiro é criativo e, rapidamente, aprendeu a
deslocar o afeto para gestos distantes.
O Beijar, o abraçar, até o modo de olhar são reparadores dos males que nos
adoecem. Na energia do amor, as pessoas se engrandecem e tornam-se poderosas
para conquistar seus destinos. A cada dia, buscamos diferentes formas para substituir
a aproximação dos corpos que tanto nos aquece a alma.
A vida começa no amor. Seja no sexo, seja na gestação. É preciso amar ao
extremo um filho para gestá-lo, carregá-lo no ventre ao longo de nove meses, para
fazê-lo pessoa ao longo de muitos anos. O amor tem concretude; não é abstrato. É
significado através de atos, atitudes. Os cães expressam com maestria seus afetos e
nos ensinam que só é preciso sentir o gostar para expressar o querer bem.

Noutro dia, beijei minha mãe com um passeio de carro. Como ela gostou, apesar
das máscaras, álcool e janelas abertas, e sentiu-se por mim beijada e abraçada. Ofereci
um lanche especial à minha filha, regado a vinho, conversas e risos. O gostar tem a
suavidade da borboleta que pousa sobre a mata para se aquecer ao sol.
Nesta crônica, Zuenir também se referiu à pesquisa de Anselmo Góes que
constatou: o que as pessoas mais sentem falta nestes tempos é do abraço. Somos
seres de relações. A proximidade traz segurança, esperança e alegria.
Espero que esta pandemia faça o planeta expandir e aprimorar os sentimentos
humanos. O Corona Vírus nos mostrou que não somos coisificados e que temos sangue
quente correndo nas veias. Que bom!

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Inauguração do viaduto de Friburgo é marcada para a semana da eleição

sábado, 24 de outubro de 2020

Edição de 24 e 25 de outubro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

Edição de 24 e 25 de outubro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

  • O poder do dinheiro não mudará a face do problema - Uma enorme “papagaiada” assinalará a inauguração do viaduto da Rua Mac-Niven, estranhamente marcada para a semana que antecede a eleição. A notícia foi concluída com a informação de que a promoção publicitária foi contratada por muitos milhões, com uma empresa especializada e constará a presença de escolas de samba, bandas musicais, permanência no ar durante uma hora de aviões e helicópteros lançando folhetos e fazendo evoluções, enfim uma orgia de gastos, com evidentes intuitos eleitoreiros, contrariando inclusive, a própria orientação seguida pelo governador do Rio Geremias de Mattos Fontes. Inaugurar obras públicas, não é transformar solenidade em comício político. Estamos informados que as autoridades, inclusive federais e a justiça serão alertadas para o fato, que se acontecer, será filmado, com detalhes captados para servir de instrução a processos que deverão ser instaurados, guardado-se o “corpo de delito” comprovador da dita fórmula de corrupção.
  • Uma imprensa que não se intimida - O presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) James Copley, ao inaugurar a 26ª assembleia anual da associação, um apelo à imprensa do hemisfério para que desperte seus governos da apatia, que tem permitido o desacato à lei e a ordem e ameaça de destruir os princípios constitucionais que sempre nortearam nações soberanas. Copley denunciou o governo do general Torres, na Bolívia por não haver impedido que “grupos subversivos” se apoderassem de três jornais e citou o exemplo da Argentina, onde a imprensa não se intimidou com as medidas de fechamento determinadas por Ongania.
  • Celso Peçanha Filho - Em magistral discurso, Celso Peçanha Filho se despediu da Assembleia e da vida pública fluminense, na qual um sadio idealismo deixou patenteados, elevado sentimento patriótico e notável capacidade de ação. Filho do grande governador do Estado do Rio, Celso Peçanha, e descendente do imortal Nilo Peçanha, Celso Peçanha Filho deixa a política aureolado por atos e gestos que realmente marcam uma personalidade de destaque na história da Velha Província.
  • Apoio à candidatura de Álvaro de Almeida - A caravana que percorre os quatro cantos da cidade e os mais distantes rincões das zonas distritais de Friburgo em propaganda da candidatura do industrial Álvaro de Almeida para prefeito vem recebendo o mais carinhoso tratamento e as mais exuberantes demonstrações de solidariedade e apoio político.

Pílulas

  • A caravana emedebista que visitou o distrito de Riograndina chefiada pelo seu presidente e candidato a prefeito, o deputado estadual Álvaro de Almeida, recebeu as mais consagradoras demonstrações de carinho e solidariedade política. Além da inauguração do posto eleitoral “Osvaldo Lehrer”, prestimoso e prestigiado líder do 2° distrito e representante daquele povo no Legislativo friburguense, teve lugar à noite, um animado comício. 
  • Quem continua a dizer que o povo está sem motivação para as eleições, incorre em erro fundamental. Existe ânsia de votar, desejo de praticar democracia e sobretudo “muita raiva” pelas restrições que aí estão, pelo constante e abusivo custo de vida, pela “dureza”, enfim, resultante dos salários, da impossibilidade quase total dos pobres galgarem os cursos superiores e uma série imensa de motivos para desespero das classes que percebem o salário mínimo ou pouco mais que ele.
  • Está chegando a hora das definições. Quem se isolou do povo e agora busca-o desesperadamente, vai ter a devida resposta em 15 de novembro. É de achar graça, certos atos e atitudes de manjados “gajos” que nas vésperas de eleições mentem-se a pregoeiros da verdade e das boas causas, com a tola e ridícula mania de pensar que podem doutrinar ou que suas baboseiras algo significam ou influem junto ao eleitorado. 
  • A campanha eleitoral feita através da rádio local, em programa gratuito e consoante a legislação vem obedecendo a níveis louváveis de respeito aos candidatos, seus partidos, ideais e ideias. Pena que umas poucas exceções venham tisnado o respeito mútuo que deve e precisa imperar, e, que em tese tem imperado.  

Sociais

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Dagmar Marins da Silva (20); Mariléia Torres Costa, Henrique Milward de Azevedo e Diva Thurler Mezzavilla Teixeira (24); Trajano de Almeida Filho (25); Abilio de Souza Gomes (26); Leoncio Amado Machado, Ruth Braga de Mello, Florita Fernandes Cima, Agenor Jardim Fernandes e Maria de Lourdes Coelho Azevedo (27); Maria Corrêa de Souza e Feliciano Benedicto da Costa (28); Cláudio Veiga do Valle, Hélio Moreira da Costa, Acyrema Vassalo de Azevedo, Maria de Lourdes Vale de Araújo Barros e Márcia Haiut (29); Julieta Pólo, Sada Assad Kattar e Moacyr Erthal do Espírito Santo (30); Maria Cristina Azevedo e Aurora Serpa Duarte de Lemos (31).

 

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    Edição de 24 e 25 de outubro de 1970

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    Nesta edição, o jornalista Juvenal Marques escreveu artigo sugerindo o então diretor (hoje patrono) de A VOZ DA SERRA, Américo Ventura Filho, para o cargo de vice-prefeito de Nova Friburgo na chapa encabeçada pelo ex-deputado Álvaro de Almeida

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Crescer dói

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Se foram avisados que crescer dói, eu não sei. Mas está aí uma verdade. Dói e por vezes não é pouco. Não custa avisar, quem sabe animam-se em se prepararem.

Se foram avisados que crescer dói, eu não sei. Mas está aí uma verdade. Dói e por vezes não é pouco. Não custa avisar, quem sabe animam-se em se prepararem.

 Ilude-se aquele que pensa que conquistas substanciais são frutos de um nada na imensidão do universo. Pode até ser que muitos logrem êxitos sem tanto esforço. Que virem gente grande sem enfrentar as metamorfoses, as dores e as delícias de cada fase da vida. Que entendem os valores reais das coisas certas para suas vidas da forma mais simples. Pode ser. Mas creio que grandes descobertas da existência sejam regadas de algumas frustrações, renúncias, perdas. Afinal, não podemos supor que aprenderemos tudo de que necessitamos sem mensurarmos dores, sem superação e aprendizado.

Crescer dói e não é pouco. Em muitos sentidos. Mas é plenamente possível que aprendamos a ressignificar tais processos e tê-los como aliados necessários sem os quais passaríamos a vida sem experienciarmos as transformações bem vindas.

Creio que a maioria das conquistas foram precedidas de muito suor e persistência. Conquistas existenciais, mentais, fraternas, profissionais, pessoais, materiais, espirituais e de quaisquer outras ordens. Como se diz, “não existe almoço grátis”, “as coisas não caem do céu”, “não adianta ficar aí, parado.” Verdade. Não mesmo.

 Fato é que não devemos viver de comparações. Nem tampouco centrados naquilo que parece não dar certo. Se estamos aqui, vivos e com saúde para filosofarmos um pouco sobre as mazelas e as maravilhas do existir, já somos privilegiados.

Querendo ou não, há de se ter em mente que os dias cinzas virão. E passarão. O mundo não para se estamos tristes. Dia e noite continuam se revezando no espetáculo da vida. Somos nós que temos e perdemos a capacidade de apreciarmos o show.

Realmente todas as fases da vida em alguma medida fazem jus à essa roupagem de ciclos de que se vestem. Não há como negar. Algumas fases mais parecem lições, há diálogos que parecem aulas, trocas regadas de aprendizados. Conversas em dias cinzas têm seu poder, é verdade. Dia desses falávamos sobre o tempo, sobre cronologia e necessidade de percebermos que as fases, boas ou ruins, passam, e que a maturidade aos poucos nos acalma à medida em que acalenta a afobação de termos nossos problemas resolvidos “para ontem”, como num passe de mágica que não existe.

Na verdade, seria um tanto interessante assimilarmos que até mesmo a paisagem lá fora é relativa ao nosso sentir, tem a ver com a nossa forma de enxergar o dia, ainda que o tempo esteja chuvoso ou ensolarado para todos e os relógios avancem na mesma cadência para todo mundo. E nessa toada, fica uma sugestão: observe um bambuzal. Fixe seu olhar em um bambu e perceba que seu crescimento um tanto interessante, retilíneo, alto e belo só é possível pelos nós que compõem sua trajetória para o alto. Não há bambu sem seus nós. E sim também somos nós! Avante.

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50 semanas de dicas de economia

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Prestes a completarmos o primeiro ano desta coluna, me pego refletindo sobre as possibilidade de impactar positivamente a vida de cada leitor; que semana após semana fica mais rico. Rico em conhecimento, pois esta coluna é cheia de conteúdos. Não são apenas um monte de palavras, textos são conhecimentos que libertam. Esse é meu propósito aqui: libertar – a partir do conhecimento financeiro – todos aqueles que se tornaram reféns do próprio dinheiro. Enriquecer a vida de quem busca, para esta, o equilíbrio dentro de um contexto tão brutal.

Prestes a completarmos o primeiro ano desta coluna, me pego refletindo sobre as possibilidade de impactar positivamente a vida de cada leitor; que semana após semana fica mais rico. Rico em conhecimento, pois esta coluna é cheia de conteúdos. Não são apenas um monte de palavras, textos são conhecimentos que libertam. Esse é meu propósito aqui: libertar – a partir do conhecimento financeiro – todos aqueles que se tornaram reféns do próprio dinheiro. Enriquecer a vida de quem busca, para esta, o equilíbrio dentro de um contexto tão brutal.

A propósito? Será “brutal” a palavra certa para descrever meus pensamentos? Talvez. Afinal, estamos inseridos num sistema que costuma cobrar caro por pequenos erros – erros provindos do não conhecimento; da falta de informação. Um cartão de crédito não pode desestruturar a relação familiar. Emergências não podem se tornar ainda mais graves ao serem financiadas pelo cheque especial.

O sistema financeiro é claramente dividido por um muro entre os que pagam e os que recebem juros; um muro cujos alicerces são erguidos sobre a ignorância financeira. A propósito, se todos lidamos com o dinheiro, por que ninguém nos ensina a estabelecer uma relação saudável com ele? Essa pergunta eu jogo ao ar para que encontre a resposta de sua própria intuição.

O fato é que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) levantou em sua Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) um total de 67,4% de famílias brasileiras que se declararam endividadas no mês de julho deste ano. Não há plano econômico que solucione a necessidade imediata da educação financeira no país. Precisamos rever hábitos de consumo, educar os jovens e criar um futuro com consciência financeira. Precisamos nos pagar antes de pagar aos outros; isso é poupar.

Como exercício, imagine o desenrolar do futuro de um jovem adulto dedicado a poupar parte dos ganhos desde seu primeiro salário. Emergências serão financeiramente solucionadas, crédito vai ser para a realização de sonhos bem definidos; o caixa acumulado possibilitará investimentos e o aproveitamento e boas oportunidades; o tempo presente será equilibrado; e a futura aposentadoria tornar-se-á digna.

Tenho uma missão, e todos vocês fazem parte disso. Obrigado!

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Retalhos da vida de João Baptista da Silva

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Há algumas semanas atrás li o livro “João Baptista da Silva. Sua vida, sua história”. Organizado por seus filhos trata-se na realidade de uma autobiografia já que o saudoso João Baptista deixou muitos relatos escritos nos quais os autores se valeram fazendo poucas intervenções. Casado com Adília Gomes teve quatro filhos Lúcio Flavo, Renato Henrique, Maria Inês e José Antônio Gomes da Silva, se empenhando com sacrifício para que todos tivessem curso superior.

Há algumas semanas atrás li o livro “João Baptista da Silva. Sua vida, sua história”. Organizado por seus filhos trata-se na realidade de uma autobiografia já que o saudoso João Baptista deixou muitos relatos escritos nos quais os autores se valeram fazendo poucas intervenções. Casado com Adília Gomes teve quatro filhos Lúcio Flavo, Renato Henrique, Maria Inês e José Antônio Gomes da Silva, se empenhando com sacrifício para que todos tivessem curso superior.

Nascido em Nova Friburgo em 19 de setembro de 1919 era o caçula de sete irmãos. Era neto de uma escrava, Esperança de Jesus, cuja origem se orgulhava e gostava de destacar. Segundo o jornalista Nelson Kemp “era uma baiana prendada. A melhor doceira que Friburgo conheceu”. Toda a sua formação educacional foi feita com muito esforço em razão de sua condição financeira alcançando a graduação em Direito, cujo bacharelado concluiu com quase 60 anos de idade. João Baptista era conhecido como JB e escreveu durante muitos anos a coluna “Retalhos” aqui em A VOZ DA SERRA e produziu e apresentou dois programas de rádio “Ondas Verdejantes” e “Esperança no Ar”.

Em razão de seu talento como artilheiro foi admitido na Fábrica Rendas Arp. Era muito comum à época as indústrias cooptarem bons jogadores de futebol para reforçar o seu time nos jogos dos industriários. João Baptista trabalhou na Rendas Arp no período de 1941 a 1970. No ano de 1952, disputou a primeira eleição para vereador. Porém, um homicídio ocorrido em seu local de trabalho prejudicou a sua candidatura.

Este homicídio relatei em artigo na semana passada nesta coluna pois teve grande impacto no município dividindo opiniões entre a população friburguense. Em novembro de 1952, o operário José Alves Pinheiro em legítima defesa feriu com uma faca o gerente da fábrica Rendas Arp, Henrique Frederico Fernando Witte, que faleceu quase um mês depois desse incidente. Neste conflito, antes de sua ação o operário buscara a intermediação de João Baptista já que ele era muito respeitado pelos funcionários da fábrica e trabalhava no mesmo setor que a vítima. Baptista intercedeu mas não obteve sucesso e em sua autobiografia, quando se refere sobre esse acontecimento, parece indicar a “deflagração de uma luta de classe”. Sugere que o operário José Alves Pinheiro estaria contaminado por um determinado movimento político que implantara a “semente do ódio” nos indivíduos, envenenado lhes a alma.

Passado esse episódio no ano de 1958 João Baptista elegeu-se vereador pelo Partido Trabalhista Nacional sendo reeleito para dois outros mandatos como vereador. Em 1962 foi eleito pelo Partido Social Democrático e no ano de 1966 pelo Movimento Democrático Brasileiro, recebendo a maior votação dada a um vereador. Participou de inúmeras associações recreativas, sociais e culturais no município que faz questão de destacar em sua biografia.

Entre os anos 50 e 70 do século passado era difícil imaginar uma instituição em Nova Friburgo no qual não fizesse parte. Para ficar em apenas alguns exemplos, João Baptista foi presidente do Recreio dos Empregados da Fábrica de Rendas Arp, presidente dos clubes de Malha de Nova Friburgo, vice-presidente da Sociedade União Humanitária dos Operários, conselheiro do Esperança Futebol Clube, membro do Conselho Deliberativo da Santa Casa e igualmente das duas sociedades musicais Euterpe e Campesina.

Baptista amava o seu torrão natal e podemos perceber isso quando escreveu “O segredo enigmático de querer sempre retornar à cidade de Nova Friburgo é que o criador houve por bem, entre os píncaros de elevados montes, num país maravilhoso, de permitir a existência de um paraíso em miniatura, onde os homens pudessem antegozar as delícias do éden celestial”.

Considerado um excelente orador fez o discurso na inauguração do obelisco em homenagem aos expedicionários do município de Nova Friburgo, na Praça do Suspiro. Gosto muito de destacar outro episódio importante de que foi partícipe. Foi secretário da Comissão de Repulsa à proposta de um grupo de áulicos getulistas que objetivavam a mudança do nome de Nova Friburgo, para Amaral Peixoto para homenagear ao genro do presidente Getúlio Vargas. Não fosse a sua intervenção estaríamos hoje dizendo que somos peixotenses ao invés de friburguenses.

O livro traz depoimentos de pessoas que conviveram com João Baptista, como o de José Carlos Schuenck que disse ser ele um exímio prosador. De fato escrever poemas, poesias, acrósticos e trovas foi uma de suas paixões e no livro podemos conhecer parte de sua obra. Uma parte interessante de sua biografia foi o discurso que fez em 1964 em homenagem ao embaixador da Alemanha. Ele nos brinda com um histórico sobre os industriais e técnicos alemães que instalaram as indústrias têxteis em Nova Friburgo na segunda década do século 20.

Falecido em 2 de agosto de 1988, a autobiografia de João Baptista da Silva nos lega o registro de um homem de seu tempo cuja trajetória orgulha muito os seus filhos e netos e nos presenteia com importantes eventos do passado da vida cotidiana de Nova Friburgo.  

  • Foto da galeria

    João Baptista da Silva na tribuna da Câmara Municipal

  • Foto da galeria

    João Baptista foi vereador em três mandatos

  • Foto da galeria

    O livro é uma autobiografia organizada por seus filhos

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