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Eles vivem

quarta-feira, 04 de novembro de 2020

Ante os que partiram, precedendo-te na grande mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração.

Eles não morreram. Estão vivos.

Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo.

Inquietam-se com a tua rendição aos desafios da angústia, quando te afastas da confiança em Deus.

Eles sabem igualmente quanto dói a separação.

Ante os que partiram, precedendo-te na grande mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração.

Eles não morreram. Estão vivos.

Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo.

Inquietam-se com a tua rendição aos desafios da angústia, quando te afastas da confiança em Deus.

Eles sabem igualmente quanto dói a separação.

Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiam responder às interpelações que articulaste no auge da amargura.

Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.

Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transformam em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateias a lousa ou lhes enfeita a memória perguntando porque… Pensa neles com saudade convertida em oração.

As tuas preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas da vida.

Quanto puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir.

Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendem no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária.

Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no mais além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material… Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim ao encontro de novo despertar.

Espírito Emmanuel; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 63 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
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Do Dia das Bruxas ao halloween de cada dia, A VOZ DA SERRA é mágico!

quarta-feira, 04 de novembro de 2020

O Caderno Z do último fim de semana acertou no tema para festejar o Halloween em 31 de outubro. A comemoração, prejudicada pela pandemia, não perdeu o seu valor e a leitura do caderno, a meu ver, é uma celebração sustentável e, certamente, caiu no gosto dos adeptos do Dia das Bruxas. Muito além das abóboras, das caveiras e dos agouros do gato preto, os festejos agora pedem uma boa maquiagem artística e Luna Zbinden, especialista no assunto, destaca que para uma “make perfeita” é preciso avaliar quais os tipos de produtos a serem usados, o tipo de pele.

O Caderno Z do último fim de semana acertou no tema para festejar o Halloween em 31 de outubro. A comemoração, prejudicada pela pandemia, não perdeu o seu valor e a leitura do caderno, a meu ver, é uma celebração sustentável e, certamente, caiu no gosto dos adeptos do Dia das Bruxas. Muito além das abóboras, das caveiras e dos agouros do gato preto, os festejos agora pedem uma boa maquiagem artística e Luna Zbinden, especialista no assunto, destaca que para uma “make perfeita” é preciso avaliar quais os tipos de produtos a serem usados, o tipo de pele. Outro fator importante, que faz a diferença, é saber se o evento será durante o dia ou a noite. Luna também ressalta que em Nova Friburgo é possível comprar excelentes produtos e com preços compatíveis aos de lojas virtuais.

Mas será que toda bruxa é malvada? Se formos avaliar pelos filmes e histórias infantis, na maioria das vezes, elas são assustadoras e temidas. Basta lembrar de Branca de Neve e já trememos nas bases. Contudo, as bruxas do bem existem e nada há de impossível para ser uma delas. Vejamos o que diz o “Z”: é preciso “ser detentora de sabedoria e de conhecimento milenar, como o manejo das ervas, a influência da lua e dos astros, as verdades quânticas da existência”.

A princípio, parece muito difícil, mas traduzindo para a nossa vida, uma pessoa que desenvolva o “culto à natureza, o respeito aos ciclos da terra e do corpo humano, a liberdade, o respeito ao bem-estar alheio, está no caminho certo. Sendo esse comportamento uma prática habitual, há de alcançar uma leveza tamanha, que ela passa a ter domínio da própria vida e estando bem consigo, refletirá “magia” ao seu redor. Vamos arriscar nessa bruxaria?

Saindo do “Z”, Ana Borges conversou com Nívea Semprini, a “bruxa friburguense”, que tem muito a nos ensinar. Para quem se empolgou com o meu convite acima para “arriscar na bruxaria”, eu quero me retratar e acrescentar o que diz Nívea sobre o assunto: “não adianta ler mil livros, frequentar mil cursos ou tirar diploma de bruxa, se você não tiver empatia com seu próximo,  vontade de ajudar, seja com a leitura dos oráculos, com as rezas ou receitas de chás e banhos de ervas”. Agora, sim, vamos lá!

A bandeira verde saiu do pódio e voltou a amarela, indicando alguns perigos. Finalmente, a sensatez venceu e, pelo decreto 760, a Prefeitura de Nova Friburgo decidiu prorrogar a suspensão das aulas até 31 de dezembro. Ufa! O bom senso venceu e felicito o Governo Municipal por essa medida. Bares, restaurantes, e lanchonetes, por exemplo,  podem funcionar com até 70% da capacidade máxima de ocupação e distanciamento de 1,5 metro entre as mesas. Digamos que para quatro integrantes por mesa é preciso, no caso de bar, muito espaço e muita disciplina, para que todos mantenham os protocolos. Ninguém pode beber, comer e usar máscara ao mesmo tempo. Como é que ficam as restrições?

“Ninguém segura a ganância dos exploradores do povo: quilo da carne chega a Cr$ 6”. Pelo valor em cruzeiros antigos, os leitores já viram que isso aconteceu “Há 50 anos”. Não fosse isso, tudo igual em 2020, inclusive com os altos preços do óleo comestível e outros produtos da cesta básica. Falando nisso, há queixas de famílias inscritas no CadÚnico. A prefeitura explica que “há falta de insumos no país”. Nem sei o que comentar, só me lembro de um slogan: “Quem tem fome tem pressa”!

As “Eleições 2020” estão gerando reportagens especiais em A VOZ DA SERRA. Aliás, o jornal tem sido aquele guia imparcial que nos conduz de forma clara, justa e objetiva para que possamos conhecer os candidatos e daí apreciarmos para quem dar o nosso precioso voto. A matéria sobre a arrecadação e gastos dos candidatos a prefeito, exibe um panorama financeiro apreciável, mas, cá pra nós, é muito dinheiro envolvido.

Tomara que tudo saia a contento para satisfação geral do povo e para o bem da nossa cidade, afinal não é outro o objetivo de uma eleição. E Nova Friburgo pode se dar ao luxo de estar em 35º lugar no ranking de qualidade de vida para a longevidade da população.  Nem tudo está perdido. Vamos confiar e aguardar os acontecimentos.

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A teimosa esperança

quarta-feira, 04 de novembro de 2020

Estamos nos aproximando do final de mais um ano, no itinerário anual o mês de novembro é de uma aura de certeza e esperança. Duas celebrações marcam o início deste mês, a Solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos fiéis defuntos, últimos dias 1º e 2.

Estamos nos aproximando do final de mais um ano, no itinerário anual o mês de novembro é de uma aura de certeza e esperança. Duas celebrações marcam o início deste mês, a Solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos fiéis defuntos, últimos dias 1º e 2.

A liturgia da Igreja, repleta de significado, nos provoca à reflexão sobre a existência humana e a transitoriedade das coisas. Nesta perspectiva é lícito e necessário meditarmos sobre nossa vocação de sermos-para-a-vida, ou seja, não só sobre nossa finitude, mas para o além dela, sobre o além túmulo, sobre o nosso desejo de eternidade.

Neste ano, estamos sendo interpelados a todo instante pela certeza de nossa finitude. Diante da pandemia causada pelo coronavírus, vimos de perto e com muita frequência a fragilidade de nossa condição humana. Compreendemos, assim como o salmista, que nossa existência “é semelhante à erva, ela floresce como a flor dos campos. Apenas sopra o vento, já não existe, e nem se conhece mais o seu lugar” (Sl 102, 15-16).

Muitas vezes a certeza da finitude causa em nós angústia, desânimo e desespero, pois nos deixamos dominar pelo pensamento de perda e impotência. Contudo, à luz da ressurreição de Cristo somos levamos a alimentar nossa esperança na eternidade. É como reza a Igreja: “E, aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola” (Prefácio dos fiéis defuntos I).

Olhando para os anseios do coração humano, se pode afirmar com certeza que o homem jamais aceitou sua aparente vocação de ser-para-o-nada, demonstrando-se sempre insatisfeito e inconformado com a certeza de sua finitude, alimentado pelo desejo de ir além, rompendo com as amarras de sua condição.

Sedenta pela infinitude a humanidade buscou ao longo de séculos meios para vencer a morte e as consequências da fragilidade de seu corpo. Nesta linha vimos evoluir a ciência na busca pela cura das doenças e superação da contingência das coisas.

É justo e verdadeiro este combate. Não podemos sucumbir aos sofrimentos desta vida e tão pouco nos eximir de nossa condição mortal. A teimosa esperança nos faz caminhar na tenacidade desta vida em direção à futura, construindo ambientes de paz, verdade e dignidade para todos.

A tomada de consciência de que somos seres finitos deve nos fortalecer na luta por construímos uma realidade presente melhor, mais justa e fraterna para todos. Assim, se encherá de concretude nossa fé e nossa esperança.

Somos peregrinos nesta jornada. Por isso, cada passo, cada decisão, tomados à luz de nossa vocação à vida eterna, onde se manifestará de fato o havemos de ser (cf. 1Jo 3, 2), nos conduzirá ao outro, às suas dores. Portanto, como irmãos, ajudemos uns aos outros a enfrentar as pedras e espinhos do caminho, de modo a chegarmos juntos às moradas eternas.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação

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A resposta celeste

domingo, 01 de novembro de 2020

Solicitando Bartolomeu esclarecimentos quanto às respostas do Alto às súplicas dos homens, respondeu Jesus para elucidação geral:

— Antigo instrutor dos mandamentos divinos ia em missão da verdade celeste, de uma aldeia para outra, profundamente distanciadas entre si, fazendo-se acompanhar de um cão amigo, quando anoiteceu, sem que lhe fosse possível prever o número de milhas que o separavam do destino.

Reparando que a solidão em plena natureza era medonha, orou, implorando a proteção do eterno pai, e seguiu.

Solicitando Bartolomeu esclarecimentos quanto às respostas do Alto às súplicas dos homens, respondeu Jesus para elucidação geral:

— Antigo instrutor dos mandamentos divinos ia em missão da verdade celeste, de uma aldeia para outra, profundamente distanciadas entre si, fazendo-se acompanhar de um cão amigo, quando anoiteceu, sem que lhe fosse possível prever o número de milhas que o separavam do destino.

Reparando que a solidão em plena natureza era medonha, orou, implorando a proteção do eterno pai, e seguiu.

Noite fechada e sem luar, percebeu a existência de larga e confortadora cova, à margem da trilha em que avançava, e acariciando o animal que o seguia, vigilante, dispôs-se a deitar-se e dormir. Começou a instalar-se, pacientemente, mas espessa nuvem de moscas vorazes o atacou, de chofre, obrigando-o a retomar o caminho.

O ancião continuou a jornada, quando se lhe deparou volumoso riacho, num trecho em que a estrada se bifurcava. Ponte rústica oferecia passagem pela via principal, e, além dela, a terra parecia sedutora, porque, mesmo envolvida na sombra noturna, semelhava-se a extenso lençol branco.

O santo pregador pretendia ganhar a outra margem, arrastando o companheiro obediente, quando a ponte se desligou das bases, estalando e abatendo-se por inteiro.            

Sem recursos, agora, para a travessia, o velhinho seguiu pelo outro rumo, e, encontrando robusta árvore, ramalhosa e acolhedora, pensou em abrigar-se, convenientemente, porque o firmamento anunciava a tempestade pelos trovões longínquos. O vegetal respeitável oferecia asilo fascinante e seguro no próprio tronco aberto. Dispunha-se ao refúgio, mas a ventania começou a soprar tão forte que o tronco vigoroso caiu, partido, sem remissão.

Exposto então à chuva, o peregrino movimentou-se para diante.

Depois de aproximadamente duas milhas, encontrou um casebre rural, mostrando doce luz por dentro, e suspirou aliviado.

Bateu à porta. O homem ríspido que veio atender foi claro na negativa, alegando que o sítio não recebia visitas à noite e que não lhe era permitido acolher pessoas estranhas.

Por mais que chorasse e rogasse, o pregador foi constrangido a seguir além.    

Acomodou-se, como pode, debaixo do temporal, nas cercanias da casinhola campestre; no entanto, a breve espaço, notou que o cão, aterrado pelos relâmpagos sucessivos, fugia a uivar, perdendo-se nas trevas.

O velho, agora sozinho, chorou angustiado, acreditando-se esquecido por Deus e passou a noite ao relento. Alta madrugada, ouviu gritos e palavrões indistintos, sem poder precisar de onde partiam.

Intrigado, esperou o alvorecer e, quando o sol ressurgiu resplandecente, ausentou-se do esconderijo, vindo a saber, por intermédio de camponeses aflitos, que uma quadrilha de ladrões pilhara a choupana onde lhe fora negado o asilo, assassinando os moradores.

Repentina luz espiritual aflorou-lhe na mente.

Compreendeu que a bondade divina o livrara dos malfeitores e que, afastando dele o cão que uivava, lhe garantira a tranquilidade do pouso.

Informando-se de que seguia em trilho oposto à localidade do destino, empreendeu a marcha de regresso, para retificar a viagem, e, junto à ponte rompida, foi esclarecido por um lavrador de que a terra branca, do outro lado, não passava de pântano traiçoeiro, em que muitos viajores imprevidentes haviam sucumbido.

O velho agradeceu o salvamento que o Pai lhe enviara e, quando alcançou a árvore tombada, um rapazinho observou-lhe que o tronco, dantes acolhedor, era conhecido covil de lobos.

Muito grato ao Senhor que tão milagrosamente o ajudara, procurou a cova onde tentara repouso e nela encontrou um ninho de perigosas serpentes.

Endereçando infinito reconhecimento ao céu pelas expressões de variado socorro que não soubera entender, de pronto, prosseguiu adiante, são e salvo, para desempenho de sua tarefa.

Nesse ponto da curiosa narrativa, o Mestre fitou Bartolomeu demoradamente e terminou:

— O Pai ouve sempre as nossas rogativas, mas é preciso discernimento para compreender as respostas d’Ele e aproveitá-las.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio: médium Francisco Cândido Xavier

 

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 63 ANOS
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Iluminando mentes – Consolando corações

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Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV ZOOM, canal 10 – sábados, 9h.

 

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Ninguém segura a ganância dos exploradores do povo: quilo da carne chega a CR$ 6

sábado, 31 de outubro de 2020

Edição de 31 de outubro e 1º de novembro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

Edição de 31 de outubro e 1º de novembro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

  • Ninguém segura a ganância dos exploradores do povo – A carne verde já na casa dos Cr$ 6,00 (seis mil cruzeiros antigos) por quilograma. Óleo comestível em constante ascensão, tendo sido majorado em 300 cruzeiros antigos por lata. Um verdadeiro absurdo.
  • Dia do Funcionário Público melancólico - Nenhuma melhoria, nem sequer uma leve esperança de dias mais tranquilos para os anônimos movimentadores da máquina administrativa governamental. Assim foi o 28 de outubro de 1970, Dia do Servidor Público, em Friburgo.
  •  Eleitor friburguense - Não se impressione com o “conto da sereia”, valendo dizer com a demagogia dos que jamais se interessaram pelas causas da nossa comunidade. O seu apoio é indispensável àqueles que sempre estiveram na estacada do bom combate pró-Friburgo e sua gente. O MDB local comparece às urnas de 15 de novembro próximo com três candidatos a deputação estadual: Dr. Waldir. Costa, Paulo Vassallo Azevedo e João Batista da Silva, um trio de respeitáveis homens públicos, com reais serviços prestados. O primeiro, deputado estadual — o mais votado em Friburgo na passada eleição e segundo do Estado; o segundo, chefe de gabinete da prefeitura, moço ainda e que ingressou na vida pública de nossa terra há quatro anos; o terceiro, vereador em três legislaturas, integrante de um sem número de organizações friburguenses, com 30 anos de serviços prestados à Fábrica de Rendas Arp e perito contador. O MDB soube escolher três dos seus mais dedicados integrantes para postular uma cadeira na Assembleia Legislativa, sendo certo que, mais uma vez terá enorme maioria de legendas estaduais. E para a sucessão municipal, o MDB é Álvaro de Almeida.

 Pílulas:

  • A campanha política da terra continua animada, reinando felizmente, em clima de respeito e cordialidade entre os postulantes aos cargos eletivos. O que surpreende mais ainda é a “calmaria” até junto aos cabos eleitorais mais estremados. O sentido da respeitabilidade à criatura humana está impressa nos movimentos do grande embate nas urnas. Aliás, o panorama político friburguense geralmente é assim mesmo, pois gente politizada, gente de boa formação moral sempre procede desta maneira.
  • Duas majorações nesta semana: carne, aumento de 800 cruzeiros antigos em quilograma e óleos comestíveis, 300 cruzeiros antigos em lata, A carne seca atingiu a 9 cruzeiros batendo todos os recordes. A cada declaração de contenção nos preços dos gêneros, uma força mais forte que tudo responde com aumentos enormes. Enquanto isso, há gente, há pessoas, há até órgãos que motivam a presente campanha eleitoral, com acenos de um “mundo da lua” para o povo brasileiro.
  • Na época propriamente da entressafra da carne, este principal alimento do povo passou da casa de 3.200 para 4.500 cruzeiros antigos por quilo. No momento em que já era vislumbrado o caminho de safra, dois outros aumentos sofreu o bife. Agora já se cobra 6.000 cruzeiros antigos pelo mesmo quilograma. Parece-nos, que nesta história, muito “detefon” precisa ser usado para que os que vivem do salário mínimo e os compreendidos numa faixa um pouco maior não venham a morrer de fome.
  • Em 15 de novembro o povo vai falar por via das urnas, através do voto, esta grande arma da democracia. Para honra e glória do nosso município, teremos, tudo indica, um pleito livre fazendo jus ao título, do nome traduzido da nossa cidade: Cidade Livre. Seremos, graças a Deus, uma unidade municipal que terá um administrador devidamente autenticado pelo voto, pelo eleitorado, que errando ou acertando na escolha, pratica um ato inerente aos princípios e direitos dos povos livres.

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Sylvio Barreto Lima, Alcides Carlos Ventura (31); Leila Segal, Alfredo dos Santos Spinelli, José Maria Coutinho Filho, Daniel Marques de Oliveira (1º de novembro); Márcio Gonçalves Pereira Júnior (2); Angela Maria Miele (4); Bernardo Nunes Pinto (5); Lucy Lamy de Souza, Manoel Henrique Vilarinho (6); Jair de Castro Nunes (7).

 

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Intuição

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Intuição é coisa séria. Eis algo que eu respeito a cada dia mais. Sei que não é algo palpável. De fato, crer no invisível, naquilo que não sabemos explicar e nem mesmo entendemos, não é tarefa fácil. E é isso, se tem uma coisa que não é explicável com precisão é a tal da intuição. Não sei vocês, mas eu resolvi ficar atenta a esse sinalzinho sutil, essa mensagem subliminar que, eu acredito, insiste em me proteger.

Intuição é coisa séria. Eis algo que eu respeito a cada dia mais. Sei que não é algo palpável. De fato, crer no invisível, naquilo que não sabemos explicar e nem mesmo entendemos, não é tarefa fácil. E é isso, se tem uma coisa que não é explicável com precisão é a tal da intuição. Não sei vocês, mas eu resolvi ficar atenta a esse sinalzinho sutil, essa mensagem subliminar que, eu acredito, insiste em me proteger.

Lá em nosso íntimo, em nosso ‘tão tão distante”, talvez chamemos isso a que me refiro de sexto sentido. Aquele lampejo de inspiração, o passarinho que invisível assopra no ouvido, aquele sonho sem pé nem cabeça, o impulso em não atravessar a rua naquele momento, a sensação de que não é pra ser, ou que é pra ser. Essas coisas factíveis embora sem forma física que nos rodeiam e se ficarmos atentos à ela, podemos percebê-las, senti-las.

Intuição foge à lógica. Passa por uma percepção fugaz que nos ajuda a escolher entre direita ou esquerda diante da encruzilhada. Às vezes a classificamos como um medo bobo ou infundado, outras a percebemos como um aperto diferente no peito, ou mesmo um brilho especial no ar. Ela está aí, de alguma maneira, se faz presente. Volta e meia mostra a que veio, sinaliza que não está à passeio, mostra sua voz sem nada dizer.

Eu prefiro andar alinhada à minha. Sei que muitos desconsideram a sua existência, não acreditam em intuição, mas sabe aqueles avisos que as mães dão aos filhos e que passado um tempo percebemos que elas tinham razão? O tempo firme, sol radiante e elas, como se metereologistas fossem, avisam sobre a necessidade do agasalho, da sombrinha e, do nada, parece que uma nuvem carregada paira sobre nossas cabeças quase que para dizerem que elas tinham razão? Então, intuição é tipo isso. Não adianta desconsiderarmos, desacreditarmos, ignorarmos. Ela simplesmente está ali e se acomoda em algum cantinho oferecido por nós. Se cedemos espaço, ela mostra-se mais confortavelmente, sua presença é mais marcante. Se a deixamos num canto, ela pode passar o tempo todo ali, como se de castigo, sem ser notada. Mas ela segue ali.

Nos últimos anos, por via das dúvidas, estou dando mais crédito a essa tal de intuição e venho percebendo que quanto mais acomodada no sofá confortável da sala do meu ser, mais ela aflora e dá o ar de sua graça. Sinto que ela vem protegendo e já estou cheia de contos sobre como ela vem atuando. Acho que nos últimos dias deixei de ser mordida por um cachorro, evitamos um acidente, tomei decisões certas nas horas certas, contentei-me em esperar, pensei duas vezes antes de dizer algumas coisas e até mesmo senti alertas à saúde. Coisas sérias. E ela, essa grande aliada, estava aqui comigo. Resolvi chamar tais lampejos de sensações que por vezes atuam como guias, alertas e percepções de intuição. Mas poderia tê-la nominado por proteção. Espero que ela goste do nome.

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Minimalismo e Consciência de Consumo

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Não há outra alternativa; ganhando muito ou pouco, você precisa poupar para haver prosperidade financeira. Se você gasta o que ganha, talvez aumentar as receitas não seja a solução para a estabilidade: você precisa rever seus hábitos de consumo. A propósito, já ouviu falar sobre minimalismo? É uma palavra ampla, é claro. Minimalismo pode retratar diferentes contextos, mas é sobre estilo de vida e hábitos de consumo o qual me refiro.

Não há outra alternativa; ganhando muito ou pouco, você precisa poupar para haver prosperidade financeira. Se você gasta o que ganha, talvez aumentar as receitas não seja a solução para a estabilidade: você precisa rever seus hábitos de consumo. A propósito, já ouviu falar sobre minimalismo? É uma palavra ampla, é claro. Minimalismo pode retratar diferentes contextos, mas é sobre estilo de vida e hábitos de consumo o qual me refiro.

Minimalismo é um estilo de vida; e como tudo, basta achar o seu ponto de equilíbrio. Viver com menos roupa da moda, celular de alta tecnologia ou barzinho no final de semana, pode acabar te trazendo outras oportunidades e você passará a viver com mais investimento em educação, viagens, saúde, bem estar e o que mais você considere parte da sua essência. É claro que cada pessoa tem suas prioridades e isso é natural. O importante é entender a ideia de que menos pode ser mais!

Agora, como uma forma de intrigá-lo e talvez até causar certa reflexão: você realmente precisa de tudo o que tem?

O consumismo não é natural, é algo inserido na nossa sociedade; por isso a crítica a favor da consciência de consumo. Em contrapartida ao minimalismo, o American Way of Life (o estilo de vida americano) surgiu no século passado como uma alternativa para os Estados Unidos superarem suas crises financeiras e foi difundido ao redor do mundo, inclusive países emergentes. Isso nos trouxe o consumismo desenfreado que, aliado à precária educação financeira, fez do trabalhador e consumidor um refém de suas próprias dívidas.

Portanto, planeje-se, o consumo inconsciente pode causar danos enormes, principalmente em tempos como os atuais.

Ficam aqui, então, algumas dicas de como estabelecer o consumo saudável no seu cotidiano.

Compare e estude os preços: saiba o que precisa comprar e comece a ter seu planejamento bem definido; assim você terá tempo para pesquisar preços e, acredite, você vai se surpreender com possibilidade de boas economias.

Compre o que for comprar: a sua convicção, como consumidor, é o que vai ditar a relação entre o vendedor e você. Caso não queira comprar algo fora do planejado, não compre! Cuidado com as técnicas de vendas.

Fique atento na internet: lojas virtuais devem receber cuidados especiais, atente-se sempre à veracidade e confiabilidade dos sites; as compras na internet envolvem uma série de riscos que podem ser evitados com conhecimento e um pouco de bom senso. Procure saber se a loja virtual é verídica; desconfie de preços extremamente fora dos valores de mercado; cuidado com a divulgação indevida de seus dados pessoais; e confira o valor do frete.

Antes de parcelar, faça as contas: parcelamentos parecem ser uma “mão na roda”, mas sem o devido planejamento e estudo do seu orçamento, podem ser a semente do caos nas suas finanças. Lembre-se, no próximo mês virão novos consumos e você não merece viver para pagar boletos.

Educação Financeira não é fundamentada apenas em termos técnicos e complexos, é a rotina de todos que usam dinheiro como ferramenta de consumo.

Por que comprar o que não é necessário? Pagar juros depois ou poupar antes? Vale a pena pesquisar preços? Só você tem o controle de como gastar seu dinheiro e alocar suas finanças pessoais.

Dessarte, tome boas decisões. Pense nisso!

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Lauro Henrique, o flâner de Nova Friburgo

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Faleceu na semana passada aos 80 anos Lauro Henrique Alves Pinto. Tudo sobre ele foi escrito no site de A VOZ DA SERRA pela jornalista Adriana Oliveira na reportagem “Nova Friburgo perde a elegância de Lauro Henrique Alves Pinto”, publicada na última segunda-feira, 26. Recomendo a leitura para quem deseja conhecer a trajetória de vida de nosso querido Lauro.

Faleceu na semana passada aos 80 anos Lauro Henrique Alves Pinto. Tudo sobre ele foi escrito no site de A VOZ DA SERRA pela jornalista Adriana Oliveira na reportagem “Nova Friburgo perde a elegância de Lauro Henrique Alves Pinto”, publicada na última segunda-feira, 26. Recomendo a leitura para quem deseja conhecer a trajetória de vida de nosso querido Lauro.

O carioca Lauro Henrique me chamou a atenção por estar em todos os acontecimentos culturais na cidade. Era um flâner e como tal perambulava pelo centro da cidade, onde residia. Veranista habitué em Nova Friburgo estabeleceu domicílio no município no ano de 2015. Acho que fui a pessoa que mais soube tirar proveito da genialidade Lauro Henrique. Fiz uma entrevista com ele para o programa “A Velha Nova Friburgo” e dois documentários em sua residência, ocasião em que mostrou o preciosíssimo acervo que possuía. Além disso tenho outras entrevistas que fiz com ele mas que não divulguei ainda.

No acervo de Lauro Henrique livros raríssimos como um sobre a Guerra do Paraguai com ilustrações em aquarela, uma espada da Guarda Nacional do período republicano, de seu avô, um pince nez, uma boceta de rapé (caixa usada para guardar o tabaco em pó), gibis muito antigos, uma coleção de moedas desde o Império assim como notas de dinheiro de todo o século 20, xícaras antigas de porcelana, entre outros inúmeros objetos antigos.

De família de militares Lauro herdou uma pistola de soldados alemães da Segunda Guerra Mundial. Segundo Braulio Batista, armeiro da Polícia Militar que consultei, trata-se de uma pistola mauser C96 7,63mm Schnellfeuer. Mas uma das coisas que mais me encantou foram as cartas do avô de Lauro a sua avó quando noivavam, que datam de 1900, escritas em papel de arroz e passo a transcrever duas delas, na escrita original, para deleite dos leitores desta coluna.

“Sinhá. Rio de Janeiro, 18 de março de 1900. Acabo de chegar e bem vês imediatamente te escrevo. Aliás não podias esperar que assim não acontecesse, sabendo bem a sinceridade do sentimento de affeição que te dedico, a tal ponto extremado que tem absorvido in totum os meus pensamentos e affirmo-te absorvel-os-ha para sempre! Em ahi estando, todo o meu orgulho, o meu prazer único, seria gozar do delicioso título de teu noivo pelo menos durante tres dias e sabes bem o quanto fiz para alcançal-o. Infelizmente, só no momento da minha despedida, e mesmo assim de modo tácito, concedeste-me tal ventura, tornando-me desde aquelle instante inexquecível o mais feliz dos mortaes. Sim o mais feliz sel-o-hei porque, esforçando-me para tornar-te a vida amena e venturosa, sentir-me-hei igualmente feliz e venturoso. O meu pezar unico é que haja de esperar trezentos e tantos dias para a realização dos meus sonhos de ventura e que tenha de contar 24 longas horas em cada uma dellas! Enfim, durante este longo tempo terás para mim uma existencia puramente subjectiva, imaterial e reinarás no meu espirito de modo absoluto, despótico, omnipotente e terei ipso facto uma compensação de bem-estar relativo. Seria mentir a mim proprio dizer ser a confiança que em ti deposito limitada, eivada de jaças; não! Afirmo o contrario. A tua altivez natural, o teu rosto bello e sereno, indicam bem sentimentos nobres, caracter superior, vontade firme e inabalavel. Confio em ti cega e ilimitadamente. És digna deste conceito. Recommendo-me aos que te são charos[caros]. Aceita um aperto de mão, saudoso e sincero do teu noivo. Christiano.”

Segue a segunda carta. “Rio de Janeiro, 15 de junho de 1900. Sinhá. Ainda sob o domínio da agradavel impressão dos momentos inexquecíveis que ahi passei, tomo da pena para comunicar-te a minha chegada n’este mesmo instante a esta capital. Assim procedendo tenho satisfeito á posteriori o dever de agradecer-te as attenções e amabilidades com que que recebes-te e á priori a necessidade que suponho evidente, de dar-te ensejo de escrever-me respondendo esta. Estou bem certo que assim o farás porque m’a promettes-te firmemente no momento da minha despedida tendo além d’isso occasião de me remeteres a medida para o vestido, que eu desejo seja completa, isto é, que acompanhe a das mãos e a dos pés(comprimento e altura). Não supponhas ser exigencia minha fazer o pedido com certa urgencia pois que, sendo um pouco cedo ainda para tratar-se do teu enxoval, a modista d’elle encarregado parte no dia 25 deste para Pariz, e desejaria que elle viesse prompto da capital da França. Comquanto fosse dever meu e houvesse prometido despedir-me de D. Elizena e Dondona, não o pude fazer porque a fogueira de Santo Antonio estava tão agradável que me prendeu com os seus reflexos auri-caloricos, até 1 hora da madrugada, como bem viste. Espero que apresentes ás mesmas as minhas desculpas, dando-lhes ao mesmo tempo minhas recomendações e saudades. Envie-as egualmente ao Sr. Totó e D. Agostinha. Sem mais por hoje, dispõe como quiseres. Do teu noivo Christiano.”

Assim como flanava pelo centro de Nova Friburgo, Lauro Henrique flana nesse momento ao lado do Senhor. Paz a sua alma.

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    Carta escrita em 1900 em papel de arroz

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    Lauro exibe a pistola mauser da Segunda Guerra Mundial (Acervo pessoal)

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    Lauro Henrique quando criança, tendo sido a música sua grande paixão

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Amor maduro e amor imaturo

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

“O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (White, E.G., Minha Consagração Hoje, p.80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

“O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (White, E.G., Minha Consagração Hoje, p.80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

Isto não quer dizer que manifestaremos a mesma forma de amor para com todos. Quer dizer que não odiaremos as pessoas, mas procuraremos entendê-las e ter compaixão para com aquelas menos equilibradas, mais sofridas, mais rudes.

Isto também não quer dizer que teremos que ter o mesmo nível de sentimento por todas as pessoas. Há pessoas não amáveis no sentido de não permitirem ser amadas. Rejeitam o amor oferecido a elas seja por atitude fria ou agressiva. Então temos que deixá-las seguir e afastar até que elas possam aceitar nosso oferecimento de amor.

Há hora de afastar e de aproximar. Há hora de falar do amor e hora de ficar quieto. Há hora para tudo e nem sempre é hora para tudo. O silêncio pode ser ouro em certos momentos. Assim como a boa palavra falada na hora certa é bálsamo e justiça.

Na filosofia grega coloca-se o conceito de amor em três dimensões, tais como o amor fraternal – ágape; o amor sexual – eros, e o amor amizade – filia. Mas o amor é um só, de uma única fonte, que se manifesta de forma diferente, em momentos diferentes e pessoas diferentes, segundo a capacidade e a necessidade de cada um.

Amor não é paixão, nem sexo, nem “ficar”. O amor é paciente e bondoso, não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor não se alegra quando alguém faz alguma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. O amor nunca desanima, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor dura para sempre.

Quando alguém se apaixona é bem provável que esta paixão esteja ligada à imagem que a pessoa criou em sua mente de como o objeto amado é. Ela está apaixonada, então, pela imagem da pessoa que criou em sua própria mente, a qual pode ser muito diferente da pessoa que está ali presente na realidade de sua vida.

Daí será necessário um ajuste. Vai ter que cair do “andor” da paixão para chegar-se à realidade do que o outro é. Quando cai este “amor” idealizado, daí pode começar o amor maduro. Tudo dependerá de como a pessoa lidará com a realidade. Sua e do ser amado. O diálogo será então fundamental. Não é mais sexo ou mais presentes. Envolve diálogo sobre o que dói e o que alegra, sobre o que agrada e desagrada, sobre o que gosta e não gosta. Mas tem que ser um diálogo sincero, com respeito, e aceitação do que cada um pode ser neste momento da vida.

O amor maduro produz felicidade e desprendimento. Com ele você fica em paz mesmo que as coisas em volta estejam desabando. O amor tem que ser firme no sentido de colocar limites contra abusos. O amor diz verdades de uma forma respeitadora mas firme. O amor não ataca as pessoas e nem condescende ou se compromete com o erro, a mentira, o engano.

Você quer ter este tipo de amor? Ele não é vendido em comprimidos nas farmácias, nem encontrado em hospitais. Você precisa desenvolver, treinar, desejar ardentemente tê-lo e fazer sua parte para obtê-lo. E pedir. Ele é grátis. Se você deseja este amor para realmente amar as pessoas e ajudá-las, o terá. Se for para se aproveitar delas ou “faturar” (materialmente ou não), não o terá. Este amor não é bobo, nem ingênuo, nem manipulável. O amor é um poder. Quem quiser pode tomá-lo de graça da fonte, o criador do universo.

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Entre João Vaine e Jon Eine

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Talvez porque também a professora fosse adepta das santas soluções average

Talvez porque também a professora fosse adepta das santas soluções average

Não é pra me gabar, não, mas o fato é que falo inglês desde minha longínqua adolescência. Eu atuava de lateral esquerdo e era um dos mais famosos atletas do bairro, sobretudo pela minha capacidade de chutar a bola em qualquer direção. Graças a esse dom, devo ter feito mais gols contra do que Pelé a favor. E foi praticando o esporte de Charles Miller que tive meus primeiros contatos com a língua inglesa, então predominante no futebol brasileiro. Eis que no meu tempo da afamado lateral esquerdo uma palavra gozava de especial prestígio, provavelmente porque a compreensão que tínhamos sobre o que ela significava era mais ou menos a mesma que tínhamos da Física Quântica. E o mais bonito é que a pronunciávamos exatamente como a víamos escrita no Jornal dos Sports: a-ve-ra-ge.

Muita briga se deu nos campos de pelada por causa do tal “goal average”. Frequentemente a equipe que perdia uma competição se dizia campeã pelo critério do “goal average”. Era quase uma senha para que técnicos e diretores invadissem o gramado (sem grama, mas com muita poeira ou lama) e o empurra-empurra começasse. Mas geralmente se chegava a um acordo, e os dois times dividiam o título: um campeão pelas pontos obtidos e outro, pelo “goal average”.

Sabendo que se tratava de uma palavra estrangeira, o que lhe dava grande autoridade, também os adultos logo compreenderam a importância de usá-la nas questões do dia a dia. Por exemplo: marido e mulher brigavam. Um vizinho mais solícito ia reconciliar os dois e já chegava dizendo: “Vamos resolver isso no average”. Diante de palavra tão poderosa, dificilmente a briga continuava. E foi por meio dela que dei o meu primeiro passo no idioma que Donald Trump usa para enaltecer os Estados Unidos e esculhambar o resto do mundo, principalmente a parte latina, latrina e latida, coisas que para ele têm pouca ou nenhuma diferença.

Mas nem só de average vivíamos nós. Nosso inglês ia muito além. Lembro-me que fomos ver um faroeste e o mocinho era um sujeito alto e meio desengonçado. A discussão pós-filme foi sobre como falar o nome do artista. Era quase unânime a opinião de que o homem se chamava João Vaine, mas não faltaram dois ou três sabidos que insistiam em falar Jon Eine. Até pensamos em consultar os mais velhos, mas desistimos ao lembrar que provavelmente eles diriam que “de acordo com o average”, as duas pronúncias podiam ser aceitas. Um dos nossos, mais adiantado na escola, pediu a opinião de um professor, mas não conseguiu guardar a resposta na cabeça e acabou optando por Joel Eine, que não estava previsto.

Assim, de degrau em degrau, ou mais propriamente step by step, tentei subir no inglês, mas, para falar a verdade, até hoje estou no começo da escada.  E ainda não sei como se pronuncia ou o que significa average (cartas para a redação, caso tenha aí algum leitor que não seja como eu semianalfabeto em inglês). Na faculdade, iniciei o curso de Letras na esperança de que a professora de Língua Estrangeira fosse surda (não era). Mas felizmente era compreensiva e deixava para mim a pergunta mais fácil da lição. Na décima vez que ela perguntou What´s your name?, vacilei um pouco, mas resolvi arriscar. Quando pronunciei o nome pelo qual toda a turma me conhecia, houve um alívio na sala. No fim das contas, acabei sendo aprovado e pegando meu canudo de papel, como diria o Martinho da Vila. Até hoje não sei como consegui isso. Talvez porque também a professora fosse adepta das santas soluções average.

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