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Inflação e deflação: conhece estes conceitos?

sexta-feira, 09 de outubro de 2020

O estudo econômico traz muitos termos específicos e alguns podem até ter maior grau de complexidade. Contudo, é fundamental ter o conhecimento de conceitos cotidianos para fazer parte dos sistemas financeiro e econômico de forma integrada e consciente através do estudo da educação financeira. Vamos às definições:

Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Basicamente o impacto direto nas suas finanças é a redução do poder de compra do seu dinheiro com o passar do tempo: R$ 100 hoje valem menos que R$ 100 há cinco anos, por exemplo.

O estudo econômico traz muitos termos específicos e alguns podem até ter maior grau de complexidade. Contudo, é fundamental ter o conhecimento de conceitos cotidianos para fazer parte dos sistemas financeiro e econômico de forma integrada e consciente através do estudo da educação financeira. Vamos às definições:

Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Basicamente o impacto direto nas suas finanças é a redução do poder de compra do seu dinheiro com o passar do tempo: R$ 100 hoje valem menos que R$ 100 há cinco anos, por exemplo.

Deflação, por outro lado, é a diminuição dos preços de bens e serviços. Por não fazer parte do cotidiano de uma economia emergente como a nossa, a deflação é pouco considerada – apesar de ser comum identificá-la em algumas situações atípicas, como os meses de abril e maio de 2020 quando o IPCA bateu a marca de - 0,31% e - 0,38%, respectivamente. Dessa vez, o impacto direto nas suas finanças é o aumento do poder de compra do seu dinheiro com o passar do tempo: R$ 100 no final de maio valiam mais que no final de março.

Pois bem, falamos sobre IPCA (e já escrevi muito sobre este índice nesta coluna; faz parte do dia a dia financeiro), mas o que é este indicador? No estudo da economia, não há um cálculo que defina com exatidão a inflação, mas indicadores como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (índice oficial do governo, calculado pelo IBGE) ou o Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM) fazem seu papel ao evidenciar os parâmetros de inflação.

Contudo, vale ressaltar, inflação é um objetivo econômico e por isso existe a tão comentada taxa Selic (na verdade, quando falamos em COPOM e Selic, estamos falando sobre a Meta Selic: basicamente, um objetivo de inflação). De acordo com a ideia macroeconômica – considerada uma visão ultrapassada do ponto de vista de alguns especialistas –, a inflação é essencial para manter o consumo e, com isso, a estabilidade econômica de uma nação.

Pronto, definimos os termos (inflação e deflação) e vimos alguns conceitos essenciais antes de entendermos as causas destes acontecimentos. Vamos ao próximo passo. São muitas as causas de inflação e desinflação, mas vamos nos restringir ao caso clássico de oferta e demanda: qualquer descontrole do equilíbrio de preços pode ser causado pela lei de oferta e demanda.

Conforme a demanda por um produto aumenta, a sua oferta precisa, necessariamente, aumentar para manter o preço de equilíbrio; caso contrário, este será reajustado e o preço do produto tende a aumentar. Por outro lado, quando a oferta aumenta e a demanda diminui, os preços tendem a cair até uma região de equilíbrio. Isso causa inflação e deflação!

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Procura-se escravo fugitivo

quinta-feira, 08 de outubro de 2020

Nas últimas semanas, fazendo uma pesquisa sobre determinado assunto na imprensa régia “Gazeta do Rio de Janeiro”, me chamou a atenção os avisos de escravos fugitivos. O que notadamente me impressionou foram as descrições de mutilações nos corpos desses cativos, uma forma de facilitar a identificação aos interessados na recompensa pela captura.

Nas últimas semanas, fazendo uma pesquisa sobre determinado assunto na imprensa régia “Gazeta do Rio de Janeiro”, me chamou a atenção os avisos de escravos fugitivos. O que notadamente me impressionou foram as descrições de mutilações nos corpos desses cativos, uma forma de facilitar a identificação aos interessados na recompensa pela captura. Nas descrições os escravos eram cambados dos pés, desdentados, com grande “costura” nas costas, pernas com marcas de feridas “por estar sempre nos ferros”, nádegas cicatrizadas de relho, marcas de relho nas costas, um dedo cotó, picado de bexigas, boubas nos calcanhares, manetas, aleijados etc.

Recorri então a releitura do livro de Gilberto Freyre, “O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX”. Freyre pesquisou no Jornal do Commercio, no Diário de Pernambuco, entre outras gazetas, inúmeros avisos de escravos fugitivos. Segundo esse autor, normalmente as deformações decorriam dos castigos, excesso e acidente de trabalho, por doença, condições anti-higiênicas e tipo de alimentação.

No tocante aos castigos os instrumentos mais utilizados eram o azorrague, a gargalheira, a pega, o tronco, o vira-mundo, a corda de sedenho, os anjinhos e o colete de couro. Era comum os escravos serem descritos com cicatrizes de açoite e de ferro quente, o dedo picado de agulhas de debruar tamancos, pés deformados cheios de bichos, os dedos dos pés torados por serem amassadores de cal e o cal lhes ter aberto feridas e comido os dedos, com pernas e braços exageramente finos, tortos, cambados, tronchos, zambos ou arqueados, que são sequelas de raquitismo.

Na identificação dos escravos fugitivos, além das deformações decorrentes dos castigos, do tipo de trabalho e do modo de vida havia um tipo de indicação nos anúncios que Freyre denomina de “característicos constitucionais”. O que seria este último? Os senhores descreviam o fugitivo pelo tipo de comportamento, ou seja, introvertidos ou calados, extrovertidos de aspecto alegre, brejeiros, muito político no falar, muito capadócio, bem falante, retórico, muito poeta no falar, contador de histórias, muito pachola, gostava de súcias, gostava de andar pelos batuques, muito dançador, cantador de chulas, tocador de viola para ficar em apenas alguns exemplos.

Em Nova Friburgo, possuímos um anúncio publicado em O Friburguense em 17 de abril de 1881, que ilustra bem o que Freyre denomina de “característicos constitucionais”. O capitão Luciano José Coelho de Magalhães, lavrador de Cantagalo, ofereceu a quantia de um conto de réis a quem capturasse, ou metade a quem desse notícias certas de seu escravo José, pardo, idade entre 28 a 33 anos, marinheiro, cozinheiro, falquejador e serrador. José pertencera a um português que o castigou nas nádegas e nas costas pela “irregularidade de seu proceder” e tinha o hábito de encobrir as cicatrizes dizendo que as feridas das costas eram devidas ao “incômodo”[doença] que dava o nome de “fogo selvagem”.

José era muito falante e cortês, destacava o anúncio. Tinha a voz fina e quando cumprimentava as pessoas dizia sempre a seguinte frase: “Deus lhe dê bons dias” ou “Deus lhe dê boas tardes”. As atividades laborais exercidas pelos escravos é outro fator a destacar. Localizei na Gazeta do Rio de Janeiro escravos no ofício de bolieiro, corrieiro e currador. Freyre nos informa que eram comuns entre os escravos do sexo masculino as profissões de catraeiro, lenhador, talhador de carne, carreiro, sapateiro, pescador, sangrador, cozinheiro, cambiteiro, alfaite, caiador, carpina, marceneiro, pajem, malungo etc.

Já entre as mulheres escravas engomadeira, lavadeira, costureira, doceira, ama-de-leite, marisqueira, enfermeira e mucama. Ainda em relação a Gazeta do Rio de Janeiro me chamou a atenção o caso de João Lopes de Sá, morador na vila de São Pedro de Cantagalo. Conforme esse periódico de 29 de março de 1820, na página 4, consta que “Em fins de dezembro de 1818, [João Lopes de Sá] comprou dez escravos novos, e porque tem aparecido senhores da maior parte [reclamando a propriedade] dos ditos escravos, e só lhe restam três por nomes Maria, João e Joaquim, faz saber a quem forem seus senhores que, dando os sinais certos, se lhe entregarão”. Trata-se de um caso curioso em que se adquire escravos fugitivos de terceiros, o que chamaríamos hoje de receptação culposa.

Possivelmente havia indivíduos especializados na captura de escravos fugitivos para vendê-los, pois não deveriam ser muito atrativas as alvíssaras, ou seja, a recompensa oferecida por seus proprietários. O colono suíço Joseph Hecht nos legou o seguinte depoimento: “... repugnava-nos como algo totalmente inaceitável, o drama dos escravos fugidos e dos recém comprados. Com frequência, víamos passar por nossa cidade de Nova Friburgo negros fugidos que tinham sido capturados pelos caçadores contratados e que estavam sendo devolvidos aos donos. Quem capturasse um negro fugido e o devolvesse, recebia 40 florins, de acordo com a lei.

Para quem se dedicava a essa maldita atividade, essa paga era suficiente. O negro que fugia pela primeira vez era espancado de forma horrível. Se fugisse uma segunda vez, era novamente espancado brutalmente, mas isso não era tudo: uma corrente era presa ao seu corpo, com uma parte pendendo para baixo, por meio da qual as pernas eram presas a uma argola. A corrente lateral era soldada a outra argola. Nessa miserável condição, com o corpo todo apertado, ele tinha de trabalhar e dormir. Quando dois escravos fugiam juntos, eram depois acorrentados juntos a uma argola e assim forçados a trabalhar. Se o escravo fugisse pela terceira vez e fosse preso, era então transportado para o matadouro da cidade do Rio de Janeiro, onde todos os dias recebia 100 chibatadas. Outros eram amarrados a um poste numa praça pública, inteiramente nus e cruelmente surrados.” Através desse depoimento, podemos perceber que Nova Friburgo não ficou à margem da sociedade escravocrata da época.

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    Aviso de fuga de escravo oferecendo recompensa (Fotos: Acervo Biblioteca Nacional)

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    Típica gravura que ilustrava avisos de escravos fugitivos

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    Capitão do mato trazendo escravo com colar de punição, 1835. Johann Moritz Rugendas.

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Seja verdadeiro consigo mesmo

quinta-feira, 08 de outubro de 2020

Será que você tem mentido para si mesmo? Você é honesto, honesta com você? Será que ocorre com você em alguns momentos da vida nos quais percebe que não foi honesto quanto aos seus sentimentos para consigo mesmo e para com outras pessoas? Será importante para sua saúde mental e social ser verdadeiro com você mesmo?

Será que você tem mentido para si mesmo? Você é honesto, honesta com você? Será que ocorre com você em alguns momentos da vida nos quais percebe que não foi honesto quanto aos seus sentimentos para consigo mesmo e para com outras pessoas? Será importante para sua saúde mental e social ser verdadeiro com você mesmo?

Os membros dos grupos de ajuda mútua Alcoólicos Anônimos (AA) que levam a sério este programa de recuperação do alcoolismo muito eficaz, precisam enfrentar a si mesmos diante do espelho e diante do mundo. Nas reuniões de AA para viver a recuperação a pessoa deve ser plenamente honesta. Não há recuperação sem honestidade, seja para problemas com álcool ou outra situação que necessita melhoria, cura, controle saudável, sobriedade e serenidade na vida. A honestidade é um dos quatro absolutos de AA - os outros são pureza, altruísmo e amor. Esses absolutos navegam no processo de recuperação. Eles são a luz guia e ajudam o membro de AA a não se desviar de seu objetivo.

Shakespeare expressou suas opiniões sobre a honestidade por meio de Polônio em Hamlet. “Sê verdadeiro consigo mesmo. E deve seguir-se, como a noite ao dia, então não podes ser falso com ninguém”, escreveu ele. Séculos depois, ainda reconhecemos essas linhas como exemplos de vida. 

É essencial ser honesto para restaurar sua vida, seja por abuso ou dependência de substância ou por outro problema. Por meio da honestidade, você aprende a aceitar. E a aceitação é o primeiro passo para assumir o controle do que você perdeu por ser impotente diante da situação, da droga, da obsessão, da compulsão. No caso do alcoolismo, ser verdadeiro consigo mesmo é a única maneira de obter o controle do problema com o álcool.

Isto é verdade porque geralmente o alcoólico que ainda não entrou em recuperação permanece na negação. Negação é um mecanismo de defesa mental na qual o indivíduo mente para si mesmo na tentativa de fugir do problema. Um alcoólico ou alcoólatra que ainda não encontrou a sobriedade pode dizer: “Bebo só fim de semana!”, quando, na realidade, ele bebe em dias da semana também. Ou pode argumentar: “Bebo demais quando estou triste.”, quando a verdade é que ele bebe demais estando triste ou alegre.

Viver na negação é viver mentindo para si mesmo, o que retarda ou impede entrar em recuperação do alcoolismo, outra droga ou de qualquer comportamento disfuncional. É muito difícil ser autêntico ou verdadeiro o tempo todo. Ser verdadeiro consigo mesmo o ajuda a se sentir puro consigo mesmo. Isso o encoraja a ajudar os outros. Viver autenticamente permite que você seja altruísta e faça coisas para outras pessoas. Mas, para isso, você também deve trazer consistência em todas as suas ações.

Como Shakespeare explica, ser honesto tem que ser um esforço contínuo. Assim como a noite segue o dia, você deve manter o ciclo em andamento. Lembre-se de que ser honesto não significa apenas ser responsável por suas ações, mas também seguir bons princípios. O vício, seja em álcool, outra droga é caracterizado pelo uso compulsivo de uma substância, apesar de conhecer as consequências. A pessoa faz isso porque se sente melhor e aproveita a "sensação" momentânea. Mas ser honesto realmente deixa você feliz num longo prazo. Não faz você se sentir melhor apenas temporariamente, é uma excelente maneira de passar pela vida. Praticar a honestidade pode ajudá-lo a aliviar o estresse, porque você gasta menos tempo procurando cobrir seus erros, falhas, desonestidades, focando em seu bem-estar. Não precisa se preocupar com a operação “lava a jato” para descobrir suas corrupções. O mal destrói o mal. E a verdade vai acabando com nossas mentiras e nos fazendo melhores pessoas que ajudarão outras numa motivação compassiva. Ah! Se a maioria da classe política entendesse e vivesse isso ... como a sociedade funcionaria bem, como diminuiria o sofrimento de tanta gente! (Fonte: https://www.passitonrecoveryshop.com/to-thine-own-self-be-true.html)

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Vacina contra a Covid-19: A pressa pode comprometer sua eficácia?

quarta-feira, 07 de outubro de 2020

Muito se tem falado sobre vacinas, sobre a resistência de certas pessoas a serem vacinadas e, principalmente, sobre a corrida em busca de uma vacina eficaz contra a Covid-19. Aliás, essa seria a maneira mais rápida de deter a atual pandemia e coloca-la no mesmo nível das doenças que outrora assolaram a humanidade (sarampo, varíola, coqueluche, paralisia infantil, tuberculose etc.) e hoje se encontram “domesticadas” ou erradicadas, na maioria dos países onde é adotada a vacinação em massa.

Muito se tem falado sobre vacinas, sobre a resistência de certas pessoas a serem vacinadas e, principalmente, sobre a corrida em busca de uma vacina eficaz contra a Covid-19. Aliás, essa seria a maneira mais rápida de deter a atual pandemia e coloca-la no mesmo nível das doenças que outrora assolaram a humanidade (sarampo, varíola, coqueluche, paralisia infantil, tuberculose etc.) e hoje se encontram “domesticadas” ou erradicadas, na maioria dos países onde é adotada a vacinação em massa.

Na França, país onde o movimento anti vacinação é muito grande (41% dos franceses estimam que as vacinas não são seguras), houve uma série de manifestações quando, em 2018 o governo passou de três para 11 as vacinas obrigatórias nas crianças entre três e 18 meses de vida; mesmo com as evidências de que naquele país, em regiões onde a resistência a essas medidas de saúde pública é muito grande. Por exemplo, a Agência Regional de Saúde do departamento da Nouvelle Aquitaine, mostrou que de 2.567 casos de rubéola confirmados, desde 2018, mais de noventa por cento dos infectados ou tinham recebido doses insuficientes ou nenhuma, da vacina anti rubéola.

Vacinar, portanto, é uma importante ferramenta de saúde pública e as dúvidas que possam existir na população devem ser esclarecidas, com convicção, para evitar fake news e convencer a todos, da necessidade da prevenção de doenças erradicadas, para que elas não voltem mais, como foi a recente crise de sarampo, no Brasil. Ela foi resultado da entrada maciça de imigrantes vindos da Venezuela, país onde não existe um programa de vacinação em massa. Devemos lembrar que também entre nós, tem havido resistência da população contra os programas de vacinação, e isso, talvez, explique o número elevado dos casos de sarampo que surgiu entre nós, naquele episódio.

Mais importante é o uso da vacinação em massa, para prevenção de novas ondas de infecção pelo coronavírus, responsável pela atual pandemia com 35.179.573 casos, até agora, e 1.037.340 óbitos no mundo inteiro. Mas, a pergunta que todos fazemos é com relação a sua segurança, em face da rapidez com que ela está sendo apresentada ao mundo.

O biólogo e professor de virologia do departamento de microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), Paolo Zanotto, explicou que o desenvolvimento clínico da vacina é um processo de três fases: "Durante a fase 1, um pequeno grupo de pessoas recebe a vacina experimental; na fase 2, o estudo clínico é expandido e a vacina é dada a pessoas que têm características, como idade e saúde física, semelhantes àquelas para quais a nova vacina está sendo destinada; e na fase 3 a vacina é ministrada a milhares de pessoas testadas com eficácia e segurança", disse.

De acordo com ele, é possível encurtar o tempo de duração deste processo de fases de testes, mas há um problema que quando se encurta muito esses ciclos de desenvolvimento, gera uma estimativa não muito boa de segurança da vacina e outros parâmetros.

A vacina de Oxford e a SinoVac, da China, já estão sendo testadas em voluntários no Brasil em ensaios clínicos na fase 3, que é a última etapa antes de registrá-las junto às autoridades regulatórias. No entanto, é preciso que se atinja a chamada imunidade de rebanho, em que 60% a 70% da população já tenha sido infectada, consiga eliminar o vírus, mas tenha uma resposta anti córpica boa contra o vírus. E essa imunização pode ser conseguida pelo uso de vacinas profiláticas. Daí a necessidade do encurtamento desse tempo.

De acordo com Jon Andrus, especialista em epidemiologia e imunização da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, que foi vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), as altas taxas de transmissão comunitária do vírus, como acontece no Brasil, estão entre os principais critérios para poder testar uma vacina. Ele afirma, também: "Certamente, é necessária uma situação em que haja uma forte prevalência de uma enfermidade para poder provar a sua eficácia. Mas penso que no Brasil há uma tempestade quase perfeita para os ensaios, porque além da alta prevalência da Covid-19, o país tem uma longa história de excelência em saúde pública, com instituições de pesquisas reconhecidas mundialmente, como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no Rio de Janeiro e o Instituto Butantã, em São Paulo, que há décadas realizam pesquisas e ensaios", afirma o especialista.

Baseado na experiência e seriedade desses dois institutos é que podemos ter confiança de que os testes estão sendo bem avaliados e que em muito breve, estaremos promovendo uma campanha de vacinação em massa contra a Covid-19, entre nós. 

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Os sinais da renovação

quarta-feira, 07 de outubro de 2020

Ante a assembleia familiar, o mestre tomou a palavra e falou, persuasivo:

— E quando o reino divino estiver às portas dos homens, a alma do mundo estará renovada.

O mais poderoso não será o mais desapiedado e, sim, o que mais ame.

O vencedor não será aquele que guerrear o inimigo exterior até à morte em rios de sangue, mas o que combater a iniquidade e a ignorância, dentro de si mesmo, até à extinção do mal, nos círculos da própria natureza.

Ante a assembleia familiar, o mestre tomou a palavra e falou, persuasivo:

— E quando o reino divino estiver às portas dos homens, a alma do mundo estará renovada.

O mais poderoso não será o mais desapiedado e, sim, o que mais ame.

O vencedor não será aquele que guerrear o inimigo exterior até à morte em rios de sangue, mas o que combater a iniquidade e a ignorância, dentro de si mesmo, até à extinção do mal, nos círculos da própria natureza.

O mais eloquente não será o dono do mais belo discurso, mas, sim, o que aliar as palavras santificantes aos próprios atos, elevando o padrão da vida, no lugar onde estiver.

O mais nobre não será o detentor do maior número de títulos que lhe conferem a transitória dominação em propriedades efêmeras da Terra, mas aquele que acumular, mais intensamente, os créditos do amor e da gratidão nos corações das mães e das crianças, dos velhos e dos enfermos, dos homens leais e honestos, operosos e dignos, humildes e generosos.

O mais respeitável não será o dispensador de ouro e poder armado e, sim, o de melhor coração. O mais santo não será o que se isola em altares do supremo orgulho espiritual, evitando o contato dos que padecem, por temer a degradação e a imundície, mas sim, aquele que descer da própria grandeza, estendendo mãos fraternas aos miseráveis e sofredores, elevando-lhes a alma dilacerada aos planos da alegria e do entendimento.

O mais puro não será o que foge ao intercâmbio com os maus e criminosos confessos, mas aquele que se mergulha no lodo para salvar os irmãos decaídos, sem contaminar-se. O mais sábio não será o possuidor de mais livros e teorias, mas justamente aquele que, embora saiba pouco, procura acender uma luz nas sombras que ainda envolvem o irmão mais próximo...

O amigo divino pousou os olhos lúcidos na noite clara que resplandecia, lá fora, em pleno coração da natureza, fez longo intervalo e acentuou:

— Nessa época sublime, os homens não se ausentarão do lar em combate aos próprios irmãos, por exigências de conquista ou pelo ódio de raça, em tempestades de lágrimas e sangue, porquanto estarão guerreando as trevas da ignorância, as chagas da enfermidade, as angústias da fome e as torturas morais de todos os matizes... Quando o arado substituir o carro suntuoso dos triunfadores, nas exibições públicas de grandeza coletiva; quando o livro edificante absorver o lugar da espada no espírito do povo; quando a bondade e a sabedoria presidirem às competições das criaturas para que os bons sejam venerados; quando o sacrifício pessoal em proveito de todos constituir a honra legítima da individualidade, a fim de que a paz e o amor não se percam, dentro da vida — então uma nova humanidade estará no berço luminoso do divino reino...

Nesse ponto, a palavra doce e soberana fez branda pausa e, lá fora, na tepidez da noite suave, as estrelas fulgentes, a cintilarem no alto, pareciam saudar essa era distante...

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

 

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Do apagão às luzes do conhecimento, AVS é missão!

terça-feira, 06 de outubro de 2020

O Caderno Z do último fim de semana nos trouxe a celebração do dia 1º de outubro, quando se festeja o Dia Internacional da Terceira Idade. A partir dos 60 anos é hora de brindar a chegada de um novo tempo. Contudo, parece que antigamente a pessoas envelheciam mais cedo e por volta dos 50 anos começavam a “pendurar as chuteiras” no jogo da vida. Hoje as pessoas envelhecem bem mais tarde. É certo que a modernidade trouxe uma série de conhecimentos para os ajustes necessários ao pleno conforto dos idosos.

O Caderno Z do último fim de semana nos trouxe a celebração do dia 1º de outubro, quando se festeja o Dia Internacional da Terceira Idade. A partir dos 60 anos é hora de brindar a chegada de um novo tempo. Contudo, parece que antigamente a pessoas envelheciam mais cedo e por volta dos 50 anos começavam a “pendurar as chuteiras” no jogo da vida. Hoje as pessoas envelhecem bem mais tarde. É certo que a modernidade trouxe uma série de conhecimentos para os ajustes necessários ao pleno conforto dos idosos.

O arquiteto friburguense, Rogério Kato, fez uma excelente explanação sobre os cuidados que se deve ter com a distribuição de espaços e recursos em uma casa, para a segurança dos idosos. Cores claras nas paredes, móveis bem dispostos, de preferência com cantos arredondados, circulação bem definida, rampas, escadas com corrimão, barras nos banheiros e muito mais. Lembrando que um bom jardim acalma e traz muitos benefícios para a saúde.

A mente do idoso, da mesma forma, precisa se equipar com bastante ocupação. Em se tratando de tecnologias, as ferramentas estão aí. O site “Divertidosos”, criado em 2013 pelo aposentado Guilherme Gargantini e pela webdesigner Monika Dunko, destaca a inclusão digital, pelo “bem que a tecnologia faz", como afirma Monika. Por conta da pandemia, surgiu o Pandebingo – um bingo virtual, com presentes doados por "divertinautas". Para Guilherme "está sendo um sucesso estrondoso!”. Tudo o que for bom para manter a estabilidade emocional neste momento é de valor inestimável.

Conversas, jogos de mesa, filmes, música, leituras, banhos de sol e até exercícios, como alongamentos e aulas de yoga, pela internet. Resumindo, “em época de recolhimento domiciliar, estar ativo é primordial para a saúde física, mental e emocional”.

Não fosse a pandemia, valeria brincar com a ideia de candidato “mascarado” na campanha eleitoral. Mas, agora, o candidato sem máscara, certamente, já está perdendo voto por não dar um bom exemplo. Sem preconceito de cor quanto a cor das bandeiras, o período eleitoral pretende ser regido, com muita segurança, pelas autoridades. O juiz da 26ª Zona Eleitoral de Nova Friburgo, Marcelo Villas, afirma que “a campanha dos candidatos será mantida, independentemente da bandeira da flexibilização vigente no município”.

A afirmativa do magistrado se prende ao “bom senso do candidato”. Mas, e na falta do bom senso? A pergunta fica no ar, junto a outras questões irrespondíveis desde o início da pandemia. A sorte é que “o TSE está atento aos desdobramentos das campanhas”. Vamos nos alertar, porque tem muita gente pensando que a pandemia “deu uma trégua” para as eleições. Será o coronavírus um vírus eleitoral? Mas que bobagem de pensamento! Com o aumento de contaminados e o número de mortes, a trégua é no comportamento humano, isso, sim!

“O candidato a qualquer cargo público deve levar ao eleitorado uma mensagem. Algo que o credencie como aspirante ao trato da coisa pública. Não foi por outra razão que alguns defendem o ponto de vista de que deveria existir uma Escola de Administração. Ao solicitar o registro de sua candidatura, o pretendente ao voto do povo teria que juntar a prova que já terminara o curso”. Esse excelente argumento foi publicado na edição de 3 e 4 de outubro de 1970, como nos lembrou a coluna “Há 50 anos”. São passadas cinco décadas e a ideia não vingou. Mas, não é que seria bem interessante? Contudo, poderia surgir muito “Fakediploma” e a gente continuaria caindo no conto do vigário e, pior, sem missa.

E o apagão de sexta-feira passada, pessoal? Que noite linda, que lua! É certo que o acontecimento atravancou a vida de muita gente, mas que foi lindo poder apreciar a lua iluminando a cidade, foi. Falando em natureza, “Lá vai São Francisco pelo caminho, de pés descalços, tão pobrezinho...”. Na charge de Silvério, o franciscano, cuja memória foi lembrada neste domingo, 4, pede ao povo que evite queimadas, que não jogue cigarros acesos nas matas, que preserve o meio ambiente. Lá vai São Francisco, de olhar atento. O santo da simplicidade parece pensar na canção de Milton Nascimento: “Outros outubros virão, outras manhãs plenas de sol e de luz”.

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Parabéns ao Fajardo

terça-feira, 06 de outubro de 2020

Parabéns ao Fajardo

Ontem, 5, quem passou o dia recebendo, como bem merece, cumprimentos e demonstrações de carinho por ter completado mais um aniversário, foi o boa praça  Alexandre Fajardo (foto), ex-craque do nosso futebol.

A ele, que brilhou atuando pelo Friburguense A.C., assim como Portuguesa de Desportos, Noroeste-SP, São Paulo F.C. e All Rayan do Catar, nossas congratulações com votos de felicidades e tudo de bom. Parabéns!

Lua na escuridão

Parabéns ao Fajardo

Ontem, 5, quem passou o dia recebendo, como bem merece, cumprimentos e demonstrações de carinho por ter completado mais um aniversário, foi o boa praça  Alexandre Fajardo (foto), ex-craque do nosso futebol.

A ele, que brilhou atuando pelo Friburguense A.C., assim como Portuguesa de Desportos, Noroeste-SP, São Paulo F.C. e All Rayan do Catar, nossas congratulações com votos de felicidades e tudo de bom. Parabéns!

Lua na escuridão

Como diz o o ditado popular “Na vida, quem perde o telhado ganha as estrelas", nos restou um consolo diante do apagão da noite da última sexta-feira, 5.

Ficamos quase quatro horas no escuro, mas pudemos contemplar o quão exuberante estava a lua naquela noite.

Grande homem em livro

Eis que surge, para familiares e amigos mais próximos, o novo livro “João Baptista da Silva – sua vida, sua história” que reúne anotações, informes, revelações e passagens maravilhosas do saudoso João Baptista (foto reprodução).

Elaborado a partir de biografia feita pelo próprio João Baptista e organização  de conteúdo dos filhos Lúcio Flavo Gomes da Silva, Renato Henrique Gomes da Silva, Maria Inês Silva Seabra Varella e José Antonio Gomes da Silva, esta obra literária lançada pela editora In Media Res deixa para a posteridade, a grandeza do inesquecível João Baptista da Silva, desde o seu nascimento em 19 de setembro de 1919 até o falecimento ocorrido em 2 de agosto de 1998.

Parabéns à família e na figura dos queridos amigos e filhos do homenageado, Lúcio Flavo e Renato Henrique, agradeço imensamente o carinho da oferta de um exemplar do livro.

Blocos para nada

Como todos notaram, foram instalados e depois retirados de um trecho da Avenida Euterpe Friburguense alguns blocos de concreto para demarcação da ciclovia que custou R$ 999 mil aos cofres municipais.

Como a instalação foi feita e logo desfeita, fica a indagação: para que?

Lançamento de selo

Na próxima sexta-feira, 9 às 10h30 em sua página no Facebook /novafriburgoteuto o Centro Cultural Teuto Friburguense estará lançando oficialmente o selo (foto) comemorativo ao bicentenário da imigração alemã no Brasil que será celebrado oficialmente em 2024.

A criação de um selo para a ocasião surgiu a partir de uma proposta de descendentes de alemães em Nova Friburgo. O lançamento esta semana contará com a participação de um representannte dos Correios, assim como de Bárbara Hussung representando o Consulado Alemão aqui na cidade e possivelmente também, as participações de representantes da Secretaria Municipal de Cultura e do cônsul geral da Alemanha no Estado do Rio de Janeiro, ainda a confirmar.

Vivas desde já!

No próximo sábado, 10, a fisioterapeuta Danielle Erthal Vassalo soma mais um ano de vida, o que será motivo de congratulações do marido Jackson e da filha Maria Clara, assim como demais parentes integram uma família amiga e muito querida.

Por isso, antecipamos os parabéns à querida Danielle com votos de felicidades, saúde e paz. Ela merece!

Aniversariou no dia 2

Apesar do atraso, mas ainda em tempo de satisfação, os parabéns da coluna ao querido e jovem empresário Bráulio Rezende Neto, que está com idade nova desde a última sexta-feira, 2.

Felicidades e tudo bom para o grande Braulio Neto.

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    Parabéns ao Fajardo

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    Grande homem em livro

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    Lançamento de selo

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Eras tu, Senhor?

terça-feira, 06 de outubro de 2020

Nesta Semana Nacional da Vida, dentro do mês missionário, refletiremos com a inspiração da nova encíclica do nosso profético Papa Francisco – “Fratelli tutti” sobre a fraternidade e a amizade social, complementando e aprofundando a Teologia da Criação, do cuidado com a vida apresentada na “Laudato si”.

Nesta Semana Nacional da Vida, dentro do mês missionário, refletiremos com a inspiração da nova encíclica do nosso profético Papa Francisco – “Fratelli tutti” sobre a fraternidade e a amizade social, complementando e aprofundando a Teologia da Criação, do cuidado com a vida apresentada na “Laudato si”.

A exemplo de São Francisco de Assis reassumimos a vida como dom e compromisso, defendendo-a, em todas as suas etapas, desde a concepção no ventre materno até a morte natural. A vida é missão de todo ser humano e de todo batizado. É a base de toda a evangelização e testemunho cristão, como nos recorda São João Paulo II em sua iluminada encíclica Evangelium Vitae.

A fraternidade é a forma mais direta de comunicação da boa nova de Cristo. É o coração de toda mensagem evangélica: o amor fraterno capaz de dar a vida pelo outro, de resgatar a vida dos mais perdidos e necessitados, no espírito da misericórdia e gratuidade. Isto implica na defesa e promoção da dignidade humana como imagem e semelhança de Deus e o respeito ao seu plano de amor da criação, impresso na consciência e nas leis da natureza, de onde decorre a ética da justiça, do equilíbrio e da realização do bem.

Por meio de várias inciativas e pastorais, campanhas e obras, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao longo de décadas, vem refletindo e agindo com toda a comunidade brasileira sobre vários temas e áreas da nossa realidade: a ecologia, a saúde, a terra, o índio, o negro, o trabalho, a mulher, a fome, o menor, a educação, a moradia, o jovem, a família, idoso, a pessoa com deficiência, a segurança, a água, a comunicação, a paz, entre outros.

Ao ver o quadro real, com suas injustiças, desigualdades e incoerências com a verdade cristã, a Igreja exerce, com a autoridade de Cristo, sua missão profética de julgar, avaliar as situações à luz do Evangelho, conscientizar sobre os valores e denunciar o sistema de pecado, apresentando pistas de ação e sua colaboração concreta – o agir -  para uma solução justa e fraterna a partir da solidariedade e da união.

A comunhão eclesial, seguindo o exemplo e o coração de Cristo, se inclina aos mais pobres e abandonados e adverte que os que os excluem estão contra a vontade de Deus. Oprimem e exploram o próprio Cristo no ser humano faminto, prostituído, prisioneiro, dependente químico, alcoolizado, indefeso no ventre. Rejeitam o Jesus abandonado, doente, menor carente, pobre, mendigo, analfabeto. Discriminam o Senhor no negro, no indígena, na mulher, no idoso, nas pessoas com deficiência, nos portadores do vírus do HIV, dentre outros.

É necessário que nos convertamos à proposta do mestre que é a humildade, a partilha na igualdade, a solidariedade e o amor fraterno, à consciência de que não somos melhores que ninguém. “Somos do mesmo barro”, ainda que agitados pela vaidade e pelo orgulho que tão facilmente retorna ao chão. Tudo passa! A figura do mundo se esfumaça. Nós também passamos. Cada ser humano que de nós se aproxima é nosso irmão, é Jesus. E um dia, ele próprio nos julgará pela nossa sensibilidade, nossa atenção, nosso amor. “Estava com fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Estava nu e me vestistes... doente e fostes me ver...”  E nós: “Mas quando, Senhor que te fizemos isso?” Responderá para nós o Cristo: “Todas as vezes que fizestes isso ao menor dos pequeninos, a mim o fizestes”. E que nunca ouçamos o inverso: “o que não fizestes ao menor dos pequeninos...” (cf.  Mt 25 31-46). Restará a surpresa: “Eras tu, Senhor!”

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor diocesano da Pastoral Familiar. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Carros de som dão apoio à candidatura de Álvaro de Almeida

sábado, 03 de outubro de 2020

Edição de 3 e 4 de outubro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

Edição de 3 e 4 de outubro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

  • Apoio a candidatura de Álvaro de Almeida - Os carros-volantes que percorrem a cidade cidade veiculando a propaganda eleitoral dos candidatos do MDB de Friburgo estão jogando no ar gravações do dr. Dermeval Barbosa Moreira e dos seus filhos, Vanor e Maurício Tassara Moreira, com total apoio à candidatura do deputado Álvaro de Almeida para prefeito, declarando ainda estarem verdadeiramente integrados na campanha que levará o citado e querido industrial ao Executivo Municipal.
  • Entrevista com Edgard de Almeida -  Ao anunciar ao jornal que irá deixar a política partidária sem qualquer ressentimento, guardando de Friburgo e do seu povo uma indelével recordação, Edgar de Almeida disse que “quem sabe, na próxima campanha, não estarei na batalha democrática, preliando um oportuno e bom combate?” Na entrevista, ele também enumerou algumas metas do candidato do MDB à prefeitura, Álvaro de Almeida. Caso seja eleito prefeito, Álvaro cuidará, prioritariamente, das rodovias interdistritais, de modo a que os lavradores tenham facilidade para o escoamento das safras. Cuidará também para que o município receba imagem e som de todas as TVs que funcionam na Guanabara, e também diligenciará para que Friburgo tenha faculdades para a formação de todas as categorias. 
  • A tábua de salvação de adesistas impenitentes - Em discurso de caráter político, em comícios, palestras ou propaganda eleitoral pelo rádio e televisão, a tônica dos candidatos arenistas vem sendo a de endeusar o presidente Médici, considerando-o o maior estadista que passou pelo governo do Brasil, citando e reprisando como exemplo, duas moderníssimas leis de natureza trabalhista, excelentes, mas que nem sequer foram ainda regulamentadas, somente estando em condições de dar os primeiros frutos no próximo ano. Chamar, de participação dos empregados nos lucros das empresas, a uma bem bolada lei que incontestavelmente trará algum benefício a classes trabalhadoras, chega a ser ridículo. A legislação que objetiva fortalecer os sindicatos, inclusive possibilitando-o emprestar dinheiro aos associados, cuidando para que ditas entidades possuam sede condigna. Vale como um atestado vivo do desejo de acertar, somando pontos para um futuro crédito que talvez venha a ser ilimitado. Vendo ou ouvindo, na TV e no rádio, os discursos arenistas, com poucas e honrosas exceções, constata-se como aquele partido está lotado de peleguismo que, assim como corvejava em torno dos ministros de Jango formando a ala avançada do janguismo, procuram agora infiltrar-se no atual governo que está com um crédito de confiança geral e que não pode ser destruído por adesistas impenitentes.

Pílulas:

  • O candidato a qualquer cargo público deve levar ao eleitorado uma mensagem. Algo que o credencie como aspirante ao trato da coisa pública. Não foi por outra razão que alguns defendem o ponto de vista de que deveria existir uma Escola de Administração. Ao solicitar registro de sua candidatura, o pretendente ao voto do povo teria que juntar a prova que já terminara o curso. 
  • Imagine o leitor o que vimos recentemente através do programa eleitoral gratuito. O postulante relacionou tudo o que conseguiu lembrar e sapecou como sua plataforma administrativa. Todos os casos de competência dos governos estadual e federal, das autarquias, das sociedades de economia mista, da iniciativa particular, etc, etc, etc, estariam totalmente resolvidos com a sua eleição. Com a maior cara de pau, com ar de inocente, muito próprio dos demagogos vulgares, dos que não desconfiam do ridículo, o dito cujo, em poucos minutos enriqueceu o nosso pobre esporte, solucionou todos os problemas financeiros das escolas de samba, prometeu às bandas de música a mais completa emancipação, a elas e aos músicos, a água jorraria baixíssima e em grande quantidade na totalidade dos lares, inclusive nos altos de morro. No carnaval e nas festas de natal e fim de ano, a policromia das luzes e dos enfeites fariam de Friburgo a mais autêntica Disneylândia.  
  • Que juízo estão a fazer certos candidatos do eleitorado friburguense? É necessário gabaritar o programa na Justiça Eleitoral, através da nossa rádio, para que haja interesse nas palestras ali proferidas às 14h e às 22h, tanto pelo MDB como pela Arena.  

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Marise Coutinho e Kátia Feno (3); Neida Monteiro Soares Yaggy e Francisco Assis Ribeiro Cantelmo (4); Álvaro de Almeida Júnior (6); Valéria Villaça (7); Alcindo Alves dos Reis, Tunney Kassuga e Walter Azevedo (8); Angelo Ruiz, Ruy Coelho da Rocha, Nilo Ferreira Torres e Amil Namen (10). 

 

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Reconstrução

sexta-feira, 02 de outubro de 2020

Muito já ouvi falar que para construirmos uma obra nova devemos preparar o terreno, cuidar da limpeza do local, criar o ambiente ideal, promover as adaptações que se fizerem necessárias. Na verdade, essas medidas são mesmo fundamentais. Mas a metáfora dessa ideia é a que me leva a pensar. Não sobre obras, mas sobre pessoas.

Muito já ouvi falar que para construirmos uma obra nova devemos preparar o terreno, cuidar da limpeza do local, criar o ambiente ideal, promover as adaptações que se fizerem necessárias. Na verdade, essas medidas são mesmo fundamentais. Mas a metáfora dessa ideia é a que me leva a pensar. Não sobre obras, mas sobre pessoas.

Passamos muito tempo de nossas vidas construindo ideias sobre os outros. E o tanto que nos enganamos é algo grandioso. Creio que não somos tão bem-sucedidos nessas obras. Inevitavelmente, nos equivocamos. Erramos o cálculo. Confundimos a perspectiva. Mudamos o projeto.

Seres humanos não são esse tipo de projeto que elaboramos com técnica. Somos, na verdade, uma obra sempre inacabada e complexa. Imperfeita por natureza. Em evolução (ou involução). O projeto é de vida e não há nada mais pessoal do que isso. O outro, por mais perito no assunto que seja, não pode precisar com exatidão o que acontece no interior da obra, nem apresentar soluções lapidares.

Esse terreno – que somos nós – não está descoberto a ponto de desvendarmos seus desníveis pelo olhar. Tem até areia movediça por baixo do mato verde. Tem de tudo, como se diz.

Investimos preciosos minutos de vida construindo uma imagem do outro. Supondo coisas. Julgando e prejulgando pelo pouco que conhecemos a seu respeito. Por isso o culto reverenciado pela imagem. Nem sempre a real. Quase sempre a projetada. A que pode ser vista. Isso é uma grande tolice, pois ao construirmos pessoas fictícias em nosso imaginário, empenharemos o dobro de energia para desconstrui-las, pois comumente erramos as análises. Os outros não são o que pensamos deles. Os outros são o que são.

Seria interessante se aceitássemos que o jogo começa com as peças do quebra-cabeças desmontadas, para então, com o tempo pudéssemos aprofundar e conhecer a imagem real que será formada. Daria menos trabalho e as surpresas talvez fossem mais prazerosas. Ou mais reais.

Mania estranha essa de querermos jogar um jogo ganho. Imagens preestabelecidas. Vencedores determinados. E no final das contas, a frustração da decepção. O girassol que eu estava montando no meu quebra-cabeças não passa de uma forma geométrica e sem sentido. Uma bola amarela. E vice e versa. Quantos girassóis deixamos de descobrir no meio do jogo justamente por superficialmente só enxergarmos a bola amarela. Sem essência. Forma e não flor.

Desconstruir é preciso. E se tivermos ânimo, reconstruir. Não sei se me fiz entender. Mas também não é preciso. Referenciando mais uma vez Clarice Lispector: “Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”. Não me preocupo, pois.

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