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Papa: inspirar-se em Pedro e Paulo para uma Igreja humilde e aberta

segunda-feira, 03 de julho de 2023

Na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, Francisco exortou os fiéis a se inspirarem nos Apóstolos para crescer como Igreja do seguimento, como Igreja humilde que nunca dá por terminada a busca do Senhor, tornando-se simultaneamente uma Igreja aberta, que encontra a sua alegria não nas coisas do mundo, mas no anúncio do Evangelho ao mundo.

Na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, Francisco exortou os fiéis a se inspirarem nos Apóstolos para crescer como Igreja do seguimento, como Igreja humilde que nunca dá por terminada a busca do Senhor, tornando-se simultaneamente uma Igreja aberta, que encontra a sua alegria não nas coisas do mundo, mas no anúncio do Evangelho ao mundo.

Seguimento e anúncio: estas foram as duas palavras ressaltadas pelo Papa na homilia da Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, festejada No último dia 29 de junho. No Brasil, a solenidade é transferida para o domingo seguinte, e foi celebrada no último dia 2.

Na Basílica de São Pedro, concelebraram com o Pontífice os 32 arcebispos nomeados. Entre eles, há quatro lusófonos: três brasileiros e um moçambicano: Dom José Carlos Souza Campos, de Montes Claros (MG); Dom Juarez Sousa da Silva, de Teresina (PI); Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, de Olinda e Recife (PE); e Dom João Carlos Hatoa Nunes, de Maputo. Na celebração, o Papa abençoou os pálios, que depois serão impostos pelo Núncio na arquidiocese, junto à comunidade local.

Na sua homilia, Francisco se inspirou na pergunta que Jesus dirige aos discípulos, contida no Evangelho de Mateus: “Vós, quem dizeis que Eu sou?” (Mt 16, 15). Para o Pontífice, esta é a pergunta fundamental, a mais importante: Quem é Jesus para mim?

Seguimento

Os dois apóstolos responderam a esta pergunta de modo diferente. A resposta de Pedro poderia se resumir em uma palavra: seguimento. Pedro largou tudo para ir atrás do Senhor. E o Evangelho sublinha que foi “imediatamente”, não disse a Jesus que iria pensar, fazer cálculos para ver se lhe convinha, não apresentou desculpas para adiar a decisão, mas deixou as redes e O seguiu. Haveria de descobrir tudo dia após dia, no seguimento de Jesus.

Aquela anotação “imediatamente”, acrescentou o Papa, vale também para nós: se há tantas coisas na vida que podemos adiar, o seguimento de Jesus não pode ser uma delas. E atenção! Pois algumas desculpas aparecem disfarçadas de espiritualidade, como “não sou digno”, “não sou capaz”. Para Francisco, são artimanhas do diabo, que nos rouba a confiança na graça de Deus. A lição de Pedro, portanto, é: devemos nos desprender de nossas seguranças terrenas, imediatamente, e seguir Jesus todos os dias. 

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Já a resposta de Paulo se resume na palavra anúncio. No caminho de Damasco, Jesus foi ao seu encontro e cegou-o com a sua luz, ou melhor, graças àquela luz, Saulo deu-se conta de quanto era cego. Assim, consagra a sua vida a percorrer terra e mar, cidades e aldeias, para anunciar Jesus Cristo.

Portanto, à pergunta “quem é Jesus para mim”, Paulo não responde com uma religiosidade intimista, mas com a inquietação de levar o Evangelho aos outros. Também hoje, observou o Papa, a Igreja tem necessidade de colocar o anúncio no centro, que não se cansa de repetir: “Ai de mim se eu não evangelizar”. Uma Igreja que precisa anunciar como necessita de oxigênio para respirar. (Fonte: Vatican News)

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Maiôs desfilam pela Casa da Amizade

sábado, 01 de julho de 2023

Edição de 30 de junho e 1º de julho de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes 

Country e Rotary: Maiôs ajudam a Casa da Amizade - Um grande acontecimento social agita o Nova Friburgo Country Clube e mostra à sociedade friburguense a nova coleção de praia Vivian para o verão 1973/1974, que reúne maiôs de fabricação exclusiva da Fábrica Filó. A promoção tem patrocínio do Rotary Club de Nova Friburgo que objetiva ajudar a Casa da Amizade das Senhoras dos Rotarianos de Nova Friburgo.

Edição de 30 de junho e 1º de julho de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes 

Country e Rotary: Maiôs ajudam a Casa da Amizade - Um grande acontecimento social agita o Nova Friburgo Country Clube e mostra à sociedade friburguense a nova coleção de praia Vivian para o verão 1973/1974, que reúne maiôs de fabricação exclusiva da Fábrica Filó. A promoção tem patrocínio do Rotary Club de Nova Friburgo que objetiva ajudar a Casa da Amizade das Senhoras dos Rotarianos de Nova Friburgo.

Combate à inflação - Ocorre no Brasil um movimento de combate à inflação. Entre nessa. Não compre de primeira, ande, procure, discuta preços. O brasileiro de 1973 está perdendo aquele orgulho bobo que o fazia pagar sem discutir, sem averiguar. Entre nessa onda. Ajude a combater a inflação e consequentemente, baixar o custo de vida. 

Padilha: Novo aumento para o servidor - O governador Raymundo Padilha encaminhou à assembleia legislativa mensagem de aumento geral de 15% ao funcionalismo do estado, elevando-se ao mesmo tempo o salário-família para Cr$ 20,00 o mais alto do país, no gênero, no âmbito do governo estadual. Em dois anos e três meses de administração, este é o segundo aumento concedido pela administração Padilha aos servidores estaduais. 

Ações e interpelações - O teatrólogo Dias Gomes, com sua novela “O Bem Amado” criou um personagem que vai se eternizar na história das artes brasileiras: o coronel Odorico Paraguaçu; demagogo, fazendeiro, mau caráter, político e prefeito de uma cidade - Sucupira - que, tirante alguns exageros do teatrólogo, pode ser considerada semelhante a qualquer pequena cidade do Brasil.

Pílulas

  • No dia do trabalhador, a cidade foi despertada por um foguetório imenso, um falatório maior ainda, quando anunciou-se a celebração de convênios para a assistência médica de urgência e o atendimento hospitalar de indigentes. Os friburguenses devem se lembrar do carnaval que foi feito, a publicidade e a badalação do primeiro grande “impacto” do atual governo. Badalação essa aliás, que deve ter custado uma “nota” aos cofres públicos… 

  • A VOZ DA SERRA cumprimentou, na época, os responsáveis pela iniciativa, que apesar de tudo, se anunciava como promissora, mesmo, um presente aos trabalhadores, conforme os órgãos oficiais e semi-oficiais chamavam os referidos convênios.  

  • Se as demais metas e projetos do Executivo demorarem o tempo que esses simples convênios hospitalares estão demorando vamos ter que partir para a prorrogação do mandato do nosso tão querido e perseguido prefeito… 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Antonio Folly e Alfredo Ennes Karl (2); Heleno Nunes (3); Justino Flavio Folly e Francisco Nunes Pinto (4); Mário Sérgio Ventura, Liana Rosado Ventura e Mario Lyra de Souza Lemos (5); José Vieira, Aloysio Moura e Rubem Máximo (6); Néa Schuabb, José Bizzotto, Norberto Rocha e Carlos Spinelli Chevrand (7); Elizabeth Veroneze, Marília Azevedo Alves e Ivo Scarini Marretto (8).

Foto da galeria
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Que sua embriaguez te lave a alma

sábado, 01 de julho de 2023

Do que se embriaga? Que aquilo que bebe não seja apenas para limpar a garganta, as vísceras, as angústias, espante a ansiedade ou devasse seus medos. Que não seja o vinho, a crença ou a pólvora que ateiem seus pensamentos de coragem. Mas que seja conforme a sua fé. 

Do que se embriaga? Que aquilo que bebe não seja apenas para limpar a garganta, as vísceras, as angústias, espante a ansiedade ou devasse seus medos. Que não seja o vinho, a crença ou a pólvora que ateiem seus pensamentos de coragem. Mas que seja conforme a sua fé. 

Se ébrio aos olhos alheios, mantenha-se convicto, ainda que cambaleante. Só você sabe o que sente, tanto que nem os mais empáticos saberão, ainda que possam supor. Suposição é pouco. Você não supõe! Você sente. Na pele, no peito, na alma. Nas tatuagens que a vida faz, com ou sem permissão. Viver nem sempre é transcender, ainda que prazer seja legítimo desejo e valha a busca. 

Por isso, que sua embriaguez te lave a alma. Respeito ao que te arrebata. Livre de julgamentos — principalmente os seus — seja o que te encanta. Que se embriague dessa luz que vem do universo, dos cheiros das florestas, do seu suor de esperança e gozo, dessa taça de vinho tinto que abraça em veludo as papilas. 

Beba essa loucura que é ingenuamente se entregar e entregue peça mais doses de paixão. Antes que evapore ou até virar amor. Beba mais e mais desse sentimento que causa rubor na face, tremedeira nas pernas e faz nascer asas no coração. 

Deixe-se voar e antes de aterrissar, se aterrissar, aproveite o voo… A paisagem, o céu, o vento silhuetando seu espírito. Você como tudo, mais do que o todo. 

Se você tem algo é a você mesmo, e, é por isso, que faz bem se doar, se dar sem saber se receberá de volta, mas sabedor de que nada importa mais do que a relação que tem consigo mesmo. Se for demais, terá o caminho para se trazer de volta. Mas não temas ir. Ser errante é da nossa natureza. É assim que a gente se acha. 

Atreva-se à embriaguez para, de repente, descobrir-se em liberdade. Para além dos fevereiros de cada ano, para muito além do que te disseram ser liberdade. Beba dessa liberdade de ser feliz, sem qualquer moderação. Brinde à liberdade dos que estão à volta e de todos que sequer conhece. Um mundo melhor é feito pelo conjunto de livres e não pelo coletivo de raivosos preconceituosos. Ame e deixe amar, viva e deixe viver.

Abrace esse clichê e faça dele elixir da sua embriaguez. Embriague-se desse e de tantos outros clichês que, se não enobrecem a literatura, aliviam o existir. Existir pleno é mais importante do que teorizar ou ter assento nas academias de letrados.

De alma lavada, repita em constância achar-se embriagado. De lua, de mar, de poesias, de gente, de café, de propósitos, de carnavais, de magia, de cerveja, de encontros, de enganos, de mapas astrais, de perigos, de olhares, de canções, de versões de si mesmo, de verões e estações que vem e vão, de saudades, de fé. 

Experimente e siga a embriagar-se de tudo que valha à pena, enquanto valer à pena, enquanto for atrativo e lhe fizer feliz. Porque se há que se definir um sentido para o destino, esteja certo, é a felicidade. E, o melhor: a felicidade não está ao final de tudo, mas em cada gole, em cada dose, em cada gota que lava a alma.

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Exchange-Traded Fund

quinta-feira, 29 de junho de 2023

O nome é complexo, mas tenho recebido muitos clientes falando sobre a intenção de realizar investimentos nesta classe de ativos. Apesar da complexidade do termo em inglês, um ETF, sigla em inglês para Exchange-Traded Fund, é um tipo de fundo de investimento negociado em bolsa de valores, assim como uma ação. Ele é projetado para acompanhar índices específicos, como o índice Bovespa no Brasil, o S&P 500 nos Estados Unidos ou o FTSE 100 no Reino Unido, por exemplo.

O nome é complexo, mas tenho recebido muitos clientes falando sobre a intenção de realizar investimentos nesta classe de ativos. Apesar da complexidade do termo em inglês, um ETF, sigla em inglês para Exchange-Traded Fund, é um tipo de fundo de investimento negociado em bolsa de valores, assim como uma ação. Ele é projetado para acompanhar índices específicos, como o índice Bovespa no Brasil, o S&P 500 nos Estados Unidos ou o FTSE 100 no Reino Unido, por exemplo.

Os ETFs oferecem aos investidores uma forma de diversificar sua carteira de investimentos, pois ao comprar cotas de um ETF, o investidor está adquirindo uma cesta de ativos que reflete o desempenho do índice subjacente. Isso permite que os investidores obtenham exposição a uma ampla gama de empresas ou setores, sem precisar comprar individualmente cada um dos ativos.

Estes fundos, portanto, se diferenciam do mercado de fundos de investimentos pela principal característica de negociação. Aqui, os ativos são trabalhados em mercado de bolsa e apresentam marcação do preço de cotas à mercado, como uma ação individual, por exemplo. Logo, são produtos de investimento destinado ao perfil agressivo de investimentos e pode resultar em perda de capital. Contudo, sua negociação em mercado de bolsa nos mostra outro ponto dentro de suas características principais, o prazo de liquidação. Toda movimentação, aqui, vai obedecer ao período de dois dias úteis para liquidação financeira de compra e venda dos papéis.

Vale ressaltar também, o processo de seleção de ativos em um fundo ETF. Lembra quando comentei sobre os ativos se assemelharem de alguma forma? Essa semelhança pode vir pelo setor de atuação, país de origem das empresas, tamanho do capital social etc. Para facilitar a visualização, destaco alguns exemplos de ETFs negociados na bolsa brasileira.

 

• BOVA11 - Busca refletir a performance, do Índice Bovespa (composto por cerca de 70 das maiores empresas do Brasil);

• ECOO11 - Busca refletir a performance do Índice Carbono Eficiente (composto por empresas com maior responsabilidade ambiental);

• GOVE11 - Busca refletir a performance do Índice Governança Corporativa Trade (composto por empresas com padrões de governança corporativa diferenciados);

• SMAL11 - Busca refletir a performance do Índice Small Cap (composto por empresas com menor capitalização na B3);

• IVVB11 - Busca refletir a performance do Índice S&P500 (composto pelas 500 maiores companhias de capital aberto dos EUA).

• HASH11 - Busca refletir a performance do índice Nasdaq Crypto (reflete, globalmente, o movimento do mercado de criptoativos).

 

Investir em ETFs promove uma maneira conveniente e eficiente de diversificar suas carteiras de investimento. Ao acompanhar índices específicos, estes fundos permitem que os investidores obtenham exposição a uma ampla gama de ativos, desde ações e setores até renda fixa e commodities. Contudo, lembre-se sempre dos riscos envolvidos e calcule sua exposição para manter uma carteira confortável para sua filosofia de investimentos, pois mantê-la saudável é fundamental para alcançar êxito. E, vale ressaltar, buscar orientação de um profissional qualificado pode proporcionar ainda mais segurança e bons resultados para sua estratégia.

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Melhor aposta

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Quer uma aposta boa, desse tipo que não tem risco de errar? Nem parece aposta. Porque dá certo, sempre. Resolva investir em si mesmo. Pense sobre como iniciar. Trace o ponto de partida a começar por suas reflexões. Pense na estratégia. Tente entender-se. Inevitável. Autoconhecer-se antes de tudo. Queira caminhos. Mergulhe no universo de saber mais sobre o que deveria saber. Atente-se em buscar o que quer fazer. Esbarre no desconhecimento sobre quem você é. E supere. Aprenda, sem subestimar a profundidade de seus anseios. Siga em frente.

Quer uma aposta boa, desse tipo que não tem risco de errar? Nem parece aposta. Porque dá certo, sempre. Resolva investir em si mesmo. Pense sobre como iniciar. Trace o ponto de partida a começar por suas reflexões. Pense na estratégia. Tente entender-se. Inevitável. Autoconhecer-se antes de tudo. Queira caminhos. Mergulhe no universo de saber mais sobre o que deveria saber. Atente-se em buscar o que quer fazer. Esbarre no desconhecimento sobre quem você é. E supere. Aprenda, sem subestimar a profundidade de seus anseios. Siga em frente.

E então, prossiga. Por vezes, a sensação de estar em um beco sem saída vem, percurso sem volta. Mas ao se conhecer melhor e se tornar o próprio destinatário de todo o investimento projetado, apostar as fichas em si deixa de ser um sacrifício. Não queira ser a “zebra” da própria vida. Resistir de toda forma passa a ser uma boa opção.

Nesse processo, como investidor, percebe-se asas para voar; aprende-se sobre o voo. Entende que seus lucros seriam maiores se cuidasse muito bem do seu principal patrimônio, a sua própria saúde. E então, ao concluir que a mola mestra da máquina, sua mente, pode estar mal da engrenagem, enferrujada, em estado ruim de funcionamento, usa este conhecimento como a mola propulsora do processo. Começa a aplicar em seus cuidados. O retorno é rápido. Estando certo de seu propósito, prossegue. O equilíbrio pretendido passa pela reforma interior e exterior. Mãos à obra.

Feliz com o resultado, templo em equilíbrio, resolve transmutar seu olhar sobre o mundo e sobre o outro. Fomenta práticas altruístas e quanto mais útil ao bem do próximo se torna, mais se depara com uma sensação até então inédita. E desconfia tratar-se da tal felicidade. Ao olhar-se no espelho, o semblante ranzinza cede espaço para um sorriso leve que desperta até uma vontade estranha de continuar sorrindo.

Decide incrementar suas habilidades. Investir em conhecimento, aprimorar suas habilidades mais técnicas, ler bons livros, priorizar contatos com pessoas a quem admira. Aposta certeira. O retorno vem à galope. E quanto mais cuida do seu templo e desenvolve suas habilidades, mais satisfeito está por ter feito um bom negócio. Muda-se até seu conceito de riqueza. Sente-se detentor de um super poder. Volta a acreditar em si, enxerga seu potencial e percebe-se habitante de um belo templo, cujas energias tão boas são ao longe percebidas. Renasce. Eis o melhor investimento de sua vida. 

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Novo espaço de eventos

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Com a Praça CEU limitando a Via Expressa, o fechamento da Mais 1 e o fato de nunca tendo tido um parque de exposições, há tempos Nova Friburgo vem carecendo de um espaço de eventos de médio e grande porte, com boa localização. Pois a produtora Lack, que vem trazendo shows de vários artistas nacionais à cidade, está construindo, em fase já avançada, uma arena para receber seus eventos e o de terceiros. 

 

Bastante central

Com a Praça CEU limitando a Via Expressa, o fechamento da Mais 1 e o fato de nunca tendo tido um parque de exposições, há tempos Nova Friburgo vem carecendo de um espaço de eventos de médio e grande porte, com boa localização. Pois a produtora Lack, que vem trazendo shows de vários artistas nacionais à cidade, está construindo, em fase já avançada, uma arena para receber seus eventos e o de terceiros. 

 

Bastante central

O espaço será no início da rodovia RJ-130, em Duas Pedras, onde é o depósito de uma cervejaria. Ou seja, muito próximo do centro da cidade. A capacidade será para 4,5 mil pessoas e contará com diversos equipamentos multiuso, além do devido tratamento acústico e do que determina a legislação vigente, como saídas de incêndio. 

 

Sem previsão

A pretensão é inaugurar ainda neste ano, mas o empreendedor prefere não estipular data já que as obras podem sofrer alguns atrasos com diversas condicionantes que vão das chuvas a atrasos na entrega de materiais. A inauguração, certamente, contará com uma grande atração.

 

Roberto Carlos em Nova Friburgo

Aliás, a produtora soltou nas redes sociais uma pergunta que deixou muita gente curiosa. Perguntou se daria certo um show do rei Roberto Carlos em Nova Friburgo. Nada além disso, mas o suficiente para chamar a atenção. Roberto Carlos fez apenas dois shows em Nova Friburgo e ainda na fase da Jovem Guarda. 

 

Será?

Lá se vão mais de quatro décadas. Roberto Carlos, muito raramente, faz shows fora dos grandes centros. Aliás, a quantidade de shows do rei é bastante limitada, por opção, é claro. Se vai acontecer ou não, fica aquela pulga atrás da orelha. Por enquanto, nada além da pergunta. Será?

 

Previsões acertadas

O Censo 2022 foi finalmente divulgado e como apontava a coluna, Nova Friburgo não chegou aos 200 mil habitantes. Mais mortes do que nascimentos, principalmente por conta da Covid-19, segundo dados cartoriais nos levavam à essa estimativa somado ao número de eleitores em queda em 2020 e 2021, com aumento em 2022, por conta da eleição mais acirrada da história do Brasil. Logo, era de se esperar que o censo apontasse para uma população abaixo dos esperados 200 mil habitantes.

 

Abaixo da média nacional

Os dados do IBGE mostram que Nova Friburgo ganhou apenas 7.855 novos moradores com relação ao último censo de 2010. Um crescimento de 4,3%, abaixo da média nacional que foi de 6,4%. O crescimento anual, portanto, ficou na casa de 3,4%. O número ficou bem abaixo de uma suposta previsão aventada pela prefeitura que apontava para 204 mil habitantes. 

 

Abaixo das expectativas

Também ficou abaixo da estimativa de 2021 do próprio IBGE, que apontava para 191.664. Importante frisar que em anos sem censo, o que há é uma estimativa. A divulgação dos primeiros dados da contagem populacional traz apenas o número de habitantes por município e o número de domicílios. Demais dados serão divulgados, em breve. 

 

Acima da região

Vale ressaltar que mesmo que mais de três mil domicílios não tenham sido visitados em Nova Friburgo, a metodologia do IBGE cruza dados de outros órgãos para chegar ao número final. Apesar da frustração com o número abaixo do esperado, Nova Friburgo teve mais crescimento populacional do que os municípios vizinhos. Destaque para Petrópolis que encolheu 5,75%, perdendo mais de 17 mil moradores. 

 

Violência e economia determinantes

Maricá foi o município fluminense que proporcionalmente teve o maior crescimento, enquanto São Gonçalo a maior perda. Maricá vive um fenômeno semelhante ao de Rio das Ostras, que no censo de 2010, foi quem teve o maior crescimento do país. Royalties de petróleo alavancando crescimento econômico e social atraem novos moradores. Na contramão, a violência, possivelmente, fez a população sair de São Gonçalo e Duque de Caxias, por exemplo.

 

Mito sobre o FPM

É incorreta a afirmação comum de que ter mais de 200 mil habitantes faria Nova Friburgo ter mais receita do Fundo de Participação dos Municípios e consequentemente mais repasses financeiros. A faixa de divisão friburguense não mudaria. Ou seja, se tivesse atingido a marca de 200 mil, Nova Friburgo seguiria na mesma faixa atual (acima de 156.216), recebendo os mesmos recursos.

 

Mito sobre 2º turno nas eleições municipais

Confusão bastante comum também é sobre a realização de 2º turno nas eleições municipais. Caso o 1º colocado não atinja a marca de 50% dos votos mais um, o 2º turno acontece nas capitais e em cidades com mais de 200 mil eleitores. Observe-se: eleitores e não habitantes. Portanto, atingir a marca de 200 mil habitantes não daria aos friburguenses a chance de eleições em dois turnos. Nova Friburgo tem atualmente, segundo dados do TSE, 154.707 eleitores.

 

Rumos eleitorais diferentes?

O sonho de ter 2º turno em Nova Friburgo é legítimo. O último prefeito que teve uma diferença maior do que 15 mil votos para o 2º colocado foi Heródoto Bento de Mello, em 2008, obtendo 47,56% dos votos. Ou seja, mesmo naquela eleição haveria 2º turno, apesar da vitória acachapante. O atual prefeito foi eleito com 23% dos votos e o anterior (Renato Bravo) com 28%. Em ambos os casos, haveria 2º turno, assim como em 2014, quando Rogério Cabral foi eleito com 35,5%, mas como o município não soma 200 mil eleitores, isso não ocorreu.

 

Recorde nacional

A última eleição para prefeito foi atípica. Nova Friburgo não só teve o maior número de postulantes ao cargo de prefeito da sua história, como naquele pleito foi o município brasileiro com o maior número de candidatos (16 ao total), juntamente com Campo Grande-MS, Contagem-MG, Curitiba-PR, Goiânia-GO e Santos-SP. Com a diferença que desses, apenas Nova Friburgo não tinha a possibilidade de ter 2º turno. Todos, exceto Nova Friburgo, têm mais de 200 mil eleitores.     

 

Mudança da lei

Voltando à possibilidade de eleições municipais com dois turnos. Atualmente, apenas 95 dos 5.568 municípios brasileiros têm 2º turno nas eleições municipais. Capitais e municípios com mais de 200 mil eleitores. Dos 92 municípios fluminenses, apenas dez têm 2º turno. Mais fácil do que Nova Friburgo atingir a marca de 200 mil eleitores, algo que provavelmente nunca ocorrerá, é alterar a lei. 

 

Poucos municípios 

Se fosse alterada a faixa de número de eleitores para ter 2º turno, por exemplo, para cidades com mais de 150 mil eleitores, o número no Brasil subiria de 95 para apenas 131. No Estado do Rio de Janeiro, seriam apenas mais cinco: Cabo Frio, Itaboraí, Magé, Macaé e Nova Friburgo, que se somariam ao Rio de Janeiro, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Belford Roxo, Niterói, São João de Meriti, Campos, Petrópolis e Volta Redonda. 

 

Faixas menores

Chegou a tramitar no Congresso Nacional um projeto que pretendia aplicar o 2º turno em todos os municípios com mais de 100 mil eleitores. Curiosamente, o número de cidades com possibilidade de 2º turno subiria pouco: das atuais 95 para 192, entre os quais Nova Friburgo, que como já dito entraria também no recorte por já possuir mais de 150 mil eleitores. Ou seja, um custo pequeno para a Justiça Eleitoral, mas que daria garantia de maior legitimidade para eleitos e eleitores.           

 

Tipo exportação

(Foto: Divulgação)

Empreendimentos de Nova Friburgo e região terão a oportunidade de se mostrar na capital fluminense e para o mundo, através da Casa Firjan. Estreia neste fim de semana, ocorrendo todo primeiro sábado e domingo de cada mês, a Feira Sou do Rio. A cada mês, 15 empresas serão escolhidas para o evento na casa, sediada em Botafogo, na capital fluminense. 

 

Indutor de turismo

E na edição inaugural, Nova Friburgo será destaque com três empresas: Alpendorf Cervejaria, Cervejaria Pontal e Quintella Sweets. Além delas, destaque para a Cachaça da Quinta, do município vizinho de Carmo. A feira que acontece das 9h às 18h30, faz parte da Experiência Inova com diversas atividades, entre palestras, experiências imersivas, bate-papo, mostras e recreação infantil. Tudo gratuito. Vale lembrar que a cidade do Rio de Janeiro é a maior indutora de turismo do Brasil.  

 

Viralizou

(Foto: Reprodução TV)

A torcida do Botafogo está em lua de mel com o time, líder absoluto do Campeonato Brasileiro. E um friburguense viralizou por conta desse sentimento. O médico Mário Mury ficará por muito tempo na memória e como sinônimo de que nada é mais importante que o time de coração. Na ocasião, a repórter Luiza Zveitter fazia o quadro Solteiros, para o programa global Mais Você, de Ana Maria Braga. 

 

Botafogo acima de tudo

O botafoguense de Nova Friburgo, solteiro, foi pego de surpresa na estação do metrô com a pergunta se gostaria de conhecer alguém. Ele recusa, porque tem o jogo do Botafogo. A repórter ainda insiste com elogios ao torcedor galã, chamando-o para sair. Mas ele segue firme na recusa, tudo em nome de ver o jogo do Botafogo. A matéria viralizou nas redes sociais, especialmente entre torcedores botafoguenses e ainda ganhou novas matérias na Globo e em outros veículos. Ainda bem que o Botafogo venceu o jogo.         

 

Friburguense

A situação do Friburguense segue cada vez mais difícil. Ainda bem que o time conseguiu, pelo menos, o seu primeiro gol na competição no jogo contra o Macaé no sábado passado, 24. O placar final fechou em 2 a 1, com vitória do adversário. O Friburguense segue sem vitórias, na lanterna, e a passos acelerados para o primeiro rebaixamento da sua história para a terceira divisão do Estadual. Cinco pontos separam o time de Nova Friburgo do Resende, primeira equipe fora da zona de rebaixamento, mas com dois jogos a menos do que o Tricolor Serrano.

 

Briga é mesmo para não cair

E o time que jogaria no próximo sábado, 1º, ganhou mais dois dias para treinar. A nova chance para começar a sair da degola é na próxima terça, 4 de julho, às 14h45, quando enfrenta, fora de casa, o Gonçalense. Faltando apenas cinco jogos para acabar a competição, o sonho de acesso está praticamente enterrado. O Friburguense está dez pontos atrás da zona de classificação para as semifinais. A briga é mesmo para não cair. 

 

Terceirona já neste ano mesmo

Lembrando que em caso de queda e que os dois últimos são rebaixados, a disputa para voltar começa ainda neste ano. Em setembro começa a terceirona e o Friburguense teria a chance de voltar no mesmo ano. O problema é financeiro. Com toda a insegurança jurídica criada pela presidência social, não se consegue investimentos e o futebol se vê asfixiado. Se é proposital ou não, não sabemos, mas o fato é que é um tiro no próprio pé. Afinal, a mancha é na história da instituição e da atual administração.     

 

Palavreando

“De alma lavada, repita em constância achar-se embriagado. De lua, de mar, de poesias, de gente, de café, de propósitos, de carnavais, de magia, de cerveja, de encontros, de enganos, de mapas astrais, de perigos, de olhares, de canções, de versões de si mesmo, de verões e estações que vem e vão, de saudades, de fé. Experimente e siga a embriagar-se de tudo que valha à pena, enquanto valer à pena, enquanto for atrativo e lhe fizer feliz”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Pouco crescimento da população e seus riscos

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Dados mostram que população brasileira tem aumentado, mas em ritmo mais lento em 150 anos. A taxa média de crescimento anual da população brasileira atingiu, entre 2010 e 2022, o menor nível da série histórica. É o que mostram dados do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira, 28, pelo IBGE.

Dados mostram que população brasileira tem aumentado, mas em ritmo mais lento em 150 anos. A taxa média de crescimento anual da população brasileira atingiu, entre 2010 e 2022, o menor nível da série histórica. É o que mostram dados do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira, 28, pelo IBGE.

De acordo com o levantamento, o avanço no número de habitantes no país foi de apenas 0,52% por ano ao longo dos últimos 12 anos. Até então, o menor crescimento anual havia sido registrado entre os anos 2000 e 2010, quando o índice ficou em 1,17%. Desaceleramos o crescimento populacional brasileiro.

Teremos mais avós que netos

Devido às melhorias proporcionadas pelo aumento da qualidade de vida do mundo, as pessoas estão vivendo mais. De modo inversamente proporcional, devido aos altos custos que demandam uma criança e ao planejamento familiar cada dia mais tardio, as famílias estão tendo menos filhos.

Um, dois, e quando muito, três. Às vezes, até nenhum. De vez em quando, pais de pet. É a nova realidade da família moderna. Em 1960, a taxa mundial de fecundidade era de quase cinco filhos por mulher, segundo o Banco Mundial. Quase 60 anos depois, esse número caiu pela metade, para apenas 2,4.

Por outro lado, os avanços socioeconômicos galgaram a passos largos, beneficiando muita gente que nasceu nesse período. Em 1960, as pessoas viviam em média pouco mais de 52 anos de idade. Passados os mesmos 60 anos, a expectativa de vida atual atingiu 72 anos em 2017.

De acordo com um estudo realizado pela ONU, atualmente existem 705 milhões de pessoas acima de 65 anos contra apenas 680 milhões entre zero e quatro anos. Pela primeira vez na humanidade estamos vivendo em uma sociedade com mais avós do que netos.

As estimativas apontam que esse desequilíbrio entre os mais velhos e os mais jovens tende a aumentar. Até 2050 – haverá duas pessoas com mais de 65 anos para cada uma entre zero e quatro anos. Afinal: “Num mundo com tanta gente, não ter a população crescendo é ruim?”

Em outros países, a mesma situação

Pode-se observar o envelhecimento da população mais acentuado nos países desenvolvidos, como Japão, Canadá e França. Esses países tendem a ter menores números de nascimentos por uma série de razões. Nessas nações, o alto custo de vida leva as pessoas a terem menos filhos. A inserção da mulher no mercado de trabalho, também a faz ter filhos mais tarde, e, portanto, têm menos filhos.

Um bom exemplo é o Japão, onde a expectativa de vida ao nascer é de quase 84 anos (a mais alta do mundo). Ali, os idosos somaram 27% da população no ano passado - também a maior taxa do mundo. E a população com menos de 5 anos? Segundo a ONU, 3,85%.

Os desafios preocupam as autoridades japonesas há décadas. Como medida, a idade mínima para aposentadoria de 65 para 70 anos. No Japão, os seus trabalhadores se aposentam mais tarde do que em qualquer outro lugar do mundo. E se você pensa que esse desafio somente está restrito a países desenvolvidos, você está errado.

A desaceleração no desenvolvimento demográfico pode ter um impacto negativo no crescimento das economias, assim como aconteceu com a China, que pode ter seu planos de se tornar a maior economia global adiados, explica Lorran Lamblet, assessor de investimentos da Manchester, filiada ao Banco XP.

“A China adotou uma política de permitir apenas um filho por casal, o que abaixou a média para 1,6 filhos. Em contrapartida, o crescimento do país que está atrelado a infraestrutura e a construção de imóveis passam por dificuldades que geram um efeito cascata da economia.  Estima-se que existem mais imóveis disponíveis do que pessoas.”

Para se ter ideia, desde 2013, todo bebê recém-nascido em Lestijärvi, um dos menores municípios da Finlândia, "vale" 10 mil euros (o equivalente a cerca de R$ 46,3 mil) pagos pelo governo. A baixa taxa de natalidade afeta muitos países no mundo e conosco, isso não será diferente.

Questão de tempo

Vamos fazer uma analogia. Pensemos em noite de Natal. Os avós, com uma condição de vida mais estável, podem dar, cada um, um presente para seu neto, um jovem adulto. Em contrapartida, esse mesmo neto, entrando no mercado de trabalho, não tem condição de dar um presente para cada um dos avós. Matematicamente, a conta natalina não fecha. E menos ainda, a da economia.

A medida que envelhecemos, demandamos cada vez mais recursos do Estado. Pessoas especiais necessitam de cuidados especiais. Os gastos estatais são inerentes em diversos campos, em especial: na área da saúde (tanto na prevenção como no combate), por meio do SUS, e na aposentadoria, por meio da Previdência Social.

Contudo, com menos nascimentos, temos um cenário com menos jovens adultos trabalhando, pagando impostos e consequentemente, contribuindo para a previdência. Então, não será somente a conta natalina que poderá não fechar. A pressão sobre os sistemas de saúde e previdenciário são questão de tempo.

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Genética não é tudo

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Nosso comportamento, o jeito como somos como personalidade tem muito que ver com genética. Isto significa que herdamos de nossos pais e avós tendências de ser do jeito como acabamos nos tornando. Mas a hereditariedade não é tudo.

Alguns neurocientistas dizem que 40% do que somos como pessoa, nosso jeito de pensar, sentir e agir, depende de genética, mas o resto é influenciado pela epigenética, pelo meio ambiente onde a criança passa os primeiros anos de sua infância e pela sensibilidade dela.

Nosso comportamento, o jeito como somos como personalidade tem muito que ver com genética. Isto significa que herdamos de nossos pais e avós tendências de ser do jeito como acabamos nos tornando. Mas a hereditariedade não é tudo.

Alguns neurocientistas dizem que 40% do que somos como pessoa, nosso jeito de pensar, sentir e agir, depende de genética, mas o resto é influenciado pela epigenética, pelo meio ambiente onde a criança passa os primeiros anos de sua infância e pela sensibilidade dela.

Epigenética tem que ver com o que ocorre em nosso ambiente e que influi no modo como vamos funcionar como pessoa. Um feto na barriga de sua mãe sofre, positiva ou negativamente, influências dos hábitos da mãe, sejam relacionados com a alimentação dela, sono, e também como esta mãe pensa, sente, reage na vida.

Filhos de mães muito ansiosas têm maior possibilidade de virem a ter problemas emocionais ligados à ansiedade excessiva do que filhos de mães calmas. Algumas mães ansiosas demais agitam a criança por qualquer coisa. Ficam muito nervosas por qualquer sintoma que a criança apresenta, seja um espirro, ou se ela tropeça num móvel em casa ou no balanço no parquinho. Este nervoso da mãe afeta a criança, mesmo quando o bebê ainda está sendo gerado no útero materno.

Genética produz a propensão para uma doença e não a obrigatoriedade de vir a ter a mesma doença do pai ou da mãe. Filhos de pais alcoólatras tendem a ter mais problemas com a bebida alcoólica do que filhos de pais não bebedores. Por isso, nesse exemplo de alcoolismo, quem teve pai ou mãe, ou ambos, abusadores ou dependentes do álcool, precisam ter cuidado para não cair na doença alcoolismo.

Além dos fatores genéticos para explicar nosso jeito de ser, está a dinâmica familiar, ou seja, como funciona a família de origem da pessoa. Crianças criadas num ambiente familiar equilibrado emocionalmente crescem se sentindo com valor, gostam da vida, aprendem a lidar com suas emoções. E as que vêm de um ambiente familiar muito conturbado, com pais abusivos, ausentes, filhos de divórcio, podem desenvolver um transtorno emocional mesmo na infância, na adolescência ou na idade adulta.

Um terceiro fator que molda nossa personalidade, além da genética e do ambiente familiar dos primeiros anos de vida, é a sensibilidade daquela criança. Algumas crianças são mais sensíveis do que outras, por isso, podem sofrer mais do que seu irmão ou sua irmã na mesma família, diante de algum evento traumático. Este é um dos motivos porque pai e mãe que têm mais de um filho precisam pensar e observar que um deles pode ser mais sensível e, portanto, necessitar de atenção diferente.

Cada criança precisa do pai e da mãe presentes ao longo da infância para receber de cada um o modelo masculino e feminino saudável que ajudarão da formação de uma personalidade com menos possibilidade de vir a ter sofrimentos emocionais no futuro.

Genética, epigenética, ambiente familiar e sensibilidade da pessoa são os fatores básicos que constroem nosso jeito de ser. As boas novas é que mesmo que você tenha sido criado num ambiente familiar disfuncional, é possível aprender a lidar com as dores e machucados produzidos no passado para que eles não fiquem prejudicando sua vida, seu comportamento, seus relacionamentos, seus estudos e trabalho hoje.

Este aprendizado envolve autoanálise, pensando sobre seu comportamento, fazer as conexões entre o que houve no seu passado e como você funciona hoje, ler bons livros sobre autoconhecimento, assistir palestras e vídeos com base científica sobre o assunto e em alguns casos aconselhamento profissional. Lembrando também que todos estamos envolvidos numa guerra espiritual entre o bem e o mal, e por isso precisamos de desenvolvimento espiritual para ter boa saúde mental.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Sem desperdício

terça-feira, 27 de junho de 2023

Cada cômodo é um brechó enlouquecido

Cada cômodo é um brechó enlouquecido

Outro dia li que a prefeitura do Rio recebe centenas de reclamações contra guardadores. A princípio pensei que fossem contra os chamados guardadores de carros, que não guardam nada, mas são assim chamados e acatados. Começaram conhecidos como flanelinhas, por causa do pedaço de pano que usavam para esfregar os vidros dos carros em troca de uma gorjeta, mais ou menos espontânea. Aos poucos foram se profissionalizando, e hoje melhor seria que os intitulássemos “os donos do pedaço”. Privatizaram as ruas, cada trecho tem seu titular que, com ares de quem comanda o tráfego e a cidade, indica onde o motorista pode passar ou parar. Mostra a guia pintada de amarelo e faz sinal para que o carro seja estacionado ali mesmo, com a explicação mais suscinta e definitiva possível: o polegar levantado, como quem diz: “Deixa comigo, aqui mando eu”.

Mas não era de guardadores de carros que a notícia falava. As reclamações ─ certamente de vizinhos ─ são contra pessoas que guardam em casa tudo quanto podem, todo tipo de velharia, porcaria e inutilidade. Já tem inclusive diaristas especializadas no que denominam “limpeza do bem”, ou coisa parecida. São experts em jogar lixo fora, às vezes enfrentando a cara amarrada, quando não as lágrimas da dona da casa. Parênteses para explicar que digo “donas da casa”, e não “donos”, porque os imóveis a serem desentupidos geralmente são capitaneados por mulheres que, como se sabe, desde Adão e Eva são mais afetivas e mais apegadas às coisas do lar.

Tem de tudo para todos os gostos. Cada cômodo é um brechó enlouquecido. Panelas sem cabo e sem tampa (e eventualmente sem fundo); pé esquerdo de chinelo sem o seu companheiro de andanças; cadeiras sem assento; livros com acentos usados em 1940; vidros de remédios vazios, uma boneca sem cabeça e outra tão suja que é quase impossível descobrir onde ficam os braços e onde ficam os pés. Sem falar na foto de Carlos Gardel, que ninguém sabe como foi parar ali.

Numa das casas visitadas a “limpadora do bem” encontrou dezenas de caixas de papelão, de todos os tamanhos e formatos. “Eu tive que almoçar no corredor, porque as caixas ocupavam as mesas, cadeiras e sofás. Até para usar o vaso sanitário era preciso antes tirar algumas caixas do caminho”.  A explicação da moradora, mutatis mutandis, foi a mesma de todos (bem, a tal esquesitice não é exclusividade feminina) os guardadores. Acham que em algum momento futuro vão necessitar daquilo que agora é tido como inútil. Uma delas confessou que diversas vezes enfiou tudo em sacos para pôr no lixo, mas depois ficou com medo de precisar de alguma coisa do que ia jogar fora.  Desfez o saco e de novo entulhou armários e gavetas, embaixo da cama e em cima do guarda-roupas, para alegria das baratas e desespero do marido e dos filhos.

A prefeitura carioca garante que oferece, além da remoção do entulho, assistência psicológica aos guardadores, para que, assim orientados, parem de guardar. Ainda se guardassem dinheiro! Mas, mesmo que tivessem dinheiro, onde achariam espaço em casa para guardá-lo?

É um distúrbio psicológico, sem dúvida. Mas também nós, que não guardamos panelas furadas, se não nos cuidarmos, aos poucos vamos estocando velhos ressentimentos, mágoas injustificadas, ideias pregadas na mente e despregadas da realidade, conceitos e preconceitos do tempo do onça, medos que vieram lá da infância e que nunca conseguimos jogar na lixeira do esquecimento. Felizmente existem faxineiras do bem inclusive para esses casos, e pode ser que uma delas esteja bem ao nosso lado. Diz o ditado que cabeça vazia é oficina do diabo. Pior ainda é a cabeça cheia de porcarias: aí mesmo é que o diabo deita e rola.

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Segue o vice, pois o líder disparou

terça-feira, 27 de junho de 2023

A performance do Botafogo no que está sendo chamado de Brasileirão Rei, em homenagem a Pelé é incontestável. Passadas 12 rodadas do campeonato, o alvinegro tem 30 pontos ganhos e seis perdidos, consequência de dez vitórias e apenas duas derrotas. O Grêmio, vice-líder tem 23 pontos, sendo sete vitórias, dois empates e três derrotas. Uma diferença de sete pontos em relação ao segundo colocado e oito em relação ao Flamengo que é o terceiro, na tabela com 22 pontos.

A performance do Botafogo no que está sendo chamado de Brasileirão Rei, em homenagem a Pelé é incontestável. Passadas 12 rodadas do campeonato, o alvinegro tem 30 pontos ganhos e seis perdidos, consequência de dez vitórias e apenas duas derrotas. O Grêmio, vice-líder tem 23 pontos, sendo sete vitórias, dois empates e três derrotas. Uma diferença de sete pontos em relação ao segundo colocado e oito em relação ao Flamengo que é o terceiro, na tabela com 22 pontos. É engraçado porque logo após a estreia no campeonato, derrotando o São Paulo por 2 a 1, no estádio Nílton Santos, o “coleguinha” Arnaldo Ribeiro comparou o Fogão a um lixo e o chamou, ainda, de adversário fraco. Passadas essas 12 rodadas o Botafogo venceu, excetuando o Santos, os principais clubes de São Paulo, a saber Palmeiras, Corinthians e o próprio tricolor do Morumbi. Quem é o lixo?

Após um campeonato carioca ruim, em que se classificou em quinto lugar, atrás do Volta Redonda, e um início de Taça Brasil pior ainda, levando a uma desclassificação precoce, o técnico Luís Castro conseguiu se fazer entender pelo grupo de jogadores. Esse entendimento propiciou uma integração importante entre jogadores e técnico e os resultados começaram a aparecer. Diga-se de passagem, que a torcida, após os resultados ruins da equipe, pediu o afastamento do técnico e se não fosse John Textor, dono da SAF Botafogo, isso teria acontecido, pois é uma tônica no futebol brasileiro a cabeça do técnico rolar com os maus resultados da equipe. Que o diga o Corinthians paulista que, desde o início da temporada, já trocou cinco comandantes. Hoje, a fila de pedido de perdão a Luís Castro dá a volta no estádio Nilton Santos e a possível saída dele, para o futebol árabe, assusta os torcedores.

Esse é um problema para o futebol brasileiro, a meu ver sem solução, as famosas janelas de transferência que são abertas em janeiro e julho. Tanto o futebol europeu como agora o árabe, têm muito mais bala na agulha para levar jogadores brasileiros que se destacam em seus clubes. No caso do alvinegro da Rua General Severiano, podemos destacar o goleiro Lucas Perry, o defensor Arielson, o meio campista Eduardo e o atacante Tiquinho Soares como possíveis alvos dessa janela. Quase meio time podendo ser desfeito pelos dólares árabes ou os euros europeus.

O último jogo, contra o Palmeiras, mostrou o progresso do Botafogo, um time com uma defesa sólida, é a terceira menos vazada do campeonato, um meio campo que sabe sair rápido da defesa para o ataque, a chamada transição, e um ataque veloz com dois pontas “rapdézidos” e dribladores e um atacante que tem faro de gol e é o atual artilheiro do campeonato, com 11 gols em dez jogos, pois em dois ele não marcou. Desde o início da temporada são 20 no total. Na realidade, no duelo entre os dois técnicos portugueses, Abel do Palmeiras e Luís Castro do Botafogo, este último deu um nó tático no primeiro, pois apesar do Palmeiras ter maior posse de bola durante o jogo, foi o Botafogo que venceu com um gol de Tiquinho aos 27 minutos do segundo tempo. Diga-se de passagem, que a equipe palmeirense perdeu um pênalti com a bola sendo chutada para fora por Raphael Veiga, também no segundo tempo.

Creio que a desconfiança e os deboches de alguns comentaristas esportivos, em relação ao time da estrela solitária deveriam ser revistos, pois tanto o Atlético Mineiro, como Flamengo e Palmeiras que foram apontados como os melhores times desse brasileirão, foram derrotados pelo Botafogo. O campeonato é longo, muita água vai rolar por baixo da ponte, mas no momento atual, quer queiram quer não queiram, o glorioso é sim um postulante ao título.

Aliás, um torcedor botafoguense procurou um oftalmologista e esse lhe perguntou qual era o problema, ao que ele respondeu estar preocupado, pois não enxergava ninguém a sua frente.

Segue o vice, pois o líder disparou. 

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