Blogs

Devido à violência urbana, os amigos se despedem de Tom

terça-feira, 07 de setembro de 2021

Em 13 de agosto de 2021, Ricardo Pinheiro Juca assassinou sua esposa que estava grávida de um bebê de seis meses, sua sogra e feriu seu sogro Wellington Braga de Mello, carinhosamente tratado por seus amigos, de Tom. De acordo com relatos, em rede social, um parente próximo das vítimas contou detalhes da tragédia na casa da família no bairro Cônego. Segundo ele, Nahaty teria sido alvejada enquanto estava deitada na cama, lanchando. Ela teria levado três tiros na cabeça e um na barriga (parece que a intenção do criminoso era ter certeza que o filho também morreria).

Em 13 de agosto de 2021, Ricardo Pinheiro Juca assassinou sua esposa que estava grávida de um bebê de seis meses, sua sogra e feriu seu sogro Wellington Braga de Mello, carinhosamente tratado por seus amigos, de Tom. De acordo com relatos, em rede social, um parente próximo das vítimas contou detalhes da tragédia na casa da família no bairro Cônego. Segundo ele, Nahaty teria sido alvejada enquanto estava deitada na cama, lanchando. Ela teria levado três tiros na cabeça e um na barriga (parece que a intenção do criminoso era ter certeza que o filho também morreria). A sogra subiu as escadas correndo e também foi  atingida, com sete tiros, em rajada. O sogro levou dois tiros ao tentar sair pela porta e foi encaminhado para o Hospital Raul Sertã.

Infelizmente, meu amigo Tom, colega de trabalho do Sesi de 1979 até 1995, não resistiu aos estragos provocados pela bala, em seu rosto e faleceu na madrugada do último dia 1º. Um crime hediondo, a meu ver, pois atirou para matar, não deu nenhuma chance de defesa para as vítimas e destroçou uma família.

Ricardo, por ser tabelião e conhecer a “lei”, alegou surto psicótico e foi transferido para o Hospital Penal Psiquiátrico Roberto Medeiros, no Rio de Janeiro. Felizmente, no dia 20 de agosto, de acordo com reportagem de A VOZ DA SERRA, o juiz Marcelo Alberto Chaves Villas, da 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo, determinou a transferência de Ricardo para um presídio comum.  A denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o réu à Justiça, ratifica a conversão da prisão em flagrante, em  preventiva e determina a transferência”.

“Segundo a decisão do juiz Villas, “a denúncia narra crimes bárbaros” e “inexiste prova de que o acusado sofra de perturbação mental”. O juiz assinala que, por ser  praticante de tiro desportivo, o réu foi  submetido a exame psicológico, sem restrição da capacidade cognitiva, pois tal exigência faz parte do Estatuto do Desarmamento.  Villas considerou também que o “surto psicológico” alegado inicialmente para cometer os crimes, de forma superficial, não justifica a presunção de inimputabilidade do réu. 

Crime inimputável ou não, o problema está em serem as leis brasileiras uma verdadeira mãezona para os bandidos e um tormento para a família das vítimas. Na época do ocorrido, a Polícia Civil informou que Ricardo seria indiciado por dois feminicídios consumados, aborto e tentativa de homicídio; as penas somadas poderiam chegar aos 84 anos.

Essa tentativa passa a ser agora caracterizada como mais um homicídio, o que vai elevar a pena para pelo menos 100 anos. O problema é que ninguém pode ficar preso por mais de 30 anos, está no código penal. O bom comportamento e o trabalho, na penitenciária, servem como um redutor do tempo de detenção, se cursar uma faculdade, reduz mais um pouco. Ou seja, com cerca de dez anos de reclusão esse assassino voltará ao convívio da sociedade. Isso se um habeas corpus do alto clero ou do baixo clero não o livrar da cadeia por uns tempos.

O que não se compreende é o porquê de uma pessoa tão insatisfeita com a família cometeu um crime tão bárbaro assim. Será que não teria sido melhor ter virado aquela maldita pistola 9 milímetros para a própria cabeça? Diga-se de passagem que essa arma é de uso exclusivo das polícias Civil e  Militar e das Forças Armadas. Entenderam?

Mas, mesmo se for condenado, Ricardo abreviou estupidamente o convívio de Tom com seus amigos e parentes. Foi um dentista de mãos cheias no Sesi, onde trabalhamos juntos, no turno da manhã. Um dia, em meio a uma  brincadeira disse para ele: Tom preciso extrair um dente siso superior. Ele simplesmente me sentou na cadeira do seu consultório, anestesiou minha boca e, em 20 minutos, o siso estava na ponta do boticão.

Com a criação do ambulatório do Diabetes, tínhamos a Semana do Diabético, com várias atividades, inclusive palestras. Tom sempre esteve presente falando sobre cuidados com os dentes e higiene bucal, de muita importância para o tratamento desses pacientes. Brincalhão divertia a todos nós com seus casos e suas piadas. Era, também, dono da farmácia Esperança, no final da Praça Dermeval Barbosa Moreira.

Tom, por essa ruptura tão brusca e cruel seus amigos não esperavam. Descanse em paz e zele por nós.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA é uma viagem com roteiros imperdíveis!

terça-feira, 07 de setembro de 2021

Uma data comemorativa tem sempre um bom motivo na origem de sua criação e 5 de setembro é o Dia Internacional da Caridade, escolhido para homenagear Madre Tereza de Calcutá, falecida, nessa data, em 1979. Ela, que se doou em prol das causas humanitárias, deixou, nos seus exemplos, o verdadeiro sentido do verbo doar, na ilimitada capacidade de lutar pelos pobres e doentes e por toda a vulnerabilidade das causas alheias. No abrangente tema do Caderno Z, somos inspirados ao exercício da caridade e o nosso povo brasileiro tem um forte espírito solidário.

Uma data comemorativa tem sempre um bom motivo na origem de sua criação e 5 de setembro é o Dia Internacional da Caridade, escolhido para homenagear Madre Tereza de Calcutá, falecida, nessa data, em 1979. Ela, que se doou em prol das causas humanitárias, deixou, nos seus exemplos, o verdadeiro sentido do verbo doar, na ilimitada capacidade de lutar pelos pobres e doentes e por toda a vulnerabilidade das causas alheias. No abrangente tema do Caderno Z, somos inspirados ao exercício da caridade e o nosso povo brasileiro tem um forte espírito solidário.

Entretanto, somos “mais chegados” ao exercício da caridade, como destaca a “Pesquisa Doação Brasil”, quando atravessamos momentos críticos, como tragédias e situações emergenciais, “fazendo com que a responsabilidade social e a consciência coletiva cresçam”. A cultura de doação em nosso país ainda é insuficiente e a pandemia do coronavírus é um bom exemplo, pois, em seu início, “houve certo aumento no volume de doações”. Em se tratando de ajuda individual, talvez pela extensão da pandemia, o espírito solidário foi, aos poucos, se afrouxando.

Contudo, os grupos assistenciais e as organizações humanitárias estão aí, firmes e fortes, na missão de salvar vidas, amenizando as dores do mundo. Em “Palavreando”, Wanderson Nogueira descreve bem o perfil do eu, “brasileiro” e entre muitos de seus achados literários achamos algum “eu” que nos define: “Eu, brasileiro, matando a fome de quem posso, mas morto pela fome de todos os que sentem fome...”. Lindo texto!

Deixando o “Z” com a caridade em destaque, o governo municipal deu um passo avançando na solidariedade com a lei sancionada pelo nosso prefeito Johnny Maycon por intermédio do projeto de lei proposto pelo  vereador Wellington Moreira. A lei garante “visita virtual a pacientes internados com coronavírus”. Mesmo com toda a complexidade para o seu cumprimento, a lei é mesmo madeira de lei. Parabéns!

O Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou um “pacotão de obras” e nossa cidade está inserida com duas encostas: uma em Duas Pedras, no Morro do Lazareto e outra no loteamento Floresta. Ainda bem que o governador Claudio Castro sancionou lei que isenta o ICMS do arroz e do feijão que, consequentemente, ficarão mais baratos na cesta básica. Em contrapartida, o gás vai ficar ainda mais caro, com reajuste de 6%. Se correr o bicho pega e, se bobear, a gente não come! Aliás, é crise para todo lado, pois a gente já vive com a “economia” familiar em baixa. Luz e água são dois elementos que precisam de cautela nos gastos. Na “Dança da Chuva”, de Silvério, quem não entrar no ritmo vai “tomar chá de cadeira”, sem água! Vamos rezar para chover, pessoal!

A notícia que tem impactado os friburguenses nos últimos dias é a venda do salão social do Clube de Xadrez. Mais uma perda patrimonial para a história de Nova Friburgo. Pela beleza do espaço interno, a fachada e o seu entorno,  pelo prédio, guardião de tantos momentos marcantes, tantos carnavais iluminados, tantas e tantas vezes abrigando eventos, por tudo, enfim, uma perda irreparável.

Voltando ao afrouxamento da solidariedade no atual momento pandêmico, é preciso entender e “aceitar” que, como se diz, “é vida que segue”, é povo que se espalha. A economia precisa fluir porque, caso contrário, a saúde para. Uma coisa depende da outra e, embora haja conflito, elas caminham misturadas. Sabendo-se que há pessoas com sede de movimentação, o turismo é uma fonte onde se hidrata o corpo sedento de passeios e de entretenimento.

O “feriadão comprova tendencia de alta na retomada do turismo”, ressalta a manchete, com previsão de mais de 80% de ocupação nos hotéis em Nova Friburgo. O dia 7 é da Independência, salve! “Já podeis da Pátria filhos” sair, cautelosamente, observando os cuidados com a pandemia! No entanto, é preciso “ver contente a Mãe gentil”, com todos os seus filhos plenamente seguros e felizes, pois, ainda não raiou aquela tão sonhada liberdade no horizonte do Brasil.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Aniversariou no domingo

terça-feira, 07 de setembro de 2021

Aniversariou no domingo

Quem recebeu inúmeros cumprimentos no último domingo, 5, recebendo cumprimentos e manifestações de apreço e carinhos com bem merece, foi o Anderson Thurler da Silva, contador dos mais conceituados da cidade.

Isso, porque neste dia ele completou mais um aniversário de nascimento, comemorando em família junto da esposa Rachel, assim como o  quarteto de filhos amados, Marilha, Beatriz, Maria Gabriela e Hugo Abirachid da Silva, vistos com ele na foto. Grande abraço de congratulações e felicidades ao estimado aniversariante.

Aniversariou no domingo

Quem recebeu inúmeros cumprimentos no último domingo, 5, recebendo cumprimentos e manifestações de apreço e carinhos com bem merece, foi o Anderson Thurler da Silva, contador dos mais conceituados da cidade.

Isso, porque neste dia ele completou mais um aniversário de nascimento, comemorando em família junto da esposa Rachel, assim como o  quarteto de filhos amados, Marilha, Beatriz, Maria Gabriela e Hugo Abirachid da Silva, vistos com ele na foto. Grande abraço de congratulações e felicidades ao estimado aniversariante.

Xadrez: meses antes!

Nos últimos dias ganhou visibilidade na mídia e redes sociais, a venda de parte do tradicionalíssimo Clube de Xadrez para a iniciativa privada. A notícia já havia sido divulgada, em primeira mão, por Etc & Etc no último dia 1º de junho, na edição 10.316 de A VOZ DA SERRA, na nota “Xadrez vendido” sem, no entanto, revelar, por questões óbvias, o nome do próspero e conhecidíssimo empresário local que comprou o espaço onde funcionou o Centro de Convivência da Pessoa Idosa.

Maçonaria com mais três!

A maçonaria friburguense e em especial a Augusta e Respeitável Loja Maçônica Professor Oscar Argollo, que de alguns anos para cá possui seu templo próprio próximo a Via Expressa, no bairro Olaria, está contando a partir de agora com um tríplice reforço para suas colunas.

É que com realização presencial de cerimônia de posse e iniciação com observâncias a uma série de cuidados especiais e de precauções quanto a Covid-19, no último sábado, 4, ingressaram como seus novos membros, Alex Salgado Schimidt (bancário), Romildo Janes da Silva Pinto (policial reformado) e André Luis Leite de Lemos (professor), vistos na foto com o venerável (presidente) Erick Panisset de Oliveira da ARLS Professor Argolo, que igualmente a todos os demais integrantes daquela instituição estão de parabéns pelas novas aquisições para sua oficina.

Vivas ao Nideck

Nesta segund-feira, 6, quem também recebeu muitos cumprimentos por mais um ano de vida, foi o dentista e craque que já brilhou muito no futebol de nosso município e que se tornou também diretor do Friburguense A.C., Carlos Alberto Nideck.

Ao aniversariante, figura realmente das mais admiráveis de Nova Friburgo, enviamos os votos sinceros de parabéns com votos de saúde e paz.

Felicidades, Júlia!

Meu abraço de congratulações e desejos sinceros de muitas felicidades a simpática Júlia Heckert (foto), figura realmente muito querida e admirada por todos que têm a felicidade de conhecer e com ela conviver.

Nossa saudação e cumprimentos à querida Júlia, que estreou nova idade nesta segunda-feira, 6.

Almoço dos Amigos, dia 19

Essa pedida é para agendar desde já! No próximo dia 19, inclusive marcando 15 ininterruptos anos realizações sempre com grande sucesso, acontecerá o Almoço dos Amigos do Seminário Diocesano Imaculada Conceição de Nova Friburgo, no bairro Tingly, a partir das 12h.

No cardápio as opções de carne assada com arroz e guarnições ou peixe, arroz e pirão, com convites custando R$ 15 por pessoa. Os convites, em função de quantidade de lugares limitados no seminário, podem ser adquiridos pelo WhatsApp (22) 2523-1459 e retirados oportunamente na Catedral São João Batista (Centro), ou nas paróquias São Bento (bairro Ypu), Nossa Senhora da Assunção (Bela Vista), São Roque (Olaria), Nossa Senhora do Rosário (Riograndina) ou Sant'Ana (Campo do Coelho).

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Setembro, mês da escuta

terça-feira, 07 de setembro de 2021

No primeiro domingo de setembro (último dia 5), a liturgia da Igreja nos presenteou com um texto muito significativo para este que é o mês da Bíblia na Igreja do Brasil. Trata-se da cura que Jesus realiza de um surdo que falava com dificuldade (Mc 7, 31-37). Gostaria, portanto, de te convidar a escutar comigo o que o texto tem a nos dizer, já que mais que uma leitura, deter-se diante da Sagrada Escritura é estar de ouvidos atentos ao que o mestre tem a ensinar.

No primeiro domingo de setembro (último dia 5), a liturgia da Igreja nos presenteou com um texto muito significativo para este que é o mês da Bíblia na Igreja do Brasil. Trata-se da cura que Jesus realiza de um surdo que falava com dificuldade (Mc 7, 31-37). Gostaria, portanto, de te convidar a escutar comigo o que o texto tem a nos dizer, já que mais que uma leitura, deter-se diante da Sagrada Escritura é estar de ouvidos atentos ao que o mestre tem a ensinar.

Levaram a Jesus o deficiente auditivo para que o curasse impondo-lhe as mãos. Interessante notar que a prática de impor as mãos aparece aqui como algo recorrente nas atitudes de Jesus. Eles levam o homem até Jesus já sabendo o que iriam pedir: que impusesse as mãos. E Jesus, antes de impor as mãos, leva o homem para fora da multidão, a fim de ficar a sós com ele e para que a experiência da cura não fosse viciada pelos curiosos de plantão.

O Senhor colocou o dedo nos seus ouvidos. Jesus toca naquele homem, como pediram, e transmite nesse toque a ternura do seu afeto. Como é importante não nos esquivarmos do toque puro e cheio de afeto na vida das pessoas que nos são confiadas. Faz muita diferença!

Mas Jesus ainda faz mais. A atenção é toda voltada para o homem surdo. É como se todo o resto não importasse naquele momento, somente o encontro entre dois mundos: a divindade rebaixada e a humanidade exaltada. Quando a experiência do encontro pessoal com Cristo acontece em nossa vida, nada tem tanto valor quanto esse contato íntimo com a pessoa do Verbo e, assim, nossa dignidade é elevada.

Caro leitor, ler e meditar com a Bíblia é replicar em sua vida o mesmo encontro que, não só aquele surdo, mas tantos outros puderam experimentar: a pecadora adúltera, a mulher no poço de Jacó, Zaqueu, Mateus, Maria Madalena, Pedro, uma vez que “na Igreja, veneramos extremamente as sagradas escrituras, apesar da fé cristã não ser uma ‘religião do livro’: o cristianismo é a ‘religião da Palavra de Deus’, não de ‘uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo’” (Bento XVI – Verbum Domini, 7). Por isso, escutar a Sagrada Escritura com espírito de fé é pôr-se em contato pessoal com o verbo e receber a cura que ele quer realizar.

Agora, uma última palavra. De certa forma, nós nos tornamos aquilo que escutamos. O mundo hoje está cheio de palavrório sem sentido, barulho, agitação, confusão. É preciso deixar que Jesus nos conduza para fora dessa multidão e algazarra, pois só assim, longe da opinião comum, faremos a experiência libertadora e curadora do toque poderoso daquele que abre nossos ouvidos para a verdade e nos faz escutar e reter o que verdadeiramente importa. Se você está sempre irado, triste, desanimado, revoltado, com medo, pergunte-se: ao que mais tenho dado ouvidos?

Padre Celso Henrique Macedo Diniz é administrador paroquial da Paróquia Santo Antônio e Cristo Ressuscitado, no Prado, distrito de Conselheiro Paulino

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Fake News agridem a literatura

segunda-feira, 06 de setembro de 2021

Fake News viraram moda. Viralizaram. Tornaram-se espalhafatosas fantasias na
Internet. Vestiram-se das mais estranhas notícias e comentários para ganhar mundo.
Fizeram-se a voz da mentira. Utilizaram-se da literatura para desfilar através de
mensagens ou reportagens. Ganharam as luzes negras das intenções maldosas.
Fake News possuem a cor da imprensa marrom que, intencionalmente, têm a
finalidade de lançar falsas notícias, disseminar boatos e desinformar. Para
conquistarem espaço na mídia e adquirirem força de convencimento, nutrem-se dos

Fake News viraram moda. Viralizaram. Tornaram-se espalhafatosas fantasias na
Internet. Vestiram-se das mais estranhas notícias e comentários para ganhar mundo.
Fizeram-se a voz da mentira. Utilizaram-se da literatura para desfilar através de
mensagens ou reportagens. Ganharam as luzes negras das intenções maldosas.
Fake News possuem a cor da imprensa marrom que, intencionalmente, têm a
finalidade de lançar falsas notícias, disseminar boatos e desinformar. Para
conquistarem espaço na mídia e adquirirem força de convencimento, nutrem-se dos
mais recursos sedutores. Usam o jornalismo literário que busca na arte da literatura
sua expressão.
A literatura jornalística não é ficcional. Revela a realidade a partir de uma
observação minuciosa dos fatos. Está fundamentada em técnicas de captação, redação
e edição jornalística e, mesmo sendo escrita por um jornalista e refletindo a visão
particular do seu autor, está comprometida com a retratação verídica da realidade.
Os meios de comunicação impressos têm papel destacado na vida do país, como
também no dia a dia das pessoas, sempre atentas aos acontecimentos das inúmeras
áreas da atividade humana, suas realizações, impasses e impedimentos. São poucos os
alienados que não buscam informações para se tornarem diariamente membros
participantes da vida coletiva. O cidadão precisa estar ciente dos contextos nos quais
está inserido neste planeta mutante. Itinerante.
O jornalismo literário busca ser o mais verídico possível. O jornalista, ao construir
o texto, pode recorrer à riqueza imaginativa para torná-lo atraente ao leitor,
escrevendo-o com vivacidade, reflexão e estilo, apresentando-lhe o momento histórico
através de reportagens, crônicas, ensaios.
As Fakes News são perigosas; destroem pessoas, projetos e realizações. Revelam
algumas das piores características maléficas que possam existir no ser humano:
egoísmo, inveja, narcisismo, perversidade, astúcia. Quem produz Fake News não se

interessa pelo bem comum, pela superação das dificuldades de um lugar, de um país.
Não tem altruísmo, nem senso inteligente. Produz textos sensacionalistas e vulgares.
Para finalizar quero aplaudir Moacyr Scliar (1937-2001), imortal da Academia
Brasileira de Letras, que escrevia a coluna Cotidiano Imaginário na Folha de São Paulo,
desde 1990 até pouco antes da sua morte, em 2011. Ele buscava, em sua coluna, uma
história que pudesse ser reveladora da condição humana. Semanalmente escrevia
textos belíssimos e sensíveis à realidade social da classe média urbana no Brasil,
fazendo mergulhos no cotidiano e utilizando a linguagem do povo.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Brasileiro

sábado, 04 de setembro de 2021

De repente, me vi nu em frente ao espelho. Mais nu que os que habitavam essa terra há mais de quinhentos anos. Os primeiros desse lugar a serem assaltados. Tiveram roubado o seu chão de florestas. Meus ancestrais são os culpados. Eu sou, em parte, culpado por permitir que qualquer outro irmão meu acredite em marco legal. Ora, os brasileiros indígenas estão aqui bem antes de 1500. Ninguém é mais dono do Brasil do que os originais.

De repente, me vi nu em frente ao espelho. Mais nu que os que habitavam essa terra há mais de quinhentos anos. Os primeiros desse lugar a serem assaltados. Tiveram roubado o seu chão de florestas. Meus ancestrais são os culpados. Eu sou, em parte, culpado por permitir que qualquer outro irmão meu acredite em marco legal. Ora, os brasileiros indígenas estão aqui bem antes de 1500. Ninguém é mais dono do Brasil do que os originais.

Nu, em frente ao espelho, me deparo com a minha imagem refletida. Sem alegorias. Sem fantasias. Sem truques de ilusão. Eu que já acreditei ser verde e amarelo acolhedor. Pratico xenofobia até com meus irmãos de nação. Do Nordeste. De São Gonçalo. De Roraima. Mas o espelho não esconde minha latinidade. Em tempos sombrios de negacionismo, o que o espelho reflete não me permite negar, ainda que eu possa fechar os olhos ou criar narrativas diversas. Sóbrio, reflito: quem sou eu ou quem me tornei?

Sem vestimentas que me devolvam ao armário, não fico bem na foto de arminha na mão. Envergonhado, com certo pudor, dou moedas de cinquenta centavos ao menino que vende balas no sinal, mais uns trocados à mulher que vende pano de chão no sinal adiante... O pouco que sobrou do pouco que me restou, entrego aos dois jovens que fazem acrobacia próximo à vaga de estacionamento. Não sobrou nada para a mãe com dois filhos que me pede uma quentinha na porta do self-service. Não sobrou nada para mim, além do cartão de crédito de fatura vencida e com apenas o mínimo paga. 

Nu e na união de nus, uma pátria desnuda, dividida como as duas bandas de uma bunda, separadas por um rego assustado de quem não gosta do que vê e ainda não entendeu que teme o que sente. 

Eu, brasileiro, sem a alegria do carnaval. Eu, brasileiro, matando a fome de quem posso, mas morto pela fome de todos os que sentem fome que não posso matar. Eu, brasileiro, salvando minha própria pele, mas desleixado em salvar a pele preta de quem tem a marca de escravo. Eu, brasileiro, machista que espanca travesti e inferioriza mulher, todos brasileiros e humanos, como eu. Eu, brasileiro, solidário com uns indivíduos que me podem olhar nos olhos, mas culpado por alimentar de boas maldades todos os outros. 

Eu, brasileiro, de fé enganada e pela fé movido a dar de ombros aos que amam da forma como não entendo amar. Eu, brasileiro, já não finjo felicidade com os gols da seleção brasileira, pois essa seleção não é mais minha. Eu, brasileiro, jocoso com a vida da Amazônia e do Pantanal. Eu, brasileiro, cruelmente desmato e me mato, pouco a pouco. Eu, brasileiro, filho das desigualdades aponto para heróis de araque que me mandam à guerra para morrer. 

Eu, brasileiro... Triste. Feliz. Já não sei nem mesmo sobre cada uma dessas cicatrizes de séculos de opressão. Sei que elas aguçam o desejo de oprimir. Nu, entro para o espelho para impedir a imagem que ele reflete. Quem sabe preso lá dentro, me torno liberto?  

 

Foto da galeria
(Imagem: Freepik)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

30% de vacinados ainda não cadastrados

sexta-feira, 03 de setembro de 2021

30% de vacinados ainda não cadastrados
Aproximadamente 58 mil friburguenses que receberam a vacina contra Covid-19 continuam sem ter a aplicação cadastrada no sistema oficial do Governo Federal. Cruzando os dados divulgados pela própria prefeitura, isso quer dizer que 30% dos imunizados não tiveram o cadastro de sua vacina digitalizado, já que por aqui se anota numa folha para só depois ir para o sistema digital.

30% de vacinados ainda não cadastrados
Aproximadamente 58 mil friburguenses que receberam a vacina contra Covid-19 continuam sem ter a aplicação cadastrada no sistema oficial do Governo Federal. Cruzando os dados divulgados pela própria prefeitura, isso quer dizer que 30% dos imunizados não tiveram o cadastro de sua vacina digitalizado, já que por aqui se anota numa folha para só depois ir para o sistema digital.

Loteria do cadastro
Um avanço, já que esse número chegou a ser de 60%. Portanto, diminuiu pela metade, depois das seguidas reclamações e do ultimato do Governo do Estado - em que a prefeitura prefere chamar de orientação. Pelo menos 138.669 dos 197.118 imunizados no total estavam no sistema até o fechamento desta coluna. Mas ainda é uma condição incômoda, principalmente para quem ainda não teve a sorte de entrar no sistema como vacinado.

Municípios aderem ao passaporte da vacina
Uma preocupação para quem tem viagem marcada ou planeja ir para o exterior. Mas uma preocupação de todos com o anúncio de passaporte de vacina em várias cidades brasileiras. Pelo Estado do Rio de Janeiro, além da capital, Araruama e Niterói já anunciam a necessidade do documento na plataforma SUS para frequentar diversos espaços já neste mês.     

Restrições
Essa obrigação da apresentação de comprovação de vacinação pode restringir muitos friburguenses, portanto, em lugares que estão acostumados a ir. Na capital, a medida já elevou em 40% a vacinação dos grupos que já eram para ter se imunizado. A Secretaria de Saúde do Rio vê como único fator nesse aumento a obrigação de mostrar o comprovante de vacinação.

Sem indícios de passaporte friburguense
Aqui em Nova Friburgo não se vê qualquer movimentação no sentido de cobrar tal passaporte. Cá entre nós, pudera. A prefeitura não tem como cobrar algo em que ela não conseguiu cumprir: colocar na plataforma do SUS absolutamente todos os imunizados em tempo real ou próximo de. Fato é que a medida de cobrar passaporte de vacina, ainda que possa soar controverso, tem tido efeitos positivos em outros países e já aqui pelo Brasil.

Ingresso quase de graça para vacinados
Por falar no assunto, uma grande rede de cinema está dando 90% de desconto no ingresso para filmes a todos que comprovarem, pela plataforma SUS, que se vacinaram. Além de ser uma iniciativa simpática para incentivar a imunização é também uma grande jogada de marketing para atrair público para as salas de cinema. Os cinemas ainda são um dos mais afetados pela pandemia. As salas continuam vazias ou até sem público em inúmeras sessões.

Crise dos cinemas
Muitos tem medo de estar em um ambiente fechado, mesmo com as regras de distanciamento. Para além do desconto, apresentar o comprovante de vacinação completo pode dar segurança aos imunizados de que ir ao cinema já é seguro. Lembrando que Nova Friburgo tem seis salas de cinema, três em cada um dos shoppings da cidade que estão funcionando com filmes recém-lançados.

Rezende no Rio
A reconhecida marca friburguense de materiais de construção, Rezende, inaugura na próxima semana, a sua primeira unidade fora de Nova Friburgo. A quarta loja será na capital (Rio de Janeiro), mais precisamente no garboso bairro do Leblon. É a força do empreendedorismo friburguense invadindo as terras cariocas e levando os bons, e, até exclusivos produtos que nós já estamos acostumados há mais de 70 anos.

Nova Friburgo no Rio
Além do e-commerce que entrega em todo o Brasil, atualmente, a Rezende conta com duas lojas no Centro de Nova Friburgo e uma no distrito de Conselheiro Paulino. Antes da abertura no Leblon, os funcionários que trabalharão lá, passaram por treinamento em Nova Friburgo. Profissionais daqui também foram deslocados para a capital, a fim de garantir a boa experiência de atendimento que já se tem nas três lojas em território friburguense. Na próxima quarta-feira, 8, acontece uma pré inauguração, com a Rezende do Rio entrando em operação plena nos dias seguintes.

Mais um
Matando a curiosidade de muitos, a coluna trouxe a informação de que a grande loja localizada na Rua Farinha Filho, que por muito tempo abrigou uma marca de roupas, será um açougue. A notícia ainda melhor é que não se trata de uma mudança do tradicional açougue da Rua General Osório para lá. Será uma segunda unidade. Portanto, o açougue Boi Gordo continuará atendendo onde está e terá um espaço moderno e ainda maior na Farinha Filho. Salve o espírito empreendedor dos friburguenses.  

Curso de história friburguense
A partir do próximo dia 13, e, pelas três semanas em sequência, a Escola do Legislativo de Nova Friburgo (Elenf) promove um curso online sobre a história do município. Diversos historiadores contarão, em nove módulos, suas pesquisas sobre a trajetória friburguense. Entre os temas estão a política, a estrada de ferro, as epidemias e a história da agricultura. As aulas sempre ocorrerão segundas, quartas e sextas-feiras, das 16h às 18h, no canal virtual da Elenf.

Eliminado
Com um agregado de 4 a 1 para o América, o Friburguense foi eliminado da Copa Rio e voltará a atuar em 2022 com o mesmo objetivo de 2021: acesso à elite estadual e retorno a uma competição nacional. Em um ano de muitas dificuldades financeiras, a Copa Rio se tornou secundária, tanto que a maioria dos jogadores que disputaram o Estadual foram dispensados. A eliminação, portanto, não deixa cicatrizes.   

Próximo passo
A temporada terminará com a Taça Otávio Pinto Guimarães. A competição é semelhante à regra do futebol nas Olimpíadas: jogadores Sub-20, com até quatro atletas de 24 anos. O Friburguense aproveitará essa regra para manter os profissionais com essa idade acima em atividade. O sorteio da tabela acontece nesta sexta-feira, 2.  

Palavreando
“Eu, brasileiro, sem a alegria do carnaval. Eu, brasileiro, matando a fome de quem posso, mas morto pela fome de todos os que sentem fome que não posso matar. Eu, brasileiro, salvando minha própria pele, mas desleixado em salvar a pele preta de quem tem a marca de escravo”. Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

 

Foto da galeria
Acervo da página Nova Friburgo Antiga, trouxe à memória os tempos de glória do quase centenário Clube de Xadrez. De fato, era de se esperar, que a notícia trazida por Observatório sobre a venda do salão social do tradicional clube, causaria comoção e memórias afetivas dos friburguenses. O Clube de Xadrez continuará existindo na esperança de completar daqui a quatro anos, o seu centenário, mas como alguns dizem, pela metade.
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Falar ou calar

sexta-feira, 03 de setembro de 2021

Em uma frase reputada a Albert Einstein, ele disse:  "Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se revela."

Em uma frase reputada a Albert Einstein, ele disse:  "Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se revela."

Em tempos em que vangloria-se tanto a necessidade e coragem em se dizer tudo o que pensa, aqueles que preferem o silêncio muitas vezes passam por involuídos. Isso mesmo. Se antes poupar a si mesmo ou ao próximo de discussões, deixar de falar tudo o que supostamente não seria bem recebido pelo interlocutor, recluir-se em silêncio eram práticas desejadas, hoje, há quem diga que nem tanto. Pelo contrário. Basta um bate-papo em uma roda de amigos e cedo ou tarde alguém acaba explicitando que a hora da verdade soou, que não faz bem para a saúde guardar sentimentos e opiniões e que o processo de libertação para por essa franqueza no trato social.

E a legião das pessoas que não desejam adoecer por guardar além das palavras engolidas sem ser ditas, as mágoas remoídas é deveras crescente. Esse caminho passa pelo autoconhecimento e algumas vezes descamba para o extremo posto: dizer tudo o que sente, sem traquejo e muitas vezes, sem sensibilidade. E então, ao invés de os sapos serem engolidos, passam a ser jogados no colo do outro sem parcimônia.

Esse assunto surge em muitas conversas. Poucas vezes alguém aponta para o caminho do meio como algo a ser considerado. E então surge a indagação: o equilíbrio é o meio mesmo? Fato é que o ponto de equilíbrio varia de pessoa para pessoa. E só especialistas podem aprofundar o assunto. 

Eu mesma, que costumo buscar a interação eficiente e ter resposta para tudo, por esses dias andei sem palavras. De verdade. Sem vontade de dizê-las, talvez. Sem motivação. Buscando uma luz que ao final só conduzia para o silêncio e uma vontade toda minha de revisitar a introspecção. Aliás, a busca pelas práticas de silêncio e o voltar-se para si conquista cada vez mais adeptos. Mas seria possível vivê-la em público, cercada de pessoas, de demandas sociais?

E então, como de costume, a reflexão vem. E mais uma vez, a conclusão a que não chegamos (por complexa que é) e o percurso que aponta para um sentido: não devemos julgar as pessoas. Ninguém. Cada um trava suas batalhas diárias, algumas delas inglórias. Uns vão sentir necessidade de compartilhá-las com maior número de pessoas. Outros irão se retrair. Muitos se voltarão para a natureza e sua comunhão com ela serão seu reencontro com o estado de equilíbrio. Não podemos julgar nenhuma delas.

Uma boa técnica, que na verdade é empirismo, passa justamente por lapidar um conceito básico que deveria se fazer presente em mais momentos de nossas existências: o respeito. A si próprio. Aos outros. A toda a coletividade. Dizer tudo o que pensa ferindo pessoas desnecessariamente, não me parece o melhor roteiro de vida. Da mesma forma, ser destinatário de um contingente de remorso por não conseguir expressar o que se sente, também não. A verdade é que cada um sabe de si. Mas acho que o trato com a comunicação interna, social e com o mundo, poderia ser mais bem refinado...

Palavras que somem podem se perder em um lugar desconhecido por todos. Aquilo que deveria ser dito e não foi. Aquilo que felizmente não foi dito, mas foi pensado. Há tantas formas de se comunicar. Ricas formas. E dependendo do contexto, um olhar diz mais, muito mais do que um belo texto faria.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Conta de luz vai pesar no bolso

sexta-feira, 03 de setembro de 2021

O que devemos fazer é simples e se o texto desta semana se limitasse a isso seriam apenas algumas poucas linhas com dicas práticas de como economizar energia elétrica em casa e no ambiente de trabalho para reduzir os impactos da nova bandeira tarifária emergencial. A propósito, temos vivido meses tão atípicos e assombrosos que já não vejo a hora de cessarem as novas e tantas emergências (é auxílio emergencial, contrato emergencial e agora, em meio a tantos, a nova tarifa emergencial).

O que devemos fazer é simples e se o texto desta semana se limitasse a isso seriam apenas algumas poucas linhas com dicas práticas de como economizar energia elétrica em casa e no ambiente de trabalho para reduzir os impactos da nova bandeira tarifária emergencial. A propósito, temos vivido meses tão atípicos e assombrosos que já não vejo a hora de cessarem as novas e tantas emergências (é auxílio emergencial, contrato emergencial e agora, em meio a tantos, a nova tarifa emergencial).

Contudo, antes de analisarmos como reduzir os impactos desse aumento na cobrança da energia elétrica, é importante entender o que está acontecendo dentro da conjuntura econômica, social e ambiental do Brasil. Antes de tudo, é importante relembrar, ainda estamos sofrendo as consequências de uma crise sanitária global e ninguém esperava – a ponto de ter um planejamento emergencial, olha só as emergências aqui de novo – passar por cenários pandêmicos. O mundo ainda está entendendo como conviver com uma nova doença e em nosso país não é diferente: os desafios socioeconômicos provocados pelo novo coronavírus e suas variantes são únicos.

Entretanto, em meio a esse caos, novos problemas antigos vieram à tona: a crise energética. Percebe como eu faço um jogo de palavras para evidenciar que a nossa realidade, neste quesito, não é nenhuma novidade? Os problemas de crise hídrica (e a capacidade hídrica, por sua vez, é nossa principal matriz energética) no Brasil não são de hoje. Há anos fala-se do mau uso de recursos hídricos e da necessidade da renovação da matriz energética do país, mas pouco tem sido feito para, de fato, solucionar o problema. Não cabe a mim, por não ser minha especialidade, me estender no assunto, mas especialistas mencionam que é o mau uso do solo uma das principais causas do cenário de escassez em diferentes regiões do Brasil. É no Centro-Oeste, o berço das águas, o local onde o agronegócio se instala e utiliza cerca de 70% de toda água consumida no país. O setor, por sua vez, está entre os mais desenvolvidos e importantes na nossa economia, mas precisa ser urgentemente repensado dentro dos atuais impactos socioambientais.

Partindo para uma análise transitória entre o macro e o micro, vemos um cenário onde a projeção de crescimentos do PIB já não é mais a mesma (cai pela terceira semana consecutiva) e a inflação não para de subir (já são 21 semanas consecutivas de aumento na projeção de inflação para 2021). A tendência, com o aumento da energia elétrica, é de aumentos mais expressivos na expectativa de inflação e impactos ainda maiores para uma população com mais de 14 milhões de desempregados. É momento de ficarmos atentos ao que está a nosso alcance e tomar as rédeas das nossas finanças pessoais a fim de deixá-las ainda mais enxutas e com reservas para caso o cenário se torne mais grave.

A partir deste mês de setembro até abril do próximo ano, a bandeira de escassez hídrica adiciona quase 7% de aumento às contas de luz que já tinham sido elevadas com a vigência da bandeira vermelha 2 – a mais alta até então. Portanto, para reduzir este impactos, é importante entender qual é o perfil de consumo elétrico na sua residência e racionar o uso. Condicionadores de ar e chuveiros elétricos, por exemplo, representam grande parte do consumo e precisam ser utilizados com consciência. Maquinas de lavar roupa e ferros de passar também podem ser utilizados de maneira mais inteligente quando são acionados menos vezes para a execução de mais volume de atividades. Ao invés de ligar o ferro e passar duas camisas, aproveite que já está aquecido para executar mais atividades e isso evita que, depois de frio, você precise acioná-lo mais uma vez e o consumo do aquecimento encareça um pouco mais sua conta de luz. São dicas simples, mas podem fazer diferença no seu bolso.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Setembro Amarelo: a autoimagem atrelada às mídias sociais

quinta-feira, 02 de setembro de 2021

Inseguranças relacionadas ao corpo, altas cobranças acadêmicas, redes sociais que expõem realidades inalcançáveis, necessidade de estarem superpreparados em um mercado de trabalho ultraconcorrido, baixas expectativas salariais em seus empregos, custo elevadíssimo de vida e medo de frustrações são apenas alguns dos gatilhos que tanto afetam as pessoas atualmente.

Inseguranças relacionadas ao corpo, altas cobranças acadêmicas, redes sociais que expõem realidades inalcançáveis, necessidade de estarem superpreparados em um mercado de trabalho ultraconcorrido, baixas expectativas salariais em seus empregos, custo elevadíssimo de vida e medo de frustrações são apenas alguns dos gatilhos que tanto afetam as pessoas atualmente.

Setembro é o mês conhecido pela campanha mundial de luta contra suicídio e de conscientização sobre a depressão. O assunto que outro dia já foi um tabu ganhou espaço de voz na sociedade, contudo ainda enfrenta grandes dificuldades por conta de preconceito, na busca por ajuda e na identificação dos sinais.  

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa a primeira posição no ranking internacional de pessoas com ansiedade, contando com quase 19 milhões de brasileiros afetados por esse problema, quase 10% da população brasileira.

O dilema gerado pelas redes sociais  

Quem, nos dias de hoje, não está conectado? Bom... quase todo mundo possui uma conta em uma rede social, que é um grande facilitador na vida de muita gente, pelo dinamismo nas comunicações e pela velocidade de informação. Contudo, as mesmas têm trazido problemas para muitas pessoas.

Em se tratando do universo virtual é fácil notar o bombardeio e a glamorização de realidades que muitas vezes não correspondem à normalidade padrão. Não é difícil abrir o seu instagram e achar uma foto de uma pessoa, que com o uso em abuso de filtros e aplicativos, mostram o corpo perfeito que recebe seus milhares de likes e os elogios de muitas pessoas desconhecidas.

Contudo, é preciso entender que nem tudo que está nas mídias sociais é de fato real. Estudos recentes no campo da psiquiatria e da psicologia têm demonstrado que os casos de depressão e ansiedade têm sido diretamente afetados pelas redes virtuais, sendo os mais vulneráveis, as crianças e os adolescentes.

A cobrança em sempre querer aparentar o melhor de si na rede social tem trazido efeitos negativos na vida real. Não é a toa que o Brasil ocupa o maior índice mundial de cirurgias plásticas, conseguindo uma marca de 97 mil cirurgias realizadas em pessoas antes mesmo de alcançarem a maioridade, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SBCP).

Docente do curso de Psicologia na Estácio de Sá, mestra pela PUC-RJ e psicanalista, Natália Amêndola Santos, relata que pesquisadores apontam para um impacto negativo do uso excessivo das redes sociais em relação ao aspecto emocional, uma vez que intensifica as formas de ansiedade, podendo desencadear um processo depressivo.

“Entretanto, não podemos deixar de considerar que existem diversas formas de utilizar as redes. O importante, neste caso, é refletir e avaliar a relação que se tem se estabelecido e qual é o uso que se faz das redes sociais. Esse critério é fundamental para compreender se esta interação tem afetado negativamente o usuário.”

O fato é que todos nós somos únicos e precisamos entender o motivo em nos compararmos tanto com os outros. Comparações negativas são um passo para infelicidade, visto que nos fazem sentir inferiores e injustos com nós mesmos. É fundamental buscarmos o equilíbrio entre o uso das redes e o bem-estar.

A depressão e a ansiedade vêm sendo desmitificadas também nas diferentes camadas da sociedade, sendo compreendida como algo relativamente comum. Se você conhece alguém que precisa de ajuda, busque suporte profissional através de um psicólogo. Ligue ainda para o 188 e fale com Centro de Valorização da Vida.

O Setembro Amarelo pode salvar vidas e você não está sozinho!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.