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Um quisto na administração de Feliciano Costa

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Edição de 21 e 22 de agosto de 1971
Pesquisa da estagiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim.

Manchetes:

Edição de 21 e 22 de agosto de 1971
Pesquisa da estagiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim.

Manchetes:

  • Serviço de água e esgoto - Um quisto na administração: O colunista Nelson Kemp se extasia com os quadros deslumbrantes de Olaria, Cônego, Cascatinha e Caledônia, que encantam com suas belezas e os calçamentos de suas ruas e praças. Mas ao percorrer as vias observando-as mais detalhadamente, o panorama que se descortina é perturbador pela variedade de casario, que também se mistura, num amontoado de arquitetura antiga e moderna, mas que agrada porque o fundo natural é o verde das serranias, que sobem para o céu, como merecida homenagem da formosura ao seu criador. O prefeito Feliciano Costa se envaidece de dirigir a cordilheira que se ostenta na apoteótica Serra dos Órgãos e repara que o Serviço de Água e Esgoto, como está, é um quisto na sua administração, pois não é possível manter-se uma autarquia que não tem pessoal técnico para orientá-la em benefício da população.
  • Festa Internacional da Cerveja:  No dia 4 de setembro de 1971, o Caledônia Clube promove sua tradicional Festa Internacional da Cerveja, que constitui sempre um esplenderoso espetáculo e que arrasta para Friburgo considerável corrente turística.
  • As obras da Estrada Serramar: O prefeito Feliciano Costa recebeu do Chefe-Civil do governador do Estado um ofício em resposta ao pedido de asfaltamento das ruas centrais de Friburgo e o reinício das obras da estrada Serramar: “Venho comunicar-lhe que a Secretaria de Transportes e Comunicação informou que as referidas obras não foram paralisadas e, quanto ao asfaltamento, estudará a inclusão em próxima programação.”
  • Homenagem ao juiz do Trabalho: Tendo em vista a nova determinação da Justiça, qual seja a de que os magistrados deverão usar vestes talares nas audiências e demais atos oficiais, os advogados que militam na Justiça do Trabalho de Nova Friburgo ofereceram uma beca ao presidente da Junta de Conciliação e Julgamento local, dr. Augusto Cláudio Ferreira, em singela, mas expressiva manifestação de apreço ao jurista, que muito honra e dignifica a mencionada justiça especializada do país.
  • Um ato que repercurtiu: Foi promovido a juiz do Trabalho de primeira classe, dr. Sávio Verbicário Dantas dos Santos, uma das mais vigorosas personalidades que advogaram no nosso foro e que, após brilhante concurso, ingressou na Justiça do Trabalho e vinha servindo em várias juntas do Estado da Guanabara.
  • CTB inicia a troca de ações da Telefônica de Friburgo: Os acionistas da Empresa Telefônica de Nova Friburgo, absorvida pela Empresa Telefônica Brasileira, a CTB, em fevereiro deste 1971, receberão ações da CTB em troca das que possuírem da ETNF. A troca será feita por ordem alfabética dos assinantes, a fim de evitar filas de espera.

Pílulas:

  • Questão aritmética: Como desejar melhoria do serviço e ampliação de linhas e horários dos transportes coletivos sem a contrapartida do aumento tarifário? Em absoluto advogamos majorações indiscriminadas e realizadas sem base técnica sem estudo acurado das condições das concessionárias, sem enfim comprovação atuarial da necessidade financeira das empresas. 
  • Não entendemos: “Somos do Ministério da Saúde, somos, portanto do governo” diz uma nota de um seminário, dando-a como abatida de um “dirigente” da Autarquia Municipal de Água e Esgoto. E daí? Mesmo se fosse verdade, que implicações haveriam? Acontece é que é nada disso.
  • Custa crer que a Amae ainda não tenha “enchido” o dr. Feliciano: São tantas as reclamações chegadas à prefeitura, inconveniências, ineficiências e abusos da famigerada Autarquia de Águas, que nos custa acreditar que o prefeito Feliciano Costa, não tenha ainda, expulsado os estrangeiros da água “aerosando” com o mais puro Detefon que exista aquela coisa que é responsável pelo abastecimento do precioso líquido da nossa cidade.
  • Prorrogação ilegal de convênio ficará sem consequências?: A prorrogação ilegal do convênio da água dá para estarrecer. Julgamos conveniente que a prefeitura, para salvaguarda de seus interesses, fornecesse esclarecimentos ao público sobre o momento “alfaire” que vem apaixonando realmente e que é atualizadíssimo a posição em que está colocado a Amae perante a população.

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra aniversários de: Solange (18); Carolina Polo de Castro Nunes, Ricardo Ventura El-Jaick e Geraldo Pinheiro (21); Paulo de Souza Cordeiro (22); Maria Enir Batista da Silva, Benício Araripe, Ronaldo Rangel Ventura, Rosa Ramos Bussinger, Willian e Virginia Lúcia (23); Mariana Villa Moura (24); Jacqueline (25); Jacyra de Castro Nunes, Maria Beatriz e Eduardo Marcelo (26); Nilza Sichel, Euthália Bezerra e Odete Ferreira (27).

 

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Caio e o Menino Maluquinho

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Uma das homenagens mais bonitas que recebi na vida veio de um dos meus afilhados e sobrinho. Filho de mãe solo. Sem heranças, nem berço de ouro. Exatamente como eu. Já nos seus quase vinte anos, na faculdade, cursando psicologia, disse-me: “Você me mostrou um caminho que poucos têm a oportunidade de trilhar: o do conhecimento. Com um livro presenteado na minha formatura de alfabetização, você me mostrou um novo horizonte de possibilidades raras para pessoas que vêm de baixo, como nós dois viemos. Tenho orgulho de compartilharmos das mesmas raízes”. 

Uma das homenagens mais bonitas que recebi na vida veio de um dos meus afilhados e sobrinho. Filho de mãe solo. Sem heranças, nem berço de ouro. Exatamente como eu. Já nos seus quase vinte anos, na faculdade, cursando psicologia, disse-me: “Você me mostrou um caminho que poucos têm a oportunidade de trilhar: o do conhecimento. Com um livro presenteado na minha formatura de alfabetização, você me mostrou um novo horizonte de possibilidades raras para pessoas que vêm de baixo, como nós dois viemos. Tenho orgulho de compartilharmos das mesmas raízes”. 

Toda vez que lembro disso, as lágrimas me tomam por completo. Lágrimas de uma felicidade ímpar. Um brinquedo, uma roupa não me renderiam, dez, quinze anos depois, tamanho depoimento que me envaidece de pureza. O brinquedo quebraria. A roupa ficaria curta. Mas o livro fica na memória e o que vem depois dele é um universo. Mas acima do testemunho e da vaidade em mim semeada, o maior orgulho é ver o homem que aquela criança se tornou. 

O Menino Maluquinho foi o livro que lhe presenteei. Obrigado, Ziraldo. Depois desse exemplar, Caio não parou mais de ler. Lê de tudo. E, apesar das dificuldades, da casa apertada e da mãe que trabalhava quase que vinte e quatro horas por dia, sempre foi o melhor aluno, o melhor filho, o melhor neto. Caio é prova de que a educação transforma e os livros são asas que nos fazem voar pela beleza da vida, mesmo na feiura desigual do mundo. Pensar nessa história que escrevemos me dá a convicção de que com criança e educação não se economiza.  

É quando me recordo que aos nove anos, trabalhando como garoto de estacionamento, eu era rato de biblioteca. Entre o trabalho e a escola, sempre passava na Biblioteca Municipal Infantil e ficava ali escolhendo o livro que levaria para casa. Acho que li quase todos os exemplares que havia lá. É com sorriso largo que lembro da Marthinha. Doce Marthinha que sempre me recebia com um abraço caloroso. Conversávamos sobre o livro que levei na vez anterior e ela me indicava outro e mais outro. Ela sabia ler as crianças. Obrigado, Martha. Fui crescendo, encantado.  

Na biblioteca do Jamil ou na sala de leitura do mesmo colégio, entrei na fase dos livros em que se escolhia o caminho da história. “Se fizer isso vá para a página trinta, se escolher aquilo, siga para a página cinquenta”. Acredito que li a coleção toda disponível. Obrigado, professores. 

Na Biblioteca Municipal, não cheguei nem perto de ler todos os livros das estantes. Minha carteirinha era a de número vinte e dois. Pura sorte. Quando fui me inscrever, herdei o número tão baixo entre mais de três mil cadastrados. Criança pobre, tinha que me contentar com os títulos nada muito atualizados das prateleiras de ferro. Não dava para comprar livros. 

Eliane... Acho que esse era o nome da moça que trabalhava no empréstimo dos livros. Bem, a Eliane virou minha amiga e quando chegava a doação de um título mais recente, ela separava para mim e me perguntava se eu tinha interesse de ler antes de qualquer outra pessoa. Obrigado, Eliane.

O gosto por escrever só veio na Formação de Professores. Incentivado pela professora Alcilea, passei a escrever mais e mais até participar dos concursos literários do Ienf. Mais do que ler, escrevia sem parar. Enchi vários cadernos de poesias e textos variados. Ganhei alguns concursos e a partir dali nasceu o jornalista, cronista, seja lá o que sou. Um biógrafo do mundo e de suas fantasias. Obrigado, Alcilea.

O que os livros nos fazem? Abre-se um livro e nascem mundos, possibilidades, maneiras de crescer, sentimentos, sensibilidade, raízes, memórias, o inimaginável. Obrigado, Caio. Obrigado, meu menino maluquinho. Somos o improvável que a leitura liberta.                            

 

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800 motoristas de aplicativo

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

800 motoristas de aplicativo
Mesmo com mais um reajuste no valor dos combustíveis como mostra reportagem na página 8 desta edição, continua aumentando o número de motoristas por aplicativo em Nova Friburgo. Em busca de renda extra ou mesmo como principal fonte de renda, a coluna Observatório levantou que atualmente Nova Friburgo já conta com 800 motoristas cadastrados nas três principais plataformas que atuam na cidade.

800 motoristas de aplicativo
Mesmo com mais um reajuste no valor dos combustíveis como mostra reportagem na página 8 desta edição, continua aumentando o número de motoristas por aplicativo em Nova Friburgo. Em busca de renda extra ou mesmo como principal fonte de renda, a coluna Observatório levantou que atualmente Nova Friburgo já conta com 800 motoristas cadastrados nas três principais plataformas que atuam na cidade.

Aumento exponencial
O efeito em Nova Friburgo é contrário ao que está acontecendo no Brasil. Na média nacional, aproximadamente um quarto dos motoristas de aplicativo estão abandonando a tarefa. O aumento de quase 60% no valor dos combustíveis é um dos principais fatores.

Carro na garagem
No entanto, esse mesmo aumento de combustível está levando muitos friburguenses a deixar o carro na garagem e aderir ao transporte por aplicativo. Soma-se a isso a falta de vagas de estacionamento nas vias públicas. A prefeitura tem reservado cada vez mais vagas de parada rápida e os valores cobrados pelos estacionamentos rotativos particulares são cada vez mais abusivos. No orçamento apertado pela inflação, andar em carros de aplicativo sai mais barato.

Mais passageiros
A reclamação de nível nacional é a mesma de nível local: o aumento do tempo de espera que piora, dependendo do horário. Mas por aqui não é pela queda no número de motoristas e sim pelo aumento de passageiros. Já os motoristas reclamam que desde 2015 não há aumento no valor das tarifas por parte dos principais aplicativos, assim como o repasse que fazem aos trabalhadores.

Concorrência
As diferenças de um aplicativo para outro pesam no bolso dos motoristas (com maior ou menor repasse) e dos passageiros. Em Nova Friburgo, o maior número de motoristas atua pela empresa 99 que cobra taxas menores do que a principal concorrente, Uber. Nessa disputa, quem vem crescendo é a recém-chegada Garupa, que cobra taxas dos motoristas ainda menores do que o 99 e vem atraindo motoristas e consequentemente passageiros.

Atratividade
Com mais carros cadastrados, os usuários passam também a buscar a plataforma que tem mais oferta de veículos, para além do preço menor. Como há menos carros da Uber, por exemplo, as pessoas já chamam direto uma das duas plataformas concorrentes. É um efeito natural de oferta, demanda e preço, o que influencia no tempo de espera.  

Tarifas diversas
Para efeito de comparação, em condições habituais, em uma corrida de três quilômetros em Nova Friburgo, a Uber cobra R$ 7,75 do passageiro e repassa ao motorista R$ 5,65. Já a 99, cobra R$ 7,60 e repassa ao motorista 6,80. A Garupa tem como base 2,5 quilômetros e cobra do passageiro R$ 6,95 e repassa ao motorista R$ 6,30. A concorrência é sempre bem-vinda e quem ganha é o usuário.

Transporte público
Óbvio que tudo isso afeta o transporte público por ônibus, com redução de passageiros. A maior reclamação da empresa Faol nem são os aplicativos em si, mas veículos que fazem fretada, ou seja, transporte de passageiros direto nos pontos de ônibus. Param próximo aos principais pontos e levam de três a quatro pessoas com o destino que fariam no ônibus pelo mesmo valor ou por alguns centavos a mais. Sem fiscalização, a prática pode ser observada nos horários de pico.

Ônibus para o Rio mais barato
Já o transporte intermunicipal, que inclusive baixou o preço das passagens para o Rio de Janeiro e Niterói, tem sido afetado pela carona solidária subsidiada. O principal aplicativo é o Bla Bla Car. Um motorista que vai para a capital, por exemplo, divide os custos da viagem com quem não vai de carro. Geralmente cobra entre R$ 35 e R$ 40 diretamente pela plataforma. A passagem de ônibus que chegou a R$ 57 caiu para a partir de R$ 42.    

Cidade digital
Por falar em tecnologia, a cidade está na palma da mão. Todos os serviços municipais podem ser solicitados pelo celular. Não. Não se trata da cidade de Nova Friburgo, mas da vizinha Trajano de Moraes que assim está mais avançada digitalmente que o município polo da região. A ferramenta permite o envio de sugestões, elogios, reclamações, até mesmo uma solicitação de serviço ou reparos em tempo real. Algo que já é sucesso há algum tempo em Niterói, por exemplo.

Nosso atraso
Além dos serviços, o aplicativo ‘Fala, Cidadão!’, que será lançado na plataforma digital também para computadores, aumenta a transparência e a organização dos recursos. O painel administrativo gera filtros e relatórios e ainda disponibiliza as contas públicas. Se Trajano pode, por que ainda patinamos no total atraso digital, muito evidenciado no registro de vacinas no papelzinho? 

Capacitação para exportação
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), vinculada ao Ministério de Relações Exteriores, abriu inscrições exclusivas para Nova Friburgo e Petrópolis para seu Programa de Qualificação para Exportação. O objetivo é qualificar empresas para que iniciem o processo de exportação de seus produtos e serviços de forma planejada e segura. As inscrições vão até o próximo dia 30 pelo portal Apex Brasil. O valor do convênio com a instituição selecionada será de R$ 1,3 milhão.

SebraeLab
Já o Sebrae Rio vai selecionar 25 empresas para um programa que estimula a criatividade, inovação, consumo de informações, geração de novos conhecimentos, aprendizado contínuo e as múltiplas conexões nos negócios. As inscrições vão até 3 de setembro. As oficinas ocorrerão sempre às segundas-feiras, das 9h às 12h, durante três meses. Já a consultoria individual se dá mediante agendamento. Podem participar microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.

Caledônia Racing
Quem não se encanta com o carro desenvolvido pela Uerj de Nova Friburgo? Pois estão abertas as inscrições para o desenvolvimento do próximo veículo que disputará a temporada 2022. O projeto Baja é voltado para os alunos do IPRJ (Instituto Politécnico) e trabalha cálculo estrutural, freios, powertrain, suspensão e direção, além de negócios e marketing e gestão de pessoas e processos. As inscrições vão até 7 de setembro.  

Palavreando
“Abre-se um livro e nascem mundos, possibilidades, maneiras de crescer, sentimentos, sensibilidade, raízes, memórias, o inimaginável”. Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

  • Foto da galeria

    Com o debate do feminicídio em Nova Friburgo e os números locais assustadores, seguimos na campanha do Laço Branco: “Metemos a Colher, Sim. Salvamos a mulher e dizemos basta!”. Ana Paula Lengruber e Tamara Castro. Os influenciadores digitais são fundamentais nessa campanha de conscientização.

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Grita, menina, de novo

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Queridos leitores, hoje inicio a coluna com um pedido de licença a todos vocês. Esta semana recebi mensagem de uma leitora de A VOZ DA SERRA por uma rede social, em que mencionava a coluna “Grita, menina!”, que publicamos tempos atrás. Narrou-me que aquele texto sacudiu suas estruturas de alguma maneira e movimentou sua vida para um lado bom: a encorajou. Ao reler essas palavras, entendi o porquê. E se me permitem, a coluna de hoje será uma releitura daquela. Que as palavras cheguem às destinatárias certas.

Grita, menina!

Queridos leitores, hoje inicio a coluna com um pedido de licença a todos vocês. Esta semana recebi mensagem de uma leitora de A VOZ DA SERRA por uma rede social, em que mencionava a coluna “Grita, menina!”, que publicamos tempos atrás. Narrou-me que aquele texto sacudiu suas estruturas de alguma maneira e movimentou sua vida para um lado bom: a encorajou. Ao reler essas palavras, entendi o porquê. E se me permitem, a coluna de hoje será uma releitura daquela. Que as palavras cheguem às destinatárias certas.

Grita, menina!

Grita. Não aceite isso não. Exponha ainda que silenciosamente a parte que não mais te cabe desse latifúndio histórico de opressão. Abra mão dessa “terra” besta. Reconheça teu valor e não temas pelo leite que jaz derramado. Até as vacas hão de doar mais leite para recompor sua liteira avariada.

Grita, menina. Não sente nesse colo opressor. Não lave mais essa louça de um tostão, nem queime as pontas dos dedos nesse fogo mais quente que o queimador do fogão. Saia por essa porta de cabeça erguida, peito inflado do orgulho acumulado que teimaram em limitar. Grita com essa voz grossa ou fina, rouca, esganiçada. Voz de doida que é muito sã. Essa voz que sai de ti e que é a mais linda que se pode ouvir. Não creia que sua potência é louca e que sua voz é pouca.

Grita, moça. Até que os surdos possam ouvir. Grita com tua alma brilhante cuja luz tentam apagar. Se lança por aí com esse andar desengonçado, aquele lerdo que sempre fica para trás, com esses passos desencontrados, arrastados pelo caminho cujas armadilhas teimam em colocar. Corre por aí com esse preparo físico inato e vigoroso que tentam suprimir.

Grita até doer essa garganta que de frágil não tem nada, até arrepiar os fios desse cabelo que de feio não tem nada, até sacodir sua carne. Vai, menina, use seu corpo, sua força interior. Pode ir. Seja a lúdica sonhadora que sempre foi, mas sonhe por aí. Seja a emotiva chorona, mas chore em outro lugar. Seja a mãe babona, a mulher brigona, mas seja. Seja o que quiser. Cante esse canto embargado, fora do tom, sem ritmo, mas cante fora daí.

Seja, menina. Tudo ou nada, a desequilibrada, mas seja. Conduza seu oito ou oitenta nesse caminho vão. Ou vil. Corra com sua “TPM insuportável”, com seu “temperamento indomável”. Fuja desse lugar de oprimida. Busque sua lucidez, resgate sua coragem.

Vá com a roupa feia, com a unha sem estar feita, com o peso sem medida. Não liga, menina. Grite que está cansada desse esteriótipo fictício, dessa capa de revista de mentira, dessa pressão descabida, dessa forma que não consegue ser. Fuja desse estigma de louca. De mal amada. De pouco cuidada.

Espalhe essa energia reprimida, de tempos em tempos suprimida. Dê o primeiro passo e perceba que não desaprendeu a andar. Nem a lavar e passar. Não lave mais nada não. Enquanto não aprenderem a lavarem suas bocas, a secarem seus ranços, a perceberem o quão tolos são seus comandos. Ria de tudo isso. Use seu riso para gargalhar contra quem te reprime e desentale esse rojão de vida agarrado sob o nó da sua garganta.

Sopre a vida. Mude de postura. Aprenda a não silenciar. Salvo se quiser. Berre esse canto entalado, enlutado de quem quase morreu e sabe que só se vive uma vez. Vá, menina. Viva. V-i-v-a! Saia daí.  Seu lugar não é a cozinha, salvo se quiser. Nem atrás do homem. É em todo lugar.

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Sim, você pode emprestar o seu dinheiro

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Agiotagem é considerada um ato ilegal e se enquadra dentro da lei 1.521/51 que dispõe sobre crimes contra a economia popular. Isso porque as operações de crédito precisam estar enquadradas em normas e parâmetros estabelecidos pelas autoridades do sistema financeiro e esta não é uma atividade simples. Contudo, se você tem dinheiro “sobrando” e pretende rentabilizá-lo existem alternativas no mercado financeiro para suprir a sua demanda por investimentos.

Agiotagem é considerada um ato ilegal e se enquadra dentro da lei 1.521/51 que dispõe sobre crimes contra a economia popular. Isso porque as operações de crédito precisam estar enquadradas em normas e parâmetros estabelecidos pelas autoridades do sistema financeiro e esta não é uma atividade simples. Contudo, se você tem dinheiro “sobrando” e pretende rentabilizá-lo existem alternativas no mercado financeiro para suprir a sua demanda por investimentos. Mais especificamente, se você pensa em alocar seus recursos em operações de crédito – que, sim, são mais rentáveis – você pode explorar as possibilidades dentro da classe de ativos chamada Debênture, um título de dívida corporativa.

No entanto, para fazê-lo com inteligência é preciso conhecer o ativo e entender seus riscos. Em sua definição (de acordo com o Portal do Investidor da Comissão de Valores Mobiliários, a CVM) “debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo de dívida, que assegura a seus detentores o direito de crédito contra a companhia emissora.” Em outras palavras, este é um título de dívida emitido por empresas SA (Sociedades Anônimas) que oferecem o direito de crédito ao investidor.

Basicamente, caso uma determinada companhia precise financiar um projeto, em geral com objetivo de expansão das operações, existe a possibilidade da emissão de títulos de dívida (as debêntures) para obter o financiamento desejado e, com isso, os custos do crédito se tornam mais baratos do que solicitar o crédito em bancos e/ou outras instituições financeiras. Percebe como você pode se tornar credor sem infringir nenhuma lei? Estruturas de crédito são complexas, os riscos existem e por isso precisa ser um processo bem definido.

A propósito, por falar em riscos, chegou a hora de conversarmos sobre os riscos assumidos por você, como investidor (ou credor, se preferir), ao financiar a dívida de uma empresa emissora desses títulos. Já ouviu falar sobre o risco de crédito? É a possibilidade de a companhia que emitiu as debêntures não honrar seus compromissos e, em bom português, dar um calote no investidor. Este é o maior risco presente nesta classe de ativos.

Contudo, por não haver a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (como há nos títulos bancários) o mercado se deparou com a necessidade de estabelecer outras garantias para manter a saúde das operações e o bom relacionamento entre investidor e emissor. Foi dessa necessidade que surgiram a garantia real, que oferece bens da empresa emissora ou de terceiros como garantia de pagamento; e garantia flutuante, onde o investidor tem a prioridade em relação a outros credores em caso de falência da empresa emissora.

Apesar de ainda haverem outras categorias, essas são as principais garantias ao investidor e é importante se manter dentro destas para não correr riscos desnecessários. Agora, caso queira assumir mais riscos, é muito provável que receba um prêmio maior por isso e alcance altas rentabilidades com seus investimentos.

Por último, e longe de ser menos importante, é necessário entender como funciona o regime tributário das debêntures. Assim como outros títulos de renda fixa e alguns fundos de investimentos específicos, a tributação aqui se baseia na tabela regressiva de IR: quanto maior o prazo, menor a alíquota - que varia de 22,5% a 15,0%. Contudo, ainda há a possibilidade de direcionar seus recursos para as debêntures incentivadas, que – por estímulo público – isentam o investidor de qualquer tributação. Permitindo maior lucratividade e, consequentemente, tornando o investimento mais atrativo.

Percebe como você pode rentabilizar seu patrimônio fornecendo empréstimos sem infringir nenhuma lei? Além disso, ainda existem as garantias de grandes empresas. Essas são as debêntures e merecem um espaço na sua diversificação de investimentos. Pense nisso!

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Feminicídio: a epidemia dentro da pandemia

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O ano de 2020 foi marcado pela chegada da pandemia mundial do novo coronavirus (Covid-19) que veio a ceifar muitas vidas, sendo freado pelo distanciamento social, pelo uso de máscaras e pela vacina, que salva vidas. Entretanto, a epidemia da violência doméstica e do feminicídio cresceram assustadoramente nos tempos de isolamento social.

O ano de 2020 foi marcado pela chegada da pandemia mundial do novo coronavirus (Covid-19) que veio a ceifar muitas vidas, sendo freado pelo distanciamento social, pelo uso de máscaras e pela vacina, que salva vidas. Entretanto, a epidemia da violência doméstica e do feminicídio cresceram assustadoramente nos tempos de isolamento social.

Recentemente, em nossa cidade, tivemos a triste notícia de um suposto caso de feminicídio, gerando tamanha comoção e revolta por parte da população, diante da agressividade e brutalidade, não somente com a esposa, que estava grávida, mas com o restante de sua família.

Evidentemente para que fique comprovado o feminicídio neste caso, será necessária toda investigação da Polícia Civil, seguido do julgamento do juízo da 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo, que virá ou não a levar o acusado ao Tribunal do Júri Popular, sendo garantido o direito à defesa ao acusado.

O que é o feminicídio

Mas o que esse crime significa, exatamente? Quer dizer que toda e qualquer mulher morta é vítima de feminicídio? A resposta é não!

Feminicídio é o termo usado para denominar o assassinato de mulheres cometido em razão do desprezo, da violência doméstica ou pela condição de gênero, ou seja, pelo simples fato de ser mulher!

Essa lei alterou o Código Penal, em 2015, incluindo-o como qualificadora do crime de homicídio, além de colocá-lo na lista dos crimes hediondos. A condenação para um homicídio normal prevê pena de seis a 20 anos de prisão. Para um feminicídio, a condenação varia entre 12 a 30 anos.

A realidade brasileira escancara altos números de mulheres mortas, especialmente, as vítimas de relacionamentos abusivos e de términos mal resolvidos que acabaram em tragédia.

Antes de 2015, podemos citar alguns casos famosos que chocaram o país, como: o da jovem Eloá, morta pelo seu ex-namorado após ter sua liberdade privada por dias; caso Eliza Samúdio, em que a mesma supostamente teve sua vida ceifada por conta de pensão; e o caso Mércia Nakashima, em que a mesma foi assassinada pelo ex-namorado, com um tiro e teve seu corpo jogado dentro de uma represa.

Contudo, como estes foram casos anteriores à lei do feminicídio, não foi levado em conta como agravante, o fato de todos serem ex-parceiros de relacionamento das vítimas e essa ter sido uma das circunstâncias fundamentais para que a crime ocorresse. Mas agora, a realidade é outra!

Dados do feminicídio

Segundo dados apurados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (ABSP), os crimes de feminicídio, somaram 1.338 mortes, somente em 2020. Isso gera a assustadora marca média de que uma mulher foi morta à cada sete horas no Brasil. Em relação ao perfil das vítimas, nota-se que uma em cada três mulheres tinha entre 18 e 30 anos, sendo 62% delas, negras.

De acordo com a mesma fonte de pesquisa, 81,5% dos feminicídios foram causados pelo atual ou ex-companheiro, demonstrando relação direta dos reflexos de uma sociedade brasileira machista e patriarcal, em que a mulher é tratada como posse.

Conclusão

Infelizmente, já não é primeira vez e nem será a última, que, nós, friburguenses, presenciaremos essa deprimente realidade que está entranhada na cultura brasileira. O pilar básico para mudarmos a sociedade se chama: educação!

Contudo, em caso de risco, não hesite em ligar imediatamente para a Polícia Militar: 190, Disque Denúncia: 180 ou para o Disque 100. Sua vida é única!

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Tipificação: feminicídio

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Tipificação: feminicídio
O crime que chocou a cidade no último fim de semana com a morte de duas mulheres, sendo uma grávida, tem forte tendência a ser instaurado como feminicídio. Colhidos depoimentos, flagrante e no avanço da investigação, essa tipificação está ficando cada vez mais evidente. Independente daquilo que for caracterizado pela investigação policial, referendado ou não pelo Ministério Público e Judiciário, órgãos que acompanham essa temática defendem que os assassinatos ocorridos se caracterizem como feminicídio.

Tipificação: feminicídio
O crime que chocou a cidade no último fim de semana com a morte de duas mulheres, sendo uma grávida, tem forte tendência a ser instaurado como feminicídio. Colhidos depoimentos, flagrante e no avanço da investigação, essa tipificação está ficando cada vez mais evidente. Independente daquilo que for caracterizado pela investigação policial, referendado ou não pelo Ministério Público e Judiciário, órgãos que acompanham essa temática defendem que os assassinatos ocorridos se caracterizem como feminicídio.

Aumento exponencial
A tragédia reacendeu o debate para os números alarmantes de feminicídio em Nova Friburgo durante a pandemia. Estudo sobre o índice de feminicídio no município em relação ao estado do Rio realizado pelo Tecle Mulher – Assessoria e Pesquisa no Âmbito dos Direitos da Mulher apontam aumento desproporcional de violência doméstica na pandemia.

Acima da média estadual e nacional
Nova Friburgo está acima da média estadual e nacional. Levando-se em conta a média populacional e o número de casos, durante a pandemia até abril deste ano, o município  teve 1,05 feminicídios em relação a 100 mil habitantes, enquanto o estado do Rio teve 0,43 e o Brasil 0,64.  

Triste posição
Se considerar os assassinatos do último fim de semana o número salta para 2,9 o que provavelmente coloca Nova Friburgo como o pior município do estado do Rio, quiçá do Brasil. Segundo o relatório do Tecle Mulher, esse aumento das mortes de mulheres com o viés no gênero, não se dá apenas pelas questões da convivência diária com seus agressores, mas principalmente, pela desistência das mulheres em procurarem ajuda quando o ciclo da violência em suas relações domésticas já vem avançando de forma grave.

Para além dos dados oficiais
A pesquisa “Visível e Invisível – A vitimização das Mulheres no Brasil” do Fórum Brasileiro de Segurança Pública informa que,  a cada oito minutos, oito mulheres sofreram violência física em tempo de pandemia e, após a agressão, 45% das mulheres não fizeram nada; 22% procuraram ajuda da família; 13% procuraram ajuda de amigos; 12% denunciaram em uma delegacia da mulher; 8% procuraram a igreja; 7,5% procuraram uma delegacia comum; 7% chamaram a PM; 2% ligaram para a Central de Atendimento à mulher 180.

Alerta
As demais, 33% informaram pesquisa que resolveram a questão sozinhas; 15% não quiseram envolver a polícia e 17% não acham importante denunciar. Lembrando que o feminicídio é o assassinato de mulheres pela condição de ser mulher. O termo se refere a crime de ódio contra mulheres, estipulado pela impunidade e indiferença da sociedade e do estado.    

Cadastro de vacinas
Não é de ontem que a coluna vem alertando para o atraso no cadastro das vacinas aplicadas em Nova Friburgo e seus consequentes problemas. Independente da celeuma do disse me disse, vamos ao que interessa de forma objetiva. A força-tarefa iniciada após o ultimato que a prefeitura diz ser uma orientação do estado, já deu resultados.

Avanço, mas ainda longe
Só no último fim de semana foram cadastradas milhares de doses aplicadas. O município que estava patinando, até o fechamento da coluna tinha cadastrado 74.533 primeiras doses, 27.209 segundas doses e 2.770 doses únicas. A prefeitura diz ter aplicado 120.983 primeiras doses, 48.103 segundas doses e 4.246 doses únicas. Se antes do ultimato ou da orientação, 48% das vacinas aplicadas estavam registradas, agora são 60%. Ou seja, 40% seguem sem estar registradas no sistema.

Mistério da Janssen
Um mistério segue sem resposta: o município dizia ter aplicado 4.239 doses únicas (Janssen). No último informe aumentou para 4.246, mesmo sem ter recebido novas doses. Nova Friburgo recebeu 4.360 imunizantes desse tipo. A prefeitura que divulgava ter aplicado 4.239 doses, agora aumentou para 4.246. É preciso informar: onde estão as outras 114 doses recebidas? Se na dose única, cuja validade expirou, é possível averiguar o quantitativo não aplicado, uma pergunta precisa ter a devida transparência: quantas doses o município tem perdido?   

Objetivo cumprido
O Friburguense começou a segundona com um objetivo claro, diante das imensas dificuldades financeiras: não ser rebaixado. E, esse objetivo foi cumprido de maneira muito célere. Afinal, já no 1º turno tinha conseguido os pontos suficientes para não cair para a terceirona. Destino esse que ficou para o Duque de Caxias, em uma briga que durou até a rodada final com o Angra dos Reis.

5º ou 6º melhor
O Friburguense termina a competição com a 5ª colocação, caso o Gonçalense não seja o campeão do 2º turno. Caso isso ocorra, o Frizão termina a competição no meio da tabela, ou seja, na 6ª posição. Fato importante e não negado é que o Friburguense foi muito atrapalhado pela Federação e pelo Americano. O imbróglio jurídico da retirada de pontos por uma suposta escalação irregular que foi derrotada no STJD, abalou a equipe nas duas partidas em que não havia ainda desfecho.

Extracampo abalou
Pode parecer desculpa, mas cinco pontos cruciais foram perdidos aí. Dois no 2º turno que tiraram a vaga nas semifinais e a irreconhecível atuação diante do Artsul no fechamento do 1º turno, em que o time precisava apenas de um empate para ter o direito de empatar nas semifinais que só foram disputadas no último fim de semana com a eliminação tricolor, na derrota por 3 a 0 para o Audax.

Ano que vem
História encerrada na segundona desse ano. Volta à elite agora só em 2023, com a disputa pela vaga ocorrendo em 2022. No ano que vem, há uma tendência de que, ao invés de apenas um time subir como nesse ano, subam dois clubes. Há previsão no plano de ação do regulamento para tal. Resta saber se a Federação vai cumprir.

Mão na taça
O Audax está muito próximo de subir para a primeirona. E têm muitas chances. Vivendo grande momento, o time de São João de Meriti pode ser campeão direto, sem necessidade de final. Como melhor pontuador na soma dos dois turnos, sobe direto caso seja campeão do 1º e do 2º turno. Caso vença um turno e perca o outro, faz a final. Caso o Artsul conquiste os dois turnos, o Audax ainda sim estará na final.

Três possíveis estreantes
Dos quatro times que seguem na disputa, apenas o Audax já esteve na elite. Artsul, Gonçalense e Maricá jamais disputaram a primeira divisão carioca e seriam, portanto, estreantes. Artsul e Audax decidem nesta quarta-feira, 18, às 15h, o campeão do 1º turno. A partir do próximo sábado, 21, começa a disputa pelo título do 2º turno com as semifinais em partidas únicas. Audax e Artsul tornam a se encontrar, com o Audax jogando pelo empate. Decidem o outro finalista Gonçalense e Maricá, com o primeiro jogando pelo empate.

Copa Rio
A temporada 2021, no entanto, ainda não terminou para o Friburguense. O time ainda pode sonhar com uma vaga no Brasileiro da Série D ou na Copa do Brasil. O Frizão que só estreia na 2ª fase da competição, enfrentará o América. O primeiro confronto será fora de casa, na quarta-feira que vem, dia 25. O jogo de volta será em Nova Friburgo, no dia 1º de setembro, às 15h. Caso se classifique, o Friburguense terá pela frente o vencedor de Boavista e Americano nas quartas de final.            

Palavreando
“Vinho de safra boa também vinagra. A paixão não pode morrer... Paixão só deve ter fim se consumar a promessa de ser amor”.

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    Com todo debate e preocupação reacendidos pelos crimes cometidos contra mulheres, vale registrar a campanha do Laço Branco contra a violência doméstica, neste ano: Metemos a colher sim! Nas fotos, Catarina Souza, Lívia Ruiz e Henrique Pessoa. Várias outras pessoas participam da campanha.

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Respeito sobre crenças

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Gabriele Kuby é pesquisadora e crê que a agenda LGBT tem criado um novo tipo de intolerância que classifica de homofóbico qualquer pessoa que discorde das ideias deste grupo. Elogiada pelo papa Bento XVI por ser uma guerreira que batalha contra ideologias destrutivas do ser humano, diz que pior do que a exploração do sexo em filmes, é a sexualização precoce das crianças imposta por governos nas políticas de educação para creches e escolas.

Gabriele Kuby é pesquisadora e crê que a agenda LGBT tem criado um novo tipo de intolerância que classifica de homofóbico qualquer pessoa que discorde das ideias deste grupo. Elogiada pelo papa Bento XVI por ser uma guerreira que batalha contra ideologias destrutivas do ser humano, diz que pior do que a exploração do sexo em filmes, é a sexualização precoce das crianças imposta por governos nas políticas de educação para creches e escolas.

Ela fala do contraste espantoso na sociedade com capacidade tecnológica sem precedentes, mas com uma fraqueza moral também sem precedentes. Em seu livro “Revolução do Gênero”, ela explica que a ideologia de gênero tem precursores como Friedrich Engels, Simone de Beauvoir, Wilhelm Reich, Alfred Kinsey e os filósofos Adorno e Horkheimer, entre outros. Gabriele crê que a base filosófica para a ideologia do gênero é o marxismo. Diz ela: “Friedrich Engels afirmava que o primeiro conflito de classes era ‘o antagonismo entre o homem e a mulher’. E, para que ele fosse superado, a família tradicional deveria ser abolida. Essa é a base e o objetivo do generismo.”

Em seu livro “Revolução Sexual Global”, a socióloga explica: “O extermínio de quase toda norma moral da sexualidade nos é vendido como “liberdade” ou “libertação”. Mas um ser humano que não é capaz de controlar seu apetite sexual se torna escravo desse impulso. … é fundamental distinguir entre as formas de sexualidade que favorecem o casamento, a família e dão testemunho da vida e aquelas que são contrárias a isso.” Como cristã diz que os cristãos devem “odiar o pecado e amar o pecador. Por trás da agressão cultural se encontram pessoas com histórias dolorosas.”

Ideologia de gênero é uma ideia de que seres humanos não nascem com gênero masculino e feminino, que isto é construção cultural, e que cada um pode construir seu gênero como quiser. É uma ideia, assim como a teoria evolucionista, ambas sem comprovação científica. A igreja cristã sofre constrangimentos e perseguição por parte dos defensores da ideologia de gênero. Isso aconteceu com o Colégio Batista Getsêmani, em Belo Horizonte-MG, investigado pelo Ministério Público por postar um vídeo nas redes sociais criticando esta ideologia.

O diretor do colégio é autor de vários livros best-sellers, presidente do Conselho de Pastores e Ministros do Estado de Minas Gerais, bacharel em Teologia e em Psicanálise, pós-graduado em Gestão de Empresas e doutor em História. Publicou um documento sobre a confessionalidade das escolas cristãs, a crença cristã sobre sexualidade e família, o respeito à liberdade religiosa e laicidade, o discurso de ódio, a homofobia e o crime de racismo.

Sobre o discurso de homofobia, o documento afirma: “Ao que parece, a tentativa em enquadrar este fato ao crime de racismo e discurso de ódio configura um ato arbitrário, injusto, ilegal, repugnante e de perseguição religiosa beirando até mesmo, em tese e salvo melhor juízo, a possibilidade de configuração do crime de racismo religioso, previsto no artigo 20 da lei 7716/89.” Mais adiante diz: “É evidente que o caso em tela da exibição do vídeo pela escola não configura discurso de ódio, crime e homofobia ou racismo, como equivocadamente entendeu o denunciante, pois a escola confessional exerce sua atividade didática e manifesta sua opinião fundamentada nos princípios ético-cristãos inseridos na bíblia. Reitera-se, a doutrina cristã histórica ensina que existem somente dois tipos de seres humanos, o homem do sexo masculino e a mulher do sexo feminino, sendo considerado família a união do homem e da mulher, a partir do casamento.”

A Constituição Brasileira, em seu artigo 5º, contempla a liberdade de expressão e a liberdade religiosa, sendo cláusulas pétreas e garantias fundamentais de todo e qualquer cidadão. No vídeo da Escola Batista foi veiculada a posição cristã sobre a sexualidade humana, sem ofender a ninguém, e sendo uma escola confessional, dentro de sua confessionalidade é protegida nos termos da Constituição Federal.

Uma poderosa empresa de fast-food multinacional veiculou na mídia um vídeo apoiando a ideologia de gênero, usando crianças, jovens e adultos. Você soube de algum processo jurídico contra esta empresa por causa deste vídeo-propaganda? O respeito tem que ser de todos os lados. Devemos respeitar que o mundo LGBT tenha suas ideias. Mas o mundo LGBT precisa também respeitar os que acreditam no texto bíblico que afirma que Deus criou homem e mulher, dois gêneros, dois sexos. Os que professam a religião cristã têm o direito de crer que menino é menino e menina é menina. A constituição brasileira dá este direito.

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Ajudando a tirar dúvidas sobre a vacina contra a Covid-19

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Há muitas dúvidas sobre as vacinas contra a Covid-19 e, talvez, essa seja a razão de um grande número de pessoas serem reticentes aos apelos das autoridades, em todo o planeta, para aderirem ao programa de vacinação. E o que é mais grave, o índice de absenteísmo por ocasião da segunda dose é muito elevado não só entre nós brasileiros, mas em outras partes do planeta Terra. Procurando um tema para o meu artigo da semana, deparei-me com uma publicação da Organização Mundial da Saúde intitulado “Perguntas e respostas sobre as vacinas contra a doença por coronavírus”.

Há muitas dúvidas sobre as vacinas contra a Covid-19 e, talvez, essa seja a razão de um grande número de pessoas serem reticentes aos apelos das autoridades, em todo o planeta, para aderirem ao programa de vacinação. E o que é mais grave, o índice de absenteísmo por ocasião da segunda dose é muito elevado não só entre nós brasileiros, mas em outras partes do planeta Terra. Procurando um tema para o meu artigo da semana, deparei-me com uma publicação da Organização Mundial da Saúde intitulado “Perguntas e respostas sobre as vacinas contra a doença por coronavírus”. Não só achei-o muito interessante como transcrevo aqui alguns tópicos, pois pode ajudar muita gente a ficar mais tranquila. Essa publicação foi feita pelo escritório regional da OMS para a África, mas tem validade a nível mundial.

Quais são as vantagens de ser vacinado contra a Covid-19?

Elas protegem contra as formas graves da doença e reduzem o risco de morte causado pelo vírus ajudando o organismo a desenvolver defesas imunitárias. Também ajudam a reduzir a propagação do vírus entre as pessoas. Elas são, também, uma ferramenta essencial para acabar com a pandemia e permitir às sociedades regressarem à normalidade. As campanhas de vacinação em massa deverão também ajudar a reduzir a pressão exercida nos profissionais de saúde e nos hospitais, permitindo-lhes tratar os pacientes que têm outros problemas de saúde.

Os ensaios clínicos dessas vacinas foram apressados?

Os ensaios clínicos das vacinas não foram apressados. Dada à necessidade urgente de imunização, a forma como as vacinas são desenvolvidas alterou-se graças a um investimento e a uma colaboração científica sem precedentes. Algumas etapas do processo de investigação e de desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19 tiveram lugar em paralelo, sem deixar de respeitar as rigorosas normas clínicas e de segurança em vigor. Por exemplo, alguns ensaios clínicos avaliam várias delas ao mesmo tempo, mas isto não torna os estudos menos rigorosos do que o normal.

As vacinas contra a Covid-19 são seguras?

São sim. Foram tomadas medidas de proteção rigorosas para garantir a segurança de todas as vacinas. Antes de serem autorizadas pela OMS e pelas agências reguladoras nacionais, elas são submetidas a testes rigorosos no âmbito de ensaios clínicos para comprovar que cumprem as normas internacionais em termos de segurança e eficácia.

As vacinas Oxford-AstraZeneca, Pfizer-BionTech, Moderna, Johnson & Johnson, Sinopharm e Sinovac receberam a aprovação da OMS. Elas foram submetidas a ensaios e testes, demonstrando que são seguras. No mundo, já foram administradas mais de dois bilhões de doses de vacinas contra a Covid-19. A OMS e as agências reguladoras checam constantemente a segurança delas.

As vacinas contra são eficazes?

São sim. Os dados obtidos através de ensaios clínicos e os dados recolhidos em situações da vida real mostram que aquelas, cuja utilização tenha sido autorizada, são altamente eficazes, assegurando uma proteção contra formas agudas da doença e precavendo a morte causada pelo vírus.

As vacinas protegem contra as variantes da Covid-19?

Volumes crescentes de dados sugerem que a maioria delas confere um grau de proteção contra todas as variantes, especialmente contra formas agudas da doença e a morte. No entanto, os primeiros dados de muitos países indicam que a proteção contra as variantes Beta e Delta pode ser mais baixa do que contra a estirpe original do vírus, em particular após a primeira dose numa vacina de dose dupla, porém uma resposta definitiva carece de mais investigação.

Pode-se contrair a doença após ser vacinado?

O organismo desenvolve uma imunidade geralmente algumas semanas após a vacinação, daí ser possível contaminação imediatamente antes ou logo após, e depois adoecer, porque a vacina não teve tempo suficiente para reforçar as defesas imunitárias.

Todos devem continuar a cumprir as medidas de segurança cuja eficácia já foi comprovada, como a limpeza/lavagem regular das mãos, a utilização de máscaras e a prática do distanciamento social, a fim de reduzir a transmissão do vírus.

Quais são os tipos de vacinas existentes e como funcionam?

Cientistas do mundo inteiro estão desenvolvendo diversas vacinas potenciais contra o coronavírus. Essas vacinas são todas concebidas para ensinar o sistema imunitário do organismo a reconhecer e a bloquear, com segurança, o vírus que provoca a Covid-19. Estão em desenvolvimento vários tipos distintos: Vacinas com vírus inativado ou enfraquecido, que utilizam uma partícula do vírus que foi inativada ou enfraquecida para não provocar a doença, mas ainda assim ser capaz de gerar uma resposta imunitária; Vacinas baseadas em proteínas, que utilizam fragmentos inócuos de proteínas ou invólucros de proteínas, que replicam o vírus da Covid-19 para gerar uma resposta imunológica segura; Vacinas de vector viral, que utilizam um vírus seguro que não pode provocar a doença, mas serve de plataforma para produzir proteínas do corona vírus de modo a gerar uma resposta imunitária; Vacinas de ARN e ADN são uma técnica de ponta que utiliza ARN ou ADN geneticamente modificado para gerar uma proteína que desencadeia, ela própria, uma resposta imunitária segura.

 

É claro que existem muitas outras dúvidas. Tentei escolher os tópicos mais importantes e por isso recomendo a leitura, na íntegra, no site: https:www.afro.who.int/pt/health-topics/coronavirus-covid-19/vaccines/qa, escrito em português.

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Quem lê AVS tem visão e consciência mais apuradas!

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Além das orquídeas, do Dia dos Pais, do sabiá cantando, dos aniversários de pessoas queridas, do prenúncio de primavera, o mês de agosto tem o dia 15, dedicado ao Dia dos Solteiros. A data caiu bem num domingo, bom para umas paqueradas se não fosse o isolamento social. O Caderno Z não deixou a data passar sem ser notada. O jovem Ronalt Condack, músico friburguense, “abriu seu coração” para o tema sobre a solteirice na pandemia, ocasião em que ainda segue todos os cuidados e protocolos, desenvolvendo seus trabalhos remotos dentro de casa: “...

Além das orquídeas, do Dia dos Pais, do sabiá cantando, dos aniversários de pessoas queridas, do prenúncio de primavera, o mês de agosto tem o dia 15, dedicado ao Dia dos Solteiros. A data caiu bem num domingo, bom para umas paqueradas se não fosse o isolamento social. O Caderno Z não deixou a data passar sem ser notada. O jovem Ronalt Condack, músico friburguense, “abriu seu coração” para o tema sobre a solteirice na pandemia, ocasião em que ainda segue todos os cuidados e protocolos, desenvolvendo seus trabalhos remotos dentro de casa: “... Com isso nem tive grandes oportunidades de conhecer alguém. Estou solteiro e muito bem até, mas confesso que às vezes sinto falta. O friozinho da serra não perdoa...”. Ronalt espera pelo “olho no olho, com abraços, toques, e sorrisos no lugar de máscara...”. É o anseio de todos nós!

Vanessa Guimarães passou por várias mudanças no quesito curtir encontros: “... depois de tanto tempo sozinha em casa, percebi que vou querer, sim, dividir minha vida com alguém, no futuro. Sem pressa e sem neura. E se não der certo, não deu, né?” Vanessa ainda ressalta  que “a felicidade não está ligada a ter um relacionamento...”. O “Z” não deixou escapar as dicas de proteção em envio de fotos pelos aplicativos e não engessou conceitos sobre estar ou não em relacionamentos. A escolha é de cada um, certamente. Wanderson Nogueira, que quer mesmo é “flutuar”, considera ainda: “se descobrir é tão fascinante. Se desvendar no outro é mais fascinante ainda...”. Seja como for, a felicidade começa mesmo é dentro da gente!

Quando falamos em felicidade, estar feliz é estar bem com o nosso eu e, principalmente, realizar-se no que se propõe a fazer. É o que se percebe, na coluna “Esportes”, nos relatos de Vinicius Gastin sobre a relação do jovem goiano Afonso, goleiro do Friburguense, que completou 100 jogos oficiais com a camisa do nosso tricolor. Considerado o “jogador mais longevo do atual elenco”, Afonso está no Frizão desde 2007 e, com 33 anos de idade, declarou em uma postagem na rede social: “...Uma história de anos, onde o carinho, a dedicação e a gratidão são enormes, tanto pelo clube quanto pelas pessoas que fizeram parte disso tudo”.  Parabéns e sucesso sempre!

Em “Há 50 anos”, a Friburgo Auto Ônibus queria reajuste no preço das passagens e, em troca, se propunha a adquirir mais 17 novos ônibus para “duplicar as viagens em todas as linhas”. Se fosse hoje, com mais de 60 linhas, já pensou! Contudo, o nosso transporte público volta ao pódio das discussões sobre ser ou não ser Itapemirim. Vamos aguardar os próximos trâmites. O sistema de monitoramento por meio de câmeras, Cidade Inteligente, completou seis anos de serviços prestados, mantendo Nova Friburgo na colocação de terceiro município mais seguro do Estado do Rio de Janeiro.

Em “Sociais”, Arthur Fonseca, festejando 18 anos, é puro orgulho para os seus queridos pais, Eloir Perdigão e Elaine. E a gente percebe que o tempo passou depressa. Felicidades, Arthur! Outra boa notícia são as expectativas do movimento “Volta Centro de Arte” no sentido de uma aprovação do Corpo de Bombeiros para o novo projeto e, assim, o início das obras. É mesmo uma notícia alvissareira para esta semana, quando se comemora, na próxima quinta, 19, o Dia do Artista de Teatro. Parabéns, desde já!

A vacinação continua contemplando, nesta semana, jovens de 21 a 26 anos para a aplicação de primeira dose e a prefeitura aguarda a chegada de novas remessas da AstraZeneca para a definição do calendário da segunda dose. Mesmo assim, os cuidados devem continuar, embora muita gente insista em profetizar o fim da pandemia. Basta ler o texto da ação emitida pela Defensoria Pública que ressalta a falta de postos de testagem que “demonstrarão a real, mas, escondida, elevação dos números de casos positivos diários e a precária fiscalização quanto ao uso de máscaras na cidade. O documento pede ainda “melhor publicidade ao real número de infectados ativos em circulação no município”. Havendo cuidado individual, a coletividade ganha no bom resultado. Vamos colaborar! 

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