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O preço das carnes no Brasil: por que está mais caro e o que esperar para 2025

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Se você tem ido ao açougue ou ao supermercado, já deve ter notado que o preço das carnes não para de subir. E não é só impressão: os números confirmam. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, o preço das carnes aumentou pelo terceiro mês consecutivo em novembro. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de impressionantes 15,43%.

Se você tem ido ao açougue ou ao supermercado, já deve ter notado que o preço das carnes não para de subir. E não é só impressão: os números confirmam. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, o preço das carnes aumentou pelo terceiro mês consecutivo em novembro. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de impressionantes 15,43%.

Essa tendência de alta quebra um período de um ano e meio de quedas no preço da proteína bovina, que voltou a subir em setembro de 2024. Entre os cortes mais impactados, o patinho lidera o ranking com aumento de 19,63% no acumulado do ano. Ele é seguido pelo acém (18,33%), peito (17%) e lagarto comum (16,91%). A única exceção foi o fígado, que registrou queda de 3,61% no mesmo período.

Apenas em novembro, as carnes tiveram uma alta mensal de 8,02%, o maior salto registrado desde dezembro de 2019, quando os preços subiram 18,06%. Mas por que os preços estão subindo tanto? Economistas apontam quatro fatores principais para esse cenário:

Ciclo pecuário: A pecuária tem seus ciclos naturais de oferta e demanda. Nos últimos dois anos, o Brasil teve um número elevado de abates, o que aumentou a oferta de carne no mercado e ajudou a manter os preços mais baixos. Agora, porém, o cenário mudou. Com a redução dos abates, a oferta de bois começa a diminuir no campo, pressionando os preços para cima.

O clima: Também tem um papel decisivo nesse cenário. A seca prolongada e as queimadas prejudicaram a formação dos pastos, que são a principal fonte de alimento para o gado. Com menos alimento disponível, o custo de criação do boi aumenta, e esse custo acaba sendo repassado ao consumidor.

Dólar caro = exportações: O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e vem batendo recordes de vendas para o exterior. Com a demanda internacional aquecida, grande parte da produção brasileira está sendo destinada ao mercado externo, reduzindo a oferta no mercado interno e contribuindo para a elevação dos preços.

Aumento do poder de compra: Se por um lado o aumento da renda é uma boa notícia, por outro ele também impacta os preços. A queda do desemprego e a valorização do salário mínimo estimularam o consumo de carnes no Brasil, o que aumentou a demanda interna. Com mais gente comprando, os preços subiram ainda mais.

 

E no ano que vem?

Segundo os especialistas, o cenário de alta deve continuar. Como os fatores que impulsionam os preços – como o ciclo pecuário, as exportações e o clima – são estruturais e não se resolvem no curto prazo, a tendência é que os valores se mantenham elevados em 2025 e, possivelmente, em 2026.

Embora o mercado interno esteja sentindo o impacto, é importante notar que o Brasil continua se destacando como grande exportador mundial, especialmente para mercados como a China. Esse aumento nas exportações gera divisas para o país, mas traz o desafio de equilíbrio da oferta interna com a demanda externa.

 

Como economizar

Para quem está sentindo o peso no bolso, algumas estratégias podem ajudar. Substituir cortes mais caros por opções mais em conta, como o fígado (que ficou mais barato), pode ser uma alternativa. Além disso, considerar outras fontes de proteína, como carne de frango, ovos e até cortes suínos, pode aliviar o impacto no orçamento.

Outra dica é aproveitar promoções e planejar as compras. Em momentos de alta nos preços, fazer uma pesquisa entre diferentes supermercados pode garantir boas economias. Comprar em açougues de bairro ou até diretamente de pequenos produtores também pode ser uma alternativa para encontrar preços mais acessíveis.

 

Reflexos no prato dos brasileiros

O impacto da alta das carnes vai além do bolso. O consumo per capita de carne bovina no Brasil, que já vinha em queda nos últimos anos, pode sofrer mais uma retração. Segundo dados do setor, o brasileiro médio consumia cerca de 42 quilos de carne bovina por ano em 2021, número bem abaixo dos 60 quilos registrados em 2006. Com os preços em alta, é provável que o consumo diminua ainda mais.

A alta no preço das carnes é, sem dúvida, um desafio para os consumidores brasileiros. Mas com planejamento e criatividade, é possível atravessar essa fase com mais equilíbrio. Enquanto isso, o mercado e as políticas públicas precisam buscar formas de mitigar os impactos da inflação para garantir que a carne – elemento tão presente na cultura alimentar do país – continue acessível a todos.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Quer descansar sua mente?

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

O planeta Terra veio da escuridão. Ele era sem forma e vazio. Havia trevas sobre a face do abismo (Gênesis 1:1,2). Em seguida veio a luz, mas, interessante, não foi a luz do sol! A luz do sol não muda o caráter maligno dos corruptos. Um ser humano, antes de nascer e estando na barriga da mãe, está na escuridão. Depois ele vem à luz. Na verdade, o dia começa com tarde, com escuridão, à noite, e depois vem a parte clara, a luz, o dia.

O planeta Terra veio da escuridão. Ele era sem forma e vazio. Havia trevas sobre a face do abismo (Gênesis 1:1,2). Em seguida veio a luz, mas, interessante, não foi a luz do sol! A luz do sol não muda o caráter maligno dos corruptos. Um ser humano, antes de nascer e estando na barriga da mãe, está na escuridão. Depois ele vem à luz. Na verdade, o dia começa com tarde, com escuridão, à noite, e depois vem a parte clara, a luz, o dia.

Na vida emocional é assim também. Na luta com a angústia existencial que todo ser humano possui, é assim também. Primeiro vem a escuridão, depois a luz. Primeiro vem a angústia, depois vem o alívio dela, e a força para lidar melhor com ela.

Tem pessoas sem angústia? Existem corruptos que fizeram riqueza pela fraude que parecem viver numa boa, sem depressão, sem angústia? Parece que sim. A mente do mentiroso, corrupto, acaba ficando cauterizada a ponto de ele perder a noção e a valorização do correto, da justiça, e vive só no dia, não conhece a noite que descansa, ainda que durma fisicamente bem. O descanso que vem pelo sono é diferente do descanso que vem da vida espiritual. Uma pessoa mentalmente cauterizada não sabe que não conhece a luz que produz serenidade. Ela parece feliz, sem angústia, mas há um bloqueio na mente dela porque ela fugiu tanto da verdade e da justiça, que não discerne mais com sanidade. Quando um pouco da luz da verdade aparece na mente do corrupto, ele se apavora. Não estava feliz?

Saúde mental depende de discernimento, de honestidade emocional, de aprender a ser resiliente, compassivo, justo, honesto. Sem isto o que há é falsa saúde mental. O cérebro procura morrer para aspectos saudáveis do corpo, do discernimento da luz da vida, se seu dono se mantém corrupto, passando, assim, a mensagem para sua mente: “Apaga a verdade da minha consciência! Não quero pensar nisto!” E às vezes o cérebro obedece de tal forma, que desliga funções importantes do Sistema Nervoso Central. Daí a pessoa pode ficar fria emocionalmente, autoritária sem noção da sua agressividade, muito impaciente, confunde mentira com verdade, dá desculpas erradas para sua maldade e, na hipocrisia, vai na igreja tomar a comunhão ou participar de um culto, saindo dali para continuar com a maldade, a qual atrofia o cérebro e pode produzir demência.

A noite pode ser um descanso das lutas do dia. Mas será bom descanso para a pessoa coerente com as verdades do psiquismo saudável, da fisiologia cerebral, da neurotransmissão normais. Assim o cérebro descansa. A melatonina aumenta de madrugada e o cortisol fica num nível baixo na noite para a saúde do organismo.

Na vida experimentamos momentos difíceis e agradáveis. O que sentimos de prazeroso, pode não durar muito tempo. Mas a dor também não precisa ficar o tempo todo porque a noite chega e promove o descanso para os que favorecem este descanso.

A maioria dos sofrimentos mentais pode ser melhorada com a psicoeducação que tem que ver com aprender a conhecer e lidar com suas emoções, com seus pensamentos, detectando quais são doentios, distorcidos, a fim de poder corrigi-los conscientemente, racionalmente. Não é fácil, mas é possível para quem se empenha nisso.

Psicoterapia é trabalhar com alguém treinado para ajudar você a conhecer a verdade sobre seus sofrimentos psicológicos. Pode ser doloroso e, assim, muitos preferem tomar remédios e não precisar pensar, refletir. Muitos escolhem ficar no dia, curtir os contatos virtuais e baladas que deixam um vazio depois, usam drogas que machucam o cérebro.

Mas a noite sempre volta para lhe perguntar: Você quer descansar? Quer a verdade ou prefere ficar nessa vida corrupta, materialista estressante? A noite é uma boa hora para você parar e pensar. E escolher se quer uma vida digna, que faz sentido para o bem, que promove o alívio do sofrimento das pessoas sem conflitos de interesses, que favorece a justiça social e que ilumina outras vidas. Você tem a escolha.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Botafogo é campeão do Brasil

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Exatos oito dias após a brilhante conquista da América, o Botafogo sagrou-se campeão do Brasil. Diante de 41 mil pagantes bastava um empate para que o título brasileiro, depois de 29 anos voltasse para o alvinegro da Rua General Severiano. Mesmo que fosse derrotado, se a Sociedade Esportiva Palmeiras não vencesse o Fluminense, a taça continuaria com o Fogão. Quiseram os deuses dos estádios que não só o Botafogo derrotasse o São Paulo por 2 a 1, como o Palmeiras fosse derrotado por 1 a 0, livrando o tricolor da queda para a segunda divisão.

Exatos oito dias após a brilhante conquista da América, o Botafogo sagrou-se campeão do Brasil. Diante de 41 mil pagantes bastava um empate para que o título brasileiro, depois de 29 anos voltasse para o alvinegro da Rua General Severiano. Mesmo que fosse derrotado, se a Sociedade Esportiva Palmeiras não vencesse o Fluminense, a taça continuaria com o Fogão. Quiseram os deuses dos estádios que não só o Botafogo derrotasse o São Paulo por 2 a 1, como o Palmeiras fosse derrotado por 1 a 0, livrando o tricolor da queda para a segunda divisão.

Estão de parabéns a diretoria, os funcionários, os jogadores e a imensa torcida do Fogão. Depois de um 2023 estranho em que após 36 rodadas como líder e tendo chegado a colocar 14 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o esquadrão alvinegro viu o título escorrer pelas mãos, contentando-se com um quinto lugar, a seis pontos do campeão. Mas, a torcida não esmoreceu, continuou o seu apoio incondicional ao time e teve a sua recompensa nesse ano que está a findar, sendo premiada com duas taças de peso, a da Libertadores da América e a do Campeonato Brasileiro.

Se na Argentina tínhamos maioria no estádio, com quase 50 mil torcedores, no último domingo, 8, o Nilton Santos acolheu 41 mil torcedores que fizeram a festa e vibraram com seus ídolos, em êxtase, até o apito final com o placar de 2 a 1 e que o sagrava campeão do Brasileirão, o terceiro de sua história. Senhores de cabeça branca, torcedores adultos e, aqui fica a parte mais interessante, crianças e jovens em grande quantidade. Isso é bom porque essas crianças mostram o crescimento de uma torcida e são a garantia de um amanhã com estádios sempre cheios. Crianças e jovens com lágrimas nos olhos ao compreenderem a grandeza de mais um título e da importância da estrela solitária dentro do contexto do futebol brasileiro.

Desde que o Botafogo assumiu a ponta da tabela, a partir da nona rodada, só ficando uma delas em segundo lugar, mesmo assim pelo critério do número de vitórias, já que o número de pontos era o mesmo do Palmeiras, que o número de pessoas vestindo a camisa alvinegra vem aumentando, nas ruas.

Essa torcida apaixonada abraçou o time, deu verdadeiros espetáculos no estádio Nilton Santos, com mosaicos de encher os olhos, nunca com menos de 30 mil torcedores presentes. Mesmo nas cidades em que o Botafogo jogou, o número de presentes só não foi maior porque o regulamento da competição limita a 10% a carga de ingressos para os visitantes. Técnico, comissão técnica e jogadores sempre exaltaram a torcida e a carga positiva que ela passava para o campo de jogo.  Como 12º jogador ela foi importantíssima no resultado das duas competições.

A comemoração do título teve de ser no gramado do estádio, pois à noite o time embarcou para o Catar, onde disputa a partir desta quarta-feira, 11, o título da Copa Intercontinental de Futebol, antigo mundial de clubes. Se passar pelos dois aversários, o Pachuca do México e o Al-Hilal da Arábia Saudita, enfrenta o Real Madrid, no próximo dia 18, para saber quem será o campeão. Aliás, é desumano esse calendário do futebol. No sábado, 30 de novembro, o Botafogo enfrentou o Atlético Mineiro, pela final da Libertadores, em Buenos Aires; no último dia 3, o Internacional, em Porto Alegre-RS, e no último domingo, 8, o São Paulo pela final do Brasileirão. Vai chegar em Doha na segunda de madrugada e, já entra em campo, hoje, 11. Esses jogadores não são máquinas e sim seres humanos. Tudo bem que são muito bem pagos, mas nada justifica essa maratona.

Se vamos comemorar mais um título, só o saberemos na semana que vem, mas de qualquer maneira o Botafogo encerrará o ano com chave de ouro. E se iguala ao Santos de 1963, 1964 e ao Flamengo de 2019 que são os únicos times do futebol brasileiro a ganharem a Libertadores e o Brasileiro, no mesmo ano.

Parabéns ao Botafogo e a sua imensa torcida.

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Alto nível

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Futsal do Friburguense vai disputar a Copa Mundo

Futsal do Friburguense vai disputar a Copa Mundo

O futsal se consolida novamente em Nova Friburgo como celeiro de talentos e protagonismo. Sede da Seleção Brasileira hexacampeão em sua preparação para o Mundial de 2024, o município também tem nas suas crianças e jovens a garantia de um presente e futuro vitoriosos. No último sábado, 7, as equipes de futsal do Friburguense desceram a serra para disputarem a Maricá Cup, onde as equipes sub-13 e sub-11 se sagraram campeãs nas taças Ouro e Bronze, conquistando ainda o vice-campeonato na categoria sub-9 Taça Prata.     

Nesta quarta-feira, 11, quem desce a serra novamente são as categorias sub-10 e sub-12, para a disputa das finais do 21º Intermunicipal de Futsal em Rio Bonito. Levantar troféus tem se tornado rotina no futsal do Friburguense, e as categorias sub-8, 9, 11 e 13 irão em busca de voos bem maiores. A partir do próximo sábado,  14, o clube embarca rumo a Foz do Iguaçu, no Paraná, onde participa da Copa Mundo de Futsal, a maior competição de futsal de base do mundo, reunindo mais de 400 equipes das américas do Sul e do Norte, além da Europa.

O professor Sávio Badini, coordenador do Futsal, destaca esse grande desafio: “O futsal do Friburguense já é reconhecido com a maior referência da modalidade na região, e a participação na Copa Mundo do Futsal mostra a força que o projeto tem, ao participar da maior competição de futsal de base do mundo. Temos a certeza que nossos jovens atletas estão preparados, e representarão muito bem nossa cidade.”

O treinador Fellipe Malhard, também comentou sobre as expectativas. “Estamos bem animados, nossos atletas estão treinando o ano todo visando essa competição. Sabemos do enorme desafio que será enfrentar equipes de outros estados e países mas estamos confiantes em fazer uma grande campanha, e continuar trazendo troféus para Nova Friburgo”, disse.

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    Conquista da Maricá Cup arrebata um ano de conquistas do Friburguense (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Trabalho feito pela comissão técnica rende resultados e reposiciona o futsal do município (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Futsal do Friburguense coleciona grandes resultados nesta temporada (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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Um homem bonito

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Nascido em 1995 e falecido em 2024, com 100 anos de idade

Sammy Basso morreu e, para falar a verdade, foi justamente por causa de sua morte que eu fiquei sabendo que ele tinha existido. É estranho como, sendo a coisa mais previsível da vida, a morte sempre nos pega de surpresa. Ou quase sempre. Basso é uma das raras exceções. Já nasceu com prazo bem limitado de validade: treze anos. Viveu 28 e, apesar de tudo, viveu feliz e assim o declarou numa carta que deixou para ser lida no seu funeral.

Nascido em 1995 e falecido em 2024, com 100 anos de idade

Sammy Basso morreu e, para falar a verdade, foi justamente por causa de sua morte que eu fiquei sabendo que ele tinha existido. É estranho como, sendo a coisa mais previsível da vida, a morte sempre nos pega de surpresa. Ou quase sempre. Basso é uma das raras exceções. Já nasceu com prazo bem limitado de validade: treze anos. Viveu 28 e, apesar de tudo, viveu feliz e assim o declarou numa carta que deixou para ser lida no seu funeral.

O Basso era portador de uma doença cujo nome é por si mesmo de meter medo: progéria. O corpo humano não foi feito para durar muito. As peças vão falhando à medida que funcionam, até que um dia dizem “chega” e vão descansar da humana lida. E a tal progéria faz com que o corpo envelheça ainda mais aceleradamente. É como se um carro fabricado para andar a 100 quilômetros disparasse a mil, dois mil por hora.

Foi o que aconteceu com esse italiano nascido em 1995 e falecido em 2024, com cem anos de idade. Era especialmente feio e, sem querer ser cruel, ao ver sua foto imediatamente me lembrei do ET do filme de Spielberg. Basso era ainda mais estranho. Careca, orelhudo e narigudo, tinha o pescoço comprido e fino. Usava óculos e seu sorriso mostrava dentes maiores que a boca.

Nisso está a grandeza desse homem tão jovem e ao mesmo tempo tão consumido pelo tempo. Ele sorria! E, na carta de despedida, escreveu: “Quero que saibam, antes de mais nada, que vivi a minha vida feliz”. Além dessa frase, muitas outras revelam um ser humano tranquilo, generoso, que soube conviver com a adversidade. Da doença, ele disse que tinha sido “apenas uma parte muito pequena” de sua vida, embora admitisse que ela tinha influenciado o seu cotidiano e as suas escolhas. Um trecho desse comovente adeus merece ser transcrito: “Certamente muitos dirão que perdi a minha batalha contra a doença. Não ouçam! Nunca houve uma batalha a travar, havia apenas uma vida a abraçar tal como era, com as suas dificuldades, mas ainda assim maravilhosa, ainda assim fantástica, nem recompensa nem condenação, simplesmente uma dádiva que me foi dada por Deus"

Especialmente nestes tempos em que estamos vivendo, a beleza física parece ser para muita gente a mais alta preocupação, a maior das prioridades, o mais definitivo sentido da existência. Mais facilidade encontra um safado bonito do que um honrado feio. Mas a mosca que pousa no caixão não se importa se quem está ali deitado é feio ou bonito, e a terra ou o fogo a ambos consomem com igual indiferença.

Aos que iriam dele se despedir, Basso deixou estas palavras: “Quero estar convosco neste momento e dizer-vos que é normal. Para aqueles que vão chorar, saibam que é normal estar triste. Para os que querem festejar, saibam que é normal festejar. Chorem e festejem, façam-no em minha honra".

Em sua feiura, quantas lições de vida nos deixou este homem tão bonito. 

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Um ano de Prosa Sustentável: reflexões, negócios, educação e gratidão

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Opa! Tudo verde?

Hoje escrevo com uma alegria ainda maior! No último dia 4 alcancei um marco especial: um ano à frente da coluna Prosa Sustentável em A VOZ DA SERRA. Em 24 textos publicados quinzenalmente, sempre às terças-feiras, pude compartilhar reflexões sobre sustentabilidade, incentivar novos hábitos e conectar os leitores a questões urgentes para o cuidado com o nosso planeta. Cada linha escrita, seja na versão impressa ou digital, carrega minha vontade de semear ideias que floresçam em mentes e corações, gerando uma transformação coletiva.

Opa! Tudo verde?

Hoje escrevo com uma alegria ainda maior! No último dia 4 alcancei um marco especial: um ano à frente da coluna Prosa Sustentável em A VOZ DA SERRA. Em 24 textos publicados quinzenalmente, sempre às terças-feiras, pude compartilhar reflexões sobre sustentabilidade, incentivar novos hábitos e conectar os leitores a questões urgentes para o cuidado com o nosso planeta. Cada linha escrita, seja na versão impressa ou digital, carrega minha vontade de semear ideias que floresçam em mentes e corações, gerando uma transformação coletiva.

Para mim, cada texto é como uma semente alada entregue ao vento, carregando a esperança de alcançar os quatro cantos desta serra encantada de Nova Friburgo e de atravessar nossas lindas montanhas tingidas de verde. Que essas sementes possam encontrar solo fértil, onde germinem ideias mais ecológicas e floresçam em atitudes conscientes, transformando pensamentos em ações que cuidem do nosso planeta.

Escrever essa coluna vai além de preencher um espaço no jornal; é uma forma de ecoar vozes que acreditam na mudança e que veem nos pequenos gestos o poder de transformar o mundo. Este trabalho que aqui exerço com muita paixão conecta-se diretamente aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovendo educação ambiental, consumo responsável e ações pelo clima, em harmonia com a missão de inspirar uma sociedade mais equilibrada e empática com a natureza.

E os resultados aparecem! Recentemente, soube que uma jovem estudante de Nova Friburgo usou alguns dos textos publicados na Prosa Sustentável como base para um trabalho escolar. Saber que, de alguma forma, essa mensagem alcançou novas mentes e inspirou reflexões me enche de alegria e também aumenta a responsabilidade de continuar cultivando conteúdo relevante.

Para comemorar este primeiro ano da coluna, decidi realizar um ato simbólico, mas profundamente significativo: no último dia 4 lancei 24 bombas de sementes na mata que cerca o teleférico, próximo à loja sustentável da EcoModas, onde trabalho diariamente o propósito de transformar e cuidar. As sementes escolhidas foram de palmeira-juçara, uma espécie que sofre ameaças pela extração ilegal do palmito e cuja preservação é crucial para a alimentação de mais de 60 espécies da fauna silvestre, e de embaúba, uma árvore pioneira que fortalece o solo e resiste a condições adversas. O objetivo é enriquecer a biodiversidade local e proporcionar refúgio para os inúmeros animais que já avistei por ali, como quatis, micos, gambás, lagartos e uma infinidade de pássaros. Além de contribuir com o reflorestamento e o turismo ecológico, é um gesto que traduz o propósito da coluna: espalhar boas sementes — no papel e na terra — e acreditar no poder do florescer.

Este ato é minha forma de tentar minimizar os impactos ambientais ocasionados para escrever minhas mensagens e ao mesmo tempo agradecer ao jornal que me confiou este espaço precioso.

Caraca! Um ano de Prosa Sustentável! Que venham muitos mais, porque as sementes que plantamos hoje serão as árvores que nos darão sombra amanhã.

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A VOZ DA SERRA é o jornal tamanho família, do jeito que a gente gosta

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

        Não é a primeira vez que vou dizer que o Caderno Z me desperta lembranças e o tema sobre “refeições em família” mexeu comigo, porque mamãe adorava arrumar uma mesa e reunir a nossa família. Fosse um almoço trivial de domingo, havia uma bela toalha, copos, guardanapos de tecido, travessas, tudo muito bem-disposto para receber as iguarias. A boa conversa era o prato principal, o que se estendia até a sobremesa e o cafezinho de papai. E assim, já respondo ao que está estampada no final do texto da nutricionista Mariana Del Bosco, sobre o que temos de registro de nossas infâncias.

        Não é a primeira vez que vou dizer que o Caderno Z me desperta lembranças e o tema sobre “refeições em família” mexeu comigo, porque mamãe adorava arrumar uma mesa e reunir a nossa família. Fosse um almoço trivial de domingo, havia uma bela toalha, copos, guardanapos de tecido, travessas, tudo muito bem-disposto para receber as iguarias. A boa conversa era o prato principal, o que se estendia até a sobremesa e o cafezinho de papai. E assim, já respondo ao que está estampada no final do texto da nutricionista Mariana Del Bosco, sobre o que temos de registro de nossas infâncias. E Del Bosco ressalta: “A nossa relação com a comida molda-se com o tempo e, desde as primeiras experiências alimentares, a família tem um papel central nessa construção”. 

        “Em algumas culturas, o ritual de comer com avós, pais e primos reunidos é ancestral, anterior à própria mesa”. Os tempos mudaram e hoje algumas pessoas se alimentam de uma virtualidade indigesta e não se “desconectam” durante um momento que precisa ser sagrado. Há estudos científicos de que “a falta de atenção nas refeições afeta a formação de memória alimentar, que é importante para a adequada consciência dos alimentos...”. A mesa de refeição é um local de afetividade e vivências marcantes.

       É bom descobrir como tirar o melhor proveito da alimentação, sabendo a diferença entre a fome física e a fome emocional. No caso da fome física “qualquer alimento que seja do gosto pessoal vai servir para suprir a fome. Já a fome emocional, “o mais comum é recorrer a doces, salgadinhos, sorvetes e frituras, alimentos ricos em açúcar, sal e gordura, que são compensadores para o cérebro.

       A alimentação está diretamente ligada ao bem-estar humano e promovendo meios para a obtenção de saúde. Muitos são os recursos e projetos voltados para uma vida melhor. Mesmo assim, há entraves difíceis de se excluir nos caminhos da sociedade. A exemplo, são inúmeras as campanhas em defesa das mulheres e mesmo assim, o assunto está sempre em pauta porque ainda carece de mais atenção. Inclusive, há pedidos de instituições “pelo fim da violência contra mulheres e meninas, dirigidos ao Congresso, em relação à saúde mental feminina”. Contudo, a prevenção é um fator diferenciado....

       E falando ainda em saúde, há um novo plano para combater o câncer de colo com foco em rastreio e vacina. Outro tema apresentado diz respeito aos métodos de fertilização que “a maioria das brasileiras entre 25 e 45 anos desconhecem. A matéria de Liz Tamane realça que “a preservação da fertilidade deve ser um direito acessível a todas as mulheres, não um privilégio. A conscientização e a educação são fundamentais para garantir que mais mulheres possam tomar decisões informadas sobre sua saúde reprodutiva”, conforme encerrou Tamane em seu amplo e bem direcionado artigo.

       Vinicius Gastin, feliz com as vitórias do “Glorioso”, continua em festa com o lançamento do documentário comemorativo dos 109 anos do extinto Esperança Futebol Clube. O evento aconteceu na quinta-feira, 05, e foi promovido pela diretoria do Nova Friburgo Futebol Clube, na sede social do clube no centro da cidade. E entre os homenageados, muito nos honra a presença de nossa diretora de A VOZ DA SERRA, Adriana Ventura que mantém uma história com o Esperança, cujo laço vem desde a paixão de seu pai, Laercio Rangel Ventura, considerado “um dos melhores presidentes do Esperança e do futebol amador municipal e patrono do jornal”. Que beleza!

       E quando se fala nessa turma antiga do futebol friburguense, me vem a lembrança de Rodolpho Abbud que mantinha essas datas todas em sua memória de ouro.  O Abbud também dizia: “Tem sempre alguém de Friburgo nos concursos” – e essa máxima é válida para João Vieira, o jovem chef friburguense que venceu o concurso gastronômico e essa vitória garantiu uma vaga para disputar um campeonato nacional, no Ceará, em 2025, quando representará o Estado do Rio de Janeiro. Parabéns! E tudo é festa, luzes e cores. Tudo é Nova Friburgo, linda, com o seu “Encanto de Natal – O Reino de Noel”. 

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Papa aos novos cardeais: não ceder à competição corrosiva, mas construir a unidade

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Na Basílica de São Pedro, Francisco presidiu o Consistório para a criação dos 21 cardeais: o convite é para que não se deixem deslumbrar pelo fascínio do prestígio, pela sedução do poder e da aparência. Para animar o serviço, recomenda Francisco, que seja sempre “a aventura do caminhar, a alegria de encontrar os outros, o cuidado com os mais frágeis”.

Na Basílica de São Pedro, Francisco presidiu o Consistório para a criação dos 21 cardeais: o convite é para que não se deixem deslumbrar pelo fascínio do prestígio, pela sedução do poder e da aparência. Para animar o serviço, recomenda Francisco, que seja sempre “a aventura do caminhar, a alegria de encontrar os outros, o cuidado com os mais frágeis”.

É o décimo Consistório do pontificado de Francisco. Na solenidade e no calor do tempo do Advento, na Basílica de São Pedro, repleta de 5.500 fiéis, foram criados 21 cardeais. Desde o início do rito, a palavra “unidade” é recorrente. Nós a encontramos na homilia, bem como nas palavras introdutórias de homenagem e agradecimento pronunciadas pela pessoa mais idosa a receber o cardinalato, o ex-núncio apostólico Angelo Acerbi, de 99 anos, que lembra precisamente a necessidade de “caminhar juntos”, expressa no recente Sínodo, como o caminho a ser seguido. Ele falou do desejo comum de paz em um mundo desfigurado por desigualdades, guerras e pobreza, e acrescentou que a Encíclica Dilexit nos é “uma fonte de inspiração especial para o trabalho pastoral que cada um dos novos cardeais é chamado a realizar no seu próprio âmbito”. Na homilia, o Papa reiterou um dos pilares do seu magistério: não perseguir os primeiros lugares, mas cultivar a humildade e a fraternidade. 

 

Não se deslumbrar pela sedução do prestígio

Nosso coração é uma “miscelânea”, lembra o Papa citando Manzoni em "Os Noivos". Ele se refere à atitude dos discípulos, não imunes a cedências, fragilidades, desorientações, infidelidades, mal-entendidos. Enquanto, de fato, Jesus está em um caminho cansativo, em subida, que o levará ao Calvário, lembra Francisco, eles pensam na estrada suave, em descida, do Messias vitorioso. Esse é um dos grandes mal-entendidos do seguimento de Cristo, do qual devemos nos tornar “humildemente conscientes”. 

Isso também pode acontecer conosco: que nosso coração se perca pelo caminho, deixando-se deslumbrar pelo fascínio do prestígio, pela sedução do poder, por um entusiasmo demasiado humano pelo Senhor. Por isso é importante olhar para o nosso interior, colocar-nos humildemente diante de Deus e honestamente diante de nós mesmos, e nos perguntar: Para onde está indo o meu coração? Em que direção ele está se movendo? Talvez esteja indo na direção errada?

 

Retornar ao coração

É o “retorno ao coração” recomendado por Santo Agostinho, também citado pelo Papa. Esse retorno ao que é essencial, profundo, verdadeiramente necessário. Porque muitas vezes acontece que confundimos os planos, considerando essencial o que não é. Com uma metáfora adequada, o Pontífice se refere à imagem da “dobradiça” de uma porta: o suporte, o centro de gravidade no qual confiar a própria vida deve permanecer Cristo.

Hoje, especialmente para vós, caros irmãos que recebeis o cardinalato, eu gostaria de dizer: tende o cuidado de caminhar na estrada de Jesus. O que isso significa? Caminhar na estrada de Jesus significa, antes de tudo, voltar para Ele e recolocá-Lo no centro de tudo. Na vida espiritual, assim como na vida pastoral, às vezes corremos o risco de nos concentrarmos naquilo que é acessório, esquecendo-nos do essencial.

 

Caminhar pelas ruas, encontrando o próximo

O Papa continua a declinar as formas de imitar Jesus, colocando-o em seu caminho: curando as feridas do homem, aliviando os fardos de seu coração, removendo as pedras do pecado e quebrando as correntes da escravidão. O cardinalato, insiste o Sucessor de Pedro, não é o isolamento, mas a imersão contínua na vida das pessoas, em suas lutas e feridas, em seus desencantos. O próprio padre Mazzolari, de quem o Papa se lembra, falou da necessidade de andar pelas ruas, de uma ação livre e sem filtros: isso ainda é necessário hoje, diz Francisco. "Não esqueçamos que o cansaço estraga o coração e a água cansada é a primeira a se corromper", acrescenta o Papa.

“A aventura do caminhar, a alegria de encontrar os outros, o cuidado com os mais frágeis: isso deve animar o vosso serviço como cardeais.”

 

Buscar a unidade, não os primeiros lugares

No grupo de discípulos, “a traça da competição destrói a unidade”, continua o Papa. Os cardeais são convidados a não cair nessa tentação, mas a derrubar os muros da inimizade, animados por aquele ardor na busca da unidade que era tão caro a São Paulo VI. Esse é o espírito que faz a diferença, conclui ele, em um mundo marcado pela “competição corrosiva”, em uma sociedade dominada pela obsessão das aparências e pela busca dos primeiros lugares.

Portanto, lançando seu olhar sobre vocês, que vêm de diferentes histórias e culturas e representam a catolicidade da Igreja, o Senhor os chama a serem testemunhas, testemunhas da fraternidade, os chama a serem artesãos da comunhão e construtores da unidade. E essa é a missão de vocês!

Com a criação dos novos 21 cardeais, o Colégio de Cardeais agora é composto por 253 cardeais, dos quais 140 são eleitores e 113 são não eleitores. 

 

Fonte: Vatican News

 

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Show de vôlei

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Festivais reúnem apaixonados pela modalidade em Nova Friburgo

O voleibol, um das modalidades com as quais o brasileiro mais vibrou e torceu nas últimas duas décadas, pelo menos, também tem o seu público fiel e apaixonado em Nova Friburgo. Da rotina de treinos, às disputas e conquistas a nível nacional, inclusive, o esporte agrega pessoas das mais variadas idades, sendo que os torneios se tornam uma oportunidade para o encontro e a celebração do vôlei no município.

Festivais reúnem apaixonados pela modalidade em Nova Friburgo

O voleibol, um das modalidades com as quais o brasileiro mais vibrou e torceu nas últimas duas décadas, pelo menos, também tem o seu público fiel e apaixonado em Nova Friburgo. Da rotina de treinos, às disputas e conquistas a nível nacional, inclusive, o esporte agrega pessoas das mais variadas idades, sendo que os torneios se tornam uma oportunidade para o encontro e a celebração do vôlei no município.

O 10º Festival de Voleibol mais recente foi realizado no ginásio Helena Decache, do Friburguense Atlético Clube, e reuniu dezenas de atletas, com as participações do time da casa, do Colégio Nossa Senhora das Dores, Colégio Nossa Senhora das Mercês, Centro Educacional da Assed, Centro Educacional Almeida Guedes, Escola Fribourg, Escola Pedro Junior, Centro Educacional Anjos do Senhor e Colégio Estadual Eduardo Breder.

“Nossa gratidão ao sr. Elberth Heringer, presidente do Friburguense Atlético Clube, pelo apoio incondicional. Sem palavras para agradecer a disponibilidade dos pais e confiança no nosso trabalho diário. Realizamos uma parceria com o INCAvoluntário, com o objetivo de arrecadação de alimentos para a referida Instituição. Agradeço o apoio e a confiança da Duda, Fazenda Vida e Estilo Livre Sports, além do apoio da Eletro Forte, Cecília Imóveis, Habitat Imóveis e Papelaria Olaria”, discursou Carlile de Oliveira, um dos organizadores do evento.

Há alguns meses este mesmo festival foi realizado, também no Helena Decache, reunindo equipes femininas de vôlei, na categoria Master. Na ocasião, em torno de 50 atletas participaram da movimentação, sendo que pela manhã foram cinco times, formados por atletas dos treinos de quartas e sextas-feiras. No período da tarde participaram outros três times, formados por atletas dos treinos de sábado.

O Festival de Voleibol é realizado todos os anos, sendo esta, de 2024, a edição de número 10. A Escola de Voleibol Ataque Duplo, coordenada pelos professores Carlile de Oliveira e Maurício Corrêa Xavier, tem sua base no Friburguense, mas está também presente em várias escolas de Nova Friburgo, promovendo e incentivando a prática da modalidade.

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    Diversas equipes participaram do festival, movimentando dezenas de atletas (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    O Ginásio Helena Decache foi o palco para as partidas da competição (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Em sua 10ª edição, o Festival cumpre o papel de reunir apaixonados pelo vôlei em Nova Friburgo (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Meninas também tiveram um festival próprio, realizado há alguns meses no Friburguense (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Com os eventos, o voleibol municipal se mantém forte e ativo (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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Naquele instante

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

— o segredo —

— o segredo —

Os versos de Cecília Meireles, que compõem o poema “Motivo“ (Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa...)” expressam o que quero dizer nesta coluna. Houve um instante em que senti que havia me tornado escritora. Foi numa brevidade, não mais que um momento de passagem, como tantos outros que vivemos, em que as transformações se efetivam. Aconteceu numa tarde de quarta-feira, durante a oficina literária da qual participava, quando me esforçava para aprender a escrever literatura, tarefa árdua e delicada em que o emprego das palavras envolve tarefas desafiadoras. Durante um exercício corriqueiro as enfrentei e ganhei como prêmio uma constatação, que guardei como segredo: superei os primeiros níveis de aprendizagem.

Vou trazer o texto aqui para compartilhar com os leitores a experiência. Quem sabe alguém possa estar vivendo situação parecida e...

Neste instante tenho que adotar um objeto sobre o qual terei de escrever. Adotar, quero dizer que vou trazer algo para dentro de mim e que está distante. Será? Algo que meu olhar possa tocar e me faça sensibilizar. Estou cercada de tantos “algos”: livros, enfeites, claridade do sol, vozes. Só preciso adotar um mínimo pedaço dentro deste tudo; gostar, observá-lo e nele buscar inspiração. De repente, o som do acordeom subverte meu desejo de ver, me invade e me faz esquecer de tudo à minha volta. A música é um personagem abstrato e intocável de uma peça teatral, que convida o espectador a compô-lo com os demais elementos das cenas. A música tem riqueza de significados que são interpretados particularmente por quem se deixa inebriar. Sou, também, neste instante, adotada pelas notas musicais que me enlevam e me fazem sublimar o ranço quotidiano. Levada pelos sons, sou descortinada e torno-me amante dos acordes. A música me transcende, embala minha franzina existência e encanta meu ralo pensamento com elegância. Sua sonoridade ecoa no ambiente, cujas notas me chegam cheias e intensas, sem pedirem licença para adentrar meu corpo. Sou invadida pela beleza de “Adiós Nonino”, de Astor Piazolla, que compôs um adeus ao seu avô, uma melodia solitária e indivisível, solidária nos vazios da saudade. Tantos outros compositores tocam meus pensamentos ao som das lágrimas dos instrumentos da orquestra que acompanham o acordeom de Piazolla, como a força da composição de O Quebra-Nozes, de Tchaikovsky, que faz vibrar o balé nos palcos dos teatros. A beleza do Concerto de Aranjuez – Adágio, de Juaquín Rodrigo. A maturidade musical de Mozart em seus jovens anos. A cadência lenta e sentimental do Bolero de Ravel, de Maurice Ravel. Ao procurar captar os sentimentos que moveram esses autores a criarem músicas que estarão vivas no infinito universal, entrei em contato com a divindade da arte que surgiu nas células dos seus criadores como um óleo que umedece os sentidos, que seduz os fios da alma e empodera a inventividade única de cada ser. Ao se inspirarem, eles conseguiram escutar os sons que exalam de todas as formas e expressões do amor. E, neste instante, sinto uma voz ecoar das minhas entranhas. É a minha voz narrativa.”

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