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Aos sobreviventes

segunda-feira, 04 de janeiro de 2021

Faço desta coluna uma carta aos sobreviventes, posto que assim me sinto. Sobrevivi à tragédia de 2011 e termino 2020 com saúde.

Acordei em 2021 com a paz dos náufragos que se deitam sobre a areia e descansam, olhando as nuvens que se movimentam no céu. Durante o café da manhã, Robson Crusoé, Malu Mulher, Jean Valjean e tantos outros personagens passearam pelo meu imaginário como conselheiros da manutenção da vida. Foi uma bela companhia.

Ah, a literatura nunca deixa de nos assistir! Cura-nos da estupidez. 

Faço desta coluna uma carta aos sobreviventes, posto que assim me sinto. Sobrevivi à tragédia de 2011 e termino 2020 com saúde.

Acordei em 2021 com a paz dos náufragos que se deitam sobre a areia e descansam, olhando as nuvens que se movimentam no céu. Durante o café da manhã, Robson Crusoé, Malu Mulher, Jean Valjean e tantos outros personagens passearam pelo meu imaginário como conselheiros da manutenção da vida. Foi uma bela companhia.

Ah, a literatura nunca deixa de nos assistir! Cura-nos da estupidez. 

Em dez anos, os friburguenses enfrentaram a tragédia de 2011, o Covid19, fatalidades e outros infortúnios. Agora, estamos ante 2021. Deveras prontos! Sempre que ando pelas ruas da cidade, vejo o friburguense fazer a vida com esperança. Apesar dos desafios, durante este tempo, quase 3. 650 dias, o destino desafiou a coragem e a força de superação da população. 

Penso que os dias iniciais de 2021 sejam propícios para compreendermos os acontecimentos que marcaram esta época. Seria bom que nos sentemos confortavelmente para assistir ao filme deste tempo, quando teremos a oportunidade de avaliar nossos feitos, erros e acertos. Será um momento de reconhecimento e amadurecimento. Afinal, fomos protagonistas e vivenciamos o acontecer de batalhas, derrotas e vitórias. Participamos do fazer histórico.  

Sim, senhor, como dizia Alice, a vida é uma aventura! É por esta razão que os escritores criam histórias de superação por todos os cantos do mundo, começando por Hilíada. Uma história sem enfrentamentos e superações não tem atrativo ao leitor, muito menos ao escritor para compô-la. Estes anos, enfim, nos exigiram raça, principalmente 2020 que mudou radicalmente e abruptamente nossos modos de viver. De fato, assumimos a posição de vanguarda no jogo da vida. Em todos os episódios desafiadores tivemos que buscar a criatividade para superarmos dificuldades. Fomos notabilizados por nossas realizações! 

Que possamos nos sentar à mesa com Fernando Pessoa nas mãos e pensar em 2021 com lucidez para superarmos nossas fraquezas.

Deixo, aqui, uma das suas sábias frases para reflexão.

 “Afasta-te da ignorância e da ilusão também. Vira o rosto às decepções do mundo; desconfia dos teus sentidos; eles te mentem. Mas dentro do teu corpo – escrínio das tuas sensações – procura no impessoal o Homem Eterno; e, tendo-o procurado, olha para dentro; tu és Buda”.

(Os Dois Caminhos, em a Voz do Silêncio, ed. Civilização Brasileira, 1997)

 

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O retrato falado de nova friburgo

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Ao finalizar um ano tão difícil, uma boa notícia: o lançamento do livro “Retrato Falado, uma radiografia da sociedade e de nossa gente” do Prof. Alexandre Gazé, pró-reitor da Universidade Candido Mendes e que durante muitos anos foi colunista de A Voz da Serra. Para a elaboração do livro, o Prof. Gazé selecionou 61 entrevistas das 170 que realizou nos últimos cinco anos em um programa na Luau TV, ao lado de Juca Berbert.  

Ao finalizar um ano tão difícil, uma boa notícia: o lançamento do livro “Retrato Falado, uma radiografia da sociedade e de nossa gente” do Prof. Alexandre Gazé, pró-reitor da Universidade Candido Mendes e que durante muitos anos foi colunista de A Voz da Serra. Para a elaboração do livro, o Prof. Gazé selecionou 61 entrevistas das 170 que realizou nos últimos cinco anos em um programa na Luau TV, ao lado de Juca Berbert.  

Provavelmente deve ter sido difícil a seleção, pois passaram pelos entrevistadores pessoas que deram significativa contribuição ao município de Nova Friburgo. O resultado foi o registro de um memorável conteúdo em variados ramos de atividades como educação, política, medicina, segurança pública, empreendedorismo, gastronomia, história, assistência social, comunicação, música e esporte.

Extraí alguns trechos interessantes da obra. Dermeval Barbosa Moreira Neto quando perguntado sobre a sua aproximação com Heródoto Bento de Melo, superando o episódio do passado com o seu pai Vanor Tassara Moreira durante o golpe militar, respondeu que a sua família sempre foi do perdão. Renato Abi-Râmia indagado se pretendia largar a política depois de mais de 30 anos de militância declarou que a política não se larga e que iria continuar participando dos movimentos políticos. Pierre de Moraes, conhecido como Prof. Pierre, revela que Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e Cristovam Buarque são as suas referências, tendo influenciado a sua trajetória política.  O chef de cozinha José Hugo Celidônio traz em sua entrevista uma inusitada informação: a de que 80% da mão-de-obra em restaurantes de São Paulo são oriundas do Nordeste. Já o deputado federal Glauber Braga quando questionado sobre quais foram as suas reais dificuldades no Parlamento respondeu que “desde o início, senti que não podia ser nariz em pé e que nem poderia mudar todas as relações instituídas ao longo de décadas.” O radialista e publicitário Carlos Rosemberg nos informa que sua família não queria que ele fosse para o rádio. Achava que não seria uma boa profissão e que iria se meter em confusões. As cantoras não tinham grande fama sendo rejeitadas pela sociedade. Mas quando Edmo Zarife foi para a Rádio Globo ele foi atrás, contratado pela Rádio Tupi. O ex comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Espanha, declarou em sua entrevista que “os maiores corruptos de nosso país são os homens do colarinho branco, que estão em Brasília. Seria uma covardia imputar todos os problemas de nossa sociedade na nossa polícia.” Braulio Rezende, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, traz revelações sobre o terrível episódio no governo de Heródoto Bento de Melo. Segundo Rezende, “Ele (Heródoto) sofreu um acidente, numa estação de trem, e eu recebi um telefonema da filha dele informando que ele havia caído e batido a cabeça, sendo levado para o hospital (...), ele saiu do hospital e voltou a se sentir mal (...). Mas a intenção dele era reassumir o governo. E chegou a fazer uma reunião sobre secretariado. Mas a família achou por bem que ele não assumisse, porque ele tinha momentos de apatia, de dificuldade, e não tinha saúde para voltar à prefeitura.” Na deliciosa e descontraída entrevista com o jornalista e escritor Zuenir Ventura fica o registro do friburguense de coração que declara: “Tudo na minha vida aconteceu por acaso. Fui jornalista por acaso, escritor por acaso, acho que fui concebido por acaso.” O médico endocrinologista Max Kunzel se referindo ao sistema de saúde, critica a opção pelos planos privados porque os cidadãos já pagam impostos para obter este serviço. O maestro, músico e compositor Wagner Tiso concedeu a honra de participar em Retrato Falado, abordando sua carreira. O ponto alto foi quando aconselhou os músicos afirmando: “Se tiver que dormir na rua, durma. Não desista. Com a emoção, a vontade de lutar aumenta. Faça qualquer esforço para realizar seus sonhos”. O compositor Martinho da Vila, igualmente um dos convidados, não poupou esforços em elogiar a Sociedade Musical Campesina declarando que “não tem nenhuma banda no mundo como a Campesina Friburguense, com uma história tão longa, centenária, com uma formação musical tão eclética, é uma maravilha”. Já o jornalista, radialista e ex-deputado estadual Wanderson Nogueira declarou que Nova Friburgo perdeu um pouco de sua identidade ao longo dos últimos anos, bem como sua característica de vanguarda e de empreendedorismo. O prof. Hamilton Werneck faz uma excelente exposição sobre a obra de Paulo Freire emprestando a sua expertise como conferencista e de seus inúmeros livros no campo da educação. Foram também entrevistados o político Renato Bravo, o ex-vereador Alexandre Cruz, o deputado estadual Comte Bittencourt, Gerson ‘canhotinha de ouro’, José Carlos Araújo, o Garotinho, o médico Renato Meressi, o ex-vereador Jorge Carvalho, o delegado Henrique Pessoa, entre muitos outros políticos, empresários, prestadores de serviços, educadores e profissionais de comunicação.

O livro traz depoimentos reveladores e ninguém melhor do que o Prof. Gazé para conduzir este elenco, e como bem disse o Prof. Candido Mendes de Almeida, “Gazé, o seu negócio é gente”. Uma leitura prazerosa que recomendo. O livro encontra-se disponível nas livrarias da cidade. Um Feliz Ano Novo a todos os leitores de A Voz da Serra.

  • Foto da galeria

    Prof. Alexandre Gazé, pró-reitor da Universidade Candido Mendes

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    Wagner Tiso foi um dos 170 entrevistados pelo Prof. Gazé

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    Retrato Falado, uma radiografia da sociedade e de nossa gente

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Viver um dia de cada vez no Ano Novo

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Aqui estão informações que podem nos ajudar a viver de maneira mais serena e produtiva em termos de experimentar melhor qualidade de relacionamentos um dia de cada vez no novo ano que chega.

Comece o novo ano pensando e decidindo cada dia que você pode só por hoje tentará viver este dia apenas, e não enfrentará todos os seus problemas de uma vez. Dê um passo de cada vez, um dia de cada vez, só por hoje.

Aqui estão informações que podem nos ajudar a viver de maneira mais serena e produtiva em termos de experimentar melhor qualidade de relacionamentos um dia de cada vez no novo ano que chega.

Comece o novo ano pensando e decidindo cada dia que você pode só por hoje tentará viver este dia apenas, e não enfrentará todos os seus problemas de uma vez. Dê um passo de cada vez, um dia de cada vez, só por hoje.

Diga a si mesmo em cada dia do ano novo: Só por hoje vou ser feliz. Lembrando que ser feliz não é o mesmo que ficar eufórico e agitado. E também não significa se sentir bem só quando compra algo ou adquire um bem material. Ser feliz tem muito que ver com evitar se concentrar no lado difícil da vida e dos relacionamentos. E valorizar as pequenas coisas que são bênçãos em sua vida, como ter água na torneira, comida na mesa, um trabalho, um lar, amigos, parentes que ajudam, uma fé religiosa saudável, entre outras coisas.

Cada dia que você acordar no novo ano, tome estas resoluções, que serão só por um dia. Não precisa pensar nelas como se fossem algo a ser feito a vida toda, mas só por hoje. Estas coisas vão te dar satisfação. No entanto, eles exigem força de vontade. Você não precisa de força de vontade para fazer o que é fácil. Mas com boa vontade e algum esforço é possível fazer algo sem desejo, mas necessário. Faça o seguinte:

1. Só por hoje, tentarei viver este dia apenas, e não enfrentarei todo o meu problema de uma vez. Posso fazer algumas coisas por doze horas que me chocariam se eu sentisse que precisava mantê-las ativas pelo resto da vida.

2. Só por hoje, serei feliz. E além do que comentei acima, a felicidade tem mais que ver com seu interior do que com questões externas, tem que ver com atitude mental.

3. Só por hoje, vou me ajustar ao que é, ao que está na realidade, e não vou tentar ajustar tudo aos meus próprios desejos. 

4. Só por hoje, vou cuidar do meu corpo. Vou exercitá-lo, cuidar bem dele e nutri-lo, e não abusar dele nem negligenciá-lo; para que ele seja uma máquina perfeita para minha vontade.

5. Só por hoje, vou tentar fortalecer minha mente, vou estudar. Vou aprender algo útil, não vou ser um preguiçoso mental o dia todo. Vou ler algo que exige esforço e concentração.

6. Só por hoje, vou exercitar minha mente de três maneiras: a)Farei uma boa ação para alguém sem anunciar nas redes sociais ou de outra forma. b)Farei pelo menos duas coisas que não tenho vontade de fazer mas que sei que são úteis. c)Não vou mostrar a ninguém que meus sentimentos estão feridos. Eles podem estar feridos, mas hoje não vou mostrar.

7. Apenas só por hoje vou ter a melhor aparência que puder, irei me vestir o mais apropriadamente possível, sem querer ser objeto de desejo sexual, vou falar baixo, agir com cortesia, sem buscar exaltação própria, sem ficar exaltando ou bajulando as pessoas, não vou criticar nem um pouco, nem encontrar defeitos em nada, e não tentarei controlar e nem melhorar ninguém.

8. Só por hoje, terei um programa. Vou escrever apenas o que espero fazer a cada hora. Posso não segui-lo exatamente, mas o terei. Isso vai me salvar de duas coisas ruins: a pressa e a indecisão.

9. Só por hoje, terei pelo menos meia hora tranquila, sozinho, e relaxarei. Durante esta meia hora, algum tempo, vou pensar em Deus, vou orar, para ter um pouco mais de perspectiva e sentido para a minha vida.

10. Só por hoje, não terei medo. Sobretudo não terei medo de ser feliz, de desfrutar o que é belo, de amar e de acreditar que aqueles que amo me amam.

Este programa “só por hoje”, sendo praticado, irá ajudar muito na construção de sua felicidade independentemente se você vive com alguém que seguirá isto ou não. Seguindo este programa diário de pensamento alegre e construtivo, seu novo ano, um dia de cada vez, será melhor. Feliz Ano Novo só por hoje.

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Geremias Fontes: situação financeira é orgulho para quem o governa e tranquilidade para os fluminenses

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 31 de dezembro de 1970 a 2 de janeiro de 1971

 

Manchetes:

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 31 de dezembro de 1970 a 2 de janeiro de 1971

 

Manchetes:

  • ICM não terá mais isenção - Os Estados não mais concederão isenção para o Imposto de Circulação de Mercadorias. A medida foi decidida durante reunião do ministro da Fazenda, sr. Delfim Neto, com todos os secretários de Finanças do país, por sugestão do titular do Ministério. Na mesma reunião, foi assinado convênio entre os Estados, no setor de finanças, para disciplinar o trânsito de mercadorias em todo o território nacional. Para tanto, será exigido que as firmas entreguem às repartições estaduais a relação "mercadorias saídas”, para conhecimento dos estados destinatários, o quais terão igual procedimento com relação aos gêneros e valores tributados em sua jurisdição fiscal. (AFI).
  • Governador visitou Assembléia - "Vim à Casa do Povo para confraternizar com os membros do Poder Legislativo e desejar-lhes um feliz Natal, formulando votos para que em 1971 a comunidade fluminense tenha em prosseguimento a marcha do seu desenvolvimento”. Estas foram palavras do governador Geremias Fontes ao visitar a Assembléia Legislativa, onde foi recebido pelo seu presidente, deputado Ewaldo Saramago Pinheiro, e demais integrantes da Comissão Executiva. 
  • Geremias apresenta plano agropecuário - O governador Geremias Fontes apresentou, em programa de televisão, dirigido pelo deputado e repórter Amaral Neto, o “Plano Agropecuário Integrado do Estado do Rio” para cuja execução espera um financiamento do BID, da ordem de US$20 milhões. O Plano traçou uma radiografia do solo fluminense, no primeiro grande levantamento do setor. Com base nesse Plano, o governo poderá instruir os produtores sobre as condições de plantio e colheita. Permite sugerir, ainda, as regiões que se prestam a determinados tipos de cultura. O levantamento do solo, levando em consideração as condições climáticas, estabeleceu que a área de Campos onde se situam as suas lavouras de cana não é a ideal para esse tipo de cultura.
  • Governador inaugura obras - O último fim-de-semana do governador Geremias Fontes foi de intensas atividades no município de Petrópolis, onde além de examinar diversos processos administrativos de diferentes setores de seu governo, procedeu à inauguração da moderna Estação Rodoviária Imperatriz Leopoldina, no centro da cidade, e de um Pronto Socorro na localidade de Bom Clima, que foi doado à municipalidade local pelo cônsul da Dinamarca no Brasil, sr. Joseph Reiner. Na Estação Rodoviária, cujas modernas instalações receberam as bênçãos de dom José Fernandes Veloso, o governador, perante cerca de cinco mil pessoas e de autoridades civis e militares, disse, em discurso, que “foi árdua a luta empreendida para dar a Petrópolis as obras necessárias ao seu maior desenvolvimento", enfatizando que, com a ascensão do prefeito Paulo Rattes à chefia do Executivo, "o entrosamento dos governos estadual e municipal se fez logo sentir e quem ganhou com isto foi o próprio povo, que vê a capital social do país crescer e se desenvolver a passos largos". 

Aos nossos assinantes, leitores e anunciantes

  • Ao término de mais um ano de atividades, em que colocamos em primeiro plano, os supremos interesses de Nova Friburgo e de seu povo. 

  •  No limiar de um novo ciclo em que a terra faz transladação completa em torno do sol, com calendário marcando um 1971, ano que almejamos traga felicidades para os povos da terra, especialmente para o Brasil, Estado do Rio e para a nossa querida Suíça Brasileira; 

  •  Nesta edição final de mais doze meses de apresentação consecutivas, em que procuramos altaneiramente, sem interesses subalternos, sem abandonar a linha rígida de fazer jornal sem qualquer subsídio, sem temer poderosos, sem mendigar publicidade e sem aceitá-la se condicionada a um mínimo de compromisso; 

  • Queremos agradecer aos que nos confiaram matéria publicitária, aos que nos trouxeram estímulos e apoio, aos que nos enviaram cartas, cartões, telegramas, mensagens natalinas e de ano novo, a todos enfim que de qualquer forma participaram da nossa luta cotidiana, esta luta enobrecedora que constitui a única razão da existência de jornais interioranos.

Pílulas:

  • Esta coluna engalana-se hoje, prestando a melhor de suas homenagens ao casal Dermeval Barbosa Moreira-Regina Tassara Moreira que está festejando Bodas de Ouro. O povo do município, sem qualquer exceção, está vivendo as emoções do evento, já que o nobre par tem lugar reservado em todos os corações dos que aqui vivem. Não importa que uns ou outros — não são tantos — não tenham sido tocados pela amizade, pela camaradagem ou pela capacidade profissional, pela quase magia médica do sensível e ultra humanitário cientista que é o dr. Dermeval. Todos sabem, ninguém, ninguém mesmo ignora o que sempre fez o grande clínico por todos aqueles que o procuram nos momentos de aflição. No seu consultório, nas chamadas à domicílio, invariavelmente, há um absoluto nivelamento no atendimento, no tratamento, na suavidade do olhar, no carinho paternal! - Rico, remediado ou pobre, para o extraordinário discípulo de Hipócrates, é a mesma coisa. Uma figura humana fabulosa!
  • A gasolina, querosene, óleos e gás para uso doméstico sofreram nova majoração. Ninguém está segurando a corrida aumentista… E a carne verde? Já passou a entressafra e a coisa vai para pior. Dizem que o gado em pé sofreu diminuição de preço. Esta história de carne, continua muito mal contada, constituindo um tumor que precisa ser lancetado. 

Sociais: 

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Paulo Roberto (23), do deputado Alvaro de Almeida (31) e as bodas de ouro do casal Dermeval Barbosa Moreira e Regina Tassara Moreira (31).
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Que o Senhor permaneça conosco hoje e sempre!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Filhas e filhos do coração, abençoe-nos o Senhor, proporcionando-nos a sua paz!

Lentamente as sombras da ignorância planetária cedem lugar às claridades luminíferas que descem da Erraticidade Superior para apontar o rumo da plenitude.

O incomparável Mestre Galileu apresentou o futuro da Humanidade assinalado pelo desequilíbrio da criatura que perderia a diretriz de segurança e, para diminuir-lhe a dor, acenou-lhe com a chegada do Consolador.

Filhas e filhos do coração, abençoe-nos o Senhor, proporcionando-nos a sua paz!

Lentamente as sombras da ignorância planetária cedem lugar às claridades luminíferas que descem da Erraticidade Superior para apontar o rumo da plenitude.

O incomparável Mestre Galileu apresentou o futuro da Humanidade assinalado pelo desequilíbrio da criatura que perderia a diretriz de segurança e, para diminuir-lhe a dor, acenou-lhe com a chegada do Consolador.

Nem todos hão entendido o significado do Consolador que foi prometido e confundem-no com o solucionador dos problemas humanos por eles próprios conquistados.

A função do Espiritismo é libertar a consciência da sua sombra, o coração das amarras emocionais negativas.

Não é pretensão dos Espíritos Nobres solucionar os problemas que dizem respeito às criaturas da indumentária carnal. Iluminá-las interiormente para compreender a causalidade de toda e qualquer ocorrência, eis a finalidade precípua da Revelação Kardequiana.

Vive-se o momento histórico da transição para a luz e, abandonar-se à sombra acolhedora e perturbadora ao mesmo tempo para a conquista da claridade do dia de paz, é tarefa difícil e surgem as Parcas profetizando tragédias, abominações e desgraças como se esse estágio se devesse caracterizar pelo desconforto e pela aflição.

O objetivo essencial é de espancar as trevas íntimas que predominam na natureza humana e vós tendes compreendido o papel que deveis exercer em nome da fulgurante Mensagem de Jesus, esclarecida pelos pensamentos espíritas.

Sabeis que vos encontrais entre atormentados e sofredores, sofredores e atormentados que, de alguma forma, somos quase todos nós.

É nosso dever precípuo apoiar-nos na paciência e na misericórdia, filhas diletas da compaixão, para melhor atendermos o desespero que grassa e alentarmos com esperança aqueles que ainda não conseguiram sair do desespero.

Amanhece novo dia de paz.

Já trabalhais em favor dos postulados maiores deixando de lado os interesses egóicos da Casa, da pessoa, para vos preocupardes com a Causa, a comunidade. Esse é o desejo de Jesus Cristo que não tergiversou em imolar-se por amor a todos.

Permaneceis fiéis servidores do Bem porque nunca vos faltarão o indispensável concurso do Mundo Maior.

Buscai conectar-vos com as esferas da vida e recebereis as diretrizes traçadas para o bom combate que deve iniciar-se no ádito do coração.

É certo que nessa batalha do homem velho, abrindo espaço para o ser novo, provareis solidão, dificuldade, incompreensão e amargura. Mas, entre os dois caminhos para o Reino de Deus, definidos na estrada larga da ilusão e na estrada estreita da luta sacrificial, este último pode ser encontrado na Via Crucis que Ele cruzou a sós e, na etapa final sob a ajuda daquele que foi posto a socorrê-LO. E o outro é o caminho da Umbria, em que, aquele ícone que perseverava no amor compreendeu que era dando e dando-se que poderia abrir espaço no coração para Jesus.

Meditemos juntos nessas duas estradas, a do Gólgota e a do Monte Subásio, e procuremos viver como se fossem aqueles os dias de hoje, porquanto, de alguma forma, são muito parecidos.

Na primeira etapa, Jesus veio quando Roma dominava a Terra conhecida e Israel, que esperava no ginete feroz das batalhas o grande conquistador Messias, não poderia aceitar o homem de Nazaré que cavalgava a Verdade para espalhá-la pela Terra e, por isso, não O recebeu até hoje, esperando a glória terrestre fictícia e de rápida, ligeira manifestação de prazer.

 Tampouco aqueles primeiros servidores, que a tudo renunciaram para viverem Jesus, experimentaram, ainda durante a vida do seráfico, a desunião, a presunção humana, a ousadia de tentar modificar as regras da renúncia e do abandono do prazer em favor da glória celestial.

Jesus, na cruz, adquiriu as asas para o Infinito e Francisco, também crucificado com os estigmas, pode colocar as asas da ternura e da compaixão para seguir o seu Mestre.

Tende bom ânimo!

Não penseis que o Espiritismo veio solucionar aquilo que cada um de nós deve cuidar de fazer, mas nos ajudou a solucionar sim, pelo conforto moral, pelas palavras iluminativas, pelos conteúdos libertadores, tudo o que significa dor e angústia, libertando-nos do magnetismo terrestre para fruir as infinitas glórias da Imortalidade.

Já conheceis a Doutrina, já sentis o breve e agradável hálito do amanhecer da Imortalidade.

Vivei de tal forma que estejais assinalados pelas cicatrizes dos testemunhos que são as condecorações únicas pelas quais o cristão deve lutar por consegui-las.

Neste Encontro em que vos reunistes, cheios de dúvidas, dificuldades e incertezas, concluis a etapa final com júbilos e claridades diamantinas, porque o amor é a virtude sublime que, quanto mais se divide, mais se multiplica e consegue cicatrizar todas as feridas do coração e acalmar todas as ansiedades da alma.

Ide agora e vivei a Mensagem!

A vossa vida deve ser o espelho que reflita a glória do Sermão da Montanha, passando rapidamente da cruz para atingir a madrugada primaveril da Imortalidade, da ressurreição.

Deus vos abençoe, filhas e filhos do coração!

Que possamos estar juntos na lide a que nos comprometemos, abraçando-nos fraternalmente como fazem aqueles que vos anteciparam na viagem de volta ao grande Além e aqui chamamos Espíritos espíritas, fiéis à Codificação que ilumina o Evangelho de Jesus.

Recebei o nosso carinho e sede felizes porque todo aquele que encontra Jesus descobre o mais valioso tesouro para a vida.

Muita paz, minhas filhas, meus filhos! Que o Senhor permaneça conosco hoje e sempre!

São os votos do amigo e servidor humílimo de sempre, Bezerra.

Mensagem recebida psicofonicamente pelo médium Divaldo Pereira Franco

 

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 63 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações
Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
Reuniões doutrinárias: quarta-feira, às 14 h.; quinta-feira, às 20 h. e domingo, às 17 h.
E-mail:
caminheirosdobem@frionline.com.br
Visite a Banca do Livro Espírita na Av. Alberto Braune.
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV ZOOM, canal 10 – sábados, às 9h.

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AVS faz história na história de todos nós!

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

O Caderno Z está de folga, mas, nem por isso ficamos com menos conteúdo nas Surpresas de Viagem. O jornal trouxe tanta bagagem que até me perco, sem saber por onde embarcar. E nada melhor do que encontrar Robério Canto em “Conto de Natal”, e pegar carona, num precinho bem em conta: “Três por mil! Três por mil! O mais barato do Brasil!”. Devo confessar o prazer de iniciar a viagem ao lado de pessoa tão ilustre, pois, como sempre digo: quando eu crescer quero escrever igual a Robério Canto!

O Caderno Z está de folga, mas, nem por isso ficamos com menos conteúdo nas Surpresas de Viagem. O jornal trouxe tanta bagagem que até me perco, sem saber por onde embarcar. E nada melhor do que encontrar Robério Canto em “Conto de Natal”, e pegar carona, num precinho bem em conta: “Três por mil! Três por mil! O mais barato do Brasil!”. Devo confessar o prazer de iniciar a viagem ao lado de pessoa tão ilustre, pois, como sempre digo: quando eu crescer quero escrever igual a Robério Canto!

O Natal já passou, alguns dirão, mas, não para mim. Eu procuro trazer acesa a Estrela de Belém no coração e penso até que, pelos conhecimentos que o jornal nos trouxe sobre o significado da Arvore de Natal, deveríamos mantê-la o ano inteiro. Para que guardar na caixa de enfeites um símbolo que, antes de Cristo, já celebrava a fertilidade da natureza e o “nascimento do Deus Sol em dezembro”? Eu amo esses conhecimentos!

O Presépio de Natal é outra magia que deslumbra o nosso poder de vivenciar as tradições que vencem o tempo e as modernidades. Por essa razão, o Arautos do Evangelho conserva a tradição de seu presépio, todo esculpido à mão, com uma encenação desde o nascimento de Jesus até a sua crucificação, como um sinal de fé e esperança. Que bonito!

O Papai Noel dos correios foi um sucesso, pois mais de 208 cartinhas foram adotadas em todo o Brasil, “numa enorme força-tarefa para tirar do papel os sonhos das crianças participantes. Eis aí o amor e a generosidade dos brasileiros. Com 28 anos de atuação, o Bike Noel, em formato diferente por conta da pandemia, não deixou de arrecadar brinquedos, que já foram entregues antes do Natal para evitar aglomerações.

O que não falta é criatividade para os festejos tradicionais de fim de ano, com as facilidades de eventos virtuais. Até a brincadeira de amigo oculto dá para ser realizada. O jornal está lindo e nós seguimos em clima natalino aprendendo a preparar alguns pratos da ceia de Natal. As rabanadas me lembram os natais da minha infância com essência de saudade. As dicas estão apetitosas e o biscoito de gengibre é o melhor indicativo para o “pós-ceia”, com uma deliciosa taça de tiramisù com chocotone. Que provocação, gente!

Em tempos de pandemia, com bandeira vermelha, a grande sensação é a “noite feliz... de pijama”. Já que estamos em quarentena, vestir um estiloso pijama faz parte da consciência responsável no atual momento pandemia. Que tal investir e vestir essa ideia para o réveillon na sala de nossa casa? Atenção, lojistas: poderá ser um bom atrativo vestir as vitrines de pijamas. Garanto que vai cair no gosto e nas compras do pessoal.

A cartilha da Fiocruz é também uma doação de amor pelo bem das pessoas. Um verdadeiro arsenal de comportamentos para cuidar de si e dos outros. Vale também para as reuniões da virada e para o Ano Novo que se descortina. Aliás, que seja o comportamento nosso de cada dia. A tendência é para que nos tornemos pessoas “mais limpas”, eu creio. Quem, antes da pandemia, passava álcool em todos os itens das compras de mercado? Quem, em sã paciência, lavava legumes, verduras e frutas com água e sabão, antes de armazená-los na geladeira? Se você já fazia isso, parabéns!

Em “Sociais”, parabéns para nossa Estrela Dalva, aniversariante do dia 25. Outro aniversariante, mas do dia 23, é Hugo Moreira, o “vovô de Huguinho”, que já está se tornando tradição na família do colega Fernando Moreira, ou seja, as festinhas com Tod, o cachorro de Huguinho. A alegria da criança é uma glória e a cara do Tod é sem igual.

É assim que A VOZ DA SERRA faz história na vida das pessoas, como no caso do senhor Jorge Nery de Sá. Ele visitou a redação do jornal para mostrar a edição de 31 de dezembro de 1970, onde fora publicada a nota social de seu casamento e, assim, homenageou a esposa Mary June, pelas Bodas de Ouro. Além de conservar o enlace matrimonial por cinco décadas, o casal também guardou o jornal como se guarda uma joia. Isso é lindo, emociona e faz história na história dos 75 anos de A VOZ DA SERRA!

 Aos nossos leitores, votos de um Ano Novo repleto de luz e confiança em dias melhores.

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Vivas ao grande Marcelo!

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Vivas ao grande Marcelo!

Neste domingo, dia 27, em ritmo de festividades familiares passadas pelo Natal e em preparação por conta do Ano Novo, o comerciante e empresário de Olaria, Marcelo Machado da Cruz - na foto junto da querida esposa,  Selda, filho Gabriel e filha Marcelly, completou mais um aniversário.

Nossas renovadas congratulações ao querido Marcelo com votos de mais e mais felicidades como ele e sua linda família bem merecem.

Mais um da maçonaria

Vivas ao grande Marcelo!

Neste domingo, dia 27, em ritmo de festividades familiares passadas pelo Natal e em preparação por conta do Ano Novo, o comerciante e empresário de Olaria, Marcelo Machado da Cruz - na foto junto da querida esposa,  Selda, filho Gabriel e filha Marcelly, completou mais um aniversário.

Nossas renovadas congratulações ao querido Marcelo com votos de mais e mais felicidades como ele e sua linda família bem merecem.

Mais um da maçonaria

Este primeiro sábado do novo ano de 2021, dia 2, marcará mais um ano de fundação da Loja Maçônica Indústria e Caridade de Nova Friburgo, uma das mais antigas do Brasil.

Tendo à frente seu atual presidente, chamado internamente de venerável mestre, o professor Edmar José Bernabé, aquela instituição completa seu 182° aniversário de existência.

Parabéns ao Dr. JC!

Amanhã, 30 de dezembro, quem estará mudando de idade é o conceituado advogado friburguense Dr. José Carlos Alves (foto), a quem apresentamos desde já nossos cumprimentos com votos de muita saúde, paz, felicidades e mais sucesso.

Sentidos dos tempos

Mais que nunca este final de ano foi de desejar Feliz Natal, Feliz 2021 e olhe lá!

Afinal, a festa, que já era difícil de fazer por causa das condições financeiras, este ano ficou ainda mais em baixo devido às restrições sociais.

Em Sampa e no The Voice

O compositor e compositor friburguense Valcir Ferreira está fechando este ano em alta e deverá começar 2021 melhor ainda.

É que semana passada, o super Valcir foi agraciado com o troféu discografia do artista de 2020, em São Paulo, no programa Mega Fest, apresentado por Iran Tentação, na TV GNT, como mostra o registro fotográfico.

Já a outra informação envolvendo o nosso querido Valcir Ferreira é a expectativa que ele está vivendo, por ter feito sua inscrição no The Voice. A TV Globo deverá levar ao ar em rede nacional a partir do dia 17 de janeiro. A torcida é para que ele seja chamado para gravar a qualquer momento.

Maior bolão da história

Praticamente todos os brasileiros estarão, uma vez mais, de olho nos resultados da Mega Sena da Virada.

Da cidade de Bom Jardim da Serra, em Santa Catarina, surge uma notícia que pode mostrar até que ponto, grana, muita grana, pode atrair mesmo a sorte.

Uma lotérica daquela cidade catarinense fez o maior bolão do Brasil jogando 42 cartões de quinze dezenas, adquiridos por 58 apostadores que desembolsaram R$ 22 mil para comprar cada cota.

Ano novo e ótimo!

Que as luzes, alegrias e felicidades deste novo ano de 2021, que certamente não será como este que está findando, seja repleto de coisas boas, grandes conquistas, marcantes realizações e felicidades plenas.

Todos merecemos mesmo e assim será para todos nós!

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“Otimismo trágico”: balanço, gratidão e esperança

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

“Ainda que a figueira não floresça, nem a vinha dê seus frutos, a oliveira não dê mais o seu azeite, nem os campos, a comida; mesmo que faltem as ovelhas nos apriscos e o gado nos currais: mesmo assim eu me alegro no Senhor, exulto em Deus, meu Salvador!” (Hab 3,17-19)

“Ainda que a figueira não floresça, nem a vinha dê seus frutos, a oliveira não dê mais o seu azeite, nem os campos, a comida; mesmo que faltem as ovelhas nos apriscos e o gado nos currais: mesmo assim eu me alegro no Senhor, exulto em Deus, meu Salvador!” (Hab 3,17-19)

Após a celebração do Natal nosso olhar se volta para o final do ano, momento de balanço pessoal e comunitário acerca das experiências vividas, comportamentos e acontecimentos relevantes, tanto os positivos, quanto os negativos. Neste ano que termina surgiu uma pandemia que parou o mundo e, ao mesmo tempo, mobilizou pesquisadores, profissionais de saúde, autoridades com poder de decisão, na busca de vacinas, medicamentos e resoluções em vista da preservação da vida e amenização dos efeitos da pandemia, especialmente na população vulnerável e empobrecida.

Não sem razão dizemos de modo uníssono: “que ano difícil”! Contudo, quase sempre, nesse período, muitas pessoas utilizam essa mesma expressão, considerando que facilmente nos esquecemos de fatos positivos e acentuamos os negativos. Na verdade, todos os anos são difíceis! Uns mais e outros menos. Este ano que termina foi dificílimo para toda a humanidade, porém para a maioria da população do Planeta e do Brasil, que luta pela sobrevivência diária, sem as mínimas condições de vida digna, todo dia de vida é um dia de vitória diante das persistentes incertezas da vida sofrida e vulnerada.

O sofrimento de toda a família humana aumentou nossa sensibilidade e comprometimento para com os “invisíveis” da sociedade. As incertezas, o medo, a insegurança, nos ajudaram a entender melhor a vida cotidiana de bilhões de seres humanos. O extraordinário para nós é o ordinário para eles. Emblemática foi a fala de um morador do Complexo da Maré, Douglas Oliveira, publicada no Jornal o Globo, em 7 de abril, que registrei no coração: “a gente convive com a realidade iminente da morte, mas uma morte visível. Agora há um perigo invisível, e isso é muito confuso. Nas favelas, dificilmente um vírus que não se vê vai assustar a ponto de colocar as pessoas dentro de casa”. Nosso desejo maior para o próximo ano é, sem dúvida, o fim da pandemia, acompanhado, é claro, do desejo de superação das injustiças sociais e desigualdades que seguem ceifando vidas. Não se trata, de modo algum, de minimizar os efeitos da pandemia, mas apenas de alargar o horizonte de reflexão, para o hoje e para o pós-pandemia. Afinal, temos e teremos sempre muito trabalho pela frente! Reiniciar ininterruptamente é preciso! Ser agradecido muito mais!

Urge recordar que o caminhar humano não é linear, mas marcado por tensões e provações. “Entre o otimismo que não sofre e o pessimismo impaciente o verdadeiro caminho do homem é este otimismo trágico no qual ele encontra sua justa medida numa atmosfera de grandeza e de luta” (E. Mounier).  A proposta de Mounier é viver o otimismo trágico, que mantêm o otimismo tão necessário, porém sem desconsiderar os dramas da vida e as inevitáveis tensões e sofrimentos, sempre ocasião de crescimento e transformação pessoal e coletiva. Otimismo adjetivado, eis a nossa proposta, e não otimismo desconectado com a realidade concreta da vida que é alegria e dor, grandeza e pequenez.

Não obstante a pandemia, dor e dificuldades, o balanço final de 2020 certamente é positivo, mesmo não tendo feito tudo o que nos propusemos a fazer no final do ano passado, tanto por conta dos nossos limites, como pelas dificuldades impostas pela pandemia.  Houve mudança de rota, mas o destino é o mesmo. Quanto aprendizado nesse período dramático! Inúmeras iniciativas surgiram, dentro e fora da Igreja, para atender aos pobres e vulneráveis. O serviço evangelizador da Igreja e as atividades caritativas prosseguiram de vários modos e maneiras, graças à incansável dedicação, fidelidade, generosidade e criatividade dos nossos padres, diáconos, leigos e leigas, nas expressões concretas do toque de Jesus e da proximidade da Igreja na vida das pessoas. Gratidão a todos e todas!

A pandemia potencializou a cultura do cuidado, nos âmbitos material, emocional, espiritual. A mensagem do Papa Francisco, para o Dia Mundial da Paz, 1° de janeiro de 2021, segue nessa direção: “escolhi como tema desta mensagem ‘a cultura do cuidado como percurso de paz’; a cultura do cuidado para erradicar a cultura da indiferença, do descarte e do conflito, que hoje muitas vezes parece prevalecer. Neste tempo, em que a barca da humanidade, sacudida pela tempestade da crise, avança com dificuldade à procura dum horizonte mais calmo e sereno, o leme da dignidade da pessoa humana e a «bússola» dos princípios sociais fundamentais podem consentir-nos de navegar com um rumo seguro e comum. Colaboremos, todos juntos, a fim de avançar para um novo horizonte de amor e paz, de fraternidade e solidariedade, de apoio mútuo e acolhimento recíproco. Não cedamos à tentação de nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis, não nos habituemos a desviar o olhar, mas empenhemo-nos cada dia concretamente por formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros”.

No dia 31 de dezembro do ano passado, momentos antes da procissão de entrada da Santa Missa, Dom Alano Maria Penna, Arcebispo Emérito de Niterói, me disse: “Deus hoje me oferece uma folha em branco para que eu apenas assine e permita que Ele a preencha segundo a Sua Vontade”. Tratava-se de um ato de extrema confiança em Deus e de uma breve e substancial mensagem para o início do novo ano. E foi bem assim! Quando tudo parecia bem,  “de repente, não mais que de repente”, surge um vírus, uma pandemia e um cenário de distanciamento, incertezas e mortes.

Nesse horizonte, cabe a “Oração do Abandono” de Charles de Foucauld: “Meu Pai, a vós me abandono: fazei de mim o que quiserdes! O que de mim fizerdes, eu vos agradeço. Porque é para mim uma necessidade de amor, dar-me, entregar-me em vossas mãos sem medida, com infinita confiança, porque sois meu Pai”. Abandonemo-nos Nele porque Ele nunca nos abandona: “Sim, ó Senhor! De todos os modos engrandeceste e tornaste glorioso o teu povo. Nunca, em nenhum lugar, deixaste de olhar por ele e de socorrê-lo” (Sb 19,22). Chegou a hora de mais uma vez assinar a folha em branco que o Bom Deus nos oferece e deixar que Ele a escreva como Senhor da vida e da história. Vamos permanecer unidos a Ele e unidos Nele, como a jabuticaba, colada ao tronco.

Minha sincera gratidão a todos e todas, que de diversos modos, contribuíram para salvar vidas e amenizar a dor durante este dramático momento de pandemia, certamente mobilizados por diferentes motivos, dentre eles a fé, o amor concreto e o otimismo trágico ou dramático que propomos como atitude cotidiana e certamente fecunda. Em frente com paciência e perseverança! Enfrente com coragem! “Indo e vindo, trevas e luz, tudo é Graça, Deus nos conduz!”

Feliz Novo Ano!

Com minha benção, gratidão e proximidade,

Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, bispo diocesano de Nova Friburgo

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Gente como a gente

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Adoro gente de verdade. Gente cujo conteúdo é real, cujo comportamento é compatível com a fala. Você olha e vê, tem um quê de transparência. Gente que ri, que chora, acerta e erra, que reconhece o tropeço e que perdoa. Que trabalha duro, preconiza a dignidade, diz a verdade. Que sofre e sente, que vibra e comemora, abraça, acolhe. Esse tipo de gente.

Adoro gente de verdade. Gente cujo conteúdo é real, cujo comportamento é compatível com a fala. Você olha e vê, tem um quê de transparência. Gente que ri, que chora, acerta e erra, que reconhece o tropeço e que perdoa. Que trabalha duro, preconiza a dignidade, diz a verdade. Que sofre e sente, que vibra e comemora, abraça, acolhe. Esse tipo de gente.

Gente que entende quando você diz que está cansado. Que se coloca no lugar do outro. Que sabe a hora de falar e a hora de calar. Que sabe ouvir. Gente que compreende um “não”, que reconhece o poder do sonho, que decodifica o sorriso de lado, que percebe a lágrima de canto de olho, que ensina e que aprende com as lições. Gosto de gente com problemas, com angústias a serem trabalhadas, com dúvidas existenciais. Gente com espírito de busca, que busca crescer, que valoriza viver. Gente que respeita a religião dos outros, a opinião dos outros, as escolhas de todos, que respeita as leis. Gente que respeita pessoas, meio ambiente, sociedade, diferenças, individualidades. Gente que respeita e ponto.

Gente gentil, que sabe sorrir com os olhos e gargalhar da barriga doer. Gente que se dói com a dor do outro, que luta pela igualdade, que ama sem limites. Gente que manda a mensagem errada na hora errada, que encaixa as palavras certas na hora certa, que tropeça, mas não cai, que planeja a vida inteira ao mesmo tempo em que é instado a desenvolver o dom do improviso. Que curte o melhor restaurante, mas que sabe viver bem com a sobra do almoço que tem em casa. Que preza pela honestidade, que planeja viagem, que quebra a cara. Gente resiliente, que apesar de todos os pesares, enfrenta as adversidades e ainda consegue confraternizar com o amigo no final do dia. Gente paciente que entende que as coisas têm um tempo certo e que ninguém é igual a ninguém. E que tudo tem um lado bom.

Gosto dessa gente que insiste em ser otimista, que valoriza o solo que pisa, que honra o trabalho. Gente amiga, gente família. Gosto de gente acolhedora, gente de verdade, gente como a gente.

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Natal - Possa esta data preencher os corações de todos, em todas as partes...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Edição especial de Natal - dezembro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

Edição especial de Natal - dezembro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

  • O encanto que o Natal perpetua em nossa vida é mágico. Vivemos aquele instante da criança que pela primeira vez assiste o prestigiador fazer surgir de um chapéu oco um coelhinho branco – mensageiro de risos e paz. É a gota transbordante da felicidade terna, das mãos que se afagam. Nesta hora os lábios sussurram os mais cálidos votos de um bom Natal, afetivo, efetivo de realizações. Assim pensamos e assim desejamos. Feliz 1971

Símbolos do Natal

  • O presépio - Realizado pela primeira vez por São Francisco de Assis, numa noite de Natal, o presépio, alegria das crianças, encerra para os grandes, que o queiram contemplar mais seriamente, graves e oportunas lições. Ali vemos os animais (o boi e o burro) a serviço dos homens: o trabalho e o governo (pastores e reis) a serviço da família (pai e mãe) a serviço do filho e o filho que é o Filho de Deus, a serviço do Pai que está no céu. Que o nosso presépio seja apresentado (e foi o que São Francisco pretendeu) como a reconstituição de um fato histórico, de alguma coisa que realmente aconteceu e que prossegue nas nossas almas e no mistério da Liturgia. Que nossa atitude diante do presépio mostre que não se trata de uma cena de folclore, nem de um conto de fadas, mas algo de mais surpreendente: o Filho de Deus que se faz homem.
  • Árvore de Natal - Costume de origem cristã (ao contrário do que muitos pensam), a árvore de Natal lembra as duas árvores do paraíso, a da vida e a da morte, que o Cristo juntou numa só, a árvore da cruz, com seus frutos de imortalidade (os sacramentos) e a sua luz de ressurreição.
  • Os Anjos - Mensageiros da boa nova da vinda do Filho de Deus, os anjos o acompanham do berço ao túmulo e continuam, quando Ele sobe ao céu, a assistir-nos com sua presença invisível.
  • A estrela - Não só lembra Maria, a estrela do mar que nos trouxe o Cristo, como sugere a luz da fé que nos conduz até Ele, se soubermos desejá-la e procurá-la, mesmo quando parece ocultar-se.
  • Os pastores - Os pastores recordam que Jesus veio sobretudo para os pobres e humildes, para os que estão de vigília e que buscam, para os que não vivem saciados e fartos com as riquezas e os prazeres.
  • Os reis - Os reis sugerem o caráter universal da vinda do Cristo, que veio entres os judeus, mas para todos os povos, pois é de longe que eles chegam. O ouro que oferecem significa que aquele menino é rei; o incenso, que se trata de Deus; a mirra, substância aromática que se punha nos cadáveres, que aquele menino vai morrer.
  • A coroa do advento - Ainda pouco conhecida entre nós, consta de uma coroa que simboliza o mundo e o tempo, munida de quatro velas que vão se acendendo a cada domingo do advento, mostrando que a vinda do Cristo se aproxima.  
  • A ceia de Natal - A ceia de Natal é uma bela tradição e profundamente cristã. Nosso Senhor quis nascer em Belém, cujo nome significa “casa do pão”. Fez o primeiro milagre nas bodas de Canaã, transformando a água em vinho. E antes de morrer reuniu os apóstolos para uma ceia onde transformou o pão e o vinho em seu corpo e seu sangue. E quando aparece ressuscitado, faz questão de comer com os discípulos.
    Os primeiros cristãos começaram a celebrar a eucaristia, a consagração do pão e do vinho, no meio de uma ceia comum, como Jesus o fizera na ceia pascal judaica. Mas já São Paulo, vendo os abusos que se introduziam, determina que se separem as duas coisas: “Não tendes casas para comer e beber! Ou desprezais a Igreja de Deus”.
    Mas, mesmo em casa, nossa ceia deve ser uma preparação para a ceia eucarística, sobretudo na noite do Natal. Deve ser uma ceia de serenidade e sóbria alegria, ao lado do presépio e da árvore ornada com símbolos adequados, entremeadas de cânticos.
    O mais importante, porém, nesta noite em que a Sagrada Família não teve a quem recebesse, seria convidar, discretamente, uma família mais pobre. Ou mandar-lhe um pedaço da ceia (não as sobras) na própria noite de Natal, antes da missa. Lembremos que o jejum para a comunhão é de uma hora apenas e que a abstinência de carne costuma ser antecipada, para não colidir com a ceia.
  • Os presentes de Natal - Deus amou tanto os homens, diz o apóstolo São João, que lhes deu o seu próprio filho. Este presente nos foi dado na noite de Natal entre o cântico dos anjos e o silêncio dos homens. O presente de Deus deve ser a inspiração a medido o modelo dos nossos presentes, ao menos na festa de Natal.
    Seu presente deve ser um sinal de amor: ele se mede pelo amor com que é dado. Assim, imantando de amor, todo presente se torna rico. “Meu presente é de pobreza, mas o sentido é de amor”. Se não dermos por amor a quem damos quem daremos ainda por amor, se dermos por amor a Deus. Pois seu Filho nos dirá em um dia, quando voltar como Juiz e Rei, cheio de glória e majestade: “O que fizeste ao menor dos meus irmãos, foi a mim que fizeste”.
    Demos a quem nada tem para dar em troca. Foi o que Deus fez e faz conosco a cada instante. Se damos apenas aos que nos podem retribuir, isso os pagãos também fazem.

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Leina Athayde Dutra da Costa (26); Luiz Gonçalves Pereira (27).

 

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