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Abertas as inscrições para o 1º vestibular da Faculdade de Odontologia

sábado, 16 de janeiro de 2021

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 16 a 17 de janeiro de 1971 

 

MANCHETES:

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 16 a 17 de janeiro de 1971 

 

MANCHETES:

  • Abertas as Inscrições para o vestibular da Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo - A VOZ DA SERRA publica edital sobre as normas para o concurso vestibular de odontologia em nossa cidade. Retificamos a data assinalada para as provas, já que por decisão da direção da Faculdade de Odontologia, elas serão aplicadas nos dias 25 e 26 de janeiro de 1971. 
  • Da bonita e lendária Escócia para o gabinete do prefeito - O dr. Giulio Dessanti, foi o portador do quadro representando lindíssima vista de magnificente rincão escocês muito semelhante com paisagens friburguenses. A oferta do quadro, ao governo do nosso município, se deveu à gentileza de Mr. Adam K. Bergius, Presidente de Wm. Teacher & Sons Limitada (Glasgow, Scotland.), o que deixou o prefeito Feliciano Costa muito lisongeado. 
  • Dr. Feliciano Costa - Tendo sido submetido a uma intervenção cirúrgica, já se encontra em franca convalescença, em Niterói, o prefeito eleito de nossa terra, dr. Feliciano Benedicto Costa. A operação que sofreu o prestigiado médico não causou maiores preocupações aos seus familiares, já que o estado geral do novo chefe do Executivo friburguense, bem como o seu estado psicológico eram excelentes. Para reiniciar as suas atividades, o dr. Feliciano Costa está sendo esperado a qualquer momento.   

PÍLULAS:

  • Nesta edição publicamos o edital que disciplina as inscrições para a recém-criada Faculdade de Odontologia, sem qualquer sombra de dúvida uma das maiores iniciativas da administração municipal que, desiludida com as promessas de uma chusma de políticos rotulados de delegados dos poderes estaduais e federais — aos quais competia resolver o assunto — tomou o "pião na unha", enfrentou toda a sorte de sórdidas campanhas e resolveu a complexa e momentosa matéria que constituía o sonho dourado dos jovens friburguenses e de suas respectivas famílias. Não pensem que a coisa foi fácil. Além de constantes aborrecimentos e motivos de desânimos, a municipalidade inverteu aí pela casa de um bilhão de cruzeiros antigos, em prédios, instalações etc. inclusive laboratórios e aparelhos específicos. Honra ao mérito. 
  • Gesto simpático e sobretudo de inteira justiça o da homenagem ao saudoso Décio Monteiro Soares — ex-diretor executivo da Fundação Educacional — que teve o seu nome dado a atual Escola 16 de Maio, situada em Conselheiro Paulino. 
  • Os nossos principais clubes recreativos e sociais Country, Xadrez, Sociedade Esportiva Friburguense e Caledônia. estão verdadeiramente empenhados no sucesso do Carnaval 1971, que já vem por aí, cada qual esmerando-se no sentido de apresentar novidades no que diz respeito à ornamentações, iluminações e orquestras. 
  • Constituiu-se um verdadeiro sucesso a inauguração das grandes obras no Parque Aquático do Fluminense Atlético Clube. O presidente Decache recebeu as homenagens merecidas pelo régio presente que ofereceu à família do alvianil. 
  • A nós fala muito pouco o fato de quem vai ser convidado para participar do alto escalão da administração municipal que se inaugura no próximo dia 31. Muito menos ainda, é o nosso interesse que os escolhidos sejam "A" ou "B". Se damos algumas notas a respeito ou fazemos qualquer ligeiro comentário, é simplesmente e apenasmente, para satisfazer a curiosidade de um grupo dos nossos leitores. Afinal de contas, as "batatas quentes ou frias" não são para nossa deglutição...
  • O senhor José Dantas dos Santos, será, na administração Padilha, portanto, a partir de 15 de março futuro, o coordenador governamental da região com sede em Friburgo.Todos os assuntos políticos, serão "filtrados" pelo mencionado homem público, que é amigo pessoal do vindouro ocupante do Palácio Nilo Peçanha. E tem mais: Dantas, é a pessoa da confiança de Raymundo Padilha há mais de 30 anos, com amizade cimentada desde os primórdios da Ação Integralista.

SOCIAIS:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: João Mezzavilla Teixeira e Carlos Alberto Vitório Cariello (18); Elizabeth Folly (19); Salomão Tendler, João Batista Oliva, Yolanda Corrêa Pereira e Therezinha Soares (21); José Dantas dos Santos (22); Brigitte Schulup,   Luiza de Azevedo Kunzel, Gino José Cariello e José Joaquim de Moura Leite (23). 

 

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Volta às aulas na pandemia

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

É claro, quando se fala de rotina social em contexto pandêmico deve haver muita cautela e determinados protocolos para manter a segurança da população. Estamos começando um novo ano, mas tudo segue dentro das normas estabelecidas em 2020; que, a propósito, quanta irresponsabilidade. Estou ciente dos riscos, tanto os relacionados ao coronavírus quanto aos impactos sociais causados pelo isolamento social.

É claro, quando se fala de rotina social em contexto pandêmico deve haver muita cautela e determinados protocolos para manter a segurança da população. Estamos começando um novo ano, mas tudo segue dentro das normas estabelecidas em 2020; que, a propósito, quanta irresponsabilidade. Estou ciente dos riscos, tanto os relacionados ao coronavírus quanto aos impactos sociais causados pelo isolamento social.

Contudo, cá entre nós, provocam-me arrepios ver os bares e casas noturnas da nossa cidade em grande lotação. Ainda que “de acordo com protocolos de segurança”, é triste ver o nosso presente (adultos em idade produtiva) se degradando e pondo a sociedade em risco enquanto o nosso futuro (crianças e jovens em idade acadêmica) permanece em casa sem acesso pleno à educação. Nosso futuro, repito, sem educação!

Em Nova Friburgo – nossa linda casa –, a previsão para o início do ano letivo, ainda remoto, é no dia 5 de fevereiro. Não sou nenhum especialista em educação (chegaremos logo às finanças), mas para tornar a experiência produtiva é importante ter em mente estratégias para manter a disciplina durante o ensino remoto. Portanto, ter os materiais necessários pode facilitar o processo e incentivar os estudantes. Para lhe ajudar nessa tarefa, elaborei algumas dicas para economizar com a lista de materiais das nossas crianças e garantir o bom proveito do que realmente importa: a educação.

● Reaproveite o que puder - O primeiro passo para garantir economia nessa empreitada é analisar tudo o que pode ser reutilizado. Nem sempre e necessário comprar uma mochila ou estojo novos; até canetas, lápis de cor – entre outros materiais – podem ser, com a ajuda e cuidado dos filhos, reaproveitados.

A primeira dica, vale ressaltar, não está só relacionada com o lado financeiro, mas também com os valores contemporâneos de uma sociedade mais preocupada em frear o consumo desnecessário.

● Analise se é necessário comprar tudo agora - Desembolsar uma quantia alta de uma só vez dói muito mais que entrar em contato com a escola e pedir um cronograma de como o material didático será utilizado. Você terá a oportunidade de fracionar as compras e reduzir, assim, os impactos financeiros do início de ano.

● Siga a lista (mas não tanto) - A volta às aulas é sempre época de grandes vendas em livrarias, e como todos sabemos, períodos sazonais de comércio são momentos de gerar ainda mais lucro. Então resista aos filhos e atente-se com as técnicas de venda; não compre o que, por tendências de mercado, está fora da lista e assim você vai economizar ainda mais. A propósito, é bom lembrar, existem itens que não podem ser exigidos nas listas de material escolar. Certifique-se dos seus direitos.

● Compare preços - Essa é a principal dica. Comparar preços é fundamental para qualquer compra que você venha a fazer. A diferença é real! Na cidade de São Paulo, foi realizada uma pesquisa pela Associação de Defesa do Consumidor cujo resultado aponta – numa lista de materiais com 25 itens – uma diferença que chega a 150% no valor total da compra. E comparar preços também é essencial ainda que dentro de uma mesma loja. É claro, as variações de preço podem ser justificadas pela qualidade do produto, mas nem sempre se restringe à isso.

● Pechinche - Para fechar com chave de ouro as compras escolares, procure conseguir um desconto no valor final. O pagamento à vista, por exemplo, é sempre uma opção que te trará alguma oportunidade de desconto. Analise se é viável e vantajoso para as suas finanças. Devemos continuar prezando por valores realmente positivos para a sociedade. Tenho a certeza de que educação faz parte deste pacote; afinal, no meu ponto de vista, já passou da hora de ser considerada como atividade essencial. Pense nisso!

 

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Faltam palavras

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

E quando faltam palavras? Acontece com vocês? Por aqui, às vezes a ausência do que dizer se faz presente. Na verdade, não por falta de assunto, mas por excesso. Excesso de acontecimentos. Excesso de preocupações. Excesso de circunstâncias, de argumentos, de pensamentos. De tudo! Por vezes acho até que tantas coisas podem significar vazios de outras. Se há barulho, falta o silêncio. Se o problema persiste, falta a solução. Se o medo, a angústia e a preocupação encontram morada, talvez falte a paz. E por aí vai.

E quando faltam palavras? Acontece com vocês? Por aqui, às vezes a ausência do que dizer se faz presente. Na verdade, não por falta de assunto, mas por excesso. Excesso de acontecimentos. Excesso de preocupações. Excesso de circunstâncias, de argumentos, de pensamentos. De tudo! Por vezes acho até que tantas coisas podem significar vazios de outras. Se há barulho, falta o silêncio. Se o problema persiste, falta a solução. Se o medo, a angústia e a preocupação encontram morada, talvez falte a paz. E por aí vai.

Para quem trabalha com as palavras de toda forma, omiti-las é um desafio. Organizá-las, idem. Selecioná-las, mais um tanto. Um exercício árduo, às vezes voluntário, outras, involuntário. Mas creio que pior é quando elas simplesmente não vêm. Se rebelam, somem, titubeiam e não aparecem. Não cumprem sua missão. Se esvaem por aí. E nós, que delas precisamos a todo instante, o que podemos fazer senão aceitar que o excesso pode ser dicotômico, parente do vazio? Pelo menos por algum tempo.

E assim, vamos. Seguimos. Ninguém sabe encaixar a fala apropriada o tempo todo. Ultimamente, tenho optado por não dizer nada quando não sei o que dizer. Sabe aquela assertiva de que um gesto pode valer mais que mil palavras? Então. Um abraço diz muito. Um sorriso pode ser tudo. Um olhar pode ser toda a comunicação possível e transmitir a mensagem mais verdadeira e necessária para determinada pessoa em determinado momento.

O problema é que o afastamento social e o uso constante de máscaras vêm suprimindo esses contatos que mesmo em silêncio dizem tanto. O abraço quentinho e acolhedor, o colo, o sorriso, a fala de pertinho, o toque afetuoso e tantas manifestações de afeto estão reprimidas há quase um ano, sob pena de adoecermos, espalharmos vírus, causarmos mal a quem amamos sem querer. Há penitência maior que permanecermos, à revelia de nossa vontade, distantes dos abraços de quem amamos? Por proteção. Por respeito. Por consciência individual e coletiva.

Neste cenário, vazio do que dizer, inabilidade de encontrar palavras certas nas horas certas, pode ser delicado. Quantas besteiras ouvimos por aí? Quantas palavras ao vento, sem empatia, são proferidas o tempo todo? Elas possuem efeito. Esse é o ponto. Palavras têm poder. Salvam, ferem, trazem prosperidade, desonra, mágoa, alegrias, problemas, soluções, acalento, dor, informações, notícias, sabedoria, partilha, e tudo mais que sabemos. Comunicação é tesouro que deve ser bem cuidado e uma das formas de nos expressarmos é por meio das palavras de todas as formas. Precisamos, de fato, entendermos seu poder e aprendermos a lidar com elas. E até mesmo, com a falta delas.

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Sumidouro, a pérola perdida de Nova Friburgo

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Poucos sabem, mas o município de Sumidouro pertencia a Nova Friburgo no século 19, que possuía um território quase três vezes maior do que nos dias de hoje. Eram quatro as suas freguesias, a de São João Batista, sede da vila, Nossa Senhora da Conceição do Paquequer, São José do Ribeirão e Nossa Senhora da Conceição do Ribeirão da Sebastiana.

Poucos sabem, mas o município de Sumidouro pertencia a Nova Friburgo no século 19, que possuía um território quase três vezes maior do que nos dias de hoje. Eram quatro as suas freguesias, a de São João Batista, sede da vila, Nossa Senhora da Conceição do Paquequer, São José do Ribeirão e Nossa Senhora da Conceição do Ribeirão da Sebastiana.

Neste artigo destaco a freguesia que na minha opinião tinha, entre as outras, maior importância econômica, a de Nossa Senhora da Conceição do Paquequer, conhecida igualmente como Sumidouro. Explico o porquê desta segunda alcunha. O sumidouro das pedras é um sorvedouro das águas, fenômeno muito raro e que encanta. Em um determinado ponto o Rio Paquequer desaparecia sob um leito de pedras percorrendo um trecho subterrâneo até aparecer novamente à frente e aos borbotões. Esse fenômeno do sumiço ou sumidouro das águas infelizmente não existe mais.

A economia de Sumidouro girava com a plantação de café e a produção de açúcar em inúmeros engenhos. Para as margens do Paquequer se dirigiram alguns colonos suíços e mais ao fim do século 19 imigrantes italianos. No período do Império, Sumidouro gerou uma nobreza da terra, o Barão de Aquino. Era proprietário das fazendas Santa Mônica, Santa Maria, Itororó, Conceição do Pinheiro e Areias em Pirapitinga de Itaperuna. Com a crise cafeeira, os descendentes de colonos suíços que para Sumidouro imigraram adquirem as mais importantes propriedades rurais.

A Fazenda Conceição do Pinheiro foi adquirida por Regino Monnerat e a Fazenda Bela Vista pelos Wermelinger. Dando um salto adiante quem adquiriu a Fazenda Mônica foi o médico friburguense dr. Dermeval Barbosa Moreira. Não obstante indivíduos escravizados serem em maior número na Freguesia de São José do Ribeirão do que em Sumidouro, ainda assim reputo esta última freguesia como a de maior expressão econômica para Nova Friburgo.

Minha suposição não se baseia em dados econômicos, pois ainda não os temos pesquisados, mas em observações empíricas. Sumidouro possui inúmeras casas de vivenda das fazendas de café do Império mantidas felizmente até hoje. Não localizei em nenhuma das outras freguesias de Nova Friburgo semelhante patrimônio histórico. No ano de 1881, Nova Friburgo perdeu a freguesia de Sumidouro gerando resistência entre os representantes do município. Não constatei o mesmo protesto quando Nova Friburgo perdeu a freguesia de São José do Ribeirão.

Na ocasião houve muita discussão na assembleia provincial sobre a criação de um novo município, a vila do Carmo, formado pelas freguesias de Nossa Senhora do Monte do Carmo, desanexada do município de Cantagalo e Nossa Senhora da Conceição do Paquequer (Sumidouro), desanexada de Nova Friburgo. A Câmara Municipal de Friburgo impugnou a desanexação já que “...era aquela freguesia a parte mais importante do termo”, conforme o Jornal do Commercio, de 1887, edição 00209.

Curiosamente Cantagalo não fez objeção à perda de sua freguesia e apoiou a iniciativa. O deputado Matheus Fortes que representava Friburgo protestou declarando que se Cantagalo estava farto de muitas e ricas freguesias, que não viesse turbar a vida pacífica de Nova Friburgo. Ainda segundo ele, “Friburgo é uma comarca que conta com quatro freguesias e a mais importante delas é a de Sumidouro...”

A criação de um município às margens do rios Paraíba e Paquequer tendo por sede a povoação do Carmo era um desejo de longa data. Os residentes nas freguesias de Nossa Senhora do Monte do Carmo e Sumidouro alegavam que tinham população suficiente para se constituírem em município e possuíam importante lavoura e comércio. Argumentaram que ficavam ambas muito distantes das sedes de Friburgo e Cantagalo, nove e sete léguas, respectivamente.

Por outro lado, havia o inconveniente de percorrer longas distâncias para requerer a Justiça, realizar o pagamento dos direitos à fazenda nacional e prestar o oneroso encargo de jurado. As duas freguesias eram limítrofes e a sede da freguesia do Sumidouro distava duas e meia a três léguas da sede da freguesia do Carmo, havendo um caminho fácil e por boa estrada de rodagem. Já as estradas que ligavam estas duas freguesias às sedes de Cantagalo e Friburgo eram precárias em razão das dificuldades que ofereciam as serras do Quilombo, em Cantagalo, e da Cascata em Nova Friburgo.

O juiz de Direito de Cantagalo, José Alves de Azeredo Magalhães, deu parecer favorável a criação do novo município alegando que a freguesia do Carmo mantinha somente relações do foro, do júri e da coletoria com Cantagalo. De fato, não havia relações comerciais entre Carmo e Cantagalo. Os produtos de sua lavoura eram transportados pela Estrada de Ferro D. Pedro II, na estação do Porto Novo do Cunha, não fazendo uso da linha férrea de Cantagalo.

A lei de 13 de outubro de 1881 autorizou a desanexação da freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Paquequer (Sumidouro) do termo de Nova Friburgo. Em 1890, esta freguesia desmembra-se de Carmo e ganha o predicado de município. Dois anos depois sofreu uma perseguição política e o município foi suprimido. Uma parte passou a pertencer a Carmo, outra a Duas Barras e uma terceira a Sapucaia. No entanto, no mesmo ano, em 1892, foi restabelecido o município de Sumidouro, a pérola perdida de Nova Friburgo.

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    Fazenda Santa Cruz, a pérola perdida de Nova Friburgo

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    Rara imagem da Fazenda Itororó, do Barão de Aquino. Acervo Romildo Pires Machado.

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    Sumidouro preserva as casas de vivenda do Império.

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Será que não estou percebendo algumas coisas?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Na hora do almoço Maria abre a embalagem de molho de tomate para colocar no macarrão e deixa a parte do pacote cortado na pia até o fim da tarde, a menos que seu marido veja e coloque no lixo antes disso. Ela não viu aquele pedaço de embalagem em cima da pia? João acaba de tomar banho de manhã e deixa a toalha embolada e úmida no banheiro até a hora do almoço, a não ser que sua esposa pegue a toalha e a estenda no varal logo após o banho dele. Será que ele não pensou que tinha usado a toalha e que ela precisa ser estendida no varal?

Na hora do almoço Maria abre a embalagem de molho de tomate para colocar no macarrão e deixa a parte do pacote cortado na pia até o fim da tarde, a menos que seu marido veja e coloque no lixo antes disso. Ela não viu aquele pedaço de embalagem em cima da pia? João acaba de tomar banho de manhã e deixa a toalha embolada e úmida no banheiro até a hora do almoço, a não ser que sua esposa pegue a toalha e a estenda no varal logo após o banho dele. Será que ele não pensou que tinha usado a toalha e que ela precisa ser estendida no varal?

Joana abre a geladeira, pega a última azeitona do vidro e o deixa vazio só com o líquido. Ela não percebeu que seria adequado tirar o vidro de lá já que não tinha mais azeitonas? Augusto acaba de almoçar, pega o prato e os talheres que usou para sua refeição, coloca dentro da pia e não os lava, sendo que não há empregada em sua casa, onde vive só ele e sua esposa. Será que ele sente que ela é empregada dele?

Na geladeira tem um pedaço de queijo que já mofou e Rita só vai perceber isto três semanas depois que ela colocou o queijo ali. Como ela esqueceu do queijo mesmo tomando café da manhã todos estes 21 dias? Rodrigo grita lá da garagem de sua casa para sua esposa que está ocupada atendendo alguém ao telefone, berrando: “Onde está a chave do meu carro?” E ainda fica irritado porque ela demorou cinco segundos para responder porque ela estava engolindo a saliva! O carro é dele e ele havia colocado a chave em algum lugar. Será que ele acha que sua esposa é mordoma dele?

Angélica quer tudo mastigado em suas mãos. Não faz nada útil na vida, vive visitando redes sociais, fazendo fofocas, assistindo novelas, comendo besteira mesmo não tendo saúde boa, não ajuda ninguém, e fica mandando seu marido comprar o que ela quer ao invés dela fazer isso. Mateus é também descansado, vive na zona de conforto, quer mandar em todo mundo, em casa e no trabalho, de forma autoritária. Será que ele acha que as pessoas estão aí na vida para servi-lo como se ele fosse um rei?

Casamento é uma união de duas pessoas diferentes. Diferentes. As pessoas têm percepções diferentes. Viviane abre seu imenso guarda-roupas lotado de vestidos, blusas, saias, casacos, e grita para o marido que está compenetrado num cálculo de despesas familiares: “Onde está aquele vestido cor de rosa que você me deu no Natal?” O vestido está um pouco para a direita dos olhos dela. Mas ela não o viu. Não viu e nem pensa que o marido pode estar ocupado. É isto ser uma pessoa folgada, espaçosa?

Autoritários vivem como se fossem reis e todos ao redor tivessem que prestar serviço a elas. Parece mais difícil um autoritário admitir que tem problemas de comportamento do que as pessoas mais mansas. Será que o homem mandão e a mulher mandona acreditam que se admitirem suas falhas deixarão de ter valor como pessoa? Você se casou para ter um companheiro, uma companheira ou querendo um empregado ou empregada?

Não somos iguais. Gêmeos idênticos agem de forma diferente. Um pode ser explosivo, e outro sereno. Geralmente nos casamentos pessoas de temperamentos diferentes se unem. Um quer sexo três vezes por semana, e outro a cada 15 dias. Um quer cinco filhos e outro no máximo um. Um gosta de férias na praia e outro numa fazenda. Um é sentimental demais e outro é racional. Um fala alto, e outro fala baixo. Um quer parentes e amigos em casa com frequência, e o outro só quer os que vivem ali no lar.

Conseguimos ver falhas nos outros e ficamos meio que cegos para nossos defeitos de comportamento e de caráter. É difícil olhar para nós mesmos e ver nossos erros, não é? Geralmente temos uma desculpa ou justificação para eles. Isto começou no Éden, quando Adão disse a Deus que havia sido Eva que o induzira a comer a maçã. E Eva disse que foi a serpente que fez isso com ela. A escada rolante da vida e dos relacionamentos precisa parar em algum momento para você ver melhor, especialmente a si mesmo.

Crescimento pessoal, melhora em relacionamentos no lar, no trabalho, na comunidade religiosa onde você congrega, entre seus amigos e outros parentes, só ocorre se cada um der uma olhada para si, ver onde está falhando e machucando as pessoas, mesmo aquelas que são mais íntimas e que você diz que ama, e decidir lutar para vencer o que hoje, neste momento da sua vida, você já consegue perceber como sendo falhas suas. E tem mais coisas para serem percebidas por você sobre sua conduta.

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Dez anos se passaram desde a maior tragédia climática

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

No dia 10 de janeiro de 2011 já estava chovendo, aumentando o fluxo de água pelo Rio Bengalas, cujos afluentes também tinham um volume acima do normal; os morros já estavam encharcados e a cidade de Nova Friburgo mantinha sua atividade típica de um janeiro de férias, sem que ninguém pudesse adivinhar o que estava para acontecer.

No dia 10 de janeiro de 2011 já estava chovendo, aumentando o fluxo de água pelo Rio Bengalas, cujos afluentes também tinham um volume acima do normal; os morros já estavam encharcados e a cidade de Nova Friburgo mantinha sua atividade típica de um janeiro de férias, sem que ninguém pudesse adivinhar o que estava para acontecer. O dia seguinte também foi de chuvas fortes, mas foi na madrugada de 12 de janeiro que as torneiras do céu se abriram e transformaram Nova Friburgo num extenso lamaçal, com deslizamentos de morros, soterramento de casas e pessoas, um verdadeiro dilúvio em menos de 24 horas. Choveu em torno de 182,8 milímetros, volume esse, que de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), foi 62% maior que o volume máximo, de 113 mm, em 24 de janeiro de 1964.

Em 13 de janeiro daquele ano o portal www.swissinfo.ch divulgou: "Submetida a uma chuva torrencial desde a véspera, dia 11, logo assim que escureceu e durante toda a madrugada, a cidade teve um exorbitante registro de tragédias relacionadas com transbordamentos de rios e riachos, desabamentos, soterramentos, derrubada de árvores, postes, pontes que foram carregadas pela enchente, deslizamentos de pedras etc. E o que é mais sério, houve um grande número de mortos e de pessoas desaparecidas.

Infelizmente a maioria das cidades brasileiras tem tido um crescimento acelerado de habitações, ruas de acesso aos novos bairros etc., mas um crescimento da pior forma possível, um crescimento desordenado quanto aos gabaritos oficiais, sob todos os aspectos, principalmente nas partes onde se concentram as populações mais carentes: nas beiras dos rios, nas encostas de morros, nas colinas, nas montanhas, onde as pessoas constroem os mais diversos tipos de habitação, quase sempre ocupando espaços inimagináveis, tanto exíguos quanto inadequados”.

Essa catástrofe que deixou, no seu rastro, mais de 900 mortos na Região Serrana, oficialmente pouco mais de 400 somente em Nova Friburgo, atingiu, também, Petrópolis e Teresópolis com igual poder de destruição e de vítimas fatais e desabrigados. Foi tão marcante, a ponto de ser notícia no mundo inteiro, pois o poder da internet faz com que esses acontecimentos tenham divulgação quase imediata.

Lembro-me que apesar de ter um sono profundo, acordei de madrugada com o barulho dos trovões, que se sucediam e da chuva batendo no telhado, num estrondo também grande; ao escorrer pelas telhas, a impressão que se tinha era que se despejavam baldes de água em movimento constante e sucessivo, tal o volume de água que produzia.

Os moradores do Cônego na manhã do dia 12, não faziam ideia da destruição que se produziu no centro e bairros adjacentes. Só à medida que iam acordando, tomaram conhecimento da extensão da tragédia. Confesso que demorei a prestar socorro aos meus sogros, que na época moravam na Rua Trajano de Almeida, no Paissandu, pois um córrego na saída de minha rua transbordou e jogou uma camada de lama na ponte, de quase um metro. Tivemos de esperar um trator remover todo o entulho, para podermos prestar socorro aos nossos familiares.

Dentro da casa de meus sogros, mais alta que o nível da rua em quase um metro, a água subiu cerca de 80 centímetros e eles só se salvaram porque conseguiram ficar em cima do colchão, que com uma camada de isopor em baixo, teve o poder de flutuar; senão teriam se afogado. Mas escaparam, também, de serem soterrados, pois um morro atrás da casa deslizou e se tivesse derrubado o imóvel de trás, tudo iria de roldão. A sujeira dentro de casa era uma tristeza.

O que mais se viu foi lama por toda a parte, com o Paissandu atingido, a destruição lastrando no Suspiro com a Igreja de Santo Antônio em lastimável estado, assim como a Praça das Colônias e os imóveis ao redor. Quase impossível chegar a localidades mais distantes como Conselheiro Paulino e Riograndina, que tiveram nos helicópteros, sua grande tábua de salvação.

A cidade se mobilizou em socorro às vítimas e era pungente a passagem dos caminhões, entulhados de sacos pretos, que guardavam as vítimas fatais. Pior foi a tristeza do reconhecimento dos corpos concentrados no ginásio do antigo Colégio Ribeiro de Almeida, atual Instituto de Educação (Ienf), na Praça Dermeval Barbosa Moreira. Mas, o espírito de solidariedade dos friburguenses e o trabalho incansável do Corpo de Bombeiros, dos médicos nos hospitais da cidade, da Marinha e do Exército brasileiros e da nossa imprensa, onde repórteres, cinegrafistas e técnicos foram importantes na divulgação dos acontecimentos, foram de ajuda inestimável.

O saldo positivo é que muitas obras de contenção de encostas e drenagem dos rios foram feitas, ao longo desses dez anos e, pelo menos por ora, os acontecimentos trágicos ficaram na lembrança de todos, mas não se repetiram mais, com a mesma intensidade.

Passados dez anos desta tragédia, parabenizo a todos que deram sua contribuição para minorar o sofrimento das vítimas de janeiro de 2011.

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De janeiro de 2011 a janeiro de 2021, os desafios continuam em cena!

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Todo roteiro da nossa viagem em A VOZ DA SERRA, que envolva um passaporte para 12 de janeiro de 2011, há de ser sempre um misto de tristeza e superação. É algo que nos remete às vias da reflexão. Relembrar a tragédia climática faz parte do nosso consciente individual e coletivo. São passados dez anos e a catástrofe vem à tona e mesmo quem não ficou afetado, fisicamente, no plano emocional foi um desastre que repercute até hoje. O tempo abranda a dor, mas não apaga os seus reflexos. Em certas situações, somos chamados ao exercício da resignação, mas, nem por isso, deixamos de sofrer.

Todo roteiro da nossa viagem em A VOZ DA SERRA, que envolva um passaporte para 12 de janeiro de 2011, há de ser sempre um misto de tristeza e superação. É algo que nos remete às vias da reflexão. Relembrar a tragédia climática faz parte do nosso consciente individual e coletivo. São passados dez anos e a catástrofe vem à tona e mesmo quem não ficou afetado, fisicamente, no plano emocional foi um desastre que repercute até hoje. O tempo abranda a dor, mas não apaga os seus reflexos. Em certas situações, somos chamados ao exercício da resignação, mas, nem por isso, deixamos de sofrer.

Uma atitude louvável é a do governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Bonfim de Castro e Silva, que transferiu a sede do governo por três dias, para a Região Serrana. A transferência provisória tem por objetivo prestar homenagem póstuma às vítimas da tragédia climática de 2011 e aos bombeiros. O governador visita Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis cumprindo agenda de compromissos, como atos ecumênicos, ouvir demandas das prefeituras e da população e se inteirar das prioridades para traçar novas estratégias na prevenção de tragédias. Parabéns pela sensibilidade!

Guilherme Alt nos trouxe páginas de fortes emoções e por sermos uma construção de sensibilidades, nosso olhar se enebria e a alma se enternece. “Essa data mexe comigo”, disse o padre Leão, relatando as experiências vividas. Ele, que em 2011 era o responsável pela capela de Santo Antônio, no Suspiro, teve a oportunidade de lidar diretamente com a tristeza de um lado e a solidariedade, do outro. Contudo, era hora de agir e ajudar as pessoas desabrigadas. E destaca: “Se hoje a capela está de pé é porque foi reconstruída pelos friburguenses e com dinheiro de friburguenses. Tivemos muitos empresários que foram amigos e fizeram a diferença com doações para que a paróquia fosse reconstruída...”. E acrescenta: “Foi uma união de todos e muito bonita”.

A construção da Capela de Santo Antônio teve sua história marcante a partir de uma promessa do maestro Samuel Antônio dos Santos que, 1858, vindo de Portugal numa embarcação, prestes a um naufrágio, prometera, caso houvesse salvação, edificar uma igreja e uma banda musical na cidade onde fosse firmar residência. Estabelecido em Nova Friburgo, a capela foi erguida em torno de 1884. Vale lembrar que a Banda Euterpe Friburguense também foi criada, cumprindo-se a promessa do maestro Samuel.

Thiago Lima conversou com o professor da UFF, Renato Varges, que viveu uma experiência inusitada ao tomar conhecimento do tamanho da tragédia no Suspiro e logo pensou se o sacrário teria sido resgatado. A princípio, a quantidade de lama impedia o acesso às proximidades da igreja. Sem perder a esperança, no dia 14, dois dias depois da tragédia, ele e a esposa passaram “quase o dia inteiro” no local e encontraram a imagem de Nossa Senhora Aparecida, coberta de lama, porém intacta. A santa, entregue ao bispo, foi restaurada, sendo devolvida ao seu lugar, depois da recuperação da capela.

“A lembrança que guardei é de que eu sobrevivi” – conta Rose Evans em seus  relatos para Fernando Moreira. A designer de interiores, moradora do prédio Monte Carlo, nos emociona: “Fisicamente não sofri nada, mas aquele acontecimento mudou minha vida de diversas formas...”. E entre os desabafos de Rose Evans, fica uma mensagem, a todos nós, em especial, neste momento da pandemia do coronavírus: “A vida tem uma força transformadora e nossa capacidade de adaptação e sobrevivência é grande. Esse episódio também me ensinou que a fé constrói e reconstrói. Que a esperança é a força impulsionadora de energia. Que pessoas unidas conseguem resultados inimagináveis”.

Diante da foto do Edifício Monte Carlo, totalmente recuperado, eu observo a grandeza da inteligência humana com força capaz de refazer o prédio, sem deixar vestígios do desabamento. Uma verdadeira obra provando que, em se tratando de construção civil, tudo é possível. E eu penso: a reforma mais desafiadora ainda é a reforma humana. Edificar nosso melhor modelo é a construção diária de todos nós!

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Com primeiro aninho

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Com primeiro aninho

Na próxima sexta-feira, 15, será um dia de imensa e especial alegria a mais no lar do simpático casal Rudof e Silvia. Isso, por que a linda filhinha deles, a bonequinha Helena - com os pais na foto – vai completar neste dia seu 1° aninho de vida. 

Parabéns à Helena! Desejamos a ela um mundo de felicidades para a pequena menina, seus pais e familiares, inclusive a avó paterna e super coruja, Vera Regina.

Tristezas de janeiro

Com primeiro aninho

Na próxima sexta-feira, 15, será um dia de imensa e especial alegria a mais no lar do simpático casal Rudof e Silvia. Isso, por que a linda filhinha deles, a bonequinha Helena - com os pais na foto – vai completar neste dia seu 1° aninho de vida. 

Parabéns à Helena! Desejamos a ela um mundo de felicidades para a pequena menina, seus pais e familiares, inclusive a avó paterna e super coruja, Vera Regina.

Tristezas de janeiro

A marcante e, infelizmente, triste data que marca os dez anos da tragédia das chuvas de 2011 não se configura apenas como uma década daquela tragédia climática que fez toda Nova Friburgo sofrer muito naquela fatídica madrugada de 12 de janeiro.

Ontem, 11, também, completou exatos 15 anos em que nos deixou, o grande e inesquecível Francisco Faria, o conhecido Chico da Stam, que deixou eternas saudades, não somente na equipe da metalúrgica, mas também em toda Nova Friburgo, cidade pela qual muito fez.

Níver da Ana Luiza

A última quarta-feira, 6, o dia foi dos Reis Magos e também de uma linda princesinha. Trata-se dessa fofura aí da foto, Ana Luiza Demani, filha do querido casal Fabiana e Isaque Demani, vereador em nossa cidade, e irmã da super dupla Luiz Miguel e Mateus.

Parabéns para a Ana Luiza pelo seu 4° aniversário, com votos de felicidades também aos seus familiares.

Com idade nova

No último domingo, 10, o dia foi de parabéns para o prezado Jorge Comba da Costa (foto), figura bastante conhecida e admirada em Nova Friburgo pelo seu lado profissional no segmento de relevantes projetos criativos e manutenções de equipamentos industriais nas áreas mecânicas e hidráulicas.

Isso, por que o grande Jorge Comba completou seus 78 anos de idade, mais em forma, criativo e produtivo que nunca. Nossas congratulações e os votos de tudo de bom ao querido amigo!

Empossados na SEF (1)

Observando rigorosamente os protocolos de segurança, com distanciamento entre as cadeiras, uso de máscaras, higienizações com álcool em gel e sem parte festiva e cumprimentos individuais, aconteceu na noite do último dia 4, no ginásio do Bolão, a posse dos novos diretores do clube SEF - Sociedade Esportiva Friburguense para o biênio 2021/2022, eleitos em 6 de dezembro.

À mesa conduzindo a solenidade, estiveram o presidente e o secretário do Conselho Deliberativo, Mathias Biba Borges e Marcos Sanglard, tendo ainda aos seus lados o presidente reeleito do Conselho Diretor João Eduardo Marques Schlupp com seu vice Antonio Américo Pecly Ventura, o conhecido Toni Ventura.

Assim, foram formalizadas as posses do Conselho Fiscal com o presidente Fábio Marques da Silva e membros efetivos Paulo José Teixeira e Diego Sarno Machado. Já no Conselho Diretor, João Schlupp foi reconduzido como presidente da SEF; diretor administrativo Roberto Souza de Oliveira Júnior (Robertinho); diretora de tesouraria Jaqueline de Souza Nogueira; diretor de finanças Pablo Araújo Honório; diretor jurídico Alexandre Corrêa da Silva; diretor de secretaria Carlos José Santos Valente; diretor de bolão Jefferson Barbio de Oliveira; diretor social e cultural Janayna Leal Saade; diretor de esportes e lazer Rafael Alexandre Barros; diretor de patrimônio Adriano Maduro e diretor de saúde e higiene Francisco Rodrigues Quaresma.

Empossados na SEF (2)

Em seu discurso de posse, o presidente João Schlupp (foto) disse que apesar das adversidades, inclusive em decorrência da continuidade da bandeira vermelha, inadimplência e outras adversidades, garantiu que com toda sua diretoria continuará fazendo o melhor para a SEF afim de satisfazer e até surpreender o quadro social. O ilustre sócio benemérito Dalton Carestiato saudou e desejou felicidades aos empossados e por sua vez, o vice Toni Ventura além de confirmar as boas expectativas com a vinda por aí do Centro Brasileiro de Basquetebol.

Daltons também propôs um minuto de silêncio em memória de dois estimados sócios da SEF falecidos recentemente, e prestou uma homenagem póstuma a todos os friburguenses que perderam suas vidas vítimas da Covid-19.

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    Com primeiro aninho

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    Níver da Ana Luiza

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    Empossados na SEF (2)

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Dez anos de superação

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Lembramos essa semana os dez anos da tragédia climática que assolou a Região Serrana do Rio de Janeiro. O dia 12 de janeiro de 2011 ficou marcado no coração e na mente de todos os que viveram e sobreviveram a este acontecimento fatídico. As marcas são visíveis e incontáveis, muitos ainda convivem com as dores e o medo, consequências de uma noite de pavor.

Friburgo foi a cidade mais atingida da região, contabilizando 429 mortes e inúmeros desabrigados. Mas, em meio ao caos, os moradores da cidade viram florescer a esperança regada pela solidariedade.

Lembramos essa semana os dez anos da tragédia climática que assolou a Região Serrana do Rio de Janeiro. O dia 12 de janeiro de 2011 ficou marcado no coração e na mente de todos os que viveram e sobreviveram a este acontecimento fatídico. As marcas são visíveis e incontáveis, muitos ainda convivem com as dores e o medo, consequências de uma noite de pavor.

Friburgo foi a cidade mais atingida da região, contabilizando 429 mortes e inúmeros desabrigados. Mas, em meio ao caos, os moradores da cidade viram florescer a esperança regada pela solidariedade.

É neste sentido que queremos relembrar aqueles dias. Valorizamos e respeitamos, sim, a dor de tantos quantos estiveram imersos não só nos escombros, mas de todos que quase submergiram sob a lama do descaso e da indiferença. Contudo, destacamos a força de superação dos friburguenses.

O mencionado dia 12 de janeiro de 2011 mudou a história da cidade. O relevo deste fato não se poderá medir somente pelo horror vivido, nem pela tristeza de tantas vidas perdidas em meio aos destroços, mas sim, pela atitude solidária de todos os moradores, superando, inclusive, perdas familiares para socorrer os que sobreviveram.

A unidade e a fraternidade foram fundamentais para alimentar a esperança de quem havia perdido tudo. A meta era reconstruir não apenas a cidade e as casas, mas principalmente os corações. Muitos abriram mão do pouco que lhes restou para partilhar com quem havia perdido até a razão de continuar a viver. As diferenças foram superadas e independente de credos e posição social todos se abraçaram na certeza de que somos irmãos.

Sem dúvida ainda há muito o que fazer. Precisamos investir nos mais diversos campos do exercício do bem comum. Coincidentemente celebramos dez anos de superação vivendo a pandemia de Covid-19, uma realidade que exige de nós os mesmos sentimentos de amor mútuo, responsabilidade e respeito.

As situações adversas de nossa história sempre revelaram o melhor e o pior da humanidade. Estejamos atentos ao que vivemos e busquemos trilhar caminhos que nos conduzem ao bem e à paz. Assim, tenhamos sempre diante de nós que a reconstrução da dignidade, o zelo pelo bem comum e a superação das dificuldades são compromissos de todos.

É o que faz ecoar as palavras do Papa Francisco: “Ou seguimos em frente pelo caminho da solidariedade ou as coisas irão piorar. Quero repetir: de uma crise não se sai como antes. A pandemia é uma crise. De uma crise, sai-se melhor ou pior. Temos que escolher. E a solidariedade é precisamente o caminho para sair melhores da crise” (Audiência Geral, 2 set. 2020).

Façamos nossa parte! E sem nos esquecermos da história, de tudo o que foi construído no passado, vivamos o presente a fim de construirmos um futuro de verdade, justiça e paz para todos.

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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O grande encontro

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

São raros os momentos na vida em que nos deparados com a verdade,
em que sentimos que somos invadidos pela constatação de fatos, que, muitas
vezes e naturalmente, negamos reconhecê-los como realidades presentes em
nossa história de vida. Um desses raros momentos é o da morte. Ninguém
consegue mentir na hora de findar.
A maioria das pessoas, como eu, não gosta de pensar nesta última etapa
da vida, nos minutos finais. A médica Ana Claudia Quintana Arantes, autora do
livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, editado pela Casa da Palavra,

São raros os momentos na vida em que nos deparados com a verdade,
em que sentimos que somos invadidos pela constatação de fatos, que, muitas
vezes e naturalmente, negamos reconhecê-los como realidades presentes em
nossa história de vida. Um desses raros momentos é o da morte. Ninguém
consegue mentir na hora de findar.
A maioria das pessoas, como eu, não gosta de pensar nesta última etapa
da vida, nos minutos finais. A médica Ana Claudia Quintana Arantes, autora do
livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, editado pela Casa da Palavra,
em 2016, através de uma escrita leve e cativante, por incrível que pareça,
coloca-nos frente a frente com a premissa: a única certeza de que temos na
vida é que vamos morrer um dia. Com vasta experiência e estudiosa em
Cuidados Paliativos, prática da medicina que, segundo a Organização Mundial
de Saúde, consiste na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar
que objetiva a melhora da qualidade de vida de pacientes e de seus familiares
diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e do alívio
do sofrimento.
Ah, a literatura nos salva durante a vida, do nascer ao morrer. Esse livro
tem me mostrado que estar preparado para o derradeiro momento é um modo
de findar com dignidade. Ler, pensar, falar e escrever a respeito é um ato de
coragem e de amor a si. Não é um gesto de autoconsolo, mas um modo
amadurecido de refletir sobre a vida, ou seja, uma avaliação sobre as decisões
que tomamos e como as realizamos. A vida é única. O tempo passa e não
retorna. Cada dia acordamos para um dia diferente. O modo como vamos
morrer será a síntese de tudo o que vivemos.


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

(Poema Tabacaria de Álvaro de Campos – Fernando Pessoa)

Nosso poeta, através do seu heterônimo, revela a essência da existência
humana na primeira estrofe de “Tabacaria”: somos seres em permanente
realização.
Na proximidade da morte, as dimensões espiritual e emocional dominam
a consciência. É o grande encontro. Não é um momento de abandono, nem de
deterioração. Mas de cura.
Quando partimos deixamos nossas gavetas cheias. Não levamos malas
carregadas de materialidades. Neste momento, podemos nos tornar heróis
quando temos a possibilidade de perceber grandezas: a nossa, a do outro e a
da natureza.
A literatura ao nos oferecer a possibilidade de compreender o processo
de morte com sabedoria, nos abre os olhos para lidar com a vida de modo
diferente, para observar o que nossas decisões têm nos oferecido e para
constatar o que temos possibilidades de ser e de fazer.

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