Blogs

Toda esperança do mundo

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Toda esperança do mundo caberia em uma seringa? Em um sinal de proteção e alívio? E eis que enquanto escrevia a coluna, recebi a informação de que tivemos a primeira pessoa vacinada em nossa cidade. Ufa! Mudei o rumo da prosa da semana. Óbvio! Como deixar de manifestar toda a esperança inerente à primeira agulhada tão perto de nós. Confesso que havia visto um helicóptero vermelho sobrevoando minha casa, quando tempos depois, soube que poderia ser ele a conduzir as doses de vacina para nossa região, senti-me emocionada.

Toda esperança do mundo caberia em uma seringa? Em um sinal de proteção e alívio? E eis que enquanto escrevia a coluna, recebi a informação de que tivemos a primeira pessoa vacinada em nossa cidade. Ufa! Mudei o rumo da prosa da semana. Óbvio! Como deixar de manifestar toda a esperança inerente à primeira agulhada tão perto de nós. Confesso que havia visto um helicóptero vermelho sobrevoando minha casa, quando tempos depois, soube que poderia ser ele a conduzir as doses de vacina para nossa região, senti-me emocionada. Sabe aquela sensação pueril, de infância, da criança que supõe ter visto o “trenó do Papai Noel no céu”? Pois bem. Foi uma sensação assim. Eu sei, a comparação não foi boa, mas o sentimento foi bom demais.

É claro que sabemos que é só o início de um processo longo. Complexo. Com muitas incógnitas. Temos plena consciência dos desafios grandiosos que seguem por vir. Mas toda vida importa. E cada sopro de esperança diante do caos, merece ser comemorado. O feixe de luz na escuridão significa a esperança de que tudo seja, num próximo instante, iluminado. E quem não quer a luz? Enxergar a saída do beco? Penso que a maioria de nós tem esse desejo, sobretudo diante de problemas aparentemente de difíceis soluções.

A experiência coletiva que vivenciamos no contexto pandêmico aliada às nossas experiências pessoais têm sido um desafio, para muitos, sem precedentes.  Dificílimo. Caminhamos por vezes sem saber o destino. Esperamos sem saber exatamente pelo quê. Agimos por impulso, por desespero, por medo. Deixamos de fazer coisas, ficamos inertes diante de uma série de situações. É realmente extremamente difícil lidar com o novo, sem cura, invisível, letal. Não nos ensinaram sobre isso em lugar algum. Estamos aprendendo na marra a enfrentar tudo isso em meio às demais crises que nos assolam no campo coletivo...crise política, econômica, social etc., e no campo individual...angústia, preocupação, doenças etc.

Não é fácil viver um dos capítulos mais importantes dos livros de história, biologia, estudos sociais, filosofia, química, matemática das gerações vindouras. Eu que trabalho com ciências jurídicas nas salas de aulas, já estou atravessando, profissionalmente, um desafio e tanto. Os contextos sensíveis e técnicos aglomerados demandam ainda mais estudo, responsabilidade e empatia.

 Diante de tudo isso, qualquer lampejo comprovadamente eficaz para manejarmos nossas expectativas e nos aproximarmos tanto quanto possível de uma vida habilitada ao “novo normal” emociona mesmo. Eu chorei de emoção. E pretendo ainda vivenciar a mesma emoção por muitas vezes. Um dia, a materialização da ciência chegará aos meus também. Espero. Enquanto isso, celebrarei cada vacina aplicada a cada cidadão ao mesmo tempo em que chorarei por cada ato irresponsável que atenta contra vidas humanas, por cada cidadão sem ar, por cada profissional de saúde que luta incessantemente e se expõe aos mais variados riscos, por cada família enlutada.

Por tudo de terrível que vem acontecendo. Já entendi que sorriso e lágrimas acontecem ao mesmo tempo, que esperança e dor são vizinhas e convivem bem no mesmo ser, no mesmo rosto.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Você precisa sair da poupança!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Já ouviu falar sobre o conceito de rentabilidade real? É fundamental entender esta ideia assim que você começa a pensar – com inteligência financeira – na saúde do seu dinheiro. Basicamente, este conceito inclui as taxas de inflação sobre a rentabilidade nominal (o número percentual correspondente ao potencial de lucratividade) a fim de entender se o poder de compra, após determinado período, está protegido ou ampliado. Vamos analisar o exemplo prático da caderneta de poupança e entender, de vez, este conceito.

Já ouviu falar sobre o conceito de rentabilidade real? É fundamental entender esta ideia assim que você começa a pensar – com inteligência financeira – na saúde do seu dinheiro. Basicamente, este conceito inclui as taxas de inflação sobre a rentabilidade nominal (o número percentual correspondente ao potencial de lucratividade) a fim de entender se o poder de compra, após determinado período, está protegido ou ampliado. Vamos analisar o exemplo prático da caderneta de poupança e entender, de vez, este conceito.

A propósito, se você tem dinheiro na caderneta e não sabia disso, não se desespere (mas também não perca mais tempo), pois vou apresentar algumas soluções no final deste texto. Partindo para a exemplificação dos termos presentes neste conceito, confira alguns dados referentes às cadernetas de poupança e a inflação de 2020: rentabilidade nominal: 2,09% ao ano; inflação (IPCA): 4,52% ao ano; rentabilidade real (rentabilidade nominal - inflação): - 2,43% ao ano.

Triste, mas é assim – “pelas beiradas” – que as ferramentas de concentração de renda agem sobre a sociedade; explorando a falta de conhecimento para potencializar as margens de lucro. Portanto, por que não mudar essa história? É o que me motiva a estar aqui todas as sextas-feiras há mais de 60 semanas seguidas: promover o conhecimento financeiro! Não podemos aceitar nosso dinheiro perdendo poder de compra enquanto a captação da caderneta segue batendo recordes. Em 2020, a captação líquida desta classe foi de R$166 bilhões; o recorde anterior era de R$ 71bilhões em 2013. Considerando os dados do ano passado e numa situação hipotética de toda a captação líquida ter sido alocada no dia 1º de janeiro, a população brasileira perdeu – em poder de compra – mais de R$ 4 bilhões. Um desrespeito social, já que a caderneta de poupança é o produto de investimento mais popular do país.

O descaso é ainda maior se considerarmos destrinchar o índice IPCA de inflação e analisar produto a produto, qual é a inflação real sentida pela maioria dos brasileiros. Contudo, nem tudo está acabado e existem muitas (sim, muitas) possibilidades de investimento mais rentáveis que a caderneta de poupança e – acredite – a mesma (sim, a mesma) segurança para o seu dinheiro. Antes de entrarmos nas bases de cálculo da rentabilidade destes investimentos, é importante entender o que os protege. No caso da caderneta de poupança e outros diversos títulos de renda fixa (como, por exemplo, os CDB, LCI e LCA, LC), a entidade responsável por assegurar seus investimentos é o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Portanto, já que a segurança é a mesma, por que continuar na poupança?

Agora, continuando com exemplos práticos, vamos analisar a fórmula de cálculo da poupança. Rentabilidade = 70% da Selic + TR (taxa referencial, que há anos é igual a zero). Portanto, refaço a pergunta com alguns acréscimos, por que receber 70% da Selic se você pode investir diretamente em títulos público e ser remunerado em 100% da Selic?

Continuando o show de horrores (considere Selic e CDI como taxas numericamente idênticas), por que ser remunerado em 70% do CDI se você pode ter acesso aos principais CDBs do Brasil e ser remunerado em 200% do CDI e ter exatamente a mesma garantia sobre o seu dinheiro? A única resposta que consigo enxergar é a manipulação do acesso à educação financeira. Você que está comigo, tem a responsabilidade de informar, sempre, o maior número de pessoas ao seu redor. As ferramentas de concentração de renda estão sempre presentes no nosso cotidiano e precisamos lutar contra elas. Pense nisso com muito carinho.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A ilustre presença de Machado de Assis em Nova Friburgo

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A primeira vez que Machado de Assis esteve em Nova Friburgo foi em 1878, para tratar de uma estafa e de uma retinite. Desde a sua criação Nova Friburgo era um município conhecido pela salubridade de seu clima atraindo indivíduos que vinham se curar da tuberculose que afligia, pelo menos, um membro de cada família brasileira. Neste sentido, este município era uma estância de cura para onde se dirigiam os cariocas abastados ou morigerados para a convalescência da tísica ou de outros “incômodos”.

A primeira vez que Machado de Assis esteve em Nova Friburgo foi em 1878, para tratar de uma estafa e de uma retinite. Desde a sua criação Nova Friburgo era um município conhecido pela salubridade de seu clima atraindo indivíduos que vinham se curar da tuberculose que afligia, pelo menos, um membro de cada família brasileira. Neste sentido, este município era uma estância de cura para onde se dirigiam os cariocas abastados ou morigerados para a convalescência da tísica ou de outros “incômodos”.

Foram em duas correspondências com o escritor José Veríssimo, que estava naquela ocasião em Nova Friburgo, que Machado de Assis fez referência a sua convalescença na cidade serrana. A primeira carta data de 1 de dezembro de 1897. “Meu caro José Veríssimo(...) Estimei ler o que me diz dos bons efeitos de Nova Friburgo. A mim esse lugar para onde fui cadavérico há uns dezessete [dezenove] anos, e donde saí gordo, ce qu’on appelle gordo, há de sempre lembrar com saudades. Estou certo que lucrará muito, e todos os seus também, e invejo-lhes a temperatura...”

Já na segunda carta que data de 1º de fevereiro de 1901, escreveu: “Meu caro J. Veríssimo. Creio que se lembra de mim lá em cima [Nova Friburgo]; também eu me lembro de você cá em baixo, com a diferença que você tem as alamedas do belo parque para recordar os amigos, e eu tenho as ruas desta cidade. Li com inveja as notícias que me dá daí e dos seus dias gloriosos.(...) Nova Friburgo é terra abençoada. Foi aí que, depois de longa moléstia me refiz das carnes perdidas e do ânimo abatido. (...) consegui engordar como nunca...”

Em 16 de fevereiro de 1901, Machado escreveu: “...Pela outra sua [carta] vi que está passando bem, tão bem que até me quisera lá. Eu não menos quisera subir [para Nova Friburgo], apesar de carioca enragé; ao Sancho Pimentel, que há dias me convidava a acompanhá-lo, respondi com a verdade, isto é, que não posso deixar o meu posto.(...) Já tivemos frio! Verdade é que ter frio não é ter Nova Friburgo. A prova do benefício que lhe faz esse clima delicioso, com a vida que lhe corresponde, cá temos tido nas suas revistas literárias, que são para gulosos...”.

Buscando a melhora de uma moléstia da esposa, em janeiro de 1904, o escritor viajou para a salubre Nova Friburgo com Carolina Augusta Xavier de Novaes Machado de Assis, que padecia de uma infecção intestinal deixando-a anêmica. Em 1878 o casal se hospedara no Hotel Salusse, mas nesta segunda estadia optaram pelo Hotel Engert, que tinha instalações ajardinadas.

De Nova Friburgo, Machado de Assis escreveu em 14 de janeiro de 1904 a Veríssimo: “Minha mulher agradece-lhe igualmente os seus bons desejos, e espera, como eu, ganhar aqui o que se perdeu com a doença, se não é esta anemia que persiste ainda; o clima é bom e dizem que famoso para esta sorte de males.(...) Vim achar aqui alguma diferença do que era há vinte [vinte e seis] anos, não tal, porém, que pareça outra cousa. Há um jardim bem cuidado, e algo mais. O resto conserva-se. (...) Quanto ao algo novo, além do jardim público e árvores recém-plantadas, são uma dúzia de casas de residência e ruas começadas...” Em 17 de janeiro escreve ao amigo dando novas notícias da esposa. “...Minha mulher vai passando melhor, conquanto algumas pessoas amigas nos arrastassem a visitas e excursões e dessem conosco no teatro [Dona Eugênia], anteontem. O ar é bom, o calor não é mau, sem ser da mesma intensidade que o de lá [Rio de Janeiro], segundo contam e leio. Eu vou andando; não tenho a palestra do Garnier [livraria], e particularmente a nossa, mas você tem a arte de a fazer lembrar.”

Nas demais correspondências com Veríssimo, Machado ironizava escrevendo que do Hotel Engert ouvia as vozes secretas da Câmara Municipal, mencionava as chuvas constantes que lhes impediam os passeios, relatou uma missa e uma procissão, escreveu sobre o Colégio Anchieta em fase de construção, de suas saudades do Rio, de um conhecido de ambos que encontrou em Friburgo buscando a cura do filho e sobre uma febre que acometera o escritor. Mais uma vez ironizou: “Veja o que são as cousas deste mundo. Entrei com saúde em cidade, onde outros vêm convalescer de moléstia, e apanhei uma moléstia.”

Machado de Assis parece ter ficado em Nova Friburgo com a esposa por quase três meses, até quase o fim de março. No entanto, Carolina faleceu em outubro daquele ano.

Voltando no tempo, em 1893, discutia-se a mudança da capital do Estado do Rio de Janeiro, de Niterói para um município do interior. Nova Friburgo estava entre as cidades com boas chances de ser a sede do governo estadual. A este respeito escreveu Machado de Assis: “Também há quem indique Nova Friburgo e, se eu me deixasse levar pelas boas recordações dos hotéis Leuenroth e Salusse, não aconselharia outra cidade. Mas, além de não pertencer ao Estado (sou puro carioca), jamais iria contra a opinião dos meus concidadãos unicamente para satisfazer reminiscências culinárias. Nem só culinárias; mas também as tenho coreográficas... Oh! bons e saudosos bailes do salão Salusse! Convivas desse tempo, onde ides vós? Uns morreram, outros casaram, outros envelheceram; e, no meio de tanta fuga, é provável que alguns fugissem. Falo de quatorze [quinze] anos atrás. Resta ao menos este miserável escriba, que, em vez de lá estar outra vez, no alto da serra, aqui fica a comer-lhes o tempo.”

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Corrupção e sua saúde mental

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Estudos científicos têm mostrado que quando uma pessoa se envolve em atitudes corruptas, ela tem um aumento do nível de estresse em seu corpo e mente. Há um excesso de produção dos hormônios do estresse, como a adrenalina e a cortisona. E este excesso lesa órgãos vitais de nosso organismo, e quando o estresse se torna repetitivo, ele conduz à doenças variadas, desde depressão até câncer.

Estudos científicos têm mostrado que quando uma pessoa se envolve em atitudes corruptas, ela tem um aumento do nível de estresse em seu corpo e mente. Há um excesso de produção dos hormônios do estresse, como a adrenalina e a cortisona. E este excesso lesa órgãos vitais de nosso organismo, e quando o estresse se torna repetitivo, ele conduz à doenças variadas, desde depressão até câncer.

Quando você está envolvido em atividades corruptas, está destruindo a si mesmo. Acúmulo obsessivo de bens materiais, seja pelo trabalho honesto ou pela fraude, não promove saúde. Produz patrimônio, mas não saúde. Não é a presença de uma doença mental no indivíduo que o faz corrupto. Mas será que corruptos possuem defeitos de personalidade possíveis de serem mensurados pela ciência? O que conduz às atitudes corruptas são as fragilidades de caráter ligadas ao interesse da pessoa de estar numa posição na qual pode obter benefícios pessoais.

A lesão no caráter chega num ponto em que corruptos praticam atos ilegais, geralmente em grupo, criando um conceito para eles de que a violação da honestidade é justa. Você deve se lembrar da absurda hipocrisia de parlamentares religiosos no Brasil envolvidos em propinas fazerem uma oração agradecendo a Deus pelo dinheiro ilícito obtido.

O poder não corrompe necessariamente, mas revela tendências comportamentais pré-existentes no indivíduo. Os que desde sempre se preocupam em ser corretos e éticos, que sempre pensam em ajudar a aliviar o sofrimento das pessoas da comunidade, ao assumirem o poder mantêm atitude honesta. E o contrário é verdadeiro, os que sempre se comportam sem ética, mesmo em pequenas coisas, assumindo o poder farão o mesmo.

O dr. John R. Schafer é analista comportamental do FBI, polícia secreta norte-americana. Em seu artigo “A Psicopatologia da Corrupção” – psicopatologia é o estudo das doenças mentais – publicado em 2 de agosto de 2018 na revista Psychology Today (Psicologia Hoje), ele afirmou que a corrupção serve como uma "máscara de poder" para esconder inseguranças pessoais. Explica que pessoas corruptas e suscetíveis à corrupção não são felizes e que a corrupção serve como forma de obter felicidade por meio do poder.

Diz ele que o poder coloca uma pessoa ou grupo acima de outra pessoa ou grupo, criando uma ilusão de felicidade por meio do controle. Dominar as pessoas não pode trazer felicidade. A corrupção apenas mascara as inseguranças. A “máscara de poder”, quando retirada, revela inseguranças pessoais. A pessoa ou grupo corrompido procura manter ou aumentar o controle do poder para manter a ilusão de felicidade.

Dr. Schafer afirma que “membros de grupos corrompidos juram lealdade a seus grupos, ignorando seu dever para com a comunidade em geral. Os valores pessoais substituem os valores da comunidade.” E ele continua: “A maneira mais rápida das pessoas inseguras se sentirem bem consigo mesmas é colocar-se acima dos outros. Tanto no governo quanto no setor privado, o poder é a maneira mais rápida de elevar uma pessoa acima de outra. Enquanto pessoas inseguras permanecerem no poder, elas podem se esconder atrás da "máscara de poder". Líderes inseguros não aceitam novas ideias porque outra pessoa pode obter o reconhecimento e usurpar o poder dos grupos corruptos. Pessoas que apresentam novas ideias ameaçam líderes inseguros. ... Como uma droga viciante, o poder anseia por um poder cada vez maior. Líderes inseguros muitas vezes não têm as habilidades necessárias para se sobressair, por isso recorrem à corrupção para manter e ganhar mais poder. Líderes inseguros não podem abrir mão do poder, pois fazer isso exporia suas inseguranças.”

Uma boa liderança ligada ao bem impede a corrupção. Com boa liderança, as pessoas respeitam seus líderes e recebem respeito em troca. A boa liderança cria um ambiente onde as pessoas se sentem bem consigo mesmas e com o grupo ao qual pertencem.  Mas a malignidade conduz pessoas a serem doentiamente ambiciosas quanto ao dinheiro, a quererem ser os primeiros de uma forma orgulhosa que os leva a ficarem obsessivos pelo posto mais alto, e também conduz indivíduos a ficarem murmurando e reclamando de tudo, deixando a gratidão de lado. Estas pessoas ainda são escravas da corrupção. Não sabem o que é liberdade.

O poder da bondade precisa ser recebido a cada dia, caso contrário cairemos na corrupção em quaisquer de suas formas. O eu não tem capacidade para administrar bem o eu nos caminhos do bem. Somente a bondade pode nos fazer pessoas de caráter nobre, não corruptas, e, assim, nos tornamos úteis à sociedade. 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Mortos muito vivos

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Teoria por teoria, essa é tão boa quanto outra qualquer

Teoria por teoria, essa é tão boa quanto outra qualquer

Há muitos mistérios neste mundo e de nada devemos duvidar. Por exemplo, até recentemente os portugueses esperavam sentados pela volta do rei D. Sebastião, que nunca voltou, pela singela razão de que havia morrido em 1578, na África, onde fora se meter em guerra contra os mouros.  Rei e órfão desde o ventre materno, morreu sem deixar herdeiros, e órfã deixou a nação portuguesa. Como seu corpo nunca foi achado, desse defunto insepulto nasceu o Sebastianismo, crença de que o rei voltaria para governar e engrandecer a pátria. Creio que, passadas algumas centenas de anos, mesmo os mais ferrenhos monarquistas lusitanos já desistiram de esperar por esse rei que, de bom mesmo, só fez autorizar a criação da Cidade Maravilhosa. Bem, foi mais ou menos isso que aprendi na minha longínqua oitava série.

Elvis Presley é outro que continua vivo mesmo depois de ter morrido. E não estou falando em sentido figurado: é vivo mesmo, ou pelo menos assim pensa muita gente mundo afora. Recentemente apareceu a foto de um senhor gorducho, de vasta cabeleira branca, que, para muitos, não é outro senão o Rei do Rock, agora trabalhando como jardineiro — vejam vocês o que é a vida e quão passageiras são as glórias deste mundo! Isso depois de ter fugido para a Argentina, de ter atuado como coadjuvante no filme Esqueceram de Mim e de ter sido abduzido por uma nave espacial. Ou seja, pode estar cuidando de jardins, cantando tango em casa de shows, ou ensinando marcianos a tocar violão e requebrar.  Mas a maior prova de que Elvis não morreu em 1977 é a declaração de uma confiável senhora americana para quem o próprio telefonou recentemente, para dar notícias e informar que estava passando bem. Não há por que duvidar.

Com certeza também não faltará quem ache que Michael Jackson anda escondido em algum lugar por aí, preparando uma nova turnê, ou talvez administrando uma barraca no Mercado Modelo de Salvador. E não é de todo impossível que Frank Sinatra tenha sido visto de sarongue, torcendo pela Mangueira no Carnaval carioca de 2019. (Pelos exemplos citados, já se viu que são os artistas americanos os que mais sobrevivem ao próprio caixão).

Quem parece que morreu mesmo foi o pessoal que teve o azar de, no dia 14 de abril de 1912, estar a bordo do Titanic, embora nele ou dele não tenha morrido ninguém. Explico: segundo uma das centenas de teorias da conspiração que rolam pelo mundo, o navio que afundou foi outro, um tal de Olympic. Os dois pertenciam à mesma empresa e o Olympic já estava meio ferrado, por causa de um acidente. Há quem acredite que um diretor da empresa teve então a brilhante ideia de despachar o Olympic no lugar do Titanic, cujo falso afundamento resultaria numa indenização muito maior.

O problema foi que o suposto Titanic afundou antes da hora combinada, e o socorro que estava planejado não chegou a tempo de recolher os náufragos. Ou seja: o Titanic só afundou de mentirinha, mas quem morreu, morreu de verdade. Talvez a história não seja bem assim, que eu não sou especialista em teorias da conspiração. Mas, teoria por teoria, essa é tão boa quanto outra qualquer. E se você, leitor, se interessa pela pura verdade dos mais falsos acontecimentos, não faltará um livro ou um filme para contar uma versão que mais lhe agrade.

Enfim, há muitas e diferentes mortes, e uns morrem mais do que outros. O melhor que fazemos é ir cuidando da nossa própria vida enquanto podemos, até que chegue a hora em que também o nosso navio vá para o fundo oceano do esquecimento, e não haja qualquer teoria que, falsa ou verdadeira, nos traga de novo à vida.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O incentivo santo

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Aberta a sessão de fraternidade em casa de Pedro, Tadeu clamou, irritado, contra as próprias fraquezas, asseverando perante o Mestre:

 — Como ensinar a verdade se ainda me sinto inclinado à mentira? Com que títulos

transmitir o bem, quando ainda me reconheço arraigado ao mal? Como exaltar a espiritualidade divina, se a animalidade grita mais alto em minha própria natureza?

Aberta a sessão de fraternidade em casa de Pedro, Tadeu clamou, irritado, contra as próprias fraquezas, asseverando perante o Mestre:

 — Como ensinar a verdade se ainda me sinto inclinado à mentira? Com que títulos

transmitir o bem, quando ainda me reconheço arraigado ao mal? Como exaltar a espiritualidade divina, se a animalidade grita mais alto em minha própria natureza?

O companheiro não formulava semelhantes perguntas por espírito de desespero ou desânimo, mas sim pela enorme paixão do bem que lhe tomava o íntimo, a observar pela inflexão de amargura com que sublinhava as palavras.

 Entendendo-lhe a mágoa, Jesus falou, condescendente:

 — Um santo aprendiz da lei, desses que se consagram fielmente à verdade, chamado pelo Senhor aos trabalhos da profecia entre os homens, mantinha-se na profissão de mercador de remédios, transportando ervas e xaropes curativos, da cidade para os campos, utilizando-se para isso de um jumento caprichoso e inconstante, quando, refletindo sobre os defeitos de que se via portador, passou a entristecer-se profundamente. Concluiu que não lhe cabia colaborar nas revelações do céu, pelo estado de impureza íntima, e fez-se mudo. Atendia às obrigações de protetor dos doentes, mas recusava-se a instruir as criaturas, na divina palavra, não obstante as requisições do povo que já lhe conhecia os dotes de inteligência e inspiração.       Sentido, porém, que a celeste vontade o constrangia ao desempenho da tarefa e reparando que os seus conflitos mentais se tornavam cada vez mais esmagadores, certa noite, depois de abundantes lágrimas, suplicou esclarecimento ao todo-poderoso. Sonhou, então, que um anjo vinha encontrá-lo em suas lides de mercador. Viu-se cavalgando o voluntarioso jumento, vergado ao peso de preciosa carga, em verdejante caminho, quando o emissário divino o interpelou, com bondade, em seguida às saudações habituais:

— Meu amigo, sabes quantos coices desferiu hoje este animal?

— Muitíssimos — respondeu sem vacilação.

 — Quantas vezes terá mordido os companheiros de estrebaria? — prosseguiu o enviado, sorridente — quantas vezes terá insultado o asseio de tua casa e orneado despropositadamente?

E porque o discípulo aturdido não conseguisse responder, de pronto, o anjo considerou:

 — Entretanto, ele é um auxiliar precioso e deve ser conservado. Transporta medicamentos que salvam muitos enfermos, distribuindo esperança, saúde e alegria.

E fitando os olhos lúcidos no pregador desalentado, rematou:

— Se este jumento, a pretexto de ser rude e imperfeito, se negasse a cooperar contigo, que seria dos enfermos a esperarem confiantes em ti? Volta à missão luminosa que abandonaste, e, se te não é possível, por agora, servir a Nosso Pai Supremo na condição de um homem purificado, atende aos teus deveres, espalhando reconforto e bom ânimo, na posição do animal valioso e útil. Nas bênçãos do serviço, serás mais facilmente encontrado pelos mensageiros de Deus, os quais, reconhecendo-te a boa-vontade nas realizações do amor, se compadecerão de ti, amparando-te a natureza e aprimorando-a, tanto quanto domesticas e valorizas o teu rústico, mas prestimoso auxiliar!

Nesse instante, o pregador viu-se novamente no corpo, acordado, e agora feliz em razão da resposta do Alto, que lhe reajustaria a errada conduta.

Surgindo o silêncio, o discípulo agradeceu ao Mestre com um olhar. E Jesus, transcorridos alguns minutos de manifesta consolação no semblante de todos, concluiu:

 — O trabalho no bem é o incentivo santo da perfeição. Através dele, a alma de um criminoso pode emergir para o céu, à maneira do lírio que desabrocha para a luz, de raízes ainda presas no charco.

Em seguida, o Mestre pôs-se a contemplar as estrelas que faiscavam, dentro da noite, enquanto Tadeu, comovido, se aproximava, de manso, para beijar-lhe as mãos com doçura reverente.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 63 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA não é música, mas tem as melhores pautas!

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

O Caderno Z voltou das férias em alto estilo, festejando o Dia Mundial do Compositor, 15 de janeiro. Partituras e violão lembram a minha casa da infância, onde a música era um elemento fundamental, fosse no rádio ou na vitrola da sala. “Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história”. Mesmo sendo tão antiga, a música não tem idade, porque nunca sai de moda. Em termos de Brasil, o Caderno Z trouxe uma constelação de autores, começando por Chiquinha Gonzaga, nascida em 1847 e o seu “O Abre alas” que abriu caminho para incontáveis sucessos.

O Caderno Z voltou das férias em alto estilo, festejando o Dia Mundial do Compositor, 15 de janeiro. Partituras e violão lembram a minha casa da infância, onde a música era um elemento fundamental, fosse no rádio ou na vitrola da sala. “Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história”. Mesmo sendo tão antiga, a música não tem idade, porque nunca sai de moda. Em termos de Brasil, o Caderno Z trouxe uma constelação de autores, começando por Chiquinha Gonzaga, nascida em 1847 e o seu “O Abre alas” que abriu caminho para incontáveis sucessos.

Noel Rosa, por exemplo, viveu apenas 27 anos e deixou um legado musical invejável. Vinícius, Jobim, Chico Buarque, Caetano, Gil, Milton e tantos mais, estão na lista dos maiores nomes da música brasileira. É difícil destacar todos por contenção de espaço, mas estamos bem servidos de compositores, inclusive em nossa cidade com Benito di Paula, Teleco Ventura, Arnaldo Miranda e Valcir Ferreira. Nos clássicos do cinema, o “Z” destaca Ennio Morricone, autor de trilhas inesquecíveis. No brilhantismo do tema, o Caderno Z nos brindou também com uma bela página sobre o Hino de Nova Friburgo e seus autores, Franklin Coutinho e Sérvio Túlio Pereira do Lago. “Salve brenhas do Morro Queimado que os suíços ousaram varar...”. Parabéns Caderno Z!

A segunda semana do novo ano foi permeada de fortes emoções pela passagem dos dez anos da tragédia climática de 2011. Nos “Destaques da Semana”, o jornal deu realce a alguns eventos e os voluntários da Cruz Vermelha prestaram homenagem às vítimas da tragédia, no “Memorial 12 de Janeiro”. O sentimento de pesar pelas famílias, as pessoas vitimadas, o caos na cidade são lembranças que mexem com a nossa sensibilidade e devem ser como um farol a iluminar o nosso discernimento.

 A visita do governador do Estado do Rio, Cláudio Castro, foi um marco em nossa história, pois, além do gesto solidário, sua presença rendeu bons frutos e deixou a classe empresarial bem otimista. No setor da economia, bom saber que a Ford, deixando o Brasil, não impacta o polo metalmecânico friburguense. Assim, dessa crise estamos livres. Parece também que vamos nos livrar das dificuldades de mobilidade urbana, pois, o novo secretário da pasta, Fabrício Medeiros, promete muitas melhorias na cidade.

 Em “Há 50 Anos”, A VOZ DA SERRA publicava o edital sobre as normas do vestibular para as provas de admissão à recém-criada Faculdade de Odontologia, em Nova Friburgo. O exame era o sinal da realização do “sonho dourado dos jovens friburguenses e de suas famílias”. Com o passar do tempo, não somente a nossa cidade foi beneficiada, mas quantos e quantos jovens de outras regiões foram também favorecidos.

Passado meio século, discutimos agora sobre “retorno seguro das aulas” para 2021. A pandemia do coronavírus continua ativa, com bandeira vermelha, inquietando as autoridades, professores, pais e alunos. A sonhada “retomada segura e gradual das aulas presenciais” ainda está em debate e é preciso pensar em todos os riscos e em soluções bem fundamentadas para garantir decisões coerentes. No “rol das atividades essenciais”, a Educação é prioridade. Contudo, o momento é tenso e de atenção redobrada.

 Em “Sociais”, o aniversário da querida Iza Mello Vieira, nesta terça, 19, me trouxe uma saudade incrível deste casal simpatia da cidade - Iza e Ronald. Parabéns, Iza! Vê-los na esquina da Rua Ariosto para boas prosas parece um sonho. Dez meses que não passo por aí. Nossas conversas iam de filosofia aos grandes enigmas do universo. Parabéns ao casal pelas Bodas de Granito, data festejada em 23 de dezembro último. Nossa cidade tem o dom de nos aproximar de pessoas maravilhosas com as quais podemos crescer. Vai uma perguntinha ao meu amigo Ronald: - lembra-se daquele cachorro dormindo sob as suas pernas na Avenida Alberto Braune? Você, sentado em frente ao Unibanco, nem queria se mexer para não “perturbar” o bichinho. Gesto lindo, inesquecível. Quem tem amor no coração, ama de verdade. Nova Friburgo é assim, cheia de amor pelos ares!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Em versão 3.0

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Em versão 3.0

 Desde já, nossas congratulações para a querida Anna Tainara Ramiro Rocha Venturino (foto), esposa do prezado Juliano Venturino e que completa este mês três décadas de maravilhosa existência na vida dos seus familiares e amigos.

 As comemorações, com muita alegria entre familiares e cercadas de precauções em razão deste tempo de pandemia que vivemos, ocorrerá no sábado.

Parabéns sempre!

Em versão 3.0

 Desde já, nossas congratulações para a querida Anna Tainara Ramiro Rocha Venturino (foto), esposa do prezado Juliano Venturino e que completa este mês três décadas de maravilhosa existência na vida dos seus familiares e amigos.

 As comemorações, com muita alegria entre familiares e cercadas de precauções em razão deste tempo de pandemia que vivemos, ocorrerá no sábado.

Parabéns sempre!

O jovem da foto, Thiago Oliveira, vem marcando presença nesta coluna com os registros de aniversário desde os seus primeiros anos de vida. Agora, com grande alegria, o felicitamos pela chegada ao seu 19º ano celebrado na próxima quinta-feira, 21.

Parabéns, felicidades e tudo de bom para o querido Thiaguinho.

Vivas ao Adauto!

Numa semana recheada de aniversariantes especiais e bem queridos, destacamos mais um para a qual endereçamos com carinho nossos cumprimentos: o empresário Adauto Ribeiro, que ontem, 18, completou mais um ano de vida. Felicidades!

Ronald Emanuel é 10!

O admirado Rivail Gibaja Gripp, membro de tradicional família friburguense e que há alguns anos, encontra-se radicado em Rio das Ostras desenvolvendo belos trabalhos junto à prefeitura daquela cidade litorânea, viveu junto com sua bela família uma alegria a mais na última sexta-feira, 15.

 É que seu filho Ronald Emanuel completou dez anos, para alegria também da mamãe Ariane Salles, Anthony Augusto e Elton Daniel, os quais aparecem ao seu lado na foto. Parabéns ao Ronald e toda sua linda família.

Aniversariou no sábado

O último sábado, 16, foi de tamanha alegria para o conhecido contador, empresário e ex-vereador de Nova Friburgo, Mário Aguilera Campos, que trocou de idade nesta data.

Por isso, para o simpático Aguilera, nossos parabéns com votos de mais e mais felicidades. Ele merece!

Parabéns ao Canhotinha!

Vivas com votos de saúde, paz e alegrias para o grande craque do futebol brasileiro Gérson Nunes (foto), o Gerson Canhotinha de Ouro, nascido em Niterói e que possui, há anos, possui residência no bairro Braunes aqui em Nova Friburgo. No último dia 11, ele somou, com orgulho, 80 anos de idade.  Por isso, nossos parabéns ao mais friburguense de todos os niteroienses que é o Canhotinha de Ouro. Salve ele!

  • Foto da galeria

    Em versão 3.0

  • Foto da galeria

    Parabéns sempre!

  • Foto da galeria

    Ronald Emanuel é 10!

  • Foto da galeria

    Parabéns ao Canhotinha!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Membros do mesmo corpo

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Nesta semana, fomos surpreendidos com a atordoante notícia de que faltava oxigênio no pulmão do mundo, ocasionando a morte coletiva de manauaras por asfixia. Parece absurdo, mas é a triste realidade que estamos enfrentando no país. A falta de uma das principais armas na luta para salvar vidas vítimas da Covid-19.

Nesta semana, fomos surpreendidos com a atordoante notícia de que faltava oxigênio no pulmão do mundo, ocasionando a morte coletiva de manauaras por asfixia. Parece absurdo, mas é a triste realidade que estamos enfrentando no país. A falta de uma das principais armas na luta para salvar vidas vítimas da Covid-19.

Ao mesmo tempo, como um hálito de esperança, testemunhamos a aprovação, por unanimidade, do uso emergencial de vacinas contra a enfermidade que tem assolado o mundo. Contudo, não podemos nos enganar de que a luta se encerrou. Ouvimos o diretor geral da Anvisa, a Agência de Vigilância Sanitária, Antônio Barra Torres, dizer que “o inimigo é um só. A nossa chance, a nossa melhor chance nesta guerra passa, obrigatoriamente, por uma mudança de comportamento social, sem a qual, mesmo com vacinas, a vitória não será alcançada” (17 jan. 2021).

O enfrentamento da crise deve ser assumido por todos, principalmente no que se diz respeito ao cuidado pessoal e à adoção de medidas preventivas simples, mas que podem salvar inúmeras vidas. Mais uma vez se faz necessário falar da indiferença que aflige a humanidade. Bombardeados todos os dias com inúmeras estatísticas, nos esquecemos que aqueles números são na verdade pessoas, irmãos que sofrem as consequências da falta de empatia e corresponsabilidade.

O santo padre, em entrevista para o programa Tg5 da rede de televisão italiana, advertiu que “a indiferença nos mata, porque nos afasta. Ao invés, a palavra-chave para pensar as saídas da crise é a palavra ‘proximidade’. Se não há unidade, proximidade, podem-se criar tensões sociais mesmo dentro dos estados” (10 jan. 2021).

Refletindo sobre as organizações sociais, seja na Igreja, seja na vida política, o pontífice exorta, que toda a classe governamental não tem o direito de dizer ‘eu’, mas deve sempre dizer ‘nós’ e trabalhar pela unidade diante da crise. E conclui afirmando que “um político, um pastor, um cristão, um católico, também um bispo, um sacerdote, que não tem a capacidade de dizer ‘nós’ ao invés de ‘eu’, não está à altura da situação” (idem).

Enquanto olharmos para a situação atual do país e do mundo apenas pelas estatísticas, não abriremos espaço para a compaixão. Pois compadecer-se é sofrer com. É assumir a dor do outro como própria. É sentir-se responsável. É mover-se a fazer algo para evitá-la ou ao menos amenizá-la.

Atualmente, vivenciamos alguns embates ideológicos que dificultam, ainda mais, o enfrentamento da crise. Motivados por descrenças, alguns grupos intensificam a discussão de que a vacinação, neste momento, não é uma alternativa viável. Outros, ainda, aproveitam deste evento para uma promoção pessoal e partidária, não se importando com o bem-estar social e a dignidade humana.

A este respeito, Francisco ajuizou: “Eu creio que eticamente todos devem tomar a vacina. Não é uma opção, é uma ação ética. Porque está em risco a sua saúde, a sua vida, mas também a vida dos outros”. Alcançados pelas palavras do apóstolo, lembremos que somos um só corpo e que, por isso, somos responsáveis uns pelos outros (cf. Rm 12, 5). Assim sendo, não é só sobre você, é também sobre o outro e, da mesma forma, não é só sobre o outro é também sobre você.

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Tempo de faxina

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Buscando ideias para escrever a coluna desta semana, pensei numa amiga, Patrícia Mellodi, cantora e compositora, que compôs uma deliciosa música, Faxina Geral. Considero a letra uma poesia sobre o tempo de passagem, em que fechamos um capítulo da nossa história e recomeçamos outro. 

Buscando ideias para escrever a coluna desta semana, pensei numa amiga, Patrícia Mellodi, cantora e compositora, que compôs uma deliciosa música, Faxina Geral. Considero a letra uma poesia sobre o tempo de passagem, em que fechamos um capítulo da nossa história e recomeçamos outro. 

O início do ano é tempo de ajeitar os copos na cristaleira, dar um jeito nas gavetas e arrumar o baú de guardados. É tempo de varrer a casa, de tirar as teias de aranha e limpar a sujeira debaixo do tapete. Janeiro é o mês em que se coloca a vida em dia para começar o ano, um novo tempo, que tem ares carregados de esperanças. 

Principalmente neste ano de 2021, depois de tudo o que vivemos no ano passado, precisamos abrir um novo diário. Aí, meu amigo, é bom tirar as cracas que ficaram encruadas em nós para fazermos a roda da vida girar.

Toda vez que escuto a música da Patrícia, sinto vontade de me virar pelo avesso. Sua música me é um estímulo para ir além e superar dificuldades, que, comumente, são as grandes e as pequenas pedras que me machucam os pés. Como dou tropeços e topadas!

Deixo, então, aqui, a letra de Faxina Geral para motivar a todos a pegarem as flanelas e engraxarem os sapatos.

 

FAXINA GERAL

Vou fazer uma faxina

Botar a casa em ordem

Dar uma geral

No meu coração

Vou dar um fim na poeira

Lavar com mangueira

A recordação

Descongelo a geladeira

Dou tudo o que é teu

Mudo a roupa de cama

Troco a cor das paredes

Eu armo uma rede

Acendo um incenso

Incendeio o colchão

Abro todas as janelas

Acendo uma vela

Faço uma oração

Pra Santo Antônio

E num baby-doll de cetim

Pronta pra só dizer sim

Com a casa da alma lavada

Escancaro o portão

 

Que é pra ver se vem

Um novo amor

Que é pra ver se sou

Feliz outra vez

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.