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Agosto teve 19 acidentes de trânsito e dez atropelamentos

sábado, 31 de agosto de 2024

Edição de 30 e 31 de agosto de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes

Edição de 30 e 31 de agosto de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes

Agosto teve 19 acidentes de trânsito e dez atropelamentos - Nova Friburgo registrou neste agosto 19 acidentes e dez atropelamentos, demonstrando que a violência no trânsito fez aumentar em 10% o número de vítimas, em relação ao mês de julho e em 60% em relação a igual período do ano passado. No mês de agosto foram 19 os acidentes no tráfego, entre colisões, capotamentos e abalroamentos, fazendo 28 vítimas, atendidas nos postos de urgências dos hospitais, sendo que 11 delas precisaram de internação.

Chuva no molhado - Invocando a Lei da Imprensa, o sr. Ítalo Spinelli, diretor do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto)), enviou carta a este jornal, contestando noticiário nosso, inserido em “Pílulas”, do dia 17 de agosto. A carta está publicada - não por imposição da Lei de Imprensa e sim para melhor esclarecimento do eleitor. A mensagem está também sendo examinada em nossa coluna “Pílulas”, e chega-se à conclusão, de que o diretor do SAAE, em vez de contestar, acaba por confirmar o fato por nós noticiado. A carta, conclui-se, choveu no molhado. 

Estranho, muito estranho - Segundo o boletim informativo da Prefeitura de Nova Friburgo, o prefeito, através de ofício encaminhado ao D.N.O.S (Departamento Nacional de Obras e Saneamento), “estranha e não compreende que a correspondência oficial dirigida à prefeitura, antes mesmo que a municipalidade sobre ela se pronunciasse, recebesse rápidas expansão, notadamente pela imprensa oposicionista”.  O prefeito Amâncio de Azevedo - como foi dito acima - “estranha e não compreende.” E lá se vai mais um ano e meio de governo municipal, com o prefeito Amâncio “estranhando e não compreendendo.”

Friburgo terá faculdade de hotelaria - A Mitra Diocesana de Friburgo confirmou a implantação em março de 1975 da primeira Faculdade de Hotelaria do Estado do Rio de Janeiro que vai fazer parte do conjunto de unidades de ensino superior que a Cândido Mendes trará no próximo ano. As outras faculdades são: Direito, Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Economia. Segundo a mesma fonte, a faculdade vai funcionar provisoriamente na Vilage, sede da Mitra Diocesana. 

 

Pílulas

O vice-prefeito Ítalo Spinelli que acumula as funções de diretor de Serviço de Águas enviou-nos um ofício-resposta a uma afirmação nossa de que aquela autarquia estava querendo adquirir um carro para o seu diretor. Invoca o direito de resposta dizendo que a notícia é “destituída de qualquer fundamento” e, curiosamente, mais adiante, confirma a notícia. Quanto à Lei da Imprensa esclarecemos ao diretor do SAAE que ela obriga a publicação de resposta quando de divulgação de fato inverídico ou errôneo, o que não aconteceu, pois ele mesmo confirmou a notícia. 

No entanto, para maior esclarecimento dos nossos leitores, apenas, publicamos na seção “Carta dos Leitores” o ofício do SAAE. E dele deduz-se que: ou quem redigiu o ofício não absorveu as verdadeiras intenções do vice, ou então nós não estamos entendendo mais nada. Na resposta está afirmando que a Câmara aprovou a compra de um veículo (sic). Não foi justamente isso que noticiamos? 

 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Luiz Gonzaga Laginestra, Angelina Queiroz Onofre, Leila Lopes, Vânio Reis, Andreas Wiedemann, Denise Maria de Oliveira, José Henrique de Mesquita, Tânia Segal e Mário Dutra de Castro (2); Hilton Willemen Rosa, Renato Pinheiro Bravo, Ivelise Braune e Coracy Flores (3); Epaminondas de Moraes, Danis Tendler, Hermínia Mendes Machado e Atílio Daniel (4); Ruth Laginestra Simões e Fernando Alves Penna (5); Salim Lopes, Arsênio Crescêncio e Wilson Vieitas (6); Valéria Abbud Jonas, Mário Corso Teixeira e Antonio Cláudio Falcão (7) e Leone Reis da Silva (8).

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Flores

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Sejamos flores. Sejamos luz. Aprendamos a ver beleza, ser beleza. Não essa estereotipada, remexida, aparente. Beleza de alma, de sentimentos, de postura diante da vida, das pessoas, do mundo. Quando não soubermos para onde irmos e o que levarmos, lembremos delas. Na dúvida, ofereçamos flores. Levemos flores. Em uma pétala, pode haver o mundo inteiro. O mundo de alguém.

Sejamos flores. Sejamos luz. Aprendamos a ver beleza, ser beleza. Não essa estereotipada, remexida, aparente. Beleza de alma, de sentimentos, de postura diante da vida, das pessoas, do mundo. Quando não soubermos para onde irmos e o que levarmos, lembremos delas. Na dúvida, ofereçamos flores. Levemos flores. Em uma pétala, pode haver o mundo inteiro. O mundo de alguém.

Existindo por aí, interagindo com as pessoas, olhando as multidões, percebendo o cotidiano, não podemos alcançar com nossos olhos o que está por trás dos olhos daquelas pessoas. O mundo delas. Seus problemas, seus sonhos, seus amores, suas dificuldades. É uma imensidão inalcançável.

Mas se tem algo que venho aprendendo, é que de uma maneira geral, as histórias por trás das faces não costumam ser fáceis. Tantas vezes vi belos sorrisos e com alguma conversa e um pouco de sensibilidade percebi o tamanho da dor que as pessoas escondiam por trás daquele generoso e gentil esforço em sorrir. Quantas vezes eu disfarcei momentos difíceis utilizando o subterfúgio mais prático do qual podemos lançar mão quando não desejamos despertar a preocupação do outro – o sorriso?

Felizmente a vida sempre me deu muito mais razões para sorrir do que para chorar. E pela abundância de oportunidades que recebi e recebo diariamente, tento optar por oferecer a melhor versão desse recurso maravilhoso que Deus nos deu no meio do rosto. E assim escolho disfarçar um dia difícil, o cansaço extremo, uma notícia inesperada. Não por não ser transparente, mas por acreditar que o esforço gera luz. Inclusive esse estímulo em tentar sorrir para a vida em qualquer circunstância.

É como um ciclo, o primeiro sorriso atrai o próximo, que puxa o seguinte, que recompensa com a retribuição de alguém, que muda a vibração de tudo e que quando percebemos, já nos tomamos pela energia do sorriso, de quem é grato pela vida e deseja apresentar para o mundo a melhor versão de seu estado de espírito.

E as flores? Então .... convido o leitor para uma experiência nada científica, porém que dá muito certo na prática. Já fiz o teste e é hors concours. É assim: quando alguém estiver triste, enfrentando uma doença, encarando uma fase de luto, passando por muitos problemas, vivenciando preocupações, sentindo-se carente, precisando de afeto e carinho (ou seja, quase todas as pessoas que conhecemos), ofereça uma flor para ela.

Pode ser uma única flor. Não precisa ser o jardim inteiro: mas empreguem nela o sentimento do jardim inteiro, do jardim de amor, perdão, compaixão, beleza, união, superação, fraternidade e principalmente, de gratidão. Coloque ali o desejo de que a vida seja tão bela quanto aquela flor. A alquimia é perfeita. A flor, obra-prima da arte divina, e o seu sentimento, sua intenção de levar felicidade a alguém.

O resultado dessa magia é uma flor de luz que pode transformar a vida de alguém, a começar pela sua, assim como muitas vezes transforma a minha. Por isso digo e repito, na dúvida, ofereça uma flor com o melhor dos sentimentos. Ela harmoniza lares, aquieta mentes, embeleza vidas, enriquece relações, alegra as pessoas. Tem um poder grandioso.

A importância desse gesto pode ter um valor inestimável na vida de alguém, e render belos sorrisos. De dentro para fora. Da alma. Assim, garanto, uma flor de luz pode mudar o mundo de alguém. Nem que seja por alguns instantes...

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No belo cenário

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Com cerca de 1.500 pessoas, XTERRA Brasil movimenta cidade de Paraty 

Com cerca de 1.500 pessoas, XTERRA Brasil movimenta cidade de Paraty 

No último final de semana, a cidade de Paraty, município localizado no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, recebeu a quinta etapa do XTERRA Brasil, maior festival off-road do mundo. A etapa reuniu cerca de 1.500 participantes no local que faz parte das cidades criativas da Unesco. A cidade ganhou o título de patrimônio mundial por suas belezas naturais, composta de praias, Mata Atlântica, relevo montanhoso, totalizando 85% de área preservada. O Centro Histórico de Paraty recebeu o XTERRA Village, em arena especial montada para os atletas retirarem seus kits e para os parceiros do evento expor suas marcas.

Em temperatura ambiente, a Praia do Pontal contou com as provas de Triathlon Swim, Triathon Bike, Triathlon Run 5k, E-Bike e Trail Run 5, 10 e 21k. Nas disputas da prova de Triathlon, o percurso de Paraty contou com as vitórias de velhos conhecidos. Na categoria masculina, com o tempo de 1h25m04s, o atleta Kaydson Rabello foi o campeão.

"Foi fantástico, com percurso excelente, muito do que a gente adora, muito trail. A sensação é mais que legal. Ao passar pela linha de chegada, eu comecei meu primeiro XTERRA em Paraty, então foi uma sensação diferente", comemorou o atleta.

Na categoria feminina, a vencedora foi Shubi Guimarães, atleta reconhecida no mundo dos esportes radicais. Com o tempo de 1h50m54s, a competidora falou sobre a voltar ao XTERRA, evento de qual participa desde seu início no Brasil.

A disputa do Trail Run 21k foi marcada por fortes emoções, com uma disputa emocionante e grandes competidores. Na categoria masculina, o grande vencedor foi o atleta Vander Barbosa, com o tempo de 1h36m38s. Natural de Paraty, Vander comemorou o feito e elogiou a organização da prova.

"O XTERRA sempre surpreende com as provas, cada vez muito melhor organizado. Desta vez, o trajeto de Paraty está de parabéns, é um percurso excelente para correr. Conto com o evento aqui na cidade no próximo ano. O XTERRA é uma das melhores provas de Trail no Brasil, já é a terceira prova que faço e pretendo fazer a quarta em Búzios. Quero ver o próximo concorrente quebrar o meu tempo", falou em tom de brincadeira.

No Trail 5k, Enzo Braz foi o grande vencedor com o tempo de 00h19m12s. Participando de sua quarta edição do XTERRA, o atleta exaltou a cidade e comemorou o feito: "É a terceira que participo do XTERRA, fiz uma vez na Ilha Grande e outras duas em Paraty. A experiência de competir 5k nessa cidade paradisíaca é incrível, o lugar é histórico. Estou muito feliz de estar aqui e ser o primeiro lugar", comemorou o atleta.

Entre as mulheres, com o tempo de 00h22m48s, a competidora Graciane Amorim garantiu a vitória e comentou sobre o apoio que recebeu de seu staff. “Minha primeira corrida do XTERRA com esse percurso maravilhoso, foi uma experiência sensacional. Gostaria de agradecer todo apoio que recebi do meu treinador e do meu esposo. Espero competir novamente aqui em Paraty", falou a vencedora.

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    A competição movimentou a cidade de Paraty no último final de semana (Foto: Rodrigo Barreto/X3M)

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    O evento reuniu dezenas de competidores no município turístico (Foto: Rodrigo Barreto/X3M)

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    O presidente Lula teve encontro nesta segunda-feira (26), no Palácio do Planalto, com cerca de 35 atletas brasilei-ros, de diferentes modalidades esportivas, que participa-ram dos Jogos Olímpicos de Paris. Entre os atletas, esta-vam presentes a campeã olímpica Bia Souza, ouro no ju-dô, e outros medalhistas, como Caio Bonfim (prata na competição de marcha atlética do atletismo), Edival "Neti-nho" (bronze no taekwondo), Yasmin Ribeiro (prata no fu-tebol feminino), Augusto Aiko "Japinha" (bronze no skate park masculino) e Julia Soares (bronze por equipes na gi-nástica). Na França, o Brasil conquistou 20 medalhas em 11 modalidades, com três ouros, sete pratas e dez bron-zes, terminando a participação na 20ª posição no quadro geral de medalhas dos Jogos de 2024. Em discurso, Lula exaltou a participação da delegação brasileira, cuja grande maioria recebe apoio do governo federal por meio do pro-grama Bolsa Atleta, criado em 2010 e que recentemente foi reajustado em 10,86%. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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Não será uma fria despedida

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Cá estou, cinco anos depois, exatamente no mesmo lugar.

Cá estou, cinco anos depois, exatamente no mesmo lugar.

Fisicamente, é claro, pois ao longo deste período uma carreira se desenvolveu, relacionamentos foram criados, negócios concretizados e oportunidades surgiram. Há cinco anos, em julho de 2019, recebi o convite de Adriana Ventura – diretora deste jornal – para escrever um artigo sobre os 25 anos da nossa moeda, o real, em circulação na economia brasileira. Sentei-me nesta mesma varanda, pus os mesmos óculos, o notebook em minha mesa e comecei a vagarosa tarefa de digitar dez mil caracteres sobre o tema. Não foi fácil, não foi rápido, mas proporcionou uma história: hoje sou colunista, um escritor.

Trazer conhecimentos de educação financeira para um espaço democrático de acesso a conhecimento é motivo de orgulho. Perceber os reais impactos na vida de cada um dos leitores que me acompanharam por aqui ao longo de todo este tempo é gratificante. O trabalho é lento, mudar a cultura de uma população pode levar gerações, mas carrego comigo a certeza de fazer minha parte. Aos poucos, venho cumprindo o meu papel.

Neste jornal, ao longo de todas as sextas-feiras durante cinco anos consecutivos, a população de Nova Friburgo pôde aprender sobre como formar sua reserva de emergências, investir em mercados complexos, identificar promessas duvidosas e perceber possíveis fraudes, contratar seguros de maneira eficiente, planejar sua aposentadoria e até mesmo organizar a árdua tarefa de uma sucessão patrimonial.

Entretanto, como toda história tem seu fim, hoje é dia de encerrar este ciclo. Talvez não com um “adeus”! Este capítulo pode ser apenas um “até logo”. Deixo este espaço porque novas aventuras vêm pela frente. Em uma nova cidade, assumirei meu novo cargo na corretora de uma das maiores instituições financeiras do país; uma oportunidade e tanto para o desenvolvimento de minha carreira.

Me despeço, com muito carinho, de todos que me acolheram em suas casas, locais de trabalho, nas leituras feitas na praça e através das modernas telas de celular. Em especial, dedico fortes agradecimentos aos colaboradores do A VOZ DA SERRA e à Adriana Ventura, que lá atrás, na época em que eu fundava meu primeiro negócio, aos 22 anos, acreditou no meu potencial e abriu suas portas para receber meu projeto de educação financeira.

Hoje, fiquem com o meu “até logo”. Ainda farei mais pela educação financeira de Nova Friburgo.

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GTRS promove rodada de conversa com candidatos à prefeitura

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

O Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos de Nova Friburgo (GTRS) organizou uma roda de conversa com os candidatos à Prefeitura de Nova Friburgo na terça-feira, 27. O evento teve como objetivo dialogar e promover reflexões sobre temas cruciais para a cidade, com foco na gestão de resíduos sólidos.

O Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos de Nova Friburgo (GTRS) organizou uma roda de conversa com os candidatos à Prefeitura de Nova Friburgo na terça-feira, 27. O evento teve como objetivo dialogar e promover reflexões sobre temas cruciais para a cidade, com foco na gestão de resíduos sólidos.

Com o convite estendido a todos os candidatos, a reunião ocorreu no Espaço SustentArp. Estiveram presentes quatro dos cinco candidatos à prefeitura sendo estes Wanderson Nogueira (PDT), Zé Alexandre (PT), Sérgio Louback (Republicanos) e o candidato a vice prefeito, Leonardo Castro (Novo). Por e-mail foram encaminhadas algumas perguntas prévias aos candidatos. O foco dos debates foi na elaboração de soluções para os resíduos sólidos de nossa cidade, em especial sobre o Plano Municipal de Saneamento Básico (PLAMSAB) e a proposta de lei do Plano Municipal.    

Cada candidato teve 15 minutos iniciais de fala. Nesse tempo, os membros do GTRS fizeram perguntas e algumas considerações sobre a temática. Os candidatos apresentaram suas propostas e houve uma segunda rodada para todos os candidatos novamente colocarem eventuais questões que não foram apresentadas.

 

O grupo

Fundado em 2019, o GTRS é uma organização sem fins lucrativos, criada com o objetivo de discutir a política de resíduos sólidos em Nova Friburgo. Composta por voluntários, trabalha em prol de uma sociedade sustentável por meio de debates focados na elaboração de políticas públicas para o gerenciamento de resíduos sólidos municipais.

Coordenados pelos professores Anderson Namen e Ana Moreira (Uerj/IPRJ), conta com 18 membros permanentes. A diversidade de conhecimentos é uma característica central do grupo, que reúne participantes de instituições de ensino e pesquisa (Uerj, UVA e Embrapa), empresas e representantes da sociedade civil e de organizações (AMA Lumiar e Instituto Socioambiental Compor).

 

Um problema maior que Nova Friburgo

Muitos acreditam que discutir o descarte adequado de resíduos sólidos em nosso município é apenas uma questão ambiental. Mas essa visão é limitada. Na verdade, a maneira como lidamos com o lixo é também um grande problema social, trazendo inúmeros prejuízos que muitas vezes passam despercebidos.

Você já parou para refletir sobre a quantidade de lixo que descarta diariamente? Estima-se que cada brasileiro produza, em média, 379,2 quilos de lixo por ano. Isso significa que cada habitante de qualquer município do país joga fora mais de um quilo de resíduos por dia, segundo o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil de 2020.

Se isso já é alarmante, pense agora que o Brasil abriga cerca de 210 milhões de pessoas. Todos os dias, somos responsáveis por descartar quantidades crescentes de resíduos. Afinal, estamos realmente dando o destino correto a todo esse lixo que produzimos?

Infelizmente, os resíduos sólidos não desaparecem com um simples estalar de dedos. Quando colocamos o saco de lixo para fora de casa, o trajeto até o descarte adequado é longo. E, por mais que o caminhão de coleta passe ou as ruas sejam varridas, os resíduos ainda continuam ao nosso redor.

A maior parte dos resíduos gerados pela população brasileira não passa por nenhum tipo de coleta. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento, mais de 1.000 municípios do país não oferecem coleta de lixo domiciliar para toda a população urbana.

A realidade brasileira é que a maior parte dos municípios não tem a menor preocupação por um descarte adequado de todo esses resíduos produzidos. Mais de 40% dos resíduos sólidos urbanos, são despejados nos mais de três milhões de lixões espalhados por todo país, o que leva a contaminação do solo e da água por centenas de anos.

 

Nós pagamos essa conta

Anderson Amendoeira Namen, doutor pela Coope/Uerj, membro do GTRS e professor da Uerj e UVA explica que a falta de políticas públicas que estejam relacionadas à gestão de resíduos acaba encarecendo os custos advindos ao município e, claro, aos cidadãos: “Políticas que pensem na questão da coleta seletiva, na valorização e no envolvimento de associações de catadores, na transformação de resíduos em produto de valor agregado, podem trazer, além de redução de despesas relacionadas à gestão dos aterros sanitários, trabalho e renda para parte da população. Não podemos esquecer das oportunidades que o poder público tem de obter recursos a partir de uma melhor gestão dos resíduos, exemplo concreto são os recursos relacionados ao ICMS Verde”, observa.

E se você acha que pagamos apenas pela coleta do lixo, está muito enganado. Nós, contribuintes, pagamos caro pela coleta do lixo, pelo transporte até o lixão ou aterro sanitário, e pelo espaço onde o lixo foi ou está sendo descartado – mesmo por aqueles espaços que não tem mais a capacidade de receber mais resíduos.

A metodologia antiga de descarte de lixo – através dos contratos padrões na gestão de lixo, levando os resíduos ao aterro sanitário – trazem prejuízos irreparáveis não somente ao meio ambiente e a nossa saúde, mas também, ao nosso bolso, enquanto contribuintes, dando um triste (e porco) fim a tudo que descartamos.

Com métodos obsoletos de descarte, há criação de vários riscos ambientais que vão desde a contaminação dos lençóis freáticos até o risco de explosões por conta dos gases emitidos pelo lixo. No fim das contas, todo material continua acumulado no local durante décadas, até que o aterro esteja no limite. Em um ciclo, novos aterros são abertos. Os antigos ainda continuam poluindo tudo o que podem. E nós, continuamos a pagar por todos eles.

 

Inovação que transforma lixo em luxo

Soluções diversas já são usadas em todo o planeta. Em Oslo, capital da Noruega, cerca de metade da cidade é aquecida pela queima de lixo, de onde também grande parte da sua energia elétrica é produzida. E sabe qual a problemática norueguesa? Eles não têm mais lixo para queimar e hoje, chegam até a ter que importar lixo da Inglaterra e da Irlanda.

Já pensou se deixássemos de gastar dinheiro com o nosso lixo e transformarmos ele em uma excelente fonte de renda para a cidade, por meio da geração de energia, criação de vagas de empregos, venda de matéria prima e até mesmo, combustíveis para veículos? Parece uma ótima ideia, não? E é!

Esperamos que um dia, a problemática do lixo friburguense seja como a norueguesa e a nossa maior preocupação seja em como comprar os resíduos alheios das cidades vizinhas para produzirmos energia e gerar renda para todos - e não em como faremos para abrirmos novos aterros sanitários, em um ciclo vicioso e sem fim.

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Nova Friburgo participa

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Estadual de Futmesa por equipes define quartas de final no Dadinho

A sétima e última rodada da primeira fase do Estadual de Equipes foi repleta de grandes jogos rivalidade e muitos dadinhos na rede. Com participação do Nova Friburgo F.C., foram definidos os confrontos das quartas de final nas séries Ouro, Prata e Bronze/Extra. Os sete duelos ratificaram o bom rendimento de América e Fluminense, únicos clubes ainda invictos e com 100% de aproveitamento na competição.

Estadual de Futmesa por equipes define quartas de final no Dadinho

A sétima e última rodada da primeira fase do Estadual de Equipes foi repleta de grandes jogos rivalidade e muitos dadinhos na rede. Com participação do Nova Friburgo F.C., foram definidos os confrontos das quartas de final nas séries Ouro, Prata e Bronze/Extra. Os sete duelos ratificaram o bom rendimento de América e Fluminense, únicos clubes ainda invictos e com 100% de aproveitamento na competição.

No Grupo A, o “fator casa” foi novamente determinante na busca pelas vitórias, com América 18 x 12 Vasco da Gama, Botafogo 14 x 8 Humaitá, São Cristóvão 15 x 9 Light e, exceção à regra dos mandantes, Grajaú Tênis Clube 10 x 20 River. No Grupo B, a questão entre mandantes e visitantes foi mais equilibrada. Os resultados foram Flamengo 7 x 18 Fluminense, Liga Fonte 17 x 9 Lafume, Nova Friburgo 11 x 15 Duque de Caxias e Piedade 0 x 32 Olaria, no único WO da rodada.

Com isso, o América terminou a primeira fase em primeiro lugar no Grupo A, com 21 pontos ganhos. O Vasco da Gama, com 18 pontos ganhos, ficou em segundo lugar, seguido por River, terceiro colocado, com 15; Botafogo, em quarto, com 14; Grajaú Tênis Clube na quinta colocação, com nove pontos; São Cristóvão em sexto lugar, com quatro; Humaitá, em sétimo, e Light, em oitavo, cada um com três pontos ganhos.

O Grupo B foi fechado com a seguinte classificação: Fluminense em primeiro lugar, com 21 pontos ganhos; Flamengo em segundo, com 18; Liga Fonte na terceira colocação, com 15, Duque de Caxias, em quarto, com 12; Lafume, na quinta posição, com sete; Olaria em sexto lugar, com seis; Nova Friburgo em sétimo lugar, com quatro; e Piedade, que abandonou o Estadual de Equipes e perdeu todos os seus jogos por WO, com zero ponto, na lanterna.

 

Jogo do Nova Friburgo

Em um duelo equilibrado, o Duque de Caxias subiu a serra, levou a melhor sobre o Nova Friburgo e se garantiu nas quartas de final da série Ouro/Prata. A equipe da Baixada Fluminense abriu boa vantagem no turno, com duas vitórias (ambas por 3 x 1) logo nas duas primeiras rodadas.

O Nova Friburgo foi superior na terceira (2 x 1), mas os visitantes voltaram a triunfar na quarta parcial (1 x 0), abrindo 8 x 4 no geral. O returno foi mais parelho, com duas vitórias para cada agremiação, só que o Duque de Caxias assegurou os três pontos na penúltima parcial (3 x 1). Na última, o alvirrubro venceu (3 x 1) e fez jus à boa atuação nas mesas e ao que foi visto ao longo do jogo.

O Nova Friburgo autou com Kojala (quatro jogos), Tiago Spliter (quatro pontos em oito jogos), Cersar (um ponto em seis jogos), Anderson (dois pontos em oito jogos) e Wesley (quatro pontos em seis jogos).

Com o encerramento da primeira fase e a definição da ordem dos classificados, os confrontos das quartas de final da série Ouro/Prata ficaram da seguinte forma: América x Duque de Caxias, Flamengo x River, Vasco da Gama x Liga Fonte e Fluminense x Botafogo. Já os duelos das quartas de final da série bronze/extra terão Olaria x Humaitá, São Cristóvão x Nova Friburgo e Lafume x Light. O Grajaú Tênis Clube, que enfrentaria o excluído Piedade, já garantiu sua classificação antecipada às semifinais da série bronze.

Nas quartas de final, os mandantes têm a vantagem de jogar pelo empate e os duelos envolvendo todas as séries estão marcados para o dia 8 de setembro. Os vencedores da ouro/prata vão disputar a semifinal da ouro, em 10 de novembro. Os perdedores, no mesmo dia, vão jogar a semifinal da prata. O mesmo vale para a bronze/extra: os vencedores se classificam para a semifinal da bronze e os perdedores irão à semifinal da extra, também em 10 de novembro. As finais de todas as categorias serão no dia 1º de dezembro.

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    Nova Friburgo não conseguiu passar pelo Duque de Caxias em rodada do Estadual (Foto: Divulgação)

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    América é uma das equipes que se destacam na categoria (Foto: Divulgação)

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Por que a depressão aumenta no mundo?

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que em 2030 a depressão deverá se tornar a doença número 1 no mundo. O mundo está entristecendo. Os medicamentos antidepressivos não estão resolvendo tudo e não é de se esperar que eles façam isso porque as causas desse entristecer mundial se deve a muitos fatores, alguns complexos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que em 2030 a depressão deverá se tornar a doença número 1 no mundo. O mundo está entristecendo. Os medicamentos antidepressivos não estão resolvendo tudo e não é de se esperar que eles façam isso porque as causas desse entristecer mundial se deve a muitos fatores, alguns complexos.

Causas do avanço da depressão no mundo incluem: erros alimentares com consumo excessivo de gordura de origem animal, álcool, alimentos super processados, que prejudicam o cérebro; desnutrição; sedentarismo (falta de atividades físicas aeróbicas); deficiência de exposição à luz solar; privação do sono; isolamento social; conflitos na família de origem e na atual; violência social; corrupção em todos os níveis dos poderes sociais e políticos; pressão de ideologias que destroem o conceito saudável de família e de gênero, ideologias essas sem base científica, mas que afetam a estabilidade emocional especialmente das crianças; ganância material; competição cruel no mercado de trabalho apoiada por sociedades secretas; uso de outras drogas que afetam negativamente o cérebro sem ser bebidas alcoólicas, conflitos conjugais difíceis; vida nas grandes cidades poluídas em vários sentidos, falta de espiritualidade com apego ao materialismo, perdas difíceis como o divórcio, mortes precoces por violência e acidentes fatais muitos dos quais por imprudência e consumo alcoólico, entre outros.

Nos Estados Unidos, segundo a pesquisa Gallup, a depressão aumentou de 10,8% em 2015 para 17,8% em 2023. Uma em cada três mulheres (36,7%) relataram terem sido diagnosticadas com depressão em algum ponto de suas vidas, comparado com 20,4% entre os homens. Entre pessoas de 18 a 29 anos de idade 34,3% e entre 30 a 44 anos de idade 34,9% relataram ter tido depressão em algum momento.

No mundo todo quatro em cada dez adultos sofrem de depressão. Antes da covid-19 a depressão havia aumentado levemente, mas com a pandemia disparou o número de pessoas deprimidas. A causa foi isolamento social, solidão, medo da infecção, tensão pela possibilidade de perda do emprego, exaustão física especialmente nos que atuavam na frente da batalha, internação ou morte de familiar pela covid-19, aumento do abuso de substâncias como bebidas alcoólicas e outras drogas.

Se olharmos as principais causas da depressão como as citadas acima, podemos pensar nos passos que podem ser dados para reduzir ou eliminar as fontes que a produzem. Mas quem quer fazer isso? Querer tratar depressão só com medicação e manter as outras causas familiares e sociais doentias sem solução, não resolve.

Atitudes que favorecem o tratamento e prevenção da depressão incluem os adultos de uma família, pai e mãe, cuidarem de si sua saúde e a de seus filhos com prioridade. Isto envolve a vida emocional dessa família, a espiritualidade de todos, cuidados físicos com boa alimentação e prática de atividades físicas, eliminação do álcool e tabagismo, lutando contra a fissura pelo ganho material.

Cultivar a afetividade na família, com manifestações de carinho, atenção entre o casal e com os filhos, combinados com disciplina não rígida, mas firme, para com as crianças, e desenvolvimento de uma espiritualidade saudável, não fanática, são a base para fortalecer o emocional dos pais e dos filhos para prevenir entrar num estado depressivo no presente e no futuro.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Juntos na torcida

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Jogos Paralímpicos de Paris terão início nesta quarta-feira

Jogos Paralímpicos de Paris terão início nesta quarta-feira

        Chegou o momento de o Brasil torcer pelos atletas paralímpicos em Paris. E o país tem grande potencial para conquistar seu melhor resultado na história dos jogos. Com início nesta quarta-feira, 28, a competição promete momentos marcantes e tem tudo para superar a sétima posição geral no quadro de medalhas, alcançada duas vezes pela delegação brasileira. Para isso, atletas de alto desempenho de diversas modalidades que se destacam no cenário paralímpico são grandes esperanças de pódio para o país.
        Há anos consolidado entre os dez melhores países do mundo, o Brasil é reconhecido como uma potência paralímpica, impulsionado por diversos fatores, como um caminho de oportunidades para pessoas com deficiência encontrarem inclusão social e autonomia financeira; e o investimento cada vez maior do governo e de empresas privadas, permitindo melhores condições de treinamento, de sustento e consequentemente de vida.

        Dentre os atletas com potencial de medalha, está Gabriel Araújo, mais conhecido como Gabrielzinho, nadador (classe S2) mais promissor do país. Com apenas 22 anos, é uma das grandes esperanças de medalha do país nos jogos de Paris. Gabriel conquistou duas medalhas de ouro e uma prata na última edição dos jogos, em Tóquio, além de colecionar diversas conquistas em campeonatos mundiais e jogos ParaPan-Americanos, com destaque para os cinco ouros conquistados. Ele irá disputar as provas de 100m costas, 200m livre e os 50m costas. O atleta tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. Em 2023 foi eleito o melhor atleta paralímpico do ano. 

        Alana Maldonado é judoca com deficiência visual (classe J2 - baixa visão). Conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio, foi prata no Rio em 2016, é bicampeã mundial de judô (2018 e 2022) e uma grande esperança de medalha em Paris. Foi a primeira mulher brasileira do judô a conquistar uma medalha paralímpica. Alana enfrentou uma doença aos 14 anos que tirou grande parte de sua visão.

        Wilians Silva de Araújo é judoca (classe J1) multicampeão, tendo conquistado uma medalha de prata nos jogos Rio 2016. É o atual líder do ranking de sua categoria e também coleciona conquistas internacionais de expressão, sendo as mais recentes a prata na categoria acima de 90 quilos nos Jogos Parapan-Americanos em 2023, ouro nos Jogos Mundiais da IBSA 2023 e ouro no Mundial de Baku 2022, representando uma grande chance de medalha para o país em Paris. O peso-pesado perdeu a visão aos 10 anos em um acidente.

        Wallace Antônio é atleta de arremesso de peso (classe F55) e atual medalhista de ouro de sua modalidade nos Jogos de Tóquio. Foi medalhista de ouro no arremesso de peso e bronze no lançamento de dardo nos Jogos Parapan-Americanos em 2023; bronze no arremesso de peso no Mundial Paris 2023; ouro no arremesso de peso e prata no lançamento de dardo nos Jogos Parapan-Americanos de 2019. Wallace ficou paraplégico em 2007, após sofrer um acidente de trabalho. 

        Brenda Freitas é uma judoca (classe J1) carioca que ficou cega após ir ao primeiro show da banda RBD no Brasil, em 2006, em decorrência de uma infecção nos olhos chamada herpes ocular com gatilho emocional. É atual campeã ParaPan-Americana e chega com chances de medalhas nos jogos de Paris.

        Julyana da Silva é atleta de lançamento de disco (classe F57 - para atletas cadeirantes) e foi medalha de bronze nos Jogos de Tóquio. Ela também conquistou a medalha de bronze no lançamento de disco e no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos de 2023 e espera repetir o pódio da última edição, superando sua marca e representando uma grande chance de medalha em Paris. Julyana é amputada de perna esquerda, na altura do joelho, devido a uma má-formação congênita.

        Diana Barcelos é atleta de remo (classe PR3), amputada da perna direita após sofrer um acidente em 2004. Dentre suas principais conquistas, destaca-se o bicampeonato mundial no Mix2x PR3 (2017 e 2018), além do segundo lugar no qualificatório para os Jogos de Tóquio em Gavirate 2021 no quatro com misto PR3. Diana ficou entre as dez melhores nos jogos de Tóquio e espera conquistar uma medalha nesta edição. 

Foto da galeria
Alguns dos representantes do time brasileiro nos jogos paralímpicos de Paris (Foto: Divulgação)
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Turma de medicina da UFF 1974 comemora bodas de ouro

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Entre a última quinta-feira, 22, e o domingo, 25, pelo menos 25 colegas e suas respectivas famílias, totalizando 69 adultos e 12 crianças, participaram das comemorações dos 50 anos da formatura, da turma de 1974, da faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF). O local escolhido foi o Hotel Portobello, em Mangaratiba, na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, em função de oferecer pensão completa, ser um local muito agradável e com acomodações confortáveis e espaçosas. De fácil acesso, também, porque já nos reunimos ali em duas outras ocasiões e já o conhecíamos.

Entre a última quinta-feira, 22, e o domingo, 25, pelo menos 25 colegas e suas respectivas famílias, totalizando 69 adultos e 12 crianças, participaram das comemorações dos 50 anos da formatura, da turma de 1974, da faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF). O local escolhido foi o Hotel Portobello, em Mangaratiba, na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, em função de oferecer pensão completa, ser um local muito agradável e com acomodações confortáveis e espaçosas. De fácil acesso, também, porque já nos reunimos ali em duas outras ocasiões e já o conhecíamos.

Nossa turma era composta por 120 alunos, cujo sonho maior era de se tornarem médicos e poderem exercer uma das mais nobres profissões. E todos se lembraram dos sacrifícios que jovens, como nós éramos, tivemos de enfrentar não só pela dificuldade em ingressar numa faculdade de medicina, tendo antes de passar por um vestibular dos mais concorridos; além disso estávamos dentro de um regime de exceção. Era a época da revolução de 1964, onde manifestações estudantis eram proibidas. E o que é pior, sabíamos que tínhamos agentes do DOPS (Departamento da Ordem Política e Social) infiltrados nas diversas faculdades brasileiras, o que tornava as manifestações estudantis muito arriscadas. Felizmente, ao que eu saiba, nenhum colega teve problemas nesse período conturbado da nossa história.

Foram quatro dias de confraternização, em que todos se viam desde o café da manhã até depois do jantar.  Essa é a grande vantagem de se escolher um hotel com pensão completa. Vários grupos se encontravam e se desfaziam para relembrar os tempos da faculdade, das brincadeiras inerentes a essa fase da vida e dos apelidos de muitos de nós.

Era uma época que a frescura não imperava entre os considerados politicamente corretos e o bullying não fazia parte do nosso dia a dia. Tivemos colegas conhecidos como “coisa rara, já morreu, piranha, dentifrício, dr. marcus welb, vírgula, perninha, rolha de poço, topogiggio, formigão, ursinho, sargento tainha” e muitos outros dos quais não me lembro mais. Ninguém se incomodava com isso, muito pelo contrário, terminaram a faculdade e se destacaram na profissão.

Na noite de sexta feira, 23, tivemos uma apresentação do conjunto Rodrigo Ravell, de Indaiatuba-SP, por indicação do nosso colega Rogério. O conjunto é sensacional, com um acordeão e dois violões, especializado em música, pois seu repertório vai do forró ao clássico. E o que é mais interessante, seu vocalista é capaz de imitar a voz de Pavarotti, de Tim Maia e outros, o que tornou a apresentação mais interessante ainda. A noite era aberta aos que gostam de dançar, mas em função da idade as sinovites, tendinites, dores lombares, próteses de joelho e quadril, impediram que muitos se aventurassem na pista de dança. Mas valeu pela presença de todos e pelo gabarito do conjunto.

Como não podia deixar de ser, numa turma em que o mais novo tem 73 anos, muitos colegas, mais precisamente 25, faleceram ao longo desses anos. Foram homenageados com um minuto de silêncio antes do Rodrigo Ravell iniciar sua apresentação e pelas lembranças de seus momentos durante o tempo da faculdade e ao longo da vida, até sua partida.

Para o futuro decidiu-se encurtar o intervalo entre um encontro e outro, que era de cinco anos e agora será de dois anos. Isso se explica porque à medida que o tempo passa a probabilidade de perda de colegas se torna maior e começam a surgir as dificuldades de locomoção em função da idade. Mas, o mais importante, pelo menos para mim, é que ao longo de nossos encontros aquela camaradagem da juventude se transformou numa amizade mais forte e as pessoas sentem necessidade desse convívio mesmo que por poucos dias.

Aos colegas que não puderam comparecer, foram muitos pelos mais variados motivos, pedimos que se inscrevam ou continuem a acompanhar o zap UFF 50 anos, não ´só porque a presença de vocês é importante, mas para se manterem informados, e mesmo, para discutirem e darem opiniões sobre o local do nosso próximo encontro. Quanto mais colegas puderem comparecer mais unido será o nosso grupo.

Muito grato e contente por pertencer à turma que se formou em junho de 1974, que completou seu jubileu de ouro com muitos colegas ainda trabalhando e pondo em prática tudo aquilo que aprenderam na faculdade, honrando uma profissão tão nobre e importante para a humanidade. Claro está que não fosse a evolução e o progresso da medicina, turmas tão numerosas como a nossa não conseguiriam chegar até aqui. Isso é uma prova viva da evolução da arte de curar, através dos anos.

Deixo aqui meu muito obrigado por pertencer a uma turma tão fantástica.

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O escritor e a suspensão da descrença

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Sim, senhor!, os escritores são aventureiros nos bosques feitos de ideias e palavras. Alice caiu num buraco, chegou ao fantástico País das Maravilhas e fez com que emergisse de Lewis Carroll a mais pura criatividade. Quem lê e aprecia a obra literária de qualidade tem a sensação de viver a realidade ficcional de forma parecida, não vou dizer semelhante, da que vive na realidade concreta na qual está inserido.

Sim, senhor!, os escritores são aventureiros nos bosques feitos de ideias e palavras. Alice caiu num buraco, chegou ao fantástico País das Maravilhas e fez com que emergisse de Lewis Carroll a mais pura criatividade. Quem lê e aprecia a obra literária de qualidade tem a sensação de viver a realidade ficcional de forma parecida, não vou dizer semelhante, da que vive na realidade concreta na qual está inserido. E aí está o grande desafio enfrentado pelo escritor: construir um texto ficcional de modo que o leitor não se sinta ultrajado de pensar que a leitura não ultrapassa os meandros da imaginação.

A literatura tem a expertise que deve ser considerada quando alguém decide se tornar escritor de ficção. Escrever não é magia. É trabalho sobre trabalho. É um processo de criatividade sério e responsável. Assim do nada, repentinamente, as ideias vão chegando, embaralhadas, tomando corpo no texto através de trilhas criativas, enfrentando o mais terrível inimigo invisível, que está esplendidamente deitado na página em branco, escondido nos espaços entre as palavras e linhas. Aquela pessoa que se quer fazer escritor, depois de avançar em bosques tortuosos, beber águas frescas e sofrer ataques de pouquidade imaginativa, consegue vislumbrar a arte literária, a beleza das palavras e a profundidade das ideias, enquanto expressão do seu pensamento imaginativo. Criar uma obra literária consistente, capaz de ser lida em qualquer tempo e lugar.

Escrever é imaginar com inteligência, é transpor para o papel e revisar, revisar e revisar. É cuidar da beleza das frases, da construção de um texto instigante e inédito. É pensar no leitor, naquele ser que vai perceber o escritor através dos personagens, penetrar nos âmbitos de sua alma como um convidado especial. É uma pessoa responsável pelas ideias que vai plantar no leitor, aquele que, num ato solitário, abandona os afazeres quotidianos, toma seu texto para se entreter. Para simplesmente ler e degustar uma realidade feita de palavras, pontos e vírgulas, totalmente irreal e abstrata.

A suspensão de descrença, de descrédito ou incredulidade refere-se à vontade do leitor ou espectador de aceitar como verdadeiras as premissas de um trabalho de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas ou impossíveis. É a suspensão do julgamento em troca da premissa de entretenimento. Ao entrar nos bosques da ficção, o escritor precisa ter a ciência de que vai escrever uma fantasia verossímil. E o heterônimo de Fernando Pessoa, Bernardo Soares, pode ter lançado os princípios da ficção quando escreveu no “Livro do desassossego” “Nunca sabemos quando somos sinceros. Talvez nunca o sejamos hoje, amanhã podemos sê-lo por coisa contrária.” Eis, então, o terrível desafio que o escritor enfrenta, ser fiel à mais verdadeira mentira, fazendo o outro acreditar que o texto retrata o acontecer e que os personagens são reais. Precisa fazê-lo bem: com capacidade de comunicação e sutileza, com serenidade e coerência, sabendo ser sedutor para entreter e manter o leitor ali, mergulhado no texto que ele construiu.

Para finalizar, deixo o poema “Autopsicografia”, de Fernando Pessoa, que expressa o que eu quis dizer em todas as linhas desta crônica.

O poeta é um fingidor

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

 

E os que leem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que ele não tem.

 

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.    

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