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Comunicar a identidade e a missão do cristão fiel leigo

segunda-feira, 05 de junho de 2023

Celebramos no último domingo, 4, a solenidade da Santíssima Trindade, a verdade da fé num Deus único em três pessoas distintas, Deus que é comunhão, onde a diferença não significa divisão, o maior exemplo para a união da Igreja em missão, que deve ser um corpo bem integrado, apesar de sua diversidade de ministérios, dons e vocações.

Celebramos no último domingo, 4, a solenidade da Santíssima Trindade, a verdade da fé num Deus único em três pessoas distintas, Deus que é comunhão, onde a diferença não significa divisão, o maior exemplo para a união da Igreja em missão, que deve ser um corpo bem integrado, apesar de sua diversidade de ministérios, dons e vocações. Neste sentido também celebraremos na próxima quinta-feira, 8, outra especial solenidade litúrgica, a de Corpus Christi,  o corpo de Cristo, nosso alimento espiritual, dado a nós na quinta-feira santa, pelo próprio Senhor que transubstanciou o pão no seu corpo e o vinho no seu sangue, para nos fortalecer como Igreja apostólica, como também o seu corpo de comunhão, participação e missão no meio do mundo. 

    Vivemos na nossa Igreja ainda o Ano Vocacional, ressaltando as diversas vocações dentro da comunidade eclesial. E iniciaremos uma reflexão vocacional sobre a vocação dos cristãos fiéis leigos. Recordamos com alegria e gratidão o Ano Nacional do Laicato, organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2017-2018, com o tema "Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino" e o lema "Sal da Terra e Luz do Mundo" ( Mt 5,13-14). Tinha como objetivo geral:  "Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil, aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade". 

Propôe-se, hoje, como na época, o estudo e a prática do Documento 105 da CNBB "Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade", acompanhado dos demais documentos do Magistério Eclesiástico como podemos citar, dentre outros os do Concílio Vaticano II, especialmente a Constituição Dogmática Lumen Gentium (sobre a Igreja) Decreto Apostolicam Actuositatem (sobre o apostolado dos leigos ), a Constituição Pastoral Gaudium et Spes (sobre a missão da Igreja no mundo) e o Decreto Ad Gentes (sobre a missão), a Evangelii Nuntiandi (sobre a evangelização) de São Paulo VI, a  Christifideles Laici (sobre os cristãos fiéis leigos) de São João Paulo II, além dos ricos ensinamentos de Bento XVI e do Papa Francisco, em particular, a Evangelii Gaudium (sobre a alegria do Evangelho).

Refaz-se, neste contexto, a importância do conhecimento e da revisitação da Doutrina Social da Igreja, desde a Rerum Novarum sobre as coisas novas) de Leão XIII, em 1891, até a Fratelli Tutti (Todos Irmãos) do Papa Francisco. Uma vez que a missão do leigo é salgar e iluminar as realidades terrestres, as culturas, a política, a educação, a comunicação, a economia, dentre outras, para transformar a sociedade em Reino de Deus, pelo anúncio e testemunho do Cristo e de sua ação redentora, é necessário conhecê-las bem, inculturar-se e  discernir, a partir do Evangelho, quais as atitudes e posturas decorrentes da fé, com os princípios e critérios do Magistério Social da Igreja.

   Mas, para que o cristão leigo e leiga exerça esta desafiadora tarefa, deve estar mergulhado na espiritualidade da identificação batismal e crismal com Cristo, numa vida de santidade, de comunhão eucarística, na escuta e serviço da Palavra, de contínua conversão pelo sacramento da penitência e na vivência fiel e missionária de sua vocação familiar e profissional. "A vocação à santidade anda intimamente ligada à missão e a responsabilidade confiada aos fiéis leigos na Igreja e no mundo" (...) "comporta que a vida segundo o Espírito se exprima de forma peculiar na sua inserção nas realidades temporais" (São João Paulo II, Christifideles Laici ,17.

"Aos leigos compete por vocação própria, buscar o Reino de Deus, ocupando-se das coisas temporais e ordenando-as segundo Deus" (Lumen Gentium, 31). São eles "verdadeiros sujeitos eclesiais" (Documento de Aparecida, 497a / Documento 105 da CNBB). São homens e mulheres batizados e crismados, chamados e enviados pelo próprio Jesus, por meio da Igreja, para serem discípulos missionários na comunidade e na sociedade.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo

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Estar comigo é um momento de gentilezas

segunda-feira, 05 de junho de 2023

Tenho tido uma experiência saudável nas sessões de yoga tanto com o corpo, que está mais harmônico, quanto com o emocional, mais ágil. Não sei se são os adjetivos certos que podem resumir o meu estado efetivo de inteireza. Enfim...

Esta experiência me remete ao livro infantojuvenil que escrevi, “Um esconderijo atrás da minha franja torta”, em que a protagonista, Rebeca Luíza, tem um profundo encontro com suas emoções, sensações e percepções. Ao final da narrativa, ela conclui que não é mais menina; é adolescente, começando a ser mulher.

Tenho tido uma experiência saudável nas sessões de yoga tanto com o corpo, que está mais harmônico, quanto com o emocional, mais ágil. Não sei se são os adjetivos certos que podem resumir o meu estado efetivo de inteireza. Enfim...

Esta experiência me remete ao livro infantojuvenil que escrevi, “Um esconderijo atrás da minha franja torta”, em que a protagonista, Rebeca Luíza, tem um profundo encontro com suas emoções, sensações e percepções. Ao final da narrativa, ela conclui que não é mais menina; é adolescente, começando a ser mulher.

Nas sessões de yoga, a mestra Joana nos faz observar a nossa mais íntima instância através de uma jornada silenciosa e generosa. Os alongamentos são arrojados e nos desafiam, o relaxamento é meditativo e nos resgatam.   

Rebeca Luíza, diante do espelho, pergunta-se: “se a minha imagem no espelho fosse uma pessoa, nós seríamos amigas?”. Nos momentos de relaxamento e meditação, Joana nos pede gentileza para que nos adentremos, proporcionando-nos o aprendizado de nos sentirmos com delicadeza. Certa vez, tive a impressão de que estava entrando num interessante lugar desconhecido. Caminhava com tímidos passos alados e, com os olhos fechados, me via acordada, sem devaneios rebeldes e desejos delirantes. Depois de me ver diante de uma imensidão vívida, retornei mansamente ao quotidiano, querendo me dar as mãos num gesto parceiro, o que me permitiu olhar para outras margens. 

Assim, ao final das sessões de yoga, durante a meditação, não mais do que breves instantes, consigo tocar na pessoa que sou com ternura. É como se abrisse uma caixa de presente envolta em papel de seda e encontrasse possibilidades que estão escamoteadas e suscitam arremates. É uma reflexão que também me convida a encontrar alternativas que ainda preciso despertar. É um breve tempo que me faz constatar que não quero desperdiçar oportunidades de ser quem de fato sou. 

Lacan chama atenção para o “Tu és!”, ou seja, a afirmação que permeia as circunstâncias para que tenhamos determinadas características. Contudo, muitas vezes, atendendo à essa determinação, deixamos de ser o que somos. “Tu és!” tem a função de transformar modos de ser a partir do olhar do outro ou do grande Outro, o todo maior que nos rodeia.

O corpo, a mente e o espírito devem bailar a valsa da vida de modo a fertilizar a tríade: pensamento, palavra e ação. A yoga, tanto na meditação, como nas mais difíceis posições de alongamento, nos desperta para o destino que temos pela frente a construir.

 

“(...) Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim.”

Clarice Linspector 

Um sopro de Vida, editora Rocco, 1999                  

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Intervenção em Friburgo?

sábado, 03 de junho de 2023

Edição de 2 e 3 de junho de 1973

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

Manchetes

Intervenção em Friburgo? - Rumores dão conta que foi solicitada. Criação de cargos ilegais é base para a medida.

Edição de 2 e 3 de junho de 1973

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

Manchetes

Intervenção em Friburgo? - Rumores dão conta que foi solicitada. Criação de cargos ilegais é base para a medida.

Balde de Lixo - O secretário geral da Prefeitura de Friburgo, dr. Paulo Vassallo de Azevedo - muito antes do que esperávamos - mostrou total incapacidade para o exercício do cargo público. O cargo sofre oposição sob diversos aspectos. O jovem secretário convocou uma entrevista “sui-generis” com a imprensa e nada mais se fez senão demonstrar “ao vivo” sua ambição em eleger-se “custe o que custar” deputado estadual nas próximas eleições. Ambição que outro não tem prejudicado senão o prefeito Amâncio Mário de Azevedo, certamente a maior vítima das urdiduras falsas e demagógicas de seu secretário. A oposição construtiva a que nos propusemos vai até - e ultrapassa - as linhas do elogio a tudo de bom que tem sido feito em alguns setores da prefeitura na atual administração. Estamos em outro local inserindo toda a adjetivação usada pelo inexperiente secretário geral. Pois, para nós, o que ocorreu não foi uma entrevista. Apenas o sr. Paulo Azevedo  encheu um balde de lixo, tentando despejá-lo - sem o conseguir - em cima da imprensa - É assunto, então, que passa aos cuidados da Secretaria de Serviços Públicos, talvez numa "operação arrastão”.

Friburguenses assistem prefeituras do região centro-norte - Intenso trabalho de organização e planejamento vem sendo efetuado nas prefeituras da região centro-norte fluminense por dois ilustres friburguenses: o advogado Nelson Pereira da Silva e o técnico de contabilidade Eucir de Lima e Silva.

Cachoeiras de Macacu, Bom Jardim, Duas Barras e Carmo já se encontram recebendo dos dois friburguenses os benefícios de organização, planejamento e assistência jurídica. Com larga experiência na administração pública, tanto o dr. Nelson Pereira da Silva, quanto ao sr. Eucir de Lima e Silva, prestaram relevantes serviços à administração de Friburgo, no mandato do ex-prefeito Feliciano Costa.

Dilva Morais é candidata à estadual - Por todos os seus méritos em função do ensino friburguense, a professora Dilva Morais merece a indicação, porque, se eleita, pode prestar relevantes serviços ao ensino e à educação do Estado do Rio. Sua atuação na FEC e, atualmente, como diretora executiva - têm-lhe granjeado aplausos gerais, muito especialmente pelos seus dotes humanos os quais se harmonizam com o exercício da função pública.

Posto de Saúde: uma excrescência - A Secretaria de Saúde do Estado do Rio deve voltar suas visitas para o Posto de Saúde de Nova Friburgo. Em plena era de Brasil Grande, o que temos em Friburgo não é um posto de saúde: é um pardieiro. Tudo começa com a velha construção onde se situam tumultuosamente os diversos serviços. Construção de quase 40 anos e que nenhuma transformação recebeu até hoje. Tudo o mais vem em função da péssima instalação: desorganização, falta de higiene, dos servidores mal instalados, falta de aparelhamento técnico.

Pílulas

 ●     Anunciada aos quatro cantos, antes da posse do atual Prefeito, vaticinada por um de seus inúmeros assessores técnicos, parece que a extinção da Fundação Educacional e Cultural de Nova Friburgo está a caminho. Pelo menos é o que se deduz dos ataques oficiosos que a mesma vem recebendo. 

●     Tal é a vontade de desgastar que - em órgãos "oficiais", em destaque, a FEC é chamada de “Fundação Fantasma” entre outras coisas, e reclama-se a falta de apoio do meio empresarial, em que a Fundação - deveria, afirmam - repousar as duas despesas.

●     Superada ou não, funcional ou nao, deficitária ou não, a verdade é que a FEC se constituiu até hoje, e ainda se constitui na mais importante arma e área política, em que os ex-prefeitos e o atual se servem para a realização de suas manobras político-eleitoreiras. Basta termos a professora Dilva Morais na direção executiva daquele órgão, para que seja realçada a importância política da FEC.

●     Muito se falou do convênio Prefeitura e Hospital Regional , na base do qual voltaria a se prestar ao povo assistência domiciliar de urgência. Contudo, até hoje, nada foi encaminhado à Câmara neste sentido, porque, sem audiência da Câmara Municipal, nada poderá ser feito.                                                                                                                                                                                                                                        

E mais…

O Adjetivista

Correios: Trabalham mal

Diretoria do Banco do Brasil em visita a Friburgo

 Sociais

 A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Professora Maria Alice Cúrio, Sofia Ventura Spinelli, Joel Lucas Bravo,Gilberto Lucas Bravo e Maria de Lourdes Pena Lopes (4); João Saldanha, João Augusto de Moura e Hugo Spinelli (6); Norberto Rocha e José Euclides de Souza (7); Luiz Vitório Ennes Cariello (8) e Eduardo Antonio (9).

(*)  estagiária com supervisão de Henrique Amorim

 

Foto da galeria
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Minha oração

sábado, 03 de junho de 2023

Minha prece não é para santo, ainda que confie em São Jorge — Ogum. Não peço a Deus todos os dias, porque em algumas segundas, percebo Deus tão diferente ou mesmo ausente que questiono o por quê de tanta maldade no mundo. Talvez faça oração por minha própria procissão de fé, para minha corrida pelas horas, para minha inquietude diante do caos e do silêncio que faço para o mesmo caos. 

Minha prece não é para santo, ainda que confie em São Jorge — Ogum. Não peço a Deus todos os dias, porque em algumas segundas, percebo Deus tão diferente ou mesmo ausente que questiono o por quê de tanta maldade no mundo. Talvez faça oração por minha própria procissão de fé, para minha corrida pelas horas, para minha inquietude diante do caos e do silêncio que faço para o mesmo caos. 

Na minha lida com a vida, eu quero tanto e mesmo o não querer. Sangrar sem dor deixou de ser a minha ilusão. Doer sem sangue é, no entanto, mais cruel. Ainda que consciente, nem sempre consigo que não me sofra. Por isso, refutar a dor, talvez seja satisfação apenas para os que vivem sobrevivendo. Eu dispenso o somente sobreviver. Ninguém deveria se contentar em só sobreviver, com morte em vida. 

Quero esse vício de viver, mesmo quando frágil, mesmo quando nocivo o ópio que me entorpece, ao invés, de me fazer voar sorrindo. Não desejo apressar o meu fim, ainda que nem sempre o que pretendo aconteça na velocidade que eu gostaria. Não preciso que me entendam e nem quero que finjam compreender, mas quero que respeitem o meu existir, tal qual me fiz e faço. 

Não permito que atem as minhas mãos, minhas pernas, meus pulmões. Livres sejam os meus sonhos, as minhas ideias, o meu modo e a minha vontade de ser importante, nem que seja só para mim mesmo. Sou o que mostro, muito mais do que o que escondo. Não sei mentir e nem quero aprender disfarces. Se me amarem ou me odiarem, apenas se aprofundem antes de decidirem. Mas saibam que sou o que descubro a cada dia, por isso prefiro não me definir assim tão permanentemente como uma coisa só. É o que peço na minha oração. Ser múltiplo, aberto, possível, solidário, profundo, apaixonado, repleto de quereres. 

Quero domingos no meu coração. Ver discos voadores nos olhos que aporto. Amar mais do que dizem que devo. Amar mais do que suponho estar disposto. Quero chorar de emoção e voltar a chorar, mesmo que seja choro de despedida, mas que tenha a verdade de quem se compartilhou em algo intenso. Talvez, eu deva desejar antes essa intensidade que no futuro dirá para o meu eu do ontem: “valeu à pena”. 

Quero saudades e seguir a construir saudades. Meu nome é nostalgia, tanto quanto vivacidade. Quero que declamem as minhas crônicas, cantem as minhas músicas. Quero a arte, quero ter a alma vestida de criatividade e despida — espalhar poesia pelo mundo.

Quero a louca imaginação de que vou hoje a um show do Cazuza, amanhã do Tim Maia e na próxima semana, em um bar qualquer de esquina, vou encontrar Belchior cantando. 

Quero gostar de São Paulo, louvar o Rio, matar saudades de Tiradentes, seguir fascinado por Friburgo. Quero conhecer Praga, mais do que Nova Iorque, mas se a escolha me for presenteada, quero mesmo é visitar o Cairo, Cuzco, Halong Bay…

Berlim, não só pelas suas excêntricas baladas, mas porque meu grande amigo, Bernardo, mora lá. Quero é, próximo ou distante no mapa, visitar o coração de alguém que me ame pelo que sou, mesmo sendo melhor depois da próxima estação.  

Quero abolir as metáforas para ser mais direto: “eu quero”. Você, a cidade, a alegria de chegar em casa, tanto quanto a ansiedade pela surpresa que me espera lá fora. Quero todas as metáforas para ser mistério, quando o mistério precisar me proteger dos burros incoerentes. 

Quero esse risco de ser feliz com a habilidade de trapacear os perigos, e, se preciso for conviver com os perigos como se fossem meus bons amigos. Talvez sejam. 

Quero pedir perdão a mim mesmo pela confusão que faço toda vez que não sigo meu coração, minha intuição, minhas razões de viver. Perdoado, quero meu coração como guia, minha intuição como mastro, minha vida vibrando pela razão de existir. Quero minha oração em mantra, minhas preces como prática. 

Quero a simplicidade de ir de pijama à padaria e de Havaianas ao shopping. Quero andar pelado pelo jardim da casa que ainda não tenho, acenar ao vizinho e pedir a ele um trago do que fuma. 

Dizem ser mais fácil dizer o que não se quer. O que se quer é o motivo que há entre cada intervalo de respiração. De repente, basta admitir: sou o que quero e até mais.

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Investimentos, uma questão de filosofia

quinta-feira, 01 de junho de 2023

Warren Buffett: conhecido por adotar uma abordagem de "value investing" (investimento em valor), busca identificar ações subvalorizadas e empresas com sólidos fundamentos, focando em investimentos a longo prazo.

George Soros: sua abordagem baseada em análise fundamentalista e teoria da reflexividade procura identificar assimetrias de mercado e aproveitar oportunidades de investimento baseadas em sua visão macroeconômica.

Warren Buffett: conhecido por adotar uma abordagem de "value investing" (investimento em valor), busca identificar ações subvalorizadas e empresas com sólidos fundamentos, focando em investimentos a longo prazo.

George Soros: sua abordagem baseada em análise fundamentalista e teoria da reflexividade procura identificar assimetrias de mercado e aproveitar oportunidades de investimento baseadas em sua visão macroeconômica.

Ray Dalio: enfatiza a diversificação e o gerenciamento de riscos em seus investimentos. Assim, consegue embasamento em princípios econômicos para aproveitar todos os ciclos de mercado; cada um com sua particularidade de alocação.

Peter Lynch: famoso por sua abordagem de investimento em ações de crescimento, ele enfatiza a pesquisa cuidadosa sobre empresas individuais, buscando oportunidades de investimento em setores em que ele possui conhecimento especializado.

Entender a abordagem ou conjunto de princípios responsáveis por orientar a tomada de decisão e administração de seus investimentos, é o que vai definir sua filosofia. Aqui, definir metas, riscos e a escolha de ativos vai ser tarefa fundamental para entender a filosofia de investimentos que vai direcionar seus resultados rumo aos objetivos traçados.

Uma filosofia clara de investimentos proporciona direção e consistência nas decisões tomadas, permitindo que o investidor mantenha seu norte mesmo em meio a flutuações do mercado e incertezas econômicas. É a ferramenta mais assertiva na hora de evitar ações impulsivas ou baseadas em emoções momentâneas. Garantir que as decisões sejam tomadas de forma informada e ponderada só é possível quando um quadro de referências sólidas é utilizado para avaliar oportunidades e riscos.

Faz parte da maturidade do investidor compreender suas vontades, seus pensamentos, objetivos... isso faz parte do processo. Começar uma história e já ter objetivos claros a serem alcançados no final desta jornada seria perfeito, mas todos sabemos de sua inexistência; o perfeito é utópico. Contudo, vale trazer Aristóteles numa coluna de educação financeira (já que o tema da vez é filosofia) e comentar sobre a perfeição de seu ponto de vista: esta, é claro, é uma impossibilidade; a excelência, por sua vez, factível.

Percebe como ainda não ter uma filosofia de investimentos bem definida não é o fim dos tempos? Você ainda pode encontrá-la em seus objetivos conforme estes também vão se moldando.

Não estou cobrando, entretanto, uma definição técnica de sua filosofia como foi exemplificado através dos maiores nomes de mercado financeiro do mundo no início deste texto. Você pode até chegar ao nível deles e eu não duvido nem um pouco disso, mas lembre-se sobre os pensamentos de Aristóteles em busca da excelência, e não da perfeição.

Trazendo o contexto financeiro, comece com o pleno conhecimento de onde você está, defina com clareza aonde quer chegar e escreva a rota pela qual vai trilhar este caminho. Esta será sua filosofia de investimentos!

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Detalhes

quinta-feira, 01 de junho de 2023

“Olha esse céu! Que coisa linda.”  Ouço, paro e, por dois segundos e olho em direção às montanhas Catarinas. Friburguense conhece bem esse ângulo. Noto que havia me esquecido de olhar para lá. Não poderia descrever a vista naquele momento. Não saberia fazê-lo. Que descuido o meu. Logo eu que venho tentando centrar no momento presente. Concentrar. Degustar cada oportunidade de apreciar a natureza. Isso, a natureza. O céu e tudo o que tem nele. Eu deveria tê-lo admirado.

“Olha esse céu! Que coisa linda.”  Ouço, paro e, por dois segundos e olho em direção às montanhas Catarinas. Friburguense conhece bem esse ângulo. Noto que havia me esquecido de olhar para lá. Não poderia descrever a vista naquele momento. Não saberia fazê-lo. Que descuido o meu. Logo eu que venho tentando centrar no momento presente. Concentrar. Degustar cada oportunidade de apreciar a natureza. Isso, a natureza. O céu e tudo o que tem nele. Eu deveria tê-lo admirado.

Logo eu, não saberia quais as cores do céu! Daquele céu. Parei, olhei. O que tinha de diferente lá em cima? Até agora não sei. O céu estava cinza. Com cara de chuva. Se chovesse, eu seria pega desprevenida. Novamente: que descuido o meu. O dia clareou e a noite estava prestes a chegar e eu sequer percebi, nesse interregno de tempo do dia inteiro, se o Sol havia aparecido para desejar um lindo dia antes de ser encoberto pelas nuvens pesadas.

Talvez a chuva naquela hora fosse uma boa providência para lavar a alma. Mas nem isso eu podia. A pressa é demais. Rotina que segue. Dor de cabeça dando as caras. Como aos olhos dos atentos, nenhum sinal do propósito perseguido passa despercebido, pude aproveitar a noite extasiada com a presença da frondosa lua cheia. Foi ontem. Foi lindo. Salvou o meu dia.

Amanheceu. Que belo dia. Recomeçou o ciclo. A vida acontece agora. Nova oportunidade. Dessa vez o “bom dia” foi dado pela janela, para frente e para cima. Sem telas. Sem mensagens. Sem cores artificiais. Eram seis da manhã. O céu já dava os sinais. Dia lindo. A vibração é outra. Energia em alta. A xícara de café sobre a bancada da varanda e os olhos focados em tudo o que era verde. Assim começou. Em meio a todas as múltiplas e muitas tarefas, pude perceber o presente que veio do céu. E assim o acompanhei até que o final de tarde nos contemplasse com o céu rosa. Literalmente. Pareceu um presente. Foi um presente. Foi hoje. E está sendo. A lua lá fora espelha a perfeição desse universo infinito e misterioso que não deve deixar de ser notado e contemplado todos os dias.

Decidi saber descrever o céu de manhã – toda manhã, perceber as nuvens que passearam por lá ao meio dia, o entardecer avermelhado e deslumbrante e o exato formato com que a lua brilha. Para quem anda atento, todo sinal é uma oportunidade de melhora. A vida acontece nos detalhes.

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Fim de uma era

quinta-feira, 01 de junho de 2023

Agora é oficial: o Hipermercado Extra de Nova Friburgo, no tradicional endereço da Avenida Alberto Braune, vai encerrar as suas atividades na cidade. A previsão é que o supermercado feche totalmente no dia 18 deste mês. Uma queima de estoque já foi iniciada e não deve haver reposição por parte da holding a qual o Extra faz parte. Para acelerar o processo, os preços devem ficar abaixo do custo.

Fechamento pode ser antes

Agora é oficial: o Hipermercado Extra de Nova Friburgo, no tradicional endereço da Avenida Alberto Braune, vai encerrar as suas atividades na cidade. A previsão é que o supermercado feche totalmente no dia 18 deste mês. Uma queima de estoque já foi iniciada e não deve haver reposição por parte da holding a qual o Extra faz parte. Para acelerar o processo, os preços devem ficar abaixo do custo.

Fechamento pode ser antes

O fechamento previsto para o dia 18, portanto, pode ser antecipado, caso todo o estoque seja vendido antes. Segundo os próprios funcionários, todos estão em rito de demissão. Há alguns que estão desde o início da operação do Extra e outros até antes, quando houve a transição do ABC para o Grupo Sendas e na sequência do Sendas que foi adquirido pelo Grupo Pão de Açúcar.

Demissões

Os funcionários que fazem parte de terceirizadas e que prestam serviço ao Extra ou serão deslocados dentro da prestação de serviço de suas empresas ou seguirão também o rito de demissão. Como as terceirizadas são, em sua maioria, fora de Nova Friburgo e não prestam serviço para outra empresa na cidade, o destino é mesmo a demissão.

O que será do imóvel?

A boa notícia é que o imóvel gigante, no coração da cidade, não ficará fechado por muito tempo. Seria de fato uma tristeza, vê-lo se somar a tantas outras lojas com portas fechadas, como é perceptível se ver, ao longo de toda a Avenida Alberto Braune. E, também não vai virar igreja. Seguirá servindo ao ramo de supermercados.

Não será Assaí

Porém, aquilo que se especulava há alguns meses, não se confirmou. Há quem afirme que ainda há estudos para a implantação de uma loja Assaí, em Nova Friburgo e que se seguiria à procura por um espaço, mas preferencialmente em Conselheiro Paulino. Oficialmente, nada se fala.

Novo grupo

O imóvel que muita gente ainda se refere como ABC passará para o Supermarket. A marca que surgiu em 2009 inaugurou há poucos meses a sua primeira unidade em Nova Friburgo, no distrito de Mury. O cronograma indica que após o fechamento do Extra, que será entregue vazio, serão aproximadamente três meses de obras e adaptações.

Após 25 anos

A expectativa é de que o novo supermercado seja aberto em setembro. Não há nada estabelecido de que os atuais funcionários do Extra sejam absorvidos pelo novo dono, até mesmo pelo espaço temporal. Nova Friburgo segue assim assistindo a um boom no ramo de alimentos, com empresas locais que fizeram frente e gigantes nacionais chegando, ainda que com a saída do Pão de Açúcar, após 25 anos na cidade.

Do ABC ao futuro

Vale resgatar a história que mexe com a nostalgia dos friburguenses, de outros tempos quando era evento para as crianças ir ao Hiper ABC. Sigla para Abastecedora Brasileira de Cereais, a loja de Nova Friburgo foi inaugurada em 1973 e durou até 1998, quando foi incorporada pelos supermercados Sendas. Foi ABC Barateiro, renomeada para CompreBem e em 2010 substituída pela atual bandeira Extra. Certamente, serão três longos meses de um vazio quase existencial no coração da cidade até que o Supermarket seja aberto. 

Gasolina mais cara

A partir de hoje, 1º, passa a valer a nova regra estabelecida pelo Governo Federal, ainda sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, de que estabelece a cobrança fixa de ICMS, ou seja, de maneira igualitária para todos os estados. Com a medida, o imposto sobe em 22 estados e cai em apenas quatro. O Estado do Rio de Janeiro, infelizmente, não é um dos que terá redução. Com base em dados da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), o preço do litro da gasolina subirá R$ 0,21.

Redução inibida

O imposto que era de R$ 1,01 passa a comer R$ 1,22 do preço do litro comercializado em território fluminense. A tendência é que o valor já seja repassado para os motoristas nas próximas horas. Ou seja, a redução média de R$ 0,10, observada em Nova Friburgo, na semana passada, por conta da redução da Petrobras – some e ainda ganha mais R$ 0,11 ao que se pagava antes. Por óbvio, há de se esperar para saber como os postos repassarão aos motoristas esse aumento.    

Friburguense

Ainda sem vencer e sem marcar um gol sequer após três rodadas, o Friburguense volta a campo, neste sábado, 3, às 15h, pela segundona do Rio, quando sai para enfrentar o Sampaio Corrêa. Claramente, pesa contra o Friburguense a ausência de pré-temporada e a formação do time às pressas, por conta do imbróglio provocado pela própria presidência do clube ao analisar a menos de um mês da competição, a proposta de um grupo de empresários que tinha o ex-jogador Conca como um dos sócios.

Planejamento afetado

Com toda insegurança jurídica, o tempo para que Siqueira pudesse montar o time foi curto, além é claro de perder jogadores que estavam visados para vir. Com todo planejamento à deriva e os problemas financeiros, o elenco foi blindado para não ficar contaminado e se focar em jogar futebol. Mas dar liga leva tempo e o temor é que em uma competição de onze rodadas isso venha tarde demais.

Zona do rebaixamento

Nas três partidas até aqui, as faltas de entrosamento e de maturidade como coletivo ficaram bastante expostas. No entanto, o elenco parece ser melhor do que o do ano passado, quando o Friburguense terminou a competição em 8º lugar. O empate de 0 a 0 na estreia contra a Cabofriense, fora de casa, foi avaliado como positivo. Contra o Maricá, o pênalti inexistente - que além de ser fora da área, que sequer foi falta e ainda resultou na expulsão de um jogador - foi determinante para a derrota. Merecia melhor sorte. Já contra o Artsul, um apagão no início do 2º tempo levou a tomar dois gols e dormir na zona do rebaixamento.

Hora da virada

Se jogar em casa eleva a pressão por resultados positivos, quem sabe fora de casa, o time consiga seu primeiro gol e a primeira vitória. A competição segue equilibrada, mas a 4ª rodada pode ser o divisor de águas para quem de fato brigará pela classificação às semifinais, meio de tabela ou luta contra o rebaixamento. Qual será o lugar do Frizão?

Unidos da Saudade

Termina neste domingo, 4, o concurso para o samba-exaltação da roxo e branco, em homenagem aos seus 75 anos que se completam em setembro. Ao todo foram oito obras inscritas e sete estão na disputa. As apresentações ocorrem na quadra da escola, a partir das 15h, em meio a apresentações de segmentos da escola e roda de samba, regados a caldo verde e cerveja. A escolha se dará por um júri que foi convidado pela agremiação e que não tem a participação da diretoria.      

Carnaval 2024

A Vilage no Samba já anunciou o tema do seu enredo para o carnaval 2024: xaxado. A atual tetracampeã, em breve, deve lançar o enredo e divulgar a sinopse para a disputa do samba que buscará o inédito feito no carnaval friburguense de cinco títulos consecutivos. Enquanto a Vilage apostará no Nordeste, a Alunos do Samba já dá pistas do seu enredo. Divulgou apenas um baú cheio de ouro com insinuações sobre o que de fato é tesouro. A conferir.      

O retorno

É isso aí! Está de volta a coluna Observatório.  A princípio, todas as quintas-feiras, com muitas notícias exclusivas. Sigo com a coluna literária, Palavreando, todos os fins de semana, no suplemento de fim de semana de A VOZ DA SERRA, o Caderno Z.

Palavreando

“Livres sejam os meus sonhos, as minhas ideias, o meu modo e a minha vontade de ser importante, nem que seja só para mim mesmo. Sou o que mostro, muito mais do que o que escondo. Não sei mentir e nem quero aprender disfarces. Se me amarem ou me odiarem, apenas se aprofundem antes de decidirem. Mas saibam que sou o que descubro a cada dia, por isso prefiro não me definir assim tão permanentemente como uma coisa só. É o que peço na minha oração. Ser múltiplo, aberto, possível, solidário, profundo, apaixonado, repleto de quereres”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z.

Foto da galeria
#OMELHORFRIODORIO - O frio da serra na mais serrana de todas as cidades. Nova Friburgo tem o melhor frio do Rio e para começar, essa bela imagem da noite friburguense vista do alto. O nevoeiro que faz véu entre a cidade e o cume das montanhas.
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Exposição de jovens nas redes sociais

quarta-feira, 31 de maio de 2023

As redes sociais foram responsáveis pelas maiores transformações na humanidade nos últimos anos. Além de uma fonte de comunicação e entretenimento, criou-se um ambiente de livre circulação de opiniões, informações, que busca ditar tendências e estilo de vida, sob a máxima de “quem não é visto, não é lembrado”.

As redes sociais foram responsáveis pelas maiores transformações na humanidade nos últimos anos. Além de uma fonte de comunicação e entretenimento, criou-se um ambiente de livre circulação de opiniões, informações, que busca ditar tendências e estilo de vida, sob a máxima de “quem não é visto, não é lembrado”.

Hoje, praticamente todo mundo tem acesso à internet por meio dos smartphones que nos acompanham 24 horas por dia - até mais do que deveríamos. Os pequenos, desde muito cedo, têm contato com esses dispositivos, aprendendo a utilizá-los de uma maneira quase natural, fazendo parte do seu amadurecimento.

Não é estranho que num mundo tão plugado e com fácil acesso à internet, tornou-se imprescindível que as pessoas tenham seus próprios perfis nas plataformas digitais – o que inclui as crianças, adolescentes. A relevância das redes sociais é inquestionável. Contudo, ao mesmo tempo em que o campo é cheio de oportunidades, a internet também oferece riscos e demanda atenção redobrada dos responsáveis.

Precisamos entender as crianças

Antes que possamos expor as problemáticas, é necessário que entendamos como funciona o mundo para crianças. Afinal, não é “vigiando e punindo” que se faz um bom trabalho de educação, como diria Foucault. É preciso olhar para a problemática pelos olhos de quem não compreende a maldade do mundo como ele é.

A exposição de fotos, textos e vídeos falando sobre a rotina, preferências, família, amigos, animais de estimação e “dancinhas de TikTok”, são as principais atividades praticadas nas redes sociais. Ainda que o papel principal dessas plataformas fosse de conectar pessoas, tornaram-se grandes negócios que movimenta fortunas no mundo do entretenimento.

As histórias de superação de famílias que deram a volta por cima, por meio de seus filhos que enriqueceram com as plataformas digitais também atrai os olhos dos pequenos. Afinal, se você fosse criança, não te encantaria saber que fazendo vídeos para a internet, um influenciador “X”  tirou a família da pobreza e comprou carros de luxo?

Jogador de futebol, bailarina e pop star? Que nada! Experimente perguntar para uma criança o que ela quer ser quando crescer. Certamente as respostas poderão não lhe parecer convencionais e muitas estarão relacionadas a tecnologia e ao mundo da internet como: “influenciador digital, blogueiro, youtuber, streamer, tiktoker.”.

Como em todos os campos do mercado de trabalho, há aqueles que apelam em busca do sucesso meteórico e rápido, numa tentativa desenfreada de chamar a atenção dos seus seguidores. E nesse passo, as curtidas e comentários se tornam cada vez mais necesssários para que elas sintam o prazer e a satisfação - custe o que custar.

Agora, pense em tudo isso sob a ótica de uma criança. Sem dúvida, o cenário fica ainda mais preocupante. Se os adultos já enfrentam desafios na manutenção de um uso saudável das redes sociais, como isso se reflete na vida e rotina dos pequenos?

Observação e cautela

Como você pode ver, as redes sociais estão totalmente integradas à rotina dos adultos e das crianças. Elas podem ser benéficas se utilizadas com inteligência. O problema está no fato de que muitas pessoas fazem uso inadequado e excessivo, o que acaba criando um ambiente favorável para o surgimento de problemas.

A grande diferença está na instrução e na supervisão dos responsáveis. Crianças e adolescentes devidamente ensinados sobre seus limites nas redes sociais, são menos propensos a serem vítimas de crimes, explica Anoberto Serafim, psicólogo de formação e coordenador geral da Casa da Criança e do Adolescente em Nova Friburgo.

“Os criminosos miram nas fragilidades e na vulnerabilidade. Há pessoas que se dizem bem intencionadas. Inicialmente, acolhem os jovens por meio de conversas e depois de ganharem a confiança, induzem-nos a enviarem fotos, vídeos íntimos, estimulam a prática de crimes ou mesmo sondam a rotina e dados de familiares para cometerem crimes.”

Atualmente, muitos crimes são cometidos justamente com base nas informações obtidas nos perfis das vítimas em ambientes digitais, bem como: qual escola estuda, qual o horário de entrada e de saída. Quando o usuário fala demais sobre como é a sua rotina, a vida das pessoas que vivem com ele, os bens que ele possui, o que gosta de fazer aos fins de semana e os lugares que frequenta, ele fornece aos criminosos informações que podem ser utilizadas para prejudicar tanto a ele quanto a pessoas da sua família.

“O melhor caminho é o diálogo com seu filho. Castigar somente serve para fomentar a raiva e o medo que seu filho pode ter de você. Temos que preparar a nossa juventude para o mundo, por meio da supervisão, da educação e acima de tudo, do diálogo”.

Por isso, a exposição é algo comum em uma rede social. Dessa forma, não podemos dizer que o problema está na exposição propriamente dita, mas sim, na medida em que essa exposição ocorre. Afinal, no momento em que ela ultrapassa a barreira do “bom senso” pode se tornar um risco real.

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Arranje tempo para ser

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Apesar de nossa sociedade estar descontrolada, achamos que temos controle, na era digital. Controlar é uma ilusão porque não sabemos e não vemos tudo o que se passa em nosso interior e exterior.

Apesar de nossa sociedade estar descontrolada, achamos que temos controle, na era digital. Controlar é uma ilusão porque não sabemos e não vemos tudo o que se passa em nosso interior e exterior.

Nós, humanos, somos uma raça de progresso, sempre procurando novidades, geralmente melhores. Mas já surge um cansaço na humanidade. “O novo das novidades está ficando desgastado.” (“Simplesmente São – A Espiritualidade da Saúde Mental”, Gerald May, Ph.D., psiquiatra no Shalem Institute, Washington, DC). Todos nós costumamos dizer: “Não tenho tempo!”, ou “Não tiro férias há três anos!”, “Preciso trabalhar mais!”, porém, quando paramos um momento em que não temos nada a fazer, pode surgir um incômodo em nosso peito e uma pergunta bem no meio de nossa mente: “Para quê?”

“Ótimo, você conquistou uma posição de fama, ou de riqueza material, ou de academicismo brilhante. Mas e daí? Qual o sentido disso tudo? Para onde você está sendo levado com isso?” Pode ser que logo a seguir dessa “voz” interior você vá rapidinho fazer algo. Liga a TV, pega o jornal do dia para ler, liga seu celular. Não dá tempo e atenção ao lado sábio e sadio de sua mente que está querendo lhe dizer algumas coisas! Talvez é preciso parar de controlar para viver.

Quando a sanidade em você diz que tudo o que tem feito não preenche necessidades no profundo de seu ser, quando atinge aquela meta tão desejada e pouco tempo após volta o vazio que quer lhe empurrar para uma nova meta, parecendo que o prazer acabou de novo, o que sobra? Boris Beker, que foi número 1 do tênis mundial, abriu seu coração numa entrevista dizendo que muitas vezes ficava no quarto do hotel andando angustiado de um lado para o outro, se perguntando: “E agora que sou o número 1? Que mais?” E afirmou que chegou a pensar em que talvez fosse melhor morrer.

A maioria de nós dá duro para chegar lá. Mas o que é chegar lá? Onde fica este “lá”? Por que quando achamos que chegamos “lá” depois vem a sensação de vazio? Se olharmos profundamente a nós mesmos, podemos concluir que talvez o “lá” é na verdade um estado de ser (existir) relacionado com descansar. Como disse Joseph Conrad: “Aquilo que todos realmente buscam é uma forma, talvez só alguma fórmula, de paz.” (obra citada, p.17).

Parece que este “lá” tem que ver com ser apenas quem você é. Simplesmente ser. Relaxar e ficar bem. Descansar. No evangelho de João, na Bíblia, no capítulo 12, versículo 24, Jesus Cristo disse assim: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.” Para chegar “lá” a semente, como disse Jesus, tem que morrer, para poder dar fruto, descanso, paz – se não fica ela só, que pode significar o fazer, fazer, fazer, e assim você nunca chega lá porque sempre há o que fazer. Sempre.

Deixar a semente morrer é abrir mão do controle. Como assim? Veja exemplos de controle: “As coisas têm que funcionar do jeito que quero!”, “Só vou ser feliz se aquela pessoa me amar!”, “Só consigo paz se ganhar mais dinheiro!”, “Só me realizo como pessoa se conseguir aquele título acadêmico!”, “Preciso daquele poder político!”

O “ser” no sentido de existir lhe é dado de graça. O grão de trigo quando é plantado no solo não é ele quem dá a ele mesmo poder de dar fruto, de vir a ser. O que você precisa fazer é permitir entrar num processo de cura, querer isso, buscar isso, abrindo mão do controle e permitir a natureza agir.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Delícias da culinária internacional

terça-feira, 30 de maio de 2023

No Laos, o mais apreciado é o rato à milanesa

No Laos, o mais apreciado é o rato à milanesa

Tem gosto pra tudo neste mundo, inclusive em se tratando de alimentação. Sem irmos muito longe, aqui mesmo no Brasil tem uns pratos que devem revirar o estômago dos estrangeiros, só de ouvir o nome. Imagine o rei da Inglaterra indo almoçar no Itamaraty e ser informado de que o prato do dia é a nossa famosa buchada, que se constitui das seguintes delícias: rins, fígado e vísceras, tudo cozido em uma bolsa feita com o estômago de bode, que, aliás, é o fornecedor involuntário de todos os ingredientes. É de fazer Sua Majestade renunciar ao trono e, no entanto, no Nordeste do Brasil é considerado um manjar digno dos reis e dos deuses.

Imaginemos agora que o chef de alguns dos restaurantes de nossa cidade esteja querendo oferecer aos seus clientes algumas novidades culinárias. A fim de poupar-lhe o esforço de viajar a terras longínquas para conhecer as delícias locais, descrevo aqui algumas das iguarias mais apreciadas fora do Brasil, segundo a internet.

Comecemos com um prato muito popular na Escócia. Lá eles cozinham uma bolota feita com o pulmão, o estômago, o fígado e o coração de uma inocente ovelhinha. Servem com nabo e purê de batata. O que salva é que o caldo é obtido com a adição de uísque. Os escoceses lambem os beiços. Já a Itália, para quem pensa que lá como cá tudo acaba em pizza, tem um delicioso queijo cujo processo de fabricação é, para dizer o mínimo, originalíssimo. O dito queijo é recheado com larvas, as quais serenamente se hospedam nos buracos deixados no produto justamente para que elas ali se acomodem. Então, quando as moscas nascem, o queijo está no ponto para ser consumido. Uma delícia! (Ou um nojo, as opiniões variam).

Se o nosso chef quiser copiar uma receita do Camboja, poderá fazer um prato que certamente encherá seu estabelecimento de fregueses e triplicará a venda de cerveja. Trata-se um petisco feito com a saborosa carne de aranha, dividindo-se a preferência dos gourmets entre as tarântulas e as caranguejeiras. Por prudência, retiram-se os pelos das bichinhas, que é onde o veneno se concentra. No mais, é só acrescentar sal, açúcar, pimenta e alho. Umas cachacinhas antes e outras depois devem ir muito bem.

Para quem aprecia uma boa carne, o Camboja oferece também o churrasco de crocodilo. Só que lá não tem esse negócio de perder tempo com grelha e carvão. A posta é colocada na mesa ainda crua, e o comensal é que vai passando-a numa chapa quente até atingir o ponto que lhe agrade. Talvez seja uma forma que eles acharam de se vingar da falta de cerimônia com que os crocodilos também devoram carne humana.

No Laos, o mais apreciado é o rato à milanesa. Se der bobeira, nem Mickey Mouse escapa. Carne muito versátil, pode ser servida cozida ou assada, e o bicho pode vir inteiro ou em pedaços. Para que nem o rabo se perca, usam-se palitinhos para pescar as fatias. E pensar que em Nova York o prefeito nomeou uma comissária, com salário de 64 mil dólares anuais, para comandar uma equipe de caça às ratazanas (um desperdício de dinheiro e de comida!). Milhões delas habitam os subterrâneos da cidade, mas frequentemente sobem à superfície para ver como andam as coisas nas casas, restaurantes, hospitais, lugares onde, aliás, costumam ser muito mal recebidas.  

Especialmente apreciado nas Filipinas é o ovo de pato. Ora, dirá você, isso até eu como. A diferença é que lá come-se o ovo fecundado, ou seja, com o embrião do patinho ainda lá dentro. É uma maneira de consumir carne, clara e gema de uma só garfada. Também não faltam lugares onde os insetos constituem umas das refeições prediletas. Fritos, assados, bem temperadinhos, não há quem resista a um bom prato de besouro, abelha, gafanhoto (João Batista era fã), cupins, moscas, cigarras e – para os paladares mais refinados – baratas!

Creio que já dei bastantes sugestões. Caso sua esposa pretenda arriscar uma dessas delícias para o almoço do próximo domingo, meu conselho, amigo, é que você vá almoçar no pé sujo mais próximo.

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