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Trezentos-e-cincoenta

terça-feira, 02 de abril de 2024

Ninguém se molha duas vezes na água do mesmo rio

Ninguém se molha duas vezes na água do mesmo rio

É um truísmo, mas é também uma verdade: basta termos a coragem de nos encararmos um só instante para concluirmos que estamos ─ como tudo que é vivo – em constante transformação. Ao acordarmos de manhã, já não somos aquele mesmo que se deitou à noite: um fio de cabelo branco brotou discreta, mas irreversivelmente; uma ruga riscou a testa e tende a se aprofundar. Talvez nos iludamos, achando que mudamos para melhor. Mas, se os que nos conhecem concordam, pode ser apenas porque o sentimento de solidariedade imposto pela frágil condição humana os obrigue a mentir, ou a calar, o que não é senão outra forma de mentir.

Tudo muda, disso já sabia o filósofo Heráclito, ao afirmar que ninguém se molha duas vezes na água do mesmo rio, pois, ao entrar, a água já é outra, e outra é a própria pessoa que mergulha. E, claro, não se trata só de mudança física, que dessa o tempo cuida com especial zelo, segundo a segundo, até o dia em que não temos escolha senão reconhecer que já não somos o que pensávamos, e então nos perguntamos, como Cecília Meireles: “Em que espelho ficou perdida a minha face?” Mudamos principalmente naquilo que julgávamos ser o mais permanente: convicções e lembranças; a simpatia que virou amor para a vida inteira; o que sabíamos e desaprendemos; o que era certeza e agora reconhecemos ter sido apenas ignorância, fantasia ou mera ilusão. O futuro é incerto e o passado, instável.

Julgamos que somos uno, inteiro, indivisível, contudo, como descobriu Mário de Andrade: “Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta”, embora acreditando que “um dia afinal eu toparei comigo”. E mesmo que afinal topemos conosco, para os outros continuaremos sendo tantos quantos são os que nos olham. Cada um que nos vê, vê uma pessoa diferente, diferente sobretudo daquilo que nós mesmos enxergamos em nós.

Essa filosofia de botequim, essa sabedoria de almanaque me assaltou quando, passando por uma rua, me lembrei que ali morava uma amiga que tive em tempos idos. Certa vez, estávamos justamente filosofando sobre o quanto tínhamos mudado, como pessoas e como profissionais, desde o dia em que, numa sala de aula da faculdade, nos encontramos pela primeira vez. Com humilde bom-humor, admiti: “Se eu tivesse me conhecido dez anos atrás, eu não falaria comigo”. Ela, com bem-humorado sarcasmo, respondeu: “Por aí você vê o que tenho aguentado!”

Se, no momento em que eu passava, ela abrisse a janela e nos víssemos, o máximo de intimidade que poderíamos nos permitir seria um contido aceno de mão, um “oi” desanimado. Longe vai o tempo das confidências, tempo em que fazíamos piada um com o outro e nos divertíamos com isso. “Mudaria o Natal ou mudei eu?”, perguntou-se Machado de Assis. No caso da minha amiga (que não abriu a janela), mudou ela, mudei eu. Para ambos, o Natal é outro, outros Natais.

Quem ela enxerga agora, quando, por acaso e a distância, me vê? A visão será totalmente ruim, ou ao menos será amenizada pela lembrança feliz de coisas passadas? Grande é o desafio de mudar tentando preservar o que acaso tenhamos de bom, tentando melhorar naquilo que nos for possível e aceitando os altos e baixos ─ inevitáveis para mim, para você e para a minha amiga (que não abriu a janela).

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Testando um novo equipamento

terça-feira, 02 de abril de 2024

Esse texto foi escrito num dispositivo novo, para ser testado. Como estarei fora do Brasil, por algum tempo, e não querendo interromper minha coluna, resolvi testar um tablet. Enquanto um notebook antigo, como é o meu, pesa de um a dois quilos, sendo muito incômodo para carregar como bagagem de mão, um tablet Redimi Pad SE não chega a 500 gramas. Tem ainda a vantagem de ser mais barato e de fácil manuseio.

Esse texto foi escrito num dispositivo novo, para ser testado. Como estarei fora do Brasil, por algum tempo, e não querendo interromper minha coluna, resolvi testar um tablet. Enquanto um notebook antigo, como é o meu, pesa de um a dois quilos, sendo muito incômodo para carregar como bagagem de mão, um tablet Redimi Pad SE não chega a 500 gramas. Tem ainda a vantagem de ser mais barato e de fácil manuseio.

Tenho um sobrinho que mora na Alemanha há mais de 20 anos e que, por um problema de saúde, genético, foi obrigado a fazer um transplante de fígado. Esse é o motivo da viagem, ou seja visitá-lo quando for, finalmente, liberado para ir para casa. Antes, pretendo fazer um giro por Portugal, visitando a região norte e central do país, pois não descarto a ideia de me mudar, por uns tempos, para fora do país. Pelo menos enquanto durar esse governo do PT, torcendo para que o brasileiro tenha, finalmente, apreendido a votar e o nosso processo eleitoral seja confiável.

Na realidade, é uma viagem de estudo, pois com a falta de credibilidade do atual governo e as idiotices faladas e espalhadas aos quatro ventos por Luís Inácio, a nossa economia está saindo dos trilhos. O dólar ultrapassou a barreira dos R$ 5, a bolsa de São Paulo está em queda e a nossa inflação em 3,6% é piada de mau gosto. Hoje, não se entra num supermercado sem que os gastos sejam inferiores a R$ 80. Portanto, uma mudança para outro país tem de ser muito bem pensada.

Pelo menos quanto ao fator segurança, alguns países da Europa são mais tranquilos que o Brasil, com baixos índices de violência e sem os assaltos a mão armada, como é corriqueiro por aqui. No entanto, o valor do euro torna-se um diferencial, pois uma coisa é economizar por um tempo e viajar; outra é estar preparado para os gastos com alimentação, aluguel, luz, água, telefone, internet, carro, combustível e outras cositas mais. E, mudar-se para uma das repúblicas sul americanas, é trocar meia duzia por seis.

  Espero que essa estadia nas terras lusitanas, a primeira que faço depois de tantos anos viajando para o velho continente, principalmente pelo interior do país, me dê uma ideia de como são as coisas por lá. Isso leva a mudanças de hábitos e costumes, alimentação e, o que é muito importante, o cuidado com a saúde. Por ser médico, daí poder falar de cadeira, mesmo com as mudanças impostas pelos novos tempos, a relação medico-paciente em terras tupiniquins é, senão a melhor, uma das melhores do mundo. Apesar da perda de qualidade do curso de medicina estar em baixa, no mundo inteiro, o preparo de nossos esculapios ainda é dos melhores, apesar da defasagem de nossos equipamentos em relação aos países mais avançados. O desempenho dos médicos brasileiros, pelo menos na Europa e, sobretudo, na França, é um diferencial, isso comentado por locais que já se trataram com eles. Com relação ao tratamento dentário, em terras lusitanas, dispensa comentários.

Claro que determinados projetos estão fadados a ficarem na saudade, pois existe um diferencial que é intransponível, ou seja, o fator idade. Quando se é jovem nada nos detém, mas quando a idade começa a pesar isso torna-se um diferencial a ser pensado. Para aqueles da minha idade, a presença da família torna-se mais um ingrediente a ser levado em consideração, pois a sensação de isolamento, lá fora, é muito grande. Por exemplo, meu sobrinho não tem esse tipo de problema, pois além de ser casado e ter dois filhos, sua mãe e o irmão também moram próximo a ele. Um dos fatores do seu transplante ter tido sucesso, foi exatamente a presença da família a seu lado.

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Data marcada

segunda-feira, 01 de abril de 2024

Copa Uni 2024 será realizada em Nova Friburgo no final de maio

        Os universitários estão contando os dias para mais uma edição da Copa Uni. Já tradicional no calendário de eventos esportivos de Nova Friburgo, a competição, neste ano, será promovida entre os dias 30 de maio e 2 de junho. Os organizadores ainda estão acertando os detalhes para confirmar as modalidades oferecidas, mas é possível que sejam jogados o futsal, handebol, basquete, vôlei, cabo de guerra, tênis de mesa e cheerleading.

Copa Uni 2024 será realizada em Nova Friburgo no final de maio

        Os universitários estão contando os dias para mais uma edição da Copa Uni. Já tradicional no calendário de eventos esportivos de Nova Friburgo, a competição, neste ano, será promovida entre os dias 30 de maio e 2 de junho. Os organizadores ainda estão acertando os detalhes para confirmar as modalidades oferecidas, mas é possível que sejam jogados o futsal, handebol, basquete, vôlei, cabo de guerra, tênis de mesa e cheerleading.

        Em 2023, a Copa uni contou com a participação de oito universidades do Estado do Rio de Janeiro, além das já tradicionais festas de confraternização. O evento conta com o apoio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. A Atletica Cavaleiros da Unesa foi a campeã, tendo a SeleUFF como segunda colocada e a Maníacos da Estácio em terceiro. Participaram ainda as equipes Aqueles Malucos, da Uerj Friburgo; Furiosa, da UFF Friburgo; Predadores, da UFRJ de Macaé; Atlética da Uva e Guardiões da Estácio, ambas de Cabo Frio. As partidas foram realizadas nos ginásios Adhemar Combat e do Colégio Estadual Canadá, ambos na Via Expressa, no bairro Olaria.

        Realizada desde 2016, a Copa Uni teve grande sucesso em todos os anos. Seja na arquibancada ou na quadra, os atletas sempre conseguem promover uma grande integração – principal objetivo dos jogos. Considerado fundamental para manter acesa a chama da saudável rivalidade local no meio do esporte universitário, o torneio é uma prévia para os Jogos Universitários de Nova Friburgo (Junfri).

 

Confirmado

Regional de Xadrez será nos próximos dias 13 e 14

        A Federação de Xadrez do Estado do Rio de Janeiro (Fexerj) e a Prefeitura de Nova Friburgo remarcaram para os próximos dias 13, sábado, e 14, domingo, a realização da etapa regional 2024 do Campeonato Estadual de Xadrez. O evento foi adiado do último fim de semana devido às previsões de chuvas fortes em todo o Estado do Rio. O local e o horário continuam os mesmos: a Oficina Escola de Artes, na Praça Getúlio Vargas, 89 (antigo fórum), no centro da cidade, das 12h30 às 19h.
        O evento é promovido pela Fexerj, com os apoios das secretarias de Esportes e Lazer e de Educação, da Secretaria Municipal de Cultura e de empresas privadas do município. A competição é aberta a atletas federados ou não e conta também com a presença de grandes jogadores do cenário estadual, mediante inscrição, através do sistema Sympla. O regulamento completo está disponível na página da Fexerj na internet (https://fexerj.org.br/).
        O público também poderá acompanhar as partidas, que terão entrada franca. De acordo com os organizadores, o objetivo é difundir e desenvolver a prática do xadrez no Estado do Rio de Janeiro, além de promover a movimentação do rating da Fexerj. Quem ainda não tem familiaridade com o jogo de xadrez também poderá observar de perto a destreza dos competidores e aprender mais sobre as regras.

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    Atletica Cavaleiros da Unesa foi a campeã da última edição da Copa Uni (Foto: Divulgação)

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    Evento reúne diversas atléticas de várias cidades do Estado (Foto: Divulgação)

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Empreendedorismo de impacto socioambiental: inovando para um futuro sustentável

segunda-feira, 01 de abril de 2024

Opa! Tudo verde? Bora pra mais uma Prosa Sustentável!

O assunto de hoje é sobre o empreendedorismo de impacto socioambiental que emerge como um catalisador transformador, abraçando a missão ousada de solucionar problemas urgentes que assolam nossa sociedade contemporânea. Essas iniciativas não apenas enfrentam desafios ambientais e sociais, mas também pavimentam o caminho para um modelo de negócios mais ético e sustentável. A seguir, vamos explorar a importância, inovação e como cada pessoa pode contribuir para impulsionar esses negócios positivos.

 

Opa! Tudo verde? Bora pra mais uma Prosa Sustentável!

O assunto de hoje é sobre o empreendedorismo de impacto socioambiental que emerge como um catalisador transformador, abraçando a missão ousada de solucionar problemas urgentes que assolam nossa sociedade contemporânea. Essas iniciativas não apenas enfrentam desafios ambientais e sociais, mas também pavimentam o caminho para um modelo de negócios mais ético e sustentável. A seguir, vamos explorar a importância, inovação e como cada pessoa pode contribuir para impulsionar esses negócios positivos.

 

Solucionando problemas urgentes: a importância do empreendedorismo de impacto

Em um mundo que enfrenta desafios ambientais e sociais cada vez mais complexos, o empreendedorismo de impacto surge como um farol de esperança. Essas iniciativas não buscam apenas o lucro, mas têm como objetivo central a resolução de problemas que afetam comunidades, ecossistemas e a qualidade de vida global. Seja lidando com a crise climática, desigualdades sociais ou acessibilidade a recursos básicos, os empreendedores de impacto desempenham um papel crucial na construção de um futuro sustentável.

O empreendedorismo de impacto no Brasil revela um lado inovador e promissor. Empresas e startups estão surgindo com soluções inovadoras que vão além do tradicional, incorporando práticas sustentáveis em seus modelos de negócios. Desde iniciativas que promovem energias renováveis até aquelas que utilizam resíduos para criar produtos de valor, os empreendedores de impacto estão redefinindo o que significa ter sucesso nos negócios.

Esse movimento não apenas busca preservar o meio ambiente, mas também contribui para a geração de renda e o desenvolvimento econômico. Projetos que empregam práticas sustentáveis muitas vezes criam oportunidades de trabalho em comunidades locais, estabelecendo um ciclo virtuoso de impacto positivo.

 

Empreendedores de impacto no Brasil

O Brasil, lar de uma biodiversidade rica e desafios sociais complexos, está rapidamente se tornando um terreno fértil para empreendedores de impacto. O número exato de empreendedores de impacto pode variar, mas organizações e redes dedicadas a esse setor estão se multiplicando. O ecossistema brasileiro está testemunhando o surgimento de negócios focados em criar mudanças significativas, abordando questões que vão desde a preservação da Amazônia até a inclusão social.

Um levantamento do Sebrae em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) identificou mais de 800 negócios de impacto social em todo o país. Boa parte dos novos negócios que prestam serviços sociais e geram desenvolvimento econômico são startups.

O termo "negócio de impacto" teve sua origem no início do século 21, ganhando força com a crescente conscientização sobre a necessidade de abordagens mais sustentáveis nos negócios. Essas empresas são caracterizadas por sua missão social ou ambiental intrínseca, buscando gerar impacto positivo em paralelo aos resultados financeiros. O conceito reflete uma mudança de paradigma, onde o sucesso empresarial é medido não apenas pelos lucros, mas também pelo impacto positivo na sociedade e no planeta.

Cada pessoa pode desempenhar um papel vital no fortalecimento do empreendedorismo de impacto. Algumas maneiras de contribuir incluem:

1 - Apoiar empresas de impacto: Escolher apoiar e comprar de empresas que têm uma missão social ou ambiental clara. É valorizar o próprio dinheiro investindo em aquisições de produtos e serviços de empreendedores que estão ajudando a humanidade.

2 - Investir conscientemente: Considerar investir em fundos ou startups de impacto para impulsionar iniciativas positivas.

3 - Participar de redes e eventos: Engajar-se em comunidades que promovem o empreendedorismo de impacto, aprendendo e compartilhando conhecimento.

4 - Educação e conscientização: Informar-se sobre questões sociais e ambientais, promovendo a conscientização em sua comunidade.

 

O empreendedorismo de impacto está moldando uma narrativa onde os negócios prosperam não apenas financeiramente, mas também como agentes de mudança positiva. Ao apoiar essas iniciativas, estamos contribuindo para a construção de um futuro mais equitativo, sustentável e promissor para todos.

Tudo verde sempre!

 

Alex Santos é CEO da EcoModas Soluções Sustentáveis

Alex.santos@ecomodas.com.br

@alex.ecomodas

 

Esta coluna é publicada, quinzenalmente, às terças-feiras. 

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    Modelos de negócios são pensados para contribuir com a causa ambiental e social. (Foto: Pixabay.com)

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    Negócios de Impacto contribuem para resolver problemas na busca por um mundo melhor. (Foto: pixabay.com)

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    O papel do negócio de impacto é resolver problemas atuais no campo socioambiental e trazer sustentabilidade financeira para o crescimento do próprio negócio. (Foto: pixabay.com)

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A VOZ DA SERRA informa e transforma a nossa visão de mundo

segunda-feira, 01 de abril de 2024

Nossa viagem no Caderno Z começa na Bahia e nós vamos conhecer um pouco da história do cacau. Não basta amar chocolate, tem que saber a sua origem. Quando desembrulhamos uma deliciosa barra de chocolate, acho difícil que passe pela nossa cabeça de onde vem tão maravilhosa iguaria?  Que magia é essa que derrete na boca e cada vez mais ganha sofisticações nas lojas especializadas? Contudo, isso não é coisa da modernidade, pois “no Império Azteca, o cacau era usado como moeda e valia mais do que a prata e o ouro”. Além do mais era tido como “uma fruta enviada pelos deuses”.

Nossa viagem no Caderno Z começa na Bahia e nós vamos conhecer um pouco da história do cacau. Não basta amar chocolate, tem que saber a sua origem. Quando desembrulhamos uma deliciosa barra de chocolate, acho difícil que passe pela nossa cabeça de onde vem tão maravilhosa iguaria?  Que magia é essa que derrete na boca e cada vez mais ganha sofisticações nas lojas especializadas? Contudo, isso não é coisa da modernidade, pois “no Império Azteca, o cacau era usado como moeda e valia mais do que a prata e o ouro”. Além do mais era tido como “uma fruta enviada pelos deuses”. Fruto de discrepâncias sociais, por muito tempo, em alguns países, o cacau foi produzido à custa de mão obra escrava e até infantil. É incrível que ainda haja resquício dessa prática.

No Brasil, a maior produção do cacau se concentra no Estado da Bahia e sabendo um pouco sobre o seu cultivo, podemos degustar essa delícia sem culpas, pois não há tanto mal em consumi-la, excetuando-se os exageros, pois “não é preciso temer o produto, basta apenas ter moderação”. O difícil é saber onde está o limite do consumo, porque um pedacinho de chocolate chama outro e assim por diante.

De minha parte, eu gosto de ter umas barrinhas em casa, claro que escondidas da minha neta. Na infância de minhas filhas, nós pegávamos na locadora o filme “A fantástica fábrica de chocolate”, mas antes, tínhamos que passar na loja Ventura, da Rua Oliveira Botelho para garantir o estoque de barrinhas durante a apresentação do filme. Não somente na Páscoa, pela simbologia do coelhinho e de tantas brincadeiras, na “caça aos ovos”,  o chocolate está presente no cotidiano e se torna um belo presente para qualquer ocasião.

Wanderson Nogueira nos convida a pensar o mundo novo, numa Páscoa plena de ações... “Não admitimos crianças nas ruas, sem creche e escola. Queremos que nossos jovens possam empunhar violões e saxofones, ao invés de fuzis. Que não queremos ver nossos familiares e vizinhos adoecerem. Queremos um envelhecimento saudável, ao invés de frequentar filas de hospital. Que não queremos esperar horas e horas por um ônibus.

Queremos levar o menor tempo possível para chegar em casa, ao invés de ter cerceado o direito de passar mais instantes com nossos amores. Que não queremos ver nossas casas serem levadas pelas chuvas e nossa paz carregada pelo medo. Queremos deixar de herança para as próximas gerações uma cidade verde, sustentável...”.

A Páscoa é renovadora não só para o nosso espírito, mas para as ações provindas da nossa espiritualidade, sempre a serviço do bem. Assim, que haja um sentimento pascoal em nós durante os dias futuros, num ambiente fraterno, cada vez mais forte. Esse é o plano da nossa existência, construir afetos, como destaca Paula Farsoun: “Se você tem alguém assim na vida, amigo, que sorte a sua. A construção dessa relação leva tempo. Ela passa por fases, amadurece, se reinventa, afrouxa, aperta, some, aparece, mas continua intacta. Basta levantar a mão por socorro na multidão das outras companhias para você ver a presença de quem que irá fazer toda a diferença...”.

Falando em amigos, três deles estão em “Sociais”. Três valetes empreendedores, amigos de A VOZ DASERRA, de Nova Friburgo, dos bons empreendimentos: Felipe Sanches, Braulio Rezende e Antônio Celles Cordeiro, um trio de admiráveis aniversariantes fechando o mês de março. A eles, o abraço com votos de saúde e muita prosperidade. O verbo prosperar se destaca entre os anseios humanos. Uma boa notícia no campo financeiro é o montante de R$ 274 milhões que o Governo do Estado do Rio de Janeiro dividiu entre os 92 municípios fluminenses, provindos da arrecadação de royalties, IPI, ICM e IPVA.  Para a nossa cidade coube o valor de R$ 2.422.053,69.  

Silvério, o arauto das nossas expectativas, surpreende o Coelhinho da Páscoa que deu de cara com o portão do Centro de Arte, “fechado”. Contudo, surge uma esperança já que o prédio da Fundação D. João VI está passando por uma reforma. O futuro guarda uma esperança. E quem sabe a gente possa dizer: “Volta, Coelhinho da Páscoa, volta!”

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Ressurreição: o nosso Deus é um Deus vivo!

segunda-feira, 01 de abril de 2024

Entre as sombras da dúvida, do nada, do silêncio do peito, do esvaziamento do cosmo, surge a vida! O glorioso Sol rasga as trevas, numa manhã solene de Ressurreição! O túmulo vazio. Os guardas atônitos. Os apóstolos vibrantes de certeza! "Nosso Cristo está vivo!", Os materialistas repetem desde sempre a mesma mentira: " Roubaram o corpo";" Jesus Cristo foi apenas um homem contra o sistema e está morto", Míopes em suas mancas afirmações e adoradores da surda-muda matéria, teimam em não sair de suas cavernas frias para a luz aquecedora do Amor de Cristo.

Entre as sombras da dúvida, do nada, do silêncio do peito, do esvaziamento do cosmo, surge a vida! O glorioso Sol rasga as trevas, numa manhã solene de Ressurreição! O túmulo vazio. Os guardas atônitos. Os apóstolos vibrantes de certeza! "Nosso Cristo está vivo!", Os materialistas repetem desde sempre a mesma mentira: " Roubaram o corpo";" Jesus Cristo foi apenas um homem contra o sistema e está morto", Míopes em suas mancas afirmações e adoradores da surda-muda matéria, teimam em não sair de suas cavernas frias para a luz aquecedora do Amor de Cristo.

Os nossos domingos já não podem ser os mesmos! Existe um brilho diferente no ar, na calma da natureza apoteótica a bradar Aleluia! Como naquele dia luminoso, aos olhos perplexos dos discípulos, o Senhor se elevava aos céus e prometia o seu Espírito e a sua nova vinda para recolher.

Mas se este Jesus está vivo, por que aparece ainda pregado na cruz? Pode alguém perguntar. A cruz é o símbolo do gesto máximo do Amor de Cristo por nós. É a recordação de quanto custou ao Deus feito homem a nossa libertação: sua vida, seu sangue, seu martírio. Se alguém dá a vida por nós, não podemos esquecer tal ato. O sacrifício da cruz é o grande sinal do Amor cristão, o Amor que não só vibra com a festa da vida, mas se solidariza e se doa nos sofrimentos e cruzes do irmão. Para nós, católicos, Jesus está vivo, sim, presente entre nós, Ressurreto, fulguroso e poderoso, mas sabemos o quanto sofreu por nós e, por isso, a sua cruz é para todos um instrumento-símbolo de salvação.

Nestes ventos de ressurreição, devemos nos perguntar sobre nossos passos, sobre nossos rumos, sobre nossos corações... A luz que se acendeu há quase dois mil anos não se apagou... Ela se multiplica nos círios, no peito, nos sacrários do mundo inteiro, na chama da fé dos povos, na esperança ígnea que não se prostra nem mesmo com as bombas e perseguições, nem com as explosões de néon do ateísmo, do capitalismo selvagem. Ela se expande no brilho simples da verdade que quebra os sofisticados e ocos sofismas, meticulosamente talhados nas indústrias da exploração humana.

Este Deus vive entre nós. Vive em nós. Sua ação pasma a História, abrindo o mar com mão firme, curando toda enfermidade, transformando água em vinho, transubstanciando o próprio vinho em seu sangue, o pão em sua carne: Eucaristia-Ressurreição! Os véus do templo se rasgam de cima a baixo. Seu Sudário permanece de século em século, questionando a análise dos químicos, médicos, cientistas em geral, ou de qualquer cético que queira apalpar a configuração do Senhor. Ei-lo! Eis o Homem! Como apresentou Pilatos. Todo chagado e marcado por chicotes ferinos. Eis o Cristo de olho vazado pelos espinhos da coroa e sobre esta vista a imagem de uma moeda romana, conforme o costume. Vejam o que queriam ver. Um Deus-homem impresso em negativo em um linho antiquíssimo, com pólen do século primeiro, pela explosão luminosa de sua Ressurreição! Reconheçam que não há pintura em negativo com sangue AB judeu de quase dois mil anos que permaneça nítida após tantas intempéries. Figura que não é pintada e que após fotografia de um pesquisador, curiosamente aparece em positivo e apresenta tridimensionalmente o Senhor sofredor, sem nenhuma distorção em computador (o que normalmente aconteceria), o que só hoje, no século 21, os cientistas conseguiram colocar impresso em 3D.

A precisão dos traços e marcas da Paixão... funduras das chagas, inchações, todo o desenho anatômico das lesões, constatado por renomados cirurgiões, digitais de quem o transportou nas plantas dos seus pés... O que mais falta? O que mais? Frente às exigências empíricas dos que no fundo acham incômodo CRER, Jesus ressuscitado diz ao Tomé de cada século: "Vem e vê. Poe o teu dedo em minhas chagas e no meu lado! Sou eu! Estive morto, mas venci a morte! Abre teu coração agora e abandona tua soberba! Tu creste porque viste. Felizes aqueles que creem, mesmo sem ver".

Caros irmãos, o nosso Deus é um Deus vivo! E você é convidado a viver e a beber desta fonte e a nunca mais ter sede! Feliz Páscoa!

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo

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Saborosas lembranças da Páscoa

segunda-feira, 01 de abril de 2024

Ontem, domingo de Páscoa, foi um dia em que boas lembranças me rondaram, como se fizessem uma ciranda de situações. O tempo passa rápido, mas, por sorte, nos deixa recordações. Ontem não quis me tocar com tristezas porque sempre existem, posto que em todos os momentos há hiatos, ausências e discrepâncias. Todavia, no domingo de Páscoa, fiz questão de me apegar ao aconchego da felicidade. E, por que não?!

Ontem, domingo de Páscoa, foi um dia em que boas lembranças me rondaram, como se fizessem uma ciranda de situações. O tempo passa rápido, mas, por sorte, nos deixa recordações. Ontem não quis me tocar com tristezas porque sempre existem, posto que em todos os momentos há hiatos, ausências e discrepâncias. Todavia, no domingo de Páscoa, fiz questão de me apegar ao aconchego da felicidade. E, por que não?!

Como o passado tocou em minhas faces desde que acordei, vou trazê-lo em pequenos flashes a esta coluna, como se oferecesse aos leitores uma aragem alegre. Quando recordamos coisas boas e falamos delas, levamos a quem nos escuta a prazerosa sensação que nos invade. 

Certa vez, participei de uma coletânea de contos de memória e receitas, na qual, depois de apresentar a receita, escrevi sobre uma lembrança especial que guardo com carinho. Quando pequena, minha avó Vera fazia balas de coco, e eu a ajudava a esticar a massa. Enquanto nós a puxávamos e a encolhíamos, ela contava histórias da sua infância em Conservatória, no estado do Rio de Janeiro, lugarejo perto de Vassouras. Foram momentos afetivos em que nossa relação era enriquecida pelo sabor das balas que derretiam na boca. Ah, nunca mais comi tão gostosas. 

Na Páscoa, como em tantos outros dias do ano, ela fazia um bolo de frutas cristalizadas que ninguém conseguiu fazer depois que ela viajou para o universo para brilhar como estrela. Cada neto tinha uma torta; a de chocolate era do Tuca e a de morango, minha. Na casa da dona Vera sempre tinha um quitute que ela fazia para se tomar com café ou chá no meio da tarde. Vovó trouxe para a vida adulta os hábitos da meninice na fazenda em Conservatória, onde a numerosa família se reunia para o sagrado lanche da tarde. Costume que, infelizmente, vem se perdendo com o tempo. Hoje, o que restam são as xícaras, os bules, os pratos expostos em cristaleiras como relíquias quase intocadas. 

Depois me lembro dos ovos de Páscoa que escondia nos canteiros do jardim para meus filhos quando pequenos. Na verdade, era uma competição entre os dois e os amigos que estavam com eles; sempre tinha uma criança junto para compartilhar o desafio de achar os melhores, inclusive antes do meu cachorro, Zeus, encontrar. Ainda de pijama e com os pés descalços na grama, eles iam, agachados, procurando-os entre as plantas, raízes e pedras. Também não posso me esquecer dos ovos que eram trocados entre nós, os adultos, quando não fazíamos de forma diferente das crianças: alguns eram devorados, enquanto outros estocados na geladeira, ou mesmo nos armários de roupa, para serem saboreados ao longo da semana.

E as canjicas da Sexta-Feira Santa? Hum... Leite de coco, canjica, leite condensado, paçoca no café da manhã e no lanche. Mas o melhor nunca foi saboreá-las, mas compartilhá-las, conversando em família, colocando os papos em dia, fazendo recordações. E a pesagem na balança depois da comilança? Sempre aumentava diante dos nossos olhos assustados na segunda-feira, mas com brilho de felicidade. 

Nesta vida, passei por tantos bons momentos pascoalinos. Certamente, outros virão. Muitos. Assim espero que seja para todos.

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Amancio recua na odontologia

sexta-feira, 29 de março de 2024

Edição de 30 e 31 de março de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Amancio recua na odontologia - Depois de fixar em 63% o aumento das anuidades da odontologia, prefeito reconsidera e recua reduzindo para 11,6%, acatando denúncias deste jornal. 

Edição de 30 e 31 de março de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Amancio recua na odontologia - Depois de fixar em 63% o aumento das anuidades da odontologia, prefeito reconsidera e recua reduzindo para 11,6%, acatando denúncias deste jornal. 

MDB lançou um lote de candidatos - Nada menos que três são os candidatos lançados pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) - seção de Nova Friburgo - para concorrerem à deputação estadual em novembro deste 1974. Além do Dr. Waldyr Costa - atual representante de Friburgo na Assembleia - são candidatos, também, o vereador Alencar Pires Barroso, atual presidente da Câmara Municipal, e o vereador Bento Ferreira, licenciado da vereança e ocupando função no Executivo municipal, e tiveram seus nomes homologados pelo Diretório Municipal.

Grandes mestres marcam encontro em Friburgo - Anunciando a presença de renomados mestres do Direito Civil brasileiro, está confirmada a realização, em Nova Friburgo, do 1º Simpósio Brasileiro de Processo Civil. 

Sesqui (alemão) entrega prêmio - Com a presença do pastor Johannes Schlupp e toda a Comissão Organizadora dos Festejos dos Sesquicentenário da Colonização Alemã, em solenidade a ser levada à efeito na sala de recepções da churrascaria Chico Rey, será entregue o prêmio referente ao 1º lugar ao criador do símbolo do “Concurso Colonização”.  

Caminhos de Japuíba - O que caracteriza o governo do prefeito Amancio de Azevedo é o recuo. Um recuo tão rotineiro que já se tornou monótono. Em termos de administração, tais recuos recomendam muito mal o governo.  

Raphael Jaccoud no QI 150 - Revelando que gostaria de ter sido contemporâneo de Sócrates (para ouvir suas palestras, assistir sua defesa diante do tribunal e chorar sua morte) o engenheiro Raphael Jaccoud, responde ao questionário de Bebete Castillo, na bem bolada coluna “QI 150”. 

 

Pílulas

O nosso vizinho município de Teresópolis sempre teve dos governos estaduais e federais um tratamento especial, um maior carinho com suas reivindicações, que proporcionaram a Teresópolis, ao passar dos anos, melhores condições de desenvolvimento, dotando-a de estradas modernas e outras obras de vulto. Até aí, nada demais, pois Friburgo não teve nenhuma culpa, e se desenvolveu às vezes até lutando contra interesses político-pessoais.  

Teresópolis tem em pleno funcionamento, há cinco anos, uma faculdade de medicina, que foi apontada pelo MEC como unidade-modelo de toda a região centro-leste do Brasil. Em abril irá iniciar, com vestibular e tudo, os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia, dispondo cada curso de 200 vagas. 

 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Brasília Moreira Bastos e Eugênio Leal Pinto (1º); Luiz Pecci, José dos Santos Sobrinho, Vasconcellos Torres, Eliana Baptista e Jayme Siqueira Bittencourt (2); Elizabeth Rangel Ventura (3); Denise Coutinho (4); Ary Quaresma (5); Alba Maria Caputo Cariello, Cid Cardoso e Vitória Hepp (6).

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Alerta para o peso

sexta-feira, 29 de março de 2024

Mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo

Mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo

Em tempos de Páscoa e de alto consumo de chocolates e outras iguarias, vale o alerta. Ao longo dos últimos 30 anos, as taxas de obesidade entre crianças e adolescentes em todo o mundo aumentaram quatro vezes, enquanto os números dos adultos mais do que dobraram. Os dados são de uma análise global conduzida pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), publicada na revista científica "The Lancet". O relatório também mostra que 43% dos adultos estavam acima do peso em 2022.

O estudo reuniu informações de 3.663 estudos de base populacional com 222 milhões de participantes em 200 países e territórios, e teve contribuição de mais de 1.500 pesquisadores. “No passado, pensávamos na obesidade como um problema dos ricos. A obesidade é um problema do mundo”, disse Francesco Branca, chefe de nutrição da OMS.

Conforme o documento, 159 milhões de crianças e adolescentes e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em 2022, somando mais de um bilhão de pessoas afetadas pela obesidade. Ou seja, uma em cada oito pessoas vive com obesidade no planeta. A análise também trouxe taxas de baixo peso entre os anos pesquisados. A proporção de crianças e adolescentes afetados pelo baixo peso caiu cerca de um quinto em meninas e mais de um terço em meninos. Em adultos, a proporção caiu mais da metade.

A obesidade e o baixo peso são formas de desnutrição e são prejudiciais à saúde das pessoas de muitas maneiras, alertam os pesquisadores. As taxas globais de obesidade mais do que quadruplicaram em meninas (1,7% para 6,9%) e meninos (2,1% para 9,3%) entre 1990 e 2022.

O número total de crianças e adolescentes que foram afetados pela obesidade em 2022 foi de 159 milhões (65 milhões de meninas e 94 milhões de meninos), em comparação com 31 milhões em 1990. O Brasil ocupou o 54º lugar na classificação geral de obesidade em crianças e adolescentes em 2022. A taxa aumentou de 3,1% em 1990 para 14,3% em 2022 para meninas e 3,1% para 17,1% para meninos no mesmo recorte de tempo.

As taxas de obesidade mais que dobraram entre as mulheres (8,8% para 18,5%) e quase triplicaram nos homens (4,8% para 14,0%) entre 1990 e 2022. O Brasil ocupou o 70º lugar na classificação geral de obesidade em mulheres. A taxa de obesidade aumentou de 11,9% em 1990 para 32,6% em 2022.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, ressaltou que governos, indústrias e comunidades precisam trabalhar juntos para combater a obesidade. "Este novo estudo destaca a importância de prevenir e controlar a obesidade desde o início da vida até a idade adulta, por meio de dieta, atividade física e cuidados adequados, conforme necessário. Voltar aos trilhos para cumprir as metas globais para conter a obesidade exigirá o trabalho de governos e comunidades, apoiado por políticas baseadas em evidências da OMS e agências nacionais de saúde pública", disse.

 

Domingo de Páscoa e de lazer na Via Expressa

Friburguenses e turistas de todas as idades poderão aproveitar, neste domingo, 31, mais uma edição do Domingo de Lazer, que será realizado das 9h às 13h, na Via Expressa, no bairro Olaria. O evento, promovido sempre no último domingo do mês, é gratuito e oferece a prática do esporte, por meio de atividades de lazer. A realização é da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer que conta com parcerias de empresas locais. 

A programação inclui várias ações com jogos, oficinas de desenho, aulas de dança, xadrez, brinquedos e mais: pipoca e algodão doce para crianças, jovens e adultos. Além disso, a equipe de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde também participará, com orientações, dicas de escovação e outras atividades. 

A Secretaria de Esportes avisa ainda que, em virtude do Domingo de Lazer, a Via Expressa permanecerá fechada das 7h às 14h. Em caso de chuva, o evento será cancelado.

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    Obesidade infantil também cresce e já preocupa as autoridades internacionais (Foto: Divulgação)

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    Brasil ocupou o 54º lugar na classificação geral de obesidade em crianças e adolescentes em 2022 (Foto: Divulgação)

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    (Foto: Henrique Pinheiro)

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Estragos pelas chuvas poderiam ter sido minimizados, revela especialista

sexta-feira, 29 de março de 2024

Com o fim das chuvas de verão, cidades do Estado do Rio de Janeiro, como Petrópolis, Teresópolis, Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo registraram alagamentos, deslizamentos e formação de crateras em rodovias por causa do aumento do volume de água registrado nesses locais desde o último fim de semana. Eventos desse tipo são recorrentes nas estações chuvosas no país, especialmente na nossa região, que é extremamente acidentada e recebe um volume alto de precipitação.

Com o fim das chuvas de verão, cidades do Estado do Rio de Janeiro, como Petrópolis, Teresópolis, Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo registraram alagamentos, deslizamentos e formação de crateras em rodovias por causa do aumento do volume de água registrado nesses locais desde o último fim de semana. Eventos desse tipo são recorrentes nas estações chuvosas no país, especialmente na nossa região, que é extremamente acidentada e recebe um volume alto de precipitação. Entre 2021 e 2022, ocorreram recentes tragédias na Bahia e em Minas Gerais, nos trazendo as tristes lembranças de um amargo passado não tão distante nos pensamentos.

Desastres pelo Brasil

Segundo documento publicado em 2022 pelo Ministério do Desenvolvimento Regional junto com outros órgãos e instituições, o Brasil teve de 1991 a 2020 cerca de 63 mil ocorrências de desastres em quase todos os seus municípios (5.568), causados por chuvas intensas, estiagens, vendavais, erosões, ondas de frio, entre outros.

Os desastres são classificados dessa forma quando registram perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais por causa de um evento natural, segundo o documento. Em quase 30 anos, os 63 mil desastres registrados no Brasil resultaram, em diversos impactos que mudam e muito a vida de gente como a gente.

Nestes últimos 30 anos, o documento nos revela importantes números. Em número aproximados, 4.307* mortes (há contradições*),  7,8 milhões de pessoas desabrigadas e desalojadas, três milhões de habitações destruídas ou danificadas, R$ 18,3 bilhões em prejuízos ao ano para pagar os danos materiais.

Desastres desse tipo ocorrem há décadas no Brasil, principalmente na época das chuvas de verão, por causa de problemas crônicos ligados à falta de planejamento urbano, habitação, saneamento e infraestrutura criados no momento da formação das cidades do país, além da falta de políticas de prevenção e do crescente desmatamento.

Chuvas em 2024 e estragos pela cidade

No último fim de semana, o anúncio das intensas chuvas em todo o estado nos fez reviver o estranho e preocupante sentimento de medo gerado pelas tragédias que ocorreram em 2011. Apesar dos 13 anos passados daquela fatídica madrugada do dia 12 de janeiro, a ferida não foi cicatrizada.

Felizmente, o volume de chuva na nossa cidade foi menor do que o esperado, o que diminuiu os danos na nossa cidade. Apesar disso, não saímos ileso do que parecia ser mais um fim de semana preocupante na vida de quem vive nas áreas de risco de desabamento e de alagamento.

Na tarde da última terça-feira, 26, o tráfego foi interrompido em diversos locais da cidade. Próximo ao Hospital Unimed, na Chácara do Paraíso, a queda de uma árvore. Em Macaé de Cima, duas barreiras interditaram o trânsito e dificultaram o acesso de moradores à região.

Além disso, outros seis pequenos deslizamentos: um na RJ-142 (entre Lumiar e São Pedro da Serra), em Mury, na estrada de Boa Esperança, no Cônego, Cascatinha e Granja do Céu. Felizmente, não houve a ocorrência maiores desastres ou mortes. E caso a chuva que tivesse caído em nossa região fosse a prevista, em volume maior, a situação seria mais grave?

O especialista fala

Tragédias com deslizamentos de terra, árvores e inundações podem ser prevenidas e até evitadas em regiões como a nossa, é o que explica o consultor ambiental de instituições internacionais, biólogo, professor universitário e diretor da empresa H2C Gestão ambiental, Geraldo Eysink.

“O que todas as cidades têm em comum é a falta de planejamento para prevenção de desastres naturais. Atualmente, existem tecnologias capazes de sobrevoar uma determinada região e escanear toda a área. Todas as construções e a vegetação são retiradas digitalmente, reproduzindo a topografia do local – com uma precisão de 3cm - para o estudo dos relevos e prevenções de tragédias.”, explica o biólogo.

Geraldo também falou nos prejuízos econômicos, tanto por causa das perdas materiais causadas pelos desastres quanto pela paralisação da atividade econômica. “As chuvas de verão são inevitáveis. Quando se soma a isso a falta de investimento e de uma política de prevenção, viram tragédias anunciadas”, disse.

Apesar de serem consideradas cada vez mais importantes no contexto da mudança climática, as políticas de prevenção de desastres naturais recebem pouco investimento dos gestores públicos, apesar de serem economicamente mais viáveis ao município. Afinal, o que é melhor: prevenir ou remediar?

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