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O que o mercado espera do ESG?

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Faz algumas semanas, recebi o convite para palestrar em uma universidade sobre as tendências ESG e o que o mercado financeiro espera das empresas nessa área. Como as preocupações com a sustentabilidade e a responsabilidade social se tornam cada vez mais importantes para os consumidores e investidores, é fundamental perceber grandes companhias se adaptando a práticas sustentáveis e socialmente responsáveis para atender às expectativas do mercado.

Faz algumas semanas, recebi o convite para palestrar em uma universidade sobre as tendências ESG e o que o mercado financeiro espera das empresas nessa área. Como as preocupações com a sustentabilidade e a responsabilidade social se tornam cada vez mais importantes para os consumidores e investidores, é fundamental perceber grandes companhias se adaptando a práticas sustentáveis e socialmente responsáveis para atender às expectativas do mercado.

Durante a apresentação, que ainda vai acontecer, a ideia é abordar algumas das tendências e demandas ESG mais importantes para as empresas, incluindo a redução de emissões de carbono, a diversidade e inclusão nos locais de trabalho, práticas éticas de governança corporativa e a responsabilidade social corporativa. Ao final da palestra – e deste texto – espero proporcionar melhor compreensão diante das oportunidades e desafios ESG e como as empresas podem agir de forma responsável e sustentável para atender às expectativas do mercado financeiro.

Mas antes de avançarmos, você sabe o que é ESG? Este é um acrônimo para Environmental, Social and Governance, em português, Ambiental, Social e Governança. Trata-se de um conjunto de critérios que as empresas podem utilizar para avaliar seu desempenho em áreas que vão além do resultado financeiro.

No Brasil, a nossa bolsa de valores iniciou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) em 2005 para acompanhar as companhias de capital aberto e metrificar seu crescimento. Assim como em grande parte das bolsas globais, no Brasil ainda não é obrigatório e padronizado os relatórios ESG, mas algumas tendências do mercado já podem ser observadas.

Em relação ao item E (ambiental), a redução de emissões de carbono e o investimento em energia renovável são duas tendências importantes. As empresas podem trabalhar para reduzir seu impacto ambiental, tornando suas operações mais eficientes e adotando práticas sustentáveis em toda a cadeia de suprimentos. Ao investir em energia renovável, por exemplo, as empresas podem não apenas reduzir suas emissões de carbono, mas também economizar dinheiro e demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade.

Outro ponto importante é a diversidade e inclusão nos locais de trabalho. As empresas podem trabalhar para garantir que seus locais de trabalho sejam equitativos, oferecendo igualdade de oportunidades e remuneração para todos os funcionários, independentemente de sua origem, gênero ou orientação sexual. Ao criar um ambiente inclusivo, as empresas podem melhorar a satisfação dos funcionários, aumentar a produtividade e atrair talentos diversos – promovendo desenvolvimento do parâmetro (S).

Em relação à governança corporativa, as empresas devem adotar práticas éticas e transparentes, combatendo a corrupção e garantindo um ambiente de trabalho justo. Ao fazer isso, as empresas podem aumentar a confiança dos investidores e dos consumidores e evitar escândalos que possam prejudicar sua reputação. Além disso, as empresas devem trabalhar para aumentar a transparência nas divulgações corporativas e envolver os acionistas para garantir que os interesses de todo o mercado sejam considerados.

Os consumidores estão se reinventando na hora de comprar um produto ou contratar serviços. Com as novas necessidades ambientais e sociais que o mundo se deparou nas últimas décadas, as tendências ESG são cada vez mais importantes para as empresas, que devem adotar práticas sustentáveis e socialmente responsáveis para atender às expectativas dos consumidores, investidores e reguladores. É a forma de garantir um futuro mais sustentável e equitativo para todos.

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Quanto mais, melhor

quinta-feira, 27 de abril de 2023

A literatura, sem dúvida alguma é além de expressão artística e cultural e ferramenta de instrução educacional de valor inquestionável, um dos caminhos de evolução social cujos impactos podem ser profundos e transformadores.

Fomentar as atividades literárias, o incentivo à leitura e à escrita, o contato com esse vasto universo cultural são um empenho necessário cujas consequências comumente são positivas.

A literatura, sem dúvida alguma é além de expressão artística e cultural e ferramenta de instrução educacional de valor inquestionável, um dos caminhos de evolução social cujos impactos podem ser profundos e transformadores.

Fomentar as atividades literárias, o incentivo à leitura e à escrita, o contato com esse vasto universo cultural são um empenho necessário cujas consequências comumente são positivas.

Quem dera o mundo fosse povoado pelos amantes da escrita, por apreciadores da língua pátria, por leitores vorazes e por escolhas políticas que sempre priorizassem o acesso ao conhecimento, o compartilhamento de ideias, a aproximação a um espaço mais lúdico e criativo, a vivências mais poéticas e a liberdade de expressar sentimentos e ideias. 

Quem dera as bibliotecas atraíssem tanto interesse como outros ambientes sociais. Quem dera as livrarias fossem destino certo dos nossos investimentos. Quem dera os festivais literários fossem tão demandados quanto outros tipos festivais. Quem dera a educação e a cultura - que sim, caminham lado a lado - fossem prestigiados em todas as classes sociais, em todas as idades. Quem dera o hábito de escrever fosse valorizado desde a alfabetização. Quem dera a prática da leitura fosse presente em todos os lares. Quem dera....

Certamente viveríamos em uma sociedade mais justa, com uma educação mais sólida, com pessoas mais conscientes e provavelmente mais felizes. 

Um pensamento do ilustre escritor Jorge Amado faz todo sentido: “a solução dos problemas humanos terá que contar com a literatura, a música, a pintura, enfim, com as artes. O homem necessita de pão e de liberdade. As artes existirão enquanto o homem existir sobre a face da terra. A literatura será sempre uma arma do homem em sua caminhada pela terra, em sua busca de felicidade."

Por crer em tudo isso e felizmente vivificar o amor pela literatura, aplaudo de pé todas as iniciativas de incentivo a essa valorosa arte. É o tipo de coisa que incorpora o velho dizer popular: "Quanto mais, melhor" !

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Aceitando as emoções

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Não gostamos de sentir uma emoção dolorosa. A dor psicológica ou emocional não é nada agradável. Porém, é importante aprendermos a aceitar nossas emoções. Para isso acontecer podemos aprender a regular nossas emoções.

A regulação emocional envolve maneiras pelas quais conseguimos nos comportar adequadamente ao sentirmos muita ansiedade ou angústia ou outra emoção. Ela nos auxilia a identificar, entender e aceitar sentimentos. E através da regulação emocional podemos usar estratégias saudáveis para lidar com emoções dolorosas.

Não gostamos de sentir uma emoção dolorosa. A dor psicológica ou emocional não é nada agradável. Porém, é importante aprendermos a aceitar nossas emoções. Para isso acontecer podemos aprender a regular nossas emoções.

A regulação emocional envolve maneiras pelas quais conseguimos nos comportar adequadamente ao sentirmos muita ansiedade ou angústia ou outra emoção. Ela nos auxilia a identificar, entender e aceitar sentimentos. E através da regulação emocional podemos usar estratégias saudáveis para lidar com emoções dolorosas.

Quem consegue regular suas emoções, evita comportamentos impulsivos que ferem a si mesmo e os outros, como a automutilação, se protege para não brigar facilmente usando agressão física ou mesmo verbal, especialmente nos momentos de pressão. O aprendizado de regulação de emoções ocorre ao longo da infância quando a família sabe manejar razoavelmente bem os sentimentos. Este aprendizado por ser perturbado por traumas familiares, pais controladores e agressivos, falta de apego saudável com os pais.

Geralmente temos a tendência de rejeitar sentimentos de tristeza, vergonha, medo. Mas como isto vem na pessoa, ela tenta algo para evitá-los, talvez usando álcool, tranquilizantes, ou drogas como maconha, cocaína e outras, para se sentir melhor. Se você rejeita uma emoção porque ela é desagradável, isto pode piorar sua vida mental. Sentimentos têm uma finalidade. O medo protege, a tristeza faz parte do luto, a vergonha pode indicar que você foi ferido em sua dignidade, a ansiedade excessiva mostra que existe conflito dentro da pessoa que precisa solução.

Em vez de afastar ou reprimir suas emoções você pode aprender a aceitá-las. Isto significa que você permite que suas emoções sejam o que são sem julgá-las ou tentar mudá-las. Elas estão aí em sua mente e têm uma causa para surgirem.

Aceitar emoções não significa que você se acomode a se sentir sempre mal sem fazer nada. Significa que você se torna consciente da emoção, para de brigar com ela e entende que ela irá embora. O que é bom passa. Mas o que é ruim, também passa. Aceitar uma emoção que surge em sua consciência, significa sentar no banco do carona, abandonar as armas e sair da luta. Aceitar nesse contexto, significa pensar que as emoções mudarão. Você aprendeu que pode estar feliz hoje, mas amanhã poderá estar triste e não mais se rebela contra isso. As emoções flutuam e mudam de um momento para outro.

Qual é o sentido de tentar aceitar as emoções? Não seria mais fácil simplesmente se livrar delas? Não é fácil livrar-se das emoções. Ela surge por alguma razão, ela tem uma função. Ela nos ajuda a decidir o que fazer. Devemos nos afastar de alguém? Devemos nos aproximar? Precisamos pedir perdão? É necessário nos proteger de pessoas abusivas? Precisamos chorar por alguma perda importante? Procure pensar no significado desta ou daquela emoção que surge aí na sua mente. Ignorar isso pode nos levar a tomar decisões ruins.

É possível aprender a melhorar a aceitação de suas emoções. Isso não significa que seja sempre fácil. Emoções dolorosas e intensas não são agradáveis, mexem com nossos instintos para tentarmos evitá-las. Com a prática persistente, no entanto, você pode aprender a aceitar mais suas emoções.

Uma estratégia que podemos usar para identificarmos e aceitar melhor nossas emoções pode ser observar nossos pensamentos e emoções sem julgamento. Também a meditação é útil para aumentar a conscientização e a aceitação de experiências emocionais. Você pode meditar, por exemplo, no significado de textos espirituais para sua vida. Outra ferramenta é a psicoterapia que ajuda na aquisição de controle emocional. Fora isso, a oração sincera, feita com concentração, prestando atenção no que você diz, usando palavras espontâneas, favorece a melhora da consciência de si mesmo, de suas emoções e do significado delas.

Fonte: www.verywellmind.com/how-accepting-emotions-can-improve-emotional-health

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Caso Rodrigo Marotti: novos desdobramentos

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Depois de um ano e dois meses da realização do júri popular que desclassificou a conduta de Rodrigo Marotti de duplo homicídio qualificado para incêndio com resultado morte, a 3ª Câmara Criminal do Estado do Rio de Janeiro decidirá, na próxima terça-feira, 2 de maio, pela realização ou não de um novo júri popular.

Relembre o caso

Depois de um ano e dois meses da realização do júri popular que desclassificou a conduta de Rodrigo Marotti de duplo homicídio qualificado para incêndio com resultado morte, a 3ª Câmara Criminal do Estado do Rio de Janeiro decidirá, na próxima terça-feira, 2 de maio, pela realização ou não de um novo júri popular.

Relembre o caso

Rodrigo tornou-se réu após supostamente ter trancado dentro de um banheiro, sua ex-namorada, Alessandra Vaz e a amiga dela, Daniela Mousinho, e ter ateado fogo ao imóvel localizado no distrito de Mury, em outubro de 2019. De acordo com depoimentos, as duas amigas estavam escondidas para tentar fugir das agressões do homem.

Alessandra e Daniela chegaram a ser resgatadas com vida, mas não resistiram aos ferimentos - ambas sofreram queimaduras em mais de 80% do corpo. Alessandra, além de ex-namorada, era também sócia de Marotti em uma empresa de roupas. As mortes, geraram a Rodrigo, a imputação pelo crime de duplo homicídio qualificado.

Após longa investigação, em fevereiro do ano passado, o juízo da 1ª Vara Criminal submeteu Marotti ao veredito do júri popular - formado por pessoas leigas da sociedade - procedimento previsto em lei sempre quando existem indícios de cometimento de crimes dolosos (intencionais) contra a vida de alguém.

A decisão soberana, após mais de 12 horas de sessão com longos depoimentos e embates, coube aos sete jurados sorteados como ‘juízes da causa’. O júri, em sua maioria, respondeu "não" ao quesito da tese principal da defesa: "O réu teve dolo (vontade livre e consciente) de matar?".

Diante do entendimento dos jurados para um crime não doloso (sem a intenção) contra a vida, a competência do júri foi afastada e coube ao juízo presidente do Tribunal do Júri reconhecer o dolo de incendiar a casa habitada com resultado morte. A sentença gerou desconforto aos amigos e familiares, que em comoção, deixaram o fórum, desolados.

Acusação e defesa brigam na justiça

Descontentes com a decisão dos jurados, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, afirmaram na própria sessão de julgamento, o desejo de recorrer da sentença que imputou a Marotti, uma condenação de 19 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado.

O Ministério Público e a assistente de acusação, dra. Aline Freitas, recorreram da sentença por entender o veredito formulado pelo júri popular vai contra todas as provas produzidas no processo. Por sua vez, a Defensoria apontou que a condenação seguiu todas as provas do processo e que a decisão dos jurados é soberana por lei.

Em contrapartida, a Defensoria Pública, de forma extremamente técnica e respeitando o princípio da ampla defesa – garantido a todos os cidadãos -, também recorreu da sentença apontando que a pena aplicada pelo juízo está acima dos patamares previstos pela lei.

Possibilidade de um novo julgamento?

Na próxima terça-feira, por meio de audiência online, a 3ª Câmara Criminal do Estado do Rio decidirá se irá anular, ou não, o julgamento que levou a desclassificação do crime de duplo homicídio qualificado para o crime de incêndio com resultado morte.

A definição do caso poderá levar Rodrigo a um novo júri popular com nova data de julgamento, havendo a possibilidade de condenação por duplo homicídio qualificado, com pena de 60 anos de prisão. A Câmara, por sua vez, poderá decidir pelo mantimento da sentenção por entender que a decisão dos jurados é soberana com base na lei.

No atual momento, o futuro do caso e as cenas dos próximos capítulos ainda são incertas. A verdade é que os crimes bárbaros contra a vida de mulheres, motivados pelo fim do relacionamento, são cada dia mais comuns, seja Além das Montanhas ou bem ao nosso lado.  Esperamos que a justiça seja feita, seja ela qual for!

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A seca na Europa é uma amarga realidade

terça-feira, 25 de abril de 2023

O Brasil é um país que tem de jogar as mãos para os céus e chamar Nosso Senhor de compadre. Pelo menos no que diz respeito a água, esse líquido tão precioso cuja falta ameaça a vida humana, a fauna, a flora e toda a cadeia produtiva de um país. Apesar de termos as grandes secas do Nordeste, cuja história remonta à nossa descoberta, passando pelo Brasil Colônia, Império e República, de uma maneira ou de outra, conseguiu-se mitigar a sede da população que mora nessa região árida.

O Brasil é um país que tem de jogar as mãos para os céus e chamar Nosso Senhor de compadre. Pelo menos no que diz respeito a água, esse líquido tão precioso cuja falta ameaça a vida humana, a fauna, a flora e toda a cadeia produtiva de um país. Apesar de termos as grandes secas do Nordeste, cuja história remonta à nossa descoberta, passando pelo Brasil Colônia, Império e República, de uma maneira ou de outra, conseguiu-se mitigar a sede da população que mora nessa região árida. Agora, com a transposição das águas do Rio São Francisco, iniciada no primeiro governo do PT e quase concluída no mandato de Jair Bolsonaro, esse problema continua a existir, ou seja, a carência de chuvas, mas pelo menos a população será servida desse precioso líquido. Pelo menos, temos um rio caudaloso e que pode ser desviado para irrigar regiões áridas do Nordeste.

Infelizmente, não é o que acontece na região da Catalunha espanhola, que vive um drama após 31 meses sem chuvas, isso mesmo dois anos e meio. A situação é tão grave que o jornal Le Monde noticiou no último domingo, 23, que o canal de irrigação de Urgel, situado na província catalã de Lérida, no norte da Espanha permanecerá aberta por somente um mês. Na última sexta feira, 21, a equipe de funcionários dessa infra estrutura hidráulica que transporta as águas do Rio Segre até os municípios vizinhos e que é responsável pela irrigação de 50 mil hectares de campos e pomares decidiu fechar as comportas, abertas em 27 de março.

Amadeus Farré, presidente da comunidade de funcionários do canal de Urgell, disse que é preciso reservar as águas que restam nas duas barragens do Segre para os 120 municípios, as duas mil fazendas de criação e as 300 indústrias que dependem dessa água, rezando para que chova a qualquer momento.

O mesmo acontece na região dos Pireneus Orientais, na França, onde as torneiras estão apenas pingando água. O estado sofre uma restrição de água, decorridos um ano, tão radical que vários municípios são obrigados a uma restrição de captação. À medida que os lençóis de água mais superficiais se esgotam é necessário furar poços mais profundos. A situação é tão grave, as pessoas envolvidas com esse problema nunca escutaram falar de um problema tão grave anteriormente, e estão preocupadas com o que lhes aguarda, como a Catalunha Francesa passará o verão. Assim que a captação do líquido precioso atingiu o limite mínimo de captação, os produtores foram obrigados a aceitar uma divisão restrita de distribuição, para que todos possam ser atendidos.

De acordo com o site https://www.publico.pt/2022/08/24/azul/noticia/seca-europa-caminho-pior-ultimos-500-anos-2018074, a seca que está a assolar o continente europeu (e não só) deverá tornar-se a seca mais grave dos últimos 500 anos. “Esta seca parece ser pior do que a de 2018, que era a pior desde o ano 1500”, diz o investigador Andrea Toreti, numa resposta dada por email ao público. “A seca deste ano é mais intensa, persistente e afeta uma área muito maior” do que a de 2018, explica o cientista do Centro de Investigação Comum (JRC, na sigla em inglês) da União Europeia.

Um outro problema que preocupa as autoridades é que nessa época do ano (primavera e verão, no continente europeu) acontecem os grandes incêndios que assolam países como Espanha, Portugal, Grécia, Irlanda, sem falar na Austrália, que também sofre com a seca. Quando isso acontece é preciso grandes quantidades de água para restringir ou apagar o fogo.

As pessoas envolvidas com o meio ambiente, cientistas e ecologistas principalmente, vem desde a muito alertando os governos sobre a diminuição da camada de ozônio e as graves consequências que isso acarretaria ao clima mundial. Infelizmente, as medidas protetivas têm se mostrado insuficientes, pois as alterações climáticas se agravam ano a ano, haja visto a diminuição, por derretimento, das geleiras nos polos e o aumento da estiagem em vários continentes. É de se crer que não estará longe o dia em que o objetivo das guerras não será mais o de expansão ou econômico, mas sim para a obtenção de água. Em vez de navios petroleiros singrando os mares, teremos navios transportando o líquido precioso em seus tanques.

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A VOZ DA SERRA, jovem, firme e forte!

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Festejar o dia 22 de abril em dose dupla é um presente. E o Caderno Z nos convidou para um passeio em torno da história da formação do Brasil. A data não remete apenas ao descobrimento, mas ao Dia da Comunidade Luso-Brasileira, que passou a ser lei, por intermédio de um projeto do senador Vasconcellos Torres, a partir de 22 de abril de 1967. Mais adiante, em 22 de abril de 2000, foi assinado o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, conhecido como o “Estatuto de Igualdade”.

Festejar o dia 22 de abril em dose dupla é um presente. E o Caderno Z nos convidou para um passeio em torno da história da formação do Brasil. A data não remete apenas ao descobrimento, mas ao Dia da Comunidade Luso-Brasileira, que passou a ser lei, por intermédio de um projeto do senador Vasconcellos Torres, a partir de 22 de abril de 1967. Mais adiante, em 22 de abril de 2000, foi assinado o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, conhecido como o “Estatuto de Igualdade”. As duas nações desenvolveram, ao longo do tempo, uma irmandade harmoniosa por todas as afinidades e pela profícua influência de Portugal na formação do nosso povo.

Os festejos em terras friburguenses têm o acréscimo de mais uma data, 11 de junho, quando em 1933 foi fundado o Grêmio Português de Nova Friburgo. Há ainda a festa do Dia de Portugal, em 10 de junho. No auge de seus 90 anos, o Grêmio tem sido, conforme a canção, “uma casa portuguesa, com certeza, pão e vinho sobre mesa” que em suas “quatro paredes caiadas”, se destaca mantendo a cultura lusitana viva, unindo famílias, criando espaço de socialização com a alegria peculiar que emana no ambiente. Agora, sob a presidência da querida Vera Cintra, tudo converge para inúmeras realizações, tendo o alicerce do passado e as janelas para um futuro, cada vez mais promissor. E eu me lembrei da trova do saudoso Antônio Carlos Rodrigues: “Portugal, descobridor, /desta terra, desta gente.../ O Brasil te deve amor / incomensuravelmente!

São muitas datas a celebrar neste mês. A exemplo, 22 de abril, com destaque em “Sociais”, foi o dia do aniversário do estimado Dário Salomão, da Drogaria Globo. Outro aniversariante, no dia 26, é o Luiz Antônio Sobrinho, o querido Louro, um dos mais antigos funcionários do jornal. Ele autua na gráfica, causando sempre as melhores impressões. Parabéns, queridos. Além das homenagens à memória de Tiradentes, celebrou-se em 21 de abril o Dia de Olaria. Embora, “sem muito a comemorar” pelas dificuldades de administração, o bairro mais populoso da cidade tem muita coisa boa: tradição e história, tem jeito de cidade, tem povo acolhedor e uma vista maravilhosa e romântica, como disse Rodolpho Abbud: “Na Olaria, as Catarinas namoram o Imperador!”.

De festejo em festejo, teve ainda o Dia de São Jorge, comemorado em 23 de abril. A data foi escolhida por ter sido anunciada em 23 de abril de 308, a sua sentença de morte, na perseguição aos cristãos pelo Imperador Diocleciano. Tal acontecimento trágico deu-se em virtude de Jorge jamais ter renunciado à sua fé cristã e ainda serviu de incentivo para a conversão de mais pessoas, o que aliás propagou a fé entre o povo palestino. No Estado do Rio de Janeiro, a data passou a ser feriado estadual, o que, facilita em Nova Friburgo, uma série de eventos, como a Cavalgada de São Jorge, comemorando sua 29ª edição. A charge de Silvério ilustrou a capa do jornal do último feriadão, lembrando o dragão da economia. Só cantando com Djavan: “São Jorge por favor me empresta o dragão... Mais fácil aprender japonês em braile...”. Haja coração e oração!

E o dragão do descarte de resíduos têxteis? Christiane Coelho trouxe à luz um problema recorrente, que envolve a educação ambiental. A doutora  Ana Moreira, do  Laboratório de Sustentabilidade da Uerj, explica, entre outras preocupações, que os resíduos têxteis, no aterro sanitário, “não têm valor algum, somente custo”. Fernando Cavalcante, ambientalista, ressaltou a demora da decomposição das linhas noite e fitness que podem levar entre 100 e 300 anos para se decomporem na natureza. Que triste!

Por descuido, somos passíveis de acumular resíduos na mente. Paula Farsoun, em “Mente Sã”, nos alertou: “Muita inutilidade disputando espaço e atenção com o que verdadeiramente importa. Um cabo de guerra que está difícil de ser equilibrado pelo lado da essência da vida. Do que é útil. Do que acrescenta. Do que ensina”. E pergunta: “Estamos empregando nossa energia vital naquilo que é substancial?” Parabéns, Paula!

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Parabéns para a Daniele!

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Hoje, 25, quem certamente vai passar o dia recebendo cumprimentos em meio as suas atividades profissionais, por estar completando mais um aniversário, é a querida jornalista e comunicadora Daniele Eddie, também secretária de Comunicação Social da prefeitura. À querida Daniele, na foto junto ao marido Alberto Meyer e do filho Alberto Jr, os sinceros parabéns.

Portas fechadas

Hoje, 25, quem certamente vai passar o dia recebendo cumprimentos em meio as suas atividades profissionais, por estar completando mais um aniversário, é a querida jornalista e comunicadora Daniele Eddie, também secretária de Comunicação Social da prefeitura. À querida Daniele, na foto junto ao marido Alberto Meyer e do filho Alberto Jr, os sinceros parabéns.

Portas fechadas

Um novo sinal dos tempos nada bom para o comércio atualmente. Há alguns anos, os comerciantes ficavam de olhos atentos a procura de alguma loja disponível para alugar em bons pontos do Centro, especialmente na Avenida Alberto Braune, onde hoje em dia surpreende aos observadores mais atentos, a considerável quantidade de lojas fechadas e com placas de “Aluga-se” nas portas.

Até os bancos, quem diria, têm fechado agências por aqui e há rumores que outros pontos também encerrarão atividades em breve,

Adeus, Ivanildo!

Assim como este colunista, diversas pessoas foram surpreendidas com a morte no último dia 16, do conhecido ícone do samba e presença marcante também nos meios sociais de Nova Friburgo, Ivanildo das Neves. Este bom pernambucano que de muitas décadas para cá se estabeleceu com sua família em Nova Friburgo, deixou muitas saudades.

Ivanildo ou simplesmeste Ivan como era chamado por muitos, fez carreira na Marinha, assim como figurou como um dos fundadores, diretores e presidente da escola de samba Imperatriz de Olaria, participando inclusive como colaborador de alguns jornais da cidade e até mesmo, participante por um bom tempo de programas especializados em samba na Rádio Friburgo.

Depois de algum tempo enfrentando uma  enfermidade, Ivanildo das Neves que completaria 86 anos de idade no 9 de agosto próximo, faleceu no domingo passado e foi sepultado na segunda-feira, 17, no cemitério Trilha do Céu.

À família enlutada, nossos sentimentos pela triste perda.

Com nova idade

Mantendo uma tradição desta coluna há mais de uma década, apresentamos nossos parabéns ao galãzinho Lucas Barbosa Bonan (foto), que para alegrias a mais da mãe, a jornalista Flávia Namen e do paizão Fernando Bonan, locutor esportivo da Nova Friburgo FM, completou na última terça-feira, 18, seu 12º aniversário. Felicidades!

Vivas para Jorge e Eliana!

Mais parabéns a figuras admiradas de nossa cidade e particularmente, muito queridas deste colunista, que estrearam idade nova recentemente.

Um é o jornalista e professor de Comunicação da Universidade Estácio de Sá, Jorge Maroun, que aniversariou na última quinta-feira, 20.

 Hoje, 25, os parabéns vão para a querida liana Polo, presidente do Rotary Clube Olaria e pessoa de admirável cultura.

Tio e sobrinho aniversariam

No último domingo, 23, no sítio do querido casal Roosevelt Carvalho e Adinéia, ocorreu festividade em dose dupla: as comemorações dos aniversários, do Leandro e Isaque, vistos na foto que são, respectivamente, filho e neto daquele do querido casal anfitrião. Parabéns a eles com votos de felicidades mil.

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Páscoa – saber perder é saber ganhar!

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Páscoa, no grego paskein, no hebraico, pesah, palavra que significa passagem. Da escravidão para a liberdade, da morte para a vida, do pecado para a graça, das trevas para a luz! A nossa Igreja celebra o Tempo Pascal, no seu calendário litúrgico, durante sete semanas, culminando no quinquagésimo dia com a Solenidade de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e Maria no cenáculo. São cinquenta dias de alegria e aprofundamento desta verdade fundamental da nossa fé cristã - a Ressurreição do Senhor.

Páscoa, no grego paskein, no hebraico, pesah, palavra que significa passagem. Da escravidão para a liberdade, da morte para a vida, do pecado para a graça, das trevas para a luz! A nossa Igreja celebra o Tempo Pascal, no seu calendário litúrgico, durante sete semanas, culminando no quinquagésimo dia com a Solenidade de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e Maria no cenáculo. São cinquenta dias de alegria e aprofundamento desta verdade fundamental da nossa fé cristã - a Ressurreição do Senhor.

Páscoa! Certeza da vitória da vida! Cristo, Deus feito homem nos ensina a amar e a dar a vida pelos irmãos. O seu olhar acolhedor e misericordioso nos transmite do alto da dor e da cruz que o amor é mais forte que a morte, é mais forte que qualquer sofrimento ou obstáculo.  Amar e perdoar. Libertar o coração de todo ressentimento e mágoa, de todo o rancor e ódio, de toda revolta ou sentimento de vingança. Purificar-se. Lavar as vestes e a alma no sangue Redentor do Cordeiro. Entregar-se totalmente nas mãos do Pai: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.”  Como Jesus, saber “perder”. Deixando que disputem sua túnica, o poder, a vaidade, as riquezas, os prazeres.  Poder verdadeiro e definitivo é o de Deus!  Ele te ressuscita, te revigora e te realiza plenamente no sentido hialino de viver.  

O nosso tesouro é Deus e esta feliz vida espiritual que Ele nos dá já aqui no horizonte terrestre. A paz de ser amado e de amar com este sentir do coração de Cristo. Servir ao próximo sem interesse, sem ambiguidades, nem equívocos. É bálsamo para o espírito e alegria eterna multiplicada a cada gesto de bondade, gentileza, fraternidade, generosidade. Doação de si mesmo com total liberdade ao coração dos irmãos, especialmente os que mais precisam. No fim, na maturidade do “terceiro dia”, é o saber ganhar de Jesus, a vitória da luz e da verdade, o esplendor do Bem, que se conquista com a renúncia, o esvaziamento, o sacrifício e o Amor-entrega da sexta-feira da Paixão. Assumir a cruz e transformá-la em luz para nós e para o mundo inteiro. Assim continuaremos a obra da salvação do Senhor.

Nesta mística do esvaziamento (kénosis) de Jesus, vamos aprofundando a nossa missão como Igreja, anunciando, com a luz do Ressuscitado, com a mensagem e testemunho da caridade, da fraternidade, da justiça do Reino de Deus e da cultura da paz, a graça de um novo tempo, a civilização do amor e da promoção da vida, da vitória não pela competição ou destruição do outro, mas pela doação generosa e solidária pelo bem de todos os irmãos. A paz do Cristo Ressuscitado!

   Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo

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O Dia de Sofia

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Hoje vou abraçar a literatura infantil porque terça-feira da semana passada, 18 de abril, foi o Dia Nacional do Livro Infantil. O Dia de Sofia*! É assim que gostaria de caracterizá-lo porque as histórias contadas em suas páginas dão as mãos às crianças e mostram-lhes o mundo através da fantasia. 

Hoje vou abraçar a literatura infantil porque terça-feira da semana passada, 18 de abril, foi o Dia Nacional do Livro Infantil. O Dia de Sofia*! É assim que gostaria de caracterizá-lo porque as histórias contadas em suas páginas dão as mãos às crianças e mostram-lhes o mundo através da fantasia. 

O livro é como uma abóbora que, ao ser lido por uma criança, transforma-se em carruagem para transportá-la a universos múltiplos e coloridos, repletos de ideias a serem refletidas pelo pequeno leitor, aquele que há pouco chegou ao mundo e precisa viajar em cavalos alados para compreender as coisas da vida.  Para conhecer príncipes, rainhas e bruxos. Sentir o calor do sol e o frio da chuva.  Aprender a distinguir os campos arados dos pântanos.

Ler é um modo de experimentar situações de vida e de sentir prazer. O livro faz um cidadão, os cidadãos constroem um país e os países cuidam da safira do sistema solar, o Planeta Terra. Aquele momento confortável de recostar, abrir um livro e sentir gosto de degustar uma história traz a sabedoria dos Deuses do Olimpo. Infelizmente poucos têm acesso ao livro.

Certa vez, vi um menino sentado no chão de um ônibus, com uma bola de futebol entre as pernas cruzadas e um livro aberto nas mãos. Parecia nada existir em torno dele. Seu corpo se movimentava de acordo com o movimento do veículo, cheio de passageiros. Seus olhos estavam mergulhados nas páginas do livro. Quando saltei, pensei que a criança pode fazer de tudo; sempre há tempo para a leitura nos seus dias. Nem que seja durante o breve percurso de um transporte público.

O mundo comemora em diferentes datas este dia. No Brasil, o Dia Nacional do Livro Infantil é em 18 de abril em homenagem a Monteiro Lobato; Já em 2 de abril é o Dia Internacional do Livro Infantil em reverência ao escritor Hans Christian Andersen. São celebrações que reforçam o valor do livro no processo de formação da criança, o adulto de amanhã.

A literatura infantil é fonte de conhecimento. Além do mais, sua leitura remete o leitor a pesquisar, a ler outros livros e a conversar a respeito do que leu. Na medida em que o autor e o ilustrador cultivam um olhar cuidadoso para seus leitores e para as situações que vivem. São artistas que recorrem à arte das palavras e das imagens para expressarem o que lhes toca a alma. 

O livro infantil não é livrinho que conta uma historinha, nem um feixe de páginas coladas ou costuradas. É uma obra literária que constrói personagens que narram fatos inspirados da vida, que mostram ao pequeno leitor em suas linhas e entrelinhas que ele pode ser mais e melhor. 

Quem escreve um livro cria um castelo. Quem o lê, mora nele.” (Monteiro Lobato)

A verdadeira coragem está em enfrentar o perigo quando você está com medo.” (O mágico do Oz, L. Frank Baum)

Faço um convite ao jovem leitor: me leia. Não me deixe morrer.” (Lygia Fagundes Telles)”


*O nome Sofia significa sabedoria. É representada por uma figura feminina, análoga à alma humana. Sofia é inteligente e corajosa, sensível e intuitiva. Tem personalidade contestadora, principalmente com relação às normas e regras que considera limitadoras. Tem bom relacionamento, porém é impulsiva e inquieta.

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Mente cheia

sexta-feira, 21 de abril de 2023

“De tanto pensar tudo, não consigo pensar em nada”. “Penso tanto que não tenho tempo para pensar”. “Minha mente está cheia, porém está um tanto vazia”. “Tudo sei, mas não sei de nada”. São sensações do momento. Não minhas (não apenas). De muita gente. As coisas estão profundamente rasas. Inteiramente partidas. Constantemente voláteis. Densamente esparsas. Apertadas de tão largas. Entupidas de nada. Estamos vivendo tempos contraditórios. A começar pela mente.

“De tanto pensar tudo, não consigo pensar em nada”. “Penso tanto que não tenho tempo para pensar”. “Minha mente está cheia, porém está um tanto vazia”. “Tudo sei, mas não sei de nada”. São sensações do momento. Não minhas (não apenas). De muita gente. As coisas estão profundamente rasas. Inteiramente partidas. Constantemente voláteis. Densamente esparsas. Apertadas de tão largas. Entupidas de nada. Estamos vivendo tempos contraditórios. A começar pela mente.

Muito pensamento desencontrado, influenciado, maculado, desnorteado, desencadeado, acumulado, precipitado, acelerado. Muita informação na mente. Muita inutilidade disputando espaço e atenção com o que verdadeiramente importa. Um cabo de guerra que está difícil de ser equilibrado pelo lado da essência da vida. Do que é útil. Do que acrescenta. Do que ensina. Do que compartilha coisas boas. Do amor.

A prática da meditação tem sido fortemente aconselhada entre pessoas que se querem bem e recomendada por profissionais das mais diversas áreas. E por leigos que tudo sabem. E por praticantes que sabem muito do assunto. E por quem não pratica mas simpatiza. E por quem não simpatiza nem pratica, mas acha legal. Que acha legal e não consegue praticar. Pelo que vive de aparência e finge que acha legal e que pratica. Pelo que tenta e não consegue. Pelo que gosta e pelo que não gosta. Por quem tem recomendação médica. Ou terapêutica. Ou religiosa. Ou nada disso, ou tudo isso.

Por que? As pessoas estão sem tempo de pensar em nada. De viver o tempo presente. De conseguir alguns instantes da vida, ou do dia, para centrarem-se em si mesmas. Para lembrarem-se que respiram. Entra ar. Sai ar. Quase ninguém nota. Até que chegue a próxima virose, a gripe, a bronquite, a asma, a falta de ar. É verdade, precisamos respirar. E respirar direito. Dar valor ao ar precioso que circula por nossos pulmões. Ar da vida.

E quem se lembra que tem olhos até que a vista embace de tanto fixar o olhar nas telas dos computadores e dos smartphones? Olhos que são o portal do corpo que habitamos para o mundo externo. Eles mesmos. Os que podem contemplar. Apreciar. Admirar. Ver a natureza. Ver as pessoas. Ver o tempo. Ver o belo. Ver a vida. Esses mesmos, que precisamos cuida com zelo e que deixamos embaçar com o excesso de tudo para o que não paramos de olhar. Sem piscar.

Boca e voz para falar coisas boas. Quem se lembra que tem voz que não seja apenas para protestar e discutir política? E brigar? E gritar no trânsito? E esbravejar com o filho, com o colega de trabalho, com o marido, com um estranho na rua? E bater boca sem chegar a lugar nenhum? Que não se restrinja a falar da vida alheia, reclamar, reclamar, reclamar.

Tanta gente perecendo sem se dar conta. Padecendo sem perceber. A vida nos foi dada, o momento presente é o maior presente, um corpo humano para nossa alma habitar está aqui e agora, clamando pela devida atenção aos seus verdadeiros propósitos de existir. Estamos empregando nossa energia vital naquilo que é substancial?

Parece estar tudo tão complexo. Tão desconexo. O estado natural das coisas talvez seja mais simples. Basta avaliarmos nossa existência pelo nosso próprio olhar, mas como se fôssemos uma terceira pessoa, que nos ama e é imparcial, avaliando o que temos feito de nossas vidas, do que temos recheado nossos pensamentos, do valor que damos ao ar que respiramos, de como utilizamos as palavras para impactar em alguma coisa útil no mundo, do que estamos fazendo com nosso tempo, de como estamos cuidando, sobretudo, dos nossos sentimentos.

Não fomos criados em uma realidade paralela. Não estamos no Planeta Terra sozinhos. Somos bilhões de seres vivos consumindo, interagindo, construindo, destruindo, plantando, colhendo, pensando, amando, odiando, movimentando energia. Saber viver de forma civilizada, no século 21, me parece uma realidade que já devia estar superada. Já era para termos aprendido a viver (e conviver) com respeito, civilidade, compaixão, cooperação e empatia. Mas não sabemos de nada, apesar de acharmos que sabemos de tudo. Vai ver está tudo na mais perfeita ordem. Ou não.

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