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O projeto Tampax

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em agosto, e pelo Senado, em setembro, a lei que institui no Brasil o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (lei 14.214/21, conforme informa a Agência Câmara de Notícias), de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE).

Foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em agosto, e pelo Senado, em setembro, a lei que institui no Brasil o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (lei 14.214/21, conforme informa a Agência Câmara de Notícias), de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE). Conforme a lei, o programa tem o objetivo de combater a precariedade menstrual – ou seja, a falta de acesso a produtos de higiene e a outros itens necessários ao período da menstruação da mulher.

O presidente da República sancionou a lei, mas vetou os principais pontos da proposta aprovada pelos parlamentares, como a previsão de distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes carentes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias. As justificativas para tais vetos foram elencadas por Jair Bolsonaro entre as quais a de não indicar a fonte de custeio ou medida compensatória, em violação à Lei de Responsabilidade Fiscal, à Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano e à Lei Complementar 173/20, que criou o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus. (Agência Câmara de Notícias).

Parece brincadeira de mau gosto e é, o Congresso Nacional se preocupar com a distribuição gratuita de absorventes íntimos, como o popular Tampax. É por essas e outras que Carlos Alves de Souza Filho, um diplomata brasileiro e genro do ex-presidente Arthur Bernardes proferiu esta famosa frase: "O Brasil não é um país sério". Em 1962, ele foi o intermediário entre o governo brasileiro e Charles de Gaulle, durante a visita do presidente francês ao Brasil. A citação foi erroneamente atribuída a de Gaulle. Aliás, é bom lembrar que próximo aos festejos momescos, o Ministério da Saúde faz uma campanha de distribuição em massa de preservativos; isso se dá por ser público e notório que o carnaval é uma festa popular em que a liberdade dos costumes se encontra a flor da pele e os riscos de gestações indesejáveis, de aumento da incidência da Aids e das DST (doenças sexualmente transmissíveis).

Mas, essa despesa seria pontual e não permanente, como no caso da distribuição gratuita de absorventes íntimos, como previsto na nova lei federal. Afinal, no período fértil, as mulheres costumam menstruar por um período de três a cinco dias a cada mês, doze meses por ano durante, em média, 31 anos, dos 14 aos 45 anos de idade, em média.

A deputada pernambucana é filiada ao PT e parte do princípio de que apenas uma parcela da população deveria ser protegida. Esquece, no entanto, de que o dinheiro público é de todos, pois é proveniente de impostos pagos pelo contribuinte, fruto do esforço dos que trabalham o ano inteiro. Portanto, seu emprego tem de ser muito bem pensado uma vez que tem de beneficiar a sociedade como um todo. Se toda mulher durante o ciclo reprodutivo menstrua, o benefício deveria ser estendido a todas e não somente a um grupo específico. A Agência Câmara de Notícias abriu espaço para comentários de leitores sobre esta nova lei e cito aqui dois deles que vão na esteira do que falo acima:

“Creio que a decisão do Executivo foi acertada tecnicamente. Na técnica não há o quê se questionar. Ainda sobre esse tema, penso que não é correto jogar sobre os ombros da sociedade, mais essa despesa. Despesa com a menstruação alheia? Fim do mundo. Se isso passa é sinônimo de que o Brasil está mesmo longe de ser um lugar sério. Isso decorre da sociedade ainda ver o dinheiro meramente como público, enquanto deveriam vê-lo como o dinheiro do contribuinte, do pagador de impostos. Daqueles que acordam cedo para trabalhar correndo risco inclusive de serem assaltados!” 

“E fácil resolver. E só o Congresso indicar a fonte de recursos específica para esse gasto extra, sem comprometer o teto de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Da forma que está é pegadinha”. Acho que o correto, quando da aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional que envolva despesa suplementar, seria vir na esteira dessa lei a fonte onde os recursos seriam captados para fazerem frente aos gastos. O Legislativo é muito chegado a esse tipo de conduta, ou seja, cria a benesse e o Executivo que se vire. Se existe o veto, o ônus vai ser sempre do Executivo.

Era só o que faltava: Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Se foi Charles de Gaulle ou Carlos Alves de Souza, que afirmou não sermos um país sério, não importa. Pelo jeito decididamente, não somos. Isso me faz lembrar de um episódio relatado por Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta) em seu famoso livro “Febeapá - O festival de besteiras que assola o país”. Conta ele que um prefeito de uma cidade nordestina foi avisado por Brasília que o equinócio de verão chegaria em dois dias, a sua cidade. No que o prefeito prontamente respondeu: “Seu Equinócio ainda não apareceu por aqui. Quando chegar será recebido com banda de música, homenagens e coquetel”.

 

Max Wolosker é médico e jornalista.

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A maior inflação dos últimos 27 anos e o Brasil no Mapa da Fome

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Impulsionada pela forte alta do dólar, pelos altos custos da eletricidade e dos combustíveis, a palavra que vem tomando conta do dia-a-dia dos brasileiros é a tal da “inflação”. Contudo, essa bendita palavra não se tornou apenas parte das conversas de rua ou dos noticiários, mas também virou um grande problema no bolso de todos, gerando incertezas e inseguranças.

Impulsionada pela forte alta do dólar, pelos altos custos da eletricidade e dos combustíveis, a palavra que vem tomando conta do dia-a-dia dos brasileiros é a tal da “inflação”. Contudo, essa bendita palavra não se tornou apenas parte das conversas de rua ou dos noticiários, mas também virou um grande problema no bolso de todos, gerando incertezas e inseguranças.

No mês passado vivenciamos a maior inflação desde a criação do Plano Real. O índice medido pelo IPCA disparou e aumentou em 1,16% em um único mês, contanto com um acumulado de 10,25% nos últimos 12 meses.  Mas em português brasileiro, o que isso quer dizer? Basicamente, a taxa demonstra o aumento dos preços dos bens e serviços no país, indicando que tudo ficou mais caro.

Em contrapartida, na contramão de tudo, o salário mínimo previsto para o próximo ano teve um pequeno reajuste de R$ 69, um aumento de aproximadamente 6,2% em comparação ao ano passado. É importante observarmos que o valor da remuneração básica do Brasil, que já era difícil para manter uma família, teve agora a sua correção em um valor abaixo ao do aumento dos custos de alimentos, combustíveis e aluguéis. Nesse sentido, com preço dos itens básicos aumentando a cada dia e o brasileiro ganhando menos, é fato que a cada dia nossa população fica mais pobre e com menos poder de compra.

Perrengue nacional da fome

O Brasil volta ao Mapa Mundial da Fome, segundo a ONU, a Organização das Nações Unidas, com 19 milhões de brasileiros passando por carência alimentar. O levantamento feito pela organização coloca nosso país em uma situação que não se encontrava desde 2014, com mais de 5% da população subalimentada.

A situação está tão grave que uma imagem tomou conta das redes sociais nas últimas semanas: um açougue em Santa Catarina colocou uma placa na porta com a mensagem “Osso é vendido e não dado”. A doação de ossos pelos açougues aos mais necessitados, sempre foi uma praxe histórica e nacional.

Com o aumento do valor da carne bovina, frango e ovos, a peça com grande quantidade de ossos ou só os ossos tem sido usada por muitas famílias como substitutos no prato. A busca por ossos tem sido tanta ao ponto do valor passar a ser cobrado ou aumentar em muitos estabelecimentos comerciais, fragilizando mais ainda os grandes atingidos pela pandemia do coronavírus e que dependem diretamente ao que muitos consideram como “resto”.

Dados divulgados, na semana passada, pela Companhia Nacional de Abastecimento revelam que o consumo de carne vermelha é o menor nos últimos 26 anos, devido ao aumento de preço. O acúmulo de preço do produto foi de 25% em 12 meses.

Do Brasil para Nova Friburgo

A previsão é de que de que a inflação diminua, no próximo ano, chegando à taxa 8% ao ano. Contudo, é sempre bom lembrar que é 8% acima dos preços de agora, dando ainda mais volume à inflação acumulada e trazendo prejuízo direto aos menos favorecidos financeiramente.

 “Com o menor poder de compra, a qualidade de vida fica comprometida e isso favorece ainda mais o cenário de desigualdade social. Agora, se a renda não é reajustada corretamente o problema torna-se ainda mais grave", explica Gabriel Alves, empresário, especialista em investimentos e que assina a coluna “Educação Financeira” todas as sextas-feiras aqui em A VOZ DA SERRA.

“Quanto à organização de orçamento familiar, é importante atentar-se ao poder de compra. Para quem não tem o hábito de poupar, o consumo hoje torna-se proteção para o que pode estar mais caro amanhã. Por outro lado, o indivíduo que poupa tem grande potencial de rentabilidade ao atentar-se para alocações de investimentos atrelados aos índices de inflação”, observa Gabriel.

Nós, friburguenses, apesar de vivermos cercados pelas nossas belas montanhas, não estamos numa redoma e somos também atingidos pelas consequências à nossa volta. Preparar-se e se organizar é a melhor alternativa para sair menos prejudicado num momento de tanta instabilidade nacional.

Lucas Barros é bacharel em Direito. Escreve às quintas-feiras.

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A VOZ DA SERRA é a nossa voz ecoando para o mundo!

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Novamente o Caderno Z do último fim de semana me levou para a rua da minha infância: a Travessa Bonsucesso I, pertinho da Filó. Das tecnologias, o que eu tinha era a televisão da casa de dona Clarice. Era lá que a gente acompanhava todos os episódios de Nacional Kid. No mais, era brincar na rua com todas as dicas trazidas pelo caderno: amarelinha, caça ao tesouro, passa anel, esconde-esconde e bolinha de gude. Quando chovia, a gente brincava, na varanda, de uma brincadeira hoje conhecida como Stop. O bafo era divertido porque a gente colecionava muitos álbuns e tinha que trocar figurinhas.

Novamente o Caderno Z do último fim de semana me levou para a rua da minha infância: a Travessa Bonsucesso I, pertinho da Filó. Das tecnologias, o que eu tinha era a televisão da casa de dona Clarice. Era lá que a gente acompanhava todos os episódios de Nacional Kid. No mais, era brincar na rua com todas as dicas trazidas pelo caderno: amarelinha, caça ao tesouro, passa anel, esconde-esconde e bolinha de gude. Quando chovia, a gente brincava, na varanda, de uma brincadeira hoje conhecida como Stop. O bafo era divertido porque a gente colecionava muitos álbuns e tinha que trocar figurinhas. Quanta saudade!

O Dia das Crianças, celebrado na última terça-feira, 12, foi idealizado pelo deputado federal, Galdino do Valle Filho e a data foi oficializada em 5 de novembro de 1924. A comemoração ganhou o que faltava: um feriado pelo dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. É impossível falar em crianças e não lembrar que umas das guloseimas preferidas pelos pequenos é um bom hambúrguer. Assim, a boa notícia é que o Scavarda´s voltou! O campeão em hambúrgueres inovadores e drinques sensacionais, depois de se manter fechado, por um ano e meio, trabalhando apenas com delivery, por conta da pandemia, abriu suas portas e está de braços abertos para receber a clientela, no Cônego.

Qualquer hora eu vou lá provar o drink Elizabeth II e felicitar Jaqueline e Victor, os proprietários da casa, bem como a equipe maravilhosa. Juntos, eles passam uma energia superpositiva. Meu “pequeno príncipe”, Matheus,  trabalha lá e ama o ambiente. Como diz o casal proprietário, “somos um time”! E, por certo, um time vencedor, de grande torcida.

Wanderson Nogueira esbanjou sensibilidade em “O filho que eu quero ter”. E, tanto esbanjou, que muitos filhos diriam o contrário: “Este é o pai que eu quero ter”. Preciso destacar um trecho, mas qual? Leio, releio e tudo é tão lindo, mas, me arrisco: “Vamos rodar o mundo inteiro, mesmo que numa folha de papel. E juntos, unidos e fortes, seremos, para cada si, o norte de uma rota para o céu...”. Quem não quer um pai que faça tantos projetos bonitos assim? E que ainda por  cima, vai contar estrelas com o filho...

Deixando o “Z”, o mês de outubro é bem relevante nas datas comemorativas, indo além do Dia das Crianças e da nossa padroeira. Se formos pesquisar, há datas importantes como o Dia do Professor (amanhã, 15), o Halloween (próximo dia 31) e o mês todo dedicado ao Outubro Rosa. Em “Sociais”, por exemplo, a coluna destacou o meu aniversário, comemorado no último dia 7, com elogios carinhosos que muito me honraram. Sou grata também ao jornal pela acolhida da coluna Surpresas de Viagem, que sempre me guia para os melhores roteiros no meu fim de semana.

A “crise na saúde” do Hospital Raul Sertã continua em evidência como destacou a manchete da última edição. Na qualidade de povo, o que nós queremos é muita saúde para o nosso hospital municipal e vamos torcer para que tudo se resolva em prol do bem da comunidade. Que Nossa Senhora Aparecida possa nos amparar e ajudar, inspirando as autoridades na resolução dos problemas.

Ajuda boa tem sido o programa Supera RJ, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, criado em função da crise gerada pela pandemia que afetou famílias em situação de extrema pobreza. A partir deste mês, os beneficiários  receberão o acréscimo do auxílio-gás no valor de R$ 80. Outra notícia otimista é a retomada da nossa economia com a geração de mais de dois mil novos empregos em Nova Friburgo, neste ano, conforme levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan). 

Entretanto, a crise financeira afeta a renda familiar, que continua merecendo cautela. A inflação, retratada na charge de Silvério, pode deixar frustrações no quesito presente para a criançada. Nós somos os dinossauros e o que se há de fazer? É mais uma razão para nos reinventarmos ou copiarmos ideias, como relatou o Caderno Z, pois, na Nova Zelândia, a celebração do Dia das Crianças acontece com as famílias se dedicando “inteiramente aos pequenos, passando mais tempo com eles, numa amorosa convivência e... ninguém ganha brinquedo”.

Nossa cultura é outra, gostamos de presentear e as lojas esperam essas festividades para a economia fluir. Mas, quem sabe, então, possamos, como sonha Wanderson Nogueira, tirar uma noite para “contar estrelas” com as crianças!...

 

Elisabeth Souza Cruz é jornalista, poetisa e presidente da seção Nova Friburgo da UBT, a União Brasileira dos Trovadores. 

 

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O que fazer em um dia difícil de viver?

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Tem dias que não nos sentimos bem emocionalmente. Isto é normal nessa vida de lutas para a sobrevivência, pela presença de dificuldades na família, pressão no trabalho, sofrimentos variados decorrentes de má administração pública, consequências físicas, mentais, sociais e econômicas de uma pandemia, desafios financeiros, guerra espiritual entre o bem e o mal dentro e fora de nós, entre outras causas. 

Tem dias que não nos sentimos bem emocionalmente. Isto é normal nessa vida de lutas para a sobrevivência, pela presença de dificuldades na família, pressão no trabalho, sofrimentos variados decorrentes de má administração pública, consequências físicas, mentais, sociais e econômicas de uma pandemia, desafios financeiros, guerra espiritual entre o bem e o mal dentro e fora de nós, entre outras causas. 

Saúde mental não é ausência de angústia ou tristeza. É aprender a lidar com estas dores emocionais de forma construtiva. Podemos aprender. Não para nos tornarmos orgulhosos ou prepotentes achando que somos mais fortes que os outros. Mas aprender a administrar nossas emoções para surgir humildade, serenidade, compaixão especialmente ao sermos iluminados e perceber que todos estamos no mesmo barco da existência com seus desafios.

O que você pode fazer em um dia difícil, em que a angústia, a tristeza, apertam seu peito? Primeiro de tudo aceite que você não é um deus, mas um ser humano com limitações e mesmo tendo uma personalidade mais resistente, aceite que nem sempre é possível estar bem como desejaria.

Em segundo lugar, observe para ver se existe alguma pendência, alguma necessidade de fazer reparação, restituir o que deve, pedir perdão, oferecer perdão, se proteger melhor, colocar limites, pedir coisas em vez de assumir fardos pesados demais desnecessariamente. E faça o que for necessário dentre estes exemplos de atitudes que dependem de você.

Em terceiro lugar, descanse no dia difícil. Descanse fisicamente. Tire um cochilo. Vá caminhar na natureza. Se afaste de barulhos, agitação, shoppings, e use algum tempo para orar e para meditar. Coma menos e consuma alimentos mais leves, naturais, sem estimulantes, pois isso ajuda o cérebro. Evite assistir TV e leia um texto que produz esperança, luz, conforto, talvez uma biografia de alguém que lutou com sofrimentos e obteve melhora, alívio, mesmo sem ter tido necessariamente a cura desejada.

Descanse mentalmente. Isto significa não ficar se cobrando que teria que estar bem, teria que estar funcionando com bom pique no trabalho, teria que estar contente e sem angústia, teria isto ou teria aquilo. Pare com estes pensamentos de “teria que”. E aceite o que pode ser nesse dia, o que pode existir nesse dia. E ao final da jornada diária, ao deitar para dormir, olhe para trás e veja que, apesar de ter sido um dia doloroso, Deus lhe ajudou a realizar algumas coisas.

Em quarto lugar, se for necessário, você pode desabafar com alguém ético e de confiança. Falar ajuda a aliviar. Mas não é com qualquer um. E não precisa colocar nas redes sociais o que você está sentindo neste dia difícil. Escolha uma pessoa de princípios, preferencialmente mais velha que você, em quem você confia, com quem não exista nenhum risco de envolvimento afetivo e sexual.

Em quinto lugar, pense em alguém que precisa de ajuda e faça algo para aliviar a necessidade desta pessoa. Se não for possível ajudar o outro no mesmo dia em que você não está se sentindo bem, faça planos para o mais breve possível oferecer auxílio dentro de seus recursos físicos e materiais. Quando nos envolvemos em ajudar a aliviar o sofrimento de alguém, nossos próprios sofrimentos são também aliviados.

Em sexto lugar, pense que o que é bom, aquilo que é agradável em sua vida mental, passa, infelizmente. Mas diga a si mesmo, relembre a si mesmo no dia doloroso, que o que é ruim, também passa. Repetindo este pensamento, o que é bom, passa. Mas o que é ruim, também passa.

 

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Viva a mãe de Deus e nossa!

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Na última terça-feira, 12, celebramos Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Esta grande solenidade da Virgem Mãe de Deus recorda sua presença entre nós. A pequenina imagem de terracota encontrada em outubro de 1717, por três pescadores no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo, é reconhecida como uma ação direta de Deus em favor de seu povo. Os muitos sinais que acompanham este esplêndido fato, recordam-nos a presença materna e consoladora da mãe do Senhor na nossa história e na nossa terra, sempre atenta às necessidades dos seus filhos.

Na última terça-feira, 12, celebramos Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Esta grande solenidade da Virgem Mãe de Deus recorda sua presença entre nós. A pequenina imagem de terracota encontrada em outubro de 1717, por três pescadores no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo, é reconhecida como uma ação direta de Deus em favor de seu povo. Os muitos sinais que acompanham este esplêndido fato, recordam-nos a presença materna e consoladora da mãe do Senhor na nossa história e na nossa terra, sempre atenta às necessidades dos seus filhos.

As redes vazias dos pobres pescadores que quase se romperam pela abundância de peixes após o “aparecimento” da enegrecida imagem da Imaculada Conceição, ainda hoje têm muito a nos dizer. Maria, na sagrada escritura, é enaltecida por sua intercessão sempre constante.

A virgem é evocada pela rainha Ester, que arriscou a vida para salvar o seu povo da condenação à morte. Maria, perfeita e completamente salva e redimida de todo pecado por pura graça de Deus! Mais que ninguém, ela pode cantar as palavras de Isaías: “Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas joias” (Is 61,10).

Maria pura e casta, totalmente agraciada, totalmente salva por Deus, não esquece de nós, filhos que o filho, Jesus Cristo, lhe deu ao pé da cruz. Ela é a mulher do Apocalipse, em luta constante contra a serpente, o antigo inimigo, que ameaça o povo de Deus; ela é a mulher que, em Caná, intercede pelos esposos, ensina-nos a fazer o que o filho disser e cuida para que a água das nossas pobrezas e das nossas angústias seja transformada no vinho da alegria, fruto da ação do espírito do Cristo ressuscitado (cf. D. Henrique Soares, homilia).

No atual cenário brasileiro e mundial, somos mais uma vez conduzidos aos pés da virgem mãe de Deus e clamar sua intercessão. Nossas redes estão vazias. Falta-nos alegria, esperança e confiança. E mais uma vez ela recolhe nossas necessidades e a apresenta cada uma delas ao seu filho.

Roguemos à rainha e padroeira do Brasil que nos acompanhe em nossas dores, que interceda por nosso país diante de tantas limitações políticas ou sociais ou ecológicas, que ferem a liberdade e a dignidade dos brasileiros e impedem o crescimento da justiça e da paz. Que ela nos ajude a crescer e a nos libertar continuamente.

“Ajuda-nos, mãe de Deus e mãe nossa. Ajuda-nos a construir um Brasil mais cristão, mais justo, mais decente, mais pacífico e solidário, e que, pelas tuas preces maternas, jorre para nós o vinho bom da alegria e sejamos todos, um dia, herdeiros do Reino dos Céus. Amém”!

Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo.

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O silêncio do rosto

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

A coluna da semana anterior, baseada no texto “O Espelho”, de Guimarães Rosa, contido no livro “Primeiras Estórias”, foi-me intensa, mais ainda pela leitura do livro “As Meninas”, de Lygia Fagundes Teles, no Clube de Leitura Vivências. As leituras me causaram quase um transtorno quando uma ideia me rondou a semana, instigando-me a refletir e a pesquisar sobre rostos. Meu travesseiro sabe disso... 

A coluna da semana anterior, baseada no texto “O Espelho”, de Guimarães Rosa, contido no livro “Primeiras Estórias”, foi-me intensa, mais ainda pela leitura do livro “As Meninas”, de Lygia Fagundes Teles, no Clube de Leitura Vivências. As leituras me causaram quase um transtorno quando uma ideia me rondou a semana, instigando-me a refletir e a pesquisar sobre rostos. Meu travesseiro sabe disso... 

O rosto tem a expressividade do jardim, que mostra como é cuidado, as vidas que guarda, as lágrimas sorvidas por suas terras e os sonhos percebidos pelas abelhas ao colherem o néctar das flores. O jardim fala através do silêncio. O rosto também. Caso o ser que nele habita oculte algo, acaba sendo denunciado através de um trejeito. Os olhos de lince são investigadores competentes, e, diante deles, rosto algum consegue ser dissimulado por longo tempo.

O espelho reflete o rosto que está à sua frente com todas as rugas que o revelam. As rugas não têm o que contar? A personagem Ana Clara, do romance “As Meninas”, tem um rosto marcado pelas tragédias que passou que fizeram com que as mágoas, os infortúnios e as perversidades que sofreu definissem sua fisionomia. Pelo menos no início da leitura não é possível vislumbrar a limpidez do seu rosto e a alma que o reveste. 

A maestria de Guimarães Rosa e de Lygia Fagundes Teles consegue nos dizer que o rosto é a síntese de uma existência. Até na morte é capaz de continuar a falar e a exclamar. 

Os rostos são desafiadores aos artistas. As expressões dos rostos pintados nas telas “Moça de Brinco de Pérola”, Johannes Wermeer, “O Almoço dos Banqueiros”, Renoir, e “Os Retirantes”, Portinari, revelam os sentimentos das pessoas representadas nas imagens. 

 No “Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, o rosto é capaz de revelar a não aceitação da passagem da vida e dos valores que humanizam a existência. Tomado por uma vaidade extrema e desejoso da juventude eterna e prazerosa, Dorian vende sua alma ao diabo para que, em vez dele, seu retrato envelheça e desapareça. Seu desejo é realizado. Sua imagem envelhece, registrando os traços ruins que vão marcando especialmente seu rosto, que vai ficando tão terrível que ele não suporta vê-lo. 

As transformações do rosto confirmam que nascemos, crescemos e morremos. Que somos responsáveis pelas decisões e caminhos que trilhamos. Que podemos ser movidos pela esperança. Que temos possibilidades e limitações.

 

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Delinquência jornalística não vence

sábado, 09 de outubro de 2021
Foto de capa

Manchetes:

Manchetes:

Segundo Padilha, a delinquência jornalística não vence: O governador Raimundo Padilha afirmou, ao receber o título de cidadão honorário de Barra Mansa, que o binômio moralidade-eficiência é o evangelho do seu comportamento político à frente do governo fluminense, pois a moralidade serve como permanente “que nos orienta, não no sentido do que devemos fazer, mas daquilo que não devemos fazer”. Observou que quando fala em eficiência, volta-se para os municípios e para as inquietações naturais de prefeitos e vereadores, “meus assessores permanentes que, a cada reinvidicação me trazem a realidade socioeconômica do Estado do Rio”.

Reforma do Ensino: Hoje, sábado, às 10h, no Salão de Atos do Colégio Anchieta, a palestra do Secretário de Educação do nosso Estado, Prof. Delton de Mattos, sobre o momentoso assunto “Reforma do Ensino”, objeto da mais alta indagação em todos os setores. O conferencista que é uma das grandes autoridades brasileiras na matéria que será debatida, responderá as perguntas que lhe forem encaminhadas previamente. O professorado estadual homenageará o conhecido, afamado e operoso mestre que, com discernimento e competência chefia o órgão controlador do ensino fluminense.

Friburgo e Teresópolis se uniram para fundar a Universidade “Serra dos Órgãos”: Em princípio serão integrados cerca de 18 municípios, criando-se, de imediato, em Teresópolis, a Faculdade de Farmácia e, em Friburgo, as de Engenharia Operacional e Direito. É geral a euforia da mocidade dos dois municípios que quer estudar e verifica um grande interesse de homens públicos e administradores em torno de uma matéria da mais alta transcedência, qual seja o da instituição de variados cursos superiores, nesta cidade.

Colégio Cefel: Segunda-feira, dia 11, às 16 horas, com marcante solenidade, terá lugar a abertura da “Exposição Annual de Trabalho” dos alunos do conceituado Colégio Cêfel, estabelecimento de ensino local que é um justo orgulho friburguense. Na mesma ocasião ocorrerão a abertura das olimpíadas de Curso Primário e o Juramento do Atleta, nas quais competirá a maioria das escolas primárias da nossa cidade, bem como vários grupos escolares estaduais.

Turismo em alto relevo: Carlos Rodolfo Fischer, João Maria P. Braune e mais seus doze colegas de grupo, apresentaram excelente trabalho por ocasião do 1° Ciclo de Estudos sobre Segurança Nacional e Desenvolvimento em Nova Friburgo. O assunto, dos mais complexos e palpitantes, o turismo, foi inteligentemente equacionado, com a afirmativa de que é na escola primária que se inicia a formação da mentalidade turística, já existindo um currículo mínimo de turismo regulamentado pelo Conselho Federal de Educação.

Pílulas:

Quem está a par da situação no Legislativo Municipal, sabe que é tranquilíssima a aprovação da mensagem e consequente resolução que autoriza o Prefeito a alienar ações da Petrobras, para com os recursos  ser realizado um arrojado Plano Educacional – Ensino Superior e Técnico-Profissional. Não será preciso gastar muita saliva.

Tanto quanto possível, daremos, através de nossas colunas, o máximo de subsídio para uma apreciação geral do povo friburguense, a respeito dos pontos de vista, comentários demarches e votos de líderes e de vereadores, na apaixonante matéria do projeto que o prefeito Feliciano Costa está levando à consideração do Legislativo.

Vamos chamar ao preenchimento de um questionário, homens públicos, associações, lideranças dos vários agrupamentos comunitários, políticos em evidência etc, realizando uma enquete de grandes proporções para bem esclarecer cada uma das opiniões pesquisadas. Continuamos a achar que é preciso deixar o momentoso assunto muito bem clareado para a posteridade, notadamente com definições no sentido do futuro pleito eleitoral.

Sociais:

A VOZ DA SERRA registra aniversários de: Angelo Ruiz, Ruy Coelho da Rocha, Nilo Ferreira Torres e Amil Namen (10); Ary Ventura, Maria Nazareth e Luiz Gustavo (13); Marilse Rangel Ventura e Nydia Rangel da Silveira (14); Dilva de Moraes Martins (15); Benicio Júnior (16); Juvenal Namen, Mônica e Carmen Bravo Costa (17).

 

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Globo Repórter Três Picos

sexta-feira, 08 de outubro de 2021

Globo Repórter Três Picos

O longevo programa de reportagens da Rede Globo terá edição hoje, 08, às 22h40, totalmente dedicada ao Parque dos Três Picos. Boa parte da reportagem de Fernanda Graell foi realizada na área de Salinas e nas montanhas da região. O programa promete mostrar as paisagens exuberantes como os picos, a famosa pedra que contradiz a física e ainda a Mata Atlântica preservada e toda a vida que abriga.

Belíssimas imagens

Globo Repórter Três Picos

O longevo programa de reportagens da Rede Globo terá edição hoje, 08, às 22h40, totalmente dedicada ao Parque dos Três Picos. Boa parte da reportagem de Fernanda Graell foi realizada na área de Salinas e nas montanhas da região. O programa promete mostrar as paisagens exuberantes como os picos, a famosa pedra que contradiz a física e ainda a Mata Atlântica preservada e toda a vida que abriga.

Belíssimas imagens

No anúncio da apresentadora Sandra Annemberg, o programa destaca que os Três Picos é um dos melhores lugares do mundo para se observar pássaros. Além da vida selvagem que convive com as fazendas no entorno do parque, a culinária não fica de fora. A broa de milho e as comidas típicas da região também são abordadas. O programa inédito vai ao ar na TV, mas também poderá ser visto nas plataformas digitais da maior emissora de TV do país e na Globo Internacional.

Meme

“O que é? Onde fica? Como vivem?”. O conhecido chavão do programa não passou batido e a direção do Parque está chamando o público para assistir justamente com o bordão que consagrou o programa de reportagens. A brincadeira conquistou as redes sociais. Certamente para o Parque, que é o maior do Estado, é um momento ímpar estar em rede nacional com imagens incríveis e muitas inéditas de suas maravilhosas paisagens. Vale assistir, com direito a pipoca e tudo.

Em tempos...

No embalo do destaque ao Parque Estadual dos Três Picos, vale ressaltar a campanha de arrecadação de alimentos que será realizada nesse fim de semana em diversos pontos de abrangência da unidade de conservação ambiental. Serão arrecadados alimentos não-perecíveis na subida da serra (Boca do Mato), em Teresópolis, em Guapimirim e na sede dos Três Picos (Salinas - Nova Friburgo). Os donativos serão entregues a associações do entorno do parque que repassarão às famílias necessitadas.   

Só para quem pode

Mas é feriadão ou não é? Com o feriado de terça, 12, há quem vá emendar a segunda e aproveitar o fim de semana. Dependendo da repartição pública, muitos servidores não terão ponto facultativo, então para esses não será feriadão. Pessoal do comércio não só terá que trabalhar na segunda, 11, como acordo coletivo entre representações de empregados e patrões permite abrir na terça de feriado. Então para eles também não será.

Troca de folgas

A maioria das fábricas locais também tem acordo para trocar o feriado do dia 12 por folgas entre Natal e Ano Novo. Então para eles também não será feriadão. Mas cá entre nós: com a inflação galopante e a desvalorização da renda da maioria da população, ter feriadão, mas não poder curtir, é o mesmo que não ter feriadão.

Degusta Búzios

Para quem vai ter esse privilégio de ter feriadão e poder curti-lo, Búzios se prepara para o Degusta Búzios 2021 - Festival Gastronômico da cidade praiana.  Iniciativa da prefeitura local em parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Búzios, o festival marca a retomada econômica da cidade. O formato mudou, aumentou de dois para três fins de semana: 14, 15, 16 e 17 de outubro, sempre de quinta a domingo até o fim do mês (21, 22, 23 e 24; 28, 29, 30 e 31). A medida foi tomada para evitar aglomerações.

Boa inveja

Mais de 80 bares e restaurantes de Búzios já confirmaram presença, cada um com seu menu exclusivo. Todos os pratos vão custar R$28 e as sobremesas R$22. Para Búzios tá bem acessível. Este ano as barracas serão padronizadas, distribuídas em vários pontos da cidade: Praça da Ferradura, Rua das Pedras, Rua Manoel Turíbio de Farias, Orla Bardot e Praça dos Ossos. Vários lounges serão espalhados pelo evento, com música e outras atividades culturais. Dá inveja, né? Não de quem vai! Mas inveja de que por aqui não termos iniciativas de retomada por parte do poder público.

Produtores de eventos

Sem dúvidas, os setores mais afetados pela pandemia foram o gastronômico, cinema e de produção de eventos. Muitas cidades estão retomando seus eventos. Por aqui, os próprios produtores consideram tudo muito tímido, inerte ou mesmo atrasado. Enquanto aqui vai começar a se obrigar máscara, outras cidades já falam em desobrigá-las. É uma comparação que se pode fazer com os eventos. Na avaliação de alguns produtores, Nova Friburgo sempre está na rabeira das demais. 

Vacinômetro

Até o fechamento da edição desta coluna, a prefeitura diz ter aplicado 151.237 doses de vacina contra a Covid-19. Confrontando com o número de doses enviadas pelo Estado (159.773), 8.536 têm destino incerto. Foram perdidas? Estão guardadas para repescagem? Só a prefeitura sabe ou deveria revelar. Já com relação à dose única da Janssen, os números batem: 4.360 doses distribuídas pelo Estado e segundo a prefeitura, todas aplicadas. Quanto ao registro no Ministério da Saúde, 208 aplicações, no entanto, seguem sem o registro oficial.

45 mil vacinas em estoque?

A discrepância de doses distribuídas e aplicadas com relação à segunda dose é maior, mas se releva porque essa fase segue em andamento. O Estado diz ter distribuído 133.485, a prefeitura divulga ter aplicado até o dia 01, 88.841. Ou seja, supõe-se que há no estoque 44.644 doses de vacina com orientação para a segunda dose. O medo de muitos friburguenses que aguardam a segunda dose parece superado, até por conta da orientação, por aqui seguida mais tarde, de aplicar Pfizer também em quem recebeu na primeira dose a Astrazeneca.    

Poucas doses a serem enviadas

No mesmo ínterim, considerando que a primeira dose (fase praticamente encerrada) foram 151.237 friburguenses vacinados, o Estado só teria que enviar aproximadamente mais 18 mil doses para garantir o ciclo vacinal em segunda. Resta saber a matemática da dose de reforço (3ª dose) e se houve muita gente que não se imunizou com a primeira. A dificuldade é que muitos friburguenses, com a lentidão local, se vacinarão antes do calendário daqui, na capital ou em outros municípios.           

Mutirão para pagar dívidas

O Procon Estadual abriu até o dia 26, as inscrições para o 1º Mutirão de Renegociação de Débitos. Os interessados devem preencher um formulário disponível no site do Procon-RJ, onde deve disponibilizar informações sobre condições financeiras. O órgão, com base nessas informações vai avaliar se o consumidor se enquadra ou não nos critérios de seleção para participar do mutirão.

Educação financeira

Bancos, financeiras, empresas varejistas, concessionárias de serviços públicos e outros fornecedores vão participar do evento. A ideia é auxiliar os consumidores superendividados a organizar a vida financeira até o final do ano. A ideia é também dar noções de educação financeira para adquirir crédito responsável.

Palavreando

“Vou sorrir com seu abraço, vou me alegrar toda vez que você despertar e ao espreguiçar, pedir um colo, todo o colo do mundo eu vou te dar. Vamos rodar o mundo inteiro, mesmo que numa folha de papel. E juntos, unidos e fortes, seremos para cada si o norte de uma rota para o céu”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

 

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Fora dessa

sexta-feira, 08 de outubro de 2021

         Melhor viver sem trapaça. Observando com o olhar de pessoa completamente leiga os eventos da natureza, consigo, ainda que mais ou menos, perceber uma lógica, o sentido da lei de causa e efeito. Embora sinta dó, assimilo que o predador e a presa tenham entre eles uma questão de sobrevivência, de subsistência, para resolverem. O consolo para além da questão do ciclo natural da vida é a certeza de que os animais agem por instinto e não por intenção de fazer um mal. O quebra-cabeça se encaixa.

         Melhor viver sem trapaça. Observando com o olhar de pessoa completamente leiga os eventos da natureza, consigo, ainda que mais ou menos, perceber uma lógica, o sentido da lei de causa e efeito. Embora sinta dó, assimilo que o predador e a presa tenham entre eles uma questão de sobrevivência, de subsistência, para resolverem. O consolo para além da questão do ciclo natural da vida é a certeza de que os animais agem por instinto e não por intenção de fazer um mal. O quebra-cabeça se encaixa.

         No entanto, quando os animais envolvidos nessa relação de caça e caçador são os humanos, não consigo assimilar. A começar, nós, humanos, somos munidos de inteligência e raciocinamos sobre nossos atos. Não precisamos nos alimentar uns dos outros. A disputa por espaços pode seguir uma linha da boa convivência. De fazer a coisa certa, ainda que essa definição não seja unânime. Nem equânime.

         Somos seres gregários que aprendemos ao longo dos séculos que regras são necessárias para que os limites individuais sejam respeitados. Com o passar do tempo, desenvolvemos a capacidade de nos organizarmos enquanto sociedade e nos estabelecemos detentores de direitos e obrigações. Há leis que nos resguardam, pois sem elas, seria bem mais difícil entendermos tais limites, prerrogativas e deveres.

         Pois bem. E o que temos feito com isso? Quando aprendemos, enquanto sociedade, a sermos trapaceiros, manipuladores, traiçoeiros? Quem ensinou aos homens e mulheres que para alcançar um objetivo, “permite-se” o jogo sujo, a clássica pisada na cabeça do outro para galgar o degrau de cima? Não era para ser assim, honestamente.

         Fazendo uma analogia com a natureza, realmente observamos, em se tratando dos animais, que são feitas emboscadas para abocanhar as presas, que alguns chegam sorrateiramente para atacar, que outros ficam à espreita aguardando a oportunidade ideal para abocanhar o alvo. Vemos a aranha preparar a armadilha para acolher o inseto em sua teia. O animal de maior porte muitas vezes utilizando de seu privilégio da força para atacar o menor. E vice-versa. A ligeireza e a sagacidade de alguns animais pequenos os levam à conquista de objetivos grandiosos. E assim a ordem natural das coisas vai acontecendo.

         E vejamos: nessa lógica que a olhos nus parece dar certo, não há ninguém raciocinando, não há a matéria, o dinheiro como objetivo, os sentimentos de ganância, poder, egoísmo, soberba, passam longe.

         Mas, e conosco, seres humanos? Temos o privilégio da inteligência, a capacidade de discernimento, somos naturalmente semelhantes, entretanto, fazemos um uso discutível da força, da capacidade intelectual, do poder de transformar o mundo para melhor. Ao mesmo tempo em que descobrimos a cura de doenças, criamos bombas atômicas, poluímos os rios, sacrificamos animais, desenvolvemos a violência, desrespeitamos o espaço do outro, desqualificamos o colega para ocupar seu espaço, mentimos, nos corrompemos, utilizamos a máquina pública para fazer o mal, para enriquecer ilicitamente, humilhamos os outros.

         Nossas armadilhas são ofensivas. Nossas presas são os seres que deveríamos amar - e proteger, como as espécies animais fazem com os seus. Utilizamos nossa fábrica de sentimentos para fomentar a ira, o materialismo, a competitividade, a inveja, a ganância, o egoísmo. Quando começamos a errar? E até quando vamos continuar errando? Esse plural me incomoda, e só o utilizo por pertencer a essa grande “espécie” de animais humanos.

         Do jeito que as coisas estão, estou quase pedindo para me “incluírem fora dessa”.

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Sua segurança financeira não depende do Pix

sexta-feira, 08 de outubro de 2021

Para nós, moradores de Nova Friburgo – uma cidade linda e pacata –, é difícil imaginar a realidade de cidadãos das regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, mas os riscos de se tornar alvo de assaltos nestes locais é muito mais expressivo e o desenvolvimento de novas tecnologias têm possibilitado a reinvenção das abordagens criminosas. Já parou para refletir como os sequestros relâmpagos e as “saidinhas de banco” têm sido substituídos por outros tipos de golpes?

Para nós, moradores de Nova Friburgo – uma cidade linda e pacata –, é difícil imaginar a realidade de cidadãos das regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, mas os riscos de se tornar alvo de assaltos nestes locais é muito mais expressivo e o desenvolvimento de novas tecnologias têm possibilitado a reinvenção das abordagens criminosas. Já parou para refletir como os sequestros relâmpagos e as “saidinhas de banco” têm sido substituídos por outros tipos de golpes? Já não é mais necessário ter acesso a agências bancárias ou serviços de autoatendimento para realizar esse tipo de crime, basta encontrar pessoas com acesso ao mobile banking (serviços bancários através do aplicativo instalado no celular) e internet para – de maneira altamente contemporânea – ser alvo destas quadrilhas.

Contudo, aqui vem o questionamento: este é um problema das novas tecnologias ou do sistema social? Claramente, o sistema social passa por grandes dificuldade há anos – muitos anos – e as mazelas sócio-humanitárias são as principais causas do aumento da criminalidade que, por sua vez, se adapta à realidade de cada época. Percebe como crimes desta natureza financeira sempre existiram e agora vêm migrando para outras ferramentas como o Pix, TED/DOC, boletos e outras possibilidades?

Pois bem, quando produtos com estas características tornam-se alvo de estelionatários, é papel do Estado garantir a segurança de seus usuários. E foi exatamente isso que o Banco Central fez, alterou regras de utilização dos meios de pagamento e transferências bancárias para reduzir os riscos e desincentivar as atividades criminosas. O projeto já vem sendo discutido desde agosto, mas foi a partir da última segunda-feira, dia 04 de outubro, que os novos parâmetros tornaram-se realidade. Agora, os serviços de Pix, TBI, TED, DOC e boletos são limitados a R$1mil entre 20h e 6h. Entretanto, existe a possibilidade de cadastrar contas específicas a fim de excluí-las das regras de limitação, mas o processo de cadastramento tem prazo de 24h a 48h para ser efetivado e, assim, evitar a alteração imediata em situação de risco.

São medidas paliativas, eu concordo, mas essenciais para manter a segurança cidadã enquanto mazelas sócio-humanitárias – o verdadeiro problema – são corrigidas ao longo do tempo; um grande desafio para as autoridades políticas.

Aqui, hoje, meu intuito foi mostrar que você não precisa sentir nenhum tipo de receio ao utilizar novos – e tecnológicos – serviços financeiros; eles são seguros e eficazes. O que compromete a segurança e liberdade cidadã são problemas muito mais complexos e, infelizmente, longe de serem solucionados (mas que existem e promovem violência há séculos, quiçá milênios).

Portanto (e por ora), vida-longa ao Pix!

 

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