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Quebra-cabeças

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Para a construção de uma obra nova, devemos preparar o terreno, cuidar da limpeza do local, criar o ambiente ideal, promover as adaptações que se fizerem necessárias. Na verdade, essas medidas são mesmo fundamentais. Mas a metáfora dessa ideia é a que me leva a pensar. Não sobre obras, mas sobre pessoas.

Passamos muito tempo de nossas vidas construindo ideias sobre os outros. E o tanto que nos enganamos é algo grandioso. Creio que não somos tão bem-sucedidos nessas obras. Inevitavelmente, nos equivocamos. Erramos o cálculo. Confundimos a perspectiva. Mudamos o projeto.

Para a construção de uma obra nova, devemos preparar o terreno, cuidar da limpeza do local, criar o ambiente ideal, promover as adaptações que se fizerem necessárias. Na verdade, essas medidas são mesmo fundamentais. Mas a metáfora dessa ideia é a que me leva a pensar. Não sobre obras, mas sobre pessoas.

Passamos muito tempo de nossas vidas construindo ideias sobre os outros. E o tanto que nos enganamos é algo grandioso. Creio que não somos tão bem-sucedidos nessas obras. Inevitavelmente, nos equivocamos. Erramos o cálculo. Confundimos a perspectiva. Mudamos o projeto.

Seres humanos não são esse tipo de projeto que elaboramos com técnica. Somos, na verdade, uma obra sempre inacabada e complexa. Imperfeita por natureza. Em evolução (ou involução). O projeto é de vida e não há nada mais pessoal do que isso. O outro, por mais perito no assunto que seja, não pode precisar com exatidão o que acontece no interior da obra, nem apresentar soluções lapidares.

Esse terreno – que somos nós – não está descoberto a ponto de desvendarmos seus desníveis pelo olhar. Tem até areia movediça por baixo do mato verde. Tem de tudo, como se diz.

Investimos preciosos minutos de vida construindo uma imagem do outro. Supondo coisas. Julgando e prejulgando pelo pouco que conhecemos a seu respeito. Por isso o culto reverenciado pela imagem. Nem sempre a real. Quase sempre a projetada. A que pode ser vista. Isso é uma grande tolice, pois ao construirmos pessoas fictícias em nosso imaginário, empenharemos o dobro de energia para desconstruí-las, pois comumente erramos as análises. Os outros não são o que pensamos deles. Os outros são o que são.

Seria interessante se aceitássemos que o jogo começa com as peças do quebra-cabeças desmontadas, para então, com o tempo pudéssemos aprofundar e conhecer a imagem real que será formada. Daria menos trabalho e as surpresas talvez fossem mais prazerosas. Ou mais reais.

Mania estranha essa de querermos jogar um jogo ganho. Imagens preestabelecidas. Vencedores determinados. E no final das contas, a frustração da decepção. O girassol que eu estava montando no meu quebra-cabeça não passa de uma forma geométrica e sem sentido. Uma bola amarela. E vice e versa. Quantos girassóis deixamos de descobrir no meio do jogo justamente por superficialmente só enxergarmos a bola amarela. Sem essência. Forma e não flor.

Desconstruir é preciso. E se tivermos ânimo, reconstruir. Não sei se me fiz entender. Mas também não é preciso. Referenciando mais uma vez Clarice Lispector: “não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”. Não me preocupo, pois.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Congruência e coerência

quinta-feira, 29 de maio de 2025

A palavra “congruência” relacionada com comportamento humano significa que o indivíduo congruente tem uma harmonia entre o que pensa, sente e se comporta. Ele é coerente. Existe muita incongruência e incoerência em vários tipos de agrupamento humano. Não podemos julgar o que vai no mais profundo da mente de uma pessoa, e tem alguma verdade no ditado popular que diz que “as aparências enganam”, porém muitas vezes elas não enganam, porque a pessoa, ou grupo de pessoas de poder social e político pratica a incoerência e a incongruência.

A palavra “congruência” relacionada com comportamento humano significa que o indivíduo congruente tem uma harmonia entre o que pensa, sente e se comporta. Ele é coerente. Existe muita incongruência e incoerência em vários tipos de agrupamento humano. Não podemos julgar o que vai no mais profundo da mente de uma pessoa, e tem alguma verdade no ditado popular que diz que “as aparências enganam”, porém muitas vezes elas não enganam, porque a pessoa, ou grupo de pessoas de poder social e político pratica a incoerência e a incongruência.

Na família ou em outro grupo social, é comum ter incongruências. Exemplo: pais viciados em mídias sociais e celular, cobram que o filho precisa usar menos o celular. Não faz sentido cobrar dos outros o que a pessoa que cobra não faz.

Tornar-se verdadeiro consigo mesmo é parte do caminho de restauração da saúde mental. Não é possível ter esse tipo de saúde e manter-se numa conduta com repetidas mentiras nas palavras, sentimentos e ações. Psicoterapia eficaz ocorre quando a ajuda profissional leva o paciente a encontrar as verdades do psiquismo dele para que entendendo essas verdades, seja gradativamente liberto daquilo que o faz sofrer.

Conhecendo a verdade, ela pode libertar, mas só se a pessoa praticá-la e ir acabando com as mentiras. Cura é um processo, e no caminho da cura emocional genuína quem a busca e a quer de todo o coração, precisa passar pela tomada de consciência de suas incongruências e incoerências para reconhecer que tem agido assim e decidir acabar com isso.

Muitos permanecem incoerentes e incongruentes por causa de conflitos de interesses, egoísmo, por manter um estilo de vida consumista e por causa de ideologias que ela defende, mas muitas vezes não vive. Isso é extremamente comum no mundo político.

Essa semana, após apresentar palestras em São Luís, no Maranhão, fiz um voo de conexão entre Brasília e Guarulhos. Enquanto aguardava meu voo no aeroporto de Brasília, notei duas figuras fora do padrão brasileiro de vestuário. Ambos eram de pele negra com roupa típica de algum país africano, e chapéu também da região.

O outro, que estava junto dele, era muito alto, usava um chapéu tipo “Indiana Jones” com as abas presas nas laterais, e usava uma roupa externa semelhante a uma capa grande, do ombro aos pés. O vi andando no saguão do aeroporto e ele tinha um porte imponente, talvez com um metro de noventa de altura, com aquela capa em tons de marrom, parecia um super-herói.

Entrei no avião e quando procurei meu assento, vi que iria sentar ao lado do primeiro que citei, que usava a roupa africana e o outro com a capa majestosa sentaria na fileira da frente. Ofereci trocar de lugar para eles ficarem juntos, mas ele não quis. Puxei assunto perguntando se falava inglês, mas eles eram de um país no noroeste africano, onde se falam vários dialetos e um tipo de francês.

Resumindo, o homem alto de capa era ministro de um tipo de “ministério da agricultura e alimentos gerais” do governo daquele país e o que estava ao meu lado era seu assistente. Eles tiveram reuniões com autoridades do governo brasileiro em Brasília para fazerem acordos sobre produtos alimentícios entre estes dois países e agora iriam regressar para sua pátria, com escala em Adis-Abeba, Etiópia.

Na viagem internacional para resolver assuntos político-comerciais no Brasil, quantas pessoas haviam na comitiva do governo daquele país africano? Duas. Só o ministro e seu assistente. E eles estavam usando um voo comercial em vez de gastar uma soma imensa numa viagem com aeronave do governo. Isso é coerência e congruência para com o uso do dinheiro público por quem está no poder dizendo que cuida dos interesses da população.

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Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com

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Problemas na saúde: o drama que Friburgo vive

quinta-feira, 29 de maio de 2025

A cena se repete em quase toda cidade brasileira — e Nova Friburgo, infelizmente, não é exceção. Você acorda cedo, vai até o posto de saúde, pega senha, enfrenta fila. Depois de horas de espera, ouve: “o médico não veio” ou “volte outro dia”. Parece piada, mas é o cotidiano de quem depende do SUS.

A cena se repete em quase toda cidade brasileira — e Nova Friburgo, infelizmente, não é exceção. Você acorda cedo, vai até o posto de saúde, pega senha, enfrenta fila. Depois de horas de espera, ouve: “o médico não veio” ou “volte outro dia”. Parece piada, mas é o cotidiano de quem depende do SUS.

O Sistema Único de Saúde é uma conquista nacional, mas anda tropeçando nas próprias pernas. A falta de médicos, a demora em exames e a superlotação são problemas reais. Em Friburgo, moradores enfrentam filas longas até para atendimento simples. E quando conseguem vaga, ainda precisam torcer para ter remédio.

Não é difícil encontrar quem esteja há meses esperando por uma ultrassonografia. Exame de sangue mais específico? Só com muita paciência — ou sorte. Tem gente que desiste e vai direto para a emergência - e quando chega na emergência, é mandado embora. E tem idoso que aguarda cirurgia há tanto tempo que até perdeu a esperança.

Estado crítico

A situação nas unidades básicas é crítica. Em vários bairros, o atendimento é intermitente ou insuficiente. Falta clínico, falta pediatra, falta especialista. Nos distritos, como Lumiar e Amparo, o problema é ainda mais grave. Quando o médico aparece, é uma vitória. Parte do problema está na dificuldade está na administração pública ser efetiva na rede pública. Os salários são atrativos, mas a infraestrutura e a fiscalização. Resultado: postos vazios, pacientes sem atendimento, exames e medicamentos em falta.

Muitas unidades não têm estrutura mínima para funcionar e basta estar nos locais para perceber isso. Faltam materiais, equipamentos, insumos básicos. Consultórios mal equipados e quase nenhuma fiscalização por parte dos órgãos. O profissional quer trabalhar, mas não tem como.

Raul Sertã

Em Friburgo, o Hospital Municipal Raul Sertã vive sempre no limite. Emergência lotada, plantões sobrecarregados, pacientes nos corredores. O hospital faz o que pode, especialmente com a força e garra dos enfermeiros, mas carrega nas costas boa parte da demanda da região. E sem reforço, o colapso é questão de tempo.

Os postos de saúde deveriam resolver 80% dos casos, mas nem sempre têm equipe completa e o atendimento esperado. E aí tudo vai parar no hospital. Quando a base falha, o topo desaba. A atenção primária precisa ser reforçada — com médicos, enfermeiros, técnicos, psicólogos, dentistas e agentes de saúde.

Enquanto isso, o friburguense espera. Espera exame, espera consulta, espera atendimento. Muitos deixam de tratar a tempo e acabam agravando doenças. Muitos são mandados embora sem a menor condição de serem mandados embora. A fila cresce e o sofrimento também. O tempo perdido pesa — e, em saúde, tempo vale vida.

Precisamos de soluções para ontem

Soluções existem, mas exigem vontade política e planejamento sério. Outra: a valorização dos profissionais da saúde, com boas condições de trabalho. Ninguém quer atuar onde falta tudo e sobra pressão. No fim das contas, a indignação dos pacientes é repassada para quem menos tem culpa: os funcionários de atendimento e enfermeiros.

A informatização dos atendimentos, embora seja aplicada em Nova Friburgo, também pode ajudar. Prontuário eletrônico, agendamento online, controle de estoque de medicamentos. A tecnologia está aí e precisa ser usada a favor da população. Hoje, muita coisa ainda funciona no papel.

Outra alternativa viável é ampliar o uso da telemedicina. Muitas especialidades poderiam atender remotamente, reduzindo a fila. Psiquiatras, neurologistas, endocrinologistas são raros na rede pública. A consulta online pode ser uma ponte, especialmente nos bairros mais afastados e profissionais de outras regiões atenderem.

Audiências públicas acontecendo

O dever da população: cobrar, fiscalizar, participar e se indignar. Da mesma forma que elogiamos quando o trabalho é bem feito, nas redes sociais, temos também que nos indignar. As audiências públicas estão abertas a todos. A pressão popular é importante para mudar prioridades. Afinal, não há motivo para tanto valor gasto em festa e saúde sendo deixada pra depois.

Friburgo é uma cidade que valoriza sua gente. E gente saudável vive melhor, produz mais, sonha mais alto. Não podemos aceitar que o acesso à saúde básica vire privilégio. Embora muitos possuam plano de saúde, o SUS é para todos — e precisa funcionar para todos.

O friburguense não quer milagre. Quer respeito, dignidade, cuidado. Quer sair do posto com um diagnóstico, não com uma desculpa. Quer atendimento humano, estrutura decente, fila justa. Quer dar entrada em uma maternidade e ter a certeza que só sairá de lá, se realmente puder sair de lá. Não é pedir demais — é pedir o mínimo.

Enquanto isso não acontece, seguimos esperando. Mas sem calar. Porque se tem algo que não pode faltar num sistema de saúde, é voz. E a nossa precisa ser ouvida, alta e clara, porque o SUS em Nova Friburgo, berra por socorro.

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Bem representada

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Friburguense, com Tiago Spitz, é 4º na Série Bronze da Copa do Brasil de dadinho

Um desempenho para deixar orgulhosa a AFFM/Friburguense e todo o esporte municipal. Durante a disputa da 16ª Copa do Brasil de Futebol de Mesa da regra dadinho, na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, a equipe foi representada pelos atletas Vinicius Esteves e Tiago Spitz. Com campanhas regulares na fase de grupos, os botonistas levaram a Associação a alcançar resultados importantes.

Friburguense, com Tiago Spitz, é 4º na Série Bronze da Copa do Brasil de dadinho

Um desempenho para deixar orgulhosa a AFFM/Friburguense e todo o esporte municipal. Durante a disputa da 16ª Copa do Brasil de Futebol de Mesa da regra dadinho, na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, a equipe foi representada pelos atletas Vinicius Esteves e Tiago Spitz. Com campanhas regulares na fase de grupos, os botonistas levaram a Associação a alcançar resultados importantes.

Vinicius classificou-se no grupo da Série Ouro, caindo na fase eliminatória, mas ainda assim conseguiu terminar entre os 32 melhores colocados no geral. Já o atleta Tiago terminou em 4° lugar no grupo da Bronze.

O título principal veio para o Rio de Janeiro, e foi conquistado por Bandini, do Fluminense. Após três finais seguidas do Torneio Rio-São Paulo (2023, 2024 e 2025), o botonista e seu principal rival, Brayner, mediram forças na decisão, e o craque tricolor levou a melhor sobre o rubro-negro: em um jogo tenso, decidido nos detalhes, venceu por 3 a 1, faturou o bi e impediu o hexa do adversário.

Na Série Prata o título ficou com Davi Trigueiros, do Dom Pedro II-PR, que, na finalíssima, venceu Djalma Xavier, do Continente-SC, por 3 a 0. Na disputa do terceiro lugar, André Amorim, do Marcílio Dias-SC levou a melhor sobre Ito Santana, do Blumenau-SC, por 5 a 2. Os demais premiados foram Roberto Giolo, do Sobotons-MS, na quinta posição; o ex-Nova Friburgo F.C., Jonas Kojala, do Ferroviário-CE, no sétimo lugar; e Clóvis Silveira, do Continente-SC, na oitava colocação.

Já a Série Bronze teve uma premiação melhor distribuída entre os estados, embora Léo Azeredo, da Lafume, e Tiago Spitz, do Friburguense, tenham feito valer a tradição do Estado do Rio de Janeiro na competição. O atleta esmeraldino ficou com o vice-campeonato, ao ser derrotado por João Paulo, do Eldorado-MG, na final: 3 a 2. Na disputa do terceiro lugar, o botonista do Tricolor da Serra levou a pior diante de Marco Lomba, do Continente-SC, por 4 a 2.

Realizada pela Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM) e pela Federação Catarinense de Futebol de Mesa (FCFM), a 16ª Copa do Brasil reuniu quase 100 atletas, que representaram 25 clubes de dez estados brasileiros em 36 mesas oficiais dispostas no Norte Shopping.

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    Vinicius Esteves e Tiago Spitz representaram o Friburguense e Nova Friburgo, na Copa do Brasil (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    A competição, em Blumenau, reuniu dezenas de atletas, de diversas partes do país (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Tiago, entre os melhores da Série Bronze: mais um ótimo resultado para o Tricolor da Serra (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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Dados do Censo

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Mais da metade das cidades não tem nenhum trecho de rua para bicicletas

No momento em que se discute projetos de mobilidade nas cidades brasileiras, incluindo Nova Friburgo, dados do Censo mais recente, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta para dados preocupantes. Segundo o estudo, mais da metade dos municípios brasileiros não possui trechos de ruas sinalizados para a circulação de bicicletas São 3.012 municípios sem sinalizações para ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas, ou seja, 54,1% do total de municípios do país.

Mais da metade das cidades não tem nenhum trecho de rua para bicicletas

No momento em que se discute projetos de mobilidade nas cidades brasileiras, incluindo Nova Friburgo, dados do Censo mais recente, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta para dados preocupantes. Segundo o estudo, mais da metade dos municípios brasileiros não possui trechos de ruas sinalizados para a circulação de bicicletas São 3.012 municípios sem sinalizações para ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas, ou seja, 54,1% do total de municípios do país.

No Brasil, apenas 1,9% da população vive em trechos de ruas sinalizados para bicicletas, percentual que o IBGE considerou baixo, confirmando que a infraestrutura das vias no país ainda é direcionada para veículos automotores.

Santa Catarina (5,2%), Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%) e Amapá (3,1%) são os estados com maior proporção de moradores em trechos de ruas com sinalização para bicicletas. Por outro lado, Amazonas e Maranhão (0,5%), Tocantins (0,6%), e Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Alagoas (0,9%) são os que apresentam as proporções mais baixas.

As informações são da pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, realizada com base no Censo Demográfico de 2022. O levantamento avalia as condições das vias onde vive a população brasileira. O IBGE analisou 63.104.296 domicílios (66% do total), localizados em setores urbanos ou em setores rurais com características urbanas. Ao todo, foram consideradas as áreas onde moram 174.162.485 brasileiros — o equivalente a 86% da população.

Foram analisadas condições de infraestrutura urbana, como iluminação, pavimentação, transporte, calçadas, acessibilidade e sinalização. O IBGE considerou ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas, incluindo temporárias para lazer, no levantamento. Também foi considerada sinalização vertical ou horizontal na pista de rolamento ou em calçadas compartilhadas.

De acordo com o Censo, a sinalização nos trechos de vias para bicicletas é importante em função da segurança, e que boas sinalizações e infraestruturas encorajam mais pessoas a optarem pela bicicleta como meio de transporte, contribuindo para a sustentabilidade e redução de poluição, além de melhorar o tráfego nas vias urbanas.

O levantamento afirma que a proporção de moradores em trechos de vias com sinalização para bicicletas é baixa em todas as categorias de hierarquia urbana, atingindo o maior percentual nas metrópoles (2,8%), caindo gradativamente nos centros locais (0,5%), considerado o menor nível hierárquico.

O Censo 2022 mostra que, dentre as concentrações urbanas, os maiores percentuais de pessoas residindo em trechos de vias sinalizadas para bicicletas estão na Região Sul, liderado pelas cidades de Joinville (11,2%), Jaraguá do Sul (9,8%) e Itajaí - Balneário Camboriú (7,2%), em Santa Catarina. Neste ranking aparecem as capitais Florianópolis (7,1%), Fortaleza (5,5%) e Belém (4,6%).

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    A chamada via compartilhada, quando começou a ser pintada em Nova Friburgo (Foto: Henrique Pinheiro)

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    Projeto original da ciclovia em Nova Friburgo previa faixas para ciclistas até mesmo na Alberto Braune (Divulgação / PMNF)

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Carta aberta ao prefeito festeiro

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Caro prefeito, uma cidade feliz não é aquela que só tem festas, ela precisa de ruas com calçamento digno, bem iluminadas, limpas e conservadas além de um trânsito ordeiro com motoristas que respeitem as suas regras. No entanto, uma parcela importante de seus moradores, seus eleitores ou não, precisam bem mais do que estão recebendo. Não vamos falar da saúde, tópico sempre explorado durante as campanhas eleitorais e relegada ao ostracismo tão logo os alcaides e vereadores tomam posse. O hospital Raul Sertã é a amostra viva do atual estado da saúde pública friburguense.

Caro prefeito, uma cidade feliz não é aquela que só tem festas, ela precisa de ruas com calçamento digno, bem iluminadas, limpas e conservadas além de um trânsito ordeiro com motoristas que respeitem as suas regras. No entanto, uma parcela importante de seus moradores, seus eleitores ou não, precisam bem mais do que estão recebendo. Não vamos falar da saúde, tópico sempre explorado durante as campanhas eleitorais e relegada ao ostracismo tão logo os alcaides e vereadores tomam posse. O hospital Raul Sertã é a amostra viva do atual estado da saúde pública friburguense. Jogado às traças, relegado a um segundo plano, nem por sombras lembra um passado recente, de quando se chamava Santo Antônio, da então Santa Casa de Misericórdia de Nova Friburgo. Sua municipalização foi um desastre e, esse, talvez tenha sido o maior erro do então prefeito Paulo Azevedo. A partir daí, desceu ladeira abaixo e representa uma sombra do que já ostentou na saúde do município. Mas nada justifica a maneira como foi tratado por seus antecessores e por você.

No entanto, a cidade precisa de muito mais, principalmente quando é incensada pela imprensa em geral, elogiando as belezas naturais que o município ostenta, sua gastronomia bem estruturada e distribuída e sua história. Aliás, essa, com o envelhecimento de parte da população ligada as suas tradições de origem suíça, tende a ser esquecida. Talvez, você nem saiba que a cidade teve seu início com a chegada dos colonos helvéticos, nos idos de 1819 e 1820, e por muito tempo ostentou a alcunha de Suíça Brasileira devido a seu clima e ao grande número de descendentes suíços que aqui ainda moram. Mas, como uma folha de papel que perde a consistência com o passar dos anos, nossa história fenece a olhos vivos. Basta ver o estado de abandono que se encontra o complexo da Queijaria Escola, outrora motivo de orgulho de Friburgo. Outras cidades como Monte Verde, Campos do Jordão, com clima semelhante ao nosso, mas com uma visão muito mais acurada do que seja uma cidade bem cuidada, estão roubando-nos o título que por tantas décadas nos foi atribuído. Têm consciência de que o atrativo para o turista não é somente suas festas, mas o cuidado e o zelo que a ela é dispensada, pela administração municipal. E, essas festas, têm de ser muito bem pensadas, pois o objetivo é atender os vários segmentos da sociedade.

Nossas ruas são uma sucessão de buracos sem fim, talvez só Cabo Frio nos ultrapasse, pois lá prefeitos e vereadores conseguem ser ainda piores dos que os de cá. Não há um único bairro que não exiba crateras de bom tamanho, ameaçando a integridade de pedestres e automóveis. Aquelas cujo calçamento é de paralelepípedo então, estão num estado deplorável, pois além dos buracos apresentam desníveis importantes.  Na época da campanha eleitoral, para mostrar serviços e angariar votos, você deu um banho de asfalto em algumas ruas, mas bastou ganhar as eleições para tudo se tornar como dantes.

Vou me ater um pouco, no Cônego e Cascatinha, pois com um dos IPTUs mais altos da cidade, deveriam ser olhados com outros olhos. Ainda com muitos terrenos disponíveis têm sido a menina dos olhos dos construtores locais e do governo, pois todos se locupletam dos empreendimentos aos magotes. Sem o mínimo levantamento das necessidades desses bairros, as concessões para novos condomínios não param. Em consequência, o deslocamento tornou-se um problema sério, sendo quase impossível se encontrar vagas para estacionamento, não importa a hora do dia. À noite, então, nem se fala, pois com os muitos restaurantes que tornaram o bairro um importante polo gastronômico, achar uma vaga é como achar uma pepita numa mina abandonada. Não podemos, também, nos esquecer do abastecimento de água desses bairros. Eles estão crescendo e ninguém pensa na construção de um reservatório para as necessidades crescentes do precioso líquido.

No entanto, estacionamento virou um estorvo crônico na cidade, pois muitas vezes os “mautoristas” não têm nenhum escrúpulo e param em fila dupla, seja no centro ou nos bairros. E aqui ocorre outro problema, pois como os empregados da Smomu são funcionários públicos, só trabalham até às 17 horas. A partir daí é um deus nos acuda, sem nenhuma fiscalização.

 Como a sua meta é a deputança, federal ou estadual não importa, nesse quase um ano que falta para as eleições de 2026, que tal se preocupar menos com festas e mais com a cidade, pensando em angariar votos por méritos próprios. Afinal, um deputado eleito, com muitos votos, é sempre bem-visto na câmara.

A população de Friburgo, aquela que paga impostos e é um dos alicerces para a manutenção da máquina administrativa, agradeceria um novo enfoque do nosso alcaide.

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A VOZ DA SERRA é pontual em todos os quesitos da informação

terça-feira, 27 de maio de 2025

O Caderno Z não deixou sem realce o Dia Internacional da Biodiversidade – 22 de maio. A data nos remete ao pensamento reflexivo sobre a nossa contribuição para a preservação da natureza. É certo que se nos olharmos isoladamente, nos acharemos pequenos para tamanha empreitada. Contudo, nossa força se agiganta quando nos somamos com a vizinhança, as cidades, o país, aí sim, seremos bilhões de forças em prol das riquezas naturais. A exemplo, “a biodiversidade brasileira é uma das mais ricas do planeta e os números de nossa fauna e flora impressionam...”.

O Caderno Z não deixou sem realce o Dia Internacional da Biodiversidade – 22 de maio. A data nos remete ao pensamento reflexivo sobre a nossa contribuição para a preservação da natureza. É certo que se nos olharmos isoladamente, nos acharemos pequenos para tamanha empreitada. Contudo, nossa força se agiganta quando nos somamos com a vizinhança, as cidades, o país, aí sim, seremos bilhões de forças em prol das riquezas naturais. A exemplo, “a biodiversidade brasileira é uma das mais ricas do planeta e os números de nossa fauna e flora impressionam...”.

Em Nova Friburgo, está concentrado o maior número de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) do Estado do Rio de Janeiro. Esse avanço se deu “graças ao engajamento dos proprietários de terras na preservação da Mata Atlântica e sua biodiversidade biológica”. A APA, Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima tem “uma importância fundamental para várias ramificações da ciência...”. O Parque Nacional dos Três Picos tem curiosidades de sobra para o encantamento de quem o visita: “nascentes, rios, cachoeiras, encostas e cumes de montanhas, além de grande fauna, flora e formações geológicas diversificadas”. Há registro de “370 espécies de aves, o que representa cerca de 40% das espécies de aves conhecidas para o Estado do Rio”.

Ana Borges entrevistou Azilar Ouverney, presidente da Associação de Pequenos Produtores Rurais e Proprietários de Macaé de Cima e Córrego do Macacu. Entre as muitas considerações de Azilar, a que mais a preocupa é justamente, a situação precária das estradas que tornam as distâncias mais longas ainda. E desabafa: “Se tivéssemos estradas melhores, o nosso ir e vir seria menos lento e menos cansativo”. Mas não para por aí, destaca: “Quanto ao nosso maior problema para a preservação continua sendo o descarte inadequado de lixo. Há muita fata de respeito e responsabilidade com o que a natureza nos oferece, generosamente...”.

Infelizmente, o lixo tem sido a “idiossincrasia” da atualidade. Basta dizer que na próxima quarta-feira, 28, a Câmara Municipal realizará uma audiência pública para discutir o descarte irregular de lixo em alguns pontos da cidade. Aliás, tem sido comum dar de cara com entulhos de obras, galhos de árvores, móveis, e até de sofás e colchões em calçadas. Fora o que é colocado em sacolas depois que o caminhão coletor passa.

Em “Sociais”, vivas para o doutor Gustavo Ventura, médico - cirurgião cardíaco, renomado e muito querido em Nova Friburgo. A próxima quinta-feira, 29, será de grandes alegrias, não apenas para ele, mas para todos nós - seus familiares e amigos - que o queremos muito feliz e saudável para cuidar dos corações friburguenses. Felicidades e que o seu bisturi seja o instrumento de cura para os males dos corações. Parabéns! Às vezes, o aniversário é um bom período para viajar.

Ninguém saia sem consultar as dicas de segurança para proteção de celulares. A VOZ DA SERRA trouxe dicas importantes, inclusive, para rastreamento de aparelhos. Meu genro achou o celular assim. Por outro lado, as tecnologias destoam da inteligência humana. Há receios de que ela vá dominar a mente humana. Será que vamos deixar a máquina pensar por nós? Uma coisa é certa: não podemos delegar à máquina o que é da nossa competência. Pensar não dói! Ou dói?

Salve 25 de maio, Dia da Indústria, “o setor indispensável para o desenvolvimento do país”!  A charge de Silvério mostra o brasileiro sonhando com o café. O alto preço, embutido no pacote, torna a bebida mais nacional um pesadelo. Convidar para um café, hoje, é um ato de heroísmo. Sabemos que alguns fatores influenciam as altas de preço como o calor, a seca e até as geadas interferiram no cultivo, assim como a queda na oferta global e o maior custo de logística. Mas quando se fala em café, sempre me lembro da contracapa do Almanaque do Correio da Manhã, de 1943, de nosso acervo, muito bem ilustrada com uma caricatura de Olavo Bilac com a frase de sua autoria: “O café no Brasil é o instrumento da concórdia, o veículo da hospitalidade! Então, que tal um café?...

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Dez anos de “Laudato Si”: a urgente atualidade dos apelos pelo cuidado da casa comum

terça-feira, 27 de maio de 2025

Há uma década o Papa Francisco presenteava o mundo com a carta encíclica Laudato Si’, um documento que se tornou referência moral, espiritual e ambiental para líderes, instituições e cidadãos preocupados com o futuro do planeta. Promulgada em 24 de maio de 2015, a Encíclica permanece atual e necessária, como afirma o arcebispo de Belo Horizonte-MG, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em recente artigo que reforça a urgência dos apelos lançados pelo pontífice.

Há uma década o Papa Francisco presenteava o mundo com a carta encíclica Laudato Si’, um documento que se tornou referência moral, espiritual e ambiental para líderes, instituições e cidadãos preocupados com o futuro do planeta. Promulgada em 24 de maio de 2015, a Encíclica permanece atual e necessária, como afirma o arcebispo de Belo Horizonte-MG, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em recente artigo que reforça a urgência dos apelos lançados pelo pontífice.

Intitulada “Sobre o cuidado da casa comum”Laudato Si’ é uma exortação ao compromisso ético e coletivo com a ecologia integral – um conceito que transcende a visão ambientalista tradicional ao conectar questões ambientais, sociais, econômicas e espirituais. “Apesar de promessas e acordos, ainda prevalece o interesse por lucros egoístas”, alerta Dom Walmor, destacando a resistência de governos e setores econômicos em adotar mudanças profundas nos modelos de produção e consumo.

Segundo o arcebispo, a encíclica se manteve viva nesses dez anos por insistir na conversão ecológica e na responsabilidade cidadã. “O cuidado com a criação deve ser uma atuação de cada pessoa e todas as instituições. É também uma interpelação à prática da fé”, reforça. Para ele, a negação da crise ecológica por parte de grupos poderosos é acompanhada por uma confiança cega nas soluções meramente técnicas, desconsiderando as dimensões éticas e espirituais do problema.

Entre os desafios apontados está a necessidade de um longo e contínuo processo educativo, ainda travado por interesses corporativos e visões limitadas. Dom Walmor cita, como exemplo, o projeto Junho Verde, iniciativa de motivação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que enfrenta dificuldades para ganhar força apesar de seu potencial transformador. O objetivo da campanha é mobilizar a sociedade para repensar estilos de vida e práticas econômicas em consonância com os valores da Laudato Si’.

O arcebispo também critica a incoerência de muitos cristãos que, embora celebrem a beleza da criação divina, não repudiam práticas destrutivas como o extrativismo predatório. “A omissão diante da urgência ambiental ameaça o bem comum e nos afasta do desenvolvimento humano sustentável”, afirma. Para ele, a ecologia integral propõe uma nova lógica de vida e de organização social que corrige desigualdades, discriminações e exclusões.

A mensagem da encíclica, segundo Dom Walmor, não se limita a uma convocação ambiental, mas representa um chamado à fraternidade universal. “O meio ambiente é um bem coletivo, responsabilidade de todos, e a propriedade privada deve cumprir sua função social”, relembra, ecoando os princípios sociais da Igreja.

Ao celebrar os dez anos da Laudato Si’, o arcebispo propõe um novo ciclo de reflexão e ação, com foco na educação ambiental e na formação de consciências críticas. “Só assim poderemos trilhar um caminho mais sustentável, justo e solidário”, conclui.

Fonte CNBB

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Contemplados

terça-feira, 27 de maio de 2025

Maior lista da história da Bolsa Pódio é divulgada pelo Ministério do Esporte

Maior lista da história da Bolsa Pódio é divulgada pelo Ministério do Esporte

A Bolsa Pódio, categoria mais alta do Programa Bolsa Atleta, tem um novo recorde: a maior lista da história. Foi publicada no Diário Oficial da União a portaria com a primeira lista de atletas contemplados com a Bolsa Pódio do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, referente ao Edital 2025. A lista beneficia atletas nas modalidades olímpicas, paralímpicas e surdolímpicas. Dessa vez, 435 atletas foram beneficiados em diversas modalidades esportivas, um aumento de 25% em relação ao total de contemplados no Edital de 2024, que foram 347.

Os atletas contemplados deverão assinar e encaminhar o Termo de Adesão eletronicamente por meio do Sistema Bolsa Atleta, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data de publicação da Portaria nº 35 de 16.04.2025, publicada na edição do dia 17 de abril.

“É um momento de celebrar a trajetória de atletas que dedicam suas vidas ao esporte, superando desafios com garra e talento. Reafirmamos o compromisso do Ministério do Esporte com o apoio técnico e financeiro necessário para que esses campeões trabalhem firmes, rumo ao pódio. É a política pública cumprindo seu papel e transformando vidas por meio do esporte. Tudo isso mostra o reconhecimento do compromisso e da excelência dos nossos atletas de alto rendimento. O Ministério do Esporte reafirma, com essa iniciativa, o seu papel de fomentar o talento brasileiro rumo ao pódio, com transparência, seriedade e investimento constante no esporte nacional”, afirmou a secretária de Excelência Esportiva do Ministério do Esporte, Iziane Marques.

O ministro do Esporte, André Fufuca, comentou o aumento no percentual dos atletas contemplados na primeira lista do Edital 2025. Para ele, esta é uma prova incontestável do sucesso e da importância do programa Bolsa Atleta.

"A longevidade do Bolsa Atleta é o exemplo de política pública que deu certo na prática. São 20 anos assegurando aos atletas brasileiros o apoio indispensável para crescer e se desenvolver na sua modalidade esportiva. Os resultados que eles conquistam nas competições nacionais e internacionais nos enchem de orgulho e nos fazem trabalhar ainda mais para ampliar o alcance do Bolsa Atleta", disse o ministro.

O valor necessário para o pagamento das bolsas, na categoria Pódio, até dezembro de 2025, totaliza o montante de R$ 41.639.752,00 (quarenta e um milhões, seiscentos e trinta e nove mil, setecentos e cinquenta e dois reais).

Criado em 2004, o programa tem por objetivo que os bolsistas de alto desempenho se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e a competições locais, sul-americanas, panamericanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.

A categoria pódio é destinada a atletas de elite, posicionados entre os 20 melhores em seus rankings mundiais, que recebem benefícios entre R$ 5 mil e R$ 16 mil mensais.

Foto da galeria
Judoca Bia Souza, campeã olímpica dos Jogos de Paris, é uma das contempladas do Bolsa Atleta Pódio 2025 (Foto: Alexandre Loureiro/COB)
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O faz de conta e a formação do leitor

terça-feira, 27 de maio de 2025

O faz de conta é uma brincadeira importante na infância porque a criança, ao recriar o mundo através da imitação de pessoas e personagens em seus papéis e funções, começa a entender as relações inter-humanas e as atividades realizadas na vida coletiva. As histórias na literatura infantil também recriam os fatos e possuem atualidade, mesmo as que são contextualizadas em tempos mais antigos.

O faz de conta é uma brincadeira importante na infância porque a criança, ao recriar o mundo através da imitação de pessoas e personagens em seus papéis e funções, começa a entender as relações inter-humanas e as atividades realizadas na vida coletiva. As histórias na literatura infantil também recriam os fatos e possuem atualidade, mesmo as que são contextualizadas em tempos mais antigos.

As imitações criadas pelo imaginário infantil são essencialmente individuais na medida em que estão referendadas à percepção pessoal, possuindo conteúdo afetivo relevante. A criança recria o que sente e pensa, ou seja, todo sentimento produz pensamentos que, por sua vez, induzem às ações. O faz de conta corresponde à dialética de perceber, sentir, pensar, imaginar e brincar; é um jogo de ressignificações em que é possível extravasar emoções.

Ser pai, mãe, avós, médico, cozinheiro, cuidador de animais ou construtor podem ser motivos que inspirem a criança a brincar. Os personagens Batman, João ou Maria, Príncipe ou Bela Adormecida, Tarzan ou Jane, mágicos ou fadas, dentre tantos outros personagens são imitados na infância. O fato é que através do faz de conta a criança adentra seu imaginário, fertiliza sua criatividade e descobre-se. Conhece-se. Diferencia-se de outras pessoas. É uma brincadeira de enorme riqueza para a construção da identidade individual, através da qual ela vai amadurecendo sob o ponto de vista emocional, social, físico e intelectual.

Sob o ponto de vista intelectual, a criança, ao criar enredos, recriar pessoas e personagens aprofunda seus entendimentos sobre as situações, reflete sobre as características pessoais e observa elementos ambientais. São brincadeiras livres que envolvem habilidades cognitivas, como observação, percepção de semelhanças e diferenças, classificação, interpretação, crítica, levantamento de suposições, aplicação de fatos e princípios a novas situações, planejamento, tomada de decisões dentre outras. Enfim, é uma brincadeira em que a criança tem a experiência de pensar. Além do que os modos de brincar acompanham a evolução do pensamento decorrente da mudança dos centros de interesse em virtude das vivências e do próprio desenvolvimento.

Ao brincar de faz de conta, a criança desenvolve a linguagem, utilizando-a de forma natural e criativa, criando os próprios diálogos; a capacidade de simbolização ao representar objetos e ideias; o entendimento da escrita ao perceber que ela pode representar palavras, histórias e personagens; a imaginação ao sentir prazer em criar situações e personagens; a atenção ao demandar concentração durante o desenvolvimento da história; o entendimento da sequência da história com relação ao começo, meio e fim.

A criança transfere a sensação de prazer ao brincar de faz de conta para a leitura. A formação do leitor é um processo que se estende por toda a vida posto que a cada época a pessoa tem acesso a diferentes estilos de leituras através dos níveis de aprendizagem, atividades profissionais, convivência e centros de interesses. Os leitores mais hábeis decodificam e interpretam textos em outras línguas, inclusive.

O que estou insistindo em demonstrar é que sem o sentimento do prazer preservado em seus afetos, o processo de evolução da leitura pode se tornar enfadonho, o que provavelmente venha a prejudicar várias áreas de atuação do adulto, inclusive a profissional.

A formação do leitor é um processo fundamental para o conhecimento e a compreensão da vida. Segundo Freud, a leitura é uma experiência de linguagem significativa para a compreensão da própria linguagem e da linguagem do inconsciente. Através da leitura, o leitor experimenta emoções como rir, chorar, sentir raiva, amor e identificar-se. O livro é um objeto feito de palavras em que todos podem ser e tudo pode acontecer.

Já Piaget descreve a leitura como um processo que faz parte da formação humana. Por intermédio da interação entre o sujeito e o texto, o leitor constrói significados, interpreta e compreende fatos e informações.

Enfim, a criança precisa brincar, apenas brincar, para conquistar o mundo!

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