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A amizade pode mudar o mundo

terça-feira, 05 de agosto de 2025

"A religião é, antes de tudo, relação. Este foi um dos temas centrais do diálogo durante a vigília do sábado à noite, uma conversa ao pôr do sol, um pouco como a da noite de Emaús, quando o dia já estava chegando ao fim".

"A religião é, antes de tudo, relação. Este foi um dos temas centrais do diálogo durante a vigília do sábado à noite, uma conversa ao pôr do sol, um pouco como a da noite de Emaús, quando o dia já estava chegando ao fim".

Mais de um milhão de jovens lotaram a área de Tor Vergata para estar juntos com o Papa Leão XIV durante toda a Vigília do Jubileu dos Jovens e para participar da Missa celebrada pelo Pontífice na manhã de domingo. Vem à mente a pergunta seca e direta de Jesus no Evangelho de Mateus quando, referindo-se a João Batista e seus discípulos, pergunta: "Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver, então?" (Mt 11,7).

Os jovens responderam de muitas maneiras, por exemplo, enchendo com sua energia festiva as ruas, praças, espaços públicos e meios transportes da Cidade Eterna, uma alegria e uma "barulho" (para usar as palavras de João Paulo II e Francisco) que permanecerão por muito tempo impressos na memória dos romanos. E eles responderam também lá, durante a vigília, fazendo perguntas, de certa forma dirigindo a pergunta de Jesus ao seu Vigário, dirigindo-se a ele com suas próprias perguntas, perguntas de significado. E o Papa respondeu, abraçando-os e acompanhando-os; ele não os abandonou. Lembrando-lhe o que Bento XVI gostava de repetir: quem crê nunca está sozinho.

A religião é, antes de tudo, relação. Este foi um dos temas centrais do diálogo durante a vigília do sábado à noite, uma conversa ao pôr do sol, um pouco como a da noite de Emaús, quando o dia já estava chegando ao fim. Nessa perspectiva, o "comentário" mais eficaz sobre este momento intenso da vida da Igreja nas periferias de Roma está contido nos versos do poema "Emaús", de David Maria Turoldo:

 

Enquanto o sol já se põe,
tu ainda és o viajante que explica
as Escrituras e nos dás o conforto
com o pão partido em silêncio.
Ilumina ainda os corações e as mentes
para que possam sempre ver o teu rosto
e compreender como o teu amor
nos alcança e nos impulsiona para mais longe.

 

Tor Vergata como Emaús. Do pôr do sol ao amanhecer, das trevas que descem para uma nova luz cheia de esperança. O Papa Leão também destacou isso em sua homilia na Missa da manhã de domingo, enfatizando a transição dos dois discípulos do medo e da desilusão para a alegria diante da surpresa de um encontro inesperado, um encontro face a face.

Aquela imensa multidão de jovens foi a Tor Vergata para ver um rosto. E assim ser tocados pelo amor. Não para "fazer" algo, mas para "ser". Não fazer. Ficar também em silêncio. Não falar. Quando muito, cantar. Estar em silêncio e cantar, juntos. Não sozinhos. Ser protagonistas nas relações, reconhecendo que tudo é um relacionamento. 

O Papa Leão disse isso claramente em resposta às perguntas que os jovens lhe fizeram: «...todos os homens e mulheres do mundo nascem filhos de alguém. A nossa vida começa com um vínculo e é através de vínculos que crescemos (...). Buscando apaixonadamente a verdade, não apenas recebemos uma cultura, mas transformamo-la através das escolhas de vida. A verdade, com efeito, é um vínculo que une as palavras às coisas, os nomes aos rostos. A mentira, pelo contrário, separa estes aspectos, gerando confusão e mal-entendidos».

A verdade também é, portanto, um vínculo, uma relação, que hoje vive uma grande crise nesta era do niilismo (de nihil, isto é, de ne-hilum: sem fio, sem vínculo). Verdade que jamais pode ser separada do amor, que é a relação por excelência. Quando uma pessoa diz que está "em um relacionamento", está dizendo que ama alguém. Mais uma vez, quando se trata de amor, não se trata de "fazer" algo, mas de "ser", estar com alguém. Não há nada mais belo, especialmente os jovens sabem disso, do que "estar com", com a pessoa amada, com amigos. Quando se está junto, o tempo desaparece, sua corrente se rompe, o krònos se torna kairòs, um tempo rico em promessas e significados, em alegria plena, e o significado recupera o terreno perdido pelo excesso de fazer e ter que fazer que ocupa a vida cotidiana.

A experiência gratuita de estar em companhia já é uma antecipação do paraíso. Eis porque que Leão, citando seu amado Agostinho, concentrou suas palavras no tema da amizade, essa dimensão que está no coração da existência dos jovens e a eles recordou que o grande santo africano «Também ele passou por uma juventude tempestuosa, porém não se conformou, não silenciou o clamor do seu coração. Agostinho procurava a verdade, a verdade que não decepciona, a beleza que não passa. E como a encontrou? Como encontrou uma amizade sincera, um amor capaz de dar esperança? Encontrando Aquele que já o procurava: Jesus Cristo. Como construiu o seu futuro? Seguindo a Ele, seu amigo desde sempre». E concluiu com estas vibrantes palavras repletas de esperança: «A amizade pode realmente mudar o mundo. A amizade é um caminho para a paz». Eis o amor que alcança e impulsiona para mais além.

Fonte: Vatican News

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Alerta

terça-feira, 05 de agosto de 2025

Mortes de ciclistas somam quase 15 mil na última década no Brasil

Muitos friburguenses já adotaram a bicicleta como seu meio principal de transporte. De fato, pedalar se tornou uma escolha cada vez mais comum nas cidades brasileiras, também como um hábito de lazer ou esporte. As vantagens da bike renderam até data comemorativa — Dia Mundial da Bicicleta —, instituído em 03 de junho pela ONU (Organização das Nações Unidas), com o objetivo de incentivar o uso desse modal que, além de sustentável, também proporciona saúde para os seus usuários.

Mortes de ciclistas somam quase 15 mil na última década no Brasil

Muitos friburguenses já adotaram a bicicleta como seu meio principal de transporte. De fato, pedalar se tornou uma escolha cada vez mais comum nas cidades brasileiras, também como um hábito de lazer ou esporte. As vantagens da bike renderam até data comemorativa — Dia Mundial da Bicicleta —, instituído em 03 de junho pela ONU (Organização das Nações Unidas), com o objetivo de incentivar o uso desse modal que, além de sustentável, também proporciona saúde para os seus usuários.

Esse hábito saudável, no entanto, esconde um lado preocupante: o aumento das mortes de ciclistas no trânsito. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no período de 2014 a 2024, foram registrados 14.834 óbitos de ciclistas no Brasil. A pasta pontua que os dados de 2024 são preliminares e sujeitos a alterações. Portanto, o número de mortes no ano passado (1.288, o que representa, em média, quase quatro mortes por dia), pode ser ainda maior.

Especialista alerta

Nos acidentes envolvendo bicicleta, quando a vítima sobrevive, é comum que ocorram lesões que exigem tratamento especializado, como fraturas nos membros superiores e inferiores, lesões ligamentares e traumas articulares. Por isso, a proteção individual torna-se essencial para minimizar esses riscos, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (Sbrate), médico especialista João Grangeiro.

 “O capacete é o principal aliado na proteção da cabeça e deve ser usado sem exceção. Ele reduz significativamente o risco de lesões graves, como fraturas cranianas e traumatismos encefálicos. Joelheiras, cotoveleiras e outros equipamentos também são fundamentais para aumentar a segurança”, fala.

Mais do que usar os itens de proteção, é fundamental que os ciclistas adotem hábitos que aumentem sua segurança no trânsito, como manter a atenção ao redor, observando o tráfego de carros, motos, pedestres e também de quem pedala. Quando possível, dê preferência às ciclovias, que oferecem um ambiente mais seguro para a prática.

Zelar pela manutenção da bicicleta é outro ponto que deve fazer parte desses cuidados. Verificar regularmente freios, pneus e demais componentes é fundamental para garantir que o equipamento esteja em boas condições de uso e evitar falhas que podem causar acidentes. Além disso, sempre que possível, é recomendável optar por trajetos mais seguros, longe de vias com tráfego intenso ou maior risco.

“O ciclismo é uma atividade extremamente benéfica para a saúde e para a mobilidade urbana, mas precisa ser praticado com responsabilidade”, salienta o presidente Grangeiro.

“A combinação de equipamentos de proteção, atenção no trânsito e manutenção adequada da bicicleta faz toda a diferença na prevenção de acidentes e, principalmente, na redução de lesões graves. Assim, é possível aproveitar tudo o que o ciclismo oferece, sem colocar a vida em risco”, conclui.

Foto da galeria
Hábito saudável e prático requer cuidados, com números que chamam a atenção (Crédito: Freepick)
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A VOZ DA SERRA é uma constante de credibilidade e sucesso

terça-feira, 05 de agosto de 2025

        Escolhido para ser o “Agosto Dourado”, o oitavo mês teve a honra de receber a incumbência de difundir e estimular o aleitamento materno. O Caderno Z sempre coloca em pauta temas de relevância e, muitas vezes, assuntos que me trazem boas lembranças. Antes de ter minhas filhas, eu achava que eu não tinha vocação para ser “boa mãe”. Entretanto, para minha surpresa, amamentei minhas duas filhas e a segunda, até os seis meses de idade, sem qualquer outra alimentação. Apenas o peito. E Confesso: foi a mais sublime missão que a maternidade me proporcionou. É mágico, prazeroso.

        Escolhido para ser o “Agosto Dourado”, o oitavo mês teve a honra de receber a incumbência de difundir e estimular o aleitamento materno. O Caderno Z sempre coloca em pauta temas de relevância e, muitas vezes, assuntos que me trazem boas lembranças. Antes de ter minhas filhas, eu achava que eu não tinha vocação para ser “boa mãe”. Entretanto, para minha surpresa, amamentei minhas duas filhas e a segunda, até os seis meses de idade, sem qualquer outra alimentação. Apenas o peito. E Confesso: foi a mais sublime missão que a maternidade me proporcionou. É mágico, prazeroso.

        Além do prazer do contato – mãe e bebê, o aleitamento materno é a melhor proteção para as crianças e para a saúde das mães.  Como nem tudo é um mar de rosas, amamentar requer, antes de tudo, paciência, força de vontade e abnegação. É um processo de doação que pode até ser doloroso, quando provoca fissuras nos mamilos e surge aquela impressão de que o leite “é fraco”. O pediatra de minhas crianças, doutor Waldir Bastos, sempre aconselhava: “Se as vovós quiserem dar chazinhos, faz o chazinho, sim, e dá para vovó se acalmar!”. É preciso também que a família, que não pode dar o peito, dê apoio. O que se vê, em alguns casos, são pessoas aconselhando: “dá mamadeira que o bebê dorme a noite toda!”. É preciso entender que o bebê chora mesmo. Nem sempre é fome. Há um período de adaptação do novo ser ao novo modo de vida. Luzes em excesso, barulhos, banhos, vestir roupas, ser sacolejado para “nanar”, usar fraldas, inconstância das temperaturas e outros acontecimentos, tudo é novidade para aquele ser que saiu do útero.

        Além de “dourado”, temos o Agosto Verde que reforça a “importância de cuidar da primeira infância”, numa celebração que abrange crianças de zero a seis anos. Há estudos que indicam que as “conexões cerebrais” se formam até o sexto ano de vida. Tudo o que a criança recebe de estímulos, desde alimentação, socialização e demais cuidados nesse período, têm “impacto direto no seu futuro”. Violência infantil nem é bom falar. É de cortar o coração da gente. Qualquer que seja a agressão, deve ser combatida e até punida, conforme o caso. Respeitar a criança como um ser que não só aprende, mas que nos ensina muito, inclusive, a não perdemos a nossa “criança interior”, é a tônica da boa educação. A criança merece que se use verbo o “expor”, com diálogos, inteiração e conscientização, para que nem seja necessário conjugar o verbo “impor”.

        Saindo do Caderno Z, numa outra extremidade temática, está o cuidado com o idoso. Nem sempre aquele ser que cuidou dos filhos, que deu tudo de si para os seus familiares, consegue ter o mesmo retorno quando envelhece. Sempre ouvi dizer: “um pai consegue criar 12 filhos, mas 12 filhos não cuidam de um pai”. Sem críticas, cada família reage como pode ou acha que deve agir. Para amenizar a situação, a profissão de cuidador de idosos está em alta, embora, ainda, sem regulamentação estabelecida. Nem sempre a velhice chega cercada de carinhos, de netinhos rodeando e filhos dedicados, preocupados com o bem-estar dos pais. O contrário também acontece com aqueles idosos que se distanciam. De qualquer forma, os profissionais cuidadores podem se especializar para que os cuidados sejam amplos e abrangentes. Porém, acima de tudo, é necessário que, além da capacitação, os cuidadores desenvolvam “habilidades de comunicação, empatia e paciência”. Sem dúvida alguma, é uma profissão relevante e admirável.

        Em “Sociais”, Paula Farsoun festejou idade nova no último dia 31 e, certamente, mereceria outra torta da “Docelis”. Lembra, amiga? Felicidades e votos de muita saúde. Outra querida, Suely, que trabalhou em A VOZ DA SERRA por muitos anos, festejando aniversário no segundo dia de agosto. Parabéns, amiga! Boas corridas e muita sorte!  Parabéns ao “Cozinhando com Amigos” – Ronaldo Lo Bianco e Vanessa Moraes, da Taverna do Chilo, festejando a ideia que já deu certo: “unir pessoas que gostam de cozinhar e receber amigos para jantar”.  E o “Agosto Suíço” já começou! Dança, gastronomia, música e homenagens à cultura dos nossos colonizadores suíços. Salve!

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A espera e o crepúsculo

terça-feira, 05 de agosto de 2025

O primeiro texto que li quando comecei a cursar o mestrado em Educação, na PUC-Rio, foi o de Rubem Alves (1933 – 2014), escritor, psicanalista, educador e teólogo. Ele dizia que tinha um caderno em que fazia anotações das suas ideias, das situações que vivenciava ou observava. Era um texto simples que li com facilidade e prazer. Não tinha palavras complexas, mas tudo o que ali estava escrito ficou borbulhando em meus pensamentos.

O primeiro texto que li quando comecei a cursar o mestrado em Educação, na PUC-Rio, foi o de Rubem Alves (1933 – 2014), escritor, psicanalista, educador e teólogo. Ele dizia que tinha um caderno em que fazia anotações das suas ideias, das situações que vivenciava ou observava. Era um texto simples que li com facilidade e prazer. Não tinha palavras complexas, mas tudo o que ali estava escrito ficou borbulhando em meus pensamentos.

Há pouco tempo fui ao lançamento de uma grande amiga escritora de livros infantojuvenis e me deparei com um livro dele, “Ostra feliz não faz pérola”, que continha os textos anotados em seus cadernos. Adquiri a obra sem pestanejar.

Se ele guardava seu caderno no bolso, imagino que fosse perto do coração porque os textos foram escritos com pleno amor pela vida. Sem ser tendencioso, ele escreveu com a simplicidade de quem experimenta os dias com os olhos abertos para a alma da vida.

Guardo o livro na cabeceira e vou lendo a qualquer momento. Basta abri-lo aleatoriamente e me vejo diante de um texto tocante, que me faz pensar... Pensar. As ideias de Rubem Alves ficam ativas em mim, mexendo com as que guardo, fazendo-me revê-las. Esse livro com as anotações de uma pessoa cheia de sabedorias fluidas me fez concluir que não há ideias banais.

Será que pensar nos pores do sol é superficial ou apenas corriqueiro? Para Rubem Alves e Saint-Exupéry o entardecer tem profundos sentidos. Ah!, o pôr do sol no Arpoador é um poema de infinitos versos. É o findar de um dia para algumas horas depois permitir o amanhecer de outro; novo e diferente, que jamais irá repetir o anterior. Para Rubem Alves, somos seres crepusculares. Para Sain-Exupéry, o pôr do sol tem uma tal doçura que vale a pena esperá-lo.

A espera e o crepúsculo. O findar depois do acontecer.

O ocaso é uma metáfora que guarda a beleza do terminar e representa aquele momento tão esperado, em que “crepusculamos”*.   

Quantas vezes, milhares, todos os dias, passamos pelo pôr do sol ou a ele nos referimos com banalidade?

Não tenho um caderno do lado do meu coração, mas tenho um bloco de capa preta que ganhei do meu editor e que o uso para anotações importantes, como o registro de ideias que compuseram o texto para esta coluna.

Sinto vontade de anotar uma sensação que tenho quando ando pelas ruas de Nova Friburgo: o comportamento dos motociclistas que fazem crescer as estatísticas de acidentes no trânsito. Na sua maioria são jovens, cheios de dias pela frente para viver, projetos a realizar, pessoas a amar. Será que eles reconhecem o valor da vida? Sabem o quanto ela é frágil e efêmera?

Que dó! Que pena perder uma vida pela irresponsabilidade ao transitar nas ruas. Que tristeza presenciar o quanto a velocidade causa um prazer insensato e imediato.

E o prazer de poder viver mais um dia? De vislumbrar as possibilidades de realizar propósitos? De estar bem para as pessoas significativas e não lhes trazer dores e lutos? 

Viver é uma decisão de instante a instante. É gostar do próprio corpo como uma joia rara. De reconhecer as suas partes como as melhores amigas. De utilizá-las com alegria e paz.

Que opção é essa de jogar tudo para o alto?

Enfim, todos os dias, temos motivos para fazer registros no caderno de anotações. Usar o caderno é uma forma de reconhecer que somos seres de limitações e que temos a necessidade de entender o viver.

*Criei o verbo “crepuscular não por brincar com a palavra, mas para buscar um sentido mais sensível de findar.

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Entre os maiores

sábado, 02 de agosto de 2025

Base do Frizão se prepara para a Copa Rio, tendo os grandes como adversários

        O trabalho realizado nas divisões de base pelo Friburguense rende frutos dentro e fora de campo. No caminho para figurar novamente entre os maiores do Estado do Rio entre os profissionais, os meninos terão a oportunidade de dar esse primeiro passo e, de certa forma, começar a reposicionar o Tricolor da Serra onde ele merece estar.

Base do Frizão se prepara para a Copa Rio, tendo os grandes como adversários

        O trabalho realizado nas divisões de base pelo Friburguense rende frutos dentro e fora de campo. No caminho para figurar novamente entre os maiores do Estado do Rio entre os profissionais, os meninos terão a oportunidade de dar esse primeiro passo e, de certa forma, começar a reposicionar o Tricolor da Serra onde ele merece estar.

        O Frizão participará da Copa Rio de 2025 nas categorias Sub-17 e Sub-15. Na temporada de 2025, a competição contará com a participação dos oito times melhores classificados no Campeonato Estadual da Série A e os quatro melhores classificadas nos Campeonatos Estaduais das Séries A2, B1 e B2 Sub-17 de 2024.

        Desta forma, o torneiro irá reunir, além do Friburguense, as equipes do América, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Madureira, Maricá, Nova Iguaçu, Portuguesa, Resende, Vasco da Gama e Volta Redonda. As partidas, a princípio, vão acontecer nos horários de 12h45 e 14h45, sendo que o time juvenil é sempre o primeiro a entrar em campo. Em sua caminhada, o Tricolor irá receber Fluminense e Botafogo no Eduardo Guinle. Os jogos de estreia acontecem no próximo sábado, dia 09, contra o Nova Iguaçu, fora de casa.

        “Com relação à base, nós iniciamos um trabalho após a pandemia, também no pós queda do Friburguense para a Série B1. Entendemos que, devido à distância da primeira divisão e a falta de calendário, o processo ficaria mais longo. Então, passamos a focar mais na base e conseguimos ter bons resultados dentro de campo. Essa competição que vamos disputar é fruto disso, por ter chegado à semifinal no ano passado, junto com Resende, América e Maricá. Aí teremos Nova Iguaçu, Volta Redonda, Portuguesa e Madureira, times que vêm da primeira divisão como os quatro melhores classificados e mais os quatro grandes”, revelou o gerente de futebol Friburguense, José Siqueira, o Siqueirinha.

Grandes expectativas

        O regulamento prevê um único turno, onde todos se enfrentam. Ao final de 11 rodadas, os quatro primeiros colocados irão avançar para as semifinais. O Frizão já se prepara há algumas semanas para essa disputa, com expectativa alta e objetivos bem definidos. Alguns ex-atletas, inclusive, aprovam o trabalho e apostam no clube para que seus filhos desenvolvam a carreira, como são os casos de Bidu, Gedeil e Hugo, além de projetos ligados a esses jogadores, a exemplo de Merica, Abedi e do empresário Evandro.

“A gente sabe que é um campeonato diferente, que exige plantel, uma condição psicológica dos atletas diferente do que foi feito até agora nos Estaduais. Como começa dia 09, estamos treinando, após terminar a última competição há uns 15 dias, e temos mais um tempo. Queremos que dê frutos no futuro. A gente fala muito de resultado, de estar entre os quatro primeiros, ganhar de algum grande. Essa expectativa é natural para o jogador. Mas a verdadeira vitória para um time de menor investimento está na estratégia. Esse ano, por exemplo, já colocamos duas promessas no Flamengo, um no Botafogo, um no Atlético-MG e já tínhamos um no América-MG. São jogadores, patrimônios do clube, que estão em grandes vitrines, e no futuro podem ajudar o Friburguense”, resume.

Marca do Friburguense

        Siqueira, inclusive, reforça que o clube irá dividir atenções entre a Copa Rio das duas categorias e a disputa profissional. O dirigente enxerga a oportunidade de consolidar o trabalho feito com os garotos, ajudando também a recolocar a marca do Friburguense em evidência no futebol do Rio de Janeiro.

        “É uma competição forte, onde todos jogam contra todos, e a gente já inicia no dia 09 fora de casa, contra o Nova Iguaçu, e já tem o segundo jogo aqui, contra o Fluminense, no dia 16. Sai pra pegar o Vasco e depois recebe o Botafogo. O campeonato traz a gente de volta ao cenário da primeira divisão na base e estamos tratando isso com muito carinho, alinhando tudo em dias separados, pra não deixar nada acontecer de forma ‘invisível’. O profissional sempre será o carro-chefe, é o que faz tudo acontecer em um clube de futebol. Mas se voltarmos tudo só para o profissional, desalinha o trabalho que iniciamos há dois anos”, explica.

        Reforçando todo esse foco, Siqueira revela que há a possibilidade de alterar os dias e horários dos jogos do time profissional do Friburguense na Série B1 do Carioca. O campeonato tem previsto para o final de semana do dia 06 de setembro, quando o Frizão irá receber o Carapebus, no Eduardo Guinle.

        “As competições vão mexer com a nossa rotina. estamos estudando pedir, junto à Federação, trazer os jogos da base para o sábado e fazer as partidas do profissional aos domingos. Ainda vamos conversar com a Ferj sobre isso. Quem sabe até uma segunda, à noite”, pondera.

A sequência do Friburguense Sub-17 e Sub-15

  • 09/ago, Sáb - Nova Iguaçu x Friburguense, CT Nova Iguaçu
  • 16/ago, Sáb - Friburguense x Fluminense, Eduardo Guinle
  • 23/ago, Sáb - Vasco da Gama x Friburguense, Nivaldo Pereira
  • 30/ago, Sáb - Friburguense x Botafogo, Eduardo Guinle
  • 06/set, Sáb - Flamengo x Friburguense, Gávea
  • 13/set - Sáb - Friburguense x Maricá, Eduardo Guinle
  • 20/set, Sáb - Resende x Friburguense, Trabalhador
  • 27/set, Sáb - Friburguense x Volta Redonda, Eduardo Guinle
  • 04/out, Sáb - Madureira x Friburguense, Aniceto Moscoso
  • 11/out, Sáb - Friburguense x Portuguesa, Eduardo Guinle
  • 18/out, Sáb - America x Friburguense, Giulite Coutinho
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    Base do Friburguense teve ótimas campanhas em 2024, se credenciando a voltar a estar entre os grandes este ano (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Com foco dividido, Frizão poderá ter partidas do profissional, em casa, remanejadas (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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Julgamento tem 20 testemunhas: Caso da Daflon

sábado, 02 de agosto de 2025

Edições dos dias 2 e 3 de agosto de 1975

 

Manchetes

Julgamento tem 20 testemunhas: Caso da Daflon – O julgamento dos irmãos Azevedo está marcado para o dia 3 de setembro próximo e serão arroladas 20 testemunhas durante o júri. Cinco testemunhas serão de defesa, e outras 15 de acusação. A defesa terá seis horas para falar. A acusação terá 3 horas. O promotor designado será o Hélio Lutterbach.

Edições dos dias 2 e 3 de agosto de 1975

 

Manchetes

Julgamento tem 20 testemunhas: Caso da Daflon – O julgamento dos irmãos Azevedo está marcado para o dia 3 de setembro próximo e serão arroladas 20 testemunhas durante o júri. Cinco testemunhas serão de defesa, e outras 15 de acusação. A defesa terá seis horas para falar. A acusação terá 3 horas. O promotor designado será o Hélio Lutterbach.

Alencar: O povo é quem quer – O vereador Alencar Barroso falando a A Voz da Serra, comentou o lançamento de sua candidatura a prefeito, dizendo: “O povo friburguense quer minha candidatura, estou recebendo diariamente manifestações de solidariedade e apoio. Minha candidatura foi lançada pelo povo humilde da minha terra e não o decepcionarei, sou candidato”. Alencar ainda disse que quando teve a coragem de se lançar a Deputado Federal, foi contestado por muitos, ridicularizado por alguns e boicotado por poucos integrantes do seu partido.

Italo Reassume – O vice-prefeito Italo Spinelli, após viagem à Alemanha, para participar de um Curso de Administração reassumiu, na última terça-feira, dia 29 de julho, suas funções como Diretor do SAAE (Serviço Autônomo de Águas e Esgotos).

Modesto de Mello: Um problema curioso - Moradores da Rua Modesto de Mello nos procuraram para reclamar das medidas, ali adotadas pelo Detran, proibindo o estacionamento em uma das laterais da citada artéria. Como do outro lado existe um ponto de táxi, cujos carros ocupam quase sempre toda a extensão da rua, os moradores da Modesto de Mello se vêem numa situação curiosa: estão proibidos de ter carros.

Correio Chega em Nova Friburgo – Já está circulando o Correio Friburguense, adquirido por um grupo de publicitários e jornalistas do Rio de Janeiro. A redação do Jornal está situada no Ed. Comércio e Indústria, sala 603. O Jornal iniciou sua nova fase com a edição que circulou ontem em todas as bancas.

Duas gerações se encontram – Uma festa esportiva foi organizada visando homenagear antigos valores do futebol friburguense ao mesmo tempo que é demonstrada a força da nova geração.

 

Pílulas

Uma administração é sempre lembrada por realizar grandes e importantes obras ou, em sentido oposto para fazer pequenas, incríveis e absurdas obras. O segundo caso parece ser o do atual Prefeito que assola Nova Friburgo. Sua administração, pelo menos desta vez, vai ser marcada por obras faraônicas que nunca chegaram a seguir serem começadas, e curtas pequenas no tamanho, mas enormes no absurdo.

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Despedida amarga

sexta-feira, 01 de agosto de 2025

Sub-20 do Frizão sofre derrota em última rodada da Série B1 Estadual

        Uma despedida que não condiz com o que foi a campanha do Friburguense. Sem chances de classificação e já projetando os próximos desafios, em especial a Série B1 profissional, o Tricolor da Serra acabou derrotado por 4 a 1 pelo Artsul, em jogo válido pela última rodada da Taça Corcovado Sub-20 — equivalente ao primeiro turno da terceira divisão estadual da categoria. A partida aconteceu na última quarta-feira (23), no Eduardo Guinle

Sub-20 do Frizão sofre derrota em última rodada da Série B1 Estadual

        Uma despedida que não condiz com o que foi a campanha do Friburguense. Sem chances de classificação e já projetando os próximos desafios, em especial a Série B1 profissional, o Tricolor da Serra acabou derrotado por 4 a 1 pelo Artsul, em jogo válido pela última rodada da Taça Corcovado Sub-20 — equivalente ao primeiro turno da terceira divisão estadual da categoria. A partida aconteceu na última quarta-feira (23), no Eduardo Guinle

        O Friburguense encerrou a sua participação com sete pontos conquistados, se mantendo na nona posição. A equipe está a oito pontos do quarto colocado, o Paduano, primeiro time na zona de qualificação para as semifinais. Foram duas vitórias, um empate e seis derrotas (sendo quatro delas nas últimas quatro rodadas). O aproveitamento final foi de 25,9%. O Frizão marcou nove gols e sofreu outros 15.

        A edição deste ano é disputada por dez clubes, em sistema de pontos corridos. Participam, além do Frizão, as equipes do Carapebus, Artsul, Bonsucesso, Campo Grande, Nova Cidade, Niteroiense, Paduano, São Cristóvão e Serrano. Na disputa da Taça Corcovado, equivalente à fase de classificação, todos se enfrentaram em turno único, e o Serrano acabou se sagrando campeão. A equipe de Petrópolis vai enfrentar Paduano nas semifinais, enquanto Artsul e São Cristóvão disputam a outra vaga na grande decisão.

        A caminhada teve início com a derrota para o Campo Grande, fora de casa, e continuou com a vitória sobre o Paduano, no Eduardo Guinle, o tropeço diante do Serrano, no Atílio Marotti, e a recuperação com novo triunfo, desta vez sobre o Carapebus. Logo após, o Tricolor empatou com o Nova Cidade, no Joaquim Flores, antes da sequência de derrotas para São Cristóvão, Niteroiense, Bonsucesso e Artsul. 

        O Friburguense, escalado pelo técnico Gedeil, foi a campo, na última quarta-feira, com Helder, Danilo, Guilherme, Isaque e Bryan; João Pedro, Ryan, Bernardo e Cadu; Juan e Miguel.

 

A campanha do Frizão Sub-20:

  • Campo Grande 1 x 0 Friburguense, Ítalo del Cima
  • Friburguense 3 x 1 Paduano, Eduardo Guinle
  • Serrano 3 x 1 Friburguense, Atílio Marotti
  • Friburguense 3 x 1 Carapebus, Eduardo Guinle
  • Nova Cidade 1 x 1 Friburguense, Joaquim Flores
  • Friburguense 0x1 São Cristóvão, Eduardo Guinle
  • Niteroiense 2x0 Friburguense, Concha Acústica de Niterói
  • Bonsucesso 1x0 Friburguense, Leônidas da Silva
  • Friburguense 1x4 Artsul, Eduardo Guinle
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    Despedida, em casa, não foi com resultado positivo: vários garotos serão usados no time principal (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Visconde e Bom Jardim carimbaram o passaporte para a decisão e vão disputar o título da Copa do Calcário 2025. Após dois confrontos eletrizantes, nas partidas de volta das semifinais, disputadas no domingo (27), foram conhecidos os finalistas da competição. Em Monnerat, a equipe da casa foi derrotada pelo Bom Jardim, por 2 a 0. Já em Visconde de Imbé, a Altense venceu o Visconde por 3 a 2, levando a decisão para os pênaltis, onde os mandantes venceram por 4 a 3. Com a melhor campanha no geral na competição, o Visconde fará a segunda partida da final em casa, no dia 17. O jogo de ida acontece neste domingo, dia 03. A competição é realizada pela Liga Desportiva de Macuco, com apoio da Ferj. (Crédito: HT Click)

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“O relógio só anda pra frente”

sexta-feira, 01 de agosto de 2025

        Muitos de nós têm dificuldades em assimilar a efemeridade da vida, a velocidade com que o tempo passa. Quando muito jovens, achávamos que seríamos, inclusive, eternos. A juventude tem esse frescor, nos ilude ao imaginarmos uma vida muito longa pela frente e sequer vislumbramos que o fim pode chegar. Vai chegar, aliás, um dia. Parece coisa que acontece com os outros, tão distante que não pode nos alcançar.

        Muitos de nós têm dificuldades em assimilar a efemeridade da vida, a velocidade com que o tempo passa. Quando muito jovens, achávamos que seríamos, inclusive, eternos. A juventude tem esse frescor, nos ilude ao imaginarmos uma vida muito longa pela frente e sequer vislumbramos que o fim pode chegar. Vai chegar, aliás, um dia. Parece coisa que acontece com os outros, tão distante que não pode nos alcançar.

        Mas a vida é isso aí, Vida. Ela sendo ela. Cheia de riscos. Poderosa, intensa, surpreendente. E ela tem essa força para mudar tudo da noite para o dia, relativizar convicções, romper com devaneios, desnudar a realidade, impor desafios, apresentar obstáculos algumas vezes intransponíveis. E aí é que começa a complicar. Há surpresas na vida que são implacáveis, arrebatadoras, nos tira o chão, nos coloca no cantinho do castigo olhando para as paredes de forma severa, sem hora para acabar. Não vai adiantar reclamar com os pais, os diretores não vão poder fazer nada.

        E o tempo que parece voar, realmente passa rápido demais. Creio que um dia todos chegaremos a essa conclusão. E não dá para parar o relógio, colocar pilha fraca, sumir com o marcador. Ele não vai parar de passar e esse minuto em que penso essas palavras, também jamais voltará. Já dizia meu saudoso avô João: “o relógio só anda pra frente”. E é isso mesmo. Temos que aproveitar.

        Chega uma hora, em que precisamos entender que existir significa também tomar as rédeas dessa existência, assumir de alguma maneira as responsabilidades, consentir, abraçar as possibilidades, desfrutar dos segundos, valorizar todos os instantes. Precisamos também estar cientes de que acatar a postura ativa diante da vida, significa também não esperar a “papinha na boca”, a mão na testa, alguém como escudo e as respostas prontas para tudo. É aprender sobre amor próprio. A entender-se no mundo, reconhecer seu valor e polir seus defeitos.

        Independente de convicções religiosas, das aspirações que temos sobre o lado de lá, na crença que podemos nutrir sobre a vida depois do “fim”, fato é que essa roupagem assumida por essa vida é única e preciosa e não deve ser desperdiçada. Creio realmente que não estamos aqui a passeio. Temos missões urgentes a cumprir. Precisamos ser úteis ao bem da humanidade. Carecemos de sabedoria para escolhermos as pessoas com quem desejamos caminhar. Um dia, de uma maneira ou de outra, receberemos todos, a conta da vida. Que tenhamos feito boas escolhas.

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Pessoa impertinente

quinta-feira, 31 de julho de 2025

A pessoa impertinente tem um comportamento inadequado, desrespeitoso ou inconveniente, apresentando atitudes ou palavras desagradáveis injustificáveis. A impertinência é uma maneira da pessoa demonstrar falta de boa educação e que pode causar desconforto, irritação e conflitos entre as pessoas envolvidas.

A pessoa impertinente tem um comportamento inadequado, desrespeitoso ou inconveniente, apresentando atitudes ou palavras desagradáveis injustificáveis. A impertinência é uma maneira da pessoa demonstrar falta de boa educação e que pode causar desconforto, irritação e conflitos entre as pessoas envolvidas.

A impertinência revela falta de respeito pelos outros por envolver interrupções constantes, ignorar opiniões alheias, fazer comentários ofensivos ou desconsiderar os sentimentos dos outros. Os impertinentes têm falta de empatia porque não se colocam no lugar dos outros e não consideram como suas palavras ou ações podem afetar negativamente as pessoas com quem se relacionam.

Impertinentes podem intencionar provocar ou irritar os outros, com comentários sarcásticos, brincadeiras de mau gosto ou atitudes provocativas com a finalidade de perturbar ou desestabilizar emocionalmente as pessoas. São atrevidos, inconvenientes, se intrometem em assuntos que não lhe dizem respeito. A pessoa com esse comportamento não respeita os limites e privacidade alheia, agindo de modo invasivo, pode ser rabugenta e reclamar demais, sempre insatisfeita, com tendência a encontrar defeito em tudo, e tem falta de tato. Pode incluir crianças que interrompem os idosos, incomodam os outros, gritam em locais de silêncio.

Consequências que surgem quando a pessoa age com impertinência incluem desconforto e irritação nas pessoas que são alvo desse comportamento. As atitudes de falta de respeito, opiniões inadequadas, sempre cortar a fala do outro, podem favorecer o surgimento de sentimentos negativos e atrapalhar o relacionamento, por causa da tensão emocional que a atitude impertinente favorece nos outros, podendo surgir brigas verbais e mesmo agressão física. Isso facilita o afastamento entre as pessoas e o desprazer no convívio, cortando vínculos importantes.

Ao lidar com alguém impertinente, mantenha a calma. Pense que você não é culpado da atitude desrespeitosa dela, já que você não causou isso, não pode controlar isso e não pode curar isso. Não se deixe levar pela irritação que aparece ao lidar com o impertinente, para evitar criar mais estresse e gerar mais conflitos.

Se o convívio com a pessoa impertinente é frequente, então estabeleça limites claros e firmes quando lidar com ela. Deixe claro para a pessoa que o comportamento dela não é adequado e que você não tolerará esse tipo de abuso, o que significa, por exemplo, que talvez terá que se afastar dela naquele momento depois de dizer que ela está agindo de forma inadequada e ela continuar assim.

Pode ser que a pessoa impertinente esteja assim em alguns momentos, não sendo uma característica crônica dela. Nesse caso, procure entender o ponto de vista dela, veja o que a está perturbando e pratique a empatia. Isso não significa que você vai justificar ou concordar com o comportamento inadequado dela, mas vai procurar compreender as motivações que a levam a agir dessa forma e incentivar outras formas de comunicação respeitosas e agradáveis.

Importante considerar que nem sempre será necessário responder a todas as provocações produzidas pelo impertinente. Em muitos casos, ignorar a impertinência pode ser a melhor estratégia a usar naquele momento. Ou seja, evite responder à provocação consciente ou não do impertinente.

Na convivência diária com um impertinente que não muda o jeito abusivo de ser, você precisa ter momentos de alívio, estando com familiares e amigos agradáveis com quem o respeito funciona, ficando sozinho para meditar, orar, ler, ou realizar outra tarefa agradável para você.

Aceite que você não pode mudar o comportamento impertinente da pessoa, mas pode mudar a forma como reage a ele. E pode se proteger.

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Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com

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Tik-Tok  @claramentent

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61 Socos num Elevador

quinta-feira, 31 de julho de 2025

A descida ao subsolo da nossa barbárie

O elevador subia. E o mundo, naquele instante, caía. Há lugares onde o tempo parece suspirar, onde o silêncio se instala entre um andar e outro, feito de aço, espelhos e rotina. O elevador é esse lugar de passagem, onde ninguém espera que algo aconteça. Mas naquele cubo metálico, o cotidiano foi rompido de forma brutal.

A descida ao subsolo da nossa barbárie

O elevador subia. E o mundo, naquele instante, caía. Há lugares onde o tempo parece suspirar, onde o silêncio se instala entre um andar e outro, feito de aço, espelhos e rotina. O elevador é esse lugar de passagem, onde ninguém espera que algo aconteça. Mas naquele cubo metálico, o cotidiano foi rompido de forma brutal.

O que deveria ser um trajeto breve tornou-se palco de uma violência que escancarou o que muitos ainda se recusam a ver: a fúria contra a mulher que decide ir embora. Juliana Garcia dos Santos, espancada com 61 socos dentro de um elevador, em Natal (RN), não é apenas o rosto machucado de mais uma vítima.

É o espelho da dor que tantas mulheres conhecem, mas que o mundo ainda tenta empurrar para debaixo do tapete. Os golpes não foram movidos por impulso. Foram entregues com método, com raiva fria, com a convicção de quem acredita ter o direito de punir. Aquela não era uma briga. Era um castigo por desobediência. Por dizer “não”. Por desejar liberdade.

Não chamemos de descontrole. Há uma lógica perversa por trás de cada gesto violento. Uma lógica que vem de longe, construída em silêncios e conivências, e que ensina — ainda hoje — que mulher é posse, que amor é dominação, que rejeição é ofensa. Essa lógica se disfarça de cuidado, se embala em presentes, se mascara em promessas.

Mas, no fundo, carrega uma vontade antiga de calar, submeter, punir. E é isso que os socos revelam: o fracasso de uma sociedade que ainda permite que amar seja sinônimo de machucar.

A agressão não começou ali, naquele minuto entre dois andares. Começou muito antes, nos dias em que o ciúme era chamado de zelo, em que as proibições vinham junto de “é para o seu bem”. Começou no isolamento dos amigos, no controle do celular, nas brigas por roupas ou horários. Começou nas pequenas humilhações cotidianas, aceitas porque “ele é assim mesmo”. A violência física foi apenas a última camada de uma prisão invisível, construída aos poucos, tijolo por tijolo, com aval do silêncio social.

Juliana tentou sair. E por isso apanhou. O corpo dela foi castigado não por erro algum, mas pela ousadia de escolher um novo caminho. Porque para o agressor, sair de casa, se afastar, pedir respeito — tudo isso era visto como rebeldia. E rebeldias, na cabeça de quem ama com ódio, devem ser sufocadas. Os socos, portanto, não buscavam apenas ferir: buscavam apagar a identidade, silenciar o desejo, reafirmar um poder que se sentia ameaçado.

Mas mesmo espancada, Juliana falou. Escreveu em um bilhete aquilo que sua boca, naquele momento, não conseguia dizer. Sua caligrafia trêmula tornou-se mais eloquente do que qualquer grito. Ali estava a força de uma mulher que, mesmo ensanguentada, se recusava a ser silenciada. E é esse bilhete que transforma dor em denúncia, medo em coragem, violência em memória. Um gesto pequeno que grita por todas as outras que ainda não conseguiram escrever.

As imagens da agressão circularam com força, invadiram telas, provocaram indignação. Mas o tempo das redes é breve, e a indignação cansa. Em poucos dias, a cena corre o risco de virar apenas mais uma entre tantas. Esquecida, arquivada, descartada. E é aí que mora o perigo: o de nos acostumarmos. O de assistirmos à barbárie com olhos cansados, sem nos perguntarmos o que podemos — e devemos — fazer para que ela não se repita.

O elevador, naquele dia, foi espelho. Mostrou a face de um mal que ainda se esconde em muitas casas, muitos relacionamentos, muitas rotinas. Mostrou que a violência contra a mulher não é exceção, mas sintoma. E que ela não acabará com leis apenas, mas com educação, com conversa, com coragem coletiva. Porque o problema não está só em quem agride, mas também em quem cala, quem desvia o olhar, quem relativiza o sofrimento alheio.

Todos sonhamos com um lugar de paz, com um horizonte bonito, talvez “Além das Montanhas”. Mas esse horizonte não será alcançado enquanto as mulheres precisarem temer o próprio lar, o próprio parceiro, o próprio caminho. A travessia para esse futuro exige que estejamos atentos nos espaços pequenos, nos corredores silenciosos, nos elevadores. Que sejamos companhia. Que sejamos voz.

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