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terça-feira, 10 de junho de 2025

É bom olhar para o futuro, lançando a vista para as novas conquistas. Bom também é olhar para o passado e perceber o quanto a nossa cidade foi servida de obras arquitetônicas significativas. Cada uma com sua história e razão de ser.

Com esse tema, o Caderno Z aguçou muitas lembranças de minha infância, quando íamos passear no Parque São Clemente. Mamãe preparava a cesta de guloseimas, a toalha quadriculada, os guardanapos e os copos de papelão. Papai se encarregava das garrafinhas de Grapette, do binóculo e da máquina fotográfica.

É bom olhar para o futuro, lançando a vista para as novas conquistas. Bom também é olhar para o passado e perceber o quanto a nossa cidade foi servida de obras arquitetônicas significativas. Cada uma com sua história e razão de ser.

Com esse tema, o Caderno Z aguçou muitas lembranças de minha infância, quando íamos passear no Parque São Clemente. Mamãe preparava a cesta de guloseimas, a toalha quadriculada, os guardanapos e os copos de papelão. Papai se encarregava das garrafinhas de Grapette, do binóculo e da máquina fotográfica.

Foram domingos maravilhosos. O Park Hotel São Clemente era a menina dos olhos, o sonho de consumo nos arredores. Agora, quanto ao seu destino, como na narrativa de Victor Hugo Mori: “Há que se trabalhar e torcer para que o Park Hotel possa ter melhor sina do que a que hoje apresenta”. Tomara!

No pátio do Palacete do Dr. Elias íamos passear também e nós admirávamos aquela fachada eclética, com o seu suave azul acinzentado.  Era diferente de tudo o que já tínhamos visto. Digo isso porque eu e meu irmão éramos seguidores das ideias de papai e mamãe. Não havia Google ou uma fonte de informação tão instantânea ao nosso alcance.

A Casa do Barão de Nova Friburgo foi a nossa biblioteca para onde íamos, com papel de seda, copiar mapas e figuras. Sem as teclas Ctrl C - Ctrl / V, nossos trabalhos eram autênticos e dignos de nota 10, tamanho o esforço empreendido. No momento, esperamos, ansiosos, a inauguração do Museu do Solar do Barão. Maravilha!

O Country Clube, o Colégio Nova Friburgo e o Instituto de Educação, nosso antigo Grupo Escolar Ribeiro de Almeida são referências históricas. Alguns preservados e servindo ainda em seus objetivos. Sobre a Fundação, por exemplo, no alto do Morro da Cascata, a notícia que temos é a de seu total abandono. Se a sua construção foi um desafio, hoje a sua restauração é um confronto entre sonho e realidade. Ao contrário, o casarão de Galdino do Valle Filho tem a “estrutura original do imóvel e tem cômodos preservados. Como dizia vovó Mariana: “Deus o benza!  Que o aumente e o conserve!”.

Enquanto isso, estamos lutando para evitar a demolição do anexo do Clube de Xadrez. É uma pena que se tenha de fazer manifestações, abaixo assinados, audiência pública, tudo em prol da preservação de um bem comum. As autoridades competentes deveriam ser as primeiras a defenderem as causas patrimoniais,  em vez de serem pressionadas pelos anseios da população. S.O.S. Clube de Xadrez, avante!

Contudo, muito há que se lutar ainda pela preservação de outros patrimônios, também, sob muitos questionamentos. O casarão da antiga LBA, por exemplo, na Rua Augusto Spinelli: em 2023, A VOZ DA SERRA fez matéria sobre a promessa de recuperação do imóvel e até hoje, coisa alguma foi feita, além da reforma do telhado. Sobre o Lazareto, em Duas Pedras, a informação que se tem do andamento da obra: “momentaneamente paralisada”.

Em “Sociais”, Joel de Sá Martins festejando 74 anos de vida muito intensa. Geraldo Ventura Filho, o Teleco, simpatia em pessoa, no dia 12. Mesmo dia em que meu primo querido, Juca, festeja a nova idade. Fazer aniversário no Dia dos Namorados, primo, tem que ganhar dois presentes de sua adorável musa. Interessante que tanto você, primo, e o Teleco, foram destaques na coluna “Sociais”, em “Há 50 Anos”. Que prestígio!

A festa dos Jogos Florais também tem muito prestígio. Basta ler a matéria que o leitor tem um amplo panorama do que ocorreu: O frio não superou o calor humano. Visitantes de várias regiões do país. Minha neta Júlia entregou a “Chave da Cidade” à trovadora Maria Lúcia Daloce, de Bandeirantes/PR, vencedora do Concurso Nacional; momento tradicional do evento. Emoções à flor da pele. E A VOZ DA SERRA recebeu homenagens que estão, inclusive, no livro de 2025. A exemplo, a trova de autoria de Sérgio Ferreira da Silva/SP: “A Voz da Serra", aos Oitenta, / nesta missão de informar, / é uma luz que segue atenta / brilhando...em cada exemplar!”. E o brilho é tanto que faz a gente brilhar também. Por tudo e por todos, gratidão, A VOZ DA SERRA!!

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12 anos depois

terça-feira, 10 de junho de 2025

Tradicional Desafio da Ponte abre inscrições nesta terça-feira

Neste dia 10 de junho, terça-feira, são abertas as inscrições para o Desafio da Ponte, uma meia maratona de 21 km que cruza a Ponte Presidente Costa e Silva, conhecida como Ponte Rio-Niterói. Muitos friburguenses já se mobilizam para participar da prova, que retorna ao calendário esportivo após 12 anos e será realizada no dia 3 de agosto, com largada no Caminho Niemeyer, em Niterói, e chegada à Praça Mauá, no Rio de Janeiro.

Tradicional Desafio da Ponte abre inscrições nesta terça-feira

Neste dia 10 de junho, terça-feira, são abertas as inscrições para o Desafio da Ponte, uma meia maratona de 21 km que cruza a Ponte Presidente Costa e Silva, conhecida como Ponte Rio-Niterói. Muitos friburguenses já se mobilizam para participar da prova, que retorna ao calendário esportivo após 12 anos e será realizada no dia 3 de agosto, com largada no Caminho Niemeyer, em Niterói, e chegada à Praça Mauá, no Rio de Janeiro.

Com seus de 13 km de extensão, a Ponte — a maior do hemisfério sul — oferece aos corredores um percurso com vistas deslumbrantes da Baía de Guanabara. São disponibilizadas 8 mil vagas, e as inscrições (que incluem camiseta da prova, viseira e número de peito) podem ser feitas pelo site oficial do Desafio da Ponte.

No ato da inscrição, homens e mulheres precisarão comprovar ter completado, a partir de janeiro de 2024, prova de 21 km em tempo igual ou abaixo de 2 horas e 30 minutos ou prova de 42 km em tempo igual ou abaixo de 5 horas. A comprovação precisa ser de corrida de rua e chancelada por alguma entidade de caráter oficial, seja ela World Athletics, Nacional (CBAt) ou Estadual. Sendo assim, vale ressaltar que os resultados obtidos nas provas de 21 km e 42 km da Maratona do Rio 2024 são válidos como índice.

“Para viabilizar essa experiência única, foi necessário um grande esforço de coordenação com as autoridades do Rio de Janeiro, de Niterói, estaduais e federais. Tenho certeza de que toda a comunidade da corrida de rua está na expectativa para garantir uma vaga no Desafio da Ponte. Não tenho dúvida: todos vão levar para casa lembranças inesquecíveis”, destaca João Traven, um dos organizadores de evento.

O retorno

Criada em 1981, a Corrida da Ponte se tornou uma das provas mais desafiadoras e simbólicas do Brasil. Com seu percurso passando pela imponente Ponte Rio-Niterói, o evento não só testa os limites físicos dos corredores, como também proporciona um dos cenários mais icônicos do estado do Rio de Janeiro.

Realizada anualmente até 1986, a prova foi interrompida por questões operacionais e de tráfego na ponte. No entanto, sua importância permaneceu viva na memória dos atletas, resultando no retorno em 2011, e com edições subsequentes em 2012 e 2013.

A última edição, realizada em 2013, contou com 8 mil corredores e teve como grandes campeões o brasileiro Giovani dos Santos, que concluiu a prova com o tempo de 1h05m02s, e a queniana Dorcas Jepchirchir, que cruzou a linha de chegada em 1h17m42s. Agora, após mais de uma década, a prova volta ao calendário esportivo nacional.

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    Tradicional prova em um dos cartões postais do Rio, volta a ser realizada após mais de uma década (Créditos: Divulgação/Desafio da Ponte)

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    As inscrições abertas a partir desta terça, 10, são limitadas a 8 mil vagas (Créditos: Divulgação/Desafio da Ponte)

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Sinodalidade é caminho “fora do qual tudo murcha”

terça-feira, 10 de junho de 2025

 

“Deus criou o mundo para que pudéssemos estar juntos. ‘Sinodalidade’ é o nome eclesial desta consciência. É o caminho que exige que cada um reconheça a sua dívida e o seu tesouro, sentindo-se parte de um todo”, disse o Papa Leão XIV.

Jubileu 2025, Vigília de Pentecostes com os movimentos eclesiais, as associações e as novas comunidades: o Papa, na véspera de completar um mês da sua eleição para a cátedra de Pedro, destacou o tema da sinodalidade.

 

Caminho para reconhecer a dívida e o tesouro

 

“Deus criou o mundo para que pudéssemos estar juntos. ‘Sinodalidade’ é o nome eclesial desta consciência. É o caminho que exige que cada um reconheça a sua dívida e o seu tesouro, sentindo-se parte de um todo”, disse o Papa Leão XIV.

Jubileu 2025, Vigília de Pentecostes com os movimentos eclesiais, as associações e as novas comunidades: o Papa, na véspera de completar um mês da sua eleição para a cátedra de Pedro, destacou o tema da sinodalidade.

 

Caminho para reconhecer a dívida e o tesouro

Com a força do Espírito Santo, no último sábado, 7, o Santo Padre afirmou que sinodalidade é o nome eclesial para a consciência de que Deus criou o mundo para estarmos juntos.

“Deus criou o mundo para que pudéssemos estar juntos. ‘Sinodalidade’ é o nome eclesial desta consciência. É o caminho que exige que cada um reconheça a sua dívida e o seu tesouro, sentindo-se parte de um todo, fora do qual tudo murcha, mesmo o mais original dos carismas”, afirmou o Papa. Em sua homilia, Leão XIV lembrou o “Espírito criador” invocado no cântico da Vigília. O Espírito Santo que é “o protagonista silencioso” da missão de Jesus.

“Nesta vigília de Pentecostes, estamos profundamente envolvidos na proximidade de Deus, pelo seu Espírito que une as nossas histórias com a de Jesus. Isto é, estamos envolvidos nas coisas novas que Deus faz, para que a sua vontade de vida se realize e prevaleça sobre os desejos de morte”, disse.  No Pentecostes há um “Espírito de unidade” que envolve “Maria, os apóstolos, as discípulas e os discípulos”.

“No Pentecostes, Maria, os Apóstolos, as discípulas e os discípulos que estavam com eles foram investidos de um Espírito de unidade, que enraizou para sempre as suas diversidades no único Senhor Jesus Cristo. Não muitas missões, mas uma única missão. Não introvertidos e conflituosos, mas extrovertidos e luminosos. Esta Praça de S. Pedro, que é como um abraço aberto e acolhedor, expressa de modo magnífico a comunhão da Igreja, vivida por cada um de vós nas diversas experiências associativas e comunitárias, muitas das quais representam frutos do Concílio Vaticano II, sublinhou.

 

Com o Espírito um povo em movimento

O Papa Leão recordou a tarde da sua eleição, em 8 de maio, quando olhou para a multidão na Praça de S. Pedro e sentiu a emoção de ver o povo de Deus ali reunido. “Lembrei-me da palavra ‘sinodalidade’, que expressa muito bem o modo como o Espírito molda a Igreja”, revelou o Papa.

"Na tarde da minha eleição, olhando com emoção para o povo de Deus aqui reunido, lembrei-me da palavra ‘sinodalidade’, que expressa muito bem o modo como o Espírito molda a Igreja. Nessa palavra, ressoa o syn – o “com” – que constitui o segredo da vida de Deus. Deus não é solidão. Deus é em si mesmo “com” – Pai, Filho e Espírito Santo – e é Deus conosco. Ao mesmo tempo, sinodalidade recorda-nos o caminho – odós – porque onde está o Espírito, há movimento, há caminho. Somos um povo em caminho”, declarou o Santo Padre.

Um povo que caminha em conjunto, mas “num mundo dilacerado e sem paz”, lembrou o Papa. Mas é aí que o Espírito Santo nos educa verdadeiramente a caminhar juntos. O Santo Padre lançou o desafio de não sermos predadores, mas peregrinos “harmonizando os nossos passos com os passos dos outros”.

“Não mais cada um por si, mas harmonizando os nossos passos com os passos dos outros. Não consumindo o mundo com voracidade, mas cultivando e cuidando dele, como nos ensina a Encíclica ‘Laudato Si’”, salientou o Santo Padre. Precisamente, citando o texto da Encíclica “Laudato Sí”, o Papa Leão afirmou que a “história toma forma somente na modalidade do reunir-se, do viver juntos”.

“O Espírito de Jesus muda o mundo porque muda os corações”, referiu o Papa acrescentando que o Espírito Santo “inspira, realmente, aquela dimensão contemplativa da vida que rejeita a autoafirmação, a murmuração, o espírito de contenda, o domínio das consciências e dos recursos”. O Santo Padre apontou ainda que a liberdade está onde está o “Espírito do Senhor”. “Onde isso acontece há alegria e esperança”, afirmou.

O Papa Leão assinalou que promover a evangelização é percorrer o caminho das bem-aventuranças, “uma estrada que percorremos juntos”, “famintos e sedentos de justiça, pobres de espírito, misericordiosos, mansos, puros de coração, construtores da paz”, disse o Papa. Na conclusão da sua reflexão na Vigília de Pentecostes, o Papa reforçou a importância sinodal da obediência ao Espírito como certeza de futuro.

“Os desafios que a humanidade enfrenta serão menos assustadores, o futuro menos sombrio e o discernimento menos difícil, se juntos obedecermos ao Espírito Santo!”, concluiu o Santo Padre.

 

Fazer redes para não sermos solitários

Na manhã de domingo, 8, o Papa Leão XIV celebrou Missa na Praça de S. Pedro e lembrou que o Espírito Santo abre fronteiras dentro de nós para que orientemos a nossa vida para o amor. Para que a presença de Deus desfaça a nossa dureza de coração, o nosso fechamento, egoísmo e “medos que nos bloqueiam”. Em suma, o Espírito Santo desafia o nosso individualismo para que não sejamos “viajantes perdidos e solitários”.

“O Espírito Santo vem para desafiar, em nós, o risco de uma vida que se atrofia, sugada pelo individualismo. É triste observar como num mundo onde se multiplicam as oportunidades de socialização, corremos o risco de ser paradoxalmente mais solitários, sempre conectados, mas incapazes de ‘fazer redes’, sempre imersos na multidão, mas permanecendo viajantes perdidos e solitários”, declarou o Papa.

Na sua homilia, o Santo Padre lembrou que o Espírito Santo “alarga as fronteiras” das relações, abrindo à fraternidade, que “é um critério decisivo também para a Igreja”. Para que não haja divisões, mas diálogo e acolhimento na diversidade.

“O Espírito alarga as fronteiras das nossas relações com os outros e nos abre à alegria da fraternidade. E esse é um critério decisivo também para a Igreja: só somos verdadeiramente a Igreja do Ressuscitado e discípulos de Pentecostes se entre nós não houver fronteiras nem divisões, se na Igreja soubermos dialogar e acolher-nos mutuamente, integrando as nossas diversidades, e se, como Igreja, nos tornarmos um espaço acolhedor e hospitaleiro para todos”, afirmou o Papa.

Recordemos que sobre o processo sinodal que está em fase de aplicação, foi publicada uma carta no último dia 15 de março pela Secretaria Geral do Sínodo, aprovada pelo Papa Francisco, que propõe um “processo de consolidação do caminho já percorrido” entre 2021 e 2024. Um documento, que vem no seguimento da publicação das conclusões do Sínodo em outubro de 2024 e que propõe um trabalho a iniciar em 2025 nas igrejas locais e com uma conclusão em Assembleia Eclesial em Roma em 2028.

Laudetur Iesus Christus.

Fonte: Vatican News

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Frizão brilha no Futmesa

sábado, 07 de junho de 2025

Lucas Boa Morte, do Fiburguense, fatura o Desafio Interestadual no Espírito Santo

Mais uma conquista para a galeria do Friburguense. Lucas Boa Morte, representante do Tricolor da Serra, sagrou-se campeão do Desafio Interestadual de Futebol de Mesa – Regra 12 Toques, disputado no último sábado, dia 31, em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. Na final, o botonista venceu Filipe Maia, do Vasco da Gama, por 4 a 3, e garantiu o lugar mais alto do pódio de maneira invicta, com 100% de aproveitamento, ao vencer as suas nove partidas.

Lucas Boa Morte, do Fiburguense, fatura o Desafio Interestadual no Espírito Santo

Mais uma conquista para a galeria do Friburguense. Lucas Boa Morte, representante do Tricolor da Serra, sagrou-se campeão do Desafio Interestadual de Futebol de Mesa – Regra 12 Toques, disputado no último sábado, dia 31, em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. Na final, o botonista venceu Filipe Maia, do Vasco da Gama, por 4 a 3, e garantiu o lugar mais alto do pódio de maneira invicta, com 100% de aproveitamento, ao vencer as suas nove partidas.

O torneio reuniu botonistas do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, e Lucas brilhou desde a primeira fase. Venceu todos os seis confrontos iniciais, superando seus adversários. Já nas fases decisivas, manteve o mesmo ritmo e eliminou, nas quartas, Júnior Monteiro por 4 a 2. Na semifinal, reencontrou Breno Mariano — a quem já havia vencido na estreia — e repetiu a dose, desta vez por 3 a 2.

A grande final foi uma verdadeira batalha. Filipe Maia, atleta do Vasco Futmesa, acumula boas campanhas inclusive no cenário nacional, mas Lucas mostrou precisão nos momentos decisivos e garantiu o título com um apertado 4 a 3. Oriundo da Liga Campista, Boa Morte agora brilha no Friburguense.

O evento foi marcado pela confraternização entre botonistas capixabas e fluminenses. Organizado pela Liga Cachoeirense de Futebol de Mesa, o torneio demonstrou mais uma vez que a Regra 12 Toques segue crescendo e revelando talentos como Lucas Boa Morte.

Interestadual Três Toques

Nos dias 24 e 25 de maio, a AABB-DF sediou o 43º Campeonato Brasileiro Interclubes de Futebol de Mesa – Regra Três Toques. A tradicional competição nacional reuniu 66 técnicos de 14 equipes que, além do Distrito Federal, representaram os estados de Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram dois dias de disputas muito equilibradas, com várias equipes se candidatando ao título.

Mas, ao final, o troféu de campeão ficou, pelo segundo ano consecutivo, com o Tupi (Juiz de Fora – MG), sempre figurando entre os favoritos. A conquista veio com vitória por 3 a 1 sobre o Flamengo, o que levou o clube juiz-forano sagrar-se dodecacampeão: doze títulos conquistados desde a primeira vitória em 1988. AABB DF terminou em terceiro, a ADMB (Matias Barbosa – MG) ficou na quarta posição.

Retrô

A terceira etapa da Categoria Retrô, da Regra Dadinho, reuniu, na Sala do Botafogo FR, no domingo, 01 de junho de 2025, nada menos que 89 jogadores representando 17 equipes diferentes. Num campeonato marcado pela pontualidade, foram duas fases disputadas com bastante afinco. Na primeira, 368 jogos registraram uma média superior a quatro gols por partida, e apuraram 32 atletas para o tradicional mata-mata.

Na fase 16 avos de final, destaque para o Fluminense (que classificou sete atletas), Flamengo e Duque de Caxias (com quatro atletas cada). Victor Praça, do América, dono da melhor campanha da fase classificatória, enfrentou Yan Bazeth, responsável por ter, pela primeira vez, classificado o Embaixadores do Rei para o mata-mata. Outro aspecto a destacar é que, dos 16 confrontos, em cinco prevaleceu a vantagem do empate.

Nas oitavas de final, Flamengo e Fluminense seguiram com a maior parte dos atletas em disputa (três de cada). Mas somente metade seguiu adiante. Avançaram para as quartas, Sarti e Paulinho Quartarone (Fluminense), Garibaldi e Washington (Duque de Caxias), Serginho (Flamengo), Marcus Vinicius (América), Proença (São Cristóvão), e Schwenck (ABR), pela primeira vez colocando a liga amadora de Bonsucesso entre os oito melhores.

Serginho, Sarti, Paulinho e Washington seguiram até as semifinais. Na semifinal tricolor, melhor para o campeão da segunda etapa, 3×2. Mesmo placar da outra semifinal, vencida por Washington diante de Serginho. Na decisão, 4×4, e melhor campanha deu o bicampeonato ao Paulinho, do Fluminense.

  • Foto da galeria

    Lucas Boa Morte brilha e garante uma conquista de nível nacional para o Friburguense (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

  • Foto da galeria

    Competição reuniu atletas fluminenses e capixabas no Espírito Santo (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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Friburgo pode absorver Região Metropolitana

sábado, 07 de junho de 2025

Edição de 7 e 8 de junho de 1975

Manchetes

Edição de 7 e 8 de junho de 1975

Manchetes

Friburgo pode absorver a Região Metropolitana - O Conselho Nacional de Política Urbana (CNPU) já concluiu estudo que coloca Nova Friburgo como uma das cidades em condições de absorver parte da população que hoje se comprime nos principais polos da Região Metropolitana. O documento já de posse do governador Faria Lima, afirma que para isso Friburgo só precisaria resolver alguns problemas de infraestrutura. Essa absorção se daria a longo prazo. Alguns políticos ouvidos por A VOZ DA SERRA se mostraram de imediato contrários a esta ideia pois fatalmente iria mitigar Friburgo de problemas dos demais variados.

Ilídio Corrêa da Rocha: pesquisa – Estudantes, professores e interessados na matéria, estão acompanhando todas as semanas os artigos do médico Ilídio Corrêa Rocha, que através de A VOZ DA SERRA vem orientando pais estudantes e educadores sobre problemas de ordem psicanalista. As pessoas interessadas também poderão dirigir seus problemas, por carta, ao médico, que será respondida diretamente pelo colunista. O médico Ilídio Corrêa Rocha é mais uma personalidade científica que Friburgo adquire e o jornal assim o projeta.

O Canal 3 vai ganhar um novo transmissor a cor – Dentro de pelo menos dois meses estará instalada em Friburgo um novo transmissor para a TV Nova Friburgo, canal 3, que permitirá a melhor captação da imagem em cores. A notícia nos foi concedida pelo sr. Lair Macedo que acrescenta: “Estão adiantados os contratos com firmas locais e de vários outros municípios para o patrocínio da transmissão dos jogos de futebol”. O novo equipamento tem custo aproximado de 300 mil cruzeiros.

Rápido e rasteiro – Há um mês exatamente denunciamos o desgoverno administrativo que vem imperando no Serviço Autônomo de Água e Esgoto. Dizíamos: O SAAE começa a perder sua autonomia para a prefeitura, ingressando num processo de caos, cuja primeira consequência era um débito com o BNH que alcançava 400 milhões e que hoje deve estar em 600 milhões.

Menores: Delinquência permitida – Aumentou de maneira assustadora o número de menores abandonados nas ruas de Friburgo. As autoridades estão imponentes para realizar qualquer trabalho para contornar o problema ou tornar menos acintosa a situação. Os menores se agruparam ao redor das praças Getúlio Vargas e Dermeval Barbosa Moreira importunando motoristas realizando roubos, sem que as autoridades tomassem qualquer providência.

Pai é preso por agressão a filho – Está preso na Delegacia Civil, Luiz Gonzaga Alves que agrediu a golpes de correia seu filho Carlos da Silva, de apenas 2 anos de idade. A queixa à polícia foi registrada pela mãe da criança, Sirleia Silva Alves. O menor foi submetido a exame de corpo delito quando foram constatados os ferimentos.

E mais: 

Pílulas – Há exatamente alguns meses, a prefeitura criava, com grande estardalhaço, a sua Secretaria de Agricultura. Pelo barulho que foi feito pela imprensa, aquela secretaria iria resolver todos os problemas agrícolas do Brasil, quiçá do mundo. Isso há meses e dias. Até a presente data a secretaria ficou só no papel, não passou disso.

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Noberto Rocha e José Euclides de Souza (7); Luiz Vitório Ennes (8); José Câmara, Eduardo Souza e Américo Alves (9); Marília Braune, Lafayette Abido e José Antonio (10); Frederico Sichel (11); Geraldo Ventura Filho, Márcia Spinelli, Antônio Roberto, Sérgio Felga, Carlos Ayrão, Carlos Alberto e Carlos Arnaldo Bravo Berbert (12).

  • Pesquisa da estagiária Laís Lima com supervisão de Henrique Amorim 

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Em casa

sexta-feira, 06 de junho de 2025

Nova Friburgo recebe Jogos Escolares do Rio de Janeiro neste fim de semana

Nova Friburgo recebe Jogos Escolares do Rio de Janeiro neste fim de semana

Nova Friburgo, neste final de semana, será um dos centros das atenções dos estudantes que se arriscam na prática esportiva. Neste sábado, 7, e domingo, 8, o município será uma das sedes dos Jogos Escolares do Rio de Janeiro (Jerj). As competições de xadrez e de handebol acontecerão em Teresópolis e em Nova Friburgo, respectivamente, a partir das 8h. O evento é uma realização da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, em parceria com a Federação de Esportes Estudantis do Rio de Janeiro (Feerj).

“Levar os Jogos Escolares para diferentes regiões do estado é uma forma de democratizar o acesso ao esporte e valorizar nossos jovens atletas. A edição deste ano já é histórica, pelo número de inscritos, o que mostra o engajamento das escolas e o sucesso da política de interiorização do esporte”, ressaltou o secretário de Esporte e Lazer do estado, Rafael Picciani.

Neste sábado, 7, a competição de xadrez acontece no Geo Rose Damasio, em Teresópolis, e as partidas de handebol acontecem no Ginásio Esportivo Alberto da Rosa Pinheiro, em Conselheiro Paulino. Ambas têm início às 8h, com as categorias masculina e feminina. Já no domingo, o torneio de handebol continua no ginásio de Conselheiro Paulino, no mesmo horário.

As disputas também se espalham por outras cidades do estado. Mesquita recebe o futsal, Seropédica sedia o vôlei, a Penha será palco do taekwondo, e Resende, do basquete. Todas as partidas a partir das 8h, com exceção do taekwondo, que começa às 9h. Já no domingo, é a vez de Campo Grande sediar o judô, Vassouras o xadrez, além da continuidade das competições de futsal, vôlei e taekwondo, mantendo os mesmos horários do dia anterior.

Nos Jogos Escolares do Rio de Janeiro, estudantes de 11 a 17 anos competem em 20 modalidades individuais e coletivas. As etapas classificatórias abrangem as cinco regiões do estado.  Este ano, o torneio bateu recorde histórico de participação, com mais de nove mil estudantes inscritos de escolas públicas e privadas de todas as regiões do estado, quase o dobro do recorde anterior, que era de pouco mais de cinco mil atletas.

Além de troféus e medalhas, os vencedores ganham a oportunidade de representar o Rio de Janeiro no Jebs, organizado pela Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), e nos Jogos da Juventude, organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).  O projeto não tem custo para as escolas e os alunos recebem um kit participante cedido pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, que também presta apoio logístico na competição.

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) é a responsável pelo fornecimento de água potável aos atletas durante os Jogos, em conformidade com a Lei da Hidratação, que obriga a oferta gratuita de água potável em eventos esportivos e culturais.

  • Foto da galeria

    Nova Friburgo será uma das sedes dos Jogos Estudantis, recebendo competições de handebol (Divulgação / JERJ)

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    Jogos de xadrez também são atração do evento, e terão partidas realizadas em Teresópolis (Divulgação / JERJ)

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Menos é mais

sexta-feira, 06 de junho de 2025

Outro dia me vi parada no meio do corredor de casa, celular numa mão, um copo d’água na outra, sem saber ao certo o que tinha ido buscar. O corpo ali, presente. A cabeça, lotada. A alma, inquieta. Um apito de notificação, um aviso de reunião, uma mensagem que ainda não respondi, um conteúdo que talvez eu devesse ver. Tudo isso em segundos.

Outro dia me vi parada no meio do corredor de casa, celular numa mão, um copo d’água na outra, sem saber ao certo o que tinha ido buscar. O corpo ali, presente. A cabeça, lotada. A alma, inquieta. Um apito de notificação, um aviso de reunião, uma mensagem que ainda não respondi, um conteúdo que talvez eu devesse ver. Tudo isso em segundos.

É como se vivêssemos dentro de uma sala cheia de vozes, telas, alertas e exigências. Uma verdadeira enxurrada de informações nos atravessa o tempo todo – e, curiosamente, não é raro terminarmos o dia, exaustos, desinformados e com a incômoda sensação de que estamos sempre devendo algo.

O volume de dados que consumimos diariamente é maior do que qualquer geração antes da nossa ousaria imaginar. Estamos a um toque de saber o que acontece no outro lado do mundo, mas muitas vezes não conseguimos escutar nem a nós mesmos.

Eis o desafio: não saber silenciar o ruído externo ao mesmo tempo em que a voz interior não consegue ser ouvida. E quando a mente não descansa, o corpo cobra. Com ansiedade. Insônia. Falta de foco. Impaciência. E, tantas vezes, com um desânimo que não sabemos nomear.

Eu mesma me vi tantas vezes tentando acompanhar tudo: as notícias, as atualizações de trabalho, os grupos de família, as lembranças mostradas pelo google no meu smartphone, os memes, os vídeos inspiradores, os estudos, os textos — e, ao fim, só queria poder não ver mais nada. Me dei conta de que não precisamos saber de tudo, o tempo todo. Precisamos, sim, cuidar do que chega até nós. Fazer uma espécie de curadoria afetiva daquilo que consumimos.

Pode parecer banal, mas criar pequenos momentos de silêncio, de pausa e até de tédio, tem sido, para mim, um ato de resistência. Um respirar mais fundo. Um dizer “não” para o excesso e “sim” para a presença.

Tem horas que desligar o celular é o maior ato de autocuidado. E, quando possível, desligar também as cobranças invisíveis, as urgências que não são nossas, os ruídos que não dizem respeito ao que importa de verdade.

A vida pede atenção. Mas não aquela atenção difusa, que se espalha em mil abas abertas na cabeça. Pede presença. Daquela que nos devolve o tempo, a calma e o olhar demorado para o que realmente vale a pena.

Se puder, hoje, feche um pouco os olhos. Ouça o que há por dentro. Desligue o que te distrai. Às vezes, o que nos salva é exatamente o que conseguimos deixar de lado.

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Com goleada

quinta-feira, 05 de junho de 2025

Sub-17 do Friburguense atropela o 7 de Abril e segue na briga

Uma vitória incontestável, pra manter a equipe na briga pela classificação para a próxima fase. O Friburguense voltou a campo no último domingo, 1º de junho, quando recebeu o 7 de Abril, no estádio Eduardo Guinle, por mais uma rodada do Campeonato Estadual da Série A2, categorias juvenil e infantil. O time Sub-17 deu show, e aplicou uma goleada de 5 a 1. Já a equipe Sub-15 fez jogo equilibrado, mas os visitantes levaram a melhor e venceram por 2 a 1.

Sub-17 do Friburguense atropela o 7 de Abril e segue na briga

Uma vitória incontestável, pra manter a equipe na briga pela classificação para a próxima fase. O Friburguense voltou a campo no último domingo, 1º de junho, quando recebeu o 7 de Abril, no estádio Eduardo Guinle, por mais uma rodada do Campeonato Estadual da Série A2, categorias juvenil e infantil. O time Sub-17 deu show, e aplicou uma goleada de 5 a 1. Já a equipe Sub-15 fez jogo equilibrado, mas os visitantes levaram a melhor e venceram por 2 a 1.

O próximo compromisso de ambas as equipes será no domingo, 08, contra o São Gonçalo, fora de casa. Com os resultados, o time Sub-15 acabou sendo derrotado pelo placar de 2 a 0, e agora ocupa a sétima colocação do grupo B, com nove pontos. São três vitórias e quatro derrotas na competição, com 12 gols marcados e 11 sofridos. Já a equipe Sub-17, com a vitória elástica, aparece na quinta posição da chave B, com 11 pontos ganhos, após as três vitórias, um empate e três derrotas. A equipe juvenil balançou as redes em 15 oportunidades, e foi vazada 11 vezes.

O grupo A conta com as equipes do Petrópolis, São Gonçalo, Pérolas Negras, Resende, Audax Rio, Cabofriense, São Cristóvão, Rio de Janeiro, 7 de Abril, Bonsucesso, Artsul e Nova Cidade. O Friburguense está na chave B, com Araruama, Duque de Caxias, América, Americano, Olaria, Campo Grande, Serra Macaense, Paduano, Barra Mansa e Niteroiense.

A sequência do Friburguense:

08/Jun, Dom - São Gonçalo x Friburguense, a definir

15/Jun, Dom - Friburguense x Bonsucesso, Eduardo Guinle

22/Jun, Dom - Petrópolis x Friburguense, a definir

29/Jun, Dom - Friburguense x Artsul, Eduardo Guinle

06/Jul, Dom - Nova Cidade x Friburguense, Joaquim A. Flores

 

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A Escola de Voleibol Ataque Duplo viveu, no último fim de semana, um dia de confraternização e prática esportiva. O encontro, realizado no Friburguense Atlético Clube, reuniu todos os grupos de treino: as atletas do Adulto Máster e as equipes femininas e masculinas, das categorias Sub-15 e Sub-18.

“Foi uma verdadeira festa do esporte, marcada por alegria, amizade, superação e, acima de tudo, pelo espírito de equipe que tanto valorizamos. O brilho dos jogos ficou ainda mais especial com a presença carinhosa das famílias, que vibraram, apoiaram e emocionaram a todos”, resumem os professores Carlile e Maurício.

“A Escola de Voleibol Ataque Duplo expressa sua mais sincera gratidão aos pais, pela confiança e parceria, e aos nossos atletas, que, com empenho e paixão, fizeram deste dia um momento memorável. Nosso agradecimento também vai para os patrocinadores: DUDA, Fazenda Vida e Estilo Livre e ao presidente do Friburguense, Elberth Heringer, cujo apoio é fundamental para que possamos seguir promovendo o esporte e formando cidadãos através do voleibol”, completam.

Foto da galeria
Frizão consegue mais uma boa vitória atuando em casa, na categoria Sub-17 (Divulgação Vinicius Gastin)
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O caos vem, e a justiça também

quinta-feira, 05 de junho de 2025

A humanidade está sofrendo. O sofrimento aumenta. A Organização Mundial da Saúde prevê que a depressão será a primeira doença do mundo em 2030. A angústia cresce de forma individual e entre as nações, com guerras, corrupção, violência, regimes ditatoriais. Mesmo as novas drogas psiquiátricas não dão conta de curar as pessoas. Mídias sociais seguem com postagem de fotos e frases produzidas que mascaram a realidade do sofrimento. Caminhamos para o caos.

A humanidade está sofrendo. O sofrimento aumenta. A Organização Mundial da Saúde prevê que a depressão será a primeira doença do mundo em 2030. A angústia cresce de forma individual e entre as nações, com guerras, corrupção, violência, regimes ditatoriais. Mesmo as novas drogas psiquiátricas não dão conta de curar as pessoas. Mídias sociais seguem com postagem de fotos e frases produzidas que mascaram a realidade do sofrimento. Caminhamos para o caos.

Segundo o ranking World Happiness Report (Relatório de Felicidade Mundial), associado à Organização das Nações Unidas, a Finlândia, no norte da Europa,  é outra vez considerada o país com melhor índice de felicidade no planeta. Isso se deve a vários fatores, tais como: bom sistema de bem-estar social com cuidados de saúde e educação de qualidade acessível a todos, sistema de proteção social que oferece seguro-desemprego, auxílio à maternidade/paternidade e subsídios habitacionais. A Finlândia tem um dos menores índices de desigualdade social do mundo, proporcionando às pessoas oportunidades justas. A população tem bom nível de confiança na sociedade e no governo, que se destaca pela transparência e baixo nível de corrupção. Os finlandeses têm muito contato com a natureza em florestas, lagos, espaços verdes, atividades ao ar livre e lazer gratuito, bibliotecas comunitárias. Sua cultura valoriza o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, em vez de se concentrar só em ganhos financeiros. A população da Finlândia é de cerca de 5 milhões 608 mil habitantes, sendo 94% composta de protestantes, e destes, 72% são membros da Igreja Evangélica Luterana.

O conceito de felicidade para os finlandeses é diferente de outros países, já que eles valorizam mais a paz, a simplicidade e o contato com a natureza, em vez de só sucesso financeiro. Esse conceito pode variar de cultura para cultura e pode ser diferente mesmo em pessoas numa mesma cultura. Para um a felicidade é estar conectada com a família, enquanto que para outro da mesma cultura e até da mesma família, a felicidade é ver sua empresa crescendo economicamente. Na cultura finlandesa o mais importante não é aumentar a renda, mas se sentir seguro de ter uma renda suficiente para custear suas necessidades. Os finlandeses têm até um provérbio que diz: “Quando você sabe o que é suficiente, você fica feliz.”

Por outro lado, há problemas lá também, depressão e outros transtornos psiquiátricos. Em 2019, o índice na Finlândia foi de 15 mortes por suicídio a cada 100 mil habitantes, enquanto a média da União Europeia foi de 10 casos a cada 100 mil. Em 1990 houve 1.512 mortes por suicídio na Finlândia, e depois de um trabalho do governo, em 2020 caiu para 740 suicídios. Mas essa mudança não tem sido linear, às vezes sobe, depois abaixa, depois sobe de novo.

O projeto nacional de prevenção ao suicídio contribuiu para a queda da taxa de suicídio na Finlândia, o qual envolveu melhora no tratamento da depressão, detecção mais rápida e precoce do estado depressivo e implantação de tratamentos mais eficazes. Houve melhora no tratamento do abuso do álcool e de transtornos de personalidade. Uma limitação é que alguns pacientes não procuram ajuda e outros interrompem o tratamento. A diminuição dos suicídios na Finlândia tem relação direta com a queda do abuso do consumo de bebidas alcoólicas. Mas, apesar dos esforços do governo para reduzir a taxa de suicídio, infelizmente, dados recentes mostram que os jovens são um grupo particularmente vulnerável. A taxa de suicídio entre jovens de 14 a 25 anos aumenta, e o número de suicídios entre menores de 14 anos também aumentou no “país da felicidade”. 

O sofrimento aumenta no mundo. Ditaduras explícitas ou disfarçadas de democracia, violência social ligada à desestruturação familiar, desigualdade social cruel, consumismo, ideologia pré-moderna que prega que o que vale é o que você sente, secularismo, afastamento dos princípios do Criador do Universo que envolvem misericórdia, justiça, verdade, tudo isso está destruindo a civilização. Estamos no fim do fim antes que, como diz o credo católico, Deus venha julgar os vivos e os mortos, para, finalmente, acabar com a impiedade e estabelecer um mundo no qual habitará a justiça. Falta bem pouco.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Do muro das lamentações ao hospital das desilusões

quinta-feira, 05 de junho de 2025

O prefeito de Nova Friburgo foi para as redes sociais divulgar que irá atravessar o oceano para ir até Israel — sim, Israel, o país que está vivendo sob constante tensão geopolítica e em guerra aberta — buscar soluções para a segurança pública e inovação na cidade de Nova Friburgo.

O prefeito de Nova Friburgo foi para as redes sociais divulgar que irá atravessar o oceano para ir até Israel — sim, Israel, o país que está vivendo sob constante tensão geopolítica e em guerra aberta — buscar soluções para a segurança pública e inovação na cidade de Nova Friburgo.

Enquanto isso, por aqui, a cidade vive sua própria guerra: uma guerra silenciosa, cotidiana, contra a falta de estrutura, de humanidade e de gestão. Uma guerra que mata três friburguenses por dia dentro do Hospital Municipal Raul Sertã. Só que, diferente de Israel, por aqui o inimigo não é um exército. É o descaso.

Terra prometida

A viagem do prefeito à Terra Santa seria cômica, se não fosse trágica. O prefeito aparece sorridente nas redes sociais, anunciando sua ida em missão oficial representando Nova Friburgo, como se isso fosse um excelente marco diplomático. No entanto, estamos atravessando uma das maiores crises da saúde da cidade sem atitudes imediatas.

Qual o sentido de buscar soluções para segurança pública em outro continente quando não conseguimos garantir que uma pessoa saia viva de um hospital municipal? Segurança pública começa por salvar vidas — e o prefeito está literalmente ignorando as que estão sendo perdidas debaixo do seu nariz.

Como denunciado pelo vereador Marcos Marins, em audiência pública, a conta é cruel: a taxa de mortalidade dos internados no Raul Sertã em 2024 foi de 14,18%. Um a cada sete morre durante a internação. Três por dia. Isso é três vezes a média nacional do SUS.

Terra de promessas

Para uma questão de dimensão, o número de mortes por ano dentro do Hospital Municipal Raul Sertã corresponde a números superiores a tragédias naturais que chocaram todo o país, inclusive a catástrofe climática de 2011. Nos últimos quatro anos, as denúncias foram muitas.

Em outubro de 2023, parte do forro da recepção do Centro de Tratamento de Urgência do Hospital Raul Sertã desabou durante uma forte chuva. A Defesa Civil identificou que o incidente foi causado pelo acúmulo de água no telhado, devido à capacidade insuficiente das calhas para escoar a água. O episódio evidencia a precariedade da infraestrutura do hospital.

Além disso, em março de 2023, a Polícia Federal deflagrou a Operação Baragnose, que investigou fraudes em licitações relacionadas ao fornecimento de refeições no HMRS. As investigações apontaram para a existência de um esquema criminoso envolvendo servidores públicos e empresários, que teriam forjado justificativas para dispensar licitações e favorecer determinadas empresas. O caso resultou no bloqueio de quase R$ 12 milhões de envolvidos, incluindo ex-prefeitos e ex-secretários de saúde.

Ainda, em abril de 2024, uma fiscalização realizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro constatou diversas irregularidades no HMRS, como infiltrações nas paredes, mobiliário precário, falta de água potável, climatizadores e locais adequados para acomodar pacientes e acompanhantes.

Por fim, e não menos importante, foi identificado que o hospital não possui liberação das instalações pelo Corpo de Bombeiros e carece de uma brigada contra incêndios. O relatório também apontou a ausência de um plano diretor para reformas estruturais e melhorias nos serviços prestados.

Cidade das lamentações

Em vez de ajoelhar-se diante do Muro das Lamentações, o prefeito deveria andar pelos corredores do hospital e ouvir as verdadeiras lamentações: de mães esperando por atendimento, de idosos esquecidos em macas improvisadas, de médicos exaustos, de famílias destruídas pela falta do básico.

Israel enfrenta bombardeios, Nova Friburgo lida com um massacre invisível, diário e tão devastador quanto qualquer míssil. Só que aqui, não há sirene de alerta. Só o silêncio constrangedor de quem finge que está tudo bem.

A comparação é dura, mas necessária. Em Israel, há sistema de defesa, investimentos maciços em segurança. Em Nova Friburgo, há abandono institucional, filas para atendimento emergencial, estruturas caindo aos pedaços. Em Israel, há refúgios antiaéreos. Aqui, não temos sequer um lugar digno para tratar pneumonia.

A viagem não só é inútil — é ofensiva. É uma ofensa às famílias enlutadas. É uma ofensa aos servidores da saúde que viram mártires da negligência. É uma ofensa à inteligência do cidadão. E mais que tudo: é um símbolo do quão distantes estão as prioridades do governo em relação ao que realmente importa.

Estamos em guerra, sim. Mas é contra o colapso da saúde, da dignidade, da empatia. E o prefeito não está no front — está fazendo turismo institucional, gastando verba pública para buscar “ideias” que não servem à nossa realidade. Em vez de importar soluções de um país em conflito, por que não resolver primeiro o nosso próprio campo de batalha?

Nova Friburgo não precisa de discurso internacional. Precisa de gestão local. Precisa de quem bote a mão na massa, não nas redes sociais. O povo não quer intercâmbio político com países de guerra. Quer sobrevivência em países em paz. E o mínimo que se espera de um líder em tempos de crise é presença.

O Muro das Lamentações é um lugar sagrado. O Raul Sertã, hoje, é um lugar profano. Sagrado deveria ser o direito à vida. Mas, em Nova Friburgo, esse direito está sendo enterrado diariamente — e o responsável por enfrentá-lo prefere pedir bênçãos do outro lado do mundo, enquanto aqui só restam orações.

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