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Algumas notícias

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Uma senhora famosa vai se casar ─ pela sétima ou oitava vez, se não me engano. Isso no papel, sem contar as tentativas que não chegaram ao cartório. Marido ela tem encontrado com facilidade, difícil é a escolha do vestido de noiva. Nenhum dos modelos apresentados desta vez obteve a sua aprovação, e o estilista que a atende nessas circunstâncias não está conseguindo criar uma obra de arte à altura do acontecimento, posto que o tal acontecimento tem se repetido com demasiada frequência.  

Uma senhora famosa vai se casar ─ pela sétima ou oitava vez, se não me engano. Isso no papel, sem contar as tentativas que não chegaram ao cartório. Marido ela tem encontrado com facilidade, difícil é a escolha do vestido de noiva. Nenhum dos modelos apresentados desta vez obteve a sua aprovação, e o estilista que a atende nessas circunstâncias não está conseguindo criar uma obra de arte à altura do acontecimento, posto que o tal acontecimento tem se repetido com demasiada frequência.  

Creio que, não sendo possível trocar de estilista, a melhor solução seria trocar de marido. Com duas vantagens: enquanto o costureiro (sem querer ofender) estiver botando cabeça, agulhas e tesouras para funcionar, ela estará disponível para iniciar um novo romance e conquistar outro coração, com o qual poderá brilhar mais uma vez (mas não a última) vestida de branco, cor da pureza. Quanto ao noivo descartado... bem, ele que vá procurar um par de chinelo velho para seu pé cansado.

Uma empresa está criando modelos gêmeos para desfiles e campanhas publicitárias. Já explico: ao invés da mesma bela mulher exibir seus encantos em diferentes lugares, ou posar para várias fotos, ela será substituída por cópias suas, criadas pela inteligência artificial. Gisele Bündchen, por exemplo, embora tão linda, não possui o dom da ubiquidade, e só pode estar em um lugar de cada vez. Mais prático seria ter muitas Giseles Bündchens, presentes no mesmo instante no Rio de Janeiro, Nova York, Hanói e Copenhage e onde mais se queira vê-la, aplaudi-la e comprar o que ela anuncia e valoriza. Às vezes nem precisamos do que compramos, mas resistir à beleza feminina, ainda que clonada, quem há de?

Os modelos estão animados com a venda da imagem, o que os livrará de inúmeras viagens, de passarelas infindáveis, cansativas sessões de fotografia. Uma vez só e, quase sem sair de casa, continuarão encantando o mundo inteiro. Como nada é perfeito, fotógrafos e outros profissionais do ramo publicitário estão arrancando os cabelos de preocupação com a diminuição das oportunidades de trabalho. Que se há de fazer? Às vezes um perde e outro ganha, às vezes só um ganha e muitos perdem. Se assim é no mundo dos mortais, que dirá no mundo das estrelas. Que venham as múltiplas Giseles Bündchens!

Descoberta a identidade de Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield. Talvez você nunca tenha ouvido falar nele, mas é o nome que consta de muitos documentos no Estado de São Paulo, onde esse senhor foi juiz por mais de 40 anos. Parece coisa de novela de espionagem, pois na realidade o Meritíssimo chama-se José Eduardo Franco dos Reis. Por quatro décadas, ele manteve diluída sua verdadeira identidade, julgando haver mais nobreza em ser inglês do que brasileiro, em ser filho de Richard Lancelot Canterbury Caterham Wickfield e Anna Marie Dubois Vincent Wickfield, como consta de seus documentos, do que de seu José e de dona Vitalina, seus verdadeiros pais.

No mundo paralelo de Edward Albert/José Eduardo, todos os seus antepassados viveram em palácios na Inglaterra, e não em casas modestas, na cidade paulista de Águas da Prata. Ou seja: é melhor ser londrino do que água-pratense. Com o pomposo nome britânico, estudou, fez concurso, tornou-se juiz, ocupou cargos no judiciário e se aposentou. No entanto, não teve a sorte de ser eternamente igual a Clark Kent, que consegue ser ao mesmo tempo o Super-Homem; ou a Bruce Wayne que, quando necessário, transforma-se em Batman. Edward foi tirar segunda via da carteira de identidade e aí, como dizem os brasileiros “deu ruim” (inglês jamais diria tamanha vulgaridade). Do alto de sua vitoriosa carreira de magistrado, o brasileiríssimo Zé Eduardo foi apanhado num vulgar exame de impressão digital. Assim é, se lhe parece, diria Shakespeare. E a Zé Eduardo parecia melhor ser concidadão do Rei Charles do que de Jeca Tatu. Enfim, noblesse oblige. 

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Na ponta

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Prova válida por Brasileiro e Latino-Americano de Rally Raid é finalizada

Prova válida por Brasileiro e Latino-Americano de Rally Raid é finalizada

A equipe Honda Racing fez a festa na chegada do Rally RN 1500, em São Miguel do Gostoso (RN), prova válida como primeira etapa do Campeonato Brasileiro e segunda do Latino-Americano de Rally Raid. Após quatro dias de disputas, o time comandado por Dário Júlio garantiu vitória na classificação geral das motos, com Martin Duplessis, além do segundo, terceiro e quarto lugares da tabela, ocupados por Bruno Crivilin, Romain Dumontier e Tiago Wernersbach, respectivamente. Para completar o domínio, o time conquistou as três categorias que participou: Moto 1 (Duplessis), Moto 2 (Crivilin) e Moto 3 (Wenersbach).

Para o argentino Duplessis, atual bicampeão latino-americano, uma emoção especial por se tratar de seu primeiro triunfo na classificação geral em provas no Brasil. ​Depois de superar dificuldades no início, ele conseguiu manter ritmo forte e constante para comemorar no final da 27ª edição da prova.

"Estou muito feliz, fizemos um grande trabalho, todos na equipe começamos fortes a temporada e isso é muito importante. Foi uma prova difícil. Neste último dia, com as dunas, eu me senti bem, a moto esteve perfeita e o time fez um grande trabalho", destacou.

Também inscrito na Moto 1, Romain Dumontier estreou com a segunda posição na categoria e a terceira na geral. Para o francês, o RN 1500 serviu como adaptação ao equipamento e às características dos ralis brasileiros.

"A prova foi bem interessante e o clima no time é ótimo. Tive problemas nessa última etapa com o equipamento de navegação, foi uma pena, porque isso me impediu de brigar pela vitória."

Bruno Crivilin não precisou de muito tempo para mostrar seu potencial. Fazendo os primeiros quilômetros de competição nos ralis, ele venceu duas etapas na geral, foi segundo colocado nos resultados acumulados entre todas as motos e venceu na classe Moto 2.

"Estou bem feliz, nesse último dia tive a experiência de abrir a prova e andei pela primeira vez nas dunas, entendi como navegar nelas e consegui ser rápido. Ganhei dois dias seguidos, venci minha categoria e estou liderando a geral do Campeonato Brasileiro", disse o capixaba, 12 vezes campeão brasileiro de Enduro. A modalidade, aliás, volta a ser seu foco nos próximos dias, com a segunda prova da temporada.

O Rally RN 1500 teve início na cidade de Gravatá (PE), e também passou por caminhos da Paraíba, além do Rio Grande do Norte. Os pilotos percorreram o total de 1.188 km, 953 deles de trechos cronometrados. O próximo desafio do campeonato é o Rally Minas Brasil, em Araxá (MG), de 15 a 17 de maio.

 

Calendário - Campeonato Brasileiro de Rally Raid 2025

15 a 17/5 - Rally Minas Brasil

14 a 19/6 - Rally Jalapão

26/7 a 3/8 - Sertões

23 a 27/09 - Rally Tocantins

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    Calendário do Brasileiro de Rally Raid ainda prevê mais quatro etapas (Fotos: RaphaRodrigues)

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    Etapa também contou ponto para o ranking do campeonato latino-americano (Fotos: RaphaRodrigues)

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Magic de volta

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Marlon Moraes recoloca as luvas, e é atração de nova franquia de MMA

Um dos grandes expoentes do esporte friburguense nos últimos anos, que rompeu as fronteiras do Brasil para ganhar o mundo, está de volta. Marlon Moraes será um dos participantes da Global Fight League, uma nova franquia que anunciou, recentemente, os cards de suas duas primeiras edições. Ambas acontecerão em Los Angeles, nos dias 24 e 25 de maio, e terão ao todo 31 lutas.

Marlon Moraes recoloca as luvas, e é atração de nova franquia de MMA

Um dos grandes expoentes do esporte friburguense nos últimos anos, que rompeu as fronteiras do Brasil para ganhar o mundo, está de volta. Marlon Moraes será um dos participantes da Global Fight League, uma nova franquia que anunciou, recentemente, os cards de suas duas primeiras edições. Ambas acontecerão em Los Angeles, nos dias 24 e 25 de maio, e terão ao todo 31 lutas.

Além de contar com muitos nomes conhecidos, o show irá reeditar alguns combates históricos, como Renan Barão contra Urijah Faber, e Anthony Pettis encarando Ben Henderson. Outros veteranos e ex-campeões do UFC, Bellator e PFL estarão em ação, como Holly Holm, Tony Ferguson, Alexander Gustafsson, e Thiago Marreta e Marlon Moraes.

O lutador de Nova Friburgo terá Ray Borg como adversário no evento. Moraes havia decidido pela aposentadoria do MMA em 2023, após a derrota por nocaute para Gabriel Braga, ainda no primeiro round da PFL 4. Ele já o havia feito após sua última luta no UFC, em 2022, mas logo assinou com a PFL.

Nascido em Nova Friburgo e radicado nos EUA, Moraes encerrou a carreira com 23 vitórias, 13 derrotas e um empate em 37 lutas profissionais. Numa delas, disputou o cinturão dos galos (até 61kg) do UFC, em junho de 2019, quando foi nocauteado por Henry Cejudo no terceiro round.

 

A Global Fight League

A Global Fight League promete movimentar o cenário mundial dos eventos de MMA. Além da contratação de veteranos renomados, com passagens pelas grandes organizações da modalidade, a nova liga propõe um formato de disputa diferente dos demais. Ao todo, seis equipes (Nova Iorque, São Paulo, Dubai, Los Angeles, Londres e Miami) vão disputar a temporada regular e inaugural da GFL – cada uma será composta por 20 lutadores, sendo dois representando cada uma das 10 categorias de peso (sete masculinas e três femininas).

Os times – seis no total – foram formados através de um ‘draft’, processo de escolha de atletas pelas equipes de forma intercalada, assim como acontece nos principais esportes americanos. De forma similar ao que acontece na PFL, a Global Fight League vai utilizar um sistema de pontuação ao longo de sua temporada regular.

Se o profissional vencer a luta por via rápida (finalização ou nocaute), ganha quatro pontos para o seu respectivo time. O atleta que vencer por decisão receberá três pontos. O empate vale dois pontos. Já o lutador que for derrotado por decisão soma um ponto. Quem perder pela via rápida, não pontua. Sendo assim, as quatro equipes com a maior pontuação na primeira fase avançam para a semifinal.

 

GFL Los Angeles - 24 de maio de 2025

CARD COMPLETO

Urijah Faber (LA) vs. Renan Barão (SP)

Anthony Pettis (MIA) vs. Benson Henderson (LON)

Holly Holm (NY) vs. Julia Budd (LON)

Chad Mendes (LA) vs. Maike Linhares (SP)

Derek Brunson (DUB) vs. Omari Akhmedov (DUB)

Sage Northcutt (LA) vs. Lucas Martins (SP)

Marlon Moraes (MIA) vs. Ray Borg (LA)

Aspen Ladd (LA) vs. Alejandra Lara (SP)

Robelis Despaigne (MIA) vs. Todd Duffee (DUB)

Cat Zingano (MIA) vs. Alexa Conners (DUB)

Neiman Gracie (NY) vs. Danny Roberts (LON)

Jessica Penne (LA) vs. Joice Mara (SP)

Charles Rosa (MIA) vs. Khumoyun Tukhtamuradov (DUB)

Marisa Messer-Belenchia (NY) vs. Kelly Staddon (LON)

Gleison Tibau (MIA) vs. Alex Cowboy (SP)

 

2 fotos – legendas:

1- Moraes é uma das grandes atrações da nova franquia, que traz uma proposta diferente no mundo da luta

2- A luta contra José Aldo foi um dos momentos marcantes na carreira de Moraes

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    Moraes é uma das grandes atrações da nova franquia, que traz uma proposta diferente no mundo da luta (Imagem: Rede Social Marlon Moraes)

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    A luta contra José Aldo foi um dos momentos marcantes na carreira de Moraes (Imagem: Stephen R. Sylvanie USA TODAY Sports)

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Reflexão de Sexta

sexta-feira, 18 de abril de 2025

“De tanto pensar tudo, não consigo pensar em nada”. “Penso tanto que não tenho tempo para pensar”. “Minha mente está cheia, porém está um tanto vazia”. “Tudo sei, mas não sei de nada”. São sensações do momento. Não minhas (não apenas). De muita gente. As coisas estão profundamente rasas. Inteiramente partidas. Constantemente voláteis. Densamente esparsas. Apertadas de tão largas. Entupidas de nada. Estamos vivendo tempos contraditórios. A começar pela mente.

“De tanto pensar tudo, não consigo pensar em nada”. “Penso tanto que não tenho tempo para pensar”. “Minha mente está cheia, porém está um tanto vazia”. “Tudo sei, mas não sei de nada”. São sensações do momento. Não minhas (não apenas). De muita gente. As coisas estão profundamente rasas. Inteiramente partidas. Constantemente voláteis. Densamente esparsas. Apertadas de tão largas. Entupidas de nada. Estamos vivendo tempos contraditórios. A começar pela mente.

Muito pensamento desencontrado, influenciado, maculado, desnorteado, desencadeado, acumulado, precipitado, acelerado. Muita informação na mente. Muita inutilidade disputando espaço e atenção com o que verdadeiramente importa. Um cabo de guerra que está difícil de ser equilibrado pelo lado da essência da vida. Do que é útil. Do que acrescenta. Do que ensina. Do que compartilha coisas boas. Do amor.

Talvez meditar nunca tenha sido prática tão aconselhada entre pessoas que se querem bem e recomendada por profissionais das mais diversas áreas. E por leigos que tudo sabem. E por praticantes que sabem muito do assunto. E por quem não pratica mas simpatiza. E por quem não simpatiza nem pratica, mas acha legal. Que acha legal e não consegue praticar. Pelo que vive de aparência e finge que acha legal e que pratica. Pelo que tenta e não consegue. Pelo que gosta e pelo que não gosta.  Por quem tem recomendação médica. Ou terapêutica. Ou religiosa. Ou nada disso, ou tudo isso.

Por que? As pessoas estão sem tempo de pensar em nada. De viver o tempo presente. De conseguir alguns instantes da vida, ou do dia, para centrarem-se em si mesmas. Para lembrarem-se que respiram. Entra ar. Sai ar. Quase ninguém nota. Até que chegue a próxima virose, a gripe, a bronquite, a asma, a falta de ar. É verdade, precisamos respirar. Dar valor ao ar precioso que circula por nossos pulmões. Ar da vida.

E quem lembra que tem olhos até que a vista embace de tanto fixar o olhar nas telas dos computadores e dos smartphones? Olhos que são o portal do corpo que habitamos para o mundo externo. Eles mesmos. Os que podem contemplar. Apreciar. Admirar. Ver a natureza. Ver as pessoas. Ver o tempo. Ver o belo. Ver a vida. Esses mesmos, que deixamos embaçar com o excesso de tudo para o que não paramos de olhar.

Boca e voz para falar coisas boas. Quem se lembra que tem voz que não seja apenas para protestar e discutir política?  E brigar? E bater boca sem chegar a lugar nenhum? Que não se restrinja a falar da vida alheia, reclamar reclamar, reclamar.

Tanta gente perecendo sem se dar conta. A vida nos foi dada, o momento presente é o maior presente, um corpo humano para nossa alma habitar está aqui e agora, clamando pela devida atenção aos seus verdadeiros propósitos de existir. Estamos empregando nossa energia vital naquilo que é substancial?

O estado natural das coisas talvez seja mais simples. Está tudo tão complexo. Tão desconexo. Basta avaliarmos nossa existência pelo nosso próprio olhar, mas como se fôssemos uma terceira pessoa, que nos ama e é imparcial, avaliando o que temos feito de nossas vidas, do que temos recheado nossos pensamentos, do valor que damos ao ar que respiramos, de como utilizamos as palavras para impactar em alguma coisa útil no mundo, do que estamos fazendo com nosso tempo, de como estamos cuidando, sobretudo, dos nossos sentimentos.

Não fomos criados em uma realidade paralela. Não estamos no Planeta Terra sozinhos. Somos bilhões de seres vivos consumindo, interagindo, construindo, destruindo, plantando, colhendo, pensando, amando, odiando, movimentando energia. Saber viver de forma civilizada, no século 21, me parece uma realidade que já devia estar superada. Já era para termos aprendido a viver (e conviver) com respeito, civilidade, compaixão, cooperação e empatia. Mas não sabemos de nada, apesar de acharmos que sabemos de tudo. Vai ver está tudo na mais perfeita ordem. Ou não.

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Amâncio de Azevedo quer mais dinheiro

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Edição dos dias 19 e 20 de abril de 1975

Prefeito pediu autorização à Câmara para contrair empréstimo de 540 milhões de cruzeiros 

Manchetes

Edição dos dias 19 e 20 de abril de 1975

Prefeito pediu autorização à Câmara para contrair empréstimo de 540 milhões de cruzeiros 

Manchetes

Amâncio quer mais dinheiro – O prefeito de Friburgo, Amâncio de Azevedo, não nos permite um “relax”, sequer um descanso nas críticas à sua administração. Realiza uma coisa boa, mas continua, e já é uma rotina, fazer tudo o mais, muito mal. Nesta semana apuramos mais uma mensagem do prefeito tramitando pela Câmara Municipal. Na mensagem, Amâncio solicita mais uma vez, o que também já é rotina, uma nova licença da Câmara para contrair um novo empréstimo, desta vez na ordem de 540 milhões de cruzeiros (usamos cruzeiros velhos que é para ficar bem patente como o nosso imposto está sendo duplicado à longo prazo).

Homenagem incompleta – Há quase um ano, numa homenagem mais que merecida, mudava-se o nome da Praça D. João VI, para Praça Dr. Dermeval Barbosa Moreira. Era uma homenagem que se impunha: O dr. Dermeval Barbosa Moreira foi um dos maiores friburguenses de todos os tempos. Mas até hoje, a municipalidade não se lembrou de mudar as placas e setas indicativas que indiquem que aquela praça se chama Praça Dr. Dermeval Barbosa Moreira.

Taça do Colonizador – Mais de uma centena de bolonistas de todo Brasil já se encontram na cidade para a disputa VII Taça do Colonizador, uma promoção do Nova Friburgo Country Clube. Os bolonistas, que estão em Friburgo, representam dez clubes brasileiros de maior expressão no esporte de bolão. Com a inauguração, em 1969, das mais modernas pistas de bolão, essa modalidade começou a crescer em Friburgo e ganhar expressão estadual e nacional. A Sociedade Esportiva Friburguense e o próprio Nova Friburgo Country Clube defendem Friburgo na disputa.

Professor. Amaury: Mais um friburguense na fusão do Rio com a Guanabara – Um dos raros friburguenses que passaram a fazer parte da estrutura do novo Estado do Rio de Janeiro depois da fusão com a Guanabara, o professor Amaury Pereira Muniz teve seu nome confirmado no novo Conselho de Educação do Estado do Rio de Janeiro. Falando à nossa reportagem o professor Amaury disse “se sentir feliz com sua confirmação no Conselho Estadual de Educação, principalmente por ser mais um friburguense e fluminense a participar de tão importante órgão”.

Ano 30: Ora essa – Os acontecimentos desenrolados nesta cidade, nesses últimos dias, provocados por incontinência de linguagem de “A Paz” deram motivo aos maiores e mais variados comentários nas rodas dos cafés. Em tais comentários, em geral, diz-se que membros da oposição pretendem lançar sobre o prefeito da cidade a culpa como fomentador da justa revolta do operariado friburguense, diante da afronta inominável. O único ato praticado pelo prefeito foi de estar presente ao comício.

Comandante Braz – Segundo informou a gerência da Fábrica Filó, mas uma importante aquisição foi feita por aquela indústria como a contratação do comandante Braz para a Gerência Geral de vendas da região Centro-Norte. O comandante Braz tomará posse ao seu cargo no dia 1º de maio deste 1975.

Pílulas 

Aumento do funcionalismo municipal - Saiu, enfim, o aumento do funcionalismo público municipal. O prefeito Amâncio de Azevedo, através do boletim informativo da municipalidade transmitido pela Rádio Sociedade de Friburgo, ele deu publicidade ao reajuste e preparou as justificativas para o fracasso de sua administração, afirmando que para poder conceder o aumento terá que paralisar “obras” em curso pela cidade. O curioso é que no governo que antecedeu o atual, foram concedidos dois aumentos de 20% cada, além de benefícios, como transformação de quinquênio ou triênio, onerando muito mais a folha de pagamento do pessoal, em apenas dois anos.

Aniversário de 30 anos de A VOZ DA SERRA: mensagens de Zuenir e Dalva Ventura - A repercussão dos artigos especiais publicados por ocasião da nossa edição especial do aniversário de 30 anos de circulação do jornal, transcorridos neste 7 de abril de 1975, principalmente o assinado pelo jornalista internacional Zuenir Ventura é mais que merecida. Deixando de lado a modéstia, os artigos do nosso 30º ano, gabaritaram o nosso jornal e se tornaram pequenas amostras dos sempre capazes Zuenir e Dalva Ventura, jornalistas de primeira linha.

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversário de: Mariana Cúrio, Júpiter José Nicolau, Aryosaldo Ventura, Anna Pinel e Walter Saldanha (21); Waldir Schuabb, Maria Levorato, José Afonso, Renato Vieira e Marilda Mesquita (22); Benedito Pedro Mastrângelo e Mônica Cariello (23); Max Paulo, Antônio Vazilotta e Olga Villa (24); Nelson Oliveira (25); Matilde Carpenter, Horácio Cortez e Kátia (26).

  • Pesquisa da estagiária Laís Lima com supervisão de Henrique Amorim

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80 anos de A VOZ DA SERRA - O jornal que narra as nossas histórias

quinta-feira, 17 de abril de 2025

(Coluna publicada no dia 10 de abril de 2025)

E lá vem ele de novo. O jornal que já acorda com a cidade e que, ao longo de oito décadas, tem visto Nova Friburgo, a Região Serrana e o Rio de Janeiro se transformarem tantas vezes que poderia, tranquilamente, escrever uma novela. E que o faria bem, porque ele é bom nisso: contar histórias.

(Coluna publicada no dia 10 de abril de 2025)

E lá vem ele de novo. O jornal que já acorda com a cidade e que, ao longo de oito décadas, tem visto Nova Friburgo, a Região Serrana e o Rio de Janeiro se transformarem tantas vezes que poderia, tranquilamente, escrever uma novela. E que o faria bem, porque ele é bom nisso: contar histórias.

Mas não qualquer história, não. Ele narra as nossas. As de quem atravessa uma rua com o olhar atento ao dia que nasce e também ao que o sol não pode tocar. A história não apenas dos nascidos, vividos ou falecidos em Nova Friburgo, mas também, as dos apaixonados por essa cidade.

A Voz da Serra não é um jornal qualquer. Se fosse, não teria chegado até aqui, com 80 anos nas costas e uma história que mistura chuva e sol, tragédia e vitória, silêncio e grito. Porque, para o bom jornalismo, não há hora de descanso. Ele está sempre ali, à espreita, com a caneta em punho, ou quem sabe o computador, pronto para registrar o que nos une e o que nos separa. O que faz o peito apertar e o sorriso se abrir.

É engraçado pensar que, há 80 anos, o jornal começou com o simples desejo de conversar com a cidade. Era um tempo de papéis e máquinas de escrever, onde a tinta ainda tinha cheiro e os jornalistas eram heróis de uma rotina quase mítica. A Voz da Serra então veio, com sua promessa de contar o que ninguém mais via ou queria contar.

E foi assim, com suas páginas convidativas e com cheiro de café da manhã, que o jornal se enraizou na cidade. Tornando-se mais do que um veículo de comunicação: a janela que os friburguenses olharam por anos, enquanto o mundo passava à nossa porta. O mundo... como ele muda, né?

De vez em quando, o jornal olhava para o céu e via as estrelas, mas também via as nuvens pesadas, e era preciso levantar-se, se erguer, ir atrás de uma resposta. Talvez tenha sido esse o seu maior feito: o de se manter de pé mesmo quando as enchentes arrastavam tudo e as ruas estavam alagadas, quando a política parecia distante e o futuro parecia um eterno ponto de interrogação.

E o jornal, teimoso, se manteve firme. Porque ele sabia que a vida não é só feita de pedras e poeira, mas também de flores e risos. Por mais que o cenário às vezes se tornasse sombrio, ele não podia, em hipótese alguma, virar as costas para a cidade que o nutria, que o alimentava com seus fatos, suas histórias, seus amores e desamores.

Claro, não foi sempre fácil. Em tempos de censura, quando a palavra “liberdade” parecia uma estranha em um dicionário de palavras proibidas, A Voz da Serra deu seu jeito. Como quem fala baixo, mas com firmeza. Como quem olha nos olhos, sem medo de ser quem é. Aquele que opera com “resiliência e coragem” assim como um trabalhador com a dose forte de café matinal.

E o tempo foi passando, como o rio que atravessa a cidade, tomando seu caminho, mas deixando algo de bom para trás. Entrou na era digital, como todo mundo, mas sem perder seu jeitinho de ser. De falar com o povo, de contar as histórias de quem, apesar de tudo, ainda caminha pela rua, olha o céu e se preocupa com o amanhã.

Virou não apenas uma página virtual, mas um meio de manter a chama acesa. Porque, sejamos francos, o jornalismo é, em última instância, uma chama. Às vezes, fraca, quase apagando. Mas, se bem alimentada, nunca se apaga totalmente, dando transparência e luz em meio a tempos sombrios.

Hoje, ao olhar para trás, o que podemos ver? Um rio de história, de luta, de alegrias e perdas. De gente que viveu e se foi, de histórias que passaram, mas que o jornal teve o privilégio de contar. São 80 anos, não 80 minutos. Foram várias páginas quase que diárias durante 80 anos. Não é pouca coisa.

O jornal viu a cidade mudar, viu o Rio de Janeiro crescer e, de certa forma, ele também cresceu com elas. Porque é isso que ele faz, ele se adapta, se molda, se reinventa. E quando a era digital chegou, ele se abriu para ela como quem recebe uma visita antiga: de braços abertos, mas com aquele olhar desconfiado, que só quem tem anos de estrada, em ser um dos jornais impressos mais antigos do estado, consegue manter.

Mas, ao fim e ao cabo, o que importa é que o jornal, com toda sua rotina, com todas as suas notícias que tanto nos emocionam, vai continuar sendo aquilo que sempre foi: a voz de quem sente e vive a cidade, mas também a voz de quem escuta, sem pressa, as histórias que ela tem a contar.

E se há algo que este jornal aprendeu ao longo de suas décadas, é que o mundo não precisa de mais barulho. Ele precisa é de alguém que saiba escutá-lo, e depois contar a história. Com carinho. Com atenção. E, por que não, com um pouco de poesia, assim como o fez com grandes nomes nas edições do Caderno Z.

Por isso, aos 80 anos, A Voz da Serra não é só um jornal. É uma memória. E é também um convite. Um convite para olharmos à nossa volta e não esquecer o que está à nossa porta. E, como sempre fez, vai continuar a contar, sem pressa, as histórias que realmente importam. Continuando a ser nosso amigo fiel que está ali, na esquina, pronto para contar a nossa história, sempre com um sorriso e, claro, com a voz que nunca se cala.

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Estacionamento pago: quem ganha com isso?

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Nova Friburgo está prestes a entregar um serviço público “gratuito” para a iniciativa privada: o estacionamento rotativo nas ruas da cidade. E essa nova licitação vem cercada de polêmicas, dúvidas e, acima de tudo, insatisfação da população. O valor da licitação é de quase R$ 40 milhões com duração de cinco anos.

Nova Friburgo está prestes a entregar um serviço público “gratuito” para a iniciativa privada: o estacionamento rotativo nas ruas da cidade. E essa nova licitação vem cercada de polêmicas, dúvidas e, acima de tudo, insatisfação da população. O valor da licitação é de quase R$ 40 milhões com duração de cinco anos.

Quem conhece o dia a dia de Friburgo sabe que o trânsito já é complicado, principalmente nas áreas centrais. Vagas são poucas, a rotatividade é baixa e há uma clara falta de planejamento urbano. A solução, segundo a prefeitura, seria cobrar ainda mais da população – mas será que é por aí?

 

Números que assustam

Para começar, vamos falar de números. Só para divulgar a ação quando implementada, a prefeitura destinou R$ 120 mil para uma campanha de marketing. Sim, você não leu errado. R$ 120 mil para panfletagem, sendo que apenas cinco pessoas participarão da ação durante apenas 30 dias.

Enquanto isso, o município conta com uma equipe de comunicação própria, já remunerada com recursos públicos que nós pagamos. Então por que gastar tanto dinheiro com algo que poderia ser feito internamente, com mais eficiência e muito menos custo?

Um outro número chama atenção: a previsão de 7.551 multas por mês, ou seja, uma média de 250 pessoas multadas por dia. Isso mesmo. Está no papel da licitação: a empresa que vencer terá estimativa do quanto arrecadar. E a pergunta é inevitável: isso é planejamento de mobilidade ou uma máquina de arrecadação de dinheiro?

Além dos quase R$ 40 milhões a serem pagos pelos nossos bolsos para implementar um serviço que não trará qualquer benefício ao friburguense – nem mesmo a geração de empregos, uma vez que será realizado por aplicativo – qual é o verdadeiro benefício para a Prefeitura de Nova Friburgo?

A pergunta que não quer calar é: caso seja extremamente necessário implementar, e arrecadar dinheiro para os cofres da prefeitura, por que insistir em terceirizar algo que poderia ser gerido pelo próprio município? Caso a finalidade seja a arrecadação, é no mínimo, o mais coerente a ser feito. No entanto, pagaremos duas vezes: o estacionamento e uma empresa para nos cobrar.

 

Projetos semelhantes em 2015

O projeto, apresentado pelo vereador Christiano Huguenin, foi respaldado pelos 11 vereadores que originalmente votaram a favor da lei municipal 4.362/2014 que, entre outras providências, autorizava a exploração do estacionamento rotativo por entidades privadas, conforme noticiado por A VOZ DA SERRA em 16 de setembro de 2015.

No entanto, ainda em 2015, a população foi às ruas, vereadores se posicionaram e uma ampla mobilização social conseguiu barrar um projeto semelhante. A cidade disse um sonoro “não” à entrega desse serviço para a iniciativa privada. Na época, a vitória foi considerada um marco de participação popular e bem recebida pelos friburguenses.

A vitória de 2015 do movimento “Eu não vendo minha cidade” não foi apenas sobre estacionamento — foi sobre transparência, sobre respeito à população e sobre a defesa do espaço público como patrimônio de todos, e não como moeda de troca para contratos e arrecadação fácil. O sentimento era de conquista: a cidade mostrou que sabe se posicionar quando seus direitos estão em jogo.

 

O trânsito e seus problemas

Vamos ser realistas: privatizar o estacionamento não resolve os problemas de mobilidade. Ao contrário, só encarece a vida de quem depende do carro para trabalhar, levar os filhos à escola ou cuidar da própria saúde. E quem garante que a empresa que ganhar a licitação vai pensar no bem-estar da cidade, e não apenas no lucro?

Vale lembrar que, nas últimas vezes em que tivemos esse tipo de concessão, as reclamações sobre cobranças indevidas, multas questionáveis e falta de fiscalização foram inúmeras. Novamente, nós friburguenses, que já vivemos em uma cidade sem muitas oportunidades, precisaremos mais uma vez pagar para viver na cidade?

Friburgo precisa, sim, pensar em mobilidade urbana de forma ampla: com transporte público de qualidade, ciclovias, calçadas decentes, planejamento de tráfego e educação no trânsito. Mas isso exige estudo, diálogo e compromisso com o interesse público – não decisões apressadas, cercadas de gastos duvidosos e atropelos legais.

Na prática, quem vai realmente se beneficiar dessas medidas que deverão ser implementadas na cidade? A pergunta que fica é: quem está ganhando com tudo isso? Porque, definitivamente, não é o cidadão friburguense.

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História escrita

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Wilson Féu prepara livro para compartilhar histórias e aventuras

Wilson Féu prepara livro para compartilhar histórias e aventuras

Com muitas histórias para contar e currículo de nível internacional, Wilson Féu irá compartilhar diversos desses momentos com fãs, apaixonados pelo mundo das lutas e todos que quiserem viajar em algumas de suas aventuras. O atleta friburguense, atualmente morando no México, está escrevendo seu primeiro livro: “Crescer Dói, Ficar Parado Dói Mais”. A obra, que será publicada em português, espanhol e inglês, reúne experiências pessoais, histórias reais e inspiradoras de alunos, além de reflexões sobre disciplina, fé, saúde mental e resiliência.

Com linguagem acessível e, segundo o autor, envolvente, Féu pretende mostrar como o Jiu-Jitsu ultrapassa o tatame e se torna um estilo de vida capaz de transformar pessoas — inclusive aquelas que lidam com ansiedade, medo ou falta de autoestima.

“Não é só um livro sobre Jiu-Jitsu. É sobre recomeçar, resistir e escolher crescer, mesmo quando dói”, afirma o autor, que já vive há alguns anos fora do país, mas guarda com carinho suas raízes em Nova Friburgo, onde teve os primeiros contatos com as artes marciais.

A previsão é que o livro seja lançado ainda este ano, com evento especial na Cidade do México. “Eu também pretendo realizar ações de divulgação no Brasil, especialmente em Nova Friburgo e na Região Serrana do Rio de Janeiro, onde iniciei minha trajetória”, promete.

Outras informações e os bastidores do processo de escrita podem ser acompanhados pelo Instagram: @wilsonfeubjj.

 

Mais curto

Estadual do Rio terá menos duas datas em 2026

Por conta do calendário apertado, devido à Copa do Mundo, o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro de 2026 será mais curto, com a supressão de duas das 15 datas que ocupam dois meses do atual calendário. A ideia do presidente da Federação de Futebol do Rio, Rubens Lopes, é fazer com que as semifinais e a final sejam disputadas em jogo único. A iniciativa tem o apoio dos grandes clubes, mas o tema ainda será discutido em arbitral.

A intenção é dar mais tempo de preparação aos times num ano de calendário afetado pela disputa do Mundial entre Seleções. Também não está descartada a possibilidade de a competição retomar sua fórmula com dois grupos de seis clubes — ou até quatro grupos de três, em sistema semelhante ao Paulistão. O assunto será discutido e votado em assembleia com os participantes.

Nos bastidores, Rubens Lopes crê que seja também uma oportunidade de recuperar o valor do produto. Em 2019, o campeonato chegou a ter R$ 120 milhões em direitos de transmissão. Em 2020, com a pandemia e o fim do acordo com a Globo, não passou da metade. Este ano, com a volta das transmissões às telas da emissora, os valores destinados aos grandes clubes passaram da casa dos R$ 60 milhões. Mas, com a fórmula adotada em 2021 — pontos corridos em turno único —, as primeiras rodadas perderam atratividade.

Ou seja: a mudança no modelo de disputa e o encurtamento do calendário, são vistos como uma oportunidade que poderá trazer ganhos em todas as pontas da equação. Contudo, é preciso observar como os grandes clubes e a própria Federação irão envolver as equipes de menor investimento em todo esse processo.

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    Féu prepara livro para compartilhar algumas de suas experiências e histórias (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Estadual mais curto é visto como oportunidade de fortalecer novamente a competição, talvez com nova fórmula (Foto: Marina Garcia)

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Mídias sociais, internet, vídeos e sua saúde

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Vício é aquilo que se torna um deus para você, domina sua pessoa, seus sentimentos e atitudes. Drogas psicotrópicas (que afetam o cérebro) bloqueiam a percepção consciente de emoções que precisariam ser experimentadas e expressadas. Isto causa repercussão no comportamento e complica as relações do usuário com ele mesmo, com sua vida interior, e com as pessoas ao redor. Um vício isola a pessoa dela mesma.

Vício é aquilo que se torna um deus para você, domina sua pessoa, seus sentimentos e atitudes. Drogas psicotrópicas (que afetam o cérebro) bloqueiam a percepção consciente de emoções que precisariam ser experimentadas e expressadas. Isto causa repercussão no comportamento e complica as relações do usuário com ele mesmo, com sua vida interior, e com as pessoas ao redor. Um vício isola a pessoa dela mesma.

Qualquer um pode se viciar em coisas sem ser álcool, maconha, cocaína, crack, e outras drogas. Há vício sexual, de comida, compras, romance, de pessoas, de fama, de estética corporal. Veremos agora sobre o vício de Internet, pelo computador ou celular.

Cinco características que indicam que o uso da Internet pode ter se tornado um problema: 1)Você tem ficado na Internet mais do que o previsto? Pensa em ficar minutos e fica horas? Se irrita se seu tempo on-line é interrompido? 2)Você vê roupas sujas se acumulando e deixa faltar produtos alimentícios em casa, por ter estado on-line? Fica até mais tarde quando todos já foram para casa para usar a Internet livremente? 3)Sua vida social e familiar está sofrendo pelo excesso de tempo gasto on-line? 4)Se sente mal se seu parente procura te incentivar a desligar o computador ou largar seu celular e passar tempo juntos? Você mente para seu chefe e parente sobre a quantidade de tempo que gasta on-line? 5)Usa a Internet como escape ao estar estressado, triste, angustiado, ou para gratificação prazerosa? Você tenta limitar seu tempo de Internet, mas não consegue?

Se você respondeu “sim” a um destes 5 itens, já é um forte indicativo de vício de Internet. Há também sintomas físicos deste vício: a)Síndrome do túnel do carpo (dor e dormência nas mãos e pulsos); b)Olhos secos ou visão tensa; c)Dores no pescoço e fortes dores de cabeça; d)Distúrbios do sono; e)Ganho ou perda de peso.

Susan Greenfield, Ph.D., neurocientista da Universidade de Oxford, comenta, na revista do Conselho Estadual de Medicina no Estado de São Paulo, “Ser Médico”, Jan/Mar 2013, que o imediatismo das imagens de Internet prejudica o desenvolvimento mental em crianças pequenas e adolescentes e que muito tempo na Internet infantiliza o cérebro, podendo produzir uma geração de jovens incapazes de pensar por si.

Porém, a criança que usa a Internet sob o controle dos pais e também brinca com as mãos, sobe em árvores, brinca no quintal ou playground do edifício, corre na praia, tem contato frequente com a Natureza, é melhor protegida contra os malefícios do excesso de exposição à Internet e vídeos. Essa cientista afirma que para evitar prejudicar o cérebro de crianças pequenas por, precocemente, colocá-las em contato com vídeos e imagens da Internet, é importante voltar ao que se fazia antigamente, quando avós ou pais contavam histórias com princípio, meio e fim, com significado, com boas lições para a vida, pois ajudam o cérebro a pensar em sequência, entender da causa para o efeito, e produz melhor funcionamento das estruturas nobres do encéfalo.

O cientista Fuchun Lin (2012) da Academia Chinesa de Ciências declarou: “Os jovens que navegam demais nas redes apresentam mudanças cerebrais semelhantes àquelas verificadas em compulsivos por jogos de azar.”

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Um mergulho no passado

quarta-feira, 16 de abril de 2025

No último sábado, 12, os judeus comemoraram a Pessach que para nós é a Festa da Liberdade ou Liberação. Ela comemora a saída do Egito, local onde os judeus habitaram por mais de 400 anos, sendo por um período como escravos. A travessia deles pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida simbolizou a passagem da escravidão para liberdade. Desde então, os judeus reúnem-se todos os anos, para celebrar a Páscoa com elementos que relembrem a sua história e os fatos que culminaram na saída do Egito.

No último sábado, 12, os judeus comemoraram a Pessach que para nós é a Festa da Liberdade ou Liberação. Ela comemora a saída do Egito, local onde os judeus habitaram por mais de 400 anos, sendo por um período como escravos. A travessia deles pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida simbolizou a passagem da escravidão para liberdade. Desde então, os judeus reúnem-se todos os anos, para celebrar a Páscoa com elementos que relembrem a sua história e os fatos que culminaram na saída do Egito.

O termo liberação ou liberdade é muito amplo e tive vontade de reescrever a coluna que publiquei em 27 de maio de 2015, aqui em A VOZ DA SERRA, contando o destino trágico da minha família no campo de concentração de Belzec, na Polônia. Meu avô paterno nasceu em Prezmysl, distante 14 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, berço da família Wolosker. E Belzec, na realidade, foi uma libertação das agruras passadas nas mãos dos nazistas.

Minha ligação com a Europa é forte, sanguínea mesmo, já que sou neto de poloneses e bisneto de italianos. Em 2015, fiz questão de conhecer a cidade de Prezmysl (que em polonês se pronuncia algo parecido com “chemichil”), onde a família Wolosker começou. Fui também ao campo de extermínio de Belzec, túmulo dos Wolosker que não conseguiram emigrar de sua terra natal, antes do início do holocausto. Depois do fim da segunda guerra, fui o único da família a ter coragem e ir prestar homenagem aos nossos mártires em seu local de suplício, consequência de uma das maiores barbáries do mundo moderno. Infelizmente a humanidade não aprendeu a lição e promoveu outras barbáries ao longo do século 20 e início do 21.

A construção do campo de extermínio de Belzec começou em 1º de novembro de 1941 e ficou pronto para o seu serviço macabro no final de fevereiro de 1942. Foi erguido num terreno de um antigo campo de trabalho escravo e sua escolha se deveu pela proximidade com a estrada de ferro que passava a 50 metros de sua entrada. Sua atividade começou no dia 17 de março de 1942.

Desde o início de suas operações até dezembro desse mesmo ano, os alemães deportaram aproximadamente 434.500 judeus e um número indeterminado de poloneses cristãos e de ciganos para Belzec, onde foram assassinados. A maioria das vítimas era de judeus oriundos dos guetos do sul da Polônia. Os alemães também deportaram judeus alemães, austríacos e tchecos para lá. O balanço final dá conta que cerca de 700 mil pessoas ali perderam a vida.

No início, as vítimas eram fuziladas, mas como o processo era lento, foram construídas as câmaras de gás onde o processo se acelerou. O mais macabro dessa história é que, como mostram fotografias do memorial do campo, as vítimas eram convidadas a se despirem e entrarem no compartimento, para tomarem um banho de desinfecção. No teto ficava um objeto que parecia um chuveiro, de onde saía o gás.

A matança terminou ao final de dezembro de 1942, quando os alemães perceberam que estavam perdendo a guerra, e Himmler (foi designado por Hitler como comandante das SS) ordenou que todos os vestígios de extermínio deveriam ser "apagados" por entre as áreas ocupadas. Realmente, quando se penetra no campo, as únicas construções que vemos são o prédio do memorial que contém reminiscências do local, entre elas uma maquete detalhada de Belzec. A outra edificação é um muro onde estão gravados os nomes de algumas das vítimas, entre elas a de minha bisavó Ethel e de outros parentes.

Foi uma visita triste, mas necessária, pois foi um mergulho nas minhas origens. A cidade de Prezmysl, na época, era um reduto de camponeses com uma vida muito simples. Tanto que meu bisavô, em 1910, enviou meu avô para morar com uma tia, em Buenos Aires, para que ele pudesse ter uma educação mais requintada que o deixasse em condições de ter uma vida melhor. Hoje, ela é uma cidade turística, conhecida por sua arquitetura bem preservada, incluindo o impressionante Castelo de Przemysl e a bela Catedral de São Nicolau, além disso oferece uma cena cultural vibrante com inúmeros eventos e festivais ao longo do ano. É, também, um ótimo destino para os amantes da gastronomia, com muitos restaurantes que servem a culinária tradicional polonesa. Belzec, por outro lado, parece ter sido amaldiçoada pelo trágico destino que lhe foi destinado e permanece um lugarejo sem maiores atrativos perdido no tempo.

Artigos como esse se fazem necessários para que se mantenham vivas as atrocidades promovidas pelos nazistas e que a juventude de hoje, pouco chegada à leitura, tome conhecimento das barbaridades que o bicho homem é capaz de cometer. Em 27 de janeiro de 1945, os russos libertaram Auschwitz, o maior campo de extermínio nazista, também, na Polônia. São passados 80 anos, mas a data só não cai no esquecimento em função do trabalho árduo de pessoas que fazem o impossível para que tais acontecimentos não sejam engolidos pelo tempo.

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